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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 9 de julho de 2011

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

 

HOMILIAS PARA O

 PRÓXIMO DOMINGO

10 DE JULHO – 2011

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Comentários – Prof. Fernando

Introdução

O semeador saiu para semear


            A  semente caiu em vários tipos de solos  que representa os vários tipos de pessoas que ouvem a palavra de Deus. Cada pessoa tem uma reação pessoal diante da palavra, isto porque cada indivíduo é indiviso, isto é, não existe ninguém exatamente igual no mundo. Uma prova disso são as     impressões digitais. Todas são diferentes. Porque cada indivíduo é uno, é único no mundo.  Nem os irmãos gêmeos idênticos são iguais. A prova  natural da diferença entre eles, é que a mãe sabe quem é um e quem é o outro. Pode ocorrer  num momento de distração ou de cansaço, da mãe trocar a fralda de um duas vezes pensando que está trocando a fralda do outro. Mais ele sabe distinguir um do outro, porque mãe, é mãe! E por os dois são iguais, porém diferentes.

            Isso mesmo. Somos todos iguais, porém diferentes. Temos direitos iguais, reações mais ou menos parecidas diante das mesmas situações, a maioria das pessoas aceitam Deus, um grupo de indivíduos  torcem pelo mesmo time, outro grupo torce para outro time, assim por diante. Só somos semelhantes. Apesar de termos direitos iguais, do nosso tecido muscular, ossos, sangue serem praticamente iguais, na verdade nós somos pessoas individuais.  

            Cada povo tem a sua maneira de pensar, cada povo tem a sua cultura. É por isso que existem várias religiões no Planeta Terra, e é nosso dever respeitar cada uma delas sem nos julgar melhores, mais santos ou mesmo salvos, e achar que os seguidores das outras religiões vão queimar no inferno. Jesus é quem vai nos julgar. Por isso precisamos resistir a tentação de  pensar que somente nós estamos certos.

            Jesus comparou os vários tipos de solos com os vários tipos psicológicos das pessoas, ou seja, os vários tipos de pessoas, tendo em vista as  diferenças individuais.   Jesus classificou as pessoas em vários grupos com relação a doze de fé de cada grupo: Corações duros,  superficiais, inconstantes, apegados a riqueza  e aqueles de muita fé que produzem muitos frutos.

            O  que Jesus quer nos explicar, é que mesmo dentre aqueles que acreditam em Deus, as reações diante da palavra de Jesus, surte efeitos diferentes. Ou seja, a qualidade da fé naqueles que acreditam, não é a mesma em todas as pessoas.

 Podemos classificar em subgrupos todos os componentes de uma comunidade. Assim teremos. O melhor grupo. Aqueles que, como a terra boa, ou o solo bom, seguem a palavra da melhor maneira possível, produzindo muitos frutos na evangelização e no exemplo. Abaixo desse grupo, temos os outros, onde vamos notar em cada um, que a qualidade da espiritualidade, vai diminuindo até chegar no último grupo.

Na hora em que estamos evangelizando, catequizando, fazendo um sermão, precisamos ter em mente essa realidade. Precisamos lembrar que nem todos que estão nos ouvindo, têm a mesma reação diante das nossas palavras, ou da palavra de Deus. De modo que não vamos nos amedrontar com a ironia de alguns, mas sim, devemos nos animar com o olhar santo e atento e sincero daqueles que sendo a terra boa, estão recebendo com boa vontade a mensagem de Jesus  que lhes estamos apresentando, e com certeza vão produzir muitos frutos, assim como nós.     

 

Sal.

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É preciso ter um coração sensível para acolher a semente da Palavra de Deus.

 

                                               No meio da narrativa da Parábola do Semeador nós encontramos uma mensagem bastante edificante para a nossa caminhada espiritual. O conhecimento dos mistérios do reino dos céus só é dado àqueles  que têm um coração sensível para acolher a semente da Palavra de Deus. Quem ouve a palavra com má vontade, com pressa e desatenção tem naturalmente o seu entendimento obstruído e, olhando, não vê e, ouvindo, não escuta nem compreende. Às vezes nós nos perturbamos diante das afirmativas de Deus através dos Seus ensinamentos ou ficamos meio "tontos" sem entender a mensagem das Parábolas e das comparações que Jesus nos apresenta no Seu Evangelho.

                                          Por isso, dizemos que a Bíblia é muito difícil de compreender e a deixamos de lado, não temos a paciência de pedir que o Espírito Santo nos revele o que para nós é tão complicado. Agindo assim nós fechamos os olhos para não ver e os ouvidos para não ouvir nem compreender com o coração e a nossa conversão se torna mais difícil de acontecer. Ao contrário, quando nós nos deixamos envolver pela luz do Espírito Santo e nos abrimos às Suas sugestões nós percebemos que Deus nos fala das coisas simples e corriqueiras que fazem parte do nosso cotidiano. Fala de pássaros, de flores, de frutos, de sementes, de nuvens, de chuva, de sol, de felicidade, de alegria, de paz, etc… Não precisamos nos empenhar muito para assimilar o que a Palavra nos quer transmitir, basta abrir o coração e deixar Deus falar por meio das figuras e das expressões.

                                Felizes somos nós quando conseguimos agir assim, pois os nossos olhos vêem e os nossos ouvidos ouvem claramente o que muitos profetas e justos que não tinham o Espírito Santo, desejaram e não conseguiram. Reflitamos: – Você também deixa a Palavra de lado porque acha difícil de entendê-la? – Você tem pedido o auxílio do Espírito Santo? – Você racionaliza a palavra de Deus? – Como está o terreno do seu coração atualmente?

Amém

Abraço carinhoso

Maria  Regina

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"O semeador saiu a semear" -  Rita Leite

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM

EVANGELHO = MATEUS 13,1-23

Jesus conta uma parábola na qual diz que o semeador saiu a semear. O semeador encontrou vários tipos de solo. Mesmo assim ele jogou a semente.

 Se olharmos pela nossa lógica dá-se a impressão que Jesus entendia muito pouco de plantio. Falando de solo, imagina jogar uma semente de algo que queremos muito que nasça e produza frutos em meio aos espinhos ou a beira de uma estrada? Pois é, mas Jesus falava no sentido espiritual, a palavra de Deus deve ser semeada, ou seja, anunciada em todo tempo e lugar. Vamos encontrar pessoas que pensam diferentes, agem diferentes. Não devemos ficar desanimados quando alguns não quiserem ouvir e nem aceitar a palavra de Deus como meta a ser seguida. Muitos corações estão cheio de espinhos e pedras é preciso muita oração e muito amor de nossa parte para com esses irmãos que também precisam ser salvos.

Todos são livres para aceitar ou não a implantação do reino de Deus. Sabemos que assim como os primeiros anunciadores encontraram dificuldades e rejeição, também nós quando semeamos a palavra encontraremos resistência. O importante é não desistir. Ir jogando a semente e acreditando que Deus tem poder para fazê-la germinar.

 Diz a primeira leitura: "Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vem irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar frutos, assim à palavra que sair de minha boca; não voltará vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la".

 Muitos ouvirão a palavra e até irão vivenciá-la por um tempo porém as preocupações e os apelos do mundo os tirarão do caminho do senhor, desviando seus corações. Outros ouvirão e acolheram com amor dando abertura em seu coração para que a palavra produza frutos e se tornarão também semeadores.

 Vai depender de cada um deixar que a palavra caia em seus corações e sejam transformados por ela.

 A missão do semeador é sempre semear. Se a colheita vai ser boa ou não vai depender da resposta que daremos à palavra.

Por tanto o que Deus nos pede é tenhamos um coração bom que acolhe, ama e vive sua palavra e que saiamos de nosso comodismo e nos tornemos também semeadores de sua palavra. "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento" (1 Coríntios 3:6-7).

Em Cristo

Rita Leite

 

        17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O TESOURO DO REINO

Evangelho Mateus 13, 44-52

Certa ocasião, quase caí no "conto do vigário", era final de ano e uma mulher com aparência humilde me abordou em uma rua próxima à rodoviária de Sorocaba, oferecendo-me duas barras de ouro, enroladas em uma toalha e guardadas em uma caixa de sapatos. "Olha moço, o senhor vai passar um natal muito abençoado, vai poder comprar o que quiser, faço um precinho bom, só para eu matar a fome das minhas netinhas, que hoje ainda não se alimentaram". Apresentou-me Nota Fiscal e ainda o certificado de garantia, emitido por uma mineradora do Pará, de onde acabara de chegar.

Um pouco levado pela chantagem emocional, das crianças que choramingavam de fome, pedindo para comer, mas também e principalmente, pela possibilidade de ficar rico em questão de minutos, a imaginação começou a trabalhar, admitindo o que eu poderia fazer com aquele ouro, caso as barras fossem mesmo verdadeiras, coisa que eu já estava começando a acreditar.

Se fosse mesmo verdade, o negócio seria excelente, ali estava naquele caixa de papelão, a minha sonhada casa própria, o carro novo, as dívidas todas quitadas, um natal e primeiro de ano de muita fartura, e ainda uma boa "gordura" para aplicar no mercado, pois o preço do ouro, naquele tempo estava alto. Mas o problema era o valor pedido pela compra, que eu não tinha, e vendo que ainda vacilava um pouco, a "generosa" mulher disse de modo muito humilde "Deus está me revelando que o senhor será abençoado, vamos fazer uma coisa, quanto o senhor tiver eu aceito, nem que seja metade da metade desse valor..., barras de ouro depois meus filhos que são garimpeiros, me arranjam mais, mas a fome dessas crianças, não pode esperar..."

Para minha sorte estava com cheque, e tinha acabado de sair do banco onde peguei o saldo, composto do salário do mês, mais o abono completo e metade do valor das férias, com um pouco de dor na consciência, falei para ela que o valor que eu tinha era irrisório, mas ela aceitou e deu um sorriso; "fazê o que, né moço, pode ser...". Mas neste momento uma viatura parou perto de nós e a pobrezinha da mulher saiu em disparada, levando para sempre minhas sonhadas barras de ouro...

Uma pessoa ingênua, mas também ambiciosa de um lucro fácil, acaba caindo facilmente nesse conto do vigário, aplicados por malandros e malandras muito bem treinados, a gente fica até indignado quando vê isso acontecer, e perguntamo-nos como é que pode uma pessoa cair em um conto desses... Acontece porém, que o golpista só aborda as pessoas certas, isso é, aquelas que sonham em ficar ricas da noite para o dia, apossando-se de grande fortuna. Em se tratando da nossa vida de fé, como discípulos de Jesus, corremos esse mesmo risco, e muita gente convertida cai em cada golpe, pior do que o conto do vigário.

Quando se trata de bens materiais, buscamos aquilo que vale mais, nem que isso signifique dar em troca, tudo o que temos, no meu caso, toda minha economia de final de ano, achava que era pouco, perto do que aquelas barras de ouro iriam me oferecer, caso fossem mesmo verdadeiras...

A pessoa que não tem o discernimento do espírito, dado pela sabedoria que vem do alto, facilmente deixa de lado os valores do Reino de Deus, para correr atrás de quinquilharias que nada valem, e o que é pior, muitos passam a vida inteira iludidos, em função de algo que parece ser um tesouro, mas que um dia descobrem como eu descobri a tempo, graças a Deus, que se trata de um ouro falso e sem nenhum valor.

Os dois personagens da parábola do evangelho, quando descobrem a preciosidade do tesouro escondido, e a beleza de uma pérola rara, escondida no meio das outras, não pensam duas vezes para colocar aquilo que realmente é valioso, como a única prioridade em sua vida.

O que mais vale nesta vida não e a riqueza, prestígio, fama, sucesso, poder, luxo e conforto, mas sim o amor de Deus, que na salvação oferecida em Jesus, nos dá a alegria da sua graça. Mas para entender isso, é necessário ter o discernimento do espírito, e a sabedoria que vem do alto, Salomão compreendeu que o mais importante é ser sábio diante de Deus, para saber fazer as escolhas certas, e fazer nesta vida, a opção certa, a favor do Reino de Deus.

É esse discernimento que nos permite separar na rede da vida, aquilo que realmente é bom e tem valor, entendendo que o resto é peixe estragado, que não serve para nada.

Tudo parece diante de nós um único tesouro, é preciso tirar apenas aquilo que é novo, esse novo é Jesus Cristo, Salvador e Redentor nosso, o único e verdadeiro tesouro, pelo qual vale a pena dar tudo o que temos e somos, para que em nossas relações com o próximo, sejamos cada vez mais imagem e semelhança daquele que nos predestinou.

                                                                                     José da Cruz é Diácono Permanente
                                                                              Da Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim
                                                                                                          e-mail
cruzsm@uol.com.br

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Olá irmão Sal e demais internautas. Muita luz e muita alegria para vencer as adversidades da vida. Tenha uma boa tarde!

 

 

"O Semeador da Libertação" – Claudinei Oliveira

 

Domingo, 10 de julho de 2011.

 

Evangelho – Mt 13,1-23

 

 

            Na reflexão deste domingo o Evangelista Mateus relata a parábola do semeador contada por Jesus à beira do mar da Galileia. Os discípulos e a multidão que o acompanhavam ouviram atentamente a parábola para compreender com mais facilidade a construção do Reino de Justiça. O povo, pela história de espoliação, não conseguia enxergar que estava sendo ludibriado pelos poderosos. Para reverter a situação Jesus convoca seus seguidores para abrir os olhos e a mente do povo. Fazer a voz e a verdade penetrar nos ouvidos  dos sofredores com intuito de libertar da situação de penúria. Portanto, como semeador, os seguidores vão encontrar dificuldades para realizar sua missão. Claro que muitas sementes não vão germinar, como as palavras ditas pelos anunciadores, mas a insistência pode fazer jorrar rios de alegria no meio do deserto.

 

            São muitas pedras pelos caminhos. Não que estarão lá para provar a fé dos anunciadores. Mas para atrapalhar o trabalho de persuasão aos descrentes com a Verdade. Isto acontece porque já estão cansados de tentar encontrar saídas convincentes. Já levaram tantos tombos que não acreditam naqueles que vão ao seu encontro. Para eles as portas fecharam-se. Restam a angústia, a tristeza e o desânimo. Neste caso, o semeador de libertação deve chegar logo junto destes homens desacreditados e motivá-los para seguir outro caminho. Sempre ha caminhos novos com novas propostas. O que não pode é deixar que o povo de Deus padeça nas mãos de uma minoria autoritária e sagaz.

 

            Ao contar a parábola Jesus preparava o povo e os discípulos para o trabalho. A intenção era fazer a mensagem chegar aos ouvidos dos necessitados. Com história simples, narrada no contexto do povo, Jesus anunciava o Reino de Libertação. Fazia o povo acreditar que não deveria continuar fazendo a vontade dos falsos deuses e profetas. Não deveria alimentar as luxurias, as riquezas, a prepotência e  a arrogância dos homens que se diziam ser o correto e iluminado por Deus.  Jesus advertia aqueles que sonhavam em conquistar grandes obras: ninguém é maior do que o outro, todos são iguais. O aluno não pode ser maior do que o mestre, mas estar no mesmo nível. Então a mensagem nas parábolas era para acrescentar na vida do homem subjugado novo postura e novas metas a serem alcançadas.

                                                    

            Ao delinear para a multidão na barca no mar da Galileia Jesus afirma que nem sempre o semeador colhe o que plantou, pois: algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Estes vão ser o desafio do semeador. Vão fazer muito serviço em vão. Sabe por que acontece dessa maneira? Porque nem todos estão preparados para ouvir e obedecer a verdade. Não acreditam na transformação. Não acreditam no amor de Deus para com seus filhos. São descrentes. São prepotentes. Acreditam estar acima de Deus.

 

            As sementes não vão germinar porque a verdadeira  mensagem de Cristo pode desvendar muitas sujeiras. Por isso que cai a beira do caminho e os pássaros comem, outras caem no espinheiro e são sufocados e outras até germinam, mas morre com o calor do sol. Porque querem continuar com projetos falsos. Com usuras, com mesquinharias, com descasos. Não consegue abraçar o novo. Não querem enxergar a vida. Não querem libertar para um novo Reino. Digo mais. São bravos e matam o semeador da libertação. Esta pessoa tornar-se entrave nas conquistas enriquecedoras dos homens violentos.  E a saída é eliminar para deixar o caminho livre.

 

            Pensamos, às vezes, que a discórdia está bem longe de nós. Acreditamos que não temos nada ao redor que possa não deixar a semente germinar. Mas se olharmos atentamente em nossa comunidade, ainda ha terrenos pedregoso, ha muitos espinheiros e ha muito calor para queimar a nova planta. São cristãos que até ouvem a palavra de Deus, até falam no altar, mas praticam a injustiça. Falam mal dos amigos, criticam o colega, não deixam a comunidade seguir o caminho correto, fecham as portas para muitos que os procuram. Não parecem, mas agem acima de Deus. São verdadeiros deuses postados no altar. Contudo, sufocadores de sementes da liberdade.

 

            Nosso Pai não quer enxergar estas atitudes difamatórias de sua Palavra.  Quer que a semente nasça, cresça, floresce e dê frutos bons. Frutos que possam alimentar o Reino. Fazer o povo de Deus engrandecer pela causa da justiça. Por isso que na parábola Jesus afirma:  as  sementes que caíram em terra boa,  produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. O Reino da justiça e da libertação deve ser grande para acolher a todos de boa vontade. Entretanto, para isso, o semeador deve acreditar na missão da evangelização. Penetrar na alma do pagão para desvendar o Deus do amor. Enfrentar com perspicácia as adversidades e colocar a semente em terra boa que possa garantir excelente colheita. Assim, na parábola temos o semeador que é o discípulo, o mensageiro da palavra, o missionário da paz; as sementes são as palavras soltas pela boca dos discípulos através da ação do Espírito Santo. Muitas falas vão evaporar-se na atmosfera, vão se perder, não vão chegar ao seu destino. O terreno a beira do caminho são aqueles que ouvem a palavra, aceita, mas não converge para sim; deixam solta as palavras, outros vêm e roubam. Os espinheiros são os sufocadores, não permitem que a palavra sobressaia; matam violentamente a vontade de mudar e de se transformar; querem continuar na injustiça, na maldade e na escuridão. O terreno pedregoso são os sujeitos de coração de pedra; não tem sentimento de amor, de carinho e de aconchego; nada brota em seu ser; não dá espaço para o novo. O solo não profundo são as pessoas que não tem segurança. Não permite que a palavra se alastre; dá o espaço para ouvir, mas logo deixa morrer por não dar substância nutritiva para a raiz. Assim, será o desafio do semeador. São muitas as contradições para serem vencidas.

 

            Portanto, como afirmou Jesus em sua parábola: Quem tem ouvidos, ouça! Mas ouça com seriedade e com vontade para mudar de vida. Não pode continuar arruinando vidas alheias para satisfazer o ego mesquinho. Acreditem no amor de Deus e nas palavras dos semeadores. Assim estará perto da LIBERTAÇÃO. Assim seja. Amém!

 

Claudinei M. de Oliveira

Tenha a Paz de Cristo em seu Coração!

