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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 11 de setembro de 2010

O FILHO PRÓDIGO

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HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO

12 DE SETEMBRO DE 2010

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MUITO OBRIGADO PELOS ELOGIOS. EU OS REENVIO AO ESPÍRITO SANTO

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO DESTE DOMINGO

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Só receberemos o perdão do Pai mediante a nossa fé e o nosso arrependimento sincero. Maria Regina.

Jesus nos acena com o perdão e a reconciliação e nos aponta o caminho de volta para a Casa do Pai, o arrependimento sincero. O processo da volta começa com a nossa contrição e o nosso propósito de não mais nos afastar de Deus. No entanto, hoje, ao invés de nos fazer refletir acerca do nosso arrependimento aqui na terra, Ele nos dá uma visão do que poderá acontecer com cada um de nós quando chegar o momento da nossa viagem para o infinito.

É muito salutar que nós tenhamos em vista também o dia da nossa morte, pois podemos ser pegos de “surpresa” a qualquer momento. Por isso, reflitamos com a Palavra: ”Da terra Deus criou o ser humano e o formou à sua imagem. E à terra o faz voltar novamente … Concedeu-lhe dias contados e tempo determinado, dando-lhe autoridade sobre tudo o que há sobre a terra. Concedeu aos humanos discernimento, língua, olhos, ouvidos e um coração para pensar;… Deu-lhes ainda a ciência do espírito, encheu o seu coração de bom senso } e mostrou-lhes o bem e o mal. Firmou com eles uma aliança eterna e mostrou-lhes sua justiça e seus julgamentos. Ele lhes disse: “Guardai-vos de tudo o que é injusto!” E a cada um deu mandamentos em relação a seu próximo.”

Como vimos aqui, todos nós também recebemos a parte da nossa herança para bem vivermos aqui na terra. Gastar a herança aqui é direito que nós temos, no entanto, o modo como nós consumimos o nosso legado é o que faz toda a diferença para nós. Quando nos afastamos de Deus e queremos ser donos da nossa vida, ter “liberdade”, viver sem restrições e fazer o que nos dá na telha, nós desperdiçamos o que recebemos de Deus e sofremos as conseqüências, por isso, nos sentimos perdidos, afundados na lama, famintos e humilhados.

Esta é a chance que temos ainda durante a nossa vida terrena de nos reabilitar e reconquistar a nossa cidadania desde já. Jesus já nos libertou! O Pai nos espera! Podemos voltar! No entanto, às vezes nem assim nós nos rendemos e continuamos envolvidos nas artimanhas que nós mesmos tramamos contra nós. Chega então, para nós, o dia do retorno, pois o tempo passou e o juiz dá o apito final. E agora? O Pai nos espera? Jesus está a postos? Podemos voltar? Se tivermos esperança tão somente para esta vida, com certeza, estaremos sendo injustos com Aquele que tem como essência o Amor e não sabe fazer outra coisa senão, amar. O Pai nos espera Jesus está a postos para nos justificar, podemos voltar!

Porém, o nosso arrependimento sincero e o nosso reconhecer Jesus que nos levará ao Pai será a chave que nós podemos usar para que a porta do céu se abra. Assim, podemos pensar que nós mesmos temos nas mãos a chave que abrirá a porta do céu para nós. O Pai espera ansioso a nossa volta, e o nosso arrependimento será a única oferta que nós podemos apresentar quando também corrermos para Ele: “Pai, pequei contra Ti. Já não mereço ser chamado teu filho”. Esta é a chave! O Pai também mandará preparar a festa, mandará trazer a melhor túnica para nos vestir, nos colocará um anel no dedo e calçará os nossos pés com sandálias. Tudo isto é uma visão espiritual para nos mostrar que nunca seremos rejeitados por Deus, mesmo que sejamos os maiores pecadores e isso depende de nós. O “bom ladrão” reconheceu Jesus no último momento e a ele foi concedido entrar no Paraíso, naquele mesmo dia. Mesmo que todos os outros que se consideram “justos” como o filho mais velho não compreendam nós precisamos ter a certeza de que Jesus é quem vai nos apresentar ao Pai e será Ele quem nos justificará mediante a nossa Fé e o nosso arrependimento sincero.

Quem não se arrepende não precisa ser perdoado, porém quem reconhecer o seu pecado receberá o perdão do Pai.Meu irmão, minha irmã vamos refletir: Você já experimentou voltar para Deus arrependido e humilhado? Como você se sentiu? Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho ou de empregado ? – E quando você não se arrepende, embora saiba que não fez certo, como você se sente? Você acha que será bem recebido nos tabernáculos eternos?Qual é a idéia que você tem em relação a outra vida? Você já está com a chave nas mãos?

Amém

Abraço carinhoso da profª

Maria Regina

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Homilia do Padre Françoá Costa – XXIV Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Alegria no apostolado

Todo cristão deve ser apóstolo. Trata-se de uma exigência do próprio batismo. Caso não tenhamos o desejo de aproximar as pessoas de Deus, de leva-las às fontes da graça, de sofrer e rezar pela salvação delas, perguntemo-nos se realmente amamos a Deus e se estamos convencidos da fé que professamos e vivemos. Na verdade, se a nossa fé é operativa, evangelizar será uma consequência necessária. Deveríamos vibrar, alegrar-nos verdadeiramente por cada pessoa que entra na Igreja, essa comunidade de salvação.

A fé é o melhor presente que se pode oferecer a alguém. Diante dos valores da fé até a vida se relativiza, todos os mártires de Cristo mostraram que isso é assim mesmo. Nós, católicos, precisamos estar mais convencidos de que temos na Igreja toda a verdade e de que podemos fazer um grande bem à humanidade ao oferecer-lhe Cristo, a Verdade (cfr. Jo 14,6). Por outro lado, saber-se na Casa da Verdade, que é a Igreja, não nos autoriza a ser intolerantes com as pessoas. É certo: a Igreja é “a coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15), mas nós não somos donos da verdade, mas os seus servidores, nem personificações da verdade. Ademais, a nossa vida não se modela sempre pela verdade que conhecemos, professamos e amamos… basta pensar nos nossos próprios pecados.

Apesar dos pesares e em plena luta por alcançar a santidade, devemos estar sempre prontos para ganhar novas almas para Cristo. Como? Eu acho que umas das características mais notáveis dos apóstolos do século XXI deveria ser a alegria da fé. Quando os outros virem que nós estamos alegres por ser cristãos, verdadeiramente contentes e desejosos de participar da Missa, que a confissão passou a ser para nós o “sacramento da alegria”, que somos bem educados, que não “damos patadas” e procuramos não andar de cara fechada, que nos preocupamos por eles, que somos pessoas que sabem amar de verdade, então se convencerão do poder transformador do cristianismo, não só no âmbito pessoal, mas também em todas as esferas sociais.

Não faz muito tempo encontrei um panfleto titulado “apostolado do sorriso”. Gostei! Entre outras palavras, dizia: “é suficiente um leve sorriso nos seus lábios para levantar o coração, para manter o bom-humor, conservar a paz da alma, ajudar a saúde, embelecer o rosto, despertar os bons pensamentos, inspirar obras generosas”. Como a bondade e a simpatia atraem! Os outros se convencerão de que, apesar dos nossos numerosos problemas, há alguém que nos mantêm felizes e risonhos. Eles buscarão descobrir o segredo da nossa felicidade e nesse momento… estaremos mais felizes. Por quê? Uma pessoa a mais se interessa pelo Deus da nossa alegria!

Que pena! Os escribas e os fariseus não pensavam assim! Eles ficaram murmurando quando Jesus acolheu os pecadores. O filho mais velho, aquele que sempre estava na casa do pai, que ficou chateado quando o seu irmão voltou ao lar, representa não só cada fariseu triste pela atitude de Jesus, mas também representa a cada um de nós quando, vivendo há tantos anos na casa do Pai, na Igreja, perde a capacidade de admirar-se, surpreender-se e alegrar-se pela conversão de um novo adepto à causa de Deus.

Aquele panfleto do “Apostolado do sorriso” terminava assim: “o teu sorriso pode levar esperança e abrir horizontes aos agoniados, aos deprimidos, aos descoraçoados, aos oprimidos, aos tentados e aos desesperados. O teu sorriso pode ser o caminho para levar as almas à fé. O teu sorriso pode ser o primeiro passo para levar um pecador a Deus. Mas, sobretudo, sorri à Santíssima Trindade. Sim, sorri às três Pessoas que moram na tua alma, enquanto aceitas com amor tudo o que elas te enviam e merecerás também o radiante sorriso delas, que será a tua felicidade nesta e na outra vida”.

Sorri! Motivos? Temos de sobra: somos filhos de Deus, membros da Igreja, amigos de Deus, evangelizadores de Jesus Cristo, homens e mulheres de oração, pecadores perdoados por Deus, crucificados com Cristo através das constantes tribulações. Sorrimos porque somos felizes, porque Deus mora na nossa alma, porque queremos conquistar a todos para Deus. Tribulações, angústias, perseguições, fome, nudez, perigos (cfr. Rm 8,35), nem diabos… nada, absolutamente nada, poderá separar-nos do amor de Deus nem roubar a nossa alegria evangelizadora.

