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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 12 de fevereiro de 2011

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM - VAI PRIMEIRO RECONCILIAR COM TEU IRMÃO

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HOMILIAS PARA O

 PRÓXIMO DOMINGO

13 DE FEVEREIRO – 2011

 

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Comentários do Prof. Fernando

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VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

INTRODUÇÃO

Bom dia prezados irmãos, um santo e bom domingo a todos vocês que acompanham este trabalho de catequese pele internet.

 

A  catequese deste domingo é muito rica com Jesus nos dizendo palavras duras e difíceis de se seguir palavras que falam a respeito do nosso bom agir como cristãos verdadeiros.

Paulo em sua carta nos mostra que Deus destinou, uma sabedoria para nossa glória. E a sabedoria que ele nos fala não é a sabedoria deste mundo, uma sabedoria das coisas visíveis e materiais que são manipuladas de forma egoísta, mais sim, a verdadeira sabedoria que vem de Deus.

E Paulo ressalta que Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria.
Pois, se a tivessem conhecido e reconhecido, neste mundo não haveria tanta injustiça, tanta violência, tanta exclusão, tanta gente sem teto, sem comida, sem roupa para vestir. Eles não teriam crucificado o Senhor da glória.

 

Evangelho

O  Evangelho de hoje está recheado de sabedoria na qual Jesus joga muito pesado, nos mostrando  em detalhes, o que nos falta para praticar o amor fraterno e merecer a glória eterna. Jesus começa dizendo que Ele não veio ao mundo para destruir a Lei de Moisés, mas sim para dar-lhes pleno cumprimento. Um cumprimento certo, correto de acordo com a vontade do Pai.  E nos garante que suas palavras não serão soltas ao vento, mas sim serão cumpridas.   Por isso é bom que obedeçamos suas palavras, mesmo nas coisas pequenas, e, não ensinemos os outros a andarem também  fora da Lei senão seremos considerados os menores diante de Deus.

Por outro lado, Jesus nos alegra. Porque Ele promete a todos os catequistas, afirmando  que quem  praticar seus ensinamentos e ainda os  ensinar aos demais irmãos, será considerado grande no Reino dos Céus. Maravilhoso!  Mas só que tem um pequeno-grande problema:  Ensinar até que não é tão difícil. Porém, praticar é muito complicado!

Por que se formos iguais aos mestres da Lei e dos fariseus, que ensinavam a justiça para os outros a praticarem enquanto eles faziam o que bem entendiam, não entraremos no Reino dos Céus.

Em seguida Jesus entra em detalhes sobre o cumprimento correto da sua palavra.  Jesus nos mostra que matar não é tão somente tirar a vida de alguém. Não roubei, não matei, portanto eu não pequei!  É comum a gente ouvir isso nas rodas de bate-papos, principalmente entre os "alterocopistas"  nas festas ou nos bares!

É claro que quem matar será condenado pelo tribunal no juízo final. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: 'patife!' será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de 'tolo'
será condenado ao fogo do inferno."

Meu Deus! Já imaginou? Quem poderá se salvar então? Calma. Par Deus nada é impossível! Pelos visto, nunca mereceremos a salvação eterna. Porém, a salvação nos virá por meio da misericórdia infinita de Jesus. (O que não quer dizer que podemos relaxar e continuar pecando).

Quantas vezes nos encolerizamos com nossos irmãos, nossos vizinhos, pelas suas injustiças por causa das nossas reclamações com relação aos seus abusos, irresponsabilidades, e pelo seu  descumprimento da Lei, e os ofendemos com palavras, ameaças, e até mesmo violência ?

  Veja que a princípio estamos corretos, em reclamar quando há injustiças, mais o que é mais irritante, é que os injustos não se julgam como tal, e se acham no direito de nos enquadrar perante os demais vizinhos, jogando-nos contra todos, como uma pessoa indesejável, que só reclama, uma pessoa desagradável! Porque quem erra não se considera uma pessoa errada. E não admite que lhes chamemos atenção por estarem nos prejudicando. Este é um problema muito complicado gerado pelo egoísmo das pessoas e que flui na convivência social.

E se por um lado Jesus nos diz que toda injustiça será combatida, e nos deu o exemplo expulsando os vendilhões do Templo, Ele joga pesado com relação à nossa resposta aos nossos irmãos injustos. Veja: Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.  

Sabemos que na hora da raiva, na hora em que explodimos com nosso irmão, nossa irmã por estar nos incomodando, ou nos causando algum tipo de prejuízo de forma voluntária, não há clima de reconciliação. Mas devemos nos re-aproximarmos dele dias depois que a raiva passar, afim de nos reconciliarmos.  Porque, Jesus insiste:  Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo."
            Que fazer? Combateremos as injustiças, falaremos as verdades que nossos irmãos precisam ouvir, porém numa atitude de correção fraterna, sem violência.

Outro grande problema da nossa convivência social é o modo pelo qual nós gerenciamos ou administramos a nossa energia sexual. A sexualidade foi instalada em nós pelo próprio Deus, com o objetivo de nos multiplicarmos. E esta multiplicação precisa ser realizada diante dos olhos de Deus. Isto é, de acordo com a vontade do Pai, a qual foi explicada por seu Filho: 'Não cometerás adultério'. Sobre isso também,  se ouve muito nas rodas de bate-papos. Ah! Eu não pulei a cerca, nem o muro... Por isso nem pequei. Jesus vai além, nos mostrando que o pecado às vezes reside mais na intenção do que na ação. Eu "respeitei" minha irresistível vizinha dentro daquele vestido vermelho e com batom da mesma cor, não lhe dizendo nenhuma palavra que pudesse ser considerada uma "cantada." Porém, não me controlei  pois ardi de desejos por ela. E mais, ainda cantei aquela música "eu me vingo dela, tocando viola de papo pro ar". Que feio! Muitas vezes pecamos mais por pensamentos do que por palavras e obras!  