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Homilia do Padre Françoá Costa – XV Domingo do Tempo Comum – Ano A

Parábolas do cotidiano

Vamos aproveitar as passagens bíblicas que a liturgia nos oferecerá nos próximos três domingos para refletir sobre a importância da formação. Neste domingo, procurando entender porque Jesus explicava as coisas em parábolas, tiraremos algumas consequências. No próximo, veremos que um cristão bem formado é condição de eficácia no meio do mundo. Finalmente, veremos a importância de um conhecimento que, ademais de ser fruto do estudo, é também fruto da instrução do Espírito Santo.

O que é uma parábola? É aquilo que chamávamos antes de "estória", ou seja, uma historinha inventada da qual se podem deduzir diversas verdades importantes. Jesus contava muitas estórias. Era uma maneira pedagógica de explicar-se aos seus ouvintes. As parábolas de Jesus não são difíceis. No entanto, quando se lê que era concedido aos Apóstolos conhecer os mistérios do Reino, mas aos demais não ou quando se observa que Jesus se dirigia ao povo com parábolas, dá a impressão que ele não quer que as multidões entendam a sua mensagem. Até parece que a doutrina de Jesus é para um grupinho selecionado e formado por alguns privilegiados. E não é assim.

Ora, concedamos que, diante da dureza de coração do povo, Jesus, pedagogicamente, cite o profeta Isaias e se lamente de que ainda que fale em parábolas o povo parece encontrar-se tão torpe para as coisas do Espírito que não entende as realidades do Reino. E, no entanto, as parábolas eram altamente instrutivas, fáceis de captar e muito oportunas no contexto: "Tudo isso disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, para que se cumprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação do mundo" (Mt 13, 34-35). Portanto, as parábolas são reveladoras de realidades arcanas, escondidas. Jesus as utiliza porque sabe que são muito importantes para levar o povo, paulatinamente, a adentrar nas realidades do Reino de Deus.

A parábola de hoje é maravilhosa: o semeador. Jesus é o semeador que lança em terra a semente, isto é, a palavra de Deus. Ele a semeia por todas as partes, em todos os campos, porque a salvação é para todos. Todos devem ter acesso à felicidade eterna. No entanto, os terrenos são diversos. Alguns estão muito expostos, estão à beira do caminho; outros não têm profundidade, trata-se duma terra pedregosa na qual as raízes não podem estender-se. Mas nem tudo está perdido, também há terra boa. Isso não significa que as sementes que caíram à beira do caminho ou em solo pedregoso não possam produzir frutos. O terreno seria relativamente indiferente quando preparado para a plantação. O importante é trabalhar bem o terreno, mais ainda quando hoje em dia há técnicas agrônomas eficazmente comprovadas. Aí está a missão do cristão: preparar o terreno, ser terra boa e fazer de tudo para que os outros terrenos recebam a Palavra de Deus com generosidade.

Jesus fala com uma linguagem acessível aos seus ouvintes. Há algum tempo, procurando entrar na pedagogia do Divino Mestre, utilizo historinhas nas minhas pregações para facilitar que se capte a mensagem do Senhor. É preciso que falemos aos demais das coisas do Reino de uma maneira cada vez mais inteligível. Talvez não o façamos porque nem nós mesmos entendemos aquilo que gostaríamos de transmitir. Daí a importância do estudo, da formação contínua, das boas leituras. O cristão tem que ter muito cuidado para não ser um "bicho raro": sabe muito sobre a ciência humana na qual trabalha (física, química, matemática, etc.), mas não sabe nada ou quase nada da ciência de Deus; sabe muito do mundo, mas não do Criador do mundo; pensa saber muito sobre a liberdade, mas sem entender verdadeiramente o que significa o respeito à liberdade dos seus irmãos.

A nova evangelização dependerá muito dessa capacidade de transmissão que tenhamos. Por outro lado, não se pode pensar que isso é simplesmente um dom que se tem ou não se tem. Cada cristão deve ser evangelizador e por isso deve procurar, segundo a sua capacidade, crescer no conhecimento da doutrina cristã, ter uma verdadeira empatia – uma capacidade de identificar-se – com as coisas de Deus e com as coisas dos homens, seus irmãos. Nesse contexto, a amizade é muito importante para que seja possível compreender os próprios amigos e ajudá-los falando "a mesma língua" que eles. Quando se conhece bem a uma pessoa através da amizade, se lhe poderá falar de Deus através daquelas realidades humanas nas quais se encontra mais inserida.

A nova evangelização é tarefa de todos. No entanto, hoje eu gostaria de destacar a função dos leigos. Deus tem um campo, um terreno enorme, e ele pede que muitos homens e mulheres realizem a sua vocação cristã no campo do trabalho profissional, da família, das diversões, da amizade. Nestes campos terão que lançar a semente, falar com simplicidade e de maneira compreensível, utilizar as diversas parábolas que tenham base no cotidiano dos demais. Deus lhes ajudará a colher abundantes frutos em todos os ambientes nos quais devem viver lado a lado com os demais, implicados em realizar a sociedade atual na qual também Deus tem direito a ter o seu lugar.

Pe. Françoá Costa

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Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XV Domingo do Tempo Comum – Ano A

Is 55,10-11
Sl 64
Rm 8,18-23
Mt 13,1-23

Na proclamação da Palavra deste Domingo, iniciamos a escuta do capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, que nos traz o encantador Discurso das Parábolas sobre o Reino dos Céus. Neste e nos próximos dois domingos, escutaremos essas sete sugestivas parábolas. Atenção, caríssimos, porque este capítulo 13 é o centro do Evangelho segundo Mateus! Para que possamos compreender bem o que nosso Senhor nos quer dizer, recordemo-nos que o Reino dos Céus é o núcleo, o tema, o objetivo da pregação de Jesus: ele veio para instaurar o Reino entre nós e nos fazer participar dele em plenitude após nosso caminho neste mundo. Quando Mateus diz "Reino dos Céus" é o mesmo que dizer "Reino de Deus", pois o céu é Deus e fora de Deus não pode haver céu! O anúncio do Reino dos Céus é, portanto, o anúncio do reinado do Deus de Jesus, aquele mesmo Deus a quem ele chamava de Pai, Pai que é todo amor, todo ternura, todo compaixão e misericórdia! Por isso, o reinado de Deus é nossa vida e nossa felicidade!

Pois bem, caríssimos, com sete parábolas (sete significa perfeição, completude) o Senhor Jesus nos fala dos mistérios do Reino dos Céus. São parábolas para serem ouvidas com essas perguntas no coração: Que é o Reino? Por que não aparece claramente neste mundo? Por que parece tão frágil? Onde ele está? Como se pode descobri-lo? Escutemos, porque o Senhor nos vai falar. Coloquemo-nos ao lado dos seus ouvintes, na tão doce cena do Evangelho de hoje: "Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas…" Sentemo-nos nós também com essa multidão e escutemos as parábolas desses três domingos!

Ó Mestre, porque falas em parábolas? – perguntaram a Jesus. As parábolas, caríssimos, têm, primeiramente, um sentido didático: Jesus falava do Reino com imagens e cenas da vida do povo… Era fácil compreender, era acessível aos simples… Mas também, exatamente por serem simples e cheias de figuras, as parábolas somente poderiam ser compreendidas por quem tivesse um coração simples e cheio de boa vontade. Os soberbos, os de má vontade, os auto-suficientes jamais poderiam compreender, penetrar com o coração o mistério tão doce e suave que Jesus revela em suas parábolas. Por isso ele nos diz: "A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Ao que tem será dado mais e terá em abundância; mas ao que não tem, será tirado até o pouco que tem… Porque eles, olhando, não vêem, ouvindo, eles não escutam nem compreendem… Deste modo, cumpre-se a palavra do profeta: 'Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração…'" Também nós, sem um coração pobre, humilde e confiante, jamais compreenderemos a verdade do mistério que Jesus nos apresentará nessas sete estupendas parábolas…

Comecemos, pois, a escutá-lo nesta primeira das sete: a Parábola do Semeador. A semente é a Palavra de Deus, que é sempre fecunda "como a chuva e a neve que descem do céu e para lá não voltam, mas vêm irrigar e fecundar a terra"… A Palavra que Jesus, o Semeador, joga no terreno do nosso coração, nunca ficará sem efeito; é uma Palavra eficaz! O Padre Antônio Vieira, comentando esse Evangelho afirmava que a Palavra pode não dá fruto, mas dará sempre efeito: efeito de salvação ou efeito de condenação! É verdade: ninguém ficará neutro diante da Palavra do Senhor que escutou: ou a acolhe, dá fruto nela e acolhe a salvação, ou a rejeita, para ela se fecha e por causa dela se perde!

Se o semeador é Jesus e a semente é a Palavra, os diversos tipos de terrenos são os diversos tipos de coração. Sim, o terreno somos nós, caríssimos! E aqui está a nossa responsabilidade: tornar o nosso coração uma terra boa! Que não seja terra ruim, que não seja terra estéril. Não aconteça que sejamos daqueles que ouvindo, não escutam e vendo, não vêem! Por isso mesmo, essa Palavra deste hoje nos deve inquietar… Que tipo de terreno tenho sido? Que tipo de terreno tenho preparado no meu coração? Que fruto a Palavra está dando na minha vida? Recordemos, caríssimos em Cristo: se a Palavra não tiver fruto, ainda assim terá efeito!

Mas, há outro recado, outro ensinamento do Senhor nesta estória. Notem que a Palavra que anuncia o Reino é tão precária, a maior parte da semente parece ter um destino inglório, sem fruto! A Palavra onipotente aparece nesta parábola escandalosamente impotente – como na cruz! Mas, ao fim, ela triunfará, dará fruto: Ä semente que caiu na terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto: um dá cem, outro sessenta e outro, trinta". Não nos iludamos: ao final, o Reino triunfará, ainda que pareça inútil, ainda que muito da semente semeada pareça destinada ao fracasso e à esterilidade… A semente dará fruto… Que frutifique, pois, em nós!

Para isso, cuidemos do aqui e do agora de nossa existência, porque são nas coisas pequenas que o Reino aparece, que o Reino se faz, que a semente germina: no irmão que acolhi, na dor que suportei, na presença de Deus que descobri mesmo no meio das trevas da vida… Só quem ouve, só quem compreende pode acolher esse Reino e dar fruto de vida.

Caríssimos, a humanidade inteira e a criação toda esperam o testemunho dos cristãos, esperam o nosso fruto no aqui e agora da existência, que antecipa e prepara a manifestação final da glória, que é a plena manifestação do Reino dos Céus. A criação geme, a humanidade geme, tateando nas trevas em busca da luz, faminta em busca do alimento, mortal em busca da vida. Quem pode apontar a luz, quem pode trazer o pão, quem pode testemunhar a vida? Os cristãos, nós, se deixarmos que a semente da Palavra faça o Reino germinar em nós para que o Reino seja presença no mundo. Eis, portanto, que mistério tão grande: o Reino passa por nós, pela nossa pequena vida! Os cristãos, a Igreja, são como a respiração do mundo; sem nós, o mundo morreria asfixiado…

Caríssimos, a parábola de hoje nos convida a preparar nossa existência para que o Reino possa brotar; convida-nos também ao espírito de fé para ouvir, para ver, para compreender mesmo nas coisas pequenas da vida; convida-nos à paciência e à fidelidade no dia a dia; convida-nos à consciência de que é Deus quem age, fazendo a semente crescer, desde que não impeçamos o dinamismo da semente. Eis! O Reino está em nós, está no meio de nós! Abramo-nos a ele…
D. Henrique Soares da Costa

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O que é a Palavra de Deus?

Vivemos em um mundo no qual há muitas palavras. Os meios de comunicação fazem que estas sejam abundantes. Canções, programas de rádio e televisão, jornais, revistas, vozes... Tanto que, às vezes, não somos capazes de entender nada daquilo que se diz, de tantas as palavras que nos rodeiam. A palavra deixou de comunicar e se converteu em ruído. No entanto, na Igreja continuamos dizendo que a Palavra de Deus ocupa o lugar mais importante e privilegiado que possa existir na nossa comunidade de fé. Mas, o que significa a Palavra de Deus?

De entrada, Palavra de Deus são as leituras realizadas a cada dia na Missa. São tiradas de uma coleção de livros que chamamos de Bíblia. Até aqui todos sabemos. Mas, e também o sabemos, não são livros comuns. Para nós, que acreditamos, esses livros que formam a Bíblia são inspirados pelo Espírito Santo. Contêm a história de Deus com a humanidade, as contínuas ofertas de salvação feitas a uma humanidade que parece sempre envolvida em seu labirinto de violência, dor, desamor e morte. São fruto - e isto é o mais importante – do amor que Deus tem por nós. São testemunho vivo desse amor. Ler esses livros significa nos encontrarmos com uma palavra que é portadora do amor de Deus. Por isso, os lemos com veneração. Sua palavra não é uma palavra comum, não é ruído, não é vazia de significado. Por isso a escrevemos com letra maiúscula. É a Palavra. Quando realmente a acolhemos em nosso coração, nos abre o entendimento e os sentidos nos levando a tomar consciência da vontade de Deus: que todos os homens e mulheres se salvem e encontrem a vida e a desfrutem em plenitude.

Hoje, é assim que a primeira leitura nos fala da Palavra de Deus. Como a chuva toma fecunda a terra e a enche de vida, a Palavra de Deus fará que se cumpra a sua vontade e nos encherá de vida. Mas, como diz o Evangelho, o efeito da Palavra em cada um de nós depende igualmente de nossa capacidade de recebê-la. Ante ouvidos fechados, não há palavra que valha. Ante ouvidos acolhedores, a Palavra é capaz de transformar o coração da pessoa e fazer que se produzam frutos para sua vida e da humanidade.

Domingo após domingo ouvimos a Palavra de Deus. Depende de nós abrirmos nossos ouvidos e nosso coração para que ela possa tomar realidade a vontade de Deus. Acolhê-la e aceitar suas exigências – que nos levarão a viver uma vida mais plena – é a atitude básica da vida cristã. Sem esse alimento, que é a Palavra, nossa vida acabará por ser infecundos como as pedras, as sarças ou o caminho.

Que lugar ocupa a Palavra de Deus em minha vida? Leio de vez em quando a Palavra de Deus além de ouvi-la na Missa? Preocupo-me em entendê-la e acolhê-la? Sigo os seus ensinamentos? Caso não a entenda, procuro informar-me?

Victor Hugo Oliveira

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"Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado

quando se manifestar a vossa glória" (cf. Sl. 16,15).

A sagrada liturgia nos levou, nos domingos precedentes, a reflexão do primeiro discurso de Jesus que foi o Sermão da Montanha e do seu segundo discurso que foi o sermão missionário. Mateus na sua exegese nos introduz hoje na leitura do terceiro discurso de Jesus que agrupa sete parábolas, que são as lições que Jesus nos ensina e que todos devemos aprender didaticamente a pedagogia do Reino de Deus.

Claras e simples as parábolas argumentam o dia a dia de todos os que querem seguir Jesus. Por isso Jesus hoje nos apresenta a parábola da Palavra de Deus que é semeada no coração humano. Encontrará a Palavra Divina um coração disposto a acolhê-la? Como nós nos portamos diante da Palavra de Deus? Nós somos corações que são como terra boa ou fértil para acolher a Palavra de Deus? Que Deus nos ajude a podermos cantar com grande entusiasmo o que o salmista nos pede: "A semente caiu em terra boa e deu fruto" (cf. Sl. 64).

Assim, iluminados pela santa liturgia, este dia é uma ação de graças à mãe-terra pelas sementeiras, pela colheita, pela prodigalidade que vem de Deus em favor de seus filhos e filhas. Quem trabalha nas lides rurais entende bem o que significa terra boa, terreno pedregoso, beira de caminho ou espinheiros. Por isso, o Evangelho dá um passo audacioso: ele quer alcançar o "terreno" do coração humano e afirmar que a Palavra de Deus é sempre fecunda e boa, e necessariamente brotará, se encontrar em nossos corações as disposições necessárias para crescer e dar frutos. E isso nós encontramos claramente na palavra do Profeta Isaías "Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la" (cf. Is. 55,10-11).

Jesus está à beira do Lago de Genesaré, sentado na barca, contempla a multidão na praia entre a água e o trigal que espigava. Era tempo de espera da colheita e o povo queria ouvi-lo e foi buscar no campo o tema de sua pregação e muitos de seus ouvintes tinham feito a colheita manual e sabiam do que acontecia com o fruto que caia entre os pedregulhos, ou seja, que não serviam para nada. Jesus vê aquela gente como o campo a ser semeado. Jesus é o semeador. A Palavra que o Pai lhe dera para ensinar (cf. Jo. 14,10) era a semente. Há tempos tentava plantar a Palavra de Deus naqueles corações. Por muitos motivos a maioria resistia, embora gostassem de ouvir o que Deus tinha para falar. Tinham o coração como pedra. Outros duvidaram dele e, entre o certo e o incerto,  preferiam os seus negócios, os afazeres do mundo que muitas fezes são como espinheiros. Outros, ainda, não o levavam a sério, porque eram homens que sempre estavam na beira do caminho. Por fim, felizmente, havia os ouvintes que se comportavam como terra-boa, a exemplo dos apóstolos, e era nessa terra boa que Jesus queria multiplicar abundantemente o grão da doutrina e da graça que Ele era dispensador trazendo do Pai.

"Palavra" no antigo testamento tem o sentido de chamada, de investidura de uma missão, de mensagem, de prenúncio, ou por fim, de acontecimento. No Novo Testamento, por sua vez, o substantivo "Palavra" ocorre 331 vezes, com os mais diversificados sentidos, como vocábulo, afirmação, dito, informação, pedido, notícia, discurso, exortação. O próprio Jesus é chamado simplesmente de Palavra de Deus, ou Verbo (cf. Jo 1,1), e quando se encarnou, se disse que a Palavra de Deus se fez carne e veio morar em nosso meio (cf. Jo. 1,14).

Assim, no Evangelho de hoje (cf. Mt. 3,1-23), "palavra" terá uma mistura de sentidos, que vão desde as palavras pronunciadas por Jesus até a sua pessoa, passando pelos sinais – que chamamos de milagres – que comprovam a sua messianidade. Sua doutrina, expressa em palavras humanas, está ligada ao mistério divino-humano de sua pessoa. Sua doutrina se expressa pela Santíssima Trindade (cf. Jo 14.15.26), a paternidade de Deus (cf. Jo 20,17), o julgamento final da criatura humana (cf. Mt. 25, 31-46); ora por uma exortação: amai-vos uns aos outros (cf. Jo. 13,34); perdoai-vos as ofensas (cf. Lc. 17,4); amai vossos inimigos (cf. Mt. 5,44); ora ainda por um pedido: que todos sejam um (cf. Jo 17,21); seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não (cf. Mt. 5,37); aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (cf. Mt. 11, 29). Em vista de tudo isso está na centralidade da pregação a PESSOA DE JESUS, O SALVADOR.

