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sábado, 26 de novembro de 2011

ESTEJAM ATENTOS POIS NÃO SABEIS A HORA



27 DE NOVEMBRO – 2011

Comentários–Prof. Fernando


ESTEJAM ATENTOS POIS NÃO SABEIS A HORA
Introdução

            Jesus no Evangelho de hoje, mais uma vez nos lembra a importância de estarmos preparados para quando chegar o momento da nossa partida.
            Paulo em sua carta nos fala de como devemos viver para agradar a Deus. E como já estamos no caminho do Senhor, devemos nos concentrar mais para permanecer  firmes na caminhada  rumo ao Céu. Lembre-se. Ninguém se salva sozinho. Precisamos levar conosco o maior número de irmãos que pudermos. E fazemos isso não só pela evangelização, mais acima de tudo pela nossa vivência, pelo nosso testemunho, pelo nosso bom exemplo de cristãos autênticos, que sempre tenta viver os ensinamentos de Jesus Cristo. Afastando-nos sempre de toda ocasião de pecado, rejeitando a toda oferta por parte dos amigos de vivermos de forma desonesta mesmo que aparentemente não nos pareça estar cometendo nenhum mal.  Fujamos de tudo aquilo que nos afasta de Deus. Mesmo que tenhamos de descontentar os mais agradáveis amigos, amigas, namorados, namoradas. Nenhum prazer terreno vale à pena. Nenhuma alegria desta vida  será melhor do que as alegrias futuras, que nos está sendo reservadas pelo Pai eterno. 
            Vamos ouvir os conselhos de Paulo, e vamos viver na santidade, e nos afastar de toda impureza, imoralidade, e de toda injustiça. Tratando os nossos parceiros  conjugais com santidade e respeito, sem nos deixar ser levados pelas paixões, pela sugestão de toda a  mídia que nos estimula a vivermos de forma pornográfica, sem nenhum limite. Quando assistimos a um filme, a impressão que temos é de que vivemos em uma sociedade que só vive, pensa e respira sexo. Parece que não se pensa mais em outra coisa, a não ser na satisfação do prazer sexual, o qual passou a ser o valor supremo para o ser humano.   
            Caro leitor, cara leitora: apesar de não ser nada fácil, vamos colocar os valores eternos em nossas mentes. E se por uma desventura cairmos nas armadilhas do mundo atual, não desanimemos.  Levantemos e continuemos a nossa caminhada. O que mais conta diante de Deus é o nosso esforço para atingir  a santidade, e viver sempre na sua presença.
            Que Deus nos ajude a estar preparados no dia que o Senhor chegar...
     Sal.
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Palavra  do Senhor é um farol que ilumina a nossa inteligência e nos direciona para que tudo saia a contento.


                                               Somos administradores do reino de Deus aqui na terra. Somos seus empregados, cada um com sua tarefa. O dono da casa nos entregou a sua casa e espera de cada um de nós a realização daquilo que nos foi confiado. Ele pode chegar a qualquer hora do dia ou da noite. “Dormir” seria desperdiçar tempo, recusar oportunidades, ficar na penúria, “deixar a Banda passar e não segui-la”. Não podemos nos acomodar pensando que ainda teremos muito tempo para ser vivido. O tempo urge, a fila anda e cada minuto da nossa existência é precioso para que possamos trabalhar a fim de realizar as obras que o Senhor espera receber das nossas mãos.
                             O Senhor espera de nós obras concretas de misericórdia e de amor. Ele nos motiva e nos dá condições para que isto aconteça. A sua Palavra é um farol que ilumina a nossa inteligência e nos direciona para que tudo saia a contento. Se, realmente, nós vivenciarmos os ensinamentos de Jesus, nós, com certeza, estaremos preparados para nos apresentar na presença do Senhor que virá. Portanto, não durmamos porque o dia já vem clareando. Reflitamos:– Como você está na sua vida: na janela somente vendo a banda passar? – O que falta para você seguir na Banda do Senhor? – Você tem consciência de que Deus espera de você a sua parte? Que parte será essa?
Amém
Abraço carinhoso de
Maria Regina
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Domingo, 27 de novembro de 2011

1º Domingo de Advento

Santos do Dia: Acário de Noyon (bispo), Apolinário de Monte Cassino (abade), Auxílio e Saturnino (mártires), Edvaldo de Cerne (eremita), Facundo e Primitivo (filhos de São Marcelo, centurião romano, mártires), Irenarco, Acácio e Companheiros (mártires de Sebaste, na Armênia), Húmile de Bisignano (franciscano), João de Ravena (bispo), Máximo de Riez (bispo), Secundino de Dunshauglin (bispo), Severino de Paris (eremita), Sifredo de Carpentras (bispo), Tiago Interciso (mártir), Valeriano de Aquiléia (bispo), Virgílio de Salzburgo (monge, bispo), Simeão Metafraste (alto funcionário do Império Bizantino).

