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HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
29 DE AGOSTO DE 2010
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SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS
INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS
Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.
Respeitamos todas as religiões.
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VÁRIOS COMENTÁRIOS PARA ENRIQUECER SUA HOMILIA. BOA CELEBRAÇÃO.
MUITO OBRIGADO PELOS ELOGIOS. EU OS REENVIO AO ESPÍRITO SANTO
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO DESTE DOMINGO
INTRODUÇÃO
Estamos em época de eleição e grande é o número daqueles que querem ganhar um lugar de altíssimo destaque na sociedade. Não só de destaque mas de altos salários. Mas para conseguir ganhar este lugar de muito poder, eles precisam daqueles que não têm nenhum poder, nenhuma importância social e econômica. Esperamos que desta vez, depois de eleitos, os atuais candidatos se lembrem de quem os colocou no poder. Que sejam gratos pelo grande favor que lhe fizemos, pela grande força que lhes damos através da única arma que temos. O VOTO. E esta arma deveria sem bem aplicada. Não vamos votar no rosto ou no sorriso mais bonito! Não vamos eleger o candidato que fizer o discurso mais inflamado, ou no mais experiente, mais sim naqueles que apresentarem as propostas mais de acordo com a justiça.
Muita coisa poderíamos aqui comentar sobre este momento político, mas vamos nos limitar ao mínimo.
Prezados irmãos. É assustador o grande número de crimes que diariamente são mostrados nos noticiários de T.V. E o que fazemos? Nada! Absolutamente nada! Nós pensamos e dizemos: Eles são maus. Deveriam ser como nós, que somos bons.
Errado! Nós também somos maus porque somos culpados, e somos culpados porque somos omissos. Somos cúmplices de tudo isso que está aí, porque se não fazemos o mal, também não fazemos o bem. Não procuramos levar os ensinamentos de Jesus nas escolas, na televisão, na internet na tentativa de mudar este quadro de violência do mundo atual que está ficando a cada dia mais insuportável. Nos lugares mais sossegados estamos vendo a violência instalada, e não estamos conseguindo dominar a situação e reverter o quadro. Todos estão encurralados sem saber o que fazer. Vai chegar a hora que ninguém mais vai poder nem viajar, nem tão pouco sair de casa.
Se não estamos fazendo o bem, não estamos fazendo nada. Porque estamos com a consciência adormecida, anestesiada, estamos com medo ou acomodados de braços cruzados diante do caos em que o mundo está se transformando. Até parece que o mal está vencendo o bem. Nós cristãos, não podemos nos acovardar, nos acomodar, ficar de braços cruzados, localizados nos grandes centros, na orla da praia, e achar que estamos cumprindo a nossa missão de cristãos conscientes.
Sei o que você está pensando. Como é que eu vou denunciar o crime? Eu não sobreviverei!
Caríssimos irmãos. Nós não podemos remexer o fundo do poço e incliná-lo para derramar a água contaminada ou suja, mas podemos derramar água limpa nesse mesmo poço, para purificá-lo pelo menos em parte.
Vamos derramar água limpa que é a mensagem de Cristo nas mentes dos jovens, mostrando a eles que Deus quer a salvação de cada um de sós. Vamos mostrar a estes jovens anestesiados pelo prazer e pelo conforto, que tudo isso é uma grande enganação, e que a verdadeira felicidade está na paz e na amizade com Cristo. Vamos, minha gente! Vamos fazer alguma coisa par salvar os nossos jovens antes que seja tarde demais!
Sal.
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A humildade também requer paciência, esperança, compreensão e aceitação da vontade de Deus.
Lucas apresenta o tema da humildade, a partir da parábola da escolha dos lugares, e o tema da importância dos pobres no Reino de Deus, a partir da parábola da escolha dos convidados, mais do que apontar para a humildade de quem convida os marginalizados, acentua, bem a gosto de Lucas, a importância dos pobres no Reino de Deus. Na realidade, há a questão básica que se impõe aos que crêem, sobre a acolhida devida aos carentes e necessitados, privilegiados de Jesus.
Para Jesus, convidar os pobres, pois, não tendo com que retribuir, a recompensa da gratuidade há de ser dada pelo próprio Deus na ressurreição dos justos. Do mesmo modo que é conveniente se colocar no último lugar pela vivência da humildade, também é mais dadivoso convidar os pobres e aleijados para o banquete do que os amigos, parentes e vizinhos ricos.
Jesus Cristo trouxe para nós a salvação de uma maneira muito abrangente. Ele não se restringiu a nos direcionar apenas para as “coisas do espírito”, mas também veio nos formar como homens e mulheres que estão aqui na terra, e que, portanto, precisam ser formados humanamente a fim de vivenciarem um relacionamento harmonioso e fraterno.
Ocupar o primeiro lugar nos dá uma idéia de presunção e de soberba. A mensagem evangélica nos leva a refletir que para Deus somos todos iguais, porém, nós próprios não podemos nos auto-promover entendendo que somos “mais dignos” que os outros. Seremos reconhecidos por Deus e pelo próximo, na medida do nosso serviço e do amor que vivenciarmos.
O reconhecimento da nossa verdade , isto é da nossa capacidade e limitação é o que pode se chamar de humildade. Portanto, enquanto não formos distinguidos no meio dos outros, seremos apenas convidados a espera do lugar que a nós é destinado. No plano espiritual também, somos chamados por Deus, por isso mesmo, precisamos estar atentos porque para cada um Ele reservou um “lugar muito especial”. A humildade também requer paciência, esperança, compreensão e aceitação da vontade de Deus.
A festa de casamento pode significar o Banquete da Salvação, quando o Noivo receberá Seus convidados e os assentará nos lugares designados pelo Seu Pai. O noivo é Jesus, nós somos apenas Seus convidados, assim sendo, precisamos somente preparar as nossas vestes e aguardar pelo que para nós foi preparado.