Jesus nos fala que se algum dos nossos membros, principalmente alguns, nos levam ao pecado, que seria melhor que os cortássemos ou os arrancássemos, pois  eles estão nos atrapalhando de um dia merecermos a vida eterna, para a qual seria melhor entrarmos sem os referidos membros, do que sem nenhuma mutilação, irmos para o inferno.

O casamento tem de ser levado a sério, pois é uma união entre um homem e uma mulher que foi realizada ou abençoada por um representante de Deus na Terra. Por isso não temos o direito de ficarmos casando e separando, trocando de mulher como se troca de  camisa. Numa brincadeira de satisfação do nosso egoísmo.  Porque o que Deus uniu o homem não separa.

Porém, não vamos condenar ninguém, pois para quase toda regra existe exceção, e isso foi mostrado pelo próprio Jesus, quando os discípulos lhes disseram. Então quem se salvará? Ele respondeu: Para Deus nada é impossível.

Existem motivos pelos quais um casamento na Igreja pode ser anulado. Para tal, os injustiçados naquela infeliz união conjugal devem procurar  os representantes da Igreja.

Em vez de criticarmos quem está em situação complicada diante da união conjugal, vamos rezar por eles. Para que sejam compreendidos e justificados pela Igreja, e não sejam mal vistos e mal quistos pela comunidade.

Finalmente, Jesus dos repreende para que não fiquemos dizendo o seu santo nome a qualquer hora, sem a devida reverência e respeito como no caso do juramento. Juro por Deus! Isso é coisa de mentiroso. Porque quem é verdadeiro não precisa jurar por nada desta vida para que as pessoas acreditem no que dizem.

"Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; Seja o vosso 'sim': 'Sim', e o vosso 'não': 'Não'. Tudo o que for além disso vem do Maligno."
Palavra da Salvação. Palavra que colocada em prática servirá para a nossa salvação.

Bom domingo!

Sal.

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O ser humano, dotado de liberdade, tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. O Senhor deseja que todos escolham o caminho da vida, da salvação.

 

                                     No evangelho neste domingo  Jesus revela a vontade do Pai e pede uma adesão total ao evangelho. Os seus ensinamentos apontam para o caminho da vida, libertando-nos de uma observância superficial dos mandamentos. É impossível honrar e prestar culto verdadeiro a Deus, se o irmão é desrespeitado em sua dignidade.

                                            Com a autoridade de Messias e Filho de Deus, Jesus conduz os ensinamentos antigos à prática perfeita. Os seus seguidores são impelidos a buscar a verdadeira justiça, agindo conforme a vontade amorosa de Deus. Jesus lembra o mandamento: Não cometerás homicídio  para extrair um sentido mais radical. Compromete seus discípulos/as a preservar não apenas a vida física, mas também a integridade moral.

                                       Exige a superação da raiva como meio para conservar a fraternidade, sem necessidade de recorrer aos tribunais. Mostra que a reconciliação com o irmão é condição para celebrar o culto agradável a Deus. Jesus recorda ainda outro mandamento: Não cometerás adultério. Ele destaca que a pessoa deve centrar todo o ser em Deus, pois antes do ato físico, o adultério ocorre no coração.

                                      O Reino de Deus, a vida de justiça, cria relações diferentes entre homem e mulher. Por isso, Jesus ressalta que o matrimônio é um pacto de amor e fidelidade . Jesus afirma ainda que o empenho dos cristãos em viver a sinceridade e a caridade, torna inútil qualquer juramento. A 1ª leitura (Eclesiástico 15,16-21) salienta que o Senhor dirige seu olhar para os que o temem . O ser humano, dotado de liberdade, tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. O Senhor deseja que todos escolham o caminho da vida, da salvação.

                                   O salmo,( Salmo 118) expressa a fé e a confiança na palavra de Deus, ensinando a cumpri-la e a guardá-la no coração. Na 2ª leitura,( 1º Coríntios 2,6-10) Paulo fala da misteriosa sabedoria de Deus, destinada para a nossa glória desde a eternidade.

                                  Necessário, então, é uma conversão interior, que reconhece a sua próprias deficiências e, portanto, preparado para permitir que outros a ser imperfeito também. O que é mais importante, porém, é uma atitude de bondade que nos permite perceber como os outros estão sofrendo e que alegremente se estende a eles, porque eles não merecem a nossa ajuda, mas simplesmente porque eles estão em necessidade e nossos corações são sensíveis à o fato. Para amar desta maneira é ser filho de Deus que certamente nos ama mais do que merecemos. Como tal, nós também seremos verdadeiros seguidores de Jesus como o seu amor presente em nosso mundo,Nesta atitude de discípulos, somos formados pelo Senhor que nos desafia a praticar a justiça com radicalidade e a obedecer aos mandamentos de um modo novo e total. Alimentados pelo pão da vida, possamos caminhar sempre em busca da verdadeira vida.

 

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

 

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Homilia de Mons. José Maria Pereira – VI Domingo do Tempo Comum – Ano A

O Cristão: Lei Nova e Antiga

O Senhor diz no Evangelho (Mt 5, 17-37) que Ele não veio destruir a antiga Lei, mas dar-lhe a sua plenitude; restaura, aperfeiçoa, e eleva a uma ordem superior os preceitos do Antigo Testamento. Somos convidados a refletir sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da Lei de Deus e as implicações que a mesma tem nas nossas opções de vida.

Só em Deus poderemos conseguir a luz e a força, para alcançarmos o procedimento ideal que nos conduzirá à verdadeira liberdade e à plena felicidade.