Pe. Françoá Costa

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – XXIV Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Ex 32,7-11.13-14

Sl 50

1Tm 1,12-17

Lc 15,1-32

Na Solenidade do santo Natal, na segunda leitura da Missa da Aurora, a Igreja, olhando o Presépio, faz-nos escutar as palavras de São Paulo a Tito: “Manifestou-se a bondade de Deus nosso Salvador, e o seu amor pelos homens. Ele salvou-nos, não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia…” (Tt 3,4s). O Menino que veio viver entre nós, Jesus, nosso Senhor, é a bondade de Deus, é a sua salvação misericordiosa… Estas palavras são maravilhosamente ilustradas pela liturgia deste Domingo. Hoje, o Cristo nos é apresentado como a própria bondade, a própria ternura misericordiosa do Pai do céu, do nosso Deus. Aquilo que já fora prefigurado por Moisés, intercedendo pelo povo pecador, na primeira leitura; aquilo que, na segunda leitura, São Paulo pregou e experimentou na própria vida: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!” – tudo isso nós tocamos nas três parábolas da misericórdia do Evangelho de São Lucas.

Sigamos a narrativa. Por que Jesus contou essas parábolas? Porque “os publicanos e pecadores aproximavam-se dele para o escutar. Os fariseus, porém, e os escribas criticavam Jesus: ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles’.” Aqui está: Jesus era um fio de esperança para aqueles considerados perdidos, metidos no pecado, sem jeito nem solução… Os publicanos, as prostitutas, os ignorantes, os pequenos e desprezados, gente sem preparo e sem cultura teológica… estavam aproximando-se de Jesus para escutá-lo; viam nele a ternura e a misericórdia de Deus. Os escribas e fariseus – homens praticantes e doutores da Lei – criticavam Jesus por isso. Ele se misturava com os impuros, ele acolhia a gentalha e os pecadores. Pois bem, foi para esses doutores que Jesus contou as parábolas, para mostrar-lhes que o coração do Pai é ternura, é amor, é vida, é amplo como uma casa grande…

O Pai se alegra, porque Jesus, o Bom Pastor, era capaz de deixar noventa e nove ovelhas para ir atrás daquela que se perdera totalmente, até encontrá-la! O convite que Jesus estava fazendo aos escribas e fariseus era claro: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!” Alegrai-vos, porque o coração do Pai está feliz: ele não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e tenha a vida! Do mesmo modo, na parábola da dracma perdida: Deus é como aquela mulher que acende a lâmpada e varre cuidadosamente a casa até encontrar sua moedinha. E não descansa até encontrá-la. Quando a encontra, como Deus, quando encontra o pecador, ela exclama: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que havia perdido!” O Deus que Jesus nos revela, o Deus a quem ele chamava de Pai é assim: bom, compassivo, misericordioso, preocupado conosco e com cada um de nós. Ele somente é glorificado quando estamos de pé, quando estamos bem, quando somos felizes. Mas, não há felicidade verdadeira para nós, a não ser juntinho dele, que é o Pai de Jesus e nosso Pai. É isso que Jesus inculca com a terceira parábola, a mais bela de todos: o Pai e os dois filhos.

“Um homem tinha dois filhos”. Este homem é o Pai do céu. “O filho mais novo disse ao pai: ‘Dá-me a parte da herança que me cabe’”. Esse moço quer ser feliz, deseja ser livre… e imagina que somente vai sê-lo longe do olhar do pai. Assim, sem juízo, como que mata o pai, pedindo-lhe logo a herança. “e partiu para um lugar distante”. Quanto mais longe do pai, melhor, mais livre. E aí dissipa tudo, numa terra pagã, longe do pai, longe de Deus. E termina na miséria, tendo esbanjado a vida, a felicidade, o futuro, o amor e o sexo… Vai pedir trabalho e dão-lhe o mais vergonhoso para um judeu: cuidar de porcos, animais impuros. E ele queria comer a lavagem dos porcos e não lha davam! Em que deu o sonho de autonomia, de liberdade, de felicidade longe do pai! Tudo não passara de ilusão! Mas, apesar de louco, o jovem era sincero: caiu em si, reconheceu que pecou. Não colocou a culpa no pai, nos outros, no mundo, no destino. Reconheceu-se culpado e recordou e confiou no amor do pai: “Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti!” E volta! O jovem era corajoso, generoso, era sincero! O que ele não sabia é o pai nunca o esquecera; esperava-o todos os dias, olhando ao longo do caminho. De longe o avistou e o reconheceu, apesar da miséria e da fome e das roupas maltrapilhas. E, cheio de compaixão – como o coração do Pai de Jesus – correu ao encontro do filho, cobriu-o de beijos e de vida, e restituiu-lhe a dignidade de filho. E deu uma festa! O Pai é assim: não quer ninguém fora de sua casa, de seu coração, da festa do seu amor, do banquete de sua eucaristia! Mas, havia ainda o filho mais velho. Este, como os escribas e os fariseus, jamais havia desobedecido ao pai; cumprira todos os seus preceitos. Por isso, ficou com raiva e não quis entrar na festa do pai: “O pai, saindo, insistia com ele…” Notem que o mesmo pai que saíra ao encontro do mais novo, saiu agora ao encontro do mais velho, que estava perdido no seu egoísmo, na sua raiva, fora da festa e do aconchego do pai! E o mais velho passou-lhe na cara: “Eu trabalho para ti há tantos anos… e tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos…” O pai respondeu: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu…” É que aquele filho nunca amara o pai de verdade: cumpria tudo, de tudo fazia conta… e, um dia, iria pedir o pagamento, a recompensa por tudo… Por isso nunca se sentiu íntimo do pai, por isso não sentia que tudo quanto era do pai era dele também! Pode-se estar junto do pai e nunca o conhecê-lo de verdade! Não era esta a situação daqueles escribas e fariseus? Interessante que Jesus não diz se o filho entrou na festa do pai e na alegria do irmão ou se, ao contrário, ficou fora, onde somente há choro e ranger de dentes.

Pois bem, o Senhor nos convida hoje a acolher em Jesus a misericórdia incansável de Deus para conosco, um Deus que não sossega até nos encontrar… Mas, nos convida também a ser misericordioso para com os outros. É triste quando experimentamos que somos pecadores, experimentamos a bondade acolhedora de Deus para com nossos pecados e, depois, somos duros, insensíveis e exigentes em relação aos irmãos. Que o Senhor nos dê um coração como o coração de Cristo, imagem do coração do Pai, capaz de acolher o perdão e a misericórdia de Deus e transbordar esse perdão e essa misericórdia para com os outros. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa

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Homilia do Mons. José Maria – XXIV Domingo do Tempo Comum (Ano C)

O Filho Perdido e o Perdão

Em Lc 15, 1-32, na introdução, os fariseus criticam Cristo porque “acolhe gente de má fama e come com eles…”. Esta crítica provoca a resposta de Jesus com as três parábolas da misericórdia que ilustram a atitude misericordiosa de Deus para com os pecadores: a ovelha perdida; a moeda perdida; o filho pródigo (perdido). Em todas elas dá importância muito particular à ALEGRIA daquele que encontra o que tinha perdido. O pastor, depois de encontrar a ovelha, “coloca-a nos ombros com alegria”, regressa à casa e convoca os amigos e vizinhos para que se alegrem com ele. A mulher, depois de ter procurado por todos os recantos da casa, ao encontrar a moeda perdida, faz a mesma coisa: “alegrai-vos comigo, porque achei a moeda perdida!” Muito mais faz o pai ao ver ao longe o filho que volta e que há tanto tempo tinha abandonado a casa paterna; não pensa em recriminá-lo, mas em fazer uma festa!

O personagem central destas parábolas é o próprio Deus (que é PAI), que lança mão de todos os meios para recuperar os seus filhos feridos pelo pecado. “No seu grande amor pela humanidade, Deus vai atrás do homem, escreve Clemente de Alexandria, como a mãe voa sobre o passarinho quando este cai do ninho; e se a serpente começa a devorá-lo, esvoaça gemendo sobre os seus filhotes (Dt 32, 11). Assim Deus busca paternalmente a criatura, cura-a da sua queda, persegue a besta selvagem e recolhe o filho, animando-o a voltar, a voar para o ninho.”

“Assim haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15, 70). Isto não quer dizer que o Senhor não estime a perseverança dos justos, mas aqui se põe em realce o gozo de Deus e dos bem-aventurados diante do pecador que se converte. É um claro chamamento ao arrependimento e a não duvidar nunca do perdão de Deus.

O pecado, tão detalhadamente descrito na parábola do filho pródigo, consiste na rebelião contra Deus, ou ao menos no esquecimento ou indiferença para com Ele e para com o seu amor, no desejo tolo de viver fora do amparo de Deus, de emigrar para uma terra distante, longe da casa paterna. Como se passa mal quando se está longe de Deus! “Onde se passará bem sem Cristo – pergunta Santo Agostinho -, ou quando se poderá passar mal com Ele?”

“Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos” (Lc 15, 20). Acolhe-o como filho imediatamente! Estas são as palavras da Bíblia: cobriu-o de beijos, comia-o a beijos. Pode-se falar com mais calor humano? Pode-se descrever de maneira mais gráfica o amor paternal de Deus pelos homens? Perante um Deus que corre ao nosso encontro, não nos podemos calar, e temos que dizer-Lhe, como São Paulo: “Abbá, Pai” (Rm 8,15). Quer que Lhe chamemos de Pai, que saboreemos essa palavra, deixando a alma inundar-se de alegria.