Primeira leitura: Isaías 63,16b-17.19b; 64,2b-7
Ah! Se rompesses os céus e descesses!
Salmo responsorial : Sl 79 (80), 2ac e 3b. 15-16. 18-19 (R/. 4)
Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos, para que sejamos salvos!
Segunda leitura: 1 Coríntios 1,3-9
Esperamos a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Evangelho: Marcos 13,33-37
Vigiai: não sabeis quando o dono da casa vem.

A Comunidade judaica, e volta do exílio, enfrenta um grande desafio: reconstruir os fundamentos da nação, da cidade e do Templo. Não era uma tarefa fácil. A maioria dos exilados já se havia organizado na Babilônia e em outras regiões do império caldeu.

A maior parte dos que havia chegado da Judéia cinqüenta anos antes já havia morrido e os descendentes não sentiam grande nostalgia pela terra de seus pais. Os profetas convidavam continuamente o povo a reconhecer os erros que haviam conduzido à ruína, porém, a maior parte dos exilados ignorava os mediadores de Javé. Alguns tomaram a peito o projeto de reconstruir a identidade, as instituições e a vida da nação.

Contudo, não contaram inicialmente com muito apoio. Parecia uma idéia louca e desnecessária: para que voltar a Jerusalém se já não havia remédio… O mesmo ocorre às vezes conosco: vivemos da nostalgia, da saudade do passado, porém não nos comprometemos em transformar a realidade do presente. Lembramos de outros tempos em que se vivia melhor, porém não resgatamos os valores que tornam possível uma convivência humana justa e equitativa.

Jesus faz a seus discípulos uma recomendação que hoje nos surpreende: manter-se despertos. É o oposto do que nós faríamos. Porém, ele tem razão. Se cada um de nós estamos estonteados pelas preocupações mais supérfluas, o perigo é ver passar a hora apropriada para realizar a missão que Jesus nos encomenda.

Jesus, no evangelho, nos ensina a estar alerta contra os que crêem que os ensinamentos cristãos são algo supérfluo. O evangelho deve ser proclamado onde seja necessário, deve ser colocado onde seja visto, deve ser colocado ao alcance de todos. Nossa missão é fazer do evangelho uma lâmpada que ilumine o caminho da vida e nos mantenha em atitude de vigilância.

A interpretação que se dava a estes textos do evangelho que apontam para o futuro ou para a escatologia esteve quase sempre revestida de um sabor apocalíptico e de temor: o Senhor havia estabelecido um prazo que poderia acabar em qualquer momento, imprevisivelmente, pelo qual necessitávamos estar preparados para um juízo surpreendente e castigador que o Senhor poderia abrir em qualquer momento contra nós.

"Que a morte nos surpreenda confessados". Este medo funcionou durante muito tempo, durante tantos séculos, como durou uma imagem mística de Deus, excessivamente calcada pela imagem do soberano feudal, que dispõe despoticamente sobre seus acólitos.

O medo da condenação eterna, tão impregnado na sociedade cristã medieval e barroca, fez com que a "greve de confessionários" pudesse ser, em determinados momentos, uma arma afiada pelo clero contra as classes altas, por exemplo, por parte dos missionários defensores do povo contra os conquistadores espanhóis, donos de escravos.

Provoca risos pensar na eficácia que uma tal "greve de confessionários" poderia ter hoje em dia.... A estrela da "vida eterna", o dilema salvação / condenação eternas, brilhava com sua potencia indiscutível no firmamento da cosmovisão do homem da mulher pré-modernos...

Porém, são tempos idos. Seria um erro enfocar o comentário aos evangelhos, como o que lemos hoje, nessa perspectiva, pensando que nossos contemporâneos ainda são pré-modernos... O estado de alerta, o olhar atento ao futuro que convida ao adoçamento ou à rotina.... sim, é uma categoria e uma dimensão do homem e da mulher modernos. Se o interpretarmos como "esperança", a pertença da mensagem ainda é mais vigente.