Jesus não veio abolir a lei, mas levá-la à perfeição. Depois de ter anunciado os grandes princípios da nova lei, nas bem-aventuranças, Jesus as desenvolve, aprofundando o espírito dos mandamentos dados ao povo de Deus por Moisés. Trata-se de cumprir não apenas materialmente os mandamentos, mas de dar-lhes o verdadeiro espírito de justiça e de amor. Daí as palavras de Jesus: "Ouvistes o que foi dito aos antigos; Eu, porém, vos digo" (Mt 5, 17-37). Isso em relação à vida, à felicidade ao amor conjugal e à verdade. Não basta, por exemplo, não matar; é preciso também evitar palavras de desamor, de ressentimento ou de desprezo para com o próximo. Não basta privar-se dos atos materiais contra a lei; é preciso eliminar também os maus pensamentos e os maus desejos, porque quem os consente, já pecou no "seu coração" (Mt 5, 28): já assassinou o seu irmão ou cometeu adultério.

É preciso superar a lei antiga, aperfeiçoá-la, isto é, tendo uma delicada atenção à pureza interior…

"Se vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus…" (Mt 5, 20). Não se trata da virtude da justiça que leva a "dar a cada um aquilo que lhe pertence". Aqui podia traduzir-se por santidade; a dos escribas é meramente externa e ritualista. Entre eles, o cumprimento exato, minucioso, mas externo, dos preceitos tinha-se convertido numa garantia de salvação do homem diante de Deus: "se eu cumpri isto, sou justo, sou santo e Deus tem que me salvar". Com esse modo de conceber a justificação, já não é Deus fundamentalmente quem salva, mas vem a ser o homem quem se salva pelas suas obras externas. A justificação ou santificação é uma graça de Deus, com a qual o homem só pode colaborar secundariamente pela sua fidelidade a essa graça.

Quanto à verdade, diz Jesus: "Seja o vosso sim sim, e o vosso não não" (Mt 5, 37). O cristão é chamado a ser transparente, simples. O contrário seria cheio de dobras, complicado. Não é só não jurar em falso, mas viver de tal modo a verdade, que não se precise jurar de modo algum. Fazer tudo em nome do Senhor, no Senhor.

Jesus quer inculcar a sinceridade sempre: "sim, sim; não, não!" Se partirmos do princípio da sinceridade, há confiança mútua nas relações humanas e jurar torna-se coisa supérflua; jurar a torto e a direito é um sintoma de falta de sinceridade entre as pessoas.

A necessidade de juramento é sinal de que a mentira e a desconfiança pervertem as relações humanas. Deus Pai apenas exige um relacionamento em que as pessoas sejam verdadeiras e responsáveis.

E nós, como observamos os Mandamentos? Com o espírito do Antigo Testamento? (fazer isto ou aquilo porque é lei, porque é "obrigado"?)

Porque vou à Missa? Porque é um preceito?

"Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5, 20).

"Quem me ama, guarda os meus mandamentos", disse Jesus.

Seja a nossa observância uma expressão sincera e profunda do nosso amor para com Deus. Peçamos a Deus a Graça de vivermos os seus mandamentos. "Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás" (Eclo 15, 16). "A vida e a morte, o bem e o mal, estão diante do homem; o que ele escolher, isso será dado" (Eclo 15, 16-18). É como quem diz: o que seguir a lei divina, terá como recompensa a vida e o que não a seguir, espera-o a morte. Tanto a vida como a morte eterna são a conseqüência da sua opção. O homem é livre e, por isso, responsável das suas ações…

Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Padre Françoá Costa – VI Domingo do Tempo Comum – Ano A

A segurança do cristão

"Ouvistes o que foi dito aos antigos… Mas eu vos digo" (Mt 5,21-22). Somente se Jesus é Deus pode fazer algumas alterações nas tradições dadas por Deus no Antigo Testamento. E Jesus é Deus!

É incrível como algumas comunidades ainda hoje insistem em alguns preceitos antigos, mas que foram totalmente abolidos pela realidade autenticamente cristã: observar sábados, não comer carne de porco, não realizar transfusões de sangue, estabelecer a saia ou o vestido como indumentárias únicas para as mulheres etc. Essas coisas caducaram: "ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo" (Cl 2,16-17). Enquanto se insistem nessas "sombras da realidade", é possível que coisas mais importantes sejam descuradas como aquelas que o Senhor nos diz no Evangelho de hoje: viver a caridade para com todos, guardar o coração puro e casto, viver na verdade em todo momento.

A coerência é, sem dúvida, uma dessas realidades que não podem ser negligenciada por um cristão. Não é coerente, por exemplo, criticar as riquezas do Vaticano, que são patrimônio da humanidade, e, ao mesmo tempo, ter o coração fechado para os demais. Prefiro aqueles ricos que vão ao Vaticano admirar essas mesmas riquezas, mas são capazes de abrir o coração e ajudar os mais necessitados. O Santo Padre, que mora no Vaticano, é um dos que mais ajuda os pobres.

É muito mais fácil andar por aí defendendo a liberdade das mulheres no uso do seu próprio corpo e, ao mesmo tempo, proibir outros seres humanos de nascerem. Esses defensores da liberdade só conhecem um lado da liberdade. No entanto, é preferível a defesa da dignidade das mulheres com a defesa simultânea da defesa da dignidade dos outros seres humanos não nascidos. Defender uma verdade é algo louvável, defender duas é duas vezes louvável! Somente as pessoas inteligentes podem conjugar duas verdades aparentemente contraditórias. No entanto, uma verdade não pode contradizer outra verdade. A dificuldade que a inteligência encontra está no raciocínio equivocado, não nas realidades. Caso eu, delirando, veja dois postes onde há somente um, o problema não está no poste que de repente teria se multiplicado (?!), o problema será a minha loucura ou enfermidade.

Os exemplos poder-se-iam multiplicar, mas não é o caso. O importante é que estejamos atentos ao "EU" de Jesus, à autoridade de Jesus. O importante é que não substituamos a verdade de Deus pelas supostas "verdades" que pululam nos grandes meios de comunicação. O importante é que sejamos cristãos de verdade e entremos, cada um, com liberdade e responsabilidade pessoais, nos meios de comunicação e anunciemos a Verdade que liberta, Jesus Cristo.