Meu irmão, minha irmã,reflitamos :O que você entende por humildade e presunção?E guardemos no coração as palavras do Mestre: Quando deres um banquete convide os cegos, os aleijados, os pobres e serás abençoado. Pois eles não poderão pagar o que tu fizeste, mas Deus te pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
Amém
Abraço carinhoso
Maria Regina
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COMENTÁRIOS DO PROFESSOR FERNANDO
Agosto (dia 29-DOMINGO) 2010 – 22º domingo do Tempo Comum
Comentários (1ªe2ª LEITURAS e EVANGELHO)
(22ªsemana T.Comum -
( http://liturgiadiariacomentada.blogspot.com/
1 ª L) Eclo 3,19-21.30-31 (gr. 17 -18.20.28-29) Sê humilde e encontrarás graça diante do Senho
2 ª L) Hb 12,18-19.22-24 a Vós vos aproximastes da cidade do Deus vivo
[Evangelho Quem se eleva será humilhado, quem se humilha será elevado.segundo Lucas 4,1.7-14]
Uma introdução ao livro do Eclesiástico foi feita no dia 26 de julho. E, no dia 8/08 a Hebreus.
1ª.L) Eclesiático O autor, como todos os antigos que se dedicavam a meditar a sabedoria, sabe que ser humilde é caminho para a realização de nossos sonhos e ideiais. E sabe que o orgulhoso (aquele que despreza os semelhantes) é na verdade é uma mentira ambulante. Com a fé tradicional de seu povo, o autor também recorda que poderoso é quem está com Deus e o Senhor ama os humildes e não força os orgulhosos que se recusam a procurar a verdade. Abíblia se refere ao orgulhoso como aquele que é autossuficiente, isto é, quem não precisa escutar os sábios e, menos ainda, a Palavra de Deus (seja a escrita, seja a que se manifesta no íntimo de seu coração.
]2ª.L) Hebreus A passagem de hoje está na última parte da “carta” aos Hebreus e compara as teofanias (manifestações de Deus) no Sinai com a revelação evangélica. Na teofania do Sinai, foi em meio a extraordinários fenômenos da natureza (cf. Ex.19) que Moisés passou ao povo o anúncio do Decálogo. Essa Lei tornou-se base e paradigma de quase todas as éticas no mundo e marcou nossa história, mesmo nos tempos modernos do mundo ocidental, por cuja influência se espalhou por todo o planeta. Foi assim que os Direitos Humanos – mesmo quando não são respeitados – são ao menos introduzidos na legislação da quase totalidade das nações atuais.
Mas, lembra o autor de Hebreus, a nova Aliança não é marcada pela distância do Deus transcendente e temível como as forças que nos ultrapassam (raios, tempestades e trovões). Em Jesus, como diz o texto, ficamos “próximos da cidade do Deus vivo”. Porque Deus, que se fez Carne em Jesus tornando-se um de nós, deve ser amado na sua proximidade, sem o espetáculo provocado por tempestades mas com a humildade da vida comum, como é a da imensa maioria dos habitantes da terra. É aí que deve acontecer a alegria da festa e o sabor à mesa do Reino.
Evangelho Continuamos o tema desse paradoxo de nossa fé (últimos versus primeiros; ricos fechados em suas posses versus pobres e excluídos da sociedade, etc.) As parábolas de hoje mostram tanto a sabedoria humana, igual à ressaltada na 1ª.leitura, como a reviravolta moral provocada pela Sabedoria de Deus proclamada no anúncio da Boa Nova. A soberba e arrogância podem nos causar humilhação quando nos julgamos tão “superiores” aos demais que nem vemos os lugares escolhidos em função da vaidade, como socialaites que preicisam aparecer nas colunas...
Mas é o Reino anunciado por Jesus que nos traz Sabedoria mais completa (há poucos dias atrás meditávamos sobre a 1ª Corintios onde Paulo mostra a inversão do “senso comum” pela Sabedoria e pelo Poder de Deus. A nova lógica foi comentada por Maria em seu hino de gratidão e exultação, o Magnificat.
É bom notar o fato da própria sociedade moderna estar sendo permeada gradualmente pelo valor central do Evangelho. Este colocou em primeiro plano o que já vinha da tradição expressa na Toráh bíblica e, principalmente, no Profetismo de Israel. Ainda que seja por outros motivos (pressão de grupos sociais, populismo dos legisladores , etc.) talvez apenas em décadas recentes, vemos uma crescente consciência a respeito da prioridade a ser dada a grávidas, idosos e deficientes. Isso é cada vez mais universal, para o atendimento em órgãos públicos, sistemas de transportes, fila de banco, etc. Ora, essa prioridade há séculos atrás já era apontada na Bíblia e, particularmente, no anúncio do Reino por Jesus.
Os motivos nascem da fé no amor bondoso de Deus a ser imitado por nós. Estamos atentos ao “atendimento prioritário” (é como uma “opção preferencial”) aos pobres, aos deficientes, aos doentes. Muitos são desprezados por preconceito. Muito são discriminados dentro de casa.
Não nos referimos aqui a programas beneficentes ou sociais, políticos, de “responsabilidade social” da empresa, a descontos fiscais nas Fundações. Tudo isso faz crescer também uma nova consciência humanitária de solidariedade. Mas certamente ainda nos custa dar prioridade aos mais frágeis. Muitas vezes eles convivem de perto conosco, nas famílias, entre parentes e vizinhos, entre amigos e colegas de trabalho. Não será verdade que em geral “fugimos” dos doentes, idosos e até das crianças mesmo dentro da família ? Pais que têm medo de conversar com filhos... filhos que não querem nem saber das dificuldades de sustento da casa... idosos e doentes isolados, sem visitas ou sem companhia, às vezes atendidos com impaciência ou sem palavras de carinho. Isto é para lembrar alguns exemplos de nossa tendência centrífuga para nos afastar daqueles considerados “complicados”, ou estranhos, ou diferentes...
Mas a força centrípeta do Deus, que habita em nosso íntimo, nos convida a chamar para o banquete aqueles que ninguém chama. Isso não quer dizer que não vamos sair com amigos, conversar com pessoas agradáveis, etc. amigos e pessoas alegres. Ao contrário, devemos lembrar que o Senhor nos deu tanta alegria e felicidade que podemos compartilhá-las imitando Jesus, seja almoçando em casa de escribas e coletores de impostos; seja em casa de Lázaro, Marta e Maria, ou de Pedro e André e, certamente de outros discípulos e amigos; seja levando cura e reanimando corações e devolvendo o sorriso ao aliviar tormentos e sofrimentos de romanos, samaritanos, publicanos, perseguidos, a viúva de Naim, os que eram afligidos pelos demônios interiores (não haveria livro capaz de reunir todo o bem que ele fez, diz um evangelista)...
