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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Comentários–Prof. Fernando


Comentários–Prof. Fernando 30ºdomingo Comum - .23out.2011      – dois em um –

1ª leit.: Ex 22,20-26 Não oprimas nem maltrates o estrangeiro - Não façais mal algum à viúva nem ao órfão -Se emprestares dinheiro a um pobre não sejas um usurário, dele cobrando juros.
Salmo: Sl 18 Sois minha rocha - sois o rochedo que me abriga - dos meus perseguidores serei salvo!
2ª leit.: 1Ts 1,5-10 vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações.
Evang.: Mt 22,34-40 "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: 'Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois.

            Depois da revelação bíblica – que Jesus eleva ao seu máximo grau em termos práticos de aplicação, por uma síntese original, não é mais possível procurar qual o “maior” mandamento. A pergunta perde sentido na síntese que o Mestre de Nazaré apresenta. É claro que Deus é Deus e o homem é o homem. Mas, não há relação nossa com o outro em dissonância com nossa relação com “o grande Outro”. E vice-versa. Sobre as leituras de hoje leiamos o resumo de homilia de Bento 16 escrita e anunciada em 2008:

Queridos irmãos e irmãs! A Palavra do Senhor, que há pouco ressoou no Evangelho, recordou-nos que no amor se resume toda a Lei divina. O Evangelista Mateus narra que os fariseus, (...) reuniram-se para o pôr à prova (cf. 22, 34-35). (...) qual é o grande mandamento?" (v. 36).
       A pergunta deixa transparecer a preocupação, presente na antiga tradição judaica, de encontrar um princípio unificador das várias formulações da vontade de Deus. Era uma pergunta difícil, considerando que na Lei de Moisés há 613 preceitos e proibições. Como discernir, entre todos eles, o maior? (...) Na sua resposta, Jesus cita o Shemá, a oração que o israelita piedoso recita várias vezes ao dia, sobretudo de manhã e à tarde (cf. Dt 6, 4-9; 11, 13-21; Nm 15, 37-41): a proclamação do amor íntegro e total devido a Deus, como único Senhor. O realce é dado à totalidade desta dedicação a Deus, enumerando as três características que definem o homem nas suas estruturas psicológicas profundas: coração, alma e mente.
       A palavra mente, diánoia, contém o elemento racional. Deus não é apenas objeto do amor, do compromisso, da vontade e do sentimento, mas também do intelecto, que, portanto,  não deve ser excluído deste âmbito. É precisamente o nosso pensamento que se deve conformar com o pensamento de Deus.
       Mas depois Jesus acrescenta algo que, na realidade, não tinha sido perguntado pelo doutor da lei: "O segundo é semelhante ao primeiro: amarás o teu próximo como a ti mesmo" (v. 39). O aspecto surpreendente da resposta de Jesus consiste no fato de que Ele estabelece uma relação de semelhança entre o primeiro e o segundo mandamento, definido também esta vez com uma fórmula bíblica tirada do código levítico de santidade (cf. Lv 19, 18). E eis portanto que na conclusão do trecho os dois mandamentos são associados no papel de princípio-base no qual se baseia toda a Revelação bíblica: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (v. 40). (...) ser discípulos de Cristo significa pôr em prática os seus ensinamentos, que se resumem no primeiro e maior mandamento da Lei divina, o mandamento do amor o.
       Também a primeira Leitura, tirada do Livro do Êxodo, insiste sobre o dever do amor; um amor testemunhado concretamente nas relações entre as pessoas: devem ser relações de respeito, de colaboração, de ajuda generosa. O próximo a ser amado é também o órfão, o estrangeiro, a viúva e o indigente, aqueles cidadãos que não têm "defensor" algum. (...).
Na segunda Leitura podemos ver uma aplicação concreta (...) numa das primeiras comunidades cristãs. São Paulo escreve aos Tessalonicenses, (;;;) indica-os como um "modelo para todos os crentes da MacedÔnia e da Acaia" (1 Ts 1, 6-7). Não faltam certamente debilidades e dificuldades naquela comunidade fundada recentemente, mas é o amor que tudo supera, tudo renova, tudo vence (...). "Vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, escreve São Paulo acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar das numerosas tribulações". "Partindo de vós, se divulgou a Palavra do Senhor, não apenas pela Macedónia e Acaia, mas propagou-se por toda a parte a fé que tendes em Deus" (1 Ts 1, 6-8). (...).
(...) a plenitude da Lei, como de todas as Escrituras divinas, é o amor. (...), o dúplice amor de Deus e do próximo (...). Maria Santíssima, que ofereceu a sua vida como "serva do Senhor"(...) e que exortou a fazer tudo quanto Jesus dissesse (cf. Jo 2, 5), nos ensine a reconhecer na nossa vida a primazia da Palavra, a única que pode dar a salvação. Assim seja!
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Prof. FernandoSM (usu rio de janeiro) fesomor2@gmail.com