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Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 4 de setembro de 2010

RENUNCIAR A TUDO, PEGAR A CRUZ E SEGUIR JESUS

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HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO

05 DE SETEMBRO DE 2010

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SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS

INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS

Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as religiões.

Somos católicos e estamos falando para católicos ou para quem pretende ser católico. Nós não desprezamos nem discriminamos ninguém. Respeitamos todas as demais religiões, mas fazemos questão de nos apresentar como católicos seguidores de Jesus Cristo e do Papa.

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MUITO OBRIGADO A TODOS PELOS ELOGIOS, INCENTIVOS E SUGESTÕES. REZEM POR NÓS. PARA QUE O ESPÍRITO SANTO NOS PROTEJA DE TODO O MAL, PRINCIPALMETE DAS TENTAÇÕES, E NOS ILUMINE CADA DIA MAIS. AMÉM.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO DESTE DOMINGO

INTRODUÇÃO

RENUNCIAR A TUDO QUE NOS AFASTA DE DEUS

Para ser um cristão de verdade, para ser um catequista, sacerdote, freira, diácono etc., é preciso renunciar a algumas das coisas que aparentemente nos levam à felicidade, mas na verdade não passam de pura enganação.

Temos de renunciar o prazer com a pessoa errada, na hora errada e do modo errado. O conforto excessivo, riqueza exagerada, más companhias, ambição sem controle, egoísmo, vingança, fofocas, etc.

Devemos renunciar a tudo aquilo que nos afasta de Deus. E geralmente, as principais coisas que nos afastam de Deus, estão ligadas a nossa diversão, principalmente quando somos jovens. Repare no próximo domingo, a baixa porcentagem de jovens presentes na santa missa. Por que isso acontece? É porque o mundo, através da mídia, faz uma verdadeira lavagem cerebral nas mentes dos nossos jovens, retirando delas todos os valores morais, e introduzindo no lugar todo tipo de libertinagem, desrespeito, culto ao prazer e ao conforto, etc.

O mundo atual convence o nosso jovem a trocar Deus por uma falsa liberdade, que na realidade não passa de uma libertinagem inspirada no neoliberalismo, na qual se pratica o descaminho que não leva a lugar nenhum, a não ser cada vez mais para longe de Deus. E como Deus é o anseio natural e instintivo do ser humano, por mais que busquemos a felicidade no corpo e nas coisas exteriores do mundo, mais nos sentimos insatisfeitos e mais nos afastamos dele, e assim sentimos um vazio, uma imensa insatisfação, e para a qual buscamos a solução em mais prazer, e ficamos envoltos em uma bola de neve que vai se avolumando, pois nada preenche o nosso vazio, porque só Deus nos satisfaz plenamente. Não adianta dinheiro, prazer, conforto embriaguez, tudo isso nos dá por um momento a sensação de plenitude, ou de felicidade momentânea, mas em seguida ao voltarmos à triste realidade, pagamos caro pela dor na consciência, e pela solidão maior que existe: Que é a solidão de sentir-se sem Deus. Perceber que estamos bem longe de Deus e de seu Plano de Salvação. É como sentir-se só em plena multidão. É como se sentir solitário em plena festa com os amigos. Algo está faltando. Algo de extrema importância vital, algo que é invisível, mas está sempre nos chamando. Assim, só vamos parar de nos sentir solitários, quando aceitamos o seu convite, quando aceitamos viver em sua companhia, mudando o rumo de nossa vida.

Minha irmã, meu irmão. Você que é uma pessoa de fé, uma pessoa inconformada com o mal no mundo, uma pessoa qualificada por ser preparada, será que você não pode fazer nada para mudar este quadro deprimente, triste, assombroso, e caótico do mundo atual?

É claro que pode. Primeiro renuncie a si mesmo, fazendo uma auto-doação para o Reino de Deus. Doando-se a Deus, ao seu serviço. Depois renuncie aos bens materiais, não jogando-os no fundo do mar, mas sim, usando-os como se não estivesse usando. Ou usando-os para levar a palavra de Deus aos demais irmãos. Mas nunca se apegando a eles mais do você se apega a Deus. Da mesma forma, faça o mesmo com relação aos familiares. Ame-os, ajude-os, etc, mas nunca acima do amor de Deus. Nunca os preferindo em vez de Deus.

Feito isso, em seguida dedica a maior parte dos seus dons que lhe foram dados por Deus, para transformar o mundo. Nunca use os dons que lhe foram dados por Deus para humilhar ou oprimir o irmão ou a irmã. Você é bonita? A beleza foi Deus quem lhe deu. Você tem uma linda voz, poder, riqueza, tudo isso lhe dado por Deus. Então não use essas coisas para explorar ou oprimir as pessoas com as quais você convive, mas sim, pelo contrário, use os seus dons recebidos de Deus para promover as pessoas, e acima de tudo para salvá-las do fogo eterno.

E você faz isso levando a palavra de Deus ao mundo. É, isso mesmo! Ao mundo. Mas não se esqueça de fazer isso de acordo com a doutrina da Igreja Católica. Eu especifico assim, por somos católicos e estamos falando para católicos ou para quem pretende ser católico. Nós não desprezamos nem discriminamos ninguém. Respeitamos todas as demais religiões, mas fazemos questão de nos apresentar como católicos seguidores de Jesus Cristo e do Papa. Ao evangelizar, não fale nem escreva qualquer coisa. Primeiro estude bastante. O Evangelho, a Sagrada escritura, as interpretações dos evangelhos por vários padres e bispos existentes, etc. Estude e reze, peça ao Espírito Santo que ilumine a sua mente para que você não fale de si, mas sim de Jesus Cristo e de seus ensinamentos.

Sal.

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Para que nós possamos Jesus, precisamos nos sentir homens e mulheres livres de nós mesmos – Maria Regina.

Jesus instrui os discípulos, apresentando as condições para segui-lo. Diz que o seguimento deve ser decidido. Jesus pede que odeie pais, mães, filhos e a própria vida. A palavra odiar significa dar preferência, pois o hebraico não tem o verbo preferir. Jesus explica que segui-lo é mais importante. Mas não dispensa o amor à família e à vida. Aliás, seguindo Jesus, vamos amar mais a família e cuidar melhor da vida, pois vencemos os pecados que destroem a ambos. Ele que ensina o amor, não vai propor o ódio como razão da vida.

Há outra condição para segui-lo: pegar e carregar a cruz, caminhando atrás dele. É um grande desafio. Ir atrás dele não é somente seguir seus passos, mas viver como Ele viveu. O desapego que Jesus exige para segui-lo é o mesmo que realizou quando venceu as tentações do demônio. A proposta de Jesus mexe com as estruturas da sociedade.

