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sábado, 18 de dezembro de 2010

4 º DOMINGO DO ADVENTO - 2010 Ano A

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HOMILIAS PARA O

4 º DOMINGO DO ADVENTO

19 DE DEZEMBRO – 2010

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Comentários do Prof. Fernando

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INTRODUÇÃO

“Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus,...” Comemoramos o nascimento de Jesus Cristo no dia 25 de dezembro, que é o Natal. Foi quando Deus menino veio ao mundo, veio a nós para nos salvar do pecado. E nos deixou tudo o que precisamos para nos preparar para um dia merecermos a vida eterna. Tudo isso através das boas novas que Ele nos deixou: A palavra, os sacramentos, em fim, a Igreja.

Prezados irmãos e irmãs. Neste Natal Jesus está vindo mais uma vez a cada um de nós em particular, dizendo: “Segue-me”. Mas acontece que alguns de nós envolvidos pelo barulho do mundo atual, da diversão sem limites, do lucro, das compras e de tudo quilo que na verdade não nos satisfaz plenamente. Por tudo isso, não conseguem escutar a voz de Jesus nos chamando.

Mas para os escolhidos, como você que está lendo agora esta reflexão, Jesus é exigente. Ele não nos deixará escapar. Jesus até poderá deixá-lo (a) experimentar as aventuras dos caminhos tortos, como na parábola do Filho Pródigo, mas logo em seguida efetuará o seu resgate, atraindo você como um poderoso ímã, à casa do Pai, aos seus braços protetores. Está chegando o Natal e está na hora de escutar a voz de Deus que falará a você através do sermão do padre, da liturgia, das leituras deste Blog, ou pela voz de um irmão ou irmã, voz que atrai as ovelhas perdidas na sociedade consumista e globalizada.

Caríssimos irmãos. Não se iludam com as maravilhas de tudo aquilo que é passageiro, mas se liga e se guarde para as coisas do alto que duram para sempre.

Não vira as costas para o autor da vida que o está convidando a mudar de vida, e que está sempre de braços abertos chamando-o de volta à casa do Pai.

Todas as pessoas são chamadas por Deus. Porém, uns são chamados de forma especial. São os escolhidos assim como o foram os discípulos, para continuar a missão do Mestre. E Deus não desiste de cercar tais pessoas especiais por todos os lados, para que elas entendam que têm uma missão a cumprir na Terra, e não podem ou não devem perder tempo trilhando outros caminhos. Caminhos que na verdade nos levam ao inferno.

Prezados. Ninguém consegue fugir do amor de Deus. Somos marcados pelo sinal da fé. Mas aqueles marcados pela escolha, os escolhidos do Pai, não devem priorizar outras escolhas em suas vidas. Porque o certo, o correto, o aconselhável é atender o chamado de Deus.

Somos insignificantes demais para escaparmos da infinita força de Deus que nos envolve e nos segura como um pai que segura o filho que está caindo...

Meu irmão. Minha irmã. Não resista ao chamado, não resista ao amor de Deus!

Sal.

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José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” – Maria Regina.

Às portas do Natal, a liturgia nos faz refletir sobre a figura de José, um homem simples, carpinteiro, de um pequeno povoado desconhecido da Galileia chamado Nazaré. José é aquele que aparece na genealogia de Jesus narrada em Mt 1,1-17. Esta liga Jesus a Davi e a Abraão. Porém, o que chama a atenção é que em Mt 1,16, lemos que José é o esposo de Maria e que Maria é a mãe de Jesus, mas nunca que Jesus seja filho de José. De fato, Mt. 1,18.20 diz que é o Espírito Santo quem está na origem da vida de Jesus.
José vivia sua vida tranquilamente, e, segundo o costume, foi-lhe prometida em casamento, uma adolescente do povoado, Maria, com a qual ele tinha o sonho de casar e ter filhos. Naquela época, o casamento era feito em duas etapas. A primeira era a “promessa” ou noivado: um compromisso moral que tinha a validade do matrimônio, mas não concedia direito algum aos envolvidos, inclusive o de ter relações sexuais. Só algum tempo após o noivado, isto é, um pouco antes da jovem completar os 14 anos, realizava-se a segunda etapa, a celebração , onde a noiva era conduzida à casa do marido por duas testemunhas (se a jovem completasse os 14 anos e não fosse prometida, era livre para escolher o noivo, coisa quase impossível, pois os pais da moça escolhiam o noivo para assegurar-lhe um futuro).

Segundo o direito judaico, já no noivado, os prometidos em casamento, são considerados marido e mulher. Por isso, José é chamado o esposo de Maria em Mt 1,16.19, e, Maria, a esposa de José em Mt 1,20.24.Tudo corria tranquilamente entre o noivado e a passagem para a casa do noivo, quando um dia, o mundo de José revirou. Aquele sonho parecia que tinha acabado com tudo. Ele soube que sua mulher estava grávida. E só ele sabia com certeza que aquele filho não era seu. Num caso destes, a lei judaica dizia que o homem deveria deixar a mulher. Sendo José um homem justo, ou seja, que cumpria a vontade de Deus presente nas escrituras judaicas, sendo traído, tinha que repudiar Maria, com todas as conseqüências civis e penais que ela deveria sofrer, aparecendo aos olhos de todos como uma adúltera, rejeitada e excluída não só pelos parentes, mas por todos os habitantes de Nazaré.

José, porém, agindo com muita prudência, e, porque amava Maria, decidiu repudiá-la secretamente, para não expô-la a esta situação penosa. Não lhe restava nada a não ser refletir sobre aquela situação amarga. Que drama este homem deve ter enfrentado, quantos pensamentos podem ter passado em sua mente! Mas Deus não o deixou sozinho com seus pensamentos. Exatamente quando se perguntava amargurado, José teve um sonho bem maior que o primeiro. Neste, apareceu um anjo do Senhor que lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo”.

Assim,José fez como o anjo lhe tinha ordenado: tomou consigo Maria e reconheceu o menino como filho diante da lei. Por mandato de Deus, José tornou-se perante a lei o pai de Jesus; assim, Jesus é inserido legalmente na genealogia de José. Deus entra naquela história começada desde Abraão e Davi.O sonho de José é um sinal de Deus. Uma criança salvará o mundo inteiro dos seus pecados, uma criança libertará o mundo de todas as escravidões; seu nome Yeshua (Jesus) significa Deus salva. Hoje, José está diante de nós para nos exortar a escutar o Evangelho, a acolher a palavra do anjo que estava dentro do seu sonho. José não está entre os personagens principais do Evangelho, mas, mesmo assim, tomou parte daquela grandeza e alegria: acolheu consigo Maria e o menino. A cada um de nós é pedido de tomar consigo o Evangelho e de abandonar seu individualismo. Também nós, devemos tomar parte no grande desígnio de amor que Deus tem pelos homens. Com José, nos aproximamos da Santa Noite para acolher o Senhor e para caminhar com ele. Em Jesus, o “Emanuel”, Deus está conosco.

Amém

Abraço carinhoso

MARIA REGINA

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IV DOMINGO DO ADVENTO

A liturgia deste IV Domingo do Advento diz-nos, fundamentalmente, que Jesus é o “Deus-conosco”, que veio ao encontro dos homens para lhes oferecer uma proposta de salvação e de vida nova.

Na primeira leitura, o profeta Isaías anuncia que Jahwéh é o Deus que não abandona o seu Povo e que quer percorrer, de mãos dadas com ele, o caminho da história… É n’Ele (e não nas sempre falíveis seguranças humanas) que devemos colocar a nossa esperança.

O Evangelho apresenta Jesus como a encarnação viva desse “Deus conosco”, que vem ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de salvação. Contém, naturalmente, um convite implícito a acolher de braços abertos a proposta que Ele traz e a deixar-se transformar por ela.