Partindo da pessoa de Jesus, de sua pregação, cada um de nós, de acordo com o seu empenho, poderá produzir bons frutos. A semente que nos é apresentada é boa, porque é garantida por Deus. Se a semente de Deus criou o mundo e enviou o seu Filho Unigênito para recriá-lo a problemática da liturgia de hoje está na terra que recebe a semente, ou seja, no coração de cada um de nós. A solução desta plantação é de nossa inteira responsabilidade, se a semente vai ou não vai frutificar. Deus realmente é misericordioso e não quer o mal de ninguém. Mas nos concede o livre arbítrio para receber ou não receber a grande semente, Jesus, Mestre e Senhor. Por isso Deus nos chama em espírito e verdade. Na consciência reta de aquiescer ao seu convite, respeitando a nossa liberdade, somos chamados a voltarmos para o sumo BEM, ser terra boa, fazendo a distinção do que é bom e do que é mal ou perverso. A parábola de hoje é um elogio à Palavra divina, sempre fecunda e eficaz, e um elogio à liberdade humana, onipotente dentro dos limites impostos a toda e qualquer criatura. Nossas metas e sonhos podem ser insondáveis, mas nossa realidade tem margens como o rio. Cristão autenticamente responsável é aquele que conhece as suas condições, os seus limites, remove as pedras e os abrolhos, que se atravessam na vida cotidiana, abrindo-se como terra boa às sementes da graça divina e cultiva o campo de seu coração e produz os frutos queridos por Deus (cf. Jo 15,5).

A Palavra de Deus é eficaz: faz frutificar a gente (cf. Is. 55,10-11). Este trecho é uma chave de interpretação de tudo o que Deus faz por sua gente. Conclui o segundo Isaías – Is 40-55 – retomando a idéia do início: a Palavra de Deus permanece sempre. A Palavra de Deus e sua eterna vontade, que no tempo oportuno sai de seu silêncio majestoso e realiza a sua missão, como a chuva caindo do céu faz frutificar a terra.

A segunda leitura – Rm. 8,18-23, nos apresenta que a criação anseia pela manifestação dos filhos de Deus. Existir, para o homem, é sofrer. No seu sofrimento, reconhece o gemido da criação ainda não libertada. Talvez, por isso mesmo, trate de reprimir este gemido da criação ainda não libertada. Talvez, por isso mesmo, trate de reprimir este gemido pelo mito da transformação tecnológica. Mas não é sufocando a natureza e a criação que o homem se realiza e sim, intermediando, como sacerdote, seu pleno desabrochamento. No homem, a criação deve participar da realidade divina, da "liberdade dos filhos de Deus". O sofrimento solidário do homem e da natureza são as dores de parto da nova criação. Como estamos celebrando o ano Paulino a "palavra de Paulo" hoje, tirada da sua epístola aos Romanos, nos apresenta o tema da vivificação do Espírito, a vida nova em Cristo. Paulo nos diz que recebemos o Espírito de Cristo, que clama em nós: "Abbá, Pai". O Espírito que nos transforma em filhos adotivos, co-herdeiros com Cristo, chamados para a glória com ele (cf. Rm. 8,14-17). Mas ainda não se revelou em nós esta glória, embora já tenhamos recebido o Espírito como primícia. Por isso, nos e toda a criação estamos ansiando por essa plenitude, como uma mulher em dores de parto: o filho está aí, mas até que ele se manifeste, ela tem que passar pelo trabalho do parto. É essa a situação nossa e de nosso mundo, que é solidário conosco.

Somos chamados a um crescimento da fé e da salvação. Por isso vamos promover o encontro de uma semente garantida – a "Palavra de Deus" – com uma terra boa, acolhedora e generosa. Combatendo os motivos de endurecimento que nos abre a recebermos a Palavra fortificada em terra boa, como a dominação ideológica, a alienação, o consumismo, o culto da riqueza, do poder e do prazer, deixando de lado os fascínios de desejo, Deus nos chama a viver a autenticidade da simplicidade, a educação libertadora com olhos para o Evangelho.

Diante de corações duros, inconstantes, materialistas, Jesus nos chama a sermos corações abertos e disponíveis para escutar a sua Palavra de salvação. Se assim vivemos a Palavra, que é Jesus, será acolhida em cada um de nós como a chuva do céu, que penetra no chão e faz a semente da Palavra de Deus semear em nossos corações desejosos e abertos a fazer a sua vontade, que é sempre de santidade.

padre Wagner Augusto Portugal

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A semente

A Liturgia desse domingo nos convida a refletir sobre a importância da Palavra de Deus e nos exorta a ser uma "terra boa" que acolha a Palavra e produza frutos abundantes na vida de cada dia.

Na 1ª leitura, o profeta compara a Palavra de Deus à chuva. "Não voltará, sem ter cumprido a sua missão". (Is. 55,10-11)

Ao Povo no exílio, já cansado e desiludido de voltar à sua terra, o profeta anuncia que Deus é sempre fiel às suas promessas.

Sua Palavra é como a chuva e a neve: caem do céu e não voltam sem terem produzido o efeito. Deus não esquece o seu povo, sua Palavra nunca falha.

Na 2ª leitura, Paulo ensina que o tempo da semeadura sempre é difícil, sofre-se com a dor e a espera, mas não se trata de um grito de morte, e sim do início de uma nova vida que vem chegando. (Rm. 8,18-23)

No Evangelho, com a Parábola da semente e do semeador, vemos que o fruto da Palavra de Deus depende da qualidade da terra. (Mt. 13,1-23)

Com essa parábola, Mateus inicia o 3º discurso de Cristo, composto

de sete Parábolas do Reino, que escutaremos nos próximos 3 domingos.

"O Semeador saiu a semear... a semente". Parte caiu:

- no caminho... os pássaros vieram e as comeram...

- no terreno pedregoso: brotou e logo secou.

- no meio dos espinhos: os espinhos cresceram e sufocaram...

- na terra boa: produziu 30, 60, 100 por um...

Jesus estava encontrando dificuldade na aceitação de sua Palavra.

- Havia gente que não acreditava...

- Havia gente que embora simpatizasse com Jesus, logo desistia de segui-lo.

- Havia gente que via a mensagem de Jesus como uma ameaça:   devia mudar de vida, afastar-se do poder, largar as riquezas... Por isso, hostilizava e tramava a morte do próprio Jesus.

- No fim estavam ficando com ele só alguns discípulos. Até eles tinham as suas dúvidas... Será que a palavra de Jesus estava se tornando ineficaz, sem força?

Jesus responde com a parábola: apesar dos obstáculos, a semente não perde a sua força. Deus lança a sua semente em todas direções, não recusa:

- nem aos pecadores endurecidos;

- nem às pessoas superficiais;

- nem às pessoas imersas nas preocupações do mundo (prazeres, negócios)...

O homem pode fechar-se à Palavra de Deus, rejeitá-la, mas sempre haverá terreno onde produzirá 30, 60, 100.

O acolhimento do evangelho não depende nem da Semente, nem do Semeador, mas da qualidade da terra.

Diante da Palavra de Deus, há 4 tipos de ouvintes que existiam naquele tempo e que continuam existindo hoje:

- Há aqueles que têm um coração duro como a terra pisada de uma estrada: não permitem que a semente da Palavra de Deus penetre em seu coração. E satanás se encarrega de eliminar os grãos caídos que sobraram no chão.

Vem em seguida o coração inconstante, que se entusiasma com facilidade, mas depois desanima rapidamente diante das primeiras dificuldades. A Palavra de Jesus não pode criar aí raízes profundas.  

Há os que têm um coração materialista. São até "muito religiosos", mas dão prioridade à riqueza e aos bens deste mundo.

Essas preocupações são como espinheiros que sufocam a semente da Palavra.

Há também os que têm um coração aberto e disponível. Neles, a Palavra de Jesus é acolhida e dá muito fruto.

A Parábola nos propõe três perguntas:

1. Que terreno somos nós?

Muitas vezes questionamos o pregador ("semeador") da Palavra de Deus: "Foi comprido, foi repetitivo... foi pesado..." Qual tal questionar também a nossa atitude de ouvintes?

2. Que semeadores somos nós?

Cuidamos do nosso terreno, retiramos as pedras e espinhos que atrapalham? Procuramos aprimorar a semente que usamos, ou já tem validade vencida, porque não estudamos, não nos informamos, não nos atualizamos? (Na catequese, liturgia, canto, escola, família...)

3. Vale a pena semear?

A parábola de Jesus é uma parábola de esperança: Jesus é o semeador, e nós também o somos, junto com ele... Ele semeia em todos os terrenos, mesmo nos inférteis. E algumas sementes acabam germinando...

O importante é semear o grão da esperança. Semear o sorriso para que resplandeça ao redor de nós. Semear nossas energias para enfrentar as batalhas da vida. Semear nossa coragem para reerguer a coragem do outro. Semear o nosso entusiasmo, a nossa fé, o nosso amor...

O Evangelho de hoje nos garante, que apesar do aparente fracasso, o sucesso do "Reino" está garantido; e o resultado final será algo de surpreendente e de maravilhoso. Deus nos garante: "A palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto"

padre Antônio Geraldo Dalla Costa

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A eficácia da palavra

A parábola evangélica ilustra a benevolência do Pai, no seu desejo de salvar a todos, sem distinção. Ninguém está, de antemão, excluído da salvação. Tudo dependerá da disposição e do empenho com que se acolhe a comunicação do Pai.

A semente caída à beira do caminho ilustra a atitude de quem se relaciona com o Pai, de maneira superficial e leviana. A que caiu em terreno pedregoso é símbolo de um coração impermeável aos apelos divinos. A que caiu entre os espinhos aponta para os corações preocupados com múltiplas tarefas, a ponto de faltar-lhes tempo para um diálogo amoroso com o Pai. Enfim, a semente lançada em terra fértil simboliza quem se abre para acolher a Palavra de Deus e se deixa transformar por ela.

A eficácia da Palavra de Deus no coração humano revela-se no modo de viver de quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida pautada no amor e na justiça é um indicativo seguro de que a Palavra está produzindo frutos. O percentual - cem, sessenta ou trinta - dependerá do maior ou menor enraizamento da Palavra na vida do discípulo do Reino. Isto irá ser diferente, de pessoa para pessoa. O importante é que a semente não se perca e produza os frutos esperados. O espaço para a generosidade fica sempre aberto. A eficácia da Palavra não tem limites.

padre Jaldemir Vitório

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O SEMEADOR

Nós somos o grande campo no qual a Palavra de Deus é semeada, nós, nossa família, nossa cidade, a sociedade que organizamos, o mundo em geral. Deus fala a este mundo constantemente e de diversas maneiras. Uns escutam e outros não.

A uns é dado escutar e outros não querem ouvir. Quem recebe a graça de ouvir e praticar a Palavra de Deus não se sente privilegiado e sim responsável pelos outros. Faz-se presente na beira do caminho, na terra pedregosa, no meio dos espinhos para que ninguém se perca.

Mt. 13,1-23 – Jesus saiu de casa e foi se sentar à beira-mar. Muita gente se reuniu em torno d'Ele. Então Ele foi se sentar num barco e de lá começou a falar ao povo que ficou na praia. Contou a história do semeador que estava trabalhando, jogando sementes na terra. Uma parte caiu na beira do caminho. Outras sementes caíram em terreno com muita pedra ou cheio de espinhos, e o resto caiu em terra boa. Os passarinhos comeram as sementes que estavam na beira do caminho, o sol queimou as que brotaram no terreno pedregoso. Elas não tinham raiz.

Os espinhos sufocaram as plantas que cresceram, e as que caíram em terra boa deram frutos. Uma deu 100, outra, 60, e outra, 30 frutos. Não foi tudo igual, mas houve uma boa colheita. Assim acontece conosco. Você ouve a Palavra e não a compreende. O maligno vem e a tira do seu coração. Ou você recebe a Palavra com alegria, mas sua firmeza não é permanente. Você desiste diante da primeira dificuldade. Ou você vive sufocado pelas preocupações deste mundo e pela ilusão da riqueza. A Palavra se sufoca em você e não produz fruto. Mas, você também pode ouvir a Palavra, compreendê-la e pô-la em prática produzindo frutos.

Jesus não fala em parábolas para os discípulos porque aos discípulos foi concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus. Esta parábola contém uma crítica a quem não quer ouvi-lo. Em geral, as parábolas são logo entendidas por quem se sente atingido por elas. O evangelista São Mateus está criticando o povo do seu tempo, que não quis ouvir a Palavra de Jesus, e ao mesmo tempo está alertando as pessoas de todos os tempos para aquilo que as impede de aceitar Jesus e o seu Reino, como a não atenção à Palavra, o entusiasmo superficial, as ambições ilusórias. Quando Jesus diz que "o coração deste povo se tornou insensível", a afirmação vale para todos os povos. Mas, no meio de todos os povos, há quem vê e quem ouve!

Is. 55,10-11 – Não pensemos, porém, que a Palavra de Deus se perde. Ele produzirá seu fruto no devido tempo porque a Palavra que sai da boca de Deus não volta a Ele vazia. A Palavra paira em cima do mundo e de cada pessoa, até ser ouvida.

Sl. 64 (65) – Deus faz a sua parte para que haja frutos abundantes e muita colheita em nossa terra. Por onde Ele passa há fartura e cantos de alegria.

Rm. 8,18-23 – Semear a semente em terra boa, cuidar de seu desenvolvimento e colher os frutos com cuidado, tudo isso supõe esforço, suor, sofrimento. O suor custa mais do que a lágrima. Lamentar-se é mais fácil do que enfrentar uma situação e assumir as consequências da atitude tomada. Não há, porém, comparação entre os sofrimentos desta vida e a glória que deve ser revelada em nós.

cônego Celso Pedro da Silva

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Dar frutos significa acolher a palavra

Esta parábola do semeador que semeia a semente em terrenos diversos, inicia uma série de sete parábolas de Jesus. Mateus reuniu-as na forma de um discurso de Jesus, esclarecedor do mistério do Reino dos Céus. A parábola, pela simplicidade das imagens a que recorre, é uma forma literária eficiente para a compreensão das palavras de Jesus. São também sugestivas para moverem os ouvintes a se comprometer com o Reino que lhes é revelado através destas palavras. É a palavra do Pai que é comunicada e não volta sem produzir frutos. Na parábola de hoje relacionam-se o semeador, a semente, e os diferentes tipos de terrenos. Facilmente se compreende que os tipos de terrenos correspondem às diversas maneiras como a semente (a palavra de Jesus) é recebida. Depois da narrativa da parábola, Mateus apresenta o porque falar em parábolas.

Diante da simplicidade da parábola e de sua compreensão, a explicação do porque da parábola deixa certa perplexidade. Mateus ainda apresenta um rígido e discriminatório texto atribuído ao profeta Isaías. É apresentado como desígnio divino que uns acolham a palavra de Jesus e outros não. O recurso ao juízo divino excludente e condenatório é uma característica comum no Primeiro Testamento, e não corresponde à índole de Jesus. Tal compreensão reflete a tradição do evangelista e não o sentimento de Jesus. Em seguida, é feita a explicação em detalhes do significado da parábola. Os terrenos em que as sementes caíram podem indicar tanto as várias disposições com que cada um recebe a palavra, como os vários comportamentos assumidos pelos membros da comunidade.

Dar frutos significa acolher a palavra com interesse e carinho e colocá-la em prática, como as aranhas com os fios de suas teias, tecendo laços humanos de fraternidade, de amor e misericórdia, de partilha e solidariedade, construindo a Paz do Reino neste mundo, como antecipação das promessas de um mundo futuro.

José Raimundo Oliva

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Saiu o semeador a semear

O Verbo de Deus se fez homem. É o mistério da Encarnação, que uniu o céu com a terra e fez Deus ficar mais perto de nós. Em Cristo, Deus é um de nós. Representante legítimo do gênero humano. Porém, é preciso lembrar que Ele se fez homem dentro de um determinado povo, numa cultura determinada, falando uma determinada língua, e espelhando os costumes de sua gente. Como declara São Mateus no primeiro versículo do primeiro capítulo de seu Evangelho: "Lista genealógica de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão". Mas, evidentemente, Jesus é a expressão mais pura de tudo o que há de melhor no seu povo. Seu espírito é aberto para a contemplação da natureza. E, como seu grande antepassado Salomão - que ficou como protótipo da sabedoria antiga -usa nos seus discursos a elegante arte das parábolas. De Salomão se dizia que havia pronunciado três mil parábolas. De Jesus não se diz quantas; mas se afirma que era esse o seu modo habitual de falar: "Nada Ihes falava senão em parábolas" (Mc. 4,34).

Na missa dominical de hoje - décimo quinto domingo do Tempo Comum - ressoa em nossas igrejas uma das parábolas mais conhecidas: a do semeador que saiu a semear a sua semente. Jesus a pronunciou de dentro de um barco - símbolo da nau da Igreja, de dentro da qual a palavra vai ser anunciada ao longo dos séculos. Falou para a multidão reunida à beira do lago de Genesaré. É uma lição definitiva sobre como nos comportarmos diante da palavra de Deus.

Jesus fala do semeador como era no seu tempo. Não havia então as técnicas agrícolas de hoje, nem as máquinas para preparar o solo, nem os fertilizantes para melhorar - lhe a qualidade. Era uma agricultura mais primitiva e mais espontânea, marcada como que por uma suave poesia de contato mais direto com a natureza. O semeador ia atirando à terra a semente, e os grãos iam caindo desordenadamente nos vários tipos de terreno que iam encontrando. Como foi enumerando Jesus, com toda a vivacidade própria de sua palavra.

Uma primeira parte da semente - disse Ele - caiu ao longo do caminho que atravessava o terreno; e os pássaros, sempre presentes, não deram nem tempo de os grãos penetrarem na terra; comeram-nos avidamente. Outra parte de grãos caiu em terreno pedregoso. Como não havia muita terra para enfrentar, os grãos brotaram logo; porém, mal se levantou o sol, como não tinham raízes, logo murcharam e secaram. Outros grãos caíram entre os espinhos. Os grãos germinaram, mas os espinhos logo cresceram e os sufocaram. Finalmente outros grãos caíram em terra boa. E brotaram, e cresceram, e deram fruto: cem, sessenta, trinta por um (cf. Mt 13,1-8).

Tenho a impressão de estar vendo o povo atento às palavras do Mestre. Mas muita gente não ouviu direito, ou ouviu e não quis entender. Já o profeta Isaías - Jesus o lembrou expressamente, comentando com os discípulos - havia predito a atitude desses corações indispostos. E o Divino Mestre disse estas consoladoras palavras ao grupo privilegiado dos discípulos: "Felizes os vossos olhos que vêem e os vossos ouvidos que ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo e não o viram, e ouvir o que estais ouvindo e não o ouviram" (Ibid., 15s). E Ihes explicou ponto por ponto a parábola.

E foi esta a explicação: 0 caminho no qual caíram as sementes e vieram os passarinhos e as comeram, significa os que têm coração desatento e de má vontade. Ouvem a palavra, mas vem o demônio e a arrebata do seu coração. O terreno pedregoso representa os que ouvem a palavra apenas superficialmente. Podem até emocionar-se; mas diante da primeira tribulação logo abandonam o que tinham aprendido. O terreno com espinhos representa os corações cheios de cuidados mundanos e do fascínio das riquezas, que sufocam a palavra que ia germinando. Finalmente a terra boa na qual cai a semente significa os que ouvem a palavra de Deus e dão fruto: cem, sessenta, trinta por um (cf. ibid., 18-23).