Ser discípulo de Jesus é segui-lo para uma vida nova e aceitar a revolução que Ele quer fazer em nós desde o nosso desapego às pessoas, da anuência à participação na sua cruz e do abandono de tudo o que temos de material e de humano. O seguimento de Jesus implica na renúncia e no desapego das nossas idéias e vontade própria, como também dos nossos bens, ídolos e projetos.

Jesus veio mostrar ao mundo uma nova maneira de ser valorizando o homem na sua dignidade, libertando-o de tudo o que possa escravizá-lo e dominá-lo. Para que nós possamos segui-lo, nós precisamos nos sentir homens e mulheres livres de nós mesmos. Muitas vezes nós, com a boca, professamos que cremos em Jesus e que desejamos segui-lo, porém, não fazemos o cálculo de que isto implica em empreendermos uma guerra contra a nossa carne. Por isso, nós fracassamos nos nossos propósitos.

Nós precisamos ter convicção que a nossa opção de cristãos e de cristãs se fundamenta na vivência da mensagem evangélica do amor. Quem ama é livre das condições, é livre das circunstâncias, é livre das pessoas. Ama, porque ama com o amor de Jesus.

A cruz é decorrente da nossa vivência do amor, porque amar nos traz conseqüências. Não é fácil amar, nem tampouco é fácil assumir os encargos que o amor nos propõe. Sentar-se para “calcular os gastos” e ou “examinar as condições” é entregar-se à ação do Espírito Santo que é quem nos capacita a deixarmos tudo e seguirmos a Jesus Cristo como discípulos seus.

Assim sendo, quando Jesus nos diz “se alguém vem a mim”, Ele quer nos dizer, se “você quer me seguir você deverá viver a lei do amor; você terá que amar como eu amo; viver como eu vivo; sofrer como eu sofro; pensar como eu penso.” A renúncia maior há de ser do nosso jeito de olhar as coisas, de julgar e de encarar as pessoas, de nos desapegar dos conceitos adquiridos durante a nossa caminhada de vida, conseqüência da nossa criação, cultura etc. Portanto, o fundamento para que o reino dos céus viva em nós e Jesus seja o nosso Rei, Senhor e Mestre. Do contrário, estaremos construindo na areia e nunca seremos considerados discípulos e seguidores de Jesus.

Amém

Abraço carinhoso de

Maria Regina

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23º Domingo Comum- Siga a Jesus sem medo!

Evangelho (Lucas 14,25-33)

— O Senhor esteja convosco!

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’

31Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz.

33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!

- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

Siga a Jesus sem medo!

Olá astuto leitor! Como estão seus planos para o seguimento a Jesus? Lucas nos apresenta uma perícope onde Jesus é mostrado como uma figura itinerante. Jesus no seu caminhar começa a evangelizar as pessoas que anseiam por Deus.

A proposta do Mestre é bem simples. Quem realmente deseja segui-lo deve verdadeiramente pensar e refletir para saber se está preparado. É necessário deixar pai e mãe para seguir Jesus. A radicalidade na proposta feita por Jesus é provocante e ao mesmo tempo reflexiva.

Ao comentar sobre o deixar familiares não devemos interpretar que Jesus quer que nos distanciemos de nossa família. Pelo contrário, o Mestre só não quer que usemos nossos familiares como pretexto para não segui-lo. A família deve ser o ponto for te de nossa vida, pois é nela que podemos crescer.

Ao fazermos planos calculamos se este realmente nos levarão a algum lugar. Será que a proposta de Jesus te leva a algum lugar? Desejo do fundo de minha alma que a sua crença nessa princípio seja verdadeira. Queremos dar passos seguros, sem medo. Queremos nos dedicar a tudo o que é necessário para estarmos perto de Cristo.

Quero que sua vida seja calculada a partir de cada palavra do Evangelho. Você pode ser melhor do que realmente pensa que é. E isso, meu querido amigo e amiga, não é coisa do outro mundo. Você pode, você consegue!

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ!

Professor Isaías da Costa

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23 DOMINGO DO TEMPO COMUM

RENUNCIAR A TUDO, PEGAR A CRUZ E SEGUIR JESUS

A liturgia do XXIII Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência de quanto é exigente o caminho do “Reino”. Optar pelo “Reino” não é escolher um caminho de facilidade, mas sim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida.

É, sobretudo, o Evangelho que traça as coordenadas do “caminho do discípulo”: é um caminho em que o “Reino” deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os nossos próprios interesses e esquemas pessoais. Quem tomar contacto com esta proposta tem de pensar seriamente se a quer acolher, se tem forças para a acolher… Jesus não admite meios-termos: ou se aceita o “Reino” e se embarca nessa aventura integralmente e “a fundo perdido”, ou não vale a pena começar algo que não vai levar a lado nenhum (porque não é um caminho que se percorra com hesitações e com “meias tintas”).

A primeira leitura lembra a todos aqueles que não conseguem decidir-se pelo “Reino” que só em Deus é possível encontrar a verdadeira felicidade e o sentido da vida. Há, portanto, aí, um encorajamento implícito a aderir ao “Reino”: embora exigente, é um caminho que leva à felicidade plena.

A segunda leitura recorda que o amor é o valor fundamental, para todos os que aceitam a dinâmica do “Reino”; só ele permite descobrir a igualdade de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo. Aceitar viver na lógica do “Reino” é reconhecer em cada homem um irmão e agir em conseqüência.

Primeira Leitura - Leitura do Livro da Sabedoria (Sb 9,13-18)

13Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?

14Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: 15porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa.

16Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus?

17Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial - Salmo 89

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações

Eles passam como o sono da manhã,
são iguais à erva verde pelos campos:
De manhã ela floresce vicejante,
mas à tarde é cortada e logo seca.

Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações

Ensinai-nos a contar os nossos dias,
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações

Segunda Leitura - Carta de São Paulo apóstolo a Filêmon (Fm 9b-10.12-17)

Caríssimo: 9bEu, Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10faço-te um pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. 12Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao Evangelho.

14Mas eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo.
Palavra do Senhor.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 14,25-33)

Naquele tempo, 25grandes multi¬dões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar,¬ dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’

31Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar a paz.

33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não po¬de ser meu discípulo!”
Palavra da Salvação.

Comentário - Perder tudo... para ganhar a Esperança

Quando Alexandre Magno deixou Grécia para partir na conquista da Ásia doou a seus amigos todo seu patrimônio pessoal; não o do estado. Um de seus amigos, Perdicca, lhe perguntou se tinha conservado algo para si mesmo. Alexandre respondeu-lhe: "Sim, a esperança". Então Perdicca renunciou a sua parte e disse-lhe: "A nós, que iremos lutar contigo, a teu lado, nos deixa compartilhar a esperança”.

Visão de futuro

Neste caso, Alexandre Magno nos serve como ícone vivente de Jesus. Jesus veio à terra. Despojou-se de tudo, de tudo. Entregou sua vida, seu corpo, sua alma. Não reservou nada para si mesmo. Unicamente a esperança, o tesouro do Reino que ia chegar e que Ele inauguraria.