Preferir os pobres como Maria reafirmou no Magnificat, não é uma atitude masoquista ou neurótica. Com a certeza de que fomos convidados para o “banquete do Reino” e, assim como fez o Rei, nas parábolas, ou o próprio Jesus, no casamento de Cana.
Desejemos compartilhar com mais gente a mesa que foi posta para nós; procuremos dançar com outros na festa a que fomos convidados; desejemos transmar água em vinho para que muitos voltem a sorrir e possam conhecer nossa alegria construída com fé e carregada de esperança.
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( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )
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NÃO TE SENTES NO PRIMEIRO LUGAR A liturgia do XXII Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre alguns valores que acompanham o desafio do “Reino”: a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado. A segunda leitura convida os crentes instalados numa fé cômoda e sem grandes exigências, a redescobrir a novidade e a exigência do cristianismo; insiste em que o encontro com Deus é uma experiência de comunhão, de proximidade, de amor de intimidade, que dá sentido à caminhada do cristão. Aparentemente, esta questão não tem muito a ver com o tema principal da liturgia deste domingo; no entanto, podemos ligar a reflexão desta leitura com o tema central da liturgia de hoje - a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado - através do tema da exigência: a vida cristã - essa vida que brota do encontro com o amor de Deus - é uma vida que exige de nós determinados valores e atitudes, entre os quais avultam a humildade, a simplicidade, o amor que se faz dom. Primeira Leitura - Leitura do Livro do Eclesiástico (Eclesiástico 3, 19-21.30-31) 19Meu filho, faze o que fazes com doçura, e mais do que a estima dos homens, ganharás o afeto deles. Salmo Responsorial - Salmo 67 Os justos, porém, exultam e se rejubilam em sua presença, Segunda Leitura - Carta aos Hebreus (Hebreus 12, 18-19.22-24) 18Em verdade, não vos aproximastes de uma montanha palpável, invadida por fogo violento, nuvem, trevas, tempestade, Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lucas 14, 1.7-14) Naquele tempo, Comentário - O Reino e a escala hierárquica Verdadeiramente as pessoas têm uma grande capacidade para complicar até o mais simples. E o Reino de Deus é algo muito simples. Por isso, Jesus gostava de expressá-lo com idéias e comparações muito simples, que todo mundo podia entender. Jesus não recorreu a complicados tratados nem teologias difíceis para explicar sua mensagem. Sua vida esteve sempre marcada pela singeleza e a transparência. Sua forma de atuar já era explicação de sua mensagem. Infelizmente seguimos crendo nas categorias, nas hierarquias. Até na igreja temos marcado diferenças entre as pessoas. Há postos reservados, autoridades e tantas outras coisas. E às vezes o serviço é esquecido, o serviço fraterno que dá sentido ao que fazemos na Igreja e na sociedade, que se não servimos aos irmãos e irmãs, perde-se miseravelmente o tempo e a vida que nos foi presenteada. Desorientamo-nos e pensamos que o objetivo de nossa vida é ser importante, ter cargos e que nos terminem cedendo os primeiros postos e nos fazendo homenagens. Néscio! Quando morreres não levará nada disso contigo. E o que te salvará será o amor que tenhas compartilhado gratuitamente em tua vida, o amor de Deus. |
Pe. Fernando Torres Pérez cmf
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ISTO É O MEU CORPO.
22º domingo de tempo comum
Estimado leitor, o santo Evangelho desse domingo nos diz que Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Jesus é um mestre que transmite os ensinamentos mais importantes durante as refeições: perdão, desvio do amor de Deus, serviços ao próximo, quebra de preconceitos, e o mais importante foi numa ceia que ele tomou o pão e o cálice de vinho e disse isto é o meu corpo e o meu sangue. Os ouvintes de Jesus ficavam espantados com os seus ensinamentos porque ele falava e ensinava com autoridade, frente a isso alguns ficavam pasmados: Quem é ele?
Uma coisas sabemos, Jesus participa da vida do povo.
sofre com o povo, alegra-se com ele. Ele é o Emanuel, Deus-presença. Ele mostra por meio de sua atitude a imagem de Deus próximo. Ele é Deus. Esse Deus não mais se separa ou se distancia das pessoas. É um Deus que defende os interesses dos pequenos e não os interesses dos grandes. Não compactua com as injustiças cometidas contra o seu povo. Contra os pequenos: os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Esses eram desprezados pela religião da época.
Somos cristãos, ou seja, os continuadores da missão de Jesus. Assumir a missão de Jesus encarnar na realidade dos sofredores, dos excluídos leva a implicações na vivência da fé. O homem/mulher é chamado a identificar-se com seu semelhante, o que irá favorecer a descoberta da proposta de Deus para a humanidade, em particular para com o povo sofrido. Não importa se ele é cego, isto é, pessoas que não tem a luz do evangelho, pessoa que dão cabeçadas por aí. É preciso que lembremos de que cada um individualmente é objeto das particulares atenções de Deus, ele com seu amor misericordioso inclina-se sobre cada um para comunicar seu amor e sua fidelidade.
Eduquemos-nos a capacidade de diálogo respeitoso com quem pensa de maneira diferente. Brota daqui a necessidade da formação em vista do não julgar nunca, de não desvalorizar nem condenar quem quer que seja, fazendo-se o possível para compreender o irmão ou irmã, lembrando-se que ele merece ser amado também, e inclusive, mais ainda quando erra, pois, com freqüência, o erro é conseqüência da fragilidade humana ou de alguma outra ferida. A verdadeira caridade começa aqui, na maneira de conhecer-compreender o outro que comporta a conversão da mente.
Todo necessitado – pobre, doente ou pecador – deve encontrar-nos sensíveis e dispostos a intervir, para que ele possa reencontrar a sua dignidade de filho de Deus, livre e responsável para aceitar o seu Amor.