É interessante notar que Marcos assinala estes frutos em ordem crescente: trinta, sessenta e cem por um. O que ilumina o final da parábola com uma luz de maior otimismo. Um convite à esperança. Como deve ser a atitude de todo aquele que ouve a palavra de Deus.

padre Lucas de Paula Almeida, CM

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A PARÁBOLA DO SEMEADOR

A liturgia do 15º domingo do tempo comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na vida dos crentes.

A primeira leitura garante-nos que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e produz sempre efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios.

O Evangelho propõe-nos, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e exorta-nos a ser uma "boa terra", disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas dêem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Garante-nos também que o "Reino" proposto por Jesus será uma realidade imparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus.

A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação) que, à primeira vista, não está relacionada com o tema deste domingo – a Palavra de Deus. Podemos, no entanto, dizer que a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver "segundo o Espírito" e para que ele possa construir o "novo céu e a nova terra" com que sonhamos.

1ª leitura – Is. 55,10-11 – AMBIENTE

O Deutero-Isaías, autor deste texto, é um profeta que exerce a sua missão entre os exilados da Babilônia, procurando consolar e manter acesa a esperança no meio de um povo amargurado, desiludido e decepcionado. Os capítulos que recolhem a sua mensagem (Is 40-55) chamam-se, por isso, "livro da Consolação".

Na primeira parte desse livro (cf. Is. 40-48), o profeta anuncia aos exilados a libertação do cativeiro e um "novo êxodo" do Povo de Deus rumo à Terra Prometida; na segunda parte (cf. Is 49-55), o profeta fala da reconstrução e da restauração de Jerusalém.

Estes três versículos que a primeira leitura de hoje nos propõem aparecem no final do "Livro da Consolação". Depois de convidar o Povo (que ainda está na Babilônia) a buscar e invocar o Senhor (cf. Is. 55,6-9), o profeta relembra a eficácia da Palavra de Deus que acabou de ser proclamada aos exilados (cf. Is. 55,10-11).

Estamos na fase final do Exílio (à volta de 550/540 a.C.). A comunidade exilada está farta de belas palavras e de promessas de libertação que tardam a concretizar-se… A impaciência, a dúvida, o cepticismo vão minando lentamente a resistência e a fé dos exilados… Será que as promessas de Deus se concretizarão? Deus não está a ser demasiado lento, em relação a algo que exige uma intervenção imediata? Deus ter-se-á esquecido da situação do seu Povo?

MENSAGEM

Não – diz o profeta – Deus não se esqueceu do seu Povo. A sua Palavra não deixará de se concretizar, pois Deus é eternamente fiel às suas promessas. A Palavra de Deus é eficaz, transformadora, geradora de vida. Ela nunca falha.

Para expressar a idéia da eficácia da Palavra de Deus, o profeta utiliza o exemplo da chuva e da neve: assim como a chuva e a neve que descem do céu fecundam a terra e multiplicam a vida nos campos, assim a Palavra de Jahwéh não deixará de se concretizar e de criar vida plena para o Povo de Deus.

A imagem é extremamente sugestiva. Devia lembrar aos judeus exilados na Babilônia as chuvas que caem no norte de Israel e as neves do monte Hermon. Essa água caída do céu alimenta o rio Jordão; e este, por sua vez, corre por toda a terra de Israel, deixando um rasto de vida e de fecundidade.

A Palavra de Deus é como essa água bendita caída do céu que, inevitavelmente, gera essa vida que alimenta o Povo de Deus.

ATUALIZAÇÃO

• Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimo-nos confiantes, otimistas, com o coração a transbordar de esperança; sentimos que o caminho que Deus nos indica é, efetivamente, um caminho de felicidade e de vida plena… "Que bom é estarmos aqui" – dizemos… Depois, voltamos à nossa vida do dia a dia e reencontramos a monotonia, os problemas, o desencanto; constatamos que os maus, os corruptos, os violentos, parecem triunfar sempre e nunca são castigados pelo seu egoísmo e prepotência, enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são continuamente vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas promessas de Deus? Não estaremos a ser enganados? A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde a estas dúvidas. Ela garante-nos: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre caminhos de vida plena, de vida verdadeira, de liberdade, de felicidade, de paz sem fim.

• A Palavra de Deus não poderá ser uma espécie de ópio do Povo, no sentido de que projeta em Deus as esperanças e os sonhos que nos competem a nós concretizar? Atenção: é preciso estarmos bem conscientes de que Deus não prescinde de nós para atuar na história humana… A sua Palavra dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. A Palavra de Deus não só não adormece a nossa vontade de agir, mas revela-nos os projetos de Deus para o mundo e para os homens e convida-nos ao compromisso com a transformação e a renovação do mundo.

• Vivemos na era do relógio. "Tempo é dinheiro" – dizemos. Passamos a vida numa correria louca, contando os minutos, sem tempo para as pessoas, sem tempo para Deus, sem tempo para nós. Tornamo-nos impacientes e exigentes; achamos que ser eficiente é ter feito ontem aquilo que é pedido para hoje… E achamos que Deus também deve seguir os nossos ritmos. Queremos que Ele aja imediatamente, que nos resolva logo os problemas, que atue de imediato, ao sabor dos nossos desejos e projetos. É preciso, no entanto, aprender a respeitar o ritmo de Deus, o tempo de Deus. Não nos basta saber que a Palavra de Deus é sempre eficaz (embora não tenha os nossos prazos) e que não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a vontade de Deus, sem ter realizado a sua missão?

2ª leitura – Rom 8,18-23 – AMBIENTE

Paulo continua a oferecer-nos a sua catequese sobre o caminho que é preciso seguir para se poder acolher a salvação que Deus oferece. A salvação é um dom de Deus, dom gratuito, que é fruto da bondade e do amor de Deus (cf. Rm. 3,1-5,11). Essa salvação chega-nos através de Jesus Cristo (cf. Rm. 5,12-8,39); e atua em nós pelo Espírito que Jesus derrama sobre aqueles que aderem ao seu projeto e entram na sua comunidade (cf. Rm. 8,1-39).

Nos versículos anteriores ao texto que hoje nos é proposto (cf. Rm. 8,1-17), Paulo mostrou aos crentes o exemplo de Cristo e convidou os cristãos a seguirem o mesmo percurso. De forma especial, disse-lhes que seguir o exemplo de Cristo implica deixar a vida "segundo a carne" (isto é, a vida do egoísmo, do orgulho, da auto-suficiência) e aderir à vida "segundo o Espírito" (isto é, a vida de escuta de Deus, de obediência aos projetos de Deus, de doação aos homens).

MENSAGEM

Na perspectiva de Paulo, o homem não é o único interessado na opção por uma vida "segundo o Espírito": toda a criação está dependente das escolhas que o homem faz. O que é que isto significa?

Como resultado do pecado do homem, a criação inteira ficou submetida ao império do egoísmo e da desordem (cf. Gn. 3,17) e está condenada à finitude e à caducidade. Se o homem aderir a Cristo e passar a viver "segundo o Espírito", superará o destino de maldição e de morte em que o pecado o tinha lançado; então, também o resto da criação será libertado e nascerá o novo céu e a nova terra. É o tema da solidariedade entre o homem, os outros animais e a natureza, tão enraizado na Bíblia (cf. Gn. 9,12-13; Col. 1,20; 2Pe. 3,13; Ap. 21,1-15).

Portanto, toda a criação aguarda ansiosamente que o homem escolha a vida "segundo o Espírito". Até lá, vai nascendo – no meio da dificuldade e da dor – esse Homem Novo, bem como esse Novo Céu e Nova Terra com que todos sonhamos. Porquê na dificuldade e na dor? Porque a vida "segundo o Espírito" supõe a renúncia ao egoísmo, aos interesses mesquinhos, ao comodismo, ao orgulho e a opção por um caminho de entrega e de dom da própria vida a Deus e aos outros. Paulo utiliza até o exemplo das dores do parto, para iluminar a mensagem que pretende transmitir… O nascimento de uma criança dá-se sempre através da dor; no entanto, essa dor é o caminho obrigatório para o nascimento de uma nova vida.

De resto, vale a pena viver "segundo o Espírito". Os "padecimentos", as renúncias, as dificuldades, não são nada, em comparação com a felicidade sem fim que espera os crentes no final do caminho.

ATUALIZAÇÃO

• Antes de mais, Paulo exorta os crentes a decidirem-se por uma vida "segundo o Espírito". Essa opção terá uma dimensão cósmica e afetará a relação do homem com os outros homens e com toda a criação. Uma vida conduzida de acordo com critérios de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de pecado, gera escravidão, injustiça, arbitrariedade, morte, sofrimento, que se refletem na vida de todos os outros seres criados e criam desequilíbrios que desfeiam este mundo que Deus quis "bom"… Ao contrário, uma vida conduzida de acordo com os critérios de Deus gera respeito, amor, solidariedade, que se refletem na vida dos outros seres criados e criam harmonia, equilíbrio, bem-estar, felicidade. Tenho consciência de que as minhas opções afetam os outros meus irmãos, bem como o mundo que me rodeia? Tenho consciência de que o mundo será melhor ou pior, de acordo com as opções que eu fizer?

• No nosso tempo manifesta-se, cada vez mais, uma preocupação séria com a forma como usamos o mundo que Deus nos ofereceu. O homem de hoje já descobriu que a criação não é para ser explorada, violentada, usada de acordo com critérios de egoísmo e de exploração. Aquilo que nos deve mover, no entanto, não é a simples preocupação com o esgotamento dos recursos, ou com a destruição das condições de habitabilidade do nosso planeta; mas o que nos deve mover é a idéia da fraternidade que deve unir o homem e as outras coisas criadas por Deus. Só quando se instalar essa consciência de fraternidade, podemos libertar toda a criação do egoísmo e da exploração em que o homem a encerrou e fazer aparecer o "novo céu e a nova terra".

• Muitas vezes sentimo-nos confusos com certas novidades que nos desconcertam e que parecem pôr em causa os velhos esquemas sobre os quais o mundo se tem edificado. Criticamos os mais jovens pela sua ousadia, pelos seus valores, pelas suas preocupações, pela sua visão do mundo… Não sabemos para onde vamos e parece que nada faz sentido… Sentimo-nos abalados e inseguros; lamentamo-nos porque tudo parece ir de mal a pior e não sabemos "onde isto vai parar". Não é possível que, em muitos casos, a nossa rigidez esconda o comodismo, a instalação, o aburguesamento de quem tem medo da novidade?

• Aconteça o que acontecer, somos convidados a olhar para o futuro do mundo e da humanidade com os óculos da esperança. Não caminhamos para o holocausto, para a destruição, para o nada, mas para o "novo céu e a nova terra", que já estão em gérmen presentes na nossa história e que, cada dia, se manifestam um pouco mais.

• Atenção: esse "novo céu e nova terra" não podem ser projetados para um futuro ideal, no céu… Eles estão já a construir-se na terra, na nossa história, sempre que os seguidores de Jesus aceitam o seu convite e se dispõem a viver "segundo o Espírito".

Evangelho – Mt. 13,1-23 - AMBIENTE

Hoje e nos próximos dois domingos, o Evangelho apresenta-nos parábolas de Jesus. A "parábola" é uma imagem ou comparação, através da qual se ilustra uma determinada mensagem ou ensinamento.

A linguagem parabólica não foi inventada por Jesus. É uma linguagem habitual na literatura dos povos do Médio Oriente: o gênio oriental gosta mais de falar e de instruir através de imagens, de comparações e de alegorias, do que através dos discursos lógicos, frios e racionais, típicos da civilização ocidental.

A linguagem parabólica tem várias vantagens em relação a um discurso mais lógico e impositivo. Em primeiro lugar, porque a imagem ou comparação que caracteriza a linguagem parabólica é muito mais rica em força de comunicação e em poder de evocação, do que a simples exposição teórica: é mais profunda, mais carregada de sentido, mais evocadora e, por isso, mexe mais com os ouvintes. Em segundo lugar, porque é uma excelente arma de controvérsia: a linguagem figurada permite levar o interlocutor a admitir certos pontos que, de outro modo, nunca mereceriam a sua concordância. Em terceiro lugar, porque é um verdadeiro método pedagógico, que ensina as pessoas a refletir, a medir os prós e os contras, a encontrar soluções para os dilemas que a vida põe: espicaça a curiosidade, incita à busca, convida a descobrir a verdade.

No capítulo 13 do seu Evangelho, Mateus apresenta-nos sete parábolas, através das quais Jesus revela aos discípulos a realidade do "Reino": são as "parábolas do Reino".

Dessas sete parábolas, três procedem da tradição sinóptica (o semeador, o grão de mostarda, o fermento); as outras quatro (o trigo e o joio, o tesouro escondido, a pérola preciosa, a rede) não se encontram nem em Marcos, nem em Lucas. Provavelmente, são originárias da antiga fonte dos "ditos" de Jesus, que Mateus usou abundantemente na composição do seu Evangelho.

A preocupação do evangelista Mateus é sempre a vida da sua comunidade. Nestas sete parábolas e na interpretação que as acompanha, percebe-se a preocupação de um pastor que procura exortar, animar, ensinar e fortalecer a fé desses crentes a quem o Evangelho se destina.

MENSAGEM

A parábola que hoje nos é proposta – a do semeador e da semente – é uma das mais conhecidas e emblemáticas das parábolas de Jesus. No entanto, o texto do Evangelho de hoje vai um pouco mais além da parábola em si… Apresenta três partes: a parábola (vs. 1-9), um conjunto de "ditos" sobre a função das parábolas (vs. 10-17) e a explicação da parábola (vs. 18-23).

Na primeira parte temos, pois, a parábola propriamente dita (vs. 1-9). O quadro apresentado supõe as técnicas agrícolas usadas na Palestina de então: primeiro, o agricultor lançava a semente à terra; depois, é que passava a arar o terreno. Assim compreende-se porque é que uma parte da semente pôde cair "à beira do caminho", outra em "sítios pedregosos onde não havia muita terra" e outra "entre os espinhos".

Evidentemente, as diferenças do terreno significam, nesta "comparação", as diferentes formas como é acolhida a semente. No entanto, nem sequer é isso que é mais significativo: o que aqui é verdadeiramente significativo é a quantidade espantosa de frutos que a semente lançada na "boa terra" produz… Tendo em conta que, na época, uma colheita de sete por um era considerada farta, os cem, sessenta e trinta por um deviam parecer aos ouvintes de Jesus algo de surpreendente, de exagerado, de milagroso…

Mateus coloca esta parábola num contexto em que a proposta de Jesus parece condenada ao malogro. As cidades do lago (Corozaim, Betsaida, Cafarnaum) tinham rejeitado a sua pregação (cf. Mt. 11,20-24); os fariseus atacavam-no por Ele não respeitar o sábado e queriam matá-l'O (cf. Mt 12,1-14); acusavam-n'O, além disso, de agir, não pelo poder de Deus, mas pelo poder de Belzebu, príncipe dos demônios (cf. Mt. 12,22-29); não acreditavam nas suas palavras e exigiam d'Ele "sinais" (cf. Mt. 12,38-45). O "Reino" anunciado sofria grande contestação e parecia, pois, encaminhar-se para um rotundo fracasso…

É muito possível que esta parábola tenha sido apresentada por Jesus neste contexto de "crise". Àqueles que manifestavam desânimo e desconfiança em relação ao êxito do projeto do "Reino", Jesus fala de um resultado final grandioso. Com esta parábola, Jesus diz aos discípulos desiludidos: "coragem! Não desanimeis, pois apesar do aparente fracasso, o 'Reino' é uma realidade imparável; e o resultado final será algo de surpreendente, de maravilhoso, de inimaginável".

Na segunda parte temos uma reflexão sobre a função das parábolas (vs. 10-17). O ponto de partida é uma questão posta pelos discípulos: porque é que Jesus fala em parábolas?

Mateus vê nas parábolas a ocasião para que apareçam, com nitidez, o acolhimento e a recusa da mensagem proposta por Jesus. Que quer isto dizer?

As parábolas apresentam a proposta do "Reino" numa linguagem sugestiva, rica, clara, concreta, questionante, interpeladora… Tornam tudo claro e evidente para os ouvintes; por isso, após escutar a mensagem apresentada nas parábolas, só não aceita a mensagem quem tiver o coração endurecido e não estiver mesmo interessado na proposta. As parábolas são, portanto, o fator decisivo: propõem clara e inequivocamente a realidade do "Reino". Quem acolher essa mensagem, receberá mais e "terá em abundância" (quer dizer, irá entrando, cada vez mais, na dinâmica do "Reino"); mas quem não a acolher (apesar da clareza e da acessibilidade da mensagem), está a rejeitar o "Reino" e a possibilidade de integrar a comunidade da salvação. Nos que rejeitam a proposta de Jesus, cumpre-se a profecia de Isaías: o profeta fala de um povo de coração endurecido, que quanto mais ouve a pregação profética, mais se irrita, agravando cada vez mais a sua culpa (cf. Is 6,9-10).

Os discípulos são aqueles que escutam a proposta do "Reino" e estão dispostos a acolhê-la. Eles compreendem, portanto, as parábolas e aceitam a realidade que elas propõem. Eles são "felizes", porque abriram o coração às propostas de Jesus, escutaram as suas palavras, viram e entenderam os seus gestos e sinais; são "felizes" porque (ao contrário daqueles que endureceram o coração e fecharam os ouvidos à proposta de Jesus) já integram o "Reino".

Na terceira parte, temos a explicação da parábola (vs. 18-23). Alguns indícios presentes no texto levam a pensar que esta explicação não fazia parte da parábola original, mas é uma adaptação posterior, que aplica a parábola à vida dos cristãos.

A explicação desloca, de forma evidente, o "centro de interesse". Nessa explicação, a parábola deixa de ser uma apresentação da forma grandiosa como o "Reino" se vai manifestar, para passar a ser uma reflexão sobre as diversas atitudes com que a comunidade acolhe a Palavra de Jesus (na verdade, é essa a grande preocupação das comunidades cristãs).

Na perspectiva dos catequistas que prepararam esta aplicação da parábola, o acolhimento do Evangelho não depende, nem da semente, nem de quem semeia; mas depende da qualidade da terra.

Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes… Há aqueles que têm um coração duro como o chão de terra batida dos caminhos: a Palavra de Jesus não poderá penetrar nessa terra e dar fruto. Há aqueles que têm um coração inconstante, capaz de se entusiasmar instantaneamente, mas também de desanimar perante as primeiras dificuldades: a Palavra de Jesus não pode aí criar raízes. Há aqueles que têm um coração materialista, que dá sempre prioridade à riqueza e aos bens deste mundo: a Palavra de Jesus é aí facilmente sufocada por esses outros interesses dominantes. Há também aqueles que têm um coração disponível e bom, aberto aos desafios de Deus: a Palavra de Jesus é aí acolhida e dá muito fruto. Os verdadeiros discípulos (a "boa terra") identificam-se com aqueles que escutam as parábolas, as entendem e acolhem a proposta do "Reino".

Temos aqui, portanto, uma exortação aos cristãos no sentido de acolherem a Palavra de Jesus, sem deixarem que as dificuldades, os acidentes da vida, os outros valores a afoguem e a tornem uma semente estéril, sem vida.