Na segunda leitura, sugere-se que, do encontro com Jesus, deve resultar o testemunho: tendo recebido a Boa Nova da salvação, os seguidores de Jesus devem levá-la a todos os homens e fazer com que ela se torne uma realidade libertadora em todos os tempos e lugares.

Evangelho, segundo Mateus (Mateus 1,18-24)

Comentário - Companheira da espera

Maria, Virgem grávida, Virgem do Bom Parto, Maria da Esperança, Nossa Senhora da Esperança. Depois do profeta e o Batista, Maria, é a melhor parceira do Advento. Quem melhor quem esperou “com inefável amor de mãe”? Seu Advento foi não de quatro semanas mais de nove meses.

Que bela a imagem de Virgem Maria com o menino em seu ventre, que habita em sua carne. Assim, o seio de Maria desperta mil metáforas: é a forma e molde de Deus, é o cofre divino, é o sacrário dentro do qual está latente o Menino que vai nascer. A Virgem, desde sua doce pequenez, é o ícone mais feliz do Advento. Não é estranho que o povo cante nestes dias: “A Virgem sonha caminhos e está à espera”. “Santa Maria da esperança mantém o ritmo de nossa espera”.

O berço está vazio, mas logo “amanhecerá o Senhor na humildade de nossa carne”. Enquanto, ficamos na contemplação da Virgem grávida, a ponto de entregar-nos a alegria do fruto bendito de seu ventre.

Neste domingo, 23 de dezembro, se cumpre exatamente os duzentos anos do nascimento de Santo Antonio Maria Claret. Para ele Maria era “minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, minha Diretora, minha tudo após Jesus”. Da mão de Claret, olhamos Maria; com Maria, aguardamos Jesus.

A concepção de Jesus foi assim

Neste ano toca a São Mateus apresentar-nos a Maria na expectativa do nascimento de Jesus. Primeiro, o mistério: antes de viver juntos, esperava um filho por obra do Espírito Santo. Depois vem o desconcerto de São José; é o momento da dúvida deste homem justo e religioso. Não era simples seu zelo em não saber qual era seu papel em tal situação. Ao final, Deus rompe o silêncio, e tudo se aclara: vem do Espírito Santo e salvará a seu povo. José foi encarregado de por o nome de Jesus neste Menino. E lembremos que pôr o nome é se fazer “pai legal”. Agora, todas as peças se ajustam.

Isaías projeta mais luz sobre o mistério. Por José, entronca Jesus com a linhagem de Davi, entronca com a história da espera e as promessas do Antigo Testamento. Assim, toma corpo o prometido a Davi: de tua descendência sairá o Messias Salvador. O menino que vai nascer é filho de Davi, nasceu numa família, dentro da história, com raízes, nome e sobrenome. Sim, é evidente que o filho que Maria vai dar à luz é Emmanuel, o “Deus conosco”.

Esta palavra cumpre-se hoje - Emmanuel, Deus conosco.

Nas imagens mais expressivas de Maria, a Virgem leva Jesus, como um oferecimento, maternal e permanente, de Deus aos homens.

Maria é figura da Igreja. Também a Igreja - os homens e mulheres da Igreja - tem de estar grávida, carregada de Deus. Pode ter uma tarefa mais inevitável e formosa que, como a Virgem Maria, anunciar e oferecer a Deus aos demais?

Um Deus que floresce na carne de uma mulher, um “Deus conosco”; tem aqui a imagem exata, redonda, do Deus que nos ama, nos procura, nos agüenta; não só o Deus todo-poderoso senão “todo misericordioso”. Se o Menino que nasce está “conosco”, é o Deus próximo, amigo, intimo; nunca estará “em frente de nós:” normativo, temido, acusador. Quem falará de alienação quando do divino falamos? Repetiremos como São Leão Magno: “Deus faz-se homem para que o homem se faça Deus”.

A Encarnação é a loucura do amor de Alguém que infinitamente nos quer. Qualquer anjo poderá nos recordar: “O Senhor está contigo”. E nós cremos, e nos abrimos, sinceros, necessitados, contentes.

Por isso, com que esmero devemos nos interrogar na Igreja: Que Menino oferecemos? Que imagem de Deus brilha em nossos gestos e palavras? Por nós, que ninguém possa exclamar que “estamos deixados da mão de Deus”. Estamos em suas mãos e em seu coração.

Menos queixas

Caímos em conta das vezes que criticamos o consumismo e o secularismo, que desvirtuam o Natal? Porém se não serve para nada, a não ser para aparecer como resmungões e estraga-prazeres.

Vamos “olhar positivamente”. Vamos nos alegrar com a mística do mistério do Natal que professamos desde nossa fé. Vamos vivê-lo com convicção e alegria, para que por contágio, outros possam nos acompanhar para viver juntos esta Páscoa. Os crentes que se envolvem nas atitudes da Virgem: confiança, agradecimento, abertura, júbilo, não deixarão indiferentes a familiares e amigos. É será cumprido o que nos manda o Vaticano II: “A Igreja tem de dar razões para viver e esperar”.

Por trás da mística virá, sim, a família unida, a festa, as felicitações, a abundância de alimentos e presentes. Cada coisa em seu lugar. E sem esquecer aos pobres.

Apesar do silêncio

Esperar o nascimento de uma criatura é motivo grande de novidade e de alegria. “Quando um menino nasce é sinal de que Deus segue tendo esperança nos homens” (Gandhi). E, no entanto, a ponto de chegar o nascimento de Jesus, sobre José se fecha a sombra da dúvida, a incerteza, a turvação. Um homem profundamente religioso, e não atinge o saber que Deus quer dele, num momento tão difícil. O silêncio de Deus faz-se espesso. Ao final, amanhece a luz e o mensageiro revela o projeto de Deus.

Chegarão até a nós momentos de confusão e desanimo. Não foram reveladoras as dúvidas terríveis de Teresa de Calcutá? Em outra ocasião, será uma morte, um fracasso, uma doença cruel. Como a José, nos toca esperar, orar e confiar. O Senhor não nos abandona, seguimos sendo “filhos amados”. Depois da noite escura, brilhará o sol de madrugada.

E muito importante. Talvez sejam outros os que se debatem nesta situação de silêncio difícil, de desalento. Pois então toca-nos colocar o ombro como apoio para os outros para dizer a palavra oportuna, para aconselhar, para levantar ânimos.

Não o duvidemos. Em todo momento, escutaremos a voz de Jesus: “Vossa tristeza converter-se-á em alegria”, “Eu estarei convosco todos os dias”, “O Pai vos ama”.

A Eucaristia é o “Deus conosco”. A cada menino que nasce, dizem as pessoas, “vem com um pão debaixo do braço”. O Menino da Virgem Maria é “todo pão”: o pão que dá a Vida. E nós o comungamos.

Pe. Conrado Bueno Bueno

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – IV Domingo do Advento (Ano A)

Is 7,10-14
Sl 23
Rm 1,1-7
Mt 1,18-24

Estamos às portas do Santo Natal. Eis o que vamos contemplar nos ritos, palavras e gestos da sagrada liturgia: o Verbo eterno do Pai, o Filho imenso, infinito, existente antes dos séculos, fez-se homem, fez-se criatura, fez-se pequeno e veio habitar entre nós. Sua vinda ao mundo salvou o mundo, elevou toda a natureza, toda a criação. A sua bendita Encarnação lavou o pecado do mundo e deu vida divina a todo o universo! Mas, atenção: este acontecimento imenso, fundamental para a humanidade e para toda a criação, a Palavra de Deus hoje nos diz que passou pela vida simples e humilde de um jovem carpinteiro e de uma pobre menina moça prometida em casamento numa aldeia perdida das montanhas da Galiléia. O Deus infinito dobrou-se, inclinou-se amorosamente sobre a pequena e pobre realidade humana para aí fazer irromper o seu plano de amor. Acompanhemos piedosamente o Evangelho deste Quarto Domingo do Advento.