Ouvistes o que foi dito aos antigos, ouvistes o que se disse aos novos, ouvistes o que se diz na televisão, na rádio e em tantos outros lugares. É bom informar-se! Jesus, porém, nos recorda: "Eu, porém, vos digo". O Senhor diz a todos nós que o Evangelho é sempre moderno, que nós não precisamos ter medo de dialogar com a cultura contemporânea. Com outras palavras, a evolução das espécies não pode diminuir a nossa fé, o heliocentrismo (ou outra teoria que surja) tampouco a aumenta ou diminui; as riquezas do Vaticano e a pedofilia já provada de alguns presbíteros não deveriam abalar os cimentos do nosso amor a Deus e à sua Igreja Católica; a corrupção dos costumes, em lugar de implicar um retrocesso na nossa caminhada cristã, deveria ser um desafio para a nossa inteligência e a nossa vontade iluminadas pela fé. Enfim, qual é o fundamento da minha fé? Jesus Cristo, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Nele se pode confiar sempre!

O EU de Jesus é a segurança de que podemos continuar sob a sua autoridade a nossa tarefa evangelizadora. Ele nos envia. O principal interessado em salvar esse "bando de macacos recém-descidos da árvore", como dizia um venerável professor, é de Jesus. Peço desculpas por rasgar o verbo, mas vou seguir nessa linha – sem faltar o respeito devido ao meu Senhor – para afirmar claramente que o problema é dele, de Jesus. Não obstante, ele pede a nossa colaboração inteligente, perspicaz e cheia de garra. Sentimo-nos fortalecidos, cheios de garra, com a força que vem da fé, da esperança e do amor de Deus? Se a resposta não for positiva, sugiro que se tome três remédios: oração, penitência e ação.

Pe. Françoá Costa

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O QUE É NECESSÁRIO, ENTÃO, É UMA CONVERSÃO INTERIOR

Entendendo  o Evangelho

Este longo trecho do Sermão do Monte ecoa a nota atingida no evangelho de domingo passado, onde Mateus exortou-nos a buscar um ideal mais espiritual e pessoal de comportamento moral. Estando cientes de que os cristãos mais conservadores e tradicionais em sua comunidade judaica em Antioquia, ele defende o seu respeito pela Lei Mosaica e deixa claro que ele não faça qualquer sentido rejeitar a sabedoria expressa lá.

No entanto, Mateus também está ciente de que alguns escribas e fariseus têm enfatizado apenas o respeito e eterna e material da referida lei. E assim ele nos incita a ir além do cumprimento inadequados tais porque representa, em certo sentido, uma conversão das mãos e não o coração. A passagem do Evangelho deste domingo, em seguida, nos dá dois exemplos de como uma observância puramente exterior fica aquém do ideal oferecida por Jesus.

No caso de homicídio, ele ressalta que não é apenas o ato que é reprovável, mas que o pecado está presente já no ódio que muitas vezes leva ao assassinato. De maneira semelhante, vendo outra pessoa como um objeto sexual é tão degradante que já é um pecado grave, mesmo se ele realmente não levar ao adultério.


Vivendo o Evangelho

          O Ideal expressado nesta passagem do evangelho, nos lembra que a prática religiosa externa, embora sem dúvida importante, nunca será suficiente para nos tornar autênticos seguidores de Cristo. É relativamente fácil observar os rituais e afirmar doutrinas, mas, infelizmente, essa observância pode facilmente co-existir com uma atitude interior que é crítica e implacável. Como nos recorda o Evangelho, a reconciliação com o povo alienado em nossas vidas (e muitas vezes as famílias) é mais importante do cuidado, ou mesmo observância escrupulosa religiosa.

O que é necessário, então, é uma conversão interior, que reconhece as suas próprias deficiências e, portanto, preparado para permitir que outros possam ser imperfeitos também. O que é mais importante, porém, é uma atitude de bondade que nos permite perceber como os outros estão sofrendo e que alegremente se estende a eles, porque eles não merecem a nossa ajuda, mas simplesmente porque eles estão em necessidade e nossos corações são sensíveis ao fato. Para amar desta maneira é ser filho de Deus que certamente nos ama mais do que merecemos. Como tal, nós também seremos verdadeiros seguidores de Jesus como o seu amor presente em nosso mundo.

 

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ!

Professor Isaías da Costa

isaiasdacosta@hotmail.com

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O EMPENHO EM RECONCILIAR-SE COM ELE - JOSÉ RAIMUNDO

            Mateus, no seu evangelho, apresenta às suas comunidades oriundas do judaísmo Jesus como sendo aquele que vem atender às expectativas suscitadas pelo Primeiro Testamento. Contudo, com a proclamação das bem-aventuranças, Jesus transmite seus novos mandamentos, e afirma que quem viver estas bem-aventuranças é grande no Reino dos Céus. Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo, mas vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem sentido se contribuir para o desabrochar  da vida.  

Ele não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. Logo de inicio, no Sermão da Montanha, Jesus faz seis contraposições entre o que foi dito aos antigos, isto é, a doutrina do Primeiro Testamento, e o seu anúncio da novidade do Reino dos Céus. No evangelho de hoje temos quatro destas contraposições. A primeira contraposição é entre o antigo mandamento: "não matarás", e a nova prática de Jesus que descarta mesmo qualquer ofensa, ódio, ou difamação ao irmão, com o empenho em reconciliar-se com ele, caso haja qualquer desavença.

A segunda contraposição acontece entre o mandamento: "não cometerás adultério", e um novo comportamento em que o próprio desejo do adultério não crie raízes no coração.

Em seguida temos a contraposição entre o direito do homem despedir sua mulher, respaldado pela Lei de Moisés, e a remoção deste direito, pois o homem que assim fizer torna-se responsável caso a mulher se torne adúltera.        