“Deus espera-nos como o pai da parábola, estendendo para nós os braços, embora não o mereçamos. Não importa o que lhe devemos. Como no caso do filho pródigo, o que é preciso é que lhe abramos o coração, que tenhamos saudades do lar paterno, que nos maravilhemos e nos alegremos perante o dom que Deus nos fez de nos podermos chamar e sermos realmente, apesar de tanta falta de correspondência da nossa parte, seus filhos” (São Josemaria Escrivá; Cristo que passa, nº.64).

Essa parábola deve nos despertar para a beleza do sacramento da Reconciliação (confissão). Na Confissão, através do sacerdote, o Senhor devolve-nos tudo o que perdemos por culpa própria: a graça e a dignidade de filhos de Deus. Cumula-nos da sua graça e, se o arrependimento é profundo, coloca-nos num lugar mais alto do que aquele em que estávamos anteriormente.

O pecado existe e todo o pecado é uma ofensa a Deus, porém a misericórdia de Deus é maior do que todos os nossos pecados. Contudo supõe uma atitude de retorno: CONVERSÃO.

O Pai é Deus, que tem sempre as mãos abertas, cheias de misericórdia. O filho mais novo é a imagem do pecador, que percebe que só pode ser feliz junto de Deus, nem que seja no último lugar, mas com o seu Pai-Deus. E o mais velho? É um homem trabalhador, que sempre serviu…; mas sem alegria. Serviu porque não tinha outra solução, e, com o tempo, o seu coração tornou-se pequeno. Foi perdendo o sentido da caridade enquanto servia. O seu irmão é já, para ele, “esse teu filho”. É a figura de todo aquele que esquece que estar com Deus, nas coisas grandes e nas coisas pequenas, é uma honra imerecida.

Deus espera de nós uma entrega alegre, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama aquele que dá com alegria (2 Cor 9, 7). “É uma doce alegria pensar que o Senhor é justo, que conhece perfeitamente a fragilidade da nossa natureza! Por que então temer? Ele que se dignou perdoar, com tanta misericórdia, as culpas do filho pródigo, não será também justo comigo, que estou sempre junto dEle?” (Santa Teresinha do Menino Jesus). Com alegria sirvamos ao Senhor nas coisas mais pequenas!

Mons. José Maria Pereira

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O FILHO ESTAVA MORTO E REVIVEU, VOLTOU.

Caro leitor, Lucas começa dizendo que os coletores de impostos e os pecadores se aproximavam todos de Jesus para ouvi-lo. Por outro lado os fariseus e os escribas murmuravam: este homem dá boa acolhida aos pecadores e come com eles. Jesus aproveita de uma crítica para ensinar; eis aí uma verdadeira atitude de mestre, atitude que deveria ser repetida por seus seguidores; se alguém me critica é porque não entende o que faço, certamente a atitude deixada por cristo é essa: o ensino.

Jesus nesse Evangelho ensina através da parábola e procura reforçar o ensinamento, pois fala de diferentes formas a mesma coisa.

Nas duas primeiras cenas (a da ovelha e da moeda), é comum a procura daquele que perdeu algo, já na cena do filho, o pai o deixa livre, ele deve escolher, retornar ou não é uma opção, só seres humanos podem fazer isso, ao contrário de objetos (moeda) e animais (ovelha), portanto no trato com pessoas é necessário deixá-las livres, essa é a primeira atitude misericordiosa ensinada por Jesus, aqui as atitudes do pai são como reflexo das atitudes do filho, o pai reage.

Aprendemos do jeito fascinante de Antony de Mello:

“Uma ovelha encontrou um bu­raco na cerca e, por ele, escapou, satisfeita por ver-se, afinal, bem soltinha. Caminhou muito tempo e perdeu o caminho da volta para casa. Só então percebeu que um lobo faminto a seguia, de perto. Correu a ovelhinha e correu mais o lobo, até que os pastores chegaram a tempo, salvando-a da fera e le­vando-a para casa, com muito cari­nho. E, apesar dos conselhos de amigos que viram o fato, o pastor recusava-se a fechar o buraco da cerca por onde a ovelhinha fugira. Porque, dizia ele, é preciso assegu­rar-lhe a liberdade!.

É comum ainda, e dessa vez nas três cenas a alegria do encontro e a necessidade em reunir pessoas que comprovem tal alegria, isso indica que encontro, reencontro, exige festa, exige alegria, e alegria "partilhada com", vejo aqui a necessidade em lembrar a dificuldade que muitas vezes encontramos em alegrar-nos com o outro, ou de levar notícias verdadeiramente alegres ao outro, estamos muito mais propensos a falar de tristezas, catástrofes ou até frente a alegria alheia sentir inveja... é muito mais simples alegrar-nos só.
A atitude e o convite por alegrar-se é acompanhado pela explicação da alegria, do por que estou festejando, aquele que convida para a festa deve assumir o porquê dela (encontrei a minha ovelha que estava perdida) deve assumir a perda publicamente, a procura, para depois viver o reencontro, a festa só acontece quando se sabe exatamente o que estamos festejando.

É por isso que essa parábola termina com uma fes­ta: da mulher, do pastor e do pai, de tanta alegria por reencontrar algo que perdera. Quem são os convidados? No caso do pastor (ovelha); da mulher (moeda) são os vizinhos e as vizinhas, penso que o pai não deixou fora os vizinhos e os amigos. Veja bem, foram chamadas as amigas e as vizinhas.

Estamos cansados de saber que amigas se escolhem, vizinhas não. Há um bocado de vizinha incon­veniente em nossas vidas. Na parábola, elas são chama­das e comparecem! A aten­ção, recai sobre a frase: ale­grem-se comigo! Interessante é que as chamadas não vêm para ajudar a pagar uma promessa, ou para arrumar a casa na qual se remexeu tudo, mas para ‘Alegrar-se com’.

Ao encontrar algo perdido os protagonistas da parábola convidam, recebe e acolhe qual­quer pessoa. Há um processo de integração pessoal passa não pelo sangue, nem pelo trabalho, nem pela simpatia. Passa pelo valor da partilha do que lhe é tão precioso, tão necessário para viver: a transparência: eu perdi uma moeda; eu perdi uma ovelha; meu filho estava morto e reviveu, voltou.

Caro irmão quero te dizer que perder faz parte de nosso jeito humano de caminhar. Tomar consciência da perda é algo de importante. A mulher que perdeu uma dracma entra num processo de busca, de procura e o pastor também. O filho caiu em si e descobriu que tinha um pai.

Pode ser que alguém que esteja lendo esse texto tenha ‘perdido’ Deus, isto é, tenha deixado a comunidade, esteja frio na prática da fé, sua oração virou rotineira ou nem reza mais. Pode ser que você acha que não há a menor necessidade de esforçar para buscar Deus, para reconhecer suas fontes verdadeiras, porque tudo é verdadeiro, basta que eu pense positivo. Eu posso fazer um Deus conforme a minha verdade, que é, aliás, a minha necessidade.

Meu irmão, Deus aproveita todas as oportunidades para se aproximar de nós. Ele considera o menor sinal de interesse por Ele como oportunidade para um relacionamento íntimo. Hoje, devido às ansiedades e às preocupações que o homem tem, é um desafio prestar atenção na manifestação diária de Deus.

Padre Vicente Paulo Braga, fam

Domingo, 12 de setembro de 2010

24º Domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Santíssimo Nome de Maria (Memória facultativa), Albeu de Emly (bispo), Autônomo da Bitínia (bispo, mártir), Curonoto de Icônio (bispo, mártir), Eanswida de Folkestone (abadessa), Guido de Anderlecht (leigo, sacristão), Hieronides, Leôncio e Companheiros (mártires de Alexandria, no Egito), Macedônio, Teódulo e Taciano (mártires de Mera, na Frígia), Sacerdote de Lião (bispo), Silvino de Verona (bispo)

Primeira leitura: Êxodo 32, 7-11.13-14
E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer.
Salmo responsorial: 50, 3-4.12-13.17.19
Vou agora levantar-me, volto à casa do meu Pai.
Segunda leitura: 1 Timóteo 1, 12-17
Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.
Evangelho: Lucas 15, 1-32
Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte.

Os cristãos, nas circunstancias atuais, andamos desconsertados. Uma onda crescente de materialismo nos invade, morreram quase todas as velhas utopias, uma política monetarista e de realismo cruel se impõe em todos os níveis; a sociedade se seculariza a passo forçado, parece como se a barca de Pedro – a Igreja, comunidade de comunidades – fosse afundar.

Diante disso, os que ainda fazemos parte do redil, temos a tendência a refugiar-nos para formar um círculo fechado. Muitos já foram, e deles nos despedimos com tristeza e resignação. Outros não entram no aprisco, porque o panorama não os atrai. Ficamos uns poucos, voltados sobre nós mesmos, nos dedicamos a salvar-conservar o que nos resta, já que muito já foi perdido.

Dá a impressão de que se foram as noventa e nove ovelhas, ficando apenas uma, cuja atenção e conservação estamos dedicados por inteiro. Duas parábolas do evangelho de Lucas, a da ovelha perdida e a da mulher que perdeu a moeda, e uma terceira, a do filho pródigo, convidam a uma mudança de tática e de estratégia pastoral.


Por maus tempos que corram, por muita adversidade que nos rodeie, por muito grande que seja a onde de secularismo que nos invade, os cristãos não podemos dedicar-nos a conservar o que temos, pois cada vez iremos perder mais.