Caro leitor lembre-se, quanto mais o ser é miserável, tanto mais Jesus sente ternura por ele. Toda ação de Jesus tem como destinatário o ser humano. Todavia, de onde é que nasce esta tenra compaixão, humanamente inexplicável, para com os pecadores? É que Jesus multiplica seu amor em proporção à miséria humana. Todos os atributos de Jesus estão a serviço do amor à medida que o homem vai sendo mais miserável.
Irmãos: Esforçamo-nos por não excluir ninguém que venha até nós à procura de paz, de conforto e de ajuda, convencidos de que os mais necessitados são os bens mais queridos por Jesus.
Pe Vicente Paulo Braga, FAM
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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – XXII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Eclo 3,19-21.30-31
Sl 67
Hb 12,18-19.22-24a
Lc 14,1.7-14
Engana-se quem pensa que o Evangelho de hoje é um guia de etiqueta e de boas maneiras em banquetes e recepções. Nada disso! Jesus pensa, aqui, no banquete do Reino, que é preparado pelo banquete da vida; sim, porque somente participará do banquete do Reino quem souber portar-se no banquete da vida!
E neste banquete, no daqui, no desta vida, o Senhor hoje nos estimula a duas atitudes, dois comportamentos profundamente evangélicos. Primeiramente, a humildade: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento (Tu foste: a festa das Núpcias de Cristo com a Igreja, festa da Nova Aliança do Reino), não ocupes o primeiro lugar… Vai sentar-te no último… Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’”. O que é ser humilde? Humildade deriva de humus, pó, lama, barro… Ser humilde é reconhecer-se dependente diante de Deus, é saber-se pobre, limitado diante do Senhor. Quem é assim, sabe avaliar-se na justa medida porque sabe ver-se à luz do Senhor! O humilde tem diante de si a sua própria verdade: é pobre, é indigente, mas infinitamente agraciado e amado por Deus. Por isso, o humilde é livre e, porque livre, manso. Tinha razão Santa Teresa de Jesus quando afirmava que a humildade é a verdade. O humilde vê-se na sua verdade porque vê-se como Deus o vê, vê-se com os olhos de Deus! Então, o humilde é aberto para o Senhor, dele reconhece que é dependente, e a ele se confia. Podemos, assim, compreender as palavras do Eclesiástico: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão; na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor. O Senhor é glorificado nos humildes”. É assim, porque somente o humilde, que reconhece que depende de Deus, pode ser aberto, e acolher como uma criança o Reino que Jesus veio trazer.
A segunda atitude que o Cristo hoje nos ensina é a gratuidade: “Quando deres uma festa (Tu dás: a festa da vida que o Senhor te concedeu e, mais ainda da vida nova em Cristo, recebida no Batismo e celebrada na Eucaristia), convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. A gratuidade é a virtude que dar sem esperar nada em troca, dar e sentir-se feliz, sentir-se realizada no próprio dar. Se prestarmos bem atenção, a gratuidade é filha da humildade. Só quem sabe de coração que em tudo depende de Deus e de Deus tudo recebeu gratuitamente (humilde), também sente-se impelido a imitar a atitude de Deus: dar gratuitamente! “De graça recebestes, de graça dai!” (Mt 10,8) ou, como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus: “Viver de amor é dar sem medida, sem nesta terra salário reclamar; sem fazer conta eu dou, pois convencida de que quem ama já não sabe calcular!” Pois bem, quem faz crescer em si a humildade e cultiva a gratuidade, experimenta a Deus e seu Reino, pois aprende a sentir o coração do próprio Deus, que tudo nos deu gratuitamente. Quem cultiva a humildade e a gratuidade, deixa o Reino ir entrando em si e entrará, um dia, no Reino de Deus!
Mas, se pensarmos bem, nada disso é fácil, pois vivemos no mundo da auto-suficiência e dos resultados. O homem já não mais se sente dependente de Deus; deseja ele mesmo fazer a vida do seu modo. Assim, se fecha para Deus e, para ele se fechando, já não mais reconhece no outro um irmão e, não experimentando a misericórdia gratuita de Deus, já não sabe mais dar gratuitamente: tudo tem que ter retorno, tudo tem que apresentar contrapartida, tudo tem que, cedo ou tarde, dá lucro, tudo é pensado na lógica do custo-benefício. Como é triste a vida, quando é vivida assim… Mas, não será o nosso caso? Pensemos bem, porque se assim o for, jamais experimentaremos Deus de verdade, jamais conhecê-lo-emos de verdade. Nunca é demais recordar a advertência da Escritura: “Quem não ama não conhece a Deus!” (1Jo 4,8)
Caríssimos,
Aproximemo-nos de “Jesus, mediador da nova aliança”, e supliquemos a graça de um coração renovado, um coração convertido, um coração de pensamentos novos e novas atitudes! Que durante toda esta semana tenhamos a coragem de analisar e revisar nossas atitudes em casa, com os amigos e próximos, com os companheiros de trabalho e de estudo… e examinemo-nos diante do Cristo nosso Deus, no que diz respeito à humildade e à gratuidade. Recordemos que se tratam de duas atitudes de farão nosso coração pulsar em sintonia com o coração de Deus. Recordemos, como dizia São Bento, que pela humildade se sobe e pela soberba se desce! Para onde se sobe? Para o banquete do Reino de Deus. Para onde se desce? Para a penúria do anti-Reino, do reino de Satanás! Peçamos, suplicando, ao Senhor, a graça da conversão, que somente com nossas forças somos incapazes e impotentes para encetar! Que Deus no-la conceda. Amém!
Dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Padre Françoá Costa – XXII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Prestigio profissional
É lícito sentar-se nos primeiros lugares? Não será falta de humildade? Jesus propõe que quando formos convidados a alguma celebração, um casamento, não ocupemos os primeiros lugares, mas, ao mesmo tempo, nos ensina como “chegar a ocupar o primeiro lugar”. Como? Não estou traindo a letra da Sagrada Escritura. Leiamos novamente: “Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, passa mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas” (Lc 14,10).