Finalmente, a quarta contraposição é feita entre os antigos mandamentos de "não jurar falso" e "cumprir os juramentos feitos ao Senhor", e a rejeição de qualquer forma de juramento.

Cabe a cada um assumir com responsabilidade seus atos, agindo de maneira coerente, refletida, e consequente, decidindo-se, simplesmente, pelo sim ou pelo não.

 

Autor: José Raimundo Oliva

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Domingo, 13 de fevereiro de 2011

 

6º Domingo do Tempo Comum

 

Santos do Dia: Benigno de Todi (presbítero, mártir), Catarina de Ricci (virgem), Ermenilda de Ely (viúva, monja), Estêvão de Lião (bispo), Estêvão de Rieti (abade), Fulcrano de Lodève (bispo), Fusca e Maura (mártires de Ravena), Gilberto de Meaux (bispo), Gosberto de Osnabruck (monge, bispo), Huna de Ely (monge), Juliano de Lião (mártir), Licínio de Angers (bispo), Martiniano de Cesaréia (eremita), Poliêucto de Melitene (mártir).

 

Primeira leitura: Eclesiástico 15,16-21
A ninguém mandou agir como ímpio

Salmo responsorial: Salmo 118(119),1-2.4-5.17-18.33-34

Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo

Segunda leitura: 1 Corintios 2,6-10
Deus destinou, desde a eternidade, uma sabedoria para nossa glória

Evangelho: Mateus 5,17-37

Assim foi dito aos antigos; eu, porém, vos digo

 

As leituras deste domingo têm como finalidade fazer-nos ver como Deus age no meio da humanidade, permitem-nos compreender a lógica de Deus, nos revelam a maneira de Deus salvar o ser humano do pecado, entendendo o pecado como essa tendência presente no interior da pessoa que a leva a encerrar-se em si mesma, em seus próprios limites humanos, sem poder abrir-se à experiência infinita de salvação trazida pelo próprio Deus.


          A primeira leitura, do livro do Eclesiástico, desenvolve o tema da liberdade que o ser humano possui para escolher entre o bem e o mal, a vida e a morte. Somos livres e "condenados a ser livres" de alguma forma. Não podemos abdicar de nossa responsabilidade. Diante de nós temos as grandes opções, as grandes causas, esperando que nos decidamos. "More e vida" estão diante de nós, ao alcance de nossa Mao, pela via de uma opção firme.


          Se em nossa vida dominam o mal e a morte, e com isso a falta de sentido e a desesperança, já fomos advertidos: podemos fazer de nossa vida uma coisa ou outra, graças ao poder da liberdade que nos foi dada, a capacidade de escolher a morte e a vida e com isso a capacidade de converter-nos em vida ou em morte. A capacidade de fazer-nos a nós mesmo. É um dos mistérios maiores de nossa existência, o mistério da liberdade.


          No fragmento da carta aos Coríntios, Paulo fala, mesmo que de passagem, de "uma sabedoria que não é deste mundo", que procede de outro mundo, que está em outro mundo, o mundo de Deus, que é um mundo "superior", situado literalmente acima de nós. É o mundo superior que os filósofos e sábios do mundo cultural helenista "imaginaram" (não deixa de ser uma "imagem") para explicar a realidade e que acabou se tornando uma imagem genial, que parece expressar uma explicação natural e óbvia do mundo, que será acolhida por quase todas as culturas subseqüentes (até a época moderna).


           E é um conhecimento escondido, inalcançável, que nada tem que ver com os saberes deste mundo e que pertence somente a Deus e a quem ele queira revelar. É a visão "gnóstica", da "gnose" ou "conhecimento", um conhecimento divino que passa a ser como que um símbolo do principal bem salvífico: participar desse conhecimento divino que salva é o objetivo da vida humana, porque esse conhecimento é o que salva a pessoa e a faz tomar as decisões adequadas em sua vida, as decisões que a fazem caminhar o caminho de Deus.


          É a mesma tradição da "sabedoria", já presente no Primeiro Testamento também por influxo helenista. Paulo se move nesse âmbito de pensamento e nessa mesma cosmovisão grega dos dois mundos, ou de dois pisos, um de cima (o de Deus e dos seus, ou das idéias, segundo Platão) e outro abaixo (o dos humanos, ou da matéria corruptível, segundo Platão).


          Hoje continuamos lendo o evangelho de Mateus, em sequencia consecutiva com os fragmentos proclamados nos domingos anteriores. É o sermão da Montanha, que começou com as Bem aventuranças e que continua com a exposição das exigências da Lei de Moisés (Torá), explicadas por Mateus, que está escrevendo para uma comunidade composta por judeus, que se tornou cristã, obviamente sem deixar de as pessoas serem de origem judaica, como ocorreu com os demais cristãos.


           É preciso atenção, pois, para o fato de que a representação da Lei no evangelho de Mateus está escrita para essa comunidade concreta, que difere muito das nossas leis. Obviamente, tem também um valor universal, porém deve-se ter noção da peculiaridade dessa comunidade, para não "judaizar" desnecessariamente a todos os demais.


           Porém, além dessa peculiaridade do evangelho de Mateus, todo o evangelho tem outra característica significativa neste campo da moral, da Lei, que é semelhante a que fazíamos notar a respeito da leitura anterior, a de Paulo, sobre o conhecimento salvifico ou gnose. A moral viria a ser também uma espécie de conhecimento gnóstico: é uma vontade, divina, superior, vinda de fora, desde cima, desde "o segundo piso", que temos que tratar de escutar nessa direção. É uma moral "hetero-norma", uma norma alheia, vinda de fora, de cima, à qual temos que nos submeter. Submeter-se a essa lei é o sentido da vida humana.