A atitude cristã tem que ser arriscada, ainda que não insensata: é preciso deixar bem guardado o que já temos e sair do aprisco para buscar a ovelha perdida; é preciso varrer a casa para encontrar a moeda escondida entre as ranhuras das pedras do solo; é preciso receber com braços abertos o filho que se foi e, quando isto aconteça, é preciso fazer uma grande festa.


O que acontece é que, com freqüência, não estamos dispostos a isso. É incômodo para nós sair e buscar a ovelha perdida ou varrer toda a casa para encontrar uma única moeda. Assemelhamo-nos ao filho mais velho da parábola que preferia a ausência de seu irmão e não viu com bons olhos a acolhida do pai. Aquele filho mais velho não aprendeu o fundamental. Enquanto em uma família falta um irmão, ela está incompleta. Não é possível nem a alegria nem a festa, ou estas são passageiras e fugazes.

O plano de Deus de restaurar a família, dividida desde Caim, exige capacidade imensa de esquecimento e perdão. E ele não estava disposto a perdoar, porque tampouco havia aprendido a amar. Quem ama, perdoa sempre, releva sempre, esquece sempre. Por isso necessitou da ação magistral do pai, imagem de Deus que acolheu o irmão mais novo, mandou vesti-lo das melhores roupas e organizou uma festa por ter voltado.


Talvez por isso nossas comunidades não tenham muita alegria: há muitos irmãos que estão faltando... Falta tanto interesse em buscá-los e acolhê-los de volta... Não é estranho que, com essa estratégia de conservar e cuidar do que temos, antes ou depois perdemos tudo.


A promessa de Deus a Abraão, lembrada na primeira leitura deste domingo, continua vigente: “Multiplicarei vossa descendência como as estrelas do céu...”. Deus fala de multiplicar e não de dividir ou deixar por menos. Esse Deus – que está disposto inclusive a perdoar seu povo, que enquanto Moisés subiu ao monte, se esqueceu de Deus – ele mantém a palavra.

Porém, esta promessa requer – para que se torne realidade – nossa participação ativa, buscando a ovelha e a moeda perdidas e acolhendo o irmão que se foi, porém que volta arrependido. Nossa comunidade tem que estar voltada para fora por natureza.

Paulo, na segunda leitura, dá graças a Deus, porque experimentou em si mesmo sua compaixão e perdão, confiando-lhe o ministério de anunciar o evangelho aos pagãos, não que esses tenham ido, mas que não tinham pertencido nunca à comunidade e aos que é preciso anunciar o evangelho.

Não podemos ficar trancados em nós mesmos, temos que sair e buscar os que nos deixaram ou os que nunca ouviram a mensagem do Senhor para convidá-los à festa da comunidade.

Missionários Claretianos

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Evangelho - Lc 15,1-32

Haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte.

Jesus preferia sempre estar na companhia dos sofridos, dos excluídos da sociedade injusta, dos pecadores, os quais por sua vez, percebendo que Jesus não os desprezavam, se aproximavam sem medo ou receio, para ouvir as palavras de salvação. “Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar.”

Será que nós que somos pessoas importantes da alta sociedade, pessoas que desfrutam de grande prestígio por exercer profissões ou cargos importantes e receber vultosos salários, dedicamos algum minuto para dizer uma palavrinha à faxineira, ao serviçal da manutenção, ao segurança, enfim, àqueles que são menos ou nada importantes?

Ou será que temos medo de que aqueles do nosso nível vejam o nosso gesto e nos critiquem por dar atenção a um humilde funcionário? Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.”

É por isso que as pessoas importantes só falam com gente do seu nível. Porque gente fina é outra coisa, e nada mais importante do que a posição social do cidadão. Estas são frases muito usadas nas altas rodas sociais, onde as pessoas não se aproximam nem falam com os humildes por medo se contaminarem com a falta de importância deles.

Muitas vezes o rico tem coração bom, é caridoso, tem pena dos que sofrem, mas são impedidos pelos familiares de se aproximarem dos humildes, e de fazer caridade. Isso para que aqueles do seu nível não fiquem sabendo.


Neste Evangelho Jesus fala das ovelhas perdidas. Quantas ovelhas perdidas temos nos dias de hoje! Quanto jovem que já se encontram envelhecidos pelas baladas, pelos exageros na sua maneira de se divertir, etc, etc, e principalmente etc?

Meus irmãos. Jesus nos convida hoje a ir atrás destas ovelhas perdidas. “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la?” Quantos pais e quantas mães hoje gostariam de poder fazer isso! De largar tudo e ir resgatar o filho, a filha que se perderam nas tempestades de prazer, e nas aventuras de aproveitarem a vida como se nunca fossem envelhecer, como se esta vida se resumisse nesta vida, como se nada mais existisse além da realidade presente.

As ovelhas perdidas de hoje

Hoje também, temos grande o número de ovelhas perdidas que nós precisamos arrebanhá-las de novo à casa do Pai. Ovelhas que se perderam na imensidão da pornografia dos filmes, da internet, da televisão, dos bailes, etc. Ovelhas que estão perdidas num mundo de prazer pelo prazer, e que nos diz que quem age de maneira diferente não está com nada. Então é aí que o bicho pega! Pois o jovem fica numa situação muito difícil. Conhece aquela? “Se tirar rasga. Se deixar, o gato come”? É assim. O jovem consciente, participante de um grupo de outros jovens da sua idade, reage de forma positiva a esse estado de coisas. Mais no que se refere àqueles jovens que faz parte do grupo das ovelhas perdidas, a coisa é muito complicada. E como nós poderemos salvá-los? Ou pescá-los?

Este é o grupo de ovelhas perdidas mais difícil da Igreja. Quanto às ovelhas perdidas do grupo dos adultos, talvez pudéssemos arrebanhá-los na hora do casamento, com os cursos para casamento, ou catequese de adultos. Já o grupo de ovelhas perdida da terceira idade, é o mais fácil, ou o menos difícil. Pois já se encontram no fim da caminhada vital, e os argumentos relacionados sua salvação sempre lhes cairão bem. Parece que nos esquecemos de mencionar as crianças. É que na verdade, elas ainda não fazem parte de nenhum grupo de ovelhas perdidas, pois estão sendo iniciadas na vida cristã.

Bem. Jesus explica com exemplo que a alegria no céu é muito maior quando um pecador se volta para Deus. Parecido com uma ovelha perdida. Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: 'Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida! Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”

Jesus. Diga-nos como podemos atingir aqueles que se desviaram do teu caminho. Que se perderam na imensidão das ilusões do mundo atual e nem pensam em se voltar para a Igreja. Amém.

Sal

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Os filhos Pródigos de hoje.

Ainda hoje têm muitos pais e principalmente mães chorando por causa do filho ou da filha que saiu de casa para estudar na Capital, ou o filho que conseguiu um emprego no exterior, ou que foi transferido pela empresa em que trabalha para outra cidade. Passam-se os meses e a mãe chora quase todo dia ao olhar a foto do filho ou da filha querida, não vendo a hora de ver a sua pessoa entrar pela porta.

Mas finalmente os filhos voltam nas férias, no Natal, e todos matam a saudade enquanto eles estranham o quanto os seus filhos ficaram diferentes, ou o quanto mudaram.

Mais a dor maior dos pais é quando eles perdem um filho. Quando menos se espera, uma jovem ou um jovem cheio de saúde e esperança no futuro vem a morrer. Morrer de acidente, AIDS, dengue, etc

Outros pais perdem os filhos para a violência, este monstro que está devorando a sociedade atual. Jovens que pelas mais diversas razões saem de casa para viver as suas vidas deixando os pais irremediavelmente tristes.

Prezados irmãos. Isso é bem parecido com a estória do Filho Pródigo do Evangelho de hoje, narrada por Jesus, para retratar uma realidade do seu tempo e ao mesmo tempo mostrando o que acontece quando nos afastamos de Deus, quando fugimos da casa do Pai.

E podemos entender com este texto, o quanto o Evangelho é uma mensagem atual. Porque os filhos pródigos de hoje também abandonam os pais da Terra e O Pai Eterno, e se aventuram por diversos caminhos tão perigosos que eles acabam por se perderem completamente sem saber mais que rumo tomar, e sem menos esperar, estão presos em uma penitenciária, onde comem uma comida parecida com aquela que o filho pródigo da liturgia de hoje pegava dos porcos para matar a sua fome.

Outros filhos pródigos da atualidade somem ou morrem cedo em decorrência da vida perigosa a qual se envolveram. Tudo aquilo para eles, por serem jovens, pode até talvez representar divertimento, tendo em vista o alto grau de aventura, e adrenalina. Porém para os pais, principalmente a mãe, as emoções são outras. Sofrimento em dose dupla. Sofrimento que não os deixa dormir e até mesmo comer.

Por outro lado, porém em alguns casos, é grande a alegria quando um desses jovens volta para casa para a felicidade dos pais.

A mãe, já tanto sofrida e abatida, nem acredita no que vê. Aquela filha que um dia partiu de casa dizendo: Mãe. Vou viver a minha vida. Ou o filho que um dia disse: Pai. Não dá mais! “Tô indo pro o mundo.” Vou correr atrás.

Ou aquele outro filho que teve de fugir às pressas de casa para não ser preso. Saiu apenas com a roupa do corpo. Outro filho pródigo que nem voltou para casa naquele dia do tiroteio... E um ano depois de tantas lágrimas e orações dos pais, recebem uma ligação telefônica. Era ele avisando que estava vivo, porém não podia dizer onde estava. A mãe faz perguntas, ele diz que precisa desligar...