São Mateus diz que a Mãe de Jesus “estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo”. As palavras usadas pelo Evangelista são simples, mas escondem uma realidade imensa, misteriosa, inaudita. Pensemos em José e Maria, ainda jovens. Eles certamente se amavam; como todo casal piedoso daquela época pensavam em ter filhos – os filhos eram considerados uma bênção de Deus. Mas, eis que antes de viverem juntos, a Virgem se acha grávida por obra do Espírito Santo! Deus entra silenciosamente na vida daquele casalzinho. Nós sabemos, pelo Evangelho de São Lucas, que Maria disse “sim”, que Maria acreditou, que Maria deixou que Deus fosse Deus em sua vida: “Eu sou a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38) De repente, eis que uma vida de família, que tinha tudo para ser pacata e serena, viu-se agitada por uma tempestade. Por um lado, a Virgem diz “sim” a Deus e, sem saber o que explicar ou como explicar ao noivo, cala-se, abandonando-se confiantemente nas mãos do Senhor. Por outro lado, José sabe que o aquele filho não é seu; não compreende como Maria poderia ter feito tal coisa com ele: ter-lhe-ia sido infiel? E, no entanto, não ousa difamar a noiva. Resolve deixá-la secretamente. Quanta dor, quanta dúvida, quanto silêncio: silêncio de Maria, que não tem o que dizer nem como explicar; silêncio de José que, na dor, não sabe o que perguntar à noiva; silêncio de Deus que, pacientemente, vai tecendo a sua história de salvação na nossa pobre história humana. E, então, como fizera antes com a Virgem, Deus agora dirige sua palavra a José: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”. Atenção aos detalhes! O Anjo chama José de “filho de Davi”. É pelo humilde carpinteiro que Jesus será descendente de Davi. Se José dissesse “não”, Jesus não poderia ser o Messias, Filho de Davi! Note-se que é José quem deve dar o nome ao Menino, reconhecendo-o como seu filho. Note-se ainda o nome do Menino: Jesus, isto é, “o Senhor salva”! Deus, humildemente, revela seu plano a José e, depois de pedir o “sim” de Maria, suplica e espera o “sim” de José. E, como Maria, José crê, José se abre para Deus em sua vida, José mostra-se disposto a abandonar seus planos para abraçar os de Deus, José diz “sim”: “Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa!”

Eis! Adeus, para aquele casal, o sonho de uma vida tranqüila! Adeus filhos nascidos da união dos dois! Agora, iriam viver somente para aquele Presente que o Senhor lhes havia dado, para a Missão que lhes tinha confiado… O plano de Deus passa pela vida humilde daquele casal. Para que São Paulo pudesse dizer hoje na Epístola aos Romanos que é “apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho… que diz respeito ao Filho de Deus, descendente de Davi segundo a carne”, foi necessária a coragem generosa da Virgem Maria e o sim pobre e cheio de solicitude do jovem José. Para que a profecia de Isaías, que ouvimos na primeira leitura, fosse concretizada, foi necessário que aquele jovem casal enxergasse Deus e seu plano de amor nas vicissitudes de sua vida humilde e pobre!

Também conosco é assim! O Senhor está presente no mundo. Aquele que veio pela sua bendita Encarnação, nunca mais nos deixou. Na potência do seu Espírito Santo, ele se faz presente nos irmãos, nos acontecimentos, na sua Palavra e, sobretudo nos sacramentos. Sabemos reconhecê-lo? Abrimo-nos aos seus apelos? E na nossa vida? Essa vida miúda, como a de José e Maria, será que reconhecemos que ela é cheia da presença e dos apelos do Senhor? No Advento, a Igreja não se cansa de repetir o apelo de Isaías profeta: “Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o Justo; abra-se a terra e brote a Salvador!” (Is 45,8). É interessante este apelo: a salvação choverá do céu, vem de Deus, é dom, é graça… mas, por outro lado, ela brota da terra, da terra deste mundo ferido e cansado, da terra da nossa vida.

Supliquemos à Virgem Maria e a São José que intercedam por nós, para que sejamos atentos em reconhecer o Senhor nas estradas de nossa existência e generosos em corresponder aos seus apelos, como o sagrado Casal de Nazaré. Assim fazendo e assim vivendo, experimentaremos aquilo que o Carpinteiro e sua santa Esposa experimentaram: a presença terna e suave de Jesus no dia-a-dia humilde de nossa vida.

Dom Henrique Soares da Costa

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Homilia do Padre Françoá Costa – IV Domingo do Advento (Ano A)

São José no Advento

Como o Evangelho da Infância segundo São Mateus é escrito desde a perspectiva de José – diferente de Lucas, escrito desde a perspectiva de Maria – vamos pensar hoje, na presença de Deus e à luz do texto evangélico, na figura desse grande homem, São José, no Tempo do Advento.

Uma das primeiras coisas que chama a nossa atenção na vida de José é o grande privilégio que ele teve: morar com Jesus e com Maria, cuidar deles, sustentá-los e ensinar-lhes muitas coisas. De fato, o nome “José” significa “Deus acrescentará”. E como acrescentou! Nós também pedimos a Deus que ele acrescente em nossas vidas a companhia de Jesus e de Maria, e de José. Nunca andemos sozinhos podendo estar tão bem acompanhados.

José é um homem justo (cfr. Mt 1, 19): convencido da inocência de Maria, ele sabe que não pode proceder ao rigoroso cumprimento da lei, que consistia em apedrejar os culpados (cfr. Dt 22,20ss). Maria não era culpada. Por outro lado, como proteger uma criança sob o próprio nome quando não se sabe quem é o pai? Se José fosse um legalista, não pensaria duas vezes: cumprimento da lei tal qual. Mas S. José não ficou somente na letra da Lei. Desde a sua infância meditava a Lei de Deus e a tinha gravada no coração, tinha atingido o espírito da Lei e procurava conhecer realmente a vontade de Deus em cada circunstância concreta. A justiça de José não é “justiça de José”, mas de Deus. Essa justiça está, ademais, banhada pela prudência, pela bondade e por um grande desejo de conhecer e praticar a vontade de Deus, que é bom.

Grande privilégio de S. José: é ele quem dá nome e sobrenome a Jesus. O anjo já tinha dito a José que colocasse o nome de Jesus no menino que nasceria. Além do mais, José, fazendo tudo o que o anjo lhe disse, assumiu Jesus como seu filho adotivo e lhe deu também o sobrenome real: da casa de Davi. Por causa de José, Jesus pode ser chamado também “filho de Davi” e dessa maneira se cumpriu a promessa de que viria um Messias da casa de Davi.

Uma das varias virtudes de S. José foi a disponibilidade. O Espírito Santo deixou escrito que “despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” ( Mt 1,24). Deus nos ajude a ser generosos, especialmente nesses últimos dias que faltam para que contemplemos, através da liturgia da Igreja, o nascimento do Senhor. Talvez, um dos aspectos que deveríamos pensar mais nesses dias que faltam para o Natal seja a disponibilidade do nosso tempo para Deus e para os demais. Quanto tempo nós dedicamos à oração? Jesus é uma pessoa. Daí a importância de marcar alguns horários para estar com ele. Pensemos juntos: se tivéssemos que encontrar-nos com um personagem importante – um homem de estado, por exemplo – estaríamos lá no local combinado não só pontualmente, mas talvez até uns minutinhos antes para não correr o perigo de perder o esperado encontro. Por que não usamos semelhante critério para com Deus? É preciso que tenhamos os nossos horários diários de oração e sejamos pontuais. Jesus está nos esperando! Não podemos ser descorteses com o personagem mais importante da história da humanidade e da nossa vida. Além desses horários fixos durante o dia para ler um pouco a Sagrada Escritura, para conversar com Deus meditando os mistérios da vida de Jesus Cristo, para rezar o terço, para participar da Santa Missa, para fazer uma visita a Jesus-Eucaristia, tenhamos presente durante todo o dia ao Deus uno e trino: basta o desejo de estar com o Senhor, uma pequena oração, uma elevação da mente às coisas divinas, pensar em Deus ao passar diante duma igreja, rezar mentalmente pelas pessoas que vamos encontrando pelas ruas, etc. Sejamos criativos à hora de buscar e viver a presença de Deus!