Que pode significar "advento" para a sociedade atual? Como nome de um tempo litúrgico significa bem pouco e não haveria de lamentar-se muito nem gastar pólvora inutilmente, pois qualquer dia - talvez mais rápido do que se imagina - a Igreja mude o esquema dos ciclos da liturgia, que clama a gritos por uma renovação.

O que importa não é o tempo litúrgico, mas o Advento mesmo, o "Advenimento" - pois é isso que significa a palavra - o "noch nicht Sein", como diria Ernest Bloch, aquilo cuja forma de ser consiste em "não ser ainda, porém em vias de chegar a ser"... Ateu como era, Bloch construiu todo seu poderoso edifício filosófico sobre a base da utopia e da esperança e apresentou em belas e inesquecíveis páginas a grandeza heróica do santo e do mártir ateu, capaz de dar a vida pela esperança... Egling, na mesma linha do ateísmo, dizia: "O mais real do real, não é a realidade mesma, mas suas possibilidades...".

Depois dos anos 90, estamos em um tempo de "desfalecimento utópico". Com o triunfo do neoliberalismo e a derrota das utopias (não "das ideologias", algumas das quais continuam ainda vivas), a cultura moderna - ou melhor, pós-moderna - castiga o pensamento esperançado e utopista. O ser humano moderno-pós-moderno está sobressaltado. Já não acredita em "grandes relatos".

Foi-nos imposta uma cultura anti-utópica, anti-messiânica, a-escatológica, sem esperança, apesar do brilho sedutor dos produtos da indústria mundial do entretenimento; por trás desse atrativo sedutor do entretenimento, temos a imagem de um ser humano em jejum de toda esperança, que transcenda minimamente o "carpe diem" ou o "desfrute a vida".

Que advenimento ("advento") espera o homem e a mulher contemporâneos? Como viver o advento em uma sociedade que não espera nenhum "advenimento"? Desde já, não reduzindo o advento a um "tempo litúrgico", ou a um tempo pré-natal… Como assim?

A Advenimento que os cristãos esperam não é só o do Natal… Nem sequer é "o céu"… Mas o Reino! Não é outro mundo… É este mesmo mundo… Porém, "totalmente outro"! Os cristãos não podem inculturar-se de todo nesta cultura anti-utópica e sem "grandes relatos", porque somos filhos da grande Utopia da Causa de Jesus, e temos o "grande relato"do Projeto de Deus…

Poderíamos não celebrar o advento, porém não podemos deixar de nos dar as mãos, juntamente com os mártires e santos ateus (sobram poucos) e com os homens e mulheres da terra, de qualquer religião do planeta, para trabalhar denodadamente pelo Advenimento do Novo Mundo.

Cada vez aparece mais claro: criar um Mundo Novo, fraterno-sororal e solidário, sem impérios nem instituições transnacionais ou mundiais exploradoras dos pobres, o que Jesus chamou "malkuta Javé", Reino de Deus, porém dito com palavras e fatos deste já terceiro milênio. Esse é o Advenimento que esperamos, o sonho que nos resta sonhar, o que nos faz estar "alerta".

Oração: Nosso Deus e nosso Pai, ao começar um novo Advento, nós te pedimos que avives a nossa fé, fortaleças nossa esperança e consolides nosso amor, de modo que possamos celebrar, com verdadeira alegria, o nascimento de Jesus Cristo, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém!
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Domingo, 27-Novembro-2011                               Gilberto Silva

Evangelho Mc 13,33-37

“O que vos digo, digo a todos: Vigiai.”