Prezados irmãos. Estes são os filhos pródigos produzidos pela sociedade atual, que é fruto da mídia em todas suas modalidades: cinema, televisão, internet etc.

Nós cristãos de todas as religiões, podemos fazer muito para evitar esse tipo de sofrimento das famílias atuais, conscientizando os jovens para não inverterem a escala de valores. Mostrar para eles a importância da família, e toda a mensagem de Cristo.

Porém, existem casos que não podemos fazer nada de prático, além de rezar por eles. Muita oração. Não só dos pais e parentes, mas de fiéis de grupos de orações.

Sal.

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SOU MELHOR QUE O OUTRO?

24º Domingo Comum

Evangelho (Lucas 15,1-32)

Domingo, 12 de Setembro de 2010

ENTENDO O EVANGELHO

No evangelho de hoje vemos três parábolas: Ovelha Perdida, a da Dracma e a do Filho Pródigo, apresentadas por Jesus e que tem o objetivo de dar uma resposta aos murmúrios farisaicos. Os fariseus questionavam o fato de Jesus dar preferência ao publicanos e pecadores.

Para entendermos o que Jesus quer dizer não podemos desvincular uma parábola da outra. Nas duas primeiras parábolas Jesus nos mostra a “busca pelo perdido”. O “perdido”, tem muito valor para Jesus, mas para os fariseus isso é desqualificado e insignificante: a ovelha, a pior do rebanho e desobediente; o dracma, um décimo do valor do acervo monetário.

Encontrar a ovelha e levá-la para a casa é função do pastor. E por isso Jesus nos mostra que esta ovelha deve ser conduzida a Ele, pois ele é o caminho.

Agora vamos aprofundar um pouco mais no contexto do filho pródigo. Nesta parábola a ênfase recai sobre o arrependimento, em prejuízo do cumprimento da lei. O “justo”, que cumpre a lei, fica por fora da festa, pois, não “concorda” com “o injusto arrependimento”, inaceitável para ele. Para o filho mais velho não é compreensível acolher alguém com tanto carinho depois de tudo o que fez. O mérito, se houvesse deviria ser dado ao filho mais velho que a todo momento esteve junto.

Porém, o que vale para o Pai, Deus, não é apenas o cumprimento de tarefas e leis, mas sim uma conversão de coração.

VIVENDO O EVANGELHO

Astuto leitor, essas parábola tornam uma fonte para matarmos nossa sede nos conhecimentos de Jesus. Podemos vivê-las de duas formas: nós aproximarmos de Deus por que ainda estamos perdidos e/ou ajudarmos os que estão perdidos a encontrar Jesus. Tudo irá depender de em qual caminhos nos encontramos.

A religião atualmente é vista, por alguns, como uma alienação social, um refúgio dos que não possuem princípio de vida. E infelizmente este coro vem aumentando. Todavia, viver plenamente a religião é não se alienar do mundo, é entendê-lo. Quando vemos que Jesus quer que encontramos a ovelha perdida ele está dizendo a cada um de nós para não nos afastarmos de seu caminho. Encontrar a ovelha e o dracma perdidos é nos reencontrarmos e automaticamente levamos mais pessoas conosco.

Um pensamento que vale ser ressaltado seria a nossa forma de pensar como o filho mais velho. Quantas vezes em nossa comunidade sentimos ciúmes dos que a ela retornam? Quanto vezes em nossas famílias menosprezamos os que estavam a um passo da morte por motivo que eles mesmo provocaram? E talvez esse pensamento foi provocado por nos acharmos melhor do que muitos? Mas será que só porque você cumpre todas as leis e nunca faltou em sua missão você é melhor que os outros? Pense nisso!

Você pode ser melhor do que é. E isso não é coisa de outro mundo.

Professor Isaías da Costa

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O FILHO PRÓDIGO - É PRECISO FESTEJAR

Somente em Lucas, o evangelho da misericórdia, encontramos a parábola do pai bondoso e seus dois filhos. Foi contada por Jesus para responder aos doutores da lei
e fariseus, que se consideravam justos e
o criticavam por conviver com pecadores.

O pai da parábola representa o próprio Deus, cujo amor é incondicional. Mas vale a pena nos colocarmos no lugar de cada um dos filhos, porque em cada um de nós há um pouco do irmão mais novo e outro tanto do irmão mais velho.

O mais novo é aventureiro e gasta tudo numa vida sem princípios nem responsabilidades. Acaba reduzido a nada e então inicia um processo de conversão, ao tomar consciência de estar moralmente reduzido a menos que os porcos. Daí vem a descoberta, ou a recordação, de que o Pai sempre foi bondoso e sempre o será. O filho mais novo faz-nos lembrar nossos erros e a conversão a que somos chamados a cada dia.

O filho mais velho, ao invés, é o “Justo” da história. O justo que obedece ao Pai esperando receber recompensa. Mas sua atitude mostra que é preciso ir além da simples obediência. A justiça do Pai chega à misericórdia, ao perdão, pois supõe a
responsabilidade junto com o amor misericordioso. E no amor fraterno não há lugar para a inveja, tal como a do filho mais velho. Colocar-se no lugar deste é reconhecer em nós a atitude de nos considerarmos justos e vermos somente erros nos outros.

A parábola é convite a olhar os que erram com o olhar misericordioso do Pai. Porque ninguém é justo o suficiente e ama o suficiente. E é interessante notar que a história contada por Jesus fica aberta, como que sem fim. O filho mais velho vai entrar para a festa do retorno do irmão? Nós é que daremos um final, demonstrando ao Pai quão fraternos somos: se nos alegramos e entramos para a festa com os irmãos que pecaram e voltaram ou se preferimos assumir a atitude "bem comportada de quem simplesmente obedece, mas está fechado ao amor misericordioso do Pai.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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O FILHO PRÓDIGO

Comentário

Acolhidos pelo Pai

Mais de uma vez já escutamos e meditamos a parábola que nos traz o Evangelho de hoje a parábola do filho pródigo. É uma dessas histórias que chega ao coração, que nos toca por dentro. Expressa de uma forma esplêndida a força da misericórdia e do perdão. Escutando-a se faz transparente o que significa a reconciliação.

Mais a realidade de nosso mundo diz-nos aos gritos que hoje estamos precisando escutar esta palavra de Jesus, tratar de situar em seu contexto e aplicar a nossa vida. Basta olhar o mundo da economia, da política, da sociedade em general, para ver que, ainda que tenhamos feito boas leis e declarações de direitos que deveriam facilitar a convivência e o diálogo entre todos, ainda falta muito para que se cumpram. Todas essas leis não têm conseguido eliminar a violência nem o egoísmo de nosso mundo.

Precisamos nos reconciliar

Há muitas pessoas que se sentem rompidas por dentro precisamente porque não se sentem reconciliadas, porque têm feridas abertas. Necessitam dos gritos de misericórdia dos demais. Sua forma de atuar, violenta às vezes, sem misericórdia tantas outras, falam que nunca experimentaram o amor verdadeiro, legítimo, incondicional, generoso de um pai que lhes acolha com o coração aberto.

Há que escutar de novo esta parábola para conhecer como é Deus - essa é provavelmente a verdadeira conversão: ajustar nossa idéia de Deus ao “Abbá” de Jesus que se revela no Evangelho - Devemos deixar que sua Palavra chegue ao nosso coração e que a misericórdia que nela se expressa cure nossas feridas e nos permita ser homens e mulheres novos, as “criaturas novas” de que fala Paulo na segunda leitura, capazes primeiro de nos sentir reconciliados por dentro e depois de exercer em nosso mundo o ministério da reconciliação.

Sentir-nos reconciliados é sentir o abraço do Pai que nos acolhe. Mesmo que tenhamos a experiência de ter ido da casa do Pai com nossa metade da herança e a ter dilapidado ou não. Nos dois casos, com o filho menor e com o filho maior, o pai sai em sua busca se aproxima deles, lhes abre seu coração e, com palavras ou com gestos, lhes diz que “tudo o que meu é teu”. Não há condições na acolhida. Não se impõem penitências. Pelo contrário, abre-se a porta do banquete e os convida a compartilhar da festa e da alegria desbordantes da fraternidade.

A Eucaristia, lugar de reconciliação

Há que assinalar um detalhe deste Evangelho. A comida, e tudo o relacionado com ela, está presente em toda a história. Os fariseus acusam Jesus de comer com os pecadores. Isso é o que motiva a Jesus contar a parábola. O filho menor vai-se com sua parte da herança e a esbanja vivendo perdidamente. E a todos nos vem à imaginação que a gastou em banquetes fabulosos entre outras coisas. Mas aqueles banquetes não criam relações autênticas. Quando termina o dinheiro, fica sozinho. Sente fome. Pensa que os diaristas de seu pai têm pão abundante para comer. Isso lhe motiva a tomar o caminho de volta. Mas o pai não lhe oferece pão senão um verdadeiro banquete onde o carinho era mais importante que o bezerro e o traje de festa. Nele estão quando o filho maior se queixa de que seu pai não lhe deu nunca um cabrito para banquetear com seus amigos.

Comida, fome, banquete, mesa comum. Não soa todo isso a Eucaristia? Não será a mesa comum o lugar privilegiado onde se expressa e se experimenta a fraternidade? Na celebração da Eucaristia acolhemos ao irmão, sentimo-nos acolhidos e experimentamos a reconciliação, a misericórdia sem medida de Deus. Rezamos juntos a “Oração do Pai Nosso” e compartilhamos o mesmo Pão. E ao final somos enviados ao mundo para levar o ministério da reconciliação, para acolher aos irmãos e irmãs, a todos os que encontremos e fazer de nossa vida e de nosso mundo uma Eucaristia.