Somos generosos na nossa formação fazendo boas leituras e participando de palestras e conferências que nos ajudam a adquirir cultura católica? Ajudamos os demais a aproximarem-se Deus? Somos generosos no tempo que utilizamos para o apostolado, para a evangelização? Fora todo egoísmo! Dar coisas pode ser importante, mas o mais importante é que nos demos a nós mesmos num serviço alegre e generoso a Deus e, por amor a Deus, aos outros.

Pe. Françoá Costa

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Homilia do Mons. José Maria – IV Domingo do Advento (Ano A)

A Virgem e o Emanuel

No Quarto Domingo do Advento entra em cena Maria. Seu Filho é o Deus conosco e já se faz presente, ainda de modo velado, mas real, no seio da Virgem, que concebeu por obra do Espírito Santo (cf. Mt 1, 18 – 24).

Ao descrever a genealogia de Jesus, Mateus demonstra que é verdadeiro homem, filho de Davi, filho de Abraão; ao narrar o Seu nascimento de Maria Virgem, que foi mãe por virtude do Espírito Santo, afirma que é verdadeiro Deus; e, finalmente, ao citar o profeta Isaias, declara que Ele é o Salvador prometido pelos profetas, o Emanuel, o Deus conosco.

Nossa Senhora fomenta na alma a alegria, porque, quando procuramos a sua intimidade, leva-nos a Cristo. Ela é Mestra de esperança. Maria proclama que a chamarão bem-aventurada todas as gerações (Lc. 1, 18).

Dentro de poucos dias veremos Jesus reclinado numa manjedoura, o que é uma prova de misericórdia e do amor de Deus. Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo pára dentro de mim. Estar diante dEle; não há nada mais do que Ele na branca imensidão. Não diz nada, mas está aí… Ele é o Deus amando-me. E se Deus se faz homem e me ama, como não procurá-Lo? Como perder a esperança de encontrá-Lo, se é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima.

Faltam poucos dias para que vejamos no presépio Aquele que os profetas predisseram, que a Virgem esperou com amor de mãe, que João anunciou estar próximo e depois mostrou presente entre os homens.

Desde o presépio de Belém até o momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo proclama uma mensagem de esperança. Ele é a garantia plena de que alcançaremos os bens prometidos. Olhamos para a gruta de Belém, em vigilante espera, e compreendemos que somente com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus Pai.

Nas festas que celebramos por ocasião do Natal, lutemos com todas as nossas forças, agora e sempre, contra o desânimo na vida espiritual, o consumismo exagerado, e a preocupação quase exclusiva pelos bens materiais. Na medida em que o mundo se cansar da sua esperança cristã, a alternativa que lhe há de restar será o materialismo, do tipo que já conhecemos; isso e nada mais. Por isso, nenhuma nova palavra terá atrativo para nós se não nos devolver à gruta de Belém, para que ali possamos humilhar o nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar o nosso sentimento de reverência com a visão de uma pureza deslumbrante.

O Espírito do Advento consiste em boa parte em vivermos unidos à Virgem Maria neste tempo em que Ela traz Jesus em seu seio.

A devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos” (Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que precedem o Natal e sempre, peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.

Mons. José Maria Pereira

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A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

A perícope evangélica da concepção virginal de Jesus tem sido objeto de controvérsia. As interpretações são desencontradas tanto por desconhecermos elementos fundamentais para compreendê-la, o que não acontecia com as comunidades primitivas, quanto por projetarmos nossos preconceitos sobre o texto bíblico.
O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da fé da Igreja.
Jesus não entra na História como resultado do esforço humano de construir a própria salvação. Ele tem sua origem em Deus, em quem toda a sua existência está alicerçada.
Sua origem evoca o relato da criação, no Gênesis, onde tudo existe pela vontade soberana de Deus. Jesus, e com ele a salvação da humanidade, é a derradeira obra divina.
Jesus é o dom de Deus a ser acolhido pela humanidade. Torna-se, portanto, inútil qualquer esforço humano de construir a salvação pelas próprias mãos. O ser humano só pode salvar-se por obra de Deus. Qualquer outro caminho estará fadado ao fracasso.
A referência ao Espírito Santo aponta para um tipo de ação inefável e misteriosa de Deus em relação à mãe do Messias. O mesmo Espírito Santo, instrumento da ação divina desde os primórdios da Criação, fez-se também presente quando do nascimento do Messias Jesus. A esta força divina é que se deve sua presença no mundo.

Oração
Pai, ajuda-me a contemplar sua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).

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4º Domingo do Advento

Domingo, 19 de Dezembro de 2010

Evangelho (Mateus 1,18-24)

Irmãos e irmãs em Cristo!

Os relatos evangélicos entendem a concepção virginal de Jesus como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão humana e possibilidade (Lc 1,26-38): "Aquilo que é nela foi gerado é do Espírito Santo", disse o anjo a José acerca de Maria sua noiva. A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho (Is 7,14)

Vivemos em uma era cínica e sem Deus, em que a sacralidade da vida conjugal e familiar está sob ataque severos. Em tais momentos, a virtude da virgindade é desprezada; presume humanamente impossível, indesejável, ou de alguma forma suspeito.

"As pessoas são, por vezes incomodadas com o silêncio do Evangelho de São Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a concepção virginal de Jesus Alguns se perguntam se fôssemos apenas lidar com lendas ou construções teológicas não afirmando ser a história Para isso.

A Fé na concepção virginal de Jesus encontrou-se com a forte oposição, troça ou incompreensão dos não-crentes, judeus e pagãos similares; pelo que dificilmente poderia ter sido motivada pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias da época. O significado desse evento só é acessível à fé, que compreende na "ligação desses mistérios com o outro" na totalidade dos mistérios de Cristo, de sua Encarnação à sua Páscoa


Maria é "sempre virgem"

O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem. De fato, o nascimento de Cristo 'não diminui a integridade virginal de sua mãe, mas a santificou. "

Com rainho e atenção reflitamos sobre essa graça que foi concedia a Maria.Vomos pouco a pouco preparando o nosso coração para Deus.

Não se esqueça: Seja simplesmente feliz

Professor Isaías da Costa

Contato: isaiasdacosta@hotmail.com

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4º Domingo do Advento

19/12/2010

Mt 1,18-24

Jesus nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.

Neste Evangelho, nós vemos que foi pela paternidade legal de José que Jesus entrou na linhagem davídica, cumprindo-se a profecia de Jeremias, que está na primeira Leitura da Missa de hoje: “Farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá tranqüilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa justiça’” (Jr 23,5-6).

Ontem começamos a nossa preparação próxima para o Natal. Agora a nossa atenção para o protagonista da festa, Jesus, que é o aniversariante. A preocupação é mostrar que Jesus veio do alto: “Ela conceberá pela ação do Espírito Santo”, disse o anjo a José.

Como conciliar “veio do alto” com “descendente de Davi”? O Evangelho de hoje responde a essa pergunta. Foi através da descendência legal de Davi.