          A moral, os preceitos, os mandamentos com sua constrição sobre a vida humana, e a conseqüente ameaça de pecado e de condenação, foram uma das fontes clássicas de fricção da religião com o mundo moderno. Durante todo o mundo antigo, configurado com os padrões do autoritarismo, dos impérios e do feudalismo, das monarquias absolutas o ser humano aceitava "como o mais natural do mundo" que o "mundo de cima" era estruturalmente como o daqui de baixo, isto é, um mundo onde Deus está sentado em seu trono (como o imperador ou o rei ou o senhor feudal aqui embaixo), com seu séquito de cortesãos da "corte celestial" (como a Corte de qualquer rei humano), vigiando o mundo para que se cumpram as ordens que desde cima eram ditadas.


          Santo Inácio de Loyola, como homem de cosmovisão medieval, reflete belamente em sua explicação global a respeito do sentido da vida humana, em sua meditação central, a do Princípio e fundamento: "o homem é criado para louvar, para fazer reverencia e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isso, salvar sua alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem e para que o ajudem a conseguir o fim para o qual foi criado.


          De onde se segue que o homem pode usar das coisas para alcançar o seu fim, e deve deixar as coisas que o impedem de alcançá-lo. Por isso é necessário manifestar indiferença perante todas as coisas criadas, o tanto quanto possível ao nosso livre arbítrio, contanto que não sejam coisas proibidas; dessa maneira que não queiramos de nossa parte mais saúde que enfermidade, mais riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que curta, e, cosequentemente, em tudo o mais; somente desejando e escolhendo o que mais nos conduz ao fim a que somos criados" (Exercicios Espirituais, 23).


          Santo Inácio não inventou nada de novo. Expressava, antologicamente, isso sim, a visão medieval e pré-moderna de uma cosmovisão salvadora estruturada em dois pisos, um superior (não somente porque está em cima, mas porque é absolutamente superior em sua natureza), e outro inferior (temporal, passageiro, corruptível, perigoso...). Do piso de cima vem tudo: o Ser, o Amor, a Verdade, a Beleza... e a moral. Uma moral, pois, absolutamente heterônoma, indiscutível, absolutamente inapelável e, nesse sentido, facilmente, perceptível como constringente e cegamente obrigatória, alheia a toda explicação justificativa e, nesse sentido, opressiva.


          O mundo moderno mudou radicalmente. O Ancien Regime do autoritarismo, imperialismo, da obediência cega, do submetimento omnímodo e a-racional acabou. Os impérios, reinos e monarquias acabaram, e apareceram as repúblicas e as democracias, e os direitos dos cidadãos (já não súditos). Uma moral exterior, pré-estabelecida, superior, sem justificação, inapelável é sentida agora como sufocadoramente opressora.


           Com a vinda da modernidade, em todos os campos, o mundo de cima, o segundo piso, que genialmente configuraram os helenistas, com Platão à frente, desaparece como que evapora. Não faz falta que seja negado, mas que a ciência, com seus avanços, cada dia o deixa para trás, em favor da descoberta de tudo que funciona "como se Deus não existisse".

 

          O cristão moderno, o que não vive com sua cabeça no mundo pré-moderno medieval, não pode aceitar aquela visão dividida em dois mundos, por muito espiritual que se apresente, senão que passa a viver em um mundo novo, um mundo único, uma única realidade, sem dois pisos superpostos.


          Essa transformação é uma realidade na cultura moderna, por mais que muitos cristãos e não poucas religiões continuem vivendo separadamente entre a vida real e a pública, por um lado, e a vida espiritual dualista de suas representações religiosas, de outro.

 

           Por isso, muitos cristãos se sentem retraídos ao mundo de seus avós quando escutam este tipo de discurso de uma moral "heterônoma", como se continuassem existindo preceitos caídos do alto, revelados, e por isso mesmo, indiscutíveis, inquestionáveis, aos quais somente caberia submeter-se acriticamente como súditos do Rei do céu (de um segundo piso).

 

Missionários Claretianos

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SE TUA MÃO TE LEVA A PECAR, CORTA-A!

          A liturgia deste Domingo  apresenta várias sugestões para que os crentes possam purificar a sua opção e integrar, de forma plena e total, a comunidade do Reino. Uma das sugestões mais importantes (que a primeira leitura apresenta e que o Evangelho recupera) é a de que os crentes não pretendam ter a exclusividade do bem e da verdade, mas sejam capazes de reconhecer e aceitar a presença e a ação do Espírito de Deus através de tantas pessoas boas que não pertencem à instituição Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus no meio do mundo.

          A primeira leitura, recorrendo a um episódio da marcha do Povo de Deus pelo deserto, ensina que o Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem estar limitado por regras, por interesses pessoais ou por privilégios de grupo. O verdadeiro crente é aquele que, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.

          No Evangelho temos uma instrução, através da qual Jesus procura ajudar os discípulos a situarem-se na órbita do Reino. Nesse sentido, convida-os a constituírem uma comunidade que, sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, procura acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor da libertação dos irmãos; convida-os também a não excluírem da dinâmica comunitária os pequenos e os pobres; convida-os ainda a arrancarem da própria vida todos os sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino.

          A segunda leitura convida os crentes a não colocarem a sua confiança e a sua esperança nos bens materiais, pois eles são valores perecíveis e que não asseguram a vida plena para o homem. Mais: as injustiças cometidas por quem faz da acumulação dos bens materiais a finalidade da sua existência afastá-lo-ão da comunidade dos eleitos de Deus.

O apelo de Jesus à sua comunidade no sentido de não "escandalizar" (afastar da comunidade do Reino) os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam nas atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita… Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo, ou para se afastar de Cristo?


"O nosso, acima de tudo e de todos!" Trata-se de um egoísmo coletivo, freqüentemente apoiado por um líder. O grupo se auto-afirma constantemente. É melhor que os outros. Se bastam a si mesmo. E assim temos essas dioceses ou paróquias, comunidade, movimentos, pastorais, que presumem serem melhores que as demais. Que se vangloriam de si mesmos por "fazerem as coisas tão bem feitas", pelo "espírito" que os anima, pela categoria dos seus membros. Nos "outros" vêem deficiências, erros, decadência... esses grupos protegem sua propriedade através de uma serie de requisitos e normas. Não entendem que o "espírito" tudo ultrapassa e desloca.