Fernando Torres

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

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O FILHO VAI PARA UMA TERRA DISTANTE

Para o Papa Bento XVI, ele diz que esta é talvez a mais bela parábola de Jesus. Com esta parábola, Jesus prossegue com a tradicional dialética dos dois irmãos (Caim e Abel, Ismael e Isaac, Esaú e Jacó, José e seus irmãos), mas imprime-lhe novo rumo. Começando pelo pai bondoso que já pode imaginar o que o filho mais novo via fazer, mas deixa-lhe o caminho livre. O filho vai para uma terra distante, afasta-se do pai (autônomo e com radical liberdade) e simplesmente quer desfrutar a vida – pensando que essa é a vida em plenitude - a pseudo liberdade já condenada pela Bíblia. A liberdade verdadeira é a liberdade compartilhada – o convívio faz parte da essência humana, pois a falsa autonomia conduz à escravatura. O pródigo vive longe de sua essência, percebe sua fraqueza, entra em si mesmo. A conversão é quando ele reconhece seu erro e volta ao pai – que, de longe, já vai ao seu encontro e ouve sua confissão. Para o Pai, o filho está morto e foi encontrado. Jesus justifica com o comportamento do Pai o Seu próprio comportamento. E essa ação do Pai contradiz o senso de justiça do filho primogênito e a de muitos que ainda se vêem como cristãos, mas só são hipócritas por não conterem a graça do perdão em seus corações. Que Deus não nos faça cometer os erros de seus dois filhos, mas nos faça de fato compreender a grandeza de ser sua nova criatura e livre, amém. (Lincoln Spada)

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O FILHO PRÓDIGO SÃO TODOS QUE SE AFASTAM DE DEUS.

O filho pródigo são todos aqueles que neste momento estão longe da presença de Deus, aqueles que pararam de rezar, pararam de ir à missa, e trilharam o caminho do prazer e de outros pecados. A vida se tornou um inferno, semelhante àquele jovem que teve de comer a lavagem dos porcos para sobreviver.

Viver longe de Deus não é viver. É vegetar. É acumular pecado sobre pecado nos tornando um ser obscuro, uma presa fácil de satanás, com medo do futuro ou do que possa vir pela frente, um ser infeliz que faz os outros infelizes também. Com a consciência pesada e a alma arreada pelo peso dos pecados, este filho que abandonou os cuidados do Pai, agora está penando sem rumo e sem destino, até que se decida voltar para a casa do Pai, até que decida voltar-se para Deus.

Meu irmão, minha irmã, com certeza, assim como Jesus nos mostra na parábola de hoje, haverá muita alegria no céu no dia em que você criar coragem e voltar-se para Deus. No momento em que você começar a rezar, ou ao passar na frente de uma igreja entrar para falar com Jesus, ou mesmo quando procurar um sacerdote para limpar-se da sujeira dos seus pecados através de uma confissão, e vestir uma roupa nova, vestir novamente as vestes brancas do estado de graça, e experimentar novamente a alegria da amizade com Deus!

Quando dizemos temor de Deus, geralmente esta expressão causa um duplo efeito nas pessoas dependendo da sua criação, e da sua formação religiosa. Para uns, a afirmação temor de Deus está associada a um Deus rigoroso, que nos causa muito medo, que nos faz andar certinhos senão o castigo virá. Porque Deus castiga como dizia a minha avó. Assim temos a imagem de um Deus tirano, severo e vingativo, que nos penaliza se fizermos coisas erradas.

Já para outros, o temor de Deus nos conduz a figura de um Pai bondoso, que tolera tudo, e que nos perdoa. Não precisamos esquentar a cabeça, por que Deus é amor. Podemos aproveitar a vida a vontade, pecar bastante, e depois é só procurar um sacerdote, confessar, e “ tá limpo, cara!” beleza pura. Viu só no Evangelho de hoje? Jesus disse com aquela parábola que ser cristão é só alegria, moleque! Podemos andar por aí, aprontar todas, curtir a vida e depois é só voltar como o Filho Pródigo, e agora é só fazer as boas obras e esperar a recompensa de Deus.

Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Precisamos atinar ao meio termo destas duas concepções sobre a imagem de Deus. Jesus veio ao mundo para que o mundo seja salvo por Ele, isto é, Jesus nos deixou tudo o que necessitamos para nos salvar: Deixou um manual de instruções. Imagine que você comprou uma televisão moderna, tela widescreen 16:9, com várias saídas incluindo HDMI, com muitos recursos. E agora? Você está diante daquela “belezura” que é fruto da tecnologia moderna, e não sabe exatamente para que servem tantos botões e conexões. O que você tem de fazer? Consultar o manual de instruções, o qual foi feito por aquele que sabe como funciona aquele aparelho, pois foi ele quem o inventou. Sabe quem? Ele mesmo! O fabricante.

Jesus é Deus, e como ninguém, Ele sabe exatamente como funciona a nossa mente conjugada ao nosso corpo. Por isso deixou-nos um manual de instruções, que é o Evangelho, no qual está escrito tudo o que precisamos fazer e evitar para que um dia possamos merecer a vida eterna.

Além disso, Jesus nos deixou a Igreja com os sacerdotes para nos orientar e nos perdoar, e converter o pão no corpo de Cristo para nos alimentar a alma e o corpo.

Então, o temor de Deus, está parecendo mais um respeito por aquele Pai que nos ama, que nos convida a trilhar o caminho certo, mais que pode por instantes retirar de nós a sua mão protetora, e é aí que as coisas acontecem, como aconteceu ao filho pródigo quando estava cuidando dos porcos. Porque Deus é amor, mais Ele é justo. Deus não castiga, nós é que nos metemos em encrencas por nossas próprias mãos. Deus não nos abandona. Nós é que nos afastamos de Deus, muitas vezes, só para curtir a vida, pensando ou abusando da bondade do Pai, como um novo filho pródigo planejado.

Concluindo. A prática da vida moral, animada pela caridade, dá ao cristão a liberdade espiritual de filhos de Deus. Não precisamos nos posicionar diante de Deus como um escravo em temor servil, nem tampouco como um mercenário à espera do salário (recompensa), mas como um filho que responde ao amor daquele que nos amou tanto a ponto de entregar o seu filho por nós. Tenhamos cuidado, vigiando para não cairmos em tentação. Mais, porém, todavia, contudo se cairmos em pecado, nós contamos com o amor do Pai que nos ama com amor de mãe e fica feliz quando voltamos para casa.

Vamos refletir neste momento à luz do Evangelho e ouvir a voz de Jesus nos orientando, nos dizendo como podemos contribuir para ajudar os nossos irmãos que são os filhos pródigos de hoje. Confia. Jesus vai estar com você no momento em que se prontificar a ajudar quem precisa voltar para casa. Ele vai colocar as palavras certas na hora certa em sua boca. Ele vai lhe dizer o que fazer e como fazer.

Desejo a você, ou àquela pessoa que você sabe que se afastou de Deus, uma feliz volta para casa do Pai. Amém.

Sal

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FESTA DA RECONCILIAÇÃO

Que interessante e pertinente neste IV Domingo da Quaresma, 18 de março de 2007, a interpretação da parábola do Evangelho desde a perspectiva da Segunda Leitura: deixemo-nos reconciliar por Deus! É como se fosse dito aos dois irmãos da parábola: deixem-se reconciliar por vosso Pai!

Não sabemos por que o filho mais novo pediu sua parte da herança e partiu de casa. Pode ser porque não agüentava mais o seu irmão mais velho. Este, com sua legalidade e rigidez dava a impressão de querer ocupar todo o espaço, de pretender ser uma espécie de vice-pai, de ditar os destinos da casa. De fato, o final da parábola nos mostra como era difícil a convivência com uma pessoa que reprovava o mais novo pela sua má conduta e ao pai pela sua falta de justiça e atenção.

Em todo caso, aí temos dois irmãos se enfrentando: um obediente, outro desobediente, um entregue às ordens do pai, faz o que deve ser feito, o outro mais libertino e às vezes em excesso. São duas visões da vida contrapostas, que torna a convivência impossível: um se vai, o outro não quer entrar, um - quando toca fundo - deseja que o mestre lhe permita comer a alfarroba dos porcos, o outro reprova o pai por não ter recebido dele nunca um cabrito para comer com seus amigos. O irmão mais novo entra no banquete; do mais velho não sabemos nada.

Quando irmãos e irmãs vivem em universos diferentes, como é difícil se entenderem! Os irmãos mais velhos tendem a menosprezar os mais novos, a exercer uma espécie de tutela, a impor suas verdades. Tornam-se mais papista que o papa, isto é, mais pai que o próprio pai, mais religioso que o próprio Deus. E, talvez por reação, ou por um movimento de liberdade ou de rebeldia, os irmãos e irmãs mais novos tendem a praticar infrações... Aí esta o filho mais novo da parábola.