Caríssimos irmãos e irmãs,


Estamos vivenciando a partir de hoje o 1° domingo do advento. Tempo de expectativa e esperança. Tempo de preparação, meditação e VÍGILIA para a chegada do  Senhor Jesus.
Por isso a cor da vela é roxa, lembrando o perdão de Deus a Adão e Eva pelo pecado original como também da nossa atitude de vigilância à espera do Cristo salvador. Rezemos:
A luz de Cristo que esperamos neste Advento enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, consolem quem está triste e encha nossos corações da alegria de preparar sua vinda neste novo ano de graça.
Jesus nos conta uma estória tão comum quanto familiar naquela época, onde os proprietários de terra/patrões viajavam a negócios e deixavam tudo sob o controle dos administradores, requisitando aos mesmos muita atenção, pois não saberiam a data do seu retorno. Jesus faz uma pequena e cirúrgica comparação desta viagem de ida e a perspectiva da volta. Assim falava também de si mesmo, vejamos:
-Ele é o homem que irá partir (viajar).
-A casa e terra deixadas para que cuidem é a sua igreja.
-Os administradores (servos) são os seus apóstolos e o seu povo.
Esta estória, diria até mesmo, é um sermão que está direcionado aos seus apóstolos e seguidores para que estejam sempre atentos e prontos para a ação quando da sua segunda vinda, isto para que os servos estejam sempre vigilantes e prontos para dar o seu melhor e sempre olhassem para o futuro afim de que o mestre ficasse satisfeito na sua volta.
Em contrapartida, aqueles que ficassem alheios a esta perspectiva por preguiça, dormindo ou descuidados estariam sujeitos à desastres de ordem material, física e especialmente espiritual.
O profeta Isaías em 64,4 nos diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aqueles que n’Ele espera.” Como se vê, desde o exílio na Babilônia, que o profeta Isaías já alertava sobre a necessidade da vigilância constante para um dia possa haver a contemplação da bondade de Deus àquele que esperam por Ele.
É Jesus, nosso mestre que ao confiar a cada um de nós os seus dons e carismas, espera a ação de todos quando da sua volta gloriosa ao final dos tempos, com amor e obediência.
Isto posto, nos cabe fazer duas perguntas: Estamos observando passivamente a todas as coisas? Estamos nos preparando com obra, oração e fé para a Sua chegada?
Esta pequena estória nos exorta mais uma vez a estarmos vigilantes e em constante oração. É preparar o nosso coração e fixar nossa mente em Jesus e na Sua palavra, na certeza de que quem espera n’Ele não irá se decepcionar.

Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo.


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“Vigiai!” – Claudinei  M. Oliveira

Domingo,  27 de Novembro
l Leitura: Is. 63,16-17.19;64,2-7;   Salmo: 79/80;   ll Leitura: 1 Coríntios 1,3-9;   Evangelho - Mc  13,33-37


            Inicia-se hoje o Primeiro Domingo do Advento, tempo da espera e da vigilância constante, pois  receberá o menino Jesus para renovar a caminhada na fé do Senhor. Também é tempo de repensar as atitudes de cristão autêntico, capaz de renunciar muitas pegadas da vida que sem perceber, deixa de lado a verdadeira missão  de evangelizar e anunciar um novo Reino de justiça e fraternidade.

            As reflexões deste domingos  alerta para o bem caminhar. Seguir o criador retamente e fazer a vontade do Pai. Caminhar na avenida certa, de modo geral, é abdicar de certos preceitos mundanos que atendem somente o memento presente. Nada contribui para o amadurecimento na fé e na jornada rumo ao céu. São as tentações que rodeiam a vida do cristão, elas são bem atraentes e convincentes, são coloridas e dão dicas de como ser poderoso diante dos pequenos e desvalidos. Assim, embebido pela volúpia do desejo em ser maior e conquistar mais prestígios, o homem troca Deus pelas falsas ilusões. Aliena-se com os prazeres da vida. Mas, quando se acorda para a vida pode ser tarde. 

            Contudo o caminhar do homem que busca a Deus é saber partilhar, amar  e entregar-se para o Reino da Paz. Partilhar com os irmãos as alegrias de saber que descobriu um Deus que nada tem a temer, um Deus amigo e verdadeiro que sempre espera o consolo e a mansidão do coração do aberto para o acolhimento.

            Assim, a espera do Menino Jesus deve ser comemorada com festas e aplausos. Porque se acredita que nova vida possa lhe trazer felicidades e um mundo cheio de esperança. Esperança de consolidar uma sociedade de paz, justiça e igualdade. Não tem outra opção para crer e esperar do novo: sempre se almeja  espaço de tranqüilidade e prosperidade, mas que seja para todos, ou seja, coletivo.