           Os olhos dos ciúmes ou da inveja ou do fanatismo nos impedem de ver como o Espírito Santo age fora de nós. Torna-nos egocêntricos, grupo-central. Se uma pessoa é perigosa, levada pelos ciúmes e a inveja, muito mais perigoso é um grupo movido por aquele espírito ruim, com o agravante de que em grupo todos se auto-convencem de estarem com a verdade.

            Os ciúmes de uma coletividade geram perseguições, clichês condenatórios permanentes, invasão de competências, tristeza ante aquele que aos demais fazem "bem", falta de generosidade e reconhecimento do "outro". Isto ocorre no terreno esportivo, político, religioso e eclesiástico. Não seria mal que neste domingo nós nos examinemos a este respeito!

          Josué, levado pelo ciúme, pediu a Moises que proibisse de profetizar a quem, sem estar presente na reunião programada, foi concedido dividir seu espírito. O ancião Moises, porém, oferece ao jovem Josué um horizonte amplo e o chama à generosidade "para com os outros" e diz: "Tens ciúmes de mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!".

João, também levado pelos ciúmes, comunica a Jesus que proibiu a um estranho de expulsar demônios em seu nome "porque não era do grupo". O generoso Jesus lhes pede que não proíba e que não se feche no grupo.

A arte diabólica do escândalo

          Escândalo significa "armadilha que faz cair", truque que arruína e que arranca do ser humano seus melhores recursos. É evidente que há pessoas dispostas a escandalizar, normalizar o mal, tornar as pessoas insensíveis ante os valores. Existe uma rede "contra a evangelização" que tenta incapacitar o terreno e fazer que a semente da Palavra não germine.

          Jesus se refere ao escândalo nas crianças ou nos jovens. A rede de escândalos é sutil. Cria um clima aparentemente inócuo, divertido, porém pouco a pouco mata a "alma", a espiritualidade e anula os melhores recursos do ser humano. O descaramento e o desejo pelo dinheiro de certos artistas, levam a não poucos a se proteger em nome de uma ética da "liberdade de expressão". O escândalo cria uma doença cheia de curiosidade, que principalmente, mata a alma do mais jovem e depois os torna insensíveis ante aos "chamados de Deus".

          Não me estranha que a ira de Jesus se expressara em uma de suas frases mais duras: "se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço". Tão pouco é estranho a "radicalidade" com que Jesus nos pede que nos privemos de qualquer parte do corpo, ante o perigo de sermos movido pelo pecado. Por isso, devemos ser cautelosos ao falar, devido a nossa participação nos processos eductivos! Devemos renunciar a qualquer tipo de auto-suficiência; porque a auto-suficiência é utilizada pelo Maligno para nos fazer pecar.

Riqueza pervertida

          O dinheiro que chega a minhas mãos nunca "completamente meu". Não posso utilizá-lo como desejo. É dinheiro que pertence à comunidade humana e nela, de um modo muito especial, aos mais necessitados. Como alguém disse: "toda a propriedade privada, tem uma hipoteca social".

          Quando o amor olhar o dinheiro, o transformará em serviço, em dom, em instrumento de solidariedade. Quando o egoísmo olha para o dinheiro, o privatiza, o torna objeto de prazer, o oculta para um prazer não controlado.

          O dinheiro é pedra de toque na hora de medir nossa qualidade de vida cristã. Por isso Jesus nos falou: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro". E hoje Tiago nos fala: "Sua riqueza está podre" e acrescenta que quem não compartilha seus bens e defrauda os trabalhadores os está assassinando.

"Ciúmes, escândalos e riqueza pervertida" são três chamadas com um único propósito: abrir o horizonte de nossa vida para o amor lúcido, transformador: descobrir o bem no outro e dar-lhe liberdade, descobrir o mal nos outros e denunciá-lo, oferecer os próprios dons aos demais e enriquecê-los.

José Cristo Rey Garcia Paredes

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GRANDE NO REINO DOS CÉUS

Evangelho (Mateus 5,17-19)

 

Comentário ao Evangelho

"Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus."
           Quem guarda os mandamentos e os ensina, é grande não só no céu, mas  tem uma vida especial já aqui na Terra. É uma pessoa especial, pois lhe acontece coisas especiais, verdadeiros milagres. A pessoa que leva a sério a evangelização, enfrenta problemas como todas as outras, pois viver é resolver problemas. Só que para essa pessoa, os problemas, os quais são apresentados a Deus em suas constantes orações, são facilmente solucionados.  Em volta de um homem ou de uma mulher dedicados às coisas de Deus, pessoas sofrem com muitos problemas, os quais, às vezes de solução tão complicada, que o máximo que ele pode fazer é somente pedir a Deus por aquelas pessoas.  Enquanto que a sua vida se deslancha de vento em poupa, com tudo dando certo, pois a proteção de Deus é algo notável. Quem é missionário(a), é um agente especial a serviço do dono do Mundo, portanto nada lhe faltará, pois ele tem cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna, só tem um detalhe desagradável, com direito à perseguição.  Mas isso nem sempre acontece. E se acontecer, daremos  pulos de alegria, pois grande será a nossa recompensa.