ATUALIZAÇÃO

• No seu "estado atual", a parábola do semeador e da semente é, sobretudo, um convite a refletir sobre a importância e o significado da Palavra de Jesus. É verdade que, nas nossas comunidades cristãs, a Palavra de Jesus é a referência fundamental, à volta do qual se constrói a vida da comunidade e dos crentes? Temos consciência de que é a Palavra anunciada, proclamada, meditada, partilhada, celebrada, que cria a comunidade e que a alimenta no dia a dia?

• A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida, faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do "Reino". É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de auto-suficiência, à margem de Deus e das suas propostas. Este caminho de orgulho e de auto-suficiência alguma vez foi "o meu caminho"?

• A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota nessa pequena camada de terra que aí há, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o "Reino", mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem e entram num jogo de cedências e de meias tintas quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho. A Palavra de Deus é, para mim, uma realidade que eu levo a sério, ou algo que eu deixo cair quando me dá jeito?

• A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles, faz-nos pensar em corações materialistas, comodistas, instalados, para quem a proposta do "Reino" não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus (muitas vezes são "muito religiosos" e têm "a sua fé") fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam. As propostas de Jesus são a referência fundamental à volta da qual a minha vida se constrói, ou deixo que outros interesses e valores sufoquem os valores do Evangelho?

• A semente que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do "Reino". É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de hoje me faz.

• A parábola, na sua forma original (vs. 1-9) refere-se à inevitável erupção do "Reino", à sua força e aos resultados maravilhosos que o "Reino" alcançará… Com frequência, olhamos o mundo que nos rodeia e ficamos desanimados com o materialismo, a futilidade, os falsos valores que marcam a vida de muitos homens e mulheres do nosso tempo. Perguntamo-nos se vale a pena anunciar a proposta libertadora de Jesus num mundo que vive obcecado com as riquezas, com os prazeres, com os valores materiais… O Evangelho de hoje responde: "coragem! Não desanimeis pois, apesar do aparente fracasso, o 'Reino' é uma realidade imparável; e o resultado final será algo de surpreendente, de maravilhoso, de inimaginável".

P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho - www.ecclesia.pt

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"Saiu o semeador a semear" Mt. 13,3

A sementeira e a espera

Quando abandonamos a rapidez das auto-estradas e passeamos um pouco pelos campos cultivados, por exemplo, da belíssima região do Oeste de Lisboa, compreendemos melhor o que significa semear e cultivar. Acima de tudo é sinal de muito trabalho e de muita espera, de muita canseira e de muita confiança. Semear é um ato de esperança radical: escolher a semente e preparar o campo é trabalho nosso, mas o tempo favorável e a qualidade da semente não dependem de nós. São surpresa e segredo que se colocam nas mãos de Deus. Mas há horas bem dolorosas: por entre intempéries e adversidades, quantas vezes uma belíssima produção não chega aos mercados pelas conjunturas econômicas ou pela força de uma notícia mal fundamentada?

Semear é um ato de generosidade. Desprender-se das sementes para que elas cumpram a sua vocação de multiplicar vida comporta uma certa dor. Mas é uma dor que traz felicidade; abre-nos e projeta-nos mais além. O semeador do evangelho não se preocupa muito com o terreno em que é lançada a semente. Era hábito revolver a terra só depois da sementeira. Mas ressalta nele esta imensa alegria em semear por todo o lado, pouco preocupado com a eficácia da sementeira e mais confiado na força da semente. É a mesma força que tem a palavra de Deus anunciada por Jesus e semeada na terra das nossas vidas. Ainda que demore a dar fruto, Deus é o semeador paciente que não se cansa de esperar!

Chocou-me a notícia de que a "nova" princesa do Mônaco, para casar com o príncipe Alberto, teve de "converter-se" do protestantismo ao catolicismo, para além do "contrato matrimonial "que a obriga a manter o casamento pelo menos durante cinco anos e ainda a dar um herdeiro varão ao marido". "Coisa de príncipes" mas tão parecido com alguns casos de quem é batizado "à pressa" para casar na igreja! A pressa e a obrigação são contrárias à espera e ao amadurecimento, privilegiam o parecer e desvalorizam o ser. Mas não é isso também revelador deste tempo em que se deseja colher sem semear, mostrar resultados sem fundamentar escolhas, viver o imediato sem construir futuro?

Há um diálogo silencioso entre o agricultor, a semente e a terra. Feito de cumplicidade e aliança. Como deve ser o nosso diálogo com Deus e com a vida. Se Ele nos confia sementes e a terra dos nossos dias é porque nos ama. É no seu amor paciente e constante que alimentamos a generosidade de nos darmos a nós mesmos e dar Jesus como feliz Boa Nova. Sem nos entristecermos pelos frutos que ainda não vieram. Alguns já nasceram onde menos esperamos. Outros virão a seu tempo. O que nos é pedido é a alegria de semear!

padre Vítor Gonçalves - Voz da verdade

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O SEMEADOR

Na proclamação da Palavra deste domingo, iniciamos a escuta do capítulo 13 do Evangelho de Mateus, que nos traz o encantador discurso das parábolas sobre o Reino dos céus. Neste e nos próximos dois domingos, escutaremos essas sete sugestivas parábolas. Atenção, caríssimos, porque este capítulo 13 é o centro do Evangelho segundo Mateus! Para que possamos compreender bem o que nosso Senhor nos quer dizer, recordemo-nos que o Reino dos céus é o núcleo, o tema, o objetivo da pregação de Jesus: ele veio para instaurar o Reino entre nós e nos fazer participar dele em plenitude após nosso caminho neste mundo. Quando Mateus diz "Reino dos céus" é o mesmo que dizer "Reino de Deus", pois o céu é Deus e fora de Deus não pode haver céu! O anúncio do Reino dos céus é, portanto, o anúncio do reinado do Deus de Jesus, aquele mesmo Deus a quem ele chamava de Pai, Pai que é todo amor, todo ternura, todo compaixão e misericórdia! Por isso, o reinado de Deus é nossa vida e nossa felicidade!

Pois bem, caríssimos, com sete parábolas (sete significa perfeição, completude) o Senhor Jesus nos fala dos mistérios do Reino dos céus. São parábolas para serem ouvidas com essas perguntas no coração: Que é o Reino? Por que não aparece claramente neste mundo? Por que parece tão frágil? Onde ele está? Como se pode descobri-lo? Escutemos, porque o Senhor nos vai falar. Coloquemo-nos ao lado dos seus ouvintes, na tão doce cena do Evangelho de hoje: "Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas..." Sentemo-nos nós também com essa multidão e escutemos as parábolas desses três domingos!

Ó Mestre, porque falas em parábolas? – perguntaram a Jesus. As parábolas, caríssimos, têm, primeiramente, um sentido didático: Jesus falava do Reino com imagens e cenas da vida do povo... Era fácil compreender, era acessível aos simples... Mas também, exatamente por serem simples e cheias de figuras, as parábolas somente poderiam ser compreendidas por quem tivesse um coração simples e cheio de boa vontade. Os soberbos, os de má vontade, os auto-suficientes jamais poderiam compreender, penetrar com o coração o mistério tão doce e suave que Jesus revela em suas parábolas. Por isso ele nos diz: "A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Ao que tem será dado mais e terá em abundância; mas ao que não tem, será tirado até o pouco que tem... Porque eles, olhando, não vêem, ouvindo, eles não escutam nem compreendem... Deste modo, cumpre-se a palavra do profeta: 'Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração..." Também nós, sem um coração pobre, humilde e confiante, jamais compreenderemos a verdade do mistério que Jesus nos apresentará nessas sete estupendas parábolas...

Comecemos, pois, a escutá-lo nesta primeira das sete: a Parábola do Semeador. A semente é a Palavra de Deus, que é sempre fecunda "como a chuva e a neve que descem do céu e para lá não voltam, mas vêm irrigar e fecundar a terra"... A Palavra que Jesus, o Semeador, joga no terreno do nosso coração, nunca ficará sem efeito; é uma Palavra eficaz! O padre Antônio Vieira, comentando esse Evangelho afirmava que a Palavra pode não dar fruto, mas dará sempre efeito: efeito de salvação ou efeito de condenação! É verdade: ninguém ficará neutro diante da Palavra do Senhor que escutou: ou a acolhe, dá fruto nela e acolhe a salvação, ou a rejeita, para ela se fecha e por causa dela se perde!

Se o semeador é Jesus e a semente é a Palavra, os diversos tipos de terrenos são os diversos tipos de coração. Sim, o terreno somos nós, caríssimos! E aqui está a nossa responsabilidade: tornar o nosso coração uma terra boa! Que não seja terra ruim, que não seja terra estéril. Não aconteça que sejamos daqueles que ouvindo, não escutam e vendo, não vêem! Por isso mesmo, essa Palavra deste hoje nos deve inquietar... Que tipo de terreno tenho sido? Que tipo de terreno tenho preparado no meu coração? Que fruto a Palavra está dando na minha vida? Recordemos, caríssimos em Cristo: se a Palavra não tiver fruto, ainda assim terá efeito!

Mas, há outro recado, outro ensinamento do Senhor nesta estória. Notem que a Palavra que anuncia o Reino é tão precária, a maior parte da semente parece ter um destino inglório, sem fruto! A Palavra onipotente aparece nesta parábola escandalosamente impotente – como na cruz! Mas, ao fim, ela triunfará, dará fruto: Ä semente que caiu na terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto: um dá cem, outro sessenta e outro, trinta". Não nos iludamos: ao final, o Reino triunfará, ainda que pareça inútil, ainda que muito da semente semeada pareça destinada ao fracasso e à esterilidade... A semente dará fruto... Que frutifique, pois, em nós!

Para isso, cuidemos do aqui e do agora de nossa existência, porque são nas coisas pequenas que o Reino aparece, que o Reino se faz, que a semente germina: no irmão que acolhi, na dor que suportei, na presença de Deus que descobri mesmo no meio das trevas da vida... Só quem ouve, só quem compreende pode acolher esse Reino e dar fruto de vida.

A humanidade inteira e a criação toda esperam o testemunho dos cristãos, esperam o nosso fruto no aqui e agora da existência, que antecipa e prepara a manifestação final da glória, que é a plena manifestação do Reino dos céus. A criação geme, a humanidade geme, tateando nas trevas em busca da luz, faminta em busca do alimento, mortal em busca da vida. Quem pode apontar a luz, quem pode trazer o pão, quem pode testemunhar a vida? Os cristãos, nós, se deixarmos que a semente da Palavra faça o Reino germinar em nós para que o Reino seja presença no mundo. Eis, portanto, que mistério tão grande: o Reino passa por nós, pela nossa pequena vida! Os cristãos, a Igreja, são como a respiração do mundo; sem nós, o mundo morreria asfixiado...

A parábola de hoje nos convida a preparar nossa existência para que o Reino possa brotar; convida-nos também ao espírito de fé para ouvir, para ver, para compreender mesmo nas coisas pequenas da vida; convida-nos à paciência e à fidelidade no dia a dia; convida-nos à consciência de que é Deus quem age, fazendo a semente crescer, desde que não impeçamos o dinamismo da semente. Eis! O Reino está em nós, está no meio de nós! Abramo-nos a ele...

dom Henrique Soares da Costa

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Semeadores semeados

Por mais que o Evangelho seja anunciado, e hoje nas mais variadas formas, podemos constatar que muitas pessoas não o escutam, nem o acolhem, inclusive, acreditam que a mensagem de Jesus seja algo ultrapassado. Talvez este fato possa até suscitar em alguns de nós o seguinte questionamento: se o Evangelho significa boa notícia e se todo o mundo gosta de uma boa notícia, por que ela não está tocando o coração das pessoas?

Em primeiro lugar, devemos admitir que este problema não é de hoje; já no tempo de Jesus e mesmo bem antes, oito séculos antes, como o próprio Jesus cita o profeta Isaías, já havia essa dureza, esse fechamento em não acolher a Palavra de Deus. No tempo de Jesus, isto tocava mais aos doutores da Lei, que o criticavam e o rejeitavam. Mas, enfim, o que pensar de tudo isso, desse relativismo e secularismo que envolve cada vez mais um grande número de pessoas que não dá crédito algum à Palavra de Jesus e quer fazer pensar que a religião está com os dias contados?

No evangelho de hoje, com a parábola do semeador que lança sementes nos mais diferentes terrenos, dando frutos em quantidades diferentes, Jesus quer opor-se a esta opinião e nos mostrar que tal conclusão está errada. Na parábola do semeador, cada um é capaz de entender de imediato que o sucesso ou não do plantio depende de maneira decisiva da qualidade do terreno em que a semente caiu. Quem tem ouvidos, ouça! Jesus convida os seus ouvintes a refletirem que não podem atribuir o sucesso limitado de sua missão a uma insuficiência da sua mensagem (semente), mas devem bater no peito e descobrir que a causa do possível fracasso está na sua carente disposição a acolher a Palavra.

A mensagem de Jesus é boa. Quando esta é bem acolhida, muda a vida de quem a ouviu de modo que se percebe a força e a bênção que essa provoca. Isto se entende melhor ainda quando vemos que o semeador joga as sementes em qualquer lugar, tanto sobre terrenos bons quanto lugares não apropriados para plantar. Ele simplesmente não faz distinção. Talvez com a esperança de que brote algo dali, como às vezes vemos uma bela planta brotar num terreno pedregoso e que persiste ali. Assim, lida do ponto de vista do semeador, a parábola aparece dirigida aos anunciadores do Evangelho. Não temos o direito de escolher onde lançar a semente e onde não. Nós anunciadores da Palavra de Deus, devemos plantar a semente sem fazer distinção de pessoas e esperar pelo tempo de Deus; porque ninguém pode prever o que acontecerá.

A figura do semeador aparece no início do Evangelho e somente no final: o verdadeiro protagonista da parábola é, na realidade, a semente que aparece do início até o fim. A situação suposta da parábola é aquela na qual pareça (veja a insistência sobre isto) que tudo vai se perder, que o mau êxito da Palavra seja total. Pelo contrário, afirma Jesus com a sua palavra, não é assim. É verdade que há os maus resultados, especialmente devido a não abertura à escuta da Palavra de Deus. Mas é certo também que o êxito existe e de acordo com o acolhimento que se dá a Palavra (trinta, sessenta ou cem). Portanto, uma lição de confiança.

Já na explicação dada por Jesus aos discípulos a atenção se concentra não mais sobre a semente, mas sobre os diferentes terrenos. O discurso não parece mais dirigido aos anunciadores do Evangelho, mas aqueles que o escutam e o acolhem. E a explicação se detém não tanto sobre o primeiro ou o quarto tipo de terreno. No primeiro porque a semente desaparece por completo e no outro porque o sucesso é garantido. A ênfase está no segundo e no terceiro tipo de terreno. E o motivo é claro. É exatamente nestes dois tipos de terrenos que são evidenciadas as razões históricas e concretas pelas quais muitos na comunidade desanimavam diante das exigências da Palavra de Deus. São as mesmas dificuldades de hoje: o medo diante do sofrimento ou da perseguição por causa da Palavra e, sobretudo o fascínio pelas riquezas e as preocupações do mundo.

"A pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem". Este provérbio da vida comercial no qual quem já tem algo merece crédito para receber mais e quem não tem a tendência é falir mostra que os que se abrem ao Reino, produzirão frutos sempre mais e em abundância, já os que se fecham perderão até aquilo que têm.

Mas enfim, como explicar que a Palavra de Deus seja realmente rejeitada por muitos? A resposta é verdadeiramente surpreendente: justamente por ser de Deus, deixa ao homem a liberdade de abrir-se ou de fechar-se. A Palavra de Deus tem uma sua fraqueza, que em realidade é a sua grandeza: o respeito pela liberdade do homem. Abramos o nosso coração à Palavra do Senhor.

padre Carlos Henrique de Jesus Nascimento

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Domingo -  10/07/2011                        Gilberto Silva

Mt 13, 1-23

"Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem"

 Caríssimos irmãos e irmãs,

 O fato de Jesus entrar no barco e assentar-se, deixando às margens seus apóstolos e seguidores, não significa necessariamente o seu afastamento dêls e sim para que estes possam vê-Lo e ouvi-Lo melhor. Para tanto, Jesus usa as parábolas para que seja mais fácil para todos este entendimento como também para que a alguns ao mesmo tempo, estas se tornem difíceis e um tanto obscuras (principalmente aos fariseus e doutores),pois estes tinham o coração e a cabeça dura.

A semente é a "Dei Verbum" – A palavra de Deus.

O semeador é seu Filho Amado. Nós também somos semeadores de Cristo todas as vezes que nos tornamos mensageiros e evangelizadores, distribuindo assim esta semente de vida nova.

Entretanto, existem 4 tipos de solos e cada um representa o coração humano. Embora tenhamos sempre o cuidado de plantá-la em solo fértil, às vezes o inimigo mascara este solo, a fim de torná-lo seu e poder usurpar a semente que estava separada especialmente para você.

O solo (coração) do homem pode ser fértil, como pedregoso, arenoso, pantanoso e espinhoso, é onde a semente (a palavra) é colocada podendo germinar, florescer e gerar frutos de 100, 60 e até 30 vezes. Se fizermos uma média, esta  dará 60x, o que é excepcional, haja visto que se dividirmos este total (190) por 4 será igual a  47,5 Portanto mesmo que se perca algumas das sementes, estas que ficaram já frutificarão um grande números de irmãos e irmãs no Reino dos Céus.

Esta parábola,  vem nos advertir sobre o inimigo, que fica a nos rodear esperando uma brecha da sua parte, para arrancar a Palavra de Deus e plantar o joio no seu coração e na sua vida, alterando assim o destino de todo cristão, que é o merecido repouso no Reino dos Céus.

A beira do caminho significa a nossa insensibilidade no acolhimento da Dei Verbum.

O solo pedregoso significa o entusiasmo passageiro, fácil de se queimar no sofrimento e da perseguição contra a  Palavra.

O solo espinhoso é o nosso coração disposto, comprometido, mas cheio das preocupações mundanas.

As preocupações deste mundo, a busca indiscriminada de estabilidade financeira e patrimonial, as festas e embalos, as intrigas e fofocas, são os espinhos que afogam a Palavra, não permitindo que germine. São coisas mundanas que depravam e deturpam, mas principalmente, nos afastam de Deus.

A salvação e a felicidade no céu é a garantia maior da promessa de Jesus para nós cristãos, e Ele irá nos ajudar a superar todas as desigualdades impostas pelo pecado, pois nós cristão somos com certeza, o solo mais fértil e fecundo da Sua palavra.

Estamos realmente produzindo os frutos que imaginamos? Qual o empecilho em nossos corações para realizarmos o que a parábola nos pede?

Portanto, rezemos a Deus: O que os nossos olhos ainda não vêem, os nossos ouvidos ainda não ouviram e os nossos corações ainda não se aperceberam, enchei-nos ò Pai celeste, do vosso Santo Espírito, para que possamos receber as maravilhas e bênçãos preparada para nós por seu Filho amado, antes da fundação do mundo.