            Isaías já prevalecia de idéias  do encontro com o novo. Porém, rechaçava a vigília constante para o bem acolhimento. Diz o profeta: vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos (v. 4).  Praticar a justiça exige um esforço para o cristão. Sabe por quê? Porque a sociedade prega  tudo ao contrário dos ensinamentos da Lei divina. A justiça do homem sempre preza o lucro, a morte, a tristeza e o desconforto de milhões de irmãos que vivem na marginalidade. A justiça do homem não carrega a alegria de um Deus presente e misericordioso; por isso que aceitar a justiça de Deus é difícil. Ela exige renúncia de todos os privilégios para amadurecer na caminhada. O homem não é nada diante do Criador se não voltar-se para o Sagrado. Isaías ainda afirma: todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento (v. 5). Assim, tudo que o homem fizer na face da terra e não contemplar as vicissitudes do Criador, nada valerá a pena.

            Lego engano pensa o homem de construir impérios e fortunas na vida. Para Deus nada adiantará se não estiver em sintonia com o Projeto vivificador de Jesus. Tudo se tornará imundície e folhas secas levada sem destino com o vento. Ao invés de crescer a arrogância em si, ficais vigilantes para o grande dia, porque o Senhor é nosso Pai que nos modela como oleiro pelas suas mãos, enquanto  nós não passamos de um amontoado de barros nas mãos do Senhor.

            Paulo foi outro missionário, profeta, apóstolo e anunciador  das alegrias de Cristo. Não perdia tempo de disseminar as palavras de fé e da crença em Jesus. Tinha um amor profundo pelos ensinamentos recebidos. Tanto que abandonou sua vida pregressa de cobrador de imposto romano e perseguidor de cristão para tornar-se um homem de Deus. Homem vivo na fé e  na esperança de um novo Reino. Pagou caro na vida pela nova atitude: foi preso, açoitado e morto pelos romanos. Mas deixou uma herança peculiar de motivação para conhecer este Deus-presente com proposta de vida nova. Ao escrever para a comunidade de Coríntios relata que nele (Cristo) fostes enriquecidos em tudo, em toda a palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. (v. 6) Não agüento e vou escrever: que lido pronunciamento!!! Que lindo testemunho!!! Somente quem realmente viveu esta dinâmica é capaz de falar de Cristo com dedicação e carinho. Paulo foi de opositor aos cristãos à amante de corpo e alma do povo de Deus. Isto é RENÚNCIA. Isto é ENTREGAR-SE. Isto é AMAR APAIXONADAMENTE.

            Viver na vigília é não ter medo de falar de Deus. As coisas boas do Senhor devem ser anunciadas aos quatro cantos do mundo com veemência. As coisas boas de Cristo devem perpassar os limites das paredes das igrejas: todos têm que conhecer para não  ficarem surpresos com a vinda do Senhor. Olha que Marcos evangelista adverte: Cuidado! Ficai atentos,
porque não sabeis quando chegará o momento
(v. 33). Não se sabe o momento em que  irá apresentar para o Pai, talvez seja  cedo, no meio da tarde, ao escurecer ou até ao amanhecer. Tem que ficar vigilante como empregado  em sentinela para resguardar as coisas do patrão.

            A parábola de Jesus é oportuna. Ao sair em viagem ao estrangeiro o patrão delegou tarefas aos seus subordinados e pediu que ficassem atentos, pois não saberia quando voltasse. Assim não pegaria os empregados dormindo, ou seja, descuidados das tarefas direcionadas. Jesus finaliza a parábola dizendo: O que vos digo, digo a todos: Vigiai! (v. 37). O sentido da palavra vigie é dar atenção redobrada para a fé. Enquanto cumpre-se a tarefa do dia-a-dia não se esquecer das obrigações de cristão: sempre servir com equidade e não querer somente para si as regalias de uma vida desregrada. A preparação para o grande dia não se faz de uma hora para outra, ou já no final da vida, a preparação se faz a vida toda. A preparação para aguardar o Pai é o amadurecimento na fé cotidianamente. A vigilância deve ser total. Não pode deixar enganar-se pelas facilidades da vida e trocar  Deus por banalidades terrenas. A vida é uma conquista momentânea. A verdadeira vida acontecerá na plenitude após a morte terrena.