Irmãos e irmãs. Não vamos nos dedicar ao ensino do evangelho só pensando em recompensas, não vamos confundir ser missionários com ser mercenários. Façamos o nosso trabalho por amor de quem busca o reino de Deus em primeiro lugar, e  resto lhe será dado de acréscimo. Depois que passei a trabalhar na catequese, minha vida mudou em tudo. Disse-me outro dia uma senhora da Pastoral da Educação. Antes, era um sufoco atrás do outro, agora minha vida corre leve e solta. Sinto que Deus me ouve, me ajuda me protege a mim e à minha família. Eu era da pastoral antes, e fiquei dois anos fora. Durante esse tempo minha vida desandou, muita coisa errada me aconteceu, era uma vida sem sentido, mas eu sentia a presença de Deus me chamando. Até que um dia criei coragem e voltei para nunca mais parar.

Sal

CATEQUESE ATUAL

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NÃO MATAR.

 

            Não matei, não roubei, por isso não tenho pecados. Infelizmente tem gente que ainda pensa assim. Se o pecado contra o próximo se resumisse em matar, acho que uns 80% da humanidade estaria salva. Porém, Jesus no Evangelho de hoje nos explica  mais detalhes, que querem dizer que não basta evitar o ato de matar alguém, para poder nos escapar do pecado.

            Todo tipo de ofensa, já nos enquadra na família de pecados filiados ao "não matar."  E a causa número um das ofensa, é o nosso egoísmo, que gera injustiça, que é causadora de conflitos.

            Vejamos. O meu egoísmo me faz sentir com plenos direitos de fazer o que eu bem entender. Adoro ouvir música barulhenta a todo volume, e ninguém tem nada a ver com isso. Portanto, eu ligo o meu possante aparelho de som nas alturas, não me importando se entre os meus vizinhos tem alguém doente, idoso, dormindo ou estudando. Assim, por causa do meu egoísmo extremo, eu agora estou cometendo uma injustiça.

            E consequentemente, os meus vizinhos vão reclamar os seus direitos de descansar, de dormir, de ver televisão, de estudar etc., sem serem perturbado. Aí está formado o conflito entre eu e os meus vizinhos.

            Toda  essa trama, no fundo é uma questão lógica. Veja.

Premissa maior: Egoísmo -  Eu sou egoísta, e quero tudo para mim, pois tenho o direito de fazer tudo o que eu bem quero.

Premissa menor: Injustiça - Faço barulho sem me importar se estou prejudicando ninguém.

Inferência ou conclusão: Conflito - O conflito está formado.

Em resumo, o nosso egoísmo nos leva a sermos injustos, e consequentemente, a injustiça gera todo tipo de conflitos.

 

            E todos os nossos conflitos com os nossos irmãos, produz um mal-estar no relacionamento entre nós, ao qual chamamos de ficar de mal.  E este estado de mal com o vizinho, além de nos fazer mal, pois ficamos com um peso na consciência que só termina quando fazemos as paz com nosso irmão, nos dificulta a aproximação com aquele que disse: Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

            Quando o conflito acontece, podemos estar do outro lado. Podemos ser a vítima e neste caso estamos reclamando os nossos direitos. Geralmente esta posição não nos conduz a uma situação de pecado contra o próximo, desde que não exageramos nos métodos de reivindicações dos nossos direitos. Ou seja, desde que não partamos para a vingança.

Sal.

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VAI PRIMEIRO RECONCILIAR-TE COM O TEU IRMÃO.

 

Evangelho - Mt 5,20-26

 

 

"...quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares
que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar,
e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.Só então vai apresentar a tua oferta."

            Reparou que Jesus não disse:  Se você se lembrar que tem algo contra teu irmão.  Mas sim se o teu irmão tem algo contra você. Isso significa que se tua irmã ou teu irmão, estiver magoado com a sua pessoa,  é porque você foi injusto contra ela ou ele.

            Traduzindo a palavra de Jesus para os dias de hoje, é o mesmo que dizer: Se você estiver na fila da comunhão e se lembrar que alguém está magoado, ofendido com você, ou que você ofendeu alguém como o seu vizinho, pode disfarçar e sair da fila. E assim que puder, procure conversar melhor com aquela pessoa, pedir desculpas, se possível fazer as pazes, e só depois disso poderá receber Cristo Sacramentado.  O certo mesmo,  seria depois disso, procurar um sacerdote, e contar tudo a ele e pedir a absolvição.

            A quem magoamos?  O marido, a esposa, o colega de classe, de trabalho,  o pai, a mãe, os filhos, etc. Muitas vezes, os filhos, principalmente quando são adolescentes, magoam muito os pais com suas atitudes de rebeldia extrema, e mesmo ingratidões.

"Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo;
quem disser ao seu irmão: 'patife!' será condenado pelo tribunal;
quem chamar o irmão de 'tolo' será condenado ao fogo do inferno."
            A essa altura você deve estar questionando.  E se eu tive um atrito com meu vizinho porque ele estava me perturbando com barulhos exatamente na hora do meu descanso?  Nesse caso eu posso continuar na fila da comunhão?  Resposta: O  termômetro  que vai lhe dizer sim ou não, é sua Consciência Moral. Dependendo da gravidade da discussão, ela vai lhe acusar sentimento de culpa leve ou grave. Geralmente, quando se trata de combater injustiça, podemos comungar, depois de rezar pelo nosso oponente.  Podemos comungar  baseado nas palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" . Jesus foi extremamente bom. Porém Ele bateu de frente com os injustos e corruptos, falsos, hipócritas, etc.  Agindo assim, Jesus nos ensinou que devemos combater as injustiças.  Combater os pecados e não odiar os pecadores. Só que nem sempre nós conseguimos separar o pecado do pecador e acabamos odiando e pecando.

            Portanto,  se você discutiu com o seu vizinho, por causa do seu egoísmo, da sua injustiça para com a sua pessoa, prejudicando-o de algum modo, você pode comungar sim, porém reze bastante por ele. Reze  pela sua  conversão, para que o Espírito de Deus o ilumine  e o faça perceber os seus erros, e para que num futuro próximo você e ele voltem as pazes. Ele estava errado, você deu-lhe uma dura, mas é indispensável a sua disposição de futuramente fazer as pazes.

Sal      

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