Ante o futuro que nos é dado, como vale tão pouco nossas idéias, nossos sistemas, a vida que nos construímos? Só aEsperança! Essa é a força que nos dirige para o futuro, que nos indica que algo importante se está incubando. Que é isso o que devemos perseguir, assumindo qualquer risco.

As grandes pessoas tiveram sempre uma visão do futuro e não se deixaram amedrontar pelas dificuldades. Souberam investir tudo para ganhar o futuro. Ser cristão é isso: apostar na esperança, compartilhar a esperança de Jesus, aliar-se com o futuro e não cultivar as frustrações do passado.

A mais surpreendente aliança

"Deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher e serão os dois uma só carne", dizia o Deus do Gênesis. Jesus atreve-se agora a dizer às pessoas que o seguem: que seu discípulo-discípula deverá deixar a seu pai e a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, a sua própria vida e se unir a Ele e formará com Ele um só ser. Paulo reconheceu isto dizendo: "Não sou eu quem vive, senão Cristo quem vive em mim”.

O paralelismo entre estes dois textos dá-nos a chave do entendimento. Quem casa-se não tem de menosprezar por isso o seu pai e a sua mãe. Da mesma forma quem segue Jesus não tem de menosprezar o seu pai, a mãe, a sua mulher... Jesus diz unicamente que seu discípulo ou discípula fica para sempre vinculado ou vinculada a Ele em aliança eterna.

Essa Aliança de fé e amor deve ser mantida dia após dia, para sempre. A Aliança de amor com Jesus não seca o coração. Não o priva de seus afetos. Mais, o acende. Jesus veio trazer fogo. Quem quer entrar na vida tem de honrar pai e mãe, tem de amar a seus irmãos. Na Aliança com Jesus um descobre em si uma fonte de amor surpreendente que salta até a vida eterna e se derrama sobre todos os seres queridos. A Aliança com Jesus não nos faz afastados, mas mais próximos.

A Aliança com Jesus é tão apaixonante que não admite meias tintas, acende todo o ser. É como encontrar um tesouro ante o qual tudo o que se tinha como riqueza, fica desvalorizado.

Quem tem se encontrado com Jesus, se é com o verdadeiro Jesus, muda totalmente sua vida e altera totalmente a sua escala de valores. Renuncia a “seus " bens, porque encontrou o Bem que torna tudo bom.

O caminho para obter Sabedoria

A sabedoria de quem deixa tudo para ganhar tudo. A sabedoria aconselha, no entanto, ser humildes de espírito: Quem pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode acertar com o que Deus quer? Toda reflexão humana sobre o divino é titubeante, insegura. Se a duras penas conjeturamos o que ocorre na terra, se com trabalho descobrimos o que levamos entre mãos, quem rastreará o que há nos céus?

Deixar tudo para seguir Jesus, implica deixar nosso mundo ideológico, às vezes tão pago de si mesmo e tão petulante - que dá a impressão de saber tudo -. A verdadeira sabedoria convida-nos a ser humildes, a sentir a surpresa do mistério insondável de Deus. E pedir ao céu a sabedoria que ensina tudo, mas que só é concedida aos humildes e simples. Quem renúncia ao conhecimento arrogante, pode ser conquistado pela sabedoria de Deus. O seguidor de Jesus converte-se então em seguidor da Sabedoria.

Quem segue Jesus não perde seu mundo emocional

Não estamos acostumados a receber confidencias dos que nos governam. Quase sempre nos guiam com a verdade: com idéias, com argumentos; muito poucas vezes ou quase nunca põem sobre a mesa seu coração, seus sentimentos.

Os Pais da Igreja, ao menos alguns deles, puseram em seus escritos muita emoção. Hoje temos um exemplo evidente: a carta do apóstolo Paulo a Filêmon.

Alguém talvez pudesse pensar que esta carta não teria que ter sido integrada ao grupo dos livros canônicos do novo testamento. E, no entanto, é um texto revelado, inspirado! O Espírito demonstra-nos através dele que a linguagem da emoção manifesta o Mistério de Deus. Fixemos-nos nas palavras e expressões que Paulo emprega: "apelo a teu amor", "meu filho querido", "como se te enviasse meu próprio coração", "irmão querido que o é muitíssimo para min", "se me tens por amigo".

Paulo era um homem que amava apaixonadamente. Não tinha receio em manifestar seus sentimentos, suas emoções, sua paixão. É assim como se dirige à Igreja de Deus: com o coração, com o amor apaixonado, superando o império da lei.

Pe. José Cristo Rey García Paredes

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CONSTRUIR SOB A ESCOLHA JÁ FEITA

Caro leitor, o texto desse domingo apresenta também três momentos: primeiro o exemplo da construção da torre; o segundo o exemplo da guerra e por fim, compara esses exemplos a proposta do discipulado. Lucas utiliza imagens concretas (construção, guerra) que encontram-se pela metade, coisas visíveis, uma construção de torre ou uma guerra não acontecem sem que todos notem, sem que todos vejam (esse homem começou a construir e não pode acabar), e assim também passa a ser a escolha daquele que decide por seguir Jesus, uma opção que não há de ser feita sem que todos percebam, a mudança deve ser vivível na vida daquele que opta por ser discípulo. Nesse texto as imagens utilizadas ficam pela metade, portanto, podemos perceber que o difícil do seguimento não é fazer a opção, não é a primeira escolha, mas a permanência, é o manter-se discípulo, é o construir sob a escolha já feita. A conseqüência do riso ou da cobrança daqueles que assistem a decisão tomada vem frente a construção não terminada, ou melhor dizendo, pela opção feita e não levada ao fim.

Acredito ainda que o texto vai além exige do discípulo ponderação, cálculo, aquele que se decide por seguir Jesus precisa conhecer exatamente o que possui antes de aderir ao seguimento, e mais, precisa previamente reconhecer se pode chegar ao fim (...para calcular as despesas e ponderar se tem com que terminar?); nos dois exemplos tanto quem constrói como quem vai para a guerra tem uma única atitude sentar-se, é também a única atitude exigida por Jesus nesse texto aos seus discípulos, colocar frente seus olhos antes da decisão pelo seguimento a própria vida, pensar na opção que se faz; as vezes sentar e calcular as perdas e ganhos, faz-nos desistir de muita coisa, faz-nos não iniciar uma obra que ficará pela metade, nesse texto Lucas apresenta a importância de concluir ciclos em nossa vida, parar pela metade nos faz sentir fracos é a única coisa que desperta o comentário alheio. O texto parece indicar que é melhor não fazer uma opção impensada que desistir na metade do caminho, a minha decisão por ser cristão deve ser uma tarefa finalizada, e não abandonada pela metade. A renúncia a que Lucas se refere é exatamente a de terminar aquilo que começou, renunciar a própria vontade, muitas vezes vontade de desistir, de tomar outro caminho quando se está na metade do primeiro.

Outro aspecto que esse Evangelho nos ensina é que grandes multidões acompanhavam Jesus e Jesus volta para elas, para dar-lhes um ensinamento. Essa grande multidão é convidada a caminhar atrás de Jesus, isto é, a se tornar discípulo dele. E ser discípulo é romper com o passado. Fazer uma ruptura total e colocar os pés nas pegadas de Jesus. Isso é caminhar atrás de Jesus.

É preciso estimado irmão, tomar a cruz e seguir Jesus. E sabe qual é a maior cruz que temos que tomar? Renunciar à idéia de lutar sozinhos. Aprender a depender. Essa dependência é caminhar atrás de Jesus. Um dia Jesus disse a Pedro ‘vai para trás de mim’ (Mt 16,23). Jesus estava dizendo: você precisa aprender muito ainda antes de sair por aí.

Para se tornar discípulo de Jesus não é necessário ser alguém importante superior aos outros. É se comprometer. Discípulo querido leitor é igual compromisso. É se comprometer com a causa de Jesus. Jesus sabia que a multidão não queria compromisso algum. Apenas queria ser curada. Vivemos num mundo sem compromissos, com Deus e com as verdades eternas.

Graças a Deus nossos templos estão cheios. As missas lotadas. Mas pode ser que na assembléia esteja presente pessoas que aparece só quando tem Primeira Comunhão. Na cerimônia de matrimonial, Bodas de prata e de Ouro. Missas de sétimo dia. Quando tem uma grande concentração. Mas depois desaparece da Igreja e não tem compromisso. Quer apenas acompanhar de longe, ser multidão. Essa pessoa não é má. Ninguém pode falar que ela é ou não é; contudo não se vê compromisso.

Será que hoje Jesus quer tirar você da grande multidão? Ele está dizendo: Vem. Se comprometa com a minha missão. Implante o Reino. Você já pensou demais. Perdeu tempo demais. Quando é que você vai se tornar um discípulo meu?

Pe. Vicente Paulo Braga, FAM

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Homilia do Padre Françoá Costa – XXIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Discípulo

No Evangelho de hoje, a palavra “discípulo” aparece três vezes (Cfr. Lc 14,26.27.33); em todas elas o discípulo aparece como alguém que deve renunciar algo ou alguém. Não será uma visão um pouco negativa? Para compreender melhor a nossa vocação de discípulos do Senhor vale a pena fazer um pequeno passeio pelo Novo Testamento.

Um primeiro fato que chama a atenção é que não são os discípulos quem escolhem o seu mestre, mas é Jesus quem escolhe os seus discípulos e lhes dá uma missão concreta: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens” (Mt 4,19). A primeira coisa que há de notar-se, portanto, na vida do discípulo é que é uma pessoa chamada por Jesus para cumprir uma missão. Dentro desse contexto é que podemos entender as renúncias que Jesus pede aos seus discípulos.

Uma segunda característica do discípulo de Jesus encontra-se no contexto das bem-aventuranças, cuja clave de interpretação é o mandato de Cristo para que sejamos santos: “perfeitos como vosso Pai celeste” (Mt 5,48). Outra maneira de expressar a santidade querida por Jesus é a descrição que S. Marcos faz da escolha dos Doze: “designou doze dentre eles para ficar em sua companhia” (Mc 3,14). Santidade é estar na companhia de Jesus, junto a ele e compartir a sua mesma vida. A renúncia, portanto, é para que possamos viver essa vida nova à imitação do Divino Mestre.

Noutro momento, quando Jesus dava instruções aos seus discípulos e, mais em concreto, aos seus apóstolos, lhes diz: “o discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre” (Lc 6,40). Ou seja, o seguidor de Cristo permanece sempre como discípulo, nunca será mestre, mas a sua imitação do Mestre pode ser perfeita.

O discípulo mantem sempre o desejo de aprender. Conta-se que uma criança ao voltar da escola um pouco desanimada, foi perguntada pelos pais: “E aí, foi bem de aula?”. E o menino respondeu: “Não. Vou ter que voltar amanhã”. Não se pode pretender aprender tudo num só dia nem cansar-se de voltar à escola do Mestre. Uma experiência que todo cristão tem quando passam os anos no seguimento de Cristo é a seguinte: a leitura do Evangelho, das mesmas passagens, recebe sempre distintos coloridos na mente e no coração do que o lê, sempre se descobre coisas novas ou, ao menos, o antigo já sabido se renova, ganhando assim todo o frescor da novidade de redescobrir algo já conhecido e, no entanto, com alguma luz nova.

S. Irineu dizia que o homem vai ser discípulo sempre, também na eternidade: nós sempre aprenderemos! E um autor moderno escrevia que a nossa viagem de peregrinação por esse mundo não termina numa cima definitiva, mas na descoberta maravilhosa de que as terras descobertas e conquistadas são tão somente promessas do que há, todavia terras mais belas por descobrir.

Recordemos essas palavras do Documento de Aparecida (nº 103): “Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes á voz do Pai queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação”. Os passos estão claros: reconhecer Jesus; crer de verdade na boa-nova que ele nos trouxe, ou seja, ele mesmo; escutá-lo e proclamar aos homens e mulheres da nossa época a vida, a alegria e a paz que só se encontra nele; fazer com que a nossa fé vá acompanhada das boas obras. Essa visão das coisas dista muito de ser negativa, ao contrário, a fé nos faz profundamente otimistas porque ela mesma leva em si o dinamismo do sim de Deus aos discípulos de Cristo.

Pe. Françoá Costa

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – XXIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

b 9,13-18
Sl 89
Fm 9b-10.12-17
Lc 14,25-33

O “naquele tempo” do Evangelho que escutamos, prolonga-se neste tempo que se chama hoje. “Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus”. Eram muitos os que o admiravam, muitos os que o escutavam… como hoje. Mas, Jesus voltando-se, lhes disse – e diz aos que o querem acompanhar hoje -, com toda franqueza, quais as condições para serem aceitos como seus discípulos: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega e seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. É impressionante a sinceridade do Senhor nosso! Olhemos bem que não são todos os que podem ser seus discípulos! É certo que todos são chamados, pois “o desejo de Deus é que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4), mas também é certo que nem todos estão dispostos a escutar de verdade o convite do Senhor e a aceitar suas exigências. E Jesus é claríssimo: ele somente aceita como discípulo – somente pode ser seu discípulo – quem se dispõe, com sinceridade, a caminhar atrás dele, seguindo seus passos no caminho! É ele quem dá as cartas, é ele quem dita as normas, é ele quem mostra o caminho e quem diz o que é certo e o que é errado! Que palavra tão difícil para cada um de nós, para o mundo atual, que se julga maduro e sábio o bastante para fazer seu próprio caminho e até para julgar os caminhos de Deus! Quem assim age, permanecendo fechado em si mesmo – diz Jesus -, “não pode ser meu discípulo!”

E o que é ser discípulo? É colocar-se no caminho dele, é renunciar a decidir por si mesmo que rumo dar à sua vida, para seguir o caminho do Mestre, colocando os pés nos seus passos; ser discípulo é se renunciar para ser em Jesus, pensando como ele, vivendo como ele, agindo como ele… Ser discípulo é fazer de Jesus o tudo, o fundamento da própria existência: “Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo que tem, a tudo que é, à sua própria segurança, ao seu próprio modo de pensar, não pode ser meu discípulo!”

É preciso que compreendamos que esta exigência tão radical do Senhor não é por capricho, não é arbitrária, não é humilhante ou desumana para nós. O Senhor é tão exigente porque nos quer libertar de nós mesmos, de nosso horizonte fechado e limitado à nossa própria razão, ao nosso próprio modo de ver e pensar as coisas e o mundo. O Senhor nos quer libertar da ilusão de que somos auto-suficientes e sábios, de que somos deuses! Como têm razão, as palavras do Livro da Sabedoria: “Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? Quem, portanto, investigará o que há nos céus?” O homem, sozinho, é incapaz de compreender o mistério da vida, que somente é conhecido pelo coração de Deus! Isto valia para ontem, e continua valendo para hoje e valerá ainda para amanhã, mesmo com todo o desenvolvimento da ciência e com toda a ilusão de que nos bastamos a nós mesmos e podemos por nós mesmos decidir o que é certo e o que é errado. O homem, fechado em si mesmo, jamais poderá compreender de verdade o mistério de sua existência e o sentido profundo da realidade. É preciso ter a coragem de abrir-se, de ser discípulo, de seguir aquele que veio do Pai para ser nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida! “Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões, incertas… Mal podemos conhecer o que há na terra e, com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos”. É por isso que o Salmista hoje nos faz pedir com humildade: “Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria!”

Só quando nos renunciarmos, só quando colocarmos o Senhor como o centro de nossa vida, do nosso modo de pensar e de agir, somente quando ele for realmente o nosso Tudo, seremos discípulos de verdade. Então mudaremos de vida, de valores, de modo de agir. É o que São Paulo propõe a Filêmon, cristão, proprietário do escravo Onésimo. O Apóstolo recorda ao rico Filêmon que ser discípulo de Cristo comporta exigências e mudança de mentalidade: o escravo deve agora ser tratado como irmão no Senhor. Não podemos ser cristãos, apegados à nossa lógica e às coisas próprias do homem velho! Não podemos ser cristãos fazendo política como o mundo faz, tendo uma vida sexual como o mundo tem, pensando em questões como o divórcio, o aborto, o adultério como o mundo pensa, não podemos ser cristãos comportando-nos como o mundo se comporta e fazendo o que o mundo faz! Querer seguir o Senhor sem deixar-se, sem colocá-lo como eixo e prumo da vida, é como construir uma torre sem dinheiro: não se chegará ao fim; é como ir para uma guerra sem exército suficiente: seremos derrotados!“Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo que tem, não pode ser meu discípulo!”

Que o mundo não compreenda esta linguagem, é de se esperar… Afinal, o homem psíquico – homem entregue somente à sua própria razão – não pode mesmo compreender as coisas do Espírito de Deus (cf. 1Cor 2,14). O triste mesmo é que os cristãos, isto é, nós, tenhamos a pretensão de ser discípulos sem procurar sinceramente nos renunciar, mortificando nossas tendências desordenadas, educando nossos instintos desatinados e deixando que a luz do Evangelho ilumine nossa razão e nosso modo de pensar…

Cuidemos bem, para que, no fim de tudo, o nosso cristianismo não seja inacabado, tão inútil quanto uma torre deixada pela metade ou uma guerra na qual a derrota é certa. Que nos valha a misericórdia de nosso Senhor e nos ajude a viver da sua Palavra, porque, como disse hoje o Autor sagrado, dirigindo-se a Deus, “só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos”. Que nos salve o Cristo, Sabedoria de Deus. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa

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23º Domingo do Tempo Comum - C

Por: Padre Wagner Augusto Portugal

“Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença. Tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia”(cf. Sl. 118).

Meus queridos Irmãos,

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

O livro da Sabedoria nos ensina, na primeira leitura(cf. Sb 9,13-18), que a sabedoria nunca é conquistada para sempre. É a prece de Salomão pela sabedoria, especialmente a segunda parte, que ensina o quanto à sabedoria é indispensável e necessária para os embates chamados diários de nossa caminhada neste mundo transitório. A sabedoria tão necessária nos dias hodiernos e nesta sociedade utilitarista em que vivemos o hedonismo campear e a falta de compromissos que sejam duradouros e sérios. O lucro reina pelo lucro e o poder pelo poder, sempre se esquecendo que todos os dons devem ser colocados na gratuidade da graça que provém de Deus Trindade. Assim, a sabedoria ensina a dar a tudo o seu devido lugar, a ponderar o que é mais e o que é menos importante. Isso nos leva a conduzir as conclusões que, aos olhos das pessoas superficiais, parecem loucura.

A Primeira Leitura nos apresenta o discernimento e a ponderação, dons de Deus. Saber discernir é o que Salomão pediu a Deus(1Rs 3,9). Também o autor do livro da Sabedoria pede isso e ensina que se deve pedi-lo. Nosso esforço intelectual não é o suficiente. As faíscas do Espírito Santo não se deixam programar; devem ser recebidas como dádivas.

Meus caros irmãos,

As exigências do seguimento de Jesus parecem loucura extrema: “Odiar pai e mãe, mulher, filhos, irmãos e irmãs(cf Lc 14,26)”, por causa de Cristo e de seu Evangelho, não é uma loucura? Não, isso nos ensina São Lucas em seu Evangelho. É a conseqüência da sabedoria cristã, da ponderação a respeito do investimento necessário para o Reino de Deus. Começar a construir a torre sem o necessário capital é que é loucura, pois, todo mundo ficará gozando da gente porque não conseguiu concluir a obra! O homem sábio e prudente faz o devido orçamento, decidindo com prudência aonde irá aplicar e investir. No caso de todos os cristãos, o único orçamento adequado de se investir é o SUPREMO BEM, sem o qual os outros investimentos ficam sem sentido.

A Segunda Leitura(cf. Fm 9b-10.12-17) nos lembra que não haverá mais escravo nem oprimido, mas será estabelecido que todos serão irmãos. O escravo Onésimo fugira de seu dono, Filêmon, discípulo de Paulo. Paulo o envia de volta, mas agora batizado, portanto, “filho” de Paulo, como o próprio Filêmon. Por isso, Filêmon o deve receber não mais como escravo, mas como irmão. A abolição da escravidão ainda não se impunha como perspectiva histórica no tempo de Paulo, mas mesmo assim devia realizar-se, entre os cristãos, o “nem escravo, nem livro” de Gl 3,28. Deste espírito novo surgiram também novas estruturas, que nos fazem perfeitos filhos de Deus pelo batismo.

Irmãos e Irmãs,

O Evangelho de hoje(Lc 14,25-33) nos ensina que o ponto de partida para a autêntica vivência cristã é o DESAPEGO. Desapego que, inicialmente, foi pedido aos discípulos e apóstolos, mas que paulatinamente foi entendido como desejo de Cristo que fosse assumido por toda a COMUNIDADE ECLESIAL. Desapego a exemplo de Jesus que deixou tudo para trás, não acumulou riquezas, e distribuiu tudo para os outros, até a sua preciosa vida na Cruz pela salvação de todo o gênero humano.

A mania das pessoas de possuir bens chega a ser uma doença. Doença que nos interpela a ficarmos livres de tudo o que nos oprime. O dinheiro em si não é mal e nem os bens. A maneira como se usa o dinheiro ou se usa os bens materiais deve ter uma finalidade comunitária, de servir a quem precisa e ao nosso semelhante. E aceitar a Jesus, na sua totalidade, para sermos um só com ele, como o verso e o reverso de uma medalha fazem uma unidade nos pede o DESAPEGO dos bens materiais.

Assim, o Evangelho de hoje nos coloca quatro condições radicais postas por Jesus para ser cristão:

1. O desprendimento das coisas familiares;

2. O desprendimento da própria vida e dos próprios interesses;

3. O desprendimento de qualquer tipo de posse material ou espiritual;

4. O assumir da cruz, isto é, a própria história em suas situações concretas no nosso quotidiano.

Jesus por sua vez fez tudo o que falamos acima: deixou a glória do Paraíso, assumiu a pobreza em todos os sentidos, aniquilou-se a si mesmo, tomando a condição de servo sofredor, sofreu todas as vicissitudes do seu tempo e de seu povo e morreu na Cruz pela nossa salvação.

Jesus repartiu tudo o que era e o que tinha com os discípulos, até mesmo o seu poder divino de perdoar os pecados e de santificar o povo de Deus. Mas quer repartir hoje e agora também a cruz e a morte, partes integrantes de sua missão salvadora, e partilhar a ressurreição e a glorificação, nova meta da criatura redimida.

Irmãos e Irmãs,

Jesus não é contra a família.
Jesus não vai na contramão de um cultivo dos valores pessoais. Tudo o que os homens possuem vem da misericórdia de Deus. A família é um dom sagrado, a Igreja doméstica. A família vai mal quando ela está sem Jesus. A família com Jesus é querida e incentivada. Jesus está presente na família para transformá-la e não somente visitando-a nos batizados, primeira eucaristias, missas de exéquias ou matrimônios. Jesus quer caminhar com as famílias no cotidiano, no dia a dia, sendo presença-presente e viver segundo o seu Evangelho todos os momentos.

Jesus não vai contra uma vida confortável do ponto de vista individual ou pessoal. O que Jesus é contra é o egoísmo, a ausência de partilha, da misericórdia e do perdão. Jesus nos quer misericordiosos, mansos e compassivos. Jesus não quer uma religião de orações apenas pessoais, mas quer que nós nos engajemos na vida de comunidade, na Paróquia e na vida da Igreja Particular.

O discípulo renuncia a tudo, principalmente ao seu eu, as suas exigências, caprichos. O verdadeiro e autentico discípulo pega a cruz de Cristo e a carrega na dimensão comunitária e pastoral.

O Reino dos Céus é como a torre a ser construída. Tem que ser iniciada do alicerce, fazendo as bases para que se tenha uma boa sustentação. Assim, também, é o Reino de Deus que pede o esvaziamento do eu, coisa que exige muito mais esforço e trabalho do que levantar uma catedral ou arrasar uma montanha. É preciso assumir a Cruz e estar preparado para a morte, para as perseguições, para as calúnias, para as fofocas e para as intrigas. E estas surgindo vão nos purificando, deixando aquilo que realmente é o mais importante, a graça de Deus que nos embala e nos anima na missão.

Irmãos e Irmãs,

Paulo hoje é focalizado preso. Mesmo na prisão, coloca-se a serviço dos irmãos, implorando pela liberdade do escravo Onésimo. A comunidade eclesial deste Domingo dará graças a Deus pela graça de seguir a Cristo, de carregar as cruzes no seu seguimento, pela liberdade no uso das coisas, sem a elas se apegar. Pedirá o dom da sabedoria para ser fiel ao seguimento de Cristo. São as experiências pascais transformadas em ritos no memorial eucarístico que celebramos. Amém!

Padre Wagner Augusto Portugal

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SÓ QUEM CARREGA A SUA CRUZ E ME SEGUE, PODE SER MEU DISCÍPULO.

Para ser cristão, na realidade a Igreja exige muito pouco. As crianças são batizadas quando recém nascidas e não se exige nada de seus pais; tudo o mais, a participação em algumas palestras preparatórias ao batismo e um vago compromisso de um agir cristão e de educar a criança segundo a lei de Deus e dos mandamentos da Igreja. Contudo, isto não era assim no início da Igreja. Para ser discípulo, Jesus impunha duras condições, que levavam a quem queria ser seu seguidor a pensar seriamente. Poucos seríamos de fato cristãos se tivéssemos que cumprir as três condições que Jesus exige dos discípulos. Essas três formulações de evangelho de hoje são “extremas”; representam a meta utópica que não podemos perder de vista, estando nós dispostos a alcançá-la no seguimento de Jesus.


A primeira exigência: (Se alguém vem a mim e não se desapega de seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo), o discípulo deve estar disposto a deixar tudo para seguir o mestre. Se no propósito de instaurar o reinado de Deus, evangelho e família entram em conflito, de modo que esta impeça a implantação daquele, a adesão a Jesus tem a preferência.

O projeto de Jesus é criar uma sociedade alternativa está acima das considerações dos laços de família. A segunda exigência: “Só quem carrega a sua cruz e me segue, pode ser meu discípulo”, não se trata de fazer sacrifícios ou mortificar-se, mas de aceitar e assumir que a adesão a Jesus carrega consigo a possibilidade de perseguição por parte da sociedade, perseguição que deve ser aceita e ser colocada em primeiro lugar como conseqüência do seguimento.

Por isso, não é necessário precipitar-se, a não ser que prometamos fazer mais do que podemos cumprir. Há bons exemplos que ilustram a necessidade de uma opção fundamental, como por exemplo a construção da torre, que exige fazer um bom plano para calcular os materiais disponíveis, ou o rei que planeja a batalha precipitadamente, sem sentar-se e estudar suas possibilidades diante do inimigo.