Na Bíblia são contadas histórias de reconciliação: entre Esaú e Jacó, José e seus irmãos. Como é duro o caminho que conduz à reconciliação! Como é necessário lutar! Alguns caminhos fazem que a reconciliação não seja alcançada. Paulo nos explica em que consiste a reconciliação:

Somente Deus é o autor da reconciliação! Estamos reconciliados e em paz com Deus porque Ele derramou sobre nos seu Espírito, seu amor (Romanos 5,1-11). Fomos reconciliados através da morte de seu Filho, Jesus. Em sua morte, estava o Abbá nos reconciliando, perdoando nossa culpa (reconciliação vertical)

Na reconciliação entre judeus e gentis. Jesus derruba o muro que nos separa. Seu sangue nos une (Efesios 2,12-20) (reconciliação horizontal).

Há uma reconciliação que afeta ou afetará a todas as coisas do céu e da terra, da humanidade, da natureza e da criação. Tudo entrará em uma fase de paz (Efésios 1,10; Colossenses 1,20) (reconciliação cósmica).

A Igreja está comprometida no trabalho da reconciliação. Sua missão é esta: proclamar que todos nos desejamos nos reconciliar por Deus.

É o pai da parábola quem convida os dois filhos a entrarem na festa da reconciliação. Ao filho mais novo não exige nada. Sensivelmente se comove ante ele, ao vê-lo voltar. Não necessita de nenhum tipo de discurso de desculpa. Não lhe impõem nenhuma pena, nem o submete a um longo processo. Tudo é repentino. A Graça se torna exagerada. O filho mais novo aceita converter-se em uma nova criatura. Adquire uma nova identidade. Aceita também o irmão mais velho sem problemas e até o espera durante a festa.

O filho mais velho não quer saber nada sobre reconciliações. Ali aparece o pai para reconciliá-lo. Ele resiste. O pai lhe diz: tudo o que é meu é teu! Deverias alegrar-te pelo teu irmão! Se o filho mais velho aceita-se o convite se converteria em uma “criatura nova”. E a paternidade-maternidade completa chegaria de novo a renascer. É que quando não há fraternidade, nem solidariedade, a paternidade-maternidade de Deus está em perigo. O Abbá quer reconciliar seus filhos e filhas porque é Pai-Mãe, porque assim lhes dá a vida.

Somos testemunhas em nosso tempo de muitas histórias de reconciliação que não chegam a concluir-se. . Não há paz. Recorre-se à violência física, ou à violência verbal. Condenam-se algumas pessoas depois de serem mantidas em julgamento durante anos, cria-se um ambiente de suspeita, de pormenores na investigação do outro, que nada tem que ver com o Jesus das parábolas, nosso Senhor, nosso Deus feito homem.

Não nos somos os que reconciliam. Deixamos que seja o Espírito aquele que nos une e reconcilia. Não são nossas decisões as que trazem unidade. Somente o estremecimento ante a morte de nosso Senhor Jesus, somente seu sangue derramado, somente Seu estar aos nossos pés para nos lavar será capaz de nos fazer lutar pela reconciliação.

Não percamos tempo nos querendo convencer uns aos outros. Sejamos humildes embaixadores de Deus. Não suplantemos ao Deus da Reconciliação, ao bom Pai-Mãe!

José Cristo Rey Garcia Paredes

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Domingo

Lc 15,1-32

Parábola da Infinita Misericórdia

A reflexão do Evangelho desse domingo será homenagem ao Monsenhor Catão, que considera que o nome correto para a Parábola do Filho Pródigo seria a Parábola da Infinita Misericórdia, porque o que mais se destaca não é a miséria do filho, mas a misericórdia do pai. Pensando nisso, resolvi fazer uma reflexão baseada no que o pai deveria estar pensando, momentos antes do filho aparecer ao longe...

"Como essa casa está triste... por onde deve andar meu menino a uma hora dessas, nesse fim de tarde, com o sol já se pondo... será que eu ainda poderei encontrá-lo novamente?... Será que eu ainda terei a chance de contemplar aquele olhar que para os outros sempre foi tão destemido, mas que para tudo o que fazia, sempre buscava a minha aprovação... E ficava tão feliz quando recebia o meu apoio...

Como fui tolo em deixá-lo tão solto... em não tê-lo aproveitado mais enquanto esteve aqui, junto a mim... meu filho... sentado aqui nessa varanda e vendo o sol se pôr mais uma vez, eu seria capaz de contar cada minuto em que estive esperando você aparecer naquele horizonte... E nesta triste solidão, me vem à memória toda a tua vida... desde o dia em que a sua mãe me deu a notícia de que você viria ao mundo... quanta alegria!!! Passamos a noite em claro pensando e falando sobre você... seu nome, seu quarto, seu enxoval, os planos que fizemos para você... e depois a felicidade do seu irmão, dos seus avós, dos nossos amigos... lembro tantos detalhes...

Depois, quando você nasceu, era o bebê mais lindo do mundo! Foi coberto com todo o carinho e amor do mundo! Você trouxe tanta felicidade ao nosso lar... Seus primeiros meses, quando estava aprendendo a dar os primeiros passos... quando falou as primeiras palavras... e depois de tantos "pa, pa, pa...", você falou "pa-pai"! Cada vez que me lembro, meus olhos enchem de lágrimas e a garganta se trava... De todos os braços que lhe pegavam, você sempre preferiu os meus... E isso fazia que eu me sentisse cada vez mais responsável por você...

O tempo foi passando, você foi crescendo... e a sua infância foi sempre à sombra do seu irmão mais velho... sempre observando como ele agia, para tentar imitar, do seu jeito... mas como era difícil... Eu percebia, e achava tão interessante, mas não pensei que isso fosse, aos poucos, levando você a procurar um caminho tão diferente...

Não sei quando foi o momento da sua adolescência em que você começou a se distanciar dele, e de mim... Eu andava tão ocupado, que tantas vezes deixei de lhe procurar para saber o que você estava passando... como andava a sua vida, seus pensamentos... E você também passou a conversar menos em casa... Suas amizades passaram a ter cada vez mais importância do que a sua família... Seu irmão mais velho cada vez mais prosperava, e se destacava em tudo o que fazia, ocupando cada vez mais espaços... e você, quando desistiu de disputar espaço com ele, procurou lugares onde você se sentisse mais valorizado...

Hoje fico pensando... Como fui tolo... De que adianta ter tanto dinheiro, estar tão bem, num lugar tão bonito, se não posso ter meu filhinho aqui comigo?.. Se eu bem o conheço, deve ter gasto todo o dinheiro da herança... e nem consigo imaginar o que poderia estar fazendo para sobreviver nesse mundo tão duro... se é que está vivo... como eu queria poder vê-lo mais uma vez, para dizer o quanto o amo, o quanto eu o quero perto de mim, o quanto eu... Mas quem é aquele que está vindo lá longe? Pelas roupas esfarradapas... deve ser um mendigo... Mas esse caminhar, eu estou reconhecendo... É O MEU FILHO!!!"

E o pai foi correndo de encontro ao filho, e o resto nós já sabemos...

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com

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SOLIDÁRIO COM OS PECADORES

As chamadas "parábolas da misericórdia" ilustram a atitude de Deus, bem como a de Jesus, em relação aos pecadores. E constitui-se numa chamada de atenção para os discípulos.
A preocupação principal de Deus em relação à humanidade é que todo ser humano obtenha a salvação. Quem está mais pervertido pelo pecado, obviamente é olhado com especial atenção. É preciso abrir para eles perspectivas de uma vida nova, fundada no amor e na solidariedade. Daí o esforço de Jesus para acolhê-los, fazer-se próximo deles e apresentar-lhes o projeto de vida almejado pelo Pai.
E mais, procurar ajudá-los a superar o preconceito de que são vítimas, mostrando-lhes como o Pai é o maior interessado na conversão deles, pois se alegra quando alguém consegue mudar de vida, rompendo com o passado pecaminoso. A imagem do Deus furioso e vingativo é substituída pela imagem do Pai clemente e misericordioso, que pacientemente espera a volta do pecador arrependido.
A familiaridade de Jesus com os pecadores chocava-se com a ortodoxia religiosa de seu tempo. Ele se recusava a cultivar o ideal de ver separados os justos dos pecadores, os bons dos maus. Antes, imitando a misericórdia divina, tudo fazia para que os pecadores voltassem à casa paterna. Aí descobririam a alegria do Pai, ao vê-los de volta.

Prece
Espírito que possibilita a conversão, mantém meu coração aberto aos pecadores, confiante de que são atraídos pela misericórdia do Pai.

Pe. Jaldemir Vitório

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A VIRTUDE DA HUMILDADE

A virtude da humildade constitui o alicerce de todas as outras virtudes.

A humildade atrai sobre si o amor de Deus e o apreço dos outros, ao passo que a soberba os repele. Por isso, a primeira leitura (Eclo 3,19-21. 30-31) aconselha-nos: “Nos teus assuntos, procede com humildade, e haverão de amar-te mais que ao homem generoso. E na mesma passagem: Torna-te pequeno nas grandezas humanas, e alcançarás o favor de Deus, e Ele revela os seus segredos aos humildes”.

O homem humilde compreende melhor a vontade divina e sabe o que Deus lhe vai pedindo em cada circunstância. O humilde respeita os outros, as suas opiniões e as suas coisas; possui uma especial fortaleza, pois apóia-se constantemente na bondade e onipotência de Deus: “Quando sou fraco, então sou forte”, proclama São Paulo.

No Evangelho (Lc 14, 1. 7-14) no banquete na casa do fariseu, o Senhor diz: “Quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo vem mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. Porque todo aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilha será exaltado”.