Como eu gostaria que houvesse muitos bons católicos ocupando os primeiros lugares! Logicamente, não se pode começar pelo primeiro, é preciso começar pelo “último lugar”. De fato, nenhum trabalhador chega numa empresa querendo dominar toda a situação logo no primeiro dia. Seria uma insensatez! No entanto, o bom trabalhador tem que ter a intenção de progredir, de que um dia lhe digam: “passa mais para cima, ocupa um cargo melhor, vou aumentar o seu salário”. Geralmente essas coisas acontecem, quando o profissional em questão é um bom trabalhador. O trabalho bem feito granjeia-lhe certo prestigio profissional que, para falar verdade, é ótimo.
Como a Igreja gostaria que houvesse muitos bons cristãos ocupando os primeiros lugares! Quando se procura ocupar o primeiro lugar para servir melhor às pessoas não só não se comete um pecado de orgulho, mas se faz um favor à sociedade. É questão de trabalhar bem, por amor a Deus, com o desejo de servir a todos, com pontualidade, sendo amável para com todos, sem servilismos nem falsidades. Com essa intenção de servir e de colocar a Cruz de Cristo em todas as atividades humanas não só é lícito desejar ocupar o primeiro lugar, mas constitui para o católico um dever. Cristo enviou-lhe a anunciar o Evangelho, esse anúncio não pode estar condicionado a fazer umas missões nos países africanos, por exemplo, incompatíveis com a profissão atual e que não passam de sonhos irrealizáveis. A evangelização se faz no dia-a-dia, a cada hora e em qualquer ambiente onde nos encontramos.
A corrupção política, a falta de respeito à vida desde a sua concepção até o seu término natural, a perversão dos costumes sociais é culpa nossa, dos cristãos. É porque não quisemos de alguma maneira ocupar os primeiros lugares, que outros, com idéias corrompidas, chegaram ao poder e aos cargos que tem uma influência em toda a sociedade. Formou-se então uma opinião pública errada e uma estrutura de pecado na sociedade na qual vivemos. Dediquemo-nos, cada um, a trabalhar bem, com competência profissional e chegaremos a ter prestígio. Dessa maneira, ainda que não aceitem Aquele em quem acreditamos, pelo menos nos aceitarão pela nossa perícia humana. Estabelecidos nos primeiros postos, mostraremos e proporemos – sem violência – o verdadeiro bem que realiza a pessoa humana criando uma sociedade na qual se pode respirar melhor.
Que o médico seja um bom médico; o arquiteto, um bom arquiteto; o policial, um bom policial; o padre, um bom padre; o agricultor, um bom agricultor; o político, um bom político. Todos, com prestígio profissional (também o padre no seu ministério sacerdotal) e um amor a Deus grande no coração, juntos tem a missão de evangelizar a través de qualquer ocasião que se apresente, a começar pela própria família e profissão. Somente assim se resolverá o problema da sociedade. Não! Os sacerdotes não devem candidatar-se nos partidos políticos para resolver os problemas atuais. Será que não existem outros homens capazes, com uma mente cristã e que – e isso é muito importante – entendam de política, de verdade?
É urgente que muitos cristãos ocupem o primeiro lugar. Nós, os sacerdotes, estamos dispostos a ajudar os outros fiéis, não a que subam na vida através da Igreja, mas a formar a inteligência e a vontade no amor de Cristo para que os homens e as mulheres de Deus, no meio da sociedade, atuem em conseqüência. Trata-se de que os cristãos através das coisas que tem no dia-a-dia sirvam a Deus e a Igreja sem servir-se de Deus e da Igreja para as próprias glórias humanas. Os sacerdotes os ajudam pregando a Palavra de Deus com máxima fidelidade, administrando os Sacramentos (especialmente a Confissão e a Eucaristia), dando direção espiritual, promovendo palestras de formação a vários níveis para ajudar os católicos a agirem de maneira coerente com a sua fé enquanto realizam as próprias tarefas profissionais.
Meus irmãos, nós, ministros do Senhor, já estamos convencidos – com o Concilio Vaticano II (cfr. LG 11 e 31) – de que a vocação do fiel leigo é, em primeiro lugar, no meio das atividades temporais e não nos movimentos e pastorais paroquiais. Logicamente, se lhes sobra tempo, ou melhor, conjugando o primordial com o secundário (que também é importante), ajudarão nas atividades da paróquia. E como estamos convencidos, queremos ajudar a todos a viver a própria vocação guardando a ordem interna das coisas.
Pe. Françoá Costa
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Domingo, 29 de agosto de 2010
22º Domingo do Tempo Comum
Martírio de São João Batista (Memória).
Santos do Dia: Adelfo de Metz (bispo), Basília de Esmirna (virgem e mártir), Cândida de Roma (virgem, mártir), Eutímio e seu filho Crescêncio (mártires), Hipácio (bispo) e André (mártires), Mederico de Autun (abade), Nicéias e Paulo (mártires), Osório Gutiérrez (fundador do mosteiro de Lorenzana), Sabina de Roma (mártir), Sabina de Troyes (virgem), Sebas, rei da Inglaterra (abdicou da coroa e vestiu o hábito de monge), Veleico de Kaiserswerth (abade), Verona (virgem), Vital, Sator e Repósito (mártires).
Primeira leitura: Eclesiástico 3, 17-18. 20. 28-29:
Faze-te pequeno e alcançarás o favor de Deus.
Salmo responsorial: 67
Preparaste, ó Deus, uma casa para os pobres.
Segunda leitura: Hebreus 12, 18-19. 22-24a
Aproximaram-se do monte Sião, cidade do Deus vivo.
Evangelho: Lucas 14, 1.7-14
O que se enaltece será humilhado.
É humano o afã de ser, de situar-se, de estar sobre os demais. Parece tão natural conviver com este desejo que o contrario é tido em nossa sociedade como uma “idiotice”. Quem não aspira a ser mias, quem não se situa por cima dos demais, quem não se sobrepõe, é tachado, às vezes, de “tonto” neste mundo tão competitivo.
Em nossa sociedade existe um complexo sistema de normas de protocolo pelas quais cada um deve se situar nela segundo sua valia. Nos atos públicos, as autoridades civis ou religiosas ocupam um ou outro lugar de segundo escalão, observando uma rigorosa hierarquia nos postos. Há um costume tão arraigado a tais regras que parece normal este comportamento hierarquizado.
Jesus acaba com este tipo de protocolo, convidando à sensatez e ao sentido comum os seus seguidores. É melhor quando se é convidado não situar-se no primeiro lugar, e sim no último, até que chegue o chefe do protocolo e coloque a cada um em seu lugar. O conselho de Jesus deve converter-se na prática habitual do cristão.
O lugar do discípulo, do seguidor de Jesus é, por livre eleição, o último lugar. Lição magistral do evangelho que não se costuma colocar em prática com freqüência. Ninguém deve ter preferência, ou posto marcado, os outros é devem nos oferecer o posto que merecemos; ao contrário, nunca se deve ocupar um lugar de destaque por própria vontade.
Não somente não dar-se importância, mas agir sempre desinteressadamente. Jesus denuncia a prática daqueles que retribuem aos convites recebidos, denuncia também o “dou para que me dês”, do “te dou para que me dês” e anima a convidar os pobres, os excluídos, os coxos e cegos, pessoas que ninguém convida, quando se oferece um banquete; quem age assim será ditoso, porque não terá recompensa humana, mas divina “quando ressuscitem os justos”.
As palavras de Jesus são um convite à generosidade que não busca ser compensada, ao desinteresse, ao celebrar a festa com quem ninguém a celebra e com aqueles dos quais não se pode esperar nada.
Missionários Claretianos.
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NÃO ESCOLHA OS PRIMEIROS LUGARES
A liturgia do XXII Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre alguns valores que acompanham o desafio do “Reino”: a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado.
O Evangelho coloca-nos no ambiente de um banquete em casa de um fariseu. O enquadramento é o pretexto para Jesus falar do “banquete do Reino”. A todos os que quiserem participar desse “banquete”, Ele recomenda a humildade; ao mesmo tempo, denuncia a atitude daqueles que conduzem as suas vidas numa lógica de ambição, de luta pelo poder e pelo reconhecimento, de superioridade em relação aos outros… Jesus sugere, também, que para o “banquete do Reino” todos os homens são convidados; e que a gratuidade e o amor desinteressado devem caracterizar as relações estabelecidas entre todos os participantes do “banquete”.
Na primeira leitura, um sábio dos inícios do séc. II a.C. aconselha a humildade como caminho para ser agradável a Deus e aos homens, para ter êxito e ser feliz. É a reiteração da mensagem fundamental que a Palavra de Deus hoje nos apresenta.
A segunda leitura convida os crentes instalados numa fé cômoda e sem grandes exigências, a redescobrir a novidade e a exigência do cristianismo; insiste em que o encontro com Deus é uma experiência de comunhão, de proximidade, de amor de intimidade, que dá sentido à caminhada do cristão. Aparentemente, esta questão não tem muito a ver com o tema principal da liturgia deste domingo; no entanto, podemos ligar a reflexão desta leitura com o tema central da liturgia de hoje - a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado - através do tema da exigência: a vida cristã - essa vida que brota do encontro com o amor de Deus - é uma vida que exige de nós determinados valores e atitudes, entre os quais avultam a humildade, a simplicidade, o amor que se faz dom.
Leituras Primeira Leitura - Leitura do Livro do Eclesiástico (Eclesiástico 3, 19-21.30-31)
Ser humilde significa assumir com simplicidade o nosso lugar, utilizar de nossos talentos, mas sem nunca humilhar os outros ou esmagá-los com a nossa superioridade. Significa pôr os próprios dons ao serviço de todos, com simplicidade e com amor. Quando somos capazes de assumir, com simplicidade e desprendimento, o nosso papel, todos reconhecem a nossa contribuição, aceitam-nos, talvez nos admirem e nos amem… É aí que está a “sabedoria”, quer dizer, o segredo do êxito e da felicidade.
19Meu filho, faze o que fazes com doçura, e mais do que a estima dos homens, ganharás o afeto deles.
20Quanto mais fores elevado, mais te humilharás em tudo, e perante Deus acharás misericórdia;
21porque só a Deus pertence a onipotência, e é pelos humildes que ele é (verdadeiramente) honrado.
30Não há nenhuma cura para a assembléia dos soberbos, pois, sem que o saibam, o caule do pecado se enraíza neles.
31O coração do sábio se manifesta pela sua sabedoria; o bom ouvido ouve a sabedoria com ardente avidez
Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial - Salmo 67 Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre
Os justos, porém, exultam e se rejubilam em sua presença,
e transbordam de alegria.
Cantai à glória de Deus, cantai um cântico ao seu nome,
abri caminho para o que em seu carro avança pelo deserto.
Senhor é o seu nome, exultai em sua presença.
Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre
É o pai dos órfãos e o protetor das viúvas,
esse Deus que habita num templo santo.
Aos abandonados Deus preparou uma casa,
conduz os cativos à liberdade e ao bem-estar;
só os rebeldes ficam num deserto ardente.
Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre
Sobre vossa herança fizestes cair generosa chuva,
e restaurastes suas forças fatigadas.
Vosso rebanho fixou habitação numa terra que vossa bondade,
ó Deus, lhe havia preparado.
Na vossa bondade, Senhor, preparastes uma casa para o pobre
Segunda Leitura - Carta aos Hebreus (Hebreus 12, 18-19.22-24)
O objetivo central da Segunda Leitura deste domingo e nos propor uma redescoberta de nossa fé e o sentido das nossas opções, a fim de superarmos a instalação, o comodismo e a preguiça que nos levam, tantas vezes, a uma caminhada cristã morna, sem exigências, sem compromissos, que facilmente cede e recua quando aparecem as dificuldades e os desafios…
18Em verdade, não vos aproximastes de uma montanha palpável, invadida por fogo violento, nuvem, trevas, tempestade,
19som da trombeta e aquela voz tão terrível que os que a ouviram suplicaram que ela não lhes falasse mais.
22Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos,
23da assembléia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição,
24enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais eloqüência que o sangue de Abel.
Palavra do Senhor.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lucas 14, 1.7-14)
Na nossa sociedade, agressiva e competitiva, o valor da pessoa mede-se pela sua capacidade de se impor, de ter êxito, de triunfar, de ser o melhor… Quem tem valor é quem consegue ser presidente do conselho de administração da empresa aos trinta e cinco anos, ou o empregado com mais índices de venda, ou o motorista que, na estrada, põe em risco a sua vida, mas chega uns segundos à frente dos outros… Todos os outros são vencidos, incapazes, fracos, olhados com comiseração. Vale a pena gastar a vida assim? Estes podem ser os objetivos supremos, que dão sentido verdadeiro à vida do homem?
Naquele tempo,
1Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam.
7Observando também como os convivas escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes a seguinte parábola:
8Quando fores convidado às bodas, não te sentes no primeiro lugar, pois pode ser que seja convidada outra pessoa de mais consideração do que tu,
9e vindo o que te convidou, te diga: Cede o lugar a este. Terias então a confusão de dever ocupar o último lugar.
10Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, passa mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas.
11Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado.
12Dizia igualmente ao que o tinha convidado: Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão.
13Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.
14Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.
Palavra da Salvação.
O poder da humildade
“Humildade” é uma palavra chamativa, e está se tornando importante na política, no esporte. Com freqüência as novas gerações de políticos pedem humildade a seus oponentes, pretendem se mostrarem humildes em suas manifestações, em sua forma de vestir, nos títulos que utilizam. Também os desportistas costumam unir as duas palavras mágicas para obter bons resultados: trabalho e humildade. A humildade converte-se num elemento tático, pedagógico que pode levar à vitória, ao primeiro posto.
Por outro lado, chama também atenção a decadência desta linguagem na Igreja. A humildade tem sido reconhecida como um grande caminho de santidade, pelos grandes Mestres de espírito. E seus frutos têm sido palpáveis na vida de milhares e milhares de crentes. Mas também tem se utilizada a humildade como arma para fazer calar aos dissidentes, para submeter indignamente sem diálogo aos débeis, para pedir sacrifício do pensamento e da conduta em nome de Deus, para se desfazer de rivais valiosos e deixar que a mediocridade se imponha. Existem pessoas que em nome da humildade enterraram seus talentos, fazem emudecer sua profecia, renunciam de lutar por direitos humanos enormemente legítimos.
Neste domingo recebemos duas lições sobre a humildade: uma tomada do livro do Eclesiástico, outra do próprio Jesus.
Faz-te pequeno nas grandezas humanas!
Diz São Paulo no hino ao amor que “o amor não se incha”. Esta é, ao menos, a tradução, que um grande exegeta como C. Spicq, oferece. Diríamos que o amor é humilde. Identifica-se com a verdade, com o que de fato é nossa realidade.
No entanto, temos uma tendência própria de nos engrandecer: aumentar os dados, os números, os aplausos; esperar excessivas recompensas e elogios; sermos colocados em postos de distinção e subir sempre e em cada ocasião um degrau a mais. Pode alguém estar no mais alto degrau e, no entanto ficar triste por achar poucos os aplausos que recebe.
Que sábias as palavras do Eclesiástico para todas aquelas pessoas que têm algum posto de superioridade!
“Filho meu, em teus assuntos procede com humildade… Faz-te pequeno nas grandezas humanas”
O humilde nunca olha de cima para abaixo. O humilde não permite que ninguém ante ele se sinta inferior. O humilde vê humildemente. Seu falar não é presunçoso, dogmático, impositivo. O humilde não utiliza o poder como arma para abater os inimigos. O humilde é paciente, confia loucamente em seu Deus. Sabe perder batalhas para que Deus ganhe sua guerra.
O Eclesiástico acrescenta ainda quais são as conseqüências da humildade. O humilde
| É mais querido que um homem generoso: |
| Alcança o favor de Deus; |
| É destinatário dos segredos de Deus. |
De tudo isto se deduz que o importante é a humildade em quem estão constituídos alguns tipos de autoridade na Igreja, na sociedade.
“Cede o lugar a este”
Jesus foi testemunha da busca impetuosa dos primeiros postos. Foi num banquete organizado por um dos fariseus mais importantes, para o qual Jesus foi convidado. Se alguém merecia o primeiro posto naquele banquete, era Jesus! Mas ele se situou no último lugar.
O desejo de "subir" é muito forte em todo ser humano. Recordo alguém que ia acumulando cargos e cargos. Em lugar de reconhecer seu afã por ocupar os primeiros lugares, expressava-se ante os demais dizendo que “essa era a cruz que devo carregar pelo bem dos demais”. Vemos com quanta facilidade se aceitam os cargos de maior prestígio - ainda que se sinta sem preparo - e como dificilmente se renuncia a eles quando se vê incompetente. Há pessoas em que não se aplica aquelas palavras de Jesus: "Convém-vos que eu me vá. Se não, não virá a vocês o Espírito".
Deveríamos ceder o posto, quando reconhecemos que há outras pessoas bem mais preparadas que nós. Deveríamos colocar-nos no último lugar para deixar livre o espaço e que cada um possa ocupar o lugar que lhe corresponda. Devemos saber se retirar para dar lugar ao novo. Isso é humildade!
Jesus é fascinante por sua humildade e por sua valentia. Soube ocupar o último lugar, mas também falou e disse o que tinha que dizer, denunciando o afã de primeiros postos.
Convida a pobres, aleijados, coxos e cegos!
A autoridade que opta pelos mais pobres se orgulha de convidá-los, de lhes fazer ocupar os primeiros postos. Uma Eucaristia na qual o deficiente, que tem a síndrome de Down, que está coxo ou cego, que não pode ocupar os primeiros postos, porque desbarata a beleza litúrgica, corresponde ao propósito de Jesus?
Jesus mostra-se muito radical neste tema da humildade. Pede-nos que nosso coração se torne humilde, ante os humilhados e os últimos.
Jesus convida-nos hoje a ser Igreja humilde ante a sociedade: humilde em nossas expressões, em nossos ensinamentos, em nossos gestos, em nossas reivindicações, Jesus convida-nos hoje a perder e renunciar a que nos pague. Chamamos benfeitores a quem tem dado muito dinheiro; porém assim, renunciamos à Providência de Deus e “a que nos paguem quando ressuscitem os mortos”.
Creio que também na Igreja temos de recuperar a linguagem da humildade a nível pessoal e de grupo. Necessitamos também de coletividades, de grupos, mais humildes e menos pagos de si mesmos. Nosso exemplo é uma pessoa: Jesus, o humilde Jesus!
José Cristo Rey Garcia Paredes.
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A PRIMAZIA DOS EXCLUÍDOS
Os excluídos e deserdados estiveram sempre no centro das atenções de Jesus. Este aproveitava todas as oportunidades para dispor os discípulos a acolhê-los e mostrar-se solícitos para com eles, diferentemente do comportamento típico da época.
A refeição na casa do fariseu ofereceu-lhe uma ocasião favorável para isto. Em geral, convida-se para uma ceia, em família, os próprios familiares, as pessoas às quais se quer bem, ou alguém de uma certa importância. Existe quem se preocupa em convidar os ricos, com o intuito de receber também um convite, em contrapartida.
Quiçá fosse esta a mentalidade do chefe dos fariseus, pois é a ele que Jesus dirige a advertência de romper com este esquema. Como? Chamando para o banquete os pobres, estropeados, coxos e cegos. Em suma, os desprezados deste mundo, dos quais seria impossível esperar algo como recompensa. Isto sim, seria a expressão da mais absoluta pureza de coração, característica de quem o tem centrado em Deus. Seria um ato de amor misericordioso, próprio de quem não se deixa escravizar pelo egoísmo.
Tal gesto de bondade não passa despercebido aos olhos do Pai. Por ocasião da ressurreição, quem agiu assim receberá a recompensa devida. Diz o provérbio bíblico: "Quem dá aos pobres, empresta a Deus". Pois bem, quem se mostra generoso com os excluídos deste mundo, pode estar seguro de estar atraindo sobre si a misericórdia divina.
Prece
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.
Pe. Jaldemir Vitório
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QUEM SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO
“Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado. “
É mais ou menos como “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”.
Jesus está nos recomendando para que não queiramos parecer os melhores, os mais importantes, pois quando aparecer alguém realmente importante, ficaremos envergonhados. E aqueles que se comportam com humildade, podem ser convidados a fazer parte do grupo das pessoas importantes. Isso é coisa comum que pode ocorrer na nossa vida, no nosso dia a dia. Jesus, que foi o maior psicólogo da face da Terra, pois conhecia como ninguém o funcionamento da mente das pessoas, nos orienta e nos alerta para que não passemos por situações desagradáveis.
E aqui vamos fazer um lembrete importante para todo aquele que pretende explicar a palavra de Deus, através de homilias e reflexões. Seria indispensável, conhecer psicologia para entender a natureza humana como as pessoas agem e reagem. Assim, estaremos imitando um pouco aquele que fez os melhores sermões. Jesus Cristo.
Se exaltar é também querer ser melhor que os demais, agindo com arrogância, e intolerância às deficiências físicas, sociais e mentais. Deficientes físicos são todos aqueles que tiveram sua locomoção prejudicada por algum problema no seu corpo principalmente nos ossos; Deficientes sociais, são todos os que não possuem recursos o suficiente para ter uma sobrevivência decente, são os pobres; Por deficientes mentais entendemos aqueles que nasceram com Q.I. (Quociente de Inteligência) abaixo de 80, e que nem sempre respeitamos, e, pelo contrário, são motivos de chacotas e de piadas.
Essas pessoas tentam sobreviver como todo mundo e logo chegam a conclusão que não conseguem resolver os problemas não só de matemática, mais também os demais problemas que a sobrevivência se nos apresenta.
Já no tempo de escola a sua família fica triste ao perceber que aquela criança não consegue entender as lições com os demais alunos. Porém, a referida criança nesta faixa etária, ainda não tomou consciência da sua deficiência, e brinca quase que normalmente.
Já na adolescência, começa o seu sofrimento ao ser discriminado(a) pelos colegas, ao ser criticado, ao ser chamado constantemente de “burro”. Isso o faz sofrer muito, e não quer mais ir para a escola.
À medida que vai crescendo, seu complexo de inferioridade vai aumentando, e sua autoconfiança sempre diminuindo. Se arruma algum emprego não consegue manter-se no mesmo. Pois comete erros fatais que acarretam prejuízo na firma ou na empresa.
Aí veio a fase adulta. Solidão, desemprego, falta de dinheiro para comprar as coisas que todo mundo compra, revolta contra Deus por tanto fracasso, por ter nascido daquele jeito, deficiente mental, e muita agressividade com todos.
Está aí porque você nunca vê o mendigo rezando. Ele fica na porta da igreja por muito tempo. Quando encerra seu ”expediente”, ele vai embora, digo, muda de lugar, sem sequer entrar no templo para falar com Deus. Isto porque aquela criatura está magoada, revoltada com o Criador, como um filho fica de mal com seu pai que não o deixou ir ao baile, ou que não lhe deu a maior parte da herança, sei lá o que mais...
Que podemos fazer por essas pessoas? Provavelmente existe um deles em nossa própria família. São pessoas dignas de dó, e que deixam os pais muito infelizes, ao saber que quando morrerem vão deixá-lo nesta vida sem ninguém para tomar conta. Neste caso fica difícil “não se preocupar com o dia de amanhã”. Os pais ás vezes sofrem mais que o referido filho(a) portador deste tipo de deficiência.
Por vezes morremos de dó, já outras vezes ficamos irados por causa da agressividade desse tipo de pessoas que colocam a culpa dos seus fracassos sempre nos outros e em Deus. Os pais dão todas as coisas que precisa para sobreviver, e horas depois aquela pessoa está agredindo os pais pelos motivos mais banais, como por exemplo, jogando na cara dos pais alguma coisa que eles disseram para o seu próprio bem. Às vezes os pais acabam também desanimando, e só o que lhes resta a fazer como ajuda ao filho(a) deficiente mental é rezar. Rezar muito. Muito mesmo!
Sal.
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FIM DOS COMENTÁRIOS SOBRE: QUEM SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO E NÃO ESCOLHA OS PRIMEIROS LUGARES
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