            Portanto, prepare-se sua casa para receber o Deus da vida. Não saberá quando Ele vai chegar. Faça do mesmo modo quando está afoito para receber uma visita de um parente distante: prepare o quarto de hospede, lava bem a casa, enche a dispensa de alimentos e coloca o sorriso no rosto, pois a visita distante merece uma boa acolhida. Assim, faça a mesma coisa com o Pai: deixa o coração bem leve e sem mágoa com o irmão, arrependa-se dos pecados, zela pelas pessoas ao seu redor  com amor, cumpre o papel de um cristão que quer realmente conhecer a verdadeira libertação num Reino de Justiça e feliz. Por conseguinte, jamais esquece: a vida terrena é passageira, pois a verdadeira vida se consolidará junto do Pai. Vigia sempre. Amém!
Que Deus visite ao seu lar através do menino Jesus e o encontre feliz. Abraços. Claudinei M. Oliveira.
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Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas.

Enviado por Vera Lúcia


Este Evangelho narra três coisas que Jesus fez, todas nascidas da sua compaixão pelo povo. 1) Ele percorre todas as cidades e povoados, ensinando o Evangelho e curando a todos os doentes. 2) Vendo as multidões, cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor, reclama da falta de operários e pede que rezemos nesse sentido. 3) Escolhe os doze Apóstolos e os envia em missão.
Hoje, as multidões são ainda maiores, e continuam faltando operários. Que nós também sintamos compaixão e ouçamos o apelo, primeiramente para rezar, e depois para agir, dentro das nossas possibilidades. “Jesus, fogo ardente de amor e de ardor apostólico, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!”
De acordo com o plano de Deus, a salvação do mundo está nas nossas mãos. É Deus que a realiza, mas através de nós. Como Jesus chamou os apóstolos, Deus continua chamando homens e mulheres, jovens e crianças, em todos os tempos e lugares. Muitos são insensíveis, como na parábola do samaritano, passam ao lado dos abandonados e não se tocam, ou melhor, não sentem o toque de Deus, porque estão com mil outras coisas na cabeça.
“O mundo passando fome, passando fome de Deus, a decisão é tua.” No batismo e na crisma, todos já fomos chamados e enviados por Deus. Ganhamos um tesouro preciosíssimo, mas não para guardá-lo só para nós, e sim para distribuí-lo.
“Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Um trabalho que todos podemos fazer, e por isso ninguém tem desculpa diante de Deus, é a oração. “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” Você rezou hoje, pedindo operários para a messe do Senhor?
O Evangelho fala que, ao chamar os doze, Jesus deu-lhes poder, isto é, capacitou-os para a missão que lhes dava. Claro, qualquer patrão que pede um serviço ao empregado, dá-lhe os meios e, se o empregado não sabe, o patrão ou patroa ensina. Por isso, a desculpa de que não sabemos, ou não temos condições, é furada. Agora, Deus só mostra o passo seguinte para quem já deu o primeiro passo. Se a pessoa fica sentada, esperando uma orientação mais clara de Deus, esta não vem nunca.
“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel.” São os católicos afastados que nós devemos ir buscar primeiro.
“Anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo.’” Está próximo porque Deus o realiza naquela hora. Não podemos deixar para amanhã a nossa conversão, pois poderá ser tarde demais. Deus nos visita todos os dias, e quer frutos da nossa parte. Cada vez, a passagem de Deus é diferente, e é uma oportunidade única, que não podemos perder.
“Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios.” O cristão não só anuncia o Evangelho, mas o pratica. A nossa dedicação ao próximo é integral, ao seu corpo e à sua alma, como Jesus fazia.
Nós não podemos salvar o mundo, mas podemos ajudar aquela pessoa que Deus coloca no nosso caminho.
Anos atrás foi feita uma pesquisa entre jovens universitários de uma cidade, para saber por que houve uma inversão: antigamente a maior procura era pela medicina, e hoje a maior procura é pela odontologia.
As razões apresentadas pelos entrevistados foram as seguintes: Os honorários do médico são geralmente tabelados, enquanto os do dentista são livres. O dentista é mais livre, podendo, por exemplo, viajar no fim de semana, enquanto o médico é mais preso aos seus pacientes, encontrando dificuldade até para fazer férias, às vezes.
Como vemos, pelo menos naquela cidade, os jovens se mostraram bastante egoístas, pois, na escolha da profissão, pensaram mais em si mesmos do que nos outros.
Será que não está aí um motivo por que faltam operários na messe do Senhor? Mas esses jovens entrevistados estão enganados. Jesus prometeu cem vezes mais a quem renunciar aos bens da terra para colocar-se a serviço dele e do seu Reino.
Maria Santíssima é a Rainha dos missionários, pois ela nos deu Jesus, o Missionário do Pai. Não só o gerou, mas o apresentou aos pastores, aos reis magos, aos que estavam no Templo e a tantas outras pessoas. E continua sendo missionária, nos diversos santuários marianos espalhados pelo mundo. Santa Maria, rogai por nós!
Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas.
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Homilia do D. Henrique Soares da Costa – I Domingo do Advento