José e Maria estavam já prometidos em matrimônio; e aconteceu que, antes de viverem juntos, ela esperava um filho. Os esponsais, que precediam o casamento tinham entre os judeus a categoria de um compromisso matrimonial firmado. Daí a linguagem do anjo: “Maria, tua esposa”.

Tudo indica que Maria tinha contado tudo a José. A dúvida dele não era a respeito de Maria, mas em relação a si mesmo: qual é o seu papel nesse mistério? Ele não queria atrapalhar, ficando com Maria e assim passando a idéia de que é o pai da criança. Por isso, decidiu abandonar Maria. Mas o anjo esclarece tudo: “Não tenhas medo de receber Maria como tua esposa... e tu lhe darás o nome de Jesus”. Pela lei judaica, quem dá o nome para a criança é o seu pai perante a Lei. A palavra Jesus significa “Deus salva”, ou “Salvador”.

Se José rompesse o matrimônio sem fugir em segredo, teria apenas duas saídas, perante as leis do país: 1) Dizer que ele era o pai da criança, o que seria uma mentira e atrapalharia o plano de Deus. 2) Dizer que não era o pai da criança, o que levaria Maria a ser condenado como adúltera. – O anjo veio mostrar-lhe uma terceira saída: perante a lei ele é o pai, mas só perante a lei, não de fato.

“José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.” Esta é a revelação principal, e o dado de fé, que está no Evangelho de hoje.

É assim que S. José se liga com a dinastia messiânica: não só por razão de genealogia, mas, e sobretudo, pelo dinamismo da obediência da sua fé, que o impulsiona a aceitar uma missão obscura e sem brilho especial, mas muito importante nos planos de Deus sobre a salvação humana.

Sem ceder à tentação do abandono, o justo José entrou na radiante obscuridade do mistério de Deus. A sua estatura humana agiganta-se a partir da fé que o animou. No advento, ele sobressai como modelo bíblico de fé.

A vida de cada um de nós é vocação, projeto e prova de Deus. E deve ser também resposta incondicional a ele, mesmo na obscuridade da fé, confiando em Deus.

José e Maria tiveram um enorme respeito pela criança, mesmo antes de nascer, porque era Filho de Deus. Todos nós, pela Encarnação, somos também filhos e filhas de Deus. Tocar na pessoa humana é tocar no coração de Deus. Principalmente se ainda não nasceu e está dentro da mãe, pois está completamente indefesa.

A Antífona do Ó de hoje é: “Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos com o braço poderoso!”

Certa vez, no dia do Natal, um menino entrou na igreja e foi direto ao presépio. Lá, ele disse ao Menino Jesus: “Desculpe, Jesus, hoje é o seu aniversário e eu não trouxe nenhum presente!” Jesus, então, resolveu conversar com ele. Disse assim: “Mas eu gostaria que você me desse três presentes!” “Como, se eu não tenho?” respondeu o menino. “Tem sim” – disse Jesus – “O primeiro presente que eu quero é o último desenho que você fez na escola”. “Iii, Jesus! Bem aquele? Ninguém gostou dele, e a professora deu nota zero!” “Por isso mesmo” – disse Jesus – “Quero que você me dê tudo aquilo que os outros não gostaram, e também o que deixa você triste ou frustrado. Outro pres que eu quero é o seu prato”. “Eu o quebrei” – interrompeu o garoto. “Justamente por isso” – continuou Jesus – “Vou consertá-lo. Eu conserto tudo o que quebra em sua vida. E a última coisa que quero de presente é a resposta que você deu para sua mãe, quando lhe perguntou pelo prato”. Nessa hora, a criança pôs a mão do lado da boca e falou baixinho: “Eu menti para ela!” “Eu sei” – respondeu Jesus – “Mas eu quero que você traga sempre para mim o que em você está errado: maldades, mentiras, preguiça... Não quero que você carregue essas coisas. Quero libertar você, a partir de hoje, de tudo o que pesa em você. Combinado? O meu aniversário é um dia especial para fazermos um trato: quero que você tenha a minha alegria, a minha paz, a minha verdade, a minha vida plena, e o meu amor, para cada dia do ano que vai começar.” Nesta hora, o garoto sorriu e falou emocionado: “Obrigado, Jesus. Assim eu terei não só um ano novo, mas a vida toda muito feliz”.

Essa história descreve a pura verdade. O melhor presente que damos a Jesus são os nossos pecados, pois para isso que ele veio, para libertar-nos desses pesos. Você já se confessou no advento?

Que aprendamos de Maria e José, entre tantas outras virtudes: 1) O respeito ao plano de Deus. 2) Proteger a vida humana antes de nascer. 3) Não julgar ninguém. 4) Proteger as pessoas que vivem mais perto de Deus. 5) A dedicação ao trabalho. 6) Obedecer a Deus, mesmo não entendendo. Todos os personagens do advento – Jesus, Maria, João Batista e o profeta Isaías – obedeceram a Deus, mesmo sem entender direito. Não só eles, mas todos os que dão o passo da fé e querem ser continuadores de Cristo no meio da humanidade.

Jesus nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.

Padre Queiroz

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Deus age através de homens e mulheres, independente de suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem as propostas de Deus. Com certeza Maria tinha o seu programa de vida e os seus projetos pessoais – casamento estava encaminhado. Porém, diante do convite de Deus, esses projetos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário!

Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus. O jeito de Maria é um jeito que nos questiona: no meio da agitação de todos os dias, encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para tentar perceber os seus sinais que demonstram a sua presença no meu dia-a-dia?

Somos, então, convidados a glorificar Deus porque ele ama as pessoas e tem um projeto de vida para oferecer. Um projeto no qual as pessoas mais humildes são convidadas especiais; um projeto cheio de amor que se concretiza porque uma jovem mulher teve a coragem de dizer: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o Senhor acabou de dizer” (v.38).

Glorifiquemos o Deus que se tornou gente. E, para que seja verdadeiramente Natal na nossa terra, usemos este tempo para percebermos e colocarmos sinais do Deus presente entre nós. Sejamos discípulos de Jesus. Amém.

JAugusto

Por Décio Weber

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Domingo, 19 de dezembro de 2010

4º Domingo do Advento

Santos do Dia: Anastácio I (papa), Avito de Micy (abade), Bernardo Paleara (monge, bispo), Dario, Zósimo, Paulo e Segundo (mártires de Nicéia), Fausta de Sirmium (viúva), Gregório de Auxerre (bispo), Maniro da Escócia (bispo), Meuris e Téa (virgens, mártires de Gaza), Nemésio de Alexandria (mártir), Roberto de Saint-Oyend (abade), Santana de Meath (abadessa), Timóteo da África (mártir).

Primeira leitura: Isaias 7,10-14
Vejam. A virgem está para dar a luz.
Salmo responsorial: Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R.7c e 10b)
O Senhor vai entrar, Ele é o Rei da glória.
Segunda leitura: Romanos 1,1-7
Jesus Cristo, da descendência de Davi, Filho de Deus.
Evangelho: Mateus 1,18-24
Jesus nascerá de Maria, desposada com José, Filho de Davi.

A passagem de Isaias faz ressoar esse anúncio esperançador do nascimento de alguém que estará permanentemente inserido no meio do seu povo. Parece que essas palavras do profeta ao rei Acaz se deram em um contexto no qual as esperanças da manutenção da seguridade do reino de Javé, eram centradas mais no poder político e militar, deixando de lado a confiança em Javé. Isaías viu as insistentes tentativas do rei para aliar-se aos seus vizinhos a fim de se defender das ameaças do norte, que, por sua vez, se aliou a outros para defender-se da nação que no momento era a mais poderosa.


Para despertar de novo a confiança em Deus, o profeta se vale de um fato provavelmente histórico, a gravidez de alguma das donzelas do rei. Assim como essa jovem vai dar à luz um primogênito, do mesmo modo Deus vai enviar um descendente davídico que assuma os destinos do povo, no meio do qual estará sempre; por isso o nome “Emanuel”, Deus conosco.

Com base nessa profecia, foi se formando a idéia de que o Messias vai nascer de uma virgem. Toda mãe que desse à luz o seu primogênito em Israel, albergava a esperança de ser a mãe do messias, tudo isso devido à própria terminologia empregada, tanto em hebraico como em grego e também em nossa língua. Quando Mateus relata a concepção de Jesus, faz-se eco desta profecia de Isaías, embora sem citá-lo textualmente.


A segunda leitura, tomada da carta de são Paulo aos Romanos, mais exatamente trata-se da introdução da carta. Paulo relata aos cristãos de Roma sua vocação de apóstolo, para o qual foi eleito por Deus mesmo. Para Paulo está claro que o evangelho que ele pregava é Jesus Cristo mesmo, sua pessoa, sua obra, sua morte e ressurreição.

É muito importante para o apóstolo sublinhar que este Jesus é descendente de Davi enquanto ao aspecto humano, porém que Deus lhe outorgou seu Espírito, constituindo-o Messias todo poderoso, Senhor Único, ressuscitando-o dentre os mortos. Outra coisa que Paulo acentua é que sua atividade evangelizadora foi outorgada por puro dom, por vocação; daí que sua preocupação tenha sido durante toda sua vida em dar a conhecer a noticia de Jesus Cristo, especialmente aos gentios.

Isso indica que estavam num período chamado desposorio ou compromisso matrimonial, período que podia durar de seis meses a um ano, tempo prudente para o esposo construir o acondicionar a casa onde receberia a esposa. Nesse tempo a noiva continuava vivendo com os pais, dependendo de seu pai, até passar formalmente a depender de seu marido. A promessa de matrimonio ou desposorio implicava completa fidelidade ao noivo; todo ato de infidelidade era adulterino e como tal, podia ser castigado conforme a lei Mosaica.


Nessas circunstancias, narra o Evangelho, é que Maria fica grávida; porém esclarece dizendo que é “por obra do Espírito Santo”.


O fato é que José ficou mal na história; contudo, acrescenta Mateus, que “era um homem Justo e para não expor Maria à infâmia, decide abandoná-la em segredo”. José poderia ter feito valer os seus direitos: exigir o castigo previsto por lei; contudo, sem dar-se conta, vai colaborando também ele com os planos divinos.


Nesses planos divinos nem tudo está garantido, pois neles também estão envolvidos a liberdade e a vontade humanas. É uma constatação que podemos fazer em toda a historia da salvação partindo do próprio paraíso. Parece que os planos de Deus caminharam sobre o fio da navalha! Um exemplo disso o temos no relato de hoje de Mateus.


Porém, nesse plano existe sempre uma coisa muito importante que se chama diálogo. Precisamente no diálogo com o anjo que lhe fala em sonhos a José, mostra como Deus vai incorporando seu projeto a suas próprias criaturas. O silencio de aceitação de José é a resposta que Deus pede a nós também. Propomos muitas travas e condições à obra de Deus. Às vezes tentamos “corrigir” a maneira como Deus age: não é necessário! Basta que ponhamos nossa força e vontade a serviço do plano de Deus, ele sabe como o faz.


Ainda em nossa passagem, torna-se fraca a pessoa de José em sua dúvida, em sua aceitação de ser pai de Jesus e de colocar o nome; a verdade é que Maria, que apenas é nomeada, está também aí recordando-nos sua atitude de fé e submissão aos planos de Deus que são vida para o homem e mulher de todos os tempos.


Para grupos mais críticos ou formados, pode ser bom estudar a fundo o tema do significado da encarnação, tanto do mistério em si mesmo, quanto dos relatos evangélicos correspondentes. Hoje existem propostas teológicas muito interessantes que merecem atenção, como “A metáfora de Dios encarnado” de John HICK (tiempoaxial.org), ou “Jesus, hijo de mujer” de John Shelby SPONG (na biblioteca de Koinonía, servicioskoinonia.org/biblioteca), o estudo sobre “Las narraciones de la Natividad de Jesús” de Mariano CORDÍ, em La RELaT (servicioskoinonia.org), no número 381. Muitas outras idéias e sugestões podem ser vistas em servicioskoinonia.org/pastoral.


Oração comunitária


Ó bom Pai de misericórdia, quando fazemos nossa própria vontade nos perdemos, se dilui o sentido de nossa vida e arrastamos a muitos à perdição; que ao contemplar a figura e Maria e José, obedientes à tua vontade, sintamos também nós o prazer e a necessidade de aderir a ti, nosso ser e nossa vontade. Nós te pedimos por Jesus Cristo nosso Senhor, amém!

Missionários Claretianos

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4º. Domingo do Advento – C

O evangelho deste domingo nos traz uma visita, um encontro... São muitas as visitas: é a visita dos parentes, é a visita dos vizinhos, dos amigos... A visita é a oportunidade do encontro: o encontro dos amigos e parentes na noite de natal, dos namorados, das pessoas que não vemos há muito tempo... A Santa Missa é uma oportunidade para nos encontramos como comunidade de fé. O advento nos prepara para o grande encontro e para a grande visita, porque Deus resolveu visitar o seu povo. Bateu na porta, uma mulher abriu e deixou entrar o Salvador, e agora Ele está entre nós. Embora já esteja em nosso meio, Ele quer visitar o nosso coração e quer espaço para entrar. Podemos abrir também mais uma vez a porta para o Salvador.

A visita de Nossa Senhora a sua prima Isabel é a visita do próprio Deus. O acolhimento do Senhor neste tempo de graça se realiza quando acolhemos no coração os dons trazidos por Maria. A mesma graça do encontro entre Maria e Isabel deve acontecer neste natal em nossa vida. E o que Maria traz em sua visita?

a) Maria traz a paz. A saudação que chega aos ouvidos de Isabel é o Shalom, saudação própria dos judeus. Shalom é a abundância de vida e felicidade, a realização das promessas divinas, ou seja, a presença do Messias com todas as suas bênçãos. Precisamos ter a certeza de que as promessas já se realizaram, que não é preciso temer. Que neste advento o Cristo seja o nosso shalom e que sejamos portadores do shalom a todos.

b) Maria traz a alegria e a presença do Senhor. A presença de Jesus provoca a alegria, o estremecimento gozoso de todos aqueles que esperam a concretização das promessas de Deus. A verdadeira alegria é a presença de Deus, a realização de suas bênçãos em nossa vida. O “estremecimento” de alegria de João Batista no seio de Isabel é o sinal de que o mundo espera com ânsia uma proposta verdadeiramente libertadora do Evangelho. É também a alegria do Espírito provocada pelo encontro com o Senhor. Nas Palavras de Aparecida, citando o papa Bento XVI, “a todos nos toca ‘recomeçar a partir de Cristo’, reconhecendo que ‘não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva’.” (DA 12).

c) Maria traz o Espírito. Em Isabel o pentecostes é antecipado. Num êxtase do espírito ela estremece e profetiza: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar” Com todo o respeito. Deste modo, Maria provocou a descida do Espírito e a primeira profecia do novo testamento; e que esta profecia exaltou Maria como mãe de Deus e compôs a primeira parte da Ave- Maria. Sejamos moradas do Espírito de Deus.

A Carta aos Hebreus nos ensina o significado da Nova Aliança. A acolhida do Senhor em nossa vida não pode ser apenas um ritualismo vazio, pois não são os sacrifícios externos que nos redimem, mas sim a intenção que reside em nosso coração. O Senhor veio para realizar a vontade do Pai, do mesmo, modo no natal que se aproxima, devemos nos abrir para a obediência da vontade de Deus. Que este natal não seja apenas das luzes, dos presentes, das orações da boca pra fora, mas que realmente possamos fazer deste tempo a oportunidade para afirmar: “Eu vim para fazer a tua vontade?” O que em nossa vida precisa ser reorientado para que esteja em sintonia com esta vontade?

O Senhor se aproxima, Maria está grávida. Acolhamos Deus em nossa vida!

Pe. Roberto Netwig

Arquidiocese de Curitiba – Pr

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4º DOMINGO DO ADVENTO

“Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o justo; abra-se a terra, e brote o Salvador!” (Is 45,8)

Meus irmãos,

Chegamos ao quarto domingo do Advento, carregado de uma simbologia muito forte: a promessa de Deus e o “sim” do homem.

O Senhor está interessado no bem-estar de seu povo. O rei Davi, que morava em um confortável palácio, preocupava-se com a situação da Arca da Aliança, que se encontrava abrigada numa tenda simples. A Arca representa muito mais do que a morada do Senhor. Ela acompanha o povo e a sua caminhada, por isso Davi queria dar uma acomodação melhor, mais digna e, por conseguinte, segura para Deus junto do seu povo.

Natan, no entanto, surpreendeu a Davi dizendo que Deus não está preocupado com a suntuosidade, com o luxo e com o bem-estar. Mais do que palácios e arcas, o primeiro para acomodar o poder e o segundo para o culto, o importante é o bem-estar do povo de Deus, do povo sofrido, do povo excluído, do povo espoliado por políticas de exclusão que priorizam o capital em detrimento da pessoa e da sua dignidade de filhos e filhas de Deus. O rei e o governante, que recebem a investidura de seu poder por parte do Senhor Deus, devem ter como preocupação precípua é o bem-estar e a bonança do povo de Deus.

O questionamento de Natan para com Davi é o questionamento que deve ser feito na nossa vida. Enquanto David foi ungido rei, ele logo se preocupou com a Arca, se esquecendo que o primordial é a preocupação com o povo a quem governava. Portanto, o importante é que os homens da Igreja e os homens e mulheres de boa vontade estejam preocupados na qualidade de vida, em todos os sentidos, do povo de Deus, sem ter medo de denunciar tudo aquilo que atinge a dignidade da pessoa humana.

Meus irmãos e minhas irmãs,

O Evangelho de hoje traz o pleno cumprimento de todos os sinais que anunciam a vinda do Salvador. Um deles é a promessa feita a Davi, de que sua descendência teria seu trono firmado para sempre. Essa promessa se realiza no filho de Maria, juridicamente inserida, através de seu noivo José, na descendência de Davi. A este filho, Deus dar-lhe-á o trono de Davi, o governo da casa de Jacó para sempre. O modo como Jesus é o Cristo, que reinará para sempre, e o modo como a casa de Israel se tornará um povo universal, nenhum contemporâneo de Maria o podia imaginar e ela só o vislumbrava como Mistério de Deus. As profecias não são programas a serem executados. São sinais da obra inesperada que Deus está fazendo, sinais que a gente só entende plenamente depois da obra realizada.

O Evangelho de hoje ensina que Maria acolheu o projeto de Deus e tornou possível a presença de Jesus no mundo, já que aceitou ser a mãe do Filho de Deus. Seu corpo foi a primeira casa onde ele se hospedou, por nove meses, até que desse à luz deste mundo.

Deus, com o gesto da encarnação, quer morar em cada um de nós, em nosso coração, em nossa vida, quer ser hóspede para sempre. Por isso, somos convidados a abandonar as futilidades, as comodidades e a viver a “radicalidade” do Evangelho que pede sacrifícios, que pede inserção no projeto de redes de comunidades, aderindo ao projeto de seguimento de Jesus Cristo.

Meus irmãos,

São Lucas, no Evangelho de hoje, vê chegada a plenitude dos tempos na Encarnação de Jesus Cristo. Vê chegado o começo dos novos tempos, caracterizados pelo Emanuel, isto é, Deus-conosco (Is 7, 14), um Deus sempre presente no meio da comunidade, misericordioso, legislador e mestre, santificador, mediador entre o céu e a terra.

Jesus é anunciado numa pequena vila mal afamada (Jo 1,46; 7,41) da Galiléia, semi-pagã. Embora seu nome, segundo São Jerônimo, signifique “flor”, Nazaré era mais conhecida pelas prostitutas à disposição, do que pelos valores religiosos-culturais. Ainda assim, Jerusalém não merecera a mensagem divina. A jovem e virgem Maria, na minúscula Nazaré, torna-se a nova Jerusalém, a nova cidade santa, aquela que os profetas chamaram de Filha de Sião (Is 37,22; Sf 3, 14).

Jerusalém continha o templo, coração do povo. Maria, a nova Jerusalém, contém o Senhor do templo, Deus encarnado em seu seio virginal. O templo de Jerusalém era o símbolo visível da Aliança de Deus com o povo. Agora, Maria de Nazaré é a iniciadora da nova aliança, que Jesus, na última ceia, dirá que é definitiva e eterna, porque garantida pelo seu sangue (Lc 22,20).

Portanto, se Maria concebeu em seu seio o Filho de Deus, está cheia de toda a graça, porque contém em si a plenitude da graça, todo o Bem, o Bem inteiro.

Meus amados irmãos,

O Filho de Deus, que o arcanjo Gabriel anuncia encarnado no seio de Maria, por obra e graça do Espírito Santo, não é dom para ela exclusivamente. As mães costumam falar sempre em “meu filho”, embora o filho seja tanto dela, quanto do marido.

Na Anunciação, Gabriel é claro: o Filho de Maria pertencerá a todos. A todos, sem distinção. E o afirma com a frase: “O chamarás Jesus”. No nome está uma missão. O nome já fora dado a Josué, que salvara o povo do deserto, conduzindo-o à Terra Prometida. O nome já fora dado ao sacerdote que organizara o culto ao Deus único durante o exílio da Babilônia. O Filho de Maria se chamará Jesus, isto é, Salvador.

Jesus é aquele que nos vem salvar do deserto em que vivemos. Jesus é aquele que vem restaurar o verdadeiro culto ao Pai do Céu, onde já não contam as coisas oferecidas, como bois, carneiros, incensos, mas à sua pessoa, sacerdote e sacrifício (Hb 7, 27), ao mesmo tempo, e à nossa pessoa, que deve se converter e voltar-se para o Senhor, para ser com ele sacrifício puro e agradável (Ef 5,2). Jesus veio nos ensinar como “adorar o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4,24).

Irmãos e Irmãs,

Abramos, nas vésperas do Natal, os nossos corações ao Menino que vem, para que ele faça de nossos corpos sua morada e que esta presença permeie todos os nossos relacionamentos: nas festas, no lazer, nos trabalhos, na vida pessoal e na vida familiar, nunca se esquecendo da vida de comunidade, de paróquia, da Igreja Particular à qual estamos inseridos e, por fim, à Igreja Católica, de todo o mundo.

A proximidade da festa do Natal nos interpela a um questionamento muito sério: por que é tão importante celebrar o nascimento do Filho de Deus, do Salvador da humanidade? Ele vem para iluminar a existência dos seres humanos, levá-los pelo o caminho da vida plena, com a consciência viva de que o mundo precisa ser salvo. Começando pela salvação de cada um de nós, queremos clamar em alta voz: “Vem, Senhor Jesus, o mundo precisa de ti!”.

Meus irmãos,

A segunda Leitura é uma profissão de fé: em Cristo se torna manifesto o que, desde séculos, a Sagrada Escritura, ao mesmo tempo em que o assinalava, escondia: o Mistério de Deus. Deve-se ver a história a partir de Jesus Cristo. Assim, entenderemos em todos os fatos narrados nos sagrados mistérios deste domingo indícios do que se manifesta, em plena clareza, nele mesmo. Pela graça de Deus que emana a todos os povos compreenderemos nitidamente a grandeza da fé católica e apostólica, pois tudo é dom de Deus, graça do Divino Infante.