 

Gilberto Silva

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O essencial é invisível aos olhos

 

Já vimos na parábola do semeador que a boa semente só pode produzir bom fruto se cair em terra boa, ou seja, que a eficácia da mensagem da Palavra de Deus depende fundamentalmente daqueles que a acolhem e a praticam; com a parábola da semente de mostarda e a do fermento vimos que se ao início quando a Palavra é semeada em nós dê pouco fruto, isto não é o caso de desanimarmo-nos, pois sendo ela de Deus depois de todo o processo de desenvolvimento, terá uma grande eficácia; também vimos com a parábola do joio e do trigo, reforçada por uma das parábolas que veremos hoje, a rede de pesca, mostram que a convivência entre bons e maus permanece nesta vida, e principalmente o duelo entre bem e mal que existe dentro de nós permanece, mas não é definitivo e, sobretudo que com a sua paciência, Deus vai tolerando o nosso pecado, sempre dando uma nova chance até compreendermos que ele é a razão última da nossa vida. E o Evangelho deste domingo explica tudo isso quando fala do valor do Reino, da alegria infinita proveniente da descoberta deste valor e do esforço para se abrir e aceitar este reino, o que é ilustrado pelas parábolas do tesouro e da pérola.
Com toda certeza, todos nós de vez em quando passamos pela experiência de terminar o dia com a mente totalmente cansada e o coração angustiado. Passamos o dia correndo de lá pra cá para dar conta de tantas ocupações. Trabalhamos, nos cansamos, ajudamos os outros, fazemos muitas coisas, mas no final de tudo sentimos que nos falta algo, percebemos um vazio, ao qual não sabemos dar um nome. É justamente para essa sensação de vazio, de falta de plenitude, que Jesus nos conta a parábola do tesouro e da pérola. "O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo" e "o reino dos céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola".
Na primeira parábola, que nos soa tão familiar, já que parece que estamos ouvindo mais uma história de botija. Na verdade, no tempo de Jesus e até um tempo atrás, era uma coisa muito comum enterrar jóias e coisas de valor dentro de casa ou no campo por não existirem ainda os bancos e o perigo constante de assaltos em tempo de guerras, ou nosso caso aqui no nordeste, basta lembrar os cangaceiros. Quanto à descoberta da botija, temos que admitir há muita lenda popular.
Enfim, o homem da parábola fica repleto de alegria quando acha o tesouro; diferentemente de nós, normalmente cheios de tantas ocupações e preocupações. Mas não devemos esquecer que aquele homem antes era assim também. Tinha a mente confusa e o coração atormentado, exatamente como pode estar acontecendo conosco hoje. Num belo dia, o homem encontrou o tesouro, e a sua vida mudou completamente. Tinha descoberto algo tão grande e maravilhoso, tão único e essencial, tão significativo pra ele a ponto de sacrificar todos os outros bens e sonhos para comprar aquele campo onde estava o tesouro. Na realidade, a partir daquele momento, todas as outras coisas tinham perdido o seu valor. Com o comprador que encontra uma pérola de grande valor acontece o mesmo.
Não serão as nossas tantas ocupações que nos tornarão felizes; nem o encontro com os outros nos realizará plenamente; como nem mesmo a nossa família corresponderá em tudo as nossas expectativas. Somente se descobrirmos (já que o tesouro está escondido) também algo de grande (Deus), somente então nos será doada a plenitude da alegria. Daí o esforço que temos que fazer para descobri-lo, ele não está à mostra como as outras riquezas, nem é atraente, muitas vezes nós o desconsideramos. Mas não nos devemos enganar, só este tesouro é que dá pleno significado a nossa vida.

 

No lago da Galiléia, há varias espécies de peixes que nadam sem distinção até serem pescados. Aqui na terra parece que dá no mesmo se nos interessamos por Deus ou não, mas nem sempre será assim. Haverá sim um juízo final. Mas ele tem paciência para esperar nossa conversão. Que tenhamos a mesma disposição do jovem rei Salomão, que não pediu a Deus saúde, nem riqueza nem poder, mas pediu um coração compreensivo (I leitura). Também nós peçamos um coração sábio para que deixemos de nos lamentar por aquilo que nos falta e nos dedicarmos ao que de fato é importante para nossa vida, a comunhão com Deus.

 

Pe. Carlos

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SEMEADORES SEMEADOS

Por mais que o Evangelho seja anunciado, podemos constatar que muitas pessoas não o acolhem; inclusive, acreditam que a mensagem de Jesus seja algo ultrapassado. Talvez este fato possa até suscitar em alguns cristãos a pergunta: se o Evangelho significa boa notícia e se todo o mundo gosta de uma boa notícia, por que ela não está chegando ao coração das pessoas? Em primeiro lugar, devemos admitir que este problema não é de hoje; já no tempo de Jesus e mesmo bem antes, oito séculos antes, como cita o próprio Jesus o profeta Isaías, já havia essa dureza, esse fechamento para não acolher a Palavra de Deus. No tempo de Jesus, isto tocava mais aos doutores da lei, que o criticavam e o rejeitavam. Mas, enfim, o que pensar de tudo isso, do número de pessoas que não dão crédito algum à Palavra de Jesus e querem fazer pensar que o cristianismo está se acabando?
No evangelho de hoje, com a parábola do semeador que lança sementes nos mais diferentes terrenos, dando frutos de modos diferentes, Jesus quer opor-se a esta opinião e nos mostrar que tal conclusão está errada. Na parábola do semeador, cada um é capaz de entender de imediato que o sucesso ou não do plantio depende de maneira decisiva da qualidade do terreno em que a semente caiu. Quem tem ouvidos, ouça! Jesus convida os seus ouvintes a refletirem que não podem atribuir o sucesso limitado de sua missão a uma insuficiência da sua mensagem (semente), mas devem bater no peito e descobrir que a causa do possível fracasso está na sua carente disposição a acolher a Palavra. A mensagem de Jesus é boa. Quando esta é bem acolhida, muda a vida de quem a ouviu de modo que se percebe a força e a bênção que essa provoca.
Isto se entende melhor ainda quando vemos que o semeador joga as sementes em qualquer lugar, tanto sobre terrenos bons quanto lugares não apropriados para plantar. Ele simplesmente não faz distinção. Talvez com a esperança de que brote algo dali, como às vezes vemos uma bela planta brotar num terreno pedregoso e que persiste ali. Assim, lida do ponto de vista do semeador, a parábola aparece dirigida aos anunciadores do Evangelho. Não temos o direito de escolher onde lançar a semente e onde não. Nós anunciadores da Palavra de Deus, devemos plantar a semente sem distinção de pessoas e esperar pelo tempo de Deus, ninguém pode prever o que acontecerá.
A figura do semeador aparece no início do Evangelho e somente no final: o verdadeiro protagonista da parábola é, na realidade, a semente que aparece do início até o fim. A situação suposta da parábola é aquela na qual pareça (veja a insistência sobre isto) que tudo vai se perder, que o mau êxito da Palavra seja total. Pelo contrário, afirma Jesus com a sua palavra, não é assim. É verdade que há os maus resultados, especialmente devido a não abertura à escuta da Palavra de Deus. Mas é certo também que o êxito existe e de acordo com o acolhimento que damos à Palavra (trinta, sessenta ou cem). Portanto, uma lição de confiança.
Já na explicação dada por Jesus aos discípulos a atenção se concentra não mais sobre a semente, mas sobre os diferentes terrenos. O discurso não parece mais dirigido aos anunciadores do Evangelho, mas aqueles que o escutam e o acolhem. E a explicação se detém não tanto sobre o primeiro ou o quarto tipo de terreno. No primeiro porque a semente desaparece por completo e no outro porque o sucesso é garantido. A ênfase está no segundo e no terceiro tipo de terreno. E o motivo é claro. É exatamente nestes dois terrenos que são evidenciados as razões históricas e concretas pelas quais muitos na comunidade desanimavam diante das exigências da Palavra de Deus. São as mesmas dificuldades de hoje: o medo diante do sofrimento ou da perseguição por causa da Palavra e, sobretudo o fascínio pelas riquezas e as preocupações do mundo.
"A pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem". Este provérbio da vida comercial no qual quem já tem algo merece crédito para receber mais e quem não tem a tendência é falir mostra que os que se abrem ao Reino, produzirão frutos sempre mais e em abundância, já os que se fecham perderão até aquilo que têm.
Mas enfim, como explicar que a Palavra de Deus seja realmente rejeitada por muitos? A resposta é verdadeiramente surpreendente: justamente por ser de Deus, deixa ao homem a liberdade de abrir-se ou de fechar-se. A Palavra de Deus tem uma sua fraqueza, que em realidade é a sua grandeza: o respeito pela liberdade do homem. Abramos o nosso coração à Palavra do Senhor.

Pe. Carlos

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O semeador

"E o que recebeu a semente em boa terra é aquele que ouve a palavra e a entende".

No evangelho de hoje, Jesus explica a seus discípulos a parábola do semeador. Jesus orienta seus discípulos, quanto àqueles que ouvem, acolhem e praticam a palavra do Senhor. Esses se comprometem a promover e anunciar o Reino de Deus. Fala principalmente daqueles que ouvem, mas permanecem com seus corações fechados. Faz uma comparação do coração dos homens a diferentes tipos de terrenos. Quantas vezes quando ouvimos a palavra, temos a certeza de que foi direcionada a nós? Após uma homília,alguma vez você deve ter dito: o que o Padre falou foi para mim, eu já tenho a resposta que precisava. E isso nos faz feliz, nos dá a certeza de que Deus cuida de mim, cuida de nós. É a Palavra agindo em nosso coração.

Desde terça-feira, quando refletimos a parábola do semeador, em algum momento, me perguntei e consegui definir que tipo de terreno eu sou? Será que sou um pouco de cada terreno? O melhor seria mesmo definir, não ter dúvidas. Se existe a necessidade de transformação, que tal buscar e deixar se transformar pela Palavra de salvação?

Vejamos então, o que Jesus nos diz sobre os tipos de terrenos: ouvir a Palavra, não compreendê-la, ser indiferente... Nesse coração a Palavra não penetrou, "vem o maligno e rouba o que foi semeado", como a semente que foi semeada "a beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram". O que dizer daquele coração cheio de entusiasmo, animação, recebe a palavra com muita alegria, muita disposição, mas quando surge a primeira dificuldade, as perseguições e sofrimentos por causa da Palavra? Desanima e desiste de tudo, como o terreno pedregoso, não permitiu que Palavra criasse raiz. E quando o nosso coração está iludido, enganado, seduzido pelo dinheiro, vaidade e facilidades que o mundo oferece? Os espinhos materialistas e egoístas sufocaram a Palavra, a semente nada produziu. E existe também aquele coração que vive sua fé, que procura entender, aprender a Palavra. Cultiva o bem, a verdade, a caridade. Esse coração uniu a fé à prática da Palavra, vive o evangelho. Como a terra boa, onde a semente produz fruto, e sem obstáculos acolhe a Palavra se compromete com o Reino, com a comunidade, com o próximo.

Um abraço amigo a todos.

Elian

Oração
Pai, dá-me ouvidos dóceis que me coloquem em comunhão com Jesus, de modo que eu possa deixar-me instruir e me transformar por ele. Que o teu Espírito Santo me revista de fortaleza, e me predisponha a enfrentar todos os contratempos da vida para produzir os frutos que esperas de mim.

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O semeador.

A semente caiu em vários tipos de solos que representa os vários tipos de pessoas que ouvem a palavra de Deus. Cada pessoa tem uma reação pessoal diante da palavra, isto porque cada indivíduo é indiviso, isto é, não existe ninguém exatamente igual no mundo. Uma prova disso são as impressões digitais. Todas são diferentes. Porque cada indivíduo é uno, é único no mundo. Nem os irmãos gêmeos idênticos são iguais. A prova natural da diferença entre eles, é que a mãe sabe quem é um e quem é o outro. Pode ocorrer num momento de distração ou de cansaço, da mãe trocar a fralda de um duas vezes pensando que está trocando a fralda do outro. Mais ele sabe distinguir um do outro, porque mãe, é mãe! E por os dois são iguais, porém diferentes.

Isso mesmo. Somos todos iguais, porém diferentes. Temos direitos iguais, reações mais ou menos parecidas diante das mesmas situações, a maioria das pessoas aceitam Deus, um grupo de indivíduos torcem pelo mesmo time, outro grupo torce para outro time, assim por diante. Só somos semelhantes. Apesar de termos direitos iguais, do nosso tecido muscular, ossos, sangue serem praticamente iguais, na verdade nós somos pessoas individuais.

Cada povo tem a sua maneira de pensar, cada povo tem a sua cultura. É por isso que existem várias religiões no Planeta Terra, e é nosso dever respeitar cada uma delas sem nos julgar melhores, mais santos ou mesmo salvos, e achar que os seguidores das outras religiões vão queimar no inferno. Jesus é quem vai nos julgar. Por isso precisamos resistir a tentação de pensar que somente nós estamos certos.

Jesus comparou os vários tipos de solos com os vários tipos psicológicos das pessoas, ou seja, os vários tipos de pessoas, tendo em vista as diferenças individuais. Jesus classificou as pessoas em vários grupos com relação a doze de fé de cada grupo: Corações duros, superficiais, inconstantes, apegados a riqueza e aqueles de muita fé que produzem muitos frutos.

O que Jesus quer nos explicar, é que mesmo dentre aqueles que acreditam em Deus, as reações diante da palavra de Jesus, surte efeitos diferentes. Ou seja, a qualidade da fé naqueles que acreditam, não é a mesma em todas as pessoas.

Podemos classificar em subgrupos todos os componentes de uma comunidade. Assim teremos. O melhor grupo. Aqueles que, como a terra boa, ou o solo bom, seguem a palavra da melhor maneira possível, produzindo muitos frutos na evangelização e no exemplo. Abaixo desse grupo, temos os outros, onde vamos notar em cada um, que a qualidade da espiritualidade, vai diminuindo até chegar no último grupo.

Na hora em que estamos evangelizando, catequizando, fazendo um sermão, precisamos ter em mente essa realidade. Precisamos lembrar que nem todos que estão nos ouvindo, têm a mesma reação diante das nossas palavras, ou da palavra de Deus. De modo que não vamos nos amedrontar com a ironia de alguns, mas sim, devemos nos animar com o olhar santo e atento e sincero daqueles que sendo a terra boa, estão recebendo com boa vontade a mensagem de Jesus que lhes estamos apresentando, e com certeza vão produzir muitos frutos, assim como nós.

Sal.

 

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"Jesus,semente divina, que o semeador,Deus Pai,espalha sobre a terra"



 Na parábola de hoje Jesus coloca-se a si mesmo como a semente que o semeador, Deus Pai, espalha sobre a terra. "E a Palavra se fez carne a habitou entre nós!" Jesus é a Palavra que o Pai enviou ao mundo. Ele a espalha por toda a terra, mas nem todos os terrenos a acolhem.

A eficácia da Palavra de Deus no coração humano revela-se no modo de viver de quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida pautada no amor e na justiça é um indicativo seguro de que a Palavra está produzindo frutos. Agora você começa a entender por que Jesus fala em parábolas e a quem ele quer atingir com este ensinamento: os chefes do povo são terrenos que entre espinhos ou pedras ou outras suscetibilidades, não acolhem a Palavra de Deus, isto é, o próprio Jesus.

O percentual, cem, sessenta ou trinta, dependerá do maior ou menos enraizamento da Palavra na vida do discípulo do Reino. Isto irá ser diferente, de pessoa para pessoa. O importante é que a semente não se perca e produza os frutos esperados. O espaço para a generosidade fica sempre aberto. Pense irmão, pense irmã: o Pai lançou seu Filho, de condição divina, neste mundo. Ele viveu e morreu por você (porque se a semente de trigo não morrer ficará só, mas se morrer dará muitos frutos ) e quantas vezes você o tem desperdiçado, tem feito com que essa valiosa Semente encontrasse espinhos, pedras, terra seca!!

Está na hora de você limpar o mato de pecados de seu coração, remover as pedras de situações mal resolvidas pelo perdão, colocar fogo em tudo aquilo que não presta, adubá-lo com a humildade que reconhece em Deus sua única realização possível, para que quando a Semente "cair", você possa dar frutos abundantemente (...e os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, domínio próprio...").

Essa Semente foi enviada do céu para você e assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação,assim a Palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la" (Is 55,10).

Tome agora uma decisão confiando na graça do Senhor! Não desperdice mais seu tempo e o tempo e amor de Deus por você! Retorne a Ele abrindo sinceramente seu coração. Acolha a Semente que é o Cristo e escutando sua Palavra torne-se plantação frondosa e verdejante que enche o mundo tão necessitado de frutos em abundância

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

 

PARÁBOLA DO SEMEADOR


Naquele mesmo dia Jesus saiu de casa, foi para a beira do lago da Galiléia, sentou-se ali e começou a ensinar. A multidão que se ajuntou em volta dele era tão grande, que ele entrou num barco e sentou-se; e o povo ficou em pé na praia. Jesus usou parábolas para ensinar muitas coisas. Ele disse:
- Escutem! Certo homem saiu para semear. Quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho, e os passarinhos comeram tudo. Outra parte das sementes caiu num lugar onde havia muitas pedras e pouca terra. As sementes brotaram logo porque a terra não era funda. Mas, quando o sol apareceu, queimou as plantas, e elas secaram porque não tinham raízes. Outras sementes caíram no meio de espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas. Mas as sementes que caíram em terra boa produziram na base de cem, de sessenta e de trinta grãos por um.
E Jesus terminou, dizendo:
- Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.

Semear o que?

Quando nos deparamos com esse trecho do evangelho (Mt 13,1-9), associamos de imediato que a semente é a palavra de Deus e o semeador o Cristo. Nesta parábola Jesus apresenta as sementes da Boa Nova. A dificuldade aqui é que as pessoas ouvem e lêem as palavras de Jesus, mas poucos seguem confiantes.
Primeiramente, percebemos que o semeador (Jesus) saiu de casa, de suas estruturas e foi à procura das pessoas para anunciar o Reno de Deus e dizer que o Reino se faz realidade aqui e agora. A parábola do semeador é das mais belas e conhecidas do evangelho. Jesus se comunica com as pessoas de modo claro, simples e concreto. A parábola nos ajuda a olhar a realidade de outra maneira, ela nos auxilia em nosso discernimento quanto à vontade de Deus. Revela o modo de como Deus lê a realidade e, ao mesmo tempo lança uma luz nova sobre a vida que levamos e as possibilidades de vida que o mundo nos apresenta.
Diante de tantas tragédias e conflitos percebemos que é hora de semear e não de descansar. Assumir a missão de Jesus é ser discípulo(a).
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: "Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos" (Mt 10,16). O messianismo de Jesus é diferente do esperado pelo povo. O coração humano, terra fecunda, não acolhe a semente de Jesus. Os milagres do messias fazem algum sucesso, já suas palavras não agradam a muitos. Jesus, persistente não desiste, lança a palavra do Reino, como o agricultor que, contra todas as dificuldades acredita na colheita final. A semente sacrificada no plantio garante a sobrevivência futura, do mesmo modo, é a condição do Reino lançada por Jesus, as contradições do mundo fortalecem a esperança e a fé.
Meu coração é terra fecunda? Minha comunidade é terra fecunda? Que semente semeamos por onde passamos?
Atenção, muitas vezes plantamos o que queremos e colhemos o que não queremos. Portanto, ainda que venham ventos contrários o importante é futuramente colher e colher o que se planta. Amém.

edileip@yahoo.com.br

 

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Parábola do semeador

 

Aquele que ouve a palavra e a compreende.
Esse produz fruto.