A terceira condição (qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo) nos parece excessiva. Como se não bastasse dar preferência absoluta ao plano de Jesus e estar disposto a sofrer perseguição por ele, Jesus exige algo que parece estar acima de nossas forças: renunciar a tudo que se tem. Trata-se, sem dúvida, de uma formulação extrema que deve ser bem compreendida. O discípulo deve estar disposto inclusive a renunciar a tudo que tem, se isto for obstáculo para colocar fim a uma sociedade injusta na qual uns acumulam os bens da terra enquanto outros passam necessidade e mal conseguem sobreviver.

O outro tem sempre a preferência. O próprio deixa de ser da pessoa, quanto outro necessita dele. Somente a partir do desprendimento se pode falar de justiça, somente desde a pobreza se pode lutar contra ela. Somente a partir daí se pode construir a nova sociedade, o reinado de Deus, erradicando a injustiça da terra.


Para os que costumam tirar os espinhos do evangelho e nós mesmos gostaríamos que as palavras e atitudes de Jesus fossem menos radicais, ler este texto nos parece duro, pois o Mestre nazareno é tremendamente exigente.


Não é em vão que o livro da Sabedoria formula hoje, a modo de interrogante, a dificuldade que se tem de conhecer o desígnio de Deus e compreender o que Deus quer. Será necessário para isso receber de Deus a sabedoria e o Espírito Santo desde o céu para adequar nossa vida à vontade de Deus manifestada em Jesus.

Necessitamos, certamente, dessa ajuda do céu para navegar contra a corrente e ter a capacidade de renúncia total que nos é proposta pelo evangelho como exigência radical de Jesus hoje não é tanto o começo do caminho, mas a meta à qual devemos aspirar, aquilo de que somos convidados a alcançar, se queremos seguir a Jesus. Talvez não cheguemos nunca a viver com essa radicalidade as exigências de Jesus, porém não devemos renunciar a isso por mais que nos encontremos à luz dessa utopia.

Missionários Claretianos

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OPÇÃO E RENÚNCIA

A observação feita por Jesus visava levar a multidão que o seguia a deixar de lado a exaltação ingênua e colocar os pés no chão, para evitar possíveis frustrações. A empolgação do momento podia desviar as pessoas do verdadeiro significado do gesto de colocar-se no seguimento do Mestre. Quem quisesse segui-lo, deveria estar consciente das implicações de sua opção.
A primeira exigência consistia em romper com os laços familiares, por causa do Reino, colocando, em segundo plano, o amor aos entes mais queridos. O texto bíblico fala em "odiar pai, mãe etc.". Evidentemente, a palavra "odiar" não tem o mesmo sentido que nós lhe damos, hoje. Na boca de Jesus, ela quer dizer "dar preferência ao pai, à mãe"; colocá-los acima do Reino e de suas exigências.
A segunda exigência aponta para a predisposição de aceitar todas as conseqüências decorrentes da opção pelo Reino. Isto significa "tomar a própria cruz". Não é apto para seguir Jesus quem se intimida diante das perseguições, da indiferença, das calúnias sofridas por causa de seu testemunho de vida. Só quem é suficientemente forte para enfrentá-las, está em condições de se tornar seguidor de Jesus.
Portanto, a opção por se tornar seu discípulo funda-se numa dupla disposição para a liberdade: diante dos laços de parentesco e diante da cruz que se há de encontrar nesse seguimento.

Prece
Espírito que predispõe para a renúncia, torna-me apto para o discipulado, libertando-me diante do que pode me desviar das exigências do Reino.

Pe. Jaldemir Vitório

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TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

(Lc9,22-25)

Jesus anuncia a sua morte, e tudo o que lhe acontecerá. E porque Ele sabe o seu futuro? Primeiro porque tudo faz parte do projeto do Pai que foi anunciado pelo Espírito Santo através das bocas dos profetas.

Segundo, Jesus sendo Deus, sabia tudo o que iria acontecer, até os pensamentos das pessoas em sua volta. Enxergava quilômetros na sua frente.

Em seguida, Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me."

Talvez seja esta afirmação de Jesus, o segundo motivo pelo qual os sacerdotes são celibatários. Negar a si mesmo. O primeiro motivo talvez seja porque Jesus disse. "Quem deixar mulheres e filhos para me seguir terá cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna, com direito a perseguições"; e o terceiro motivo dos padres não se casarem talvez seja pelo fato de Jesus não ter se casado. O sacerdote imitando a Cristo, não se casa.

Por favor, se estou errado, se não é exatamente isso, alguém que me corrija, mas me dê a resposta certa. Não faça somente critica. Apresente a solução.

"Tome cada dia a sua cruz..." Que dureza! Cada um de nós tem a sua cruz para carregar. É o cheiro da fumaça do cigarro do marido, é a sogra monopolizando a família, é a esposa reclamando de tudo e de todos que desarrumam a casa (mas ela está certa), é o cachorro do vizinho que não pára de latir nos nossos ouvidos quando precisamos estudar, etc.

Temos vários tipos de cruzes. Algumas cruzes são produzidas ou feitas por nós mesmo. Aquele jovem cheio de vida, apostando corrida na madrugada com seus amigos, bateu com o carro e hoje tem de carregar uma merecida cruz! Uma perna mecânica.

Ele é jovem, cheio de saúde, de boa aparência e por isso vive rodeado de muitas garotas, bom emprego, arrasa nas madrugadas, e na praia só dá ele, não tem pra ninguém... "peraí." Adianta a fita, digo o DVD. Vamos ver como é o final desse filme, o final da vida deste campeão.

...Hoje, aposentado, ele tem de pagar 3 pensões alimentícias para suas ex-esposas. Não é que ele fosse um mau marido, um traidor, mas acontece que as garotas não o deixava respirar, dando em cima dele, e exigindo que deixasse a sua esposa e se casasse com elas. E isso aconteceu por três vezes.

Hoje esse ex-campeão mora sozinho na casa de sua falecida mãe, e está carregando várias cruzes, pois o que ganha, já descontado na fonte as pensões, mal dá para se alimentar. Como se não bastasse, agora surgiu mais uma dolorosa cruz, uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), deixando-o magro, desanimado e sem os amigos das horas boas.

Depois de comentar algumas cruzes adquiridas, vamos tentar examinar algumas cruzes acidentais. Aquelas em que dizemos que não tivemos culpa de nada.

Ela ia passando pela praça, surge de repente um tiroteio, uma bala atinge sua coluna, e hoje sua cruz é uma cadeira de rodas. Porque aconteceu aquilo? Uma fatalidade? É muito complicado, e apesar de que Jesus disse que não cai uma folha da árvore sem a vontade de Deus, neste caso é bom a gente não emitir nenhuma opinião. Até que ponto ela mereceu aquilo? Não nos cabe julgar. Simplesmente dizemos que aconteceu, sem mais comentários.