A ambição, uma das formas de soberba, é causa freqüente de mal-estar em quem se deixa levar por ela. “Por que ambicionas os primeiros lugares? Para estar por cima dos outros?”, pergunta-nos São João Crisóstomo.

A virtude da humildade não tem nada a ver com a timidez ou a mediocridade. A humildade leva-nos a ter plena consciência dos talentos que Deus nos deu, mas para fazê-los render com o coração reto.

A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. Tudo o que é bom vem de Deus; a deficiência e o pecado, esses, sim, são nossos. Humildade é reconhecer que valemos pouco – nada -, e ao mesmo tempo sabermo-nos “portadores de essências divinas de um valor inestimável”.

A humildade elimina os complexos de inferioridade – que com freqüência resultam da soberba ferida -, torna-nos alegres e serviçais, sequiosos de amor de Deus: Nosso Senhor porá em nós tudo o que nos faltar.

Só o humilde procura a sua felicidade e a sua fortaleza no Senhor. Um dos motivos pelos quais os soberbos andam à cata de louvores e se sentem feridos por qualquer coisa que possa rebaixá-los na sua própria estima ou na dos outros, é a falta de firmeza interior; o seu único ponto de apoio e de esperança são eles próprios.

Os maiores obstáculos que o homem encontra para caminhar no seguimento de Cristo têm a sua origem no amor desordenado de si próprio, que o leva umas vezes a supervalorizar as suas forças e, outras, a cair no desânimo e no desalento.

São Bernardo indica diferentes manifestações progressivas da soberba: a curiosidade, o querer saber tudo de todos; a frivolidade de espírito, por falta de profundidade na oração e na vida; a alegria tola e deslocada, que se alimenta freqüentemente dos defeitos dos outros e os ridiculariza; a jactância; o prurido de singularidade; a arrogância; a presunção; o não reconhecer jamais as falhas próprias, ainda que sejam notórias; a relutância em abrir a alma ao sacerdote na Confissão, por parecer que não tem faltas…O soberbo é pouco amigo de conhecer a autêntica realidade do seu coração e muito amigo de calcar os outros aos pés, seja em pensamento, seja pelas suas atitudes externas.

Juntamente com a oração, que é sempre o primeiro meio de que devemos socorrer-nos, procuremos ocasiões de praticar habitualmente a virtude da humildade: nos nossos afazeres, na nossa vida familiar, quando estamos sozinhos…, sempre!

A humildade é tão necessária para a salvação que Jesus aproveita qualquer circunstância para colocá-la em relevo.

Procuremos, na medida do possível, falar pouco de nós mesmos, dos nossos assuntos, daquilo que nos exaltaria aos olhos dos outros…; procuremos evitar sempre a ostentação de qualidades, bens materiais, conhecimentos…

Aceitemos as contrariedades com paciência, sem mau-humor, oferecendo-as com alegria ao Senhor; aceitemos sobretudo as pequenas humilhações e injustiças que se produzem na vida diária, pensando sinceramente: “Que é isso para o que eu mereço?” (Caminho, nº 690).

Cuidemos de não insistir nas nossas opiniões, a não ser que a verdade ou a justiça o exijam, e empreguemos então a moderação unida à firmeza.

Passemos por alto os erros alheios, desculpando-os e ajudando-os com uma caridade delicada a superá-los; cedamos à vontade dos outros sempre que não esteja envolvido o dever ou a caridade.

Aceitemos ser menosprezados, esquecidos, não consultados nesta ou naquela matéria em que nos consideramos mais experientes ou em mais conhecimentos; fujamos de ser admirados ou estimados, retificando a intenção perante os louvores e elogios. Devemos procurar alcançar o maior prestígio profissional possível, mas por Deus, não por orgulho, nem para pisar os outros.

Aprenderemos a ser humildes se nos relacionarmos sempre mais intimamente com Jesus.

Mons. José Maria Pereira

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FIM DOS COMENTÁRIOS SOBRE: QUEM SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO E NÃO ESCOLHA OS PRIMEIROS LUGARES

Verde. DIA 12 -- 24º DOMINGO Tempo Comum

1ª Leitura - Ex 32,7-11.13-14

E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer.

Leitura do Livro do Êxodo 32,7-11.13-14

Naqueles dias:
7O Senhor falou a Moisés:
'Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo,
que tiraste da terra do Egito.
8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes
prescrevi.
Fizeram para si um bezerro de metal fundido,
inclinaram-se em adoração diante dele
e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo:
`Estes são os teus deuses, Israel,
que te fizeram sair do Egito!' '
9E o Senhor disse ainda a Moisés:
'Vejo que este é um povo de cabeça dura.
10Deixa que minha cólera se inflame contra eles
e que eu os extermine.
Mas de ti farei uma grande nação'.
11Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo:
'Por que, ó Senhor,
se inflama a tua cólera contra o teu povo,
que fizeste sair do Egito
com grande poder e mão forte?
13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel,
com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo:
'Tornarei os vossos descendentes
tão numerosos como as estrelas do céu;
e toda esta terra de que vos falei,
eu a darei aos vossos descendentes
como herança para sempre' '.
14E o Senhor desistiu do mal
que havia ameaçado fazer ao seu povo.
Palavra do Senhor.

Salmo - Sl 50, 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15,18)

R.Vou agora, levantar-me, volto à casa do meu pai.


3Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!*
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4Lavai-me todo inteiro do pecado,*
e apagai completamente a minha culpa! R.

12Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.

17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,*
e minha boca anunciará vosso louvor!
19Meu sacrifício é minha alma penitente,*
não desprezeis um coração arrependido! R.

2ª Leitura - 1Tm 1,12-17

Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.

Leitura da Carta de São Paulo a Timóteo 1,12-17

Caríssimo:
12Agradeço àquele que me deu força,
Cristo Jesus, nosso Senhor,
pela confiança que teve em mim
ao designar-me para o seu serviço,
13a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava.
Mas encontrei misericórdia,
porque agia com a ignorância de quem não tem fé.
14Transbordou a graça de nosso Senhor
com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
15Segura e digna de ser acolhida por todos
é esta palavra:
Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.
E eu sou o primeiro deles!
16Por isso encontrei misericórdia,
para que em mim, como primeiro,
Cristo Jesus demonstrasse
toda a grandeza de seu coração;
ele fez de mim um modelo
de todos os que crerem nele
para alcançar a vida eterna.
17Ao Rei dos séculos,
ao único Deus, imortal e invisível,
honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Palavra do Senhor.

Evangelho - Lc 15,1-32

Haverá no céu mais alegria por
um só pecador que se converte.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-32

Naquele tempo:
1Os publicanos e pecadores
aproximavam-se de Jesus para o escutar.
2Os fariseus, porém,
e os mestres da Lei criticavam Jesus.
'Este homem acolhe os pecadores
e faz refeição com eles.'
3Então Jesus contou-lhes esta parábola:
4'Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma,
não deixa as noventa e nove no deserto,
e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la?
5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria,
6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos,
e diz: 'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a minha ovelha que estava perdida!'
7Eu vos digo:
Assim haverá no céu mais alegria
por um só pecador que se converte,
do que por noventa e nove justos
que não precisam de conversão.
8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma,
não acende uma lâmpada, varre a casa
e a procura cuidadosamente, até encontrá-la?
9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz:
'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a moeda que tinha perdido!'
10Por isso, eu vos digo,
haverá alegria entre os anjos de Deus
por um só pecador que se converte.'
11E Jesus continuou:
'Um homem tinha dois filhos.
12O filho mais novo disse ao pai:
'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'.
E o pai dividiu os bens entre eles.
13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era
seu e partiu para um lugar distante.
E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.
14Quando tinha gasto tudo o que possuía,
houve uma grande fome naquela região,
e ele começou a passar necessidade.
15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar,
que o mandou para seu campo cuidar dos porcos.
16O rapaz queria matar a fome
com a comida que os porcos comiam,
mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse:
'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura,
e eu aqui, morrendo de fome.
18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe:
`Pai, pequei contra Deus e contra ti;
19já não mereço ser chamado teu filho.
Trata-me como a um dos teus empregados'.
20Então ele partiu e voltou para seu pai.
Quando ainda estava longe, seu pai o avistou
e sentiu compaixão.
Correu-lhe ao encontro, abraçou-o,
e cobriu-o de beijos.
21O filho, então, lhe disse:
'Pai, pequei contra Deus e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho'.
22Mas o pai disse aos empregados:
`Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho.
E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés.
23Trazei um novilho gordo e matai-o.
Vamos fazer um banquete.
24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver;
estava perdido e foi encontrado'.
E começaram a festa.
25O filho mais velho estava no campo.
Ao voltar, já perto de casa,
ouviu música e barulho de dança.
26Então chamou um dos criados
e perguntou o que estava acontecendo.
27O criado respondeu:
`É teu irmão que voltou.
Teu pai matou o novilho gordo,
porque o recuperou com saúde'.
28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar.
O pai, saindo, insistia com ele.
29Ele, porém, respondeu ao pai:
'Eu trabalho para ti há tantos anos,
jamais desobedeci a qualquer ordem tua.
E tu nunca me deste um cabrito
para eu festejar com meus amigos.
30Quando chegou esse teu filho,
que esbanjou teus bens com prostitutas,
matas para ele o novilho cevado'.
31Então o pai lhe disse:
`Filho, tu estás sempre comigo,
e tudo o que é meu é teu.
32Mas era preciso festejar e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto e tornou a viver;
estava perdido, e foi encontrado'.'
Palavra da Salvação.