Aquele que ouve a Palavra e a compreende, esse produz fruto.

Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola do semeador, e a explica detalhadamente. Nela encontramos a razão por que existem pessoas boas e pessoas más no mundo. A diferença começa no nosso modo de ouvir a Palavra de Deus.

O semeador é Deus, a semente é a Palavra dele, que é o seu Filho, a Palavra de Deus encarnada. E o terreno somos nós. A Palavra de Deus é a mesma, e age sempre de modo igual em todas as pessoas. Mas os frutos não dependem só da semente, mas também do tipo de terreno.

Às vezes a ouvimos, mas não a levamos a sério. "Entra por um ouvido e sai pelo outro". É a terra de beira de estrada. As distrações agem em nós como os passarinhos, que levam a semente antes de ela brotar.

Outras vezes, nós ouvimos ou lemos os discursos de Jesus, vestimos a carapuça e começamos a mudar de vida. Entretanto, não perseveramos. Este é o terreno pedregoso, onde a semente não chega a produzir fruto. A Palavra de Deus é como uma comida especial que "na boca é doce como o mel, mas quando cai no estômago, se torna amarga como o fel" (Ap 10,9). Por isso que há pessoas que sabem a Bíblia de cor, ou é doutor em teologia bíblica, mas não a "engolem". Fica só no paladar.

E pode acontecer de tentarmos seguir dois caminhos ao mesmo tempo: O de Deus e o do mundo pecador. É a Palavra que cresce entre os espinhos. O resultado é uma vida medíocre e de poucos resultados. Dificilmente escapamos desse tipo de terreno, em que "as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a Palavra, e ela não dá fruto".

"A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto." Compreender é mais que entender, é entender com o coração, entender e viver o que entendeu. E é facílimo, porque a Palavra de Deus nos vem sempre acompanhada pela graça do Espírito Santo, que a faz crescer por si mesma, sem que percebamos.

Esta parábola explica por que agora, mais de vinte séculos após a vinda de Jesus, o mundo ainda está tão distante do seu Evangelho: violências, drogas, abortos, famílias desestruturadas... A culpa não está em Deus, evidentemente. Está no tipo de terreno que somos, que não deixa a Palavra de Deus produzir frutos.

"O justo crescerá como a palmeira... Plantados na casa do Senhor, até na velhice darão frutos" (Sl 92,13-14).

Façamos agora uma pergunta a nós mesmos, com toda sinceridade: Que tipo de terreno sou eu?

Santo Antão nasceu no ano 251, no Egito. Filho de pais cristãos fervorosos, desde cedo afeiçoou-se pela oração e pela vida de união com Deus. Quando tinha vinte anos, numa Missa de domingo, ele ouviu as seguintes palavras do Evangelho: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me" (Mt 16,21).

Antão resolveu colocar em prática essas palavras de Jesus. Vendeu todos os seus bens e deu o dinheiro aos pobres. Depois foi para o deserto, a fim de seguir melhor a Jesus. Dessa sua experiência nasceu a vida religiosa contemplativa. Vemos que em Santo Antão a semente caiu em terra boa.

Peçamos a Maria Santíssima, que acolheu tão bem a Palavra de Deus no seu coração, no seu seio e na sua vida, que ela nos ajude a nos abrirmos à Palavra do seu Filho, a fim de a compreendermos e vivermos do jeito que ela viveu, produzindo muitos frutos.

Aquele que ouve a Palavra e a compreende, esse produz fruto.

Padre Queiroz

Enviado por Vera Lúcia

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A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Que meu coração seja terreno fértil

A parábola de hoje, é muito conhecida por todos nós. Jesus fala a multidão que estava a sua volta em parábolas. E hoje Ele conta a parábola do semeador. Jesus ensinava por parábolas, e usava situações da vida daquele povo, situações que nós também vivemos, para que fosse compreendido, mas não era tão fácil assim. Muitas vezes depois de ouvirmos uma parábola, nos perguntamos, o que Jesus quis disser com isso? Qual é a sua mensagem? Quando vivemos a nossa fé, quando estarmos abertos aos seus ensinamentos, temos mais facilidade para entender a mensagem de Jesus. Mesmo assim, tanto naquele tempo, como nos dias de hoje, nem todos nós conseguimos entender, mas Jesus nos dá o caminho, a direção a seguir, por isso diz: "Quem tem ouvidos ouça!"

Sabemos que na parábola de hoje, Jesus é o semeador, a semente é a palavra de Deus, a Boa Nova que Jesus anunciava. O solo, o terreno a ser semeado é o nosso coração. Que obstáculos, dificuldades, que influências do mundo hoje, impedem que a Palavra de Deus, produza frutos em nosso coração? Qual solo que hoje eu poderia comparar meu coração? Ao terreno pedregoso, onde a Palavra não consegue penetrar? Ao terreno cheio de espinhos, tem espaço para tudo, menos para Palavra, porque este coração já cheio, não tem sequer tempo para Deus. Ou simples sequer dou atenção, nem quero saber o que Jesus tem a me dizer hoje? Deixo as sementes caírem beira do caminho, e se perderem, eu acredito que isso acontece principalmente com quem sabe que ao ouvi a Palavra ficara descontente consigo mesmo, com suas atitudes e comportamento. Mas, o meu coração, o seu coração, pode ser o terreno fértil, o terreno em a Palavra produz frutos em abundância.

Para isso é necessário ouvirmos e acolhermos a Palavra, fazermos sempre a vontade do Pai. Estarmos sempre com o coração aberto para ensinamentos de Jesus. Deixar que a Palavra transforme, crie raízes em nossa vida. Irmãos e irmãs, não podemos permitir que semente, que a palavra se perca, o desejo do Pai é que todos sejamos salvos, que todos façamos parte de sua família em seu Reino. Hoje a nossa liturgia nos diz o seguinte: "A semente do reino é lançada no coração de todas as pessoas, pois todas são chamadas a salvação. Cabe a cada um tornar-se terreno fértil, que propicie frutos bons e abundantes." Jesus continua lançando sua

Semente, cabe a nós acolher a semente, e assumir a missão e semeá-la, aonde formos.

Um abraço a todos.

Elian.

Oração
Pai, dá-me ouvidos dóceis que me coloquem em comunhão com Jesus, de modo que eu possa deixar-me instruir e, transforma meu coração em terra fecunda, onde se produzam frutos de amor e de justiça.

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Jesus é o Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra, o terreno é o nosso coração.

 

 



                                     . A palavra de Deus é semeada dentro do nosso coração e dará frutos ou não dependendo da situação em que se encontra o nosso terreno. Não basta apenas ouvi-la, mas acolhe-la, apreende-la, digeri-la, para que ela seja vivenciada Estamos diante de duas realidades: de um lado o nosso coração e do outro o Coração de Jesus.

                                                     O meu e o teu coração são comparáveis aos quatro terrenos da história: "o terreno do caminho", "o solo cheio de pedras", "a terra cheia de espinheiros" e "o terreno lavrado e bom". Jesus é o Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para conosco.

                                                           Os frutos aparecem na medida em nós a compreendemos e damos testemunho da sua ação. Compreender a palavra é o primeiro estágio para que nós saibamos se o terreno está ou não preparado. No entanto, para que nós possamos compreendê-la é preciso que tenhamos uma alma simples e aberta, desejosa de realmente acolhe-la. O modo como damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola.

                                                      Quando alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do mal e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes. E sabe de que modo? Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao "terreno do caminho", aonde a semente não chegou a penetrar. Voltamos à estaca zero e nada acontece.

                                                     O terreno duro e pedregoso não tem raiz, é superficial, é de momento, não se aprofunda e por qualquer motivo, na hora de sofrimento e provação se decepciona e não consegue acolher a graça e o consolo que a palavra produz. O terreno cheio de espinhos é o coração da pessoa em que as preocupações da vida, a ilusão da riqueza tiram-lhe o foco de Deus, pois ela está muito envolvida com as "coisas mundanas".

                                                       Aquele , porém, que tem um coração disposto e submisso aos ensinamentos de Deus, pode ser considerado terreno bom para que a semente germine e dê muitos frutos. Isto posto, nós podemos deduzir que é a partir do nosso desejo de encontrar a Deus e da nossa abertura para acolher a semente é que nós poderemos compreender a Palavra e produzir frutos cem, sessenta ou trinta por um.

Meu irmão ,minha irmã,guardemos a humildade de coração e esforcemo-nos para sermos ,se ainda não somos , o bem terreno, que recebe os grãos de Luz do Divino Semeador e com isso darmos muitos frutos de sabedoria e bondade

Amém

Abraço carinhoso

MARIA REGINA

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Parábola do semeador.

Lembre-se: O reino de Deus é assim, como se um homem lançasse semente na terra.

E Jesus continua ensinando às multidões através de parábolas, como vimos no evangelho de hoje, era uma maneira nova e que facilitava a compreensão de seus ensinamentos. Jesus só lhes falava por meio de parábolas. Parábolas que levava seus ouvintes a reflexão, para melhor entender a mensagem que nelas continha. Porém, para quem estava com o coração aberto para acolher a Palavra, estes com muita facilidade entendiam tudo. Muitas vezes os próprios discípulos não compreendiam o que Jesus queria dizer. Então, em particular Ele explicava, e os discípulos se esforçavam para entender a mensagem do Mestre. E através de duas parábolas, hoje Jesus explica como o Reino de Deus acontece na nossa vida, e na história humana.

E o Reino é mais uma vez comparado, e dessa vez a uma semente. E Deus é aquele que espalha a semente, e a semente é a Palavra. É uma semente que cresce sozinha, pois não depende de nós para isso, e sim de Deus. E Deus voltará para colheita. Tudo acontece com a permissão de Deus, que nos conhece e que tudo vê. A semente é lançada é o Reino que cresce. Jesus compara também o Reino a uma semente de mostarda, a menor das sementes, e cresce ficando maior que as hortaliças, com ramos grandes "que os pássaros se abrigam à sua sombra". Assim é o Reino de Deus, aparentemente tão pequeno no inicio, mas com resultados impressionantes e fortes. Pronto para acolher a todos os povos. Jesus através de suas parábolas convida-nos, e espera nossa resposta. Desejando nossa adesão ao Reino. Jesus anunciava o Reino aos pequenos, aos pobres, aos excluídos, às pessoas despreparadas. Assim, acontece em muitas de nossas comunidades. E pelas dificuldades que encontramos na caminhada, pensamos em desistir, às vezes deixamos o desânimo tomar conta de nós, até mesmo por achar que sabemos pouco. Mas devemos estar abertos ao que Cristo quer nos ensinar, para mudarmos de atitude. E aprendemos com Jesus hoje, a ter mais paciência, e esperança em nossa missão, em nossa caminhada, trabalhando em comum união. Os resultados demoram, mas a semente precisa crescer e dar seus frutos. Tenhamos fé na força de Deus.

O que estamos semeando? Que frutos podemos colher? Se plantarmos o amor, com certeza vamos colher amor. Se plantarmos a discórdia, é a discórdia que colheremos. Se plantarmos o bem, é o bem que frutificará. Plantemos somente as boas sementes, elas irão frutificar, tenha certeza disso. Jesus com as parábolas de hoje, quer que apesar da demora, tenhamos fé, confiança, ânimo, eque sejamos perseverantes, e nos deixemos sempre ser guiados pela força de Deus.

Um forte abraço.

Elian

Prece:
Espírito que me coloca em sintonia com Jesus, conduza-me à plena compreensão dos ensinamentos contidos nas parábolas evangélicas.
Pai. Dai-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna. Amém.

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A Parábola do semeador.

Imagine uma câmara dentro da igreja, que estivesse focalizando os rostos dos fiéis durante a homilia.

Seria uma experiência interessante, pois poderíamos nos perguntar. Que tipo de solo eu sou? Ou, com qual desses irmãos e irmãs que estão ouvindo o sermão do padre, eu me identifico?

Ali tem um que está com uma cara de quem está escutando a explicação do padre de forma superficial, ou está mesmo fingindo que está escutando. Vez por outra olha para o lado, para as pessoas, olha no relógio para ver se já está acabando. Ele olha para o padre com um semblante de que não é com ele que o sacerdote está falando. Se pudéssemos visualizar as palavras saídas dos lábios do padre, veríamos que elas se desfaziam ou se diluíam antes de penetrar em sua cabeça pelos ouvidos.

A câmara agora está focalizando outro homem que parece star prestando a máxima atenção às palavras do padre. Chegou até a balançar a cabeça afirmativamente, num certo momento. Estando na primeira fila, o padre pode perceber aquele balançar de cabeça, e até acreditou que alguém estava assimilando sua mensagem, e passou a falar com mais ânimo. Mais infelizmente, aquele homem ao sair da igreja, e assim que começou a sua semana de trabalho, ao sofrer uma perseguição no emprego, e uma grande tribulação na sua família, esqueceu completamente as belas e inspiradas palavras do padre que falava em ter confiança e esperança em Deus.

Mudança de cena. Na tela, agora vemos uma vaidosa mulher, muito bem vestida, com jóias, ao lado do esposo de dos filhos. A imagem se aproxima do seu rosto. Ela parece fascinada com o sermão do padre. Pelas suas expressões faciais, demonstra com uma boa dose de sinceridade que está de acordo com tudo que está ouvindo. Até olha para o marido e faz alguns gestos de quem diz: está vendo? É por aí... É isso mesmo!

Terminou a missa, aquela senhora já encontra em seu lar, e recebe um telefonema do seu advogado, afirmando que o inventário finalmente foi concluído, e que o seu falecido pai lhe deixara uma pequena fortuna. Daquele momento em diante, aquela aparentemente devota mulher não encontrou mais tempo nem para ir à missa, nem mesmo para rezar nem para nada mais referente à sua religiosidade.

Mas felizmente, a câmara está mostrando agora, um grupo de 5 pessoas, três mulheres e dois homens de meia idade. Um deles até faz anotações discretamente em uma folha de papel sobre algumas idéias proferidas pele padre. São catequistas da Paróquia, são representantes da terra boa que vão produzir muitos frutos, pois na segunda-feira em suas aulas de catecismo, vão repetir a explicação do sacerdote feita no sermão, e futuramente seus alunos vão também explicar o que aprendeu com eles para outras pessoas, multiplicando assim o número de cristãos, o grupo daqueles que ouvem e põe em prática a palavra de Deus semeada em suas mentes.

Meus amigos. Resta-nos agora neste instante, fecharmos os nossos olhos e procurar enxergar o tipo de solo que somos, e procurar melhorar ou mesmo mudar para a terra boa. Aquela que dá muitos frutos.

Sal.

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A PARÁBOLA DO SEMEADOR

 "A semente que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem."

Esta é a realidade do mundo de hoje: Riqueza, prazeres, diversões, descontração, indiferença, etc. São muitas as coisas que nos afastam de Deus. Amigos que não acreditam, e riem de nós quando dizemos que vamos à missa. Um mundo de prazeres, noitadas, muita cerveja e muita diversão.

Que mais nos afasta de Deus? Bem, vejamos algumas das coisas principais:

A revolta contra o mal do mundo: Eis alguns exemplos:

a- Com o assassinato do filho aquela senhora perdeu a fé, se revoltou e não foi mais à igreja;

b- A filha morreu num acidente, o pai ficou revoltado com Deus, não rezou mais, não foi mais à missa;

c- Com a morte do cachorrinho, a criança de 8 anos disse: Papai do céu é mau, e ficou até a adolescência sem rezar;

d- A garota perdeu o namorado, ficou desanimada da vida e indiferente com relação à religião;

e- O cara perdeu o emprego, desistiu do grupo de jovens;

F - Aquele senhor teve o carro roubado, e num momento de revolta, disse. Se houvesse Deus, estas coisas não aconteceriam.

Aí Jesus vai dizer: Homens de pouca fé... Porque, na verdade se essas pessoas tivessem uma fé solida, não teriam se revoltado contra o Criador, nos momentos de desespero, de aflição, causados pelas desventuras da vida.

Os bens materiais, a riqueza e todo o conforto que ela pode nos proporcionar, é a principal causa do nosso afastamento de Deus.

Chuvinha fria, o cara no seu estúdio vendo um filme, a mãe chama porque está na hora da missa... Ele não vai sair naquele mau tempo com chuva de vento, se pode ficar no aconchego do seu quarto que é a sua rica toca, onde ele tem de tudo que se pode imaginar em termos de tecnologia, para passar o seu tempo livre da melhor maneira possível. Poderia pensar em ir à missa elo menos para agradecer a Deus por tudo que tem como disse a sua querida mãe, mas... Ela teve de ir mais uma vez sozinha à missa. Cuidado! A riqueza pode nos dar a impressão de que não precisamos mais de Deus!

Prezados irmãos. Podemos dividir a nossa vida em três fases:

Infância – Nesta fase somos dependentes, e por isso, obedientes, acatamos nossos pais, acreditamos e aceitamos Deus. Atenção, catequistas. É nessa idade que devemos semear a palavra de Deus. Pois nesta faixa etária, somos terra boa, muito embora na fase seguinte, possamos nos transformar em solo pedregoso ou mesmo o chão duro da beira do caminho.

Fase adulta - Depois da puberdade, nós ficamos rebeldes, rejeitamos a proteção dos pais, e, dependendo da má influência dos amigos, podemos questionar ou ignorar a existência de Deus. Podemos conseguir um bom emprego, nos casamos com a pessoa amada, ou vivemos pulando de galho em galho, desfrutando os prazeres do corpo que nos foi dado por Deus, mais nos esquecemos disso, e nem nos importamos, como fizeram os nove leprosos, em agradecer a Deus. É a fase de nossa vida em que podemos nos perder, igual ao que aconteceu com o filho pródigo. Buscamos às vezes o prazer com a pessoa errada, na hora errada, e do modo errado.

A pessoa certa é aquela ou aquele designado ou escolhido por Deus, é a pessoa que acontece na nossa vida,com a qual nos casamos porque que nós amamos feitos Romeu e Julieta. E qualquer pessoa fora dessa, é a pessoa errada.

A hora certa do prazer entre essas duas pessoas, pode ser qualquer hora, pois foram feitas uma para a outra.

O modo certo, é aquele ditado ou estipulado pela natureza, o qual diz que deve ser entre sexos opostos, com membros e órgãos próprios, e que não sejam irmãos de sangue. Pois já aconteceu aqui mesmo no Brasil, famílias ricas que, não querendo partilhar a riqueza com estranhos, se acasalaram entre si, ou entre irmãos. O resultado, foi o castigo da mãe natureza. Os filhos nasceram monstros.

Fase da velhice – Chegou a hora de voltar para Deus, para nos redimir de tudo que fizemos quando adultos, quando estávamos com toda aquela força física, julgávamos não precisar de Deus, e aprontamos todas. Na velhice ou terceira idade, é a hora que temos pressa de nos reconciliar com Deus, pois nossa hora pode ser a qualquer hora. Que pena que na fase adulta não pensávamos assim. Teríamos dado muitos mais frutos para o Reino de Deus, porque tínhamos vigor ou juventude para dar e vender.