As cruzes são importantes, pois elas nos purificam e nos santificam, desde que não reclamamos do seu peso, e o pior, desde que não nos revoltemos com elas, ou contra Deus, carregando-as com paciência como o fez o Filho de Deus, e oferecendo diariamente aquele sofrimento a Deus..

Cruzes injustas. É importante não generalizar, atribuindo a todo tipo de sofrimento, a denominação de cruz. Não confundir cruz com injustiça. O seu vizinho abusado e injusto, para não dizer louco, começa a dar tiros da sua janela aterrorizando os vizinhos. Alguém muito beata diz. Não chame a polícia. É a nossa cruz...

Aí, realmente é um caso de injustiça que produz conflito, e, portanto é um caso de polícia imediatamente.

Outro exemplo. Sua vizinha liga seu possante aparelho de som na maior altura por volta de meia noite, e você precisa dormir. Isso é uma cruz que você vai ter de engolir, digo, carregar? Acho que não! Vai ter de tomar providências, reclamando os seus direitos. Por ser cristão, não é ser bobinho.

Prezados irmão. Cruz é um assunto complicado e longo, mas o espaço acabou. Vamos rezar para Deus perdoa os nossos pecados, nos tornando assim, merecedores da redução do peso das nossas cruzes. Vamos pedir também para Ele nos livre das cruzes acidentais e das cruzes injustas. Amém.

Sal.

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TOME SUA CRUZ E SIGA-ME

Mateus 16, 24-28

Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”

O que significa renuncie-se a si mesmo? Significa não ser egoísta priorizando a sua vontade, mais sim a vontade do Pai. Significa dizer não para o seu corpo para poder receber o corpo e o sangue de Cristo menos indignamente. É entregar a sua vida para seguir e mostrar aos demais, o verdadeiro caminho verdade e vida. É a vida do sacerdote. Ele renuncia a si mesmo, doando-se pela causa do reino de Deus, e grande será sua recompensa no céu.

E o que significa tomar uma cruz e seguir Jesus? Nossa vida é rodeada de cruzes, as quais nem sempre as tomamos, nem sempre as assumimos, nem sempre aceitamos. É um paraplégico ou deficiente visual na nossa família, é o barulho e outros incômodos dos nossos vizinhos, é um filho ou filha que aprontou alguma, ou alguma pessoa no trabalho ou da família que nos maltrata, etc. São várias cruzes que temos de carregar, para poder seguir Jesus. Até mesmo carregamos tais cruzes, mais reclamando, xingando blasfemando. Sim. É blasfêmia maldizer as nossas cruzes, por que elas fazem parte do nosso viver. São permitidas por Deus por que precisamos delas, pode ser para nos purificar, para nos completar, ou para baixar a nossa crista de arrogância, ou mesmo porque as merecemos, pelo mau uso que fizemos da nossa liberdade. Em vez de xingar ou amaldiçoar as suas cruzes, reze com força e peça a Deus o perdão dos seus pecados, para que você possa merecer a redução do peso delas. Ah! Não se esqueça de oferecer todo dia o sofrimento decorrente das suas cruzes, em perdão dos seus pecados. Não existe um viver sem cruzes. Todos as temos. E só Jesus pode nos ajudar a atenuar o peso delas. Sabe como? Procurando fixar a nossa mente mais nas coisas agradáveis da nossa vida para esquecer um pouco as nossas cruzes. Se ficarmos só pensando no sofrimento das nossas cruzes ficarmos por demais infelizes. Lembre-se do que Jesus disse: “Meu fardo é leve...” Já reparou que ao contrário de um velório, em uma festa a gente foge quase que totalmente das nossas cruzes? Divertimos, sorrimos, dançamos, e nem pensamos nas cruzes. Nos dias de Natal e Ano Novo também. Comemos, bebemos, nos abraçamos, e não pensamos em coisas ruins. Depois voltamos a “vaca fria” do nosso dia a dia para nos atormentar com o nosso pensamento dominante estacionado no peso das nossas cruzes. Prezados irmãos: Vamos pedir a Deus paciência e forças para carregar as nossas cruzes. Releia esta meditação quando as suas cruzes parecerem pesadas demais.

ORAÇÃO:

Jesus. Perdoa os meus pecados e alivia o peso dos meus sofrimentos. Causados pelo peso das minhas cruzes. Perdoa-me porque às vezes me revolto com o aborrecimento advindo das minhas cruzes. Amém.

Sal

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RENUNCIAR PARA SEGUIR JESUS.

“Se alguém vem a mim e não odiar seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”.

Jesus usa o termo odiar, que é um exagero semítico para explicar que para seguir Jesus, é preciso renunciar tudo e a todos que ficam no caminho do compromisso total com Jesus, mesmo que sejam parentes próximos. Nesse sentido, “odiar” significa “preferir menos”, e não o ódio que habitualmente conhecemos.

Como vemos, ser discípulo, ser sacerdote, é se entregar. É morrer para si. Tanto é que até um dia desses, os padres usavam batina preta, para significar mortalha, morte para si, entrega total ao serviço de do Reino. Por isso, o sacerdócio deve ser decidido com prudente deliberação.

Jesus usa dois exemplos: o construtor sábio não começaria um projeto sem avaliar sua capacidade para terminá-lo; somente um louco iria para o combate sem conside­rar as probabilidades de vitória.

Para o discípulo cristão, o sen­tido é que a renúncia é o sal do discipulado. Quando um seguidor de Jesus começa a ocultar alguma coisa, o discipulado se torna uma charada. A parábola do sal tem várias aplicações. No Evangelho de Mateus, está ligada à imagem da luz e é usada em termos de bom exemplo (Mt 5,13); em Marcos, o sal é fonte de paz na comunidade (Me 9,50).

É por isso que a decisão de ser sacerdote deve ser uma coisa muito bem pensada. E nos tempos atuais, a coisa fica muito mais difícil, porque o sacerdote é bombardeado por todos os lados, por uma enxurrada de sensualidade que lhe invade os sentidos principalmente os olhos. É pela televisão, pela internet, pelos filmes e até andando pelas ruas. Assim, fica muito difícil não obstante a graça de Deus e a ajuda da Mãe castíssima, um padre negar a si mesmo, dizendo não a sua sexualidade.

Tenho a impressão que se Cristo Jesus andasse hoje pelas nossas comunidades, provavelmente faria algumas concessões na preparação dos novos padres, ou mesmo na vida dos sacerdotes já existentes, talvez mudando o celibato obrigatório, para um celibato opcional. E com certeza, teríamos muito mais sacerdotes.

Sal

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FIM DAS HOMILIAS SOBRE O TEMA: NEGAR A SI MESMO E SEGUIR JESUS

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