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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Comentários – Prof. Fernando

Comentários – Prof. Fernando  10 de abril = Quinto Domingo da Quaresma 2011

Da 1ª leitura – Ez 37,12-14 Porei em vós o meu espírito, para que vivais

Do Salmo de resposta – Salmo: Sl 130 Das profundezas eu clamo - No Senhor ponho a minha esperança

Da 2ª leitura – Rm 8,8-11 vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós.

Da leitura do Evangelhor – Jo 11,1-45 Senhor, aquele que amas está doente.... Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.  Jesus ficou profundamente comovido Onde o colocastes? Responderam: Vem ver, Senhor. E Jesus chorou. E, com voz forte: Lázaro, vem para fora! ... Desatai-o e deixai-o caminhar!

 

            Como pensar em vida e vitória sobre a morte, cercados por tantas notícias de dor, perda, agressão, devastação, assassinatos? Nas últimas semanas parece que os noticiários da TV e rádio, de jornais ou na Internet não tiveram outro espaço a não ser para a morte. Terremoto e tsunami no Japão, seguidos pela ameaça da contaminação radiativa. Massacres decretados pela vontade de arrogantes ditadores ou provocados por acordos internacionais: Egito, Líbia, Costa do Marfim... O Brasil parou para acompanhar a longa luta e o longo velório de José Alencar. Parou de novo para escutar o pranto de muitas famílias (parecendo aquele provocado por Herodes) das crianças espalhando seu sangue inocente pelo chão.

            Enquanto isso acontece, o 5º domingo da Quaresma nos faz escutar Ezequiel: o Senhor dará seu Espírito "para que vivais". É verdade que o salmo é um grito que vem do fundo do abismo. Mas conduz à afirmação da esperança. A carta aos Romanos aponta o contraste Espírito versus Carne, quer dizer, a fonte de vida é oposta à criatura no estado de afastamento de Deus e, por isso, viver segundo a carne é uma ter uma vida sem futuro. A cena evangélica, conforme João, nos mostra Jesus chorando pela morte de um amigo (e o diálogo com as irmãs de Lázaro que não elimina - pela certeza da ressurreição final - a dor do momento presente). Esse texto (um dos sete grandes "Sinais" selecionados por João para compor seu livro) mostra Jesus clamando com voz forte o seu "Lázaro-vem-para-fora" e determinando: soltem quem estava morto e deixem-no caminhar entre os vivos!!!

            Essa a perspectiva da Quaresma nessa semana: contemplar a Esperança numa vida plena mesmo num cenário de morte. Como a resposta de Marta a Jesus (reafirmando uma certeza futura: sei que meu irmão ressuscitará no último dia) não a isenta do sofrimento do momento presente nem de se queixar do luto e das lágrimas.

            Quaresma é tempo de silencioso jejum, da esmola em que a mão direita não sabe o que faz a esquerda e de oração a portas trancadas. Tempo de calar diante do mistério. Não é para "endurecer sem perder a ternura" mais chorar sem perder a esperança. Como Jesus sem vergonha de chorar pelo amigo que morreu. Os acontecimentos que conhecemos pela Mídia - do terremoto no distante Japão ao subúrbio carioca do Realengo, sob o choque que vem do fundo do mar ou sob o choque provocado pela morte e ferimento das crianças de uma escola - tudo nos leva à dor diante de tragédias inexplicáveis. A TV (e outras mídias) se esforça em nos trazer o depoimento de cientistas e governantes, de psiquiatras e outras autoridades que nos ajudem a encontrar uma "explicação" tanto para catástrofes naturais como para as tragédias provocadas pela mão humana. Nenhuma explicação, porém, pode rebobinar o filme que passou com seus milhares de vítimas, das tsunamis, das revoluções e conflitos armados e de tantas outras violências contra a vida. Nenhuma explicação vai devolver aos pais aquelas crianças baleadas ainda no tempo ingênuo da aurora da vida. Talvez nenhuma explicação vai apagar da memória dos sobreviventes da chacina as cenas que presenciaram na escola.

            Contudo, temos de continuar pela Esperança, preparando uma celebração de Páscoa.

            Ora, a Páscoa inclui, num único e mesmo mistério, a sexta-feira da Paixão, o sábado como de quem chora num velório e também o domingo da Ressurreição do Filho do Homem.

            Cristo, o "Servo sofredor" de Isaías, espancado e morto há cerca de 2mil anos, continua presente no sofrimento dos japoneses ou das muitas tribos e etnias da Líbia. O Cristo foi de novo crucificado na morte dos inocentes da escola do Realengo.

            Os que já se foram, mortos ou desaparecidos em muitos lugares do planeta, certamente participam do mergulho que não se pode descrever dentro do coração misericordioso do Pai. Nós que ficamos, ainda temos muito que caminhar. E devemos fazê-lo como nos sugere a pedagogia da Quaresma, como Lázaros desatados das ataduras, arrancando os panos de morte que nos cobrem o rosto. Nós, que ainda atravessamos a Quaresma no Tempo que prepara a Eternidade, não perdemos a Esperança. Atravessamos também as interrogações e explicações que também nos angustiam, assim como aos cientistas e aos jornalistas, ateus ou crentes.

            Nós só não queremos viver "segundo a carne, mas segundo o Espírito".

            Do Deus que mora em nós. Silenciosamente. Misteriosamente.

            Oremos usando as palavras de Jesus:

            Pai, nós te  damos graças porque nos ouvistes. Sabemos que sempre nos escutas mais precisamos ser como um Sinal para todos em volta de nós. Para que todos possamos crer na vida do Espírito. Não estamos satisfeitos nem nos sentimos confortáveis dentro do túmulo. Nós queremos sair para fora, desembaraçados dos panos e faixas em que nós mesmos nos enrolamos ou porque fomos enrolados por outros. Temos convicção e desejo de ser livres para caminhar.

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( Prof. FernandoSM. – Rio de Janeiro – fesomor2@gmail.com )