Felizes daqueles que conseguem se preservar fiéis a Deus na fase adulta.

Leia este texto ode um autor desconhecido

QUANDO SE TEM 50 ANOS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral de alguma coisa. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:

"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa. Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!

Sal

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A semente que caiu na terra boa...

"Os quatro Evangelhos, todos eles, dão-nos o retrato de uma personalidade muito definida, obrigando-nos a dizer: 'Esse homem existiu. Isso não pode ser inventado.'" H. G. Wells

Boas sementes, bom terreno, bons frutos

"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça"!

Olá gente querida!

No evangelho de hoje, Jesus nos conta a parábola do semeador e chama-nos a atenção para o modo com o qual nós recebemos a Palavra de Deus em nossa vida como uma prática cotidiana.

A parábola contada no evangelho é simples e direta. Com ela, Jesus que abrir o nosso coração para a acolhida da Palavra que nos dá o conhecimento dos mistérios do Reino de Deus. Assim, o SEMEADOR é Deus; as SEMENTES são a sua Palavra e o TERRENO é o coração humano!

O nosso coração é comparado à terra na qual caem as sementes. Como vimos, uma parte das sementes caíram à beira do caminho e logo foram pisadas e comida pelos pássaros; outra parte caiu sobre as pedras e apesar de terem brotado secaram por falta de umidade; outra, ainda, caiu no meio dos espinhos e acabaram sufocadas por eles e, por último, uma parte caiu em terra boa onde deu muitos frutos!

Percebam que Jesus termina a parábola dizendo: "QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR OUÇA" (v. 8). Isso nos mostra que SÓ DEPENDE DE NÓS. Nós é que escolhemos o terreno que queremos ser! É uma questão de consciência: queremos dar frutos ou não? Que tipo de pessoas queremos ser? A ESCOLHA É NOSSA!

Seguindo essa reflexão, podemos pensar e comparar esse terreno à vida de nossas comunidades. COMO SÃO NOSSAS COMUNIDADES? São como o terreno pedregoso e os outros que não geram a vida da semente ou são como a terra boa que acolhe e faz frutificar? Nesse sentido, a Palavra de Jesus nos ajuda a pensar a vida de nossas comunidades e, a partir de nós mesmos, buscar caminhos para as mudanças necessárias. É PRECISO ADUBAR A TERRA (nossos corações/comunidades) PARA PRODUZIR MUITOS FRUTOS! É preciso ter PERSEVERANÇA!

Que, Maria, aquela que soube, tão bem, acolher a Palavra de Deus em seu coração, ajude-nos a ter um coração como o seu: cheio de amor, simples, humilde, e acolhedor!

Fr. Lucas Emanuel Almeida. CSsR

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A semente lançada sobre a terra.

 

Lembre-se: O reino de Deus é assim, como se um homem lançasse semente a terra.

              Jesus ensina as multidões através de parábolas, como vimos no evangelho de hoje. Assim facilitava a compreensão de seus ensinamentos. As parábolas levavam seus ouvintes à reflexão, e entendiam mais facilmente a mensagem que nelas continha, e para melhor compreensão Jesus contava parábolas relacionadas a vida cotidiana daquele povo.. Porém, para quem estava com o coração aberto para acolher a Palavra, estes com muita facilidade entendiam tudo. Muitas vezes os próprios discípulos não compreendiam o que Jesus queria dizer. Então, em particular Ele explicava, e os discípulos se esforçavam para entender a mensagem do Mestre. E através de duas parábolas, hoje, Jesus explica como o Reino de Deus acontece na nossa vida, na história humana.

E o Reino é comparado a uma semente, e Deus é aquele que espalha a semente, e a semente é a Palavra. Na primeira parábola o Reino é como uma semente que cresce sozinha, como senão dependesse de nós, só de Deus. E o semeador voltará para colheita. Tudo acontece com a permissão de Deus, que nos conhece e que tudo vê. A semente é lançada é o Reino cresce. Na segunda parábola, Jesus compara também o Reino a uma semente de mostarda, a menor das sementes, e cresce ficando maior que as hortaliças, com ramos grandes "que os pássaros se abrigam à sua sombra". Assim é o Reino de Deus aparentemente, tão pequeno no inicio, mas com resultados impressionantes e fortes. Pronto para acolher a todos os povos. Jesus através de suas parábolas, nos convida, e espera nossa resposta. Desejando nossa adesão ao Reino. Jesus anunciava o Reino aos pequenos, aos pobres, aos excluídos, pessoas despreparadas. Assim, acontece em muitas de nossas comunidades, e pelas dificuldades que encontramos na caminhada, pensamos em desistir, o desanimo muitas vezes toma de conta, às vezes até por achar que sabemos pouco. Mas devemos estar abertos ao que Cristo que nos ensinar, para mudarmos de atitude. E aprendemos com Jesus hoje, a ter paciência, e esperança em nossa missão, em nossa caminhada, trabalhando em comum união. Os resultados demoram, mas a semente precisa crescer e dar seus frutos. Tenhamos fé na força que vem de Deus.

O que estamos semeando? Que frutos podemos colher? Se plantarmos o amor, com certeza vamos colher amor. Se plantarmos a discórdia, é a discórdia colheremos. Se plantarmos o bem, é o bem que frutificara.  Jesus com as parábolas de hoje, quer que apesar da demora, tenhamos fé, confiança, ânimo, que sejamos perseverantes, e nos deixemos sempre ser guiados pela força de Deus.

Um abraço a todos.

Elian

Oração:
          Espírito que me coloca em sintonia com Jesus, conduze-me à plena compreensão dos ensinamentos contidos nas parábolas evangélicas. Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.

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Como é o terreno do seu coração? Que espécie solo você é?

 

. Jesus contou esta parábola diante de uma grande multidão onde havia gente de todo tipo, para mostrar que todas as pessoas são chamadas a acolher a proposta de salvação do Pai e não somente alguns escolhidos. O semeador é Jesus, a semente é a Sua Palavra de salvação, o terreno é o nosso coração. O terreno bom é aquele coração que dá abertura ao Espírito Santo que é quem faz a semente germinar e crescer, pois, se não houver cultivo, a semente morre.

A semente é sempre uma só, no entanto, a qualidade do terreno do coração de cada um é o que muda e faz a diferença para a abundância da colheita. A parábola nos revela que nas quatro situações em que a Palavra foi anunciada, as pessoas ouviram, entretanto só deu fruto de perseverança quem OUVIU com um coração bom e generoso. Não nos basta apenas estar presente e escutar a mensagem do Evangelho com indiferença e desatenção.

O mais importante é ter um coração contrito e atento que não questiona, porque confia, e acolhe a mensagem de Deus. O coração que não tem profundidade é superficial e distraído, por isso, não consegue alcançar o pensamento de Deus e facilmente é vencido pelas sugestões do inimigo. O coração preocupado com os afazeres da vida é fechado e duro e se torna também solo impróprio para apreender os mistérios de Deus. O coração preso a si mesmo e aos seus sofrimentos é chão inútil para que germine algo frutífero, pois está sempre voltado para as suas angústias e não dá chances para que o Espírito Santo realize sua obra nele. O coração bom e generoso, no entanto, é aquele que se abre, não somente para escutar, mas para viver segundo a Palavra que lhe foi anunciada. Este, sim, consegue dar fruto na perseverança, e seguir passo a passo o caminho proposto por Jesus.

Deus conhece todos os corações, e sabe o que é providencial para cada um de nós. Ele nos instrui e orienta por meio da Sua Palavra que sonda e perscruta o nosso íntimo e ilumina a nossa inteligência. Quando nós abrimos os nossos ouvidos o nosso entendimento também se alarga e nós podemos, com toda a certeza, dar frutos que podem alimentar o mundo. – Como você tem acolhido a palavra de Deus. Como uma história ou como ensinamento para a vida? – Como é o terreno do seu coração? – Você duvida da Palavra de Deus? – Você costuma discordar quando alguma mensagem vem de encontro aos seus interesses? – Você também semeia? E quando o terreno não é bom, dá trabalho o que você faz, desiste ou insiste?

Amém

Abraço carinhoso

MARIA REGINA

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Com que se compara o Reino de Deus?

Jesus aqui está sendo bem otimista quando a propagação do Reino de Deus no Mundo.

Veja que Jesus usa uma linguagem simples, sempre comparando o que Ele quer transmitir com os exemplos da vida cotidiana do povo que o escutava. A experiência vital daquela gente era, principalmente, a agricultura. Por isso Jesus fala, que: "O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.

Isso significa que muito embora nos pareça que ninguém prestou a mínima atenção à nossa pregação da palavra de Deus, aquela semente vai frutificar na mente de muitas pessoas que ouviu, e isso ocorre por conta de Deus, porque é Ele cuida da germinação daquelas sementes semeadas durante a noite e durante o dia, sem que o semeador o perceba.

Nossa parte é semear a palavra de Deus, da melhor forma possível. A germinação dessa semente na mente das pessoas é por conta do Espírito Santo.

Jesus compara ainda o Reino de Deus com um grão de mostarda, que sendo uma semente pequena, depois de germinar e crescer, fica uma plante grande.

O catequista semeia a palavra de Deus nas mentes dos jovens, e ela vai crescendo e dirigindo os pensamentos palavras e ações daqueles deles que semelhante a planta, também vai crescer embebido das verdades do Reino de Deus.

"Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.
34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.



Jesus sendo o próprio Deus via os pensamentos e dificuldades de compreensão de cada pessoa que estava ali diante dele. Na verdade, era sempre uma multidão que o seguia a espera de um milagre e também para ouvi-lo.

Os doutores da Lei monopolizavam o saber, privando o seu acesso aos pobres. Jesus ensina os excluídos com palavras simples e de graça. Esse foi mais um dos motivos pelos quais mataram o Filho de Deus.

Prezados irmãos. O que estamos esperando? Vamos transformar o mundo semeando a palavra de Cristo. Essa tarefa está parecendo difícil? Não se preocupe. No evangelho de hoje Jesus está dizendo que a germinação da semente é por conta Dele. Vamos explicando a mensagem de Cristo e durante a noite, e o dia, o Espírito Santo fará com que essa palavra transforme os corações das pessoas, fazendo-as mudar as suas vidas, se convertendo.

Sal.

Quando nos apossamos da semente da Palavra que Jesus nos deixou, saímos vitoriosos e o bem prevalece



. Nesta parábola Jesus usa a figura do joio e do trigo para nos explicar direitinho o que acontece com o mundo em relação ao reino de Deus. Jesus é o semeador, que veio instaurar o reino do amor de Deus no coração dos homens. É Ele quem planta a boa semente da Sua palavra e dos Seus ensinamentos no coração de todos os que querem pertencer ao reino dos céus. O campo é o mundo aonde convivem os bons e os maus e a boa semente são os que aceitam os ensinamentos de Jesus para acolher o reino dos céus.

O joio são os que são sugestionados pelo maligno, isto é, o espírito do mal que intervém e sutilmente se infiltra querendo impedir que o reino de Deus aconteça no interior do coração do homem. Nós sabemos que o joio e o trigo são plantas muito parecidas a ponto de confundir a visão de quem colhe. "Normalmente o joio cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e se considera uma erva daninha desse cultivo.

A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como "falso trigo". Dentro do nosso coração há trigo, mas também há o joio, por isso acontece dentro de nós uma luta constante entre o bem e o mal. Porém, quando nós nos apossamos da semente da Palavra que Jesus nos deixou, nós saímos vitoriosos e o bem prevalece.

Muitas vezes nós até achamos que o mal está prevalecendo, no entanto, podemos ter certeza de que a vitória do bem já nos foi garantida por Jesus. E é a partir desta dinâmica que cada um de nós pode ser uma boa ou uma má semente no campo que é o mundo. Jesus nos dá entendimento da parábola do joio e do trigo, para que nós possamos ajuizar que tipo de semente tem sido jogada no terreno do nosso coração e se nós a estamos acolhendo.

E claro, na Parábola, que o trigo simboliza as criaturas boas, caridosas, misericordiosas, que cumprem a vontade de Deus. O joio, por sua vez, representa os indivíduos maldosos, que vivem praticando iniqüidades, criminosos contumazes que se revoltam contra as leis de Deus. Deus, em sua infinita misericórdia, permite que todos vivam juntos no mundo, pois, pela vivência e exemplos recíprocos, muitos homens maus poderão tomar a decisão de palmilhar o caminho do Bem.

Quando nós acolhemos a Palavra do Senhor dentro da mentalidade que Ele prega nós podemos dizer que estamos sendo também no mundo uma semente boa. Todavia nós podemos estar sendo confundidos pela ação do inimigo que tenta desvirtuar o sentido dos ensinamentos de Jesus fazendo com que nós tenhamos no mundo um comportamento duvidoso.

Precisamos estar bem atentos enquanto estamos aqui na terra e temos vida e oportunidade. Jesus mesmo falou que no final os Seus anjos virão e retirarão do seu reino todos os que praticam o mal. Não podemos nos acomodar, precisamos fazer a nossa parte para edificar o reino de Deus aqui na terra. Por ocasião da colheita nós seremos ofertados a Deus ou seremos queimados pelo fogo, dependendo da nossa adesão ao Projeto do Pai que Jesus Cristo veio instaurar na terra.

Meu irmão, minha irmã façamos uma reflexão sobre tudo o que você tem percebido aqui na terra: quem está vencendo o bem ou o mal?O que você tem feito para difundir o reino de Deus? Você se considera trigo ou joio? Qual a influência que você está tendo para os seus amigos e suas amigas: você tem sido instrumento do bem ou do mal? Para onde você os está levando?

Amém

Abraço carinhoso da

Profª Maria Regina

A semente que caiu na terra boa

 

E o que caiu em terra boa são aqueles que,
conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.

O que diz o texto do dia? Leio atentamente o texto Lc 8,4-15 e observo o sentido da parábola de Jesus.
Jesus explica a parábola do semeador aos discípulos. O centro da parábola contada por Jesus é "pôr em prática a palavra ouvida". O terreno simboliza o coração da pessoa, que pode ser pedregoso, espinhoso, exposto ou bom, conforme esteja sufocado pelas más inclinações, pelas preocupações, ambições, sofrimentos, ilusões. Este terreno pode também estar livre e pronto para acolher a semente da Palavra e produzir frutos.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração? Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. Sobre a semente da evangelização e os frutos, os bispos falaram muito bem na V Conferência, em Aparecida. E deixaram para nós esta reflexão:
"Os esforços pastorais orientados para o encontro com Jesus Cristo vivo deram e continuam dando frutos. Entre outros, destacamos os seguintes: a) Devido a animação bíblica da pastoral, aumenta o conhecimento da Palavra de Deus e do amor por ela. Graças à assimilação do Magistério da Igreja e a uma melhor formação de generosos catequistas, a renovação da Catequese tem produzido fecundos resultados em todo o Continente, chegando inclusive a países da América do Norte, Europa e Ásia, para onde muitos latino-americanos e caribenhos têm emigrado. b) A renovação litúrgica acentuou a dimensão celebrativa e festiva da fé cristã centrada no mistério pascal de Cristo Salvador, em particular na Eucaristia. (...) " (DAp 99).


3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre,
disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo,
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.
Vou demonstrar pela vida que o amor de Deus é uma semente que dá bons frutos em minha vida. Escolho uma frase ou palavra para memorizar.
Vou repeti-la durante o dia.


Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

irmã Patricia Silva, fsp

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Domingo - 10 de Julho

Evangelho - Mt 13,1-23

Há quanto tempo você não é tocado?

 Uma das particularidades mais fascinantes de Jesus é a capacidade de revelar um jeito novo de enxergar as situações corriqueiras do dia-a-dia. É essa sensibilidade que é típica do artista, que vê a mesma cena que os outros vêem, passa pelas mesmas dores e alegrias que todos passam, mas consegue encher de significado até o mais simples gesto... E sabe para quê o artista faz a sua arte? Para eternizar um momento que ele não quer mais esquecer. Você quer saber se tem essa sensibilidade? Continue lendo...

 

Em uma de suas pregações, o nosso querido Padre Fábio de Melo recebeu de presente um bonsai de uma menina chamada Ana Cláudia, de Mauá/SP. Por ser um dos padres mais queridos da Canção Nova, ele recebe vários presentes diariamente, mas ele disse que esse foi especial. Não pelo presente, mas pelo email que ele recebeu após o presente, no qual a Ana Cláudia descreveu o que se passou no seu coração nos momentos antes de entregá-lo o presente. No email, ela fala das suas mãos trêmulas, devido ao nervosismo de se aproximar de alguém que ela tanto admirava. O Padre Fábio disse que, ao final do email, estava chorando. Ele disse que o bonsai poderia até morrer, por ele não saber cuidar, mas que a sensação que ela o fez sentir, essa nunca iria morrer. A partir daquele email, cada vez que ele perceber a aproximação de alguém com um presente nas mãos trêmulas, isso vai ter um novo significado... talvez até chore, ao lembrar do que significa...

 

Mas todos nós temos aqueles dias em que estamos estressados, impacientes, e que nada nos sensibiliza... Você também é assim? Tudo bem, isso acontece com todo mundo. O problema é quando nos entregamos a esses momentos, e permitimos que, aos poucos, os nossos pensamentos se acomodem e a nossa vida vá ficando monótona, rotineira, morna, ou como diria o Padre Fábio: mais ou menos.

 

Quando Jesus disse que "não só de pão vive o homem", ele estava falando que também temos necessidades da alma para poder viver plenamente. Nós necessitamos colocar significado, sentido nas coisas! Quando somos crianças ficamos encantados cada vez que descobrimos algo novo. Por que perdemos essa capacidade de admirar-se com as descobertas a medida que o tempo vai passando?

 

No Evangelho de hoje Jesus diz que falava em parábolas para que os de coração duro ouvissem, mas não entendessem. "Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure." E aqui vem a parte triste, meu irmão: quando assistimos uma pregação, ou lemos um texto bíblico sem a abertura necessária, essa palavra de Jesus é também para nós! E eu confesso que, muitas vezes, já me encaixei nestas palavras.

 

Quer saber como está o terreno do seu coração para receber a semente de hoje? Então me responda: quando foi a última vez que você se sentiu tocado ao ouvir uma música, escutar uma palavra, ver uma cena, lembrar um momento da sua vida...? "Ah... Faz tempo, meu amigo... nem lembro mais..." Então, meu amigo, será que já não está na hora de voltar a pôr um pouquinho mais de significado nas pequenas coisas? Algumas pessoas passam a ver a vida com outros olhos, após sobreviverem a um acidente grave. Será que precisamos passar por isso para valorizar os pequenos milagres de cada dia?

 

"Olhai os lírios do campo..." "Um semeador saiu a semear..." "Viram aquela viúva que ofertou uma moeda?" "Um fariseu e um cobrador de impostos entraram no templo para rezar..." "Um pai tinha dois filhos..." Todas essas cenas estão aí, todos os dias, diante dos nossos olhos... Se o terreno do seu coração acolheu bem a semente, a árvore que vai nascer dele será capaz de ver, ouvir, compreender e transmitir a BELEZA ESCONDIDA em tudo o que nos cerca...

 

Essa música da Adriana tem uma pergunta intrigante: "Qual é a chave do seu coração?" Você saberia responder?

 

 Jailson Ferreira

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