A síntese desta liturgia é acolher um hóspede muito especial, o Deus Menino, não o deixando trancado em nossas casas, mas saindo com ele para todos os eventos de nossa vida. Natal é isso! Natal é não trancar Deus no nosso coração, mas comunicar o bem-estar que provém do Menino Deus.

Na celebração do Nascimento de Jesus, que já se nos avizinha, estejamos preparados, prontos para acolhê-lo em nosso coração, permitindo que ele se faça presente em nossa vida, por meio de nossas ações, de nossas palavras, de nossa conduta, para que sejamos lídimos discípulos e missionários de Cristo.

Padre Wagner Augusto Portugal

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Mensagem 4º Domingo de Advento

Estamos no 4º Domingo de Advento: tempo que Deus nos dispõe para nos prepararmos para a vinda do Deus menino; tempo de relembrarmos a ação graciosa de Deus em nossas vidas; tempo de espera, alegria e disposição para percebermos e colocarmos sinais do Deus presente entre nós.

Temos ainda uma semana para o dia de Natal. Imagino que nestes dias temos muitos afazeres: é tempo de limpar nossa casa e deixá-la bonita para o dia de Natal; é tempo de ensaio dos teatros de Natal e de encerramento dos trabalhos de grupos nas comunidades; é tempo de confraternização com amigos e colegas de escola e trabalho; é tempo de 13º salário; é tempo...

Em meio a este tempo nos reunimos como Comunidade do Deus encarnado para ouvirmos sua palavra e fortalecermos a fé. E a Palavra de Deus, conforme o apóstolo Paulo, nos convida para glorificarmos a Deus: “Louvemos a Deus!” (v. 26a), “ao Deus único e sábio seja dada glória...” (v. 27). Podemos perguntar: Por que glorificar a Deus?

Conforme o dicionário Aurélio, glorificar significa dar glória a; honrar, exaltar, engrandecer. Diariamente glorificamos coisas e pessoas. Somos domados de tal forma pela sociedade que glorificamos, exaltamos e honramos as mais diversas coisas sem questionar, sem nos perguntar o porquê? Corremos de um lado para o outro, trabalhamos, talvez, como nunca se trabalhou na história da humanidade. Nesse trabalhar nos cansamos, nos estressamos, adoecemos. Passamos a ver o trabalho como algo penoso e desagradável. Nos tornamos ásperos e secos com colegas de trabalho. Chegamos em casa irritados e sem paciência, o que impossibilita um momento de diálogo e comunhão familiar. Cansados deitamos no sofá da sala ou na cama, onde o nosso ego é alimentado por programas televisivos que incentivam o co consumo. Assim, é posto diante de nós o último lançamento de celular, o novo modelo de carro ou moto, brinquedos e mais brinquedos que fascinam nossos filhos, câmeras digitais, roupas e tantas outras coisas. E tudo isso com “preços promocionais” para animar e alegrar o nosso Natal!

No meu cansaço sou tomado pela vontade de comprar e ter estes produtos para melhorar a minha vida. Penso, então, no meu salário e percebo que preciso trabalhar mais, preciso fazer um sacrifício a mais, horas extras, vender as férias – o meu direito de descanso... Quem sabe, assim, poderei ter para comprar e me alegrar.

E assim, sonhando, correndo, trabalhando e consumindo vai passando o tempo que Deus me dá de graça. E neste viver não tenho tempo para meus filhos, minha esposa ou meu marido, nem para meus amigos e vizinhos, e por vezes, não sobra tempo para a Comunidade!

O que mesmo a Palavra de Deus, através do apóstolo Paulo, nos convida? Glorificar a Deus! Mas porquê? O Evangelho nos deixa a resposta, qual seja: Deus se faz presente na história de uma pobre e humilde moça, que traz no seu ventre o menino Jesus, o messias anunciado e esperado para a salvação das pessoas.

A história do texto se passa numa vila da Galiléia, chamada Nazaré. Galiléia era considerada pelos judeus um lugar muito longe e estranho, influenciado por costumes e tradições de povos pagãos. Por isso os mestres judeus diziam: “Da Galiléia não pode vir nada de bom!” Além disso, Nazaré era uma vila pobre, desconhecida, onde nunca nenhum profeta de Deus havia estado.

No centro desta cena sena está Maria, uma jovem que tem casamento contratado com José. Um anjo aparece avisaria e lhe apresenta uma proposta de Deus: aceitar ser a mãe de um filho especial, o messias enviado por Deus para salvar o seu povo, para lhe oferecer vida e salvação.

A história de Maria de Nazaré, bem como a de tantas outras pessoas que foram chamadas por Deus, nos deixa claro que é através de homens e mulheres que Deus realizou e continua realizando o seu projeto de salvação para as pessoas. Já pensamos que é através de nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus se torna presente no mundo e transforma o mundo?

Neste domingo que antecede o Natal, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um “SIM” incondicional aos projetos de Deus. É preciso que através de nossos “sins”, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer às pessoas – de maneira especial aos pobres, humildes, infelizes, desesperançados – a salvação e a vida de Deus.

Será que o motivo da nossa correria e cansaço não é justamente porque não correspondemos ao projeto de vida que Deus tem nos preparado?

Precisamos sempre de novo nos dar conta dos instrumentos que Deus usa para realizar seus planos: Maria era uma jovem mulher de uma pequenina aldeia cheia de pessoas pagãs de onde “não podia vir nada de bom”. O texto nada fala que Maria teve uma preparação especial, que ela tinha conhecimentos teológicos, ou amigos poderosos nos círculos do poder. Apesar disso foi escolhida por Deus para desempenhar um papel importantíssimo na história de salvação de Deus com o seu povo. Isso nos deixa claro que, para Deus, não é o poder, a riqueza, a importância social que fala mais alto, que é o mais importante.

Por Décio Weber

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DOMINGO - 26 de Dezembro de 2010

Evangelho - Mt 2,13-15.19-23

A Bíblia apresenta uma estreita relação entre o ser criado "à imagem de Deus" e ser "um homem e uma mulher" (Gen. v. 1,27).A semelhança é isso. Deus é um só e apenas, mas não sozinho. O amor exige troca, comunhão interpessoal, é preciso ter um "eu" e "você". Então, o Deus cristão é Uno e Trino. Ele foi co-existem na unidade e distinção: unidade da natureza, vontade, intenção e características distintivas e as pessoas. Precisamente neste casal humano é a imagem de Deus. A família humana é um reflexo da Santíssima Trindade. Marido e mulher são, na verdade, uma só carne, um coração, uma alma, apesar da diversidade de gênero e de personalidade. Maridos são um do outro como um "eu" e "você", e são comparados com o resto do mundo, começando com os seus próprios filhos, como um "nós" como se fosse uma única pessoa, mas não singular, mas plural. "Nós", ou "Sua mãe e eu", "teu pai e eu." Assim falou Maria a Jesus, depois de encontrar no templo.

Sabemos que este é o ideal e como em todas as coisas, a realidade muitas vezes é bastante diferente, mais humilde e mais complexa, às vezes até trágica. Mas estamos tão bombardeados com casos de falhas que, talvez, por uma vez, não é mau voltar a propor o ideal do casal, em primeiro lugar na única naturais e humanos e, em seguida cristã. Ai de alcançar os ideais vergonha de um mal-entendido em nome do realismo! O fim de uma sociedade, neste caso, seria marcado. Os jovens têm o direito de transmiti-los, pelo ideal maior, não só o ceticismo e cinismo.. Pense nisso!

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ

Professor Isaías da Costa

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