Mais uma vez, irmãos caríssimos, a bondade do Senhor nos dá a graça de iniciarmos um Ano Litúrgico com este sagrado Tempo do Advento. Como todos sabeis, nestas duas primeiras semanas das quatro que nos preparam para o Santo Natal, a Igreja nos recorda que o Senhor, que veio a Belém, virá no final dos tempos como Juiz, na sua bendita Parusia, isto é, na sua Vinda gloriosa. E é essencial, amados irmãos, que os cristãos nunca esqueçam isto: o Senhor virá, e o caminho da criação e a corrida da nossa vida neste mundo são uma peregrinação ao seu Encontro. Nada nem ninguém tem neste tempo, nesta existência, morada permanente: caminhamos para o Senhor, somos filhos daquele Dia bendito, Dia do Cristo Senhor! Sabemos que “a noitedeste mundo vai adiantada e o Dia vem chegando”, Dia de luz, Dia de salvação, Dia no qual o Reino que Cristo plantou com seu piedoso nascimento, morte e ressurreição, haverá de se manifestar com toda a sua força e toda a sua glória! Por isso mesmo, como são belas as palavras da antífona de entrada, colocada no Missal para esta primeira Missa do novo Ano da Igreja: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado; pois não será desiludido quem em vós espera!”Eis a atitude do cristão diante deste Dia que vem, Dia que é o próprio Cristo glorioso: caminhar bem firme neste mundo com a alma elevada para o Senhor, sabendo que ele virá ao nosso encontr, e nossa existência é uma preparação para este momento – por isso mesmo a oração inicial desta Celebração eucarística pedia a Deus a graça de “acorrermos com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem”. Sigamos, portanto, meus caríssimos, sigamos o conselho do santo Apóstolo: “Procedamos honestamente; revesti-vos do Senhor Jesus Cristo!” Neste tempo entre seu Natal e sua Parusia, vivamos uma vida de contínua conversão: “Nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades”, nada de egoísmo que nos fecha aos irmãos, nada de descaso para com os mais fracos e feridos desta nossa vida! Se vivermos realmente assim, com os olhos fitos nAquele que vem, conscientes de que caminhamos para ele e dele dependemos, tudo ganha um novo sentido, meus caros, e nós teremos uma verdadeira liberdade e maturidade diante dos desafios da vida!
Irmãos meus em Cristo Jesus, diante de tantos sinais de impiedade e desprezo de Deus e da dignidade humana no mundo atual, muitos de nós pensam que o mundo está perdido, parecendo uma nau sem rum; muitos talvez sejam tentados a perder a esperança e a não mais ver que o Senhor dirige a história humana. Não, caríssimos: o mundo foi definitivamente salvo pelo Senhor, o mundo caminha para o Cristo Jesus, Princípio e Fim de tudo – esta é uma certeza certíssima da nossa fé cristã! Neste sentido, como não nos encher de esperança e paz escutando as palavras de Isaías profeta, que falava pensando na vinda do Messias – vinda em Belém e vinda no final dos tempos? O que diz o Profeta? Que mistério anuncia? Que esperança suscita em nosso coração? “Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da Casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todos os povos. De Sião provém a Lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor.” Que significam estas palavras, meus irmãos? Esta Casa do Senhor colocada no mais alto dos montes é o novo Israel, a Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito; esta Igreja, nossa Mãe católica, da qual vem a Lei (não mais a de Moisés, mas a lei do Espírito que dá vida, a lei do amor); dessa Casa do Senhor vem a Palavra, que é o próprio Cristo, anunciado na Liturgia e dado e recebido nos sacramentos! Como é impressionante, quanto é consolador escutar o Profeta anunciando que a esta santa Casa do Senhor “acorrerão todas as nações”. Sim, pois o desejo do nosso Deus é que, crendo em Cristo e recebendo o santo Batismo,“todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). O cristão não deve impor sua fé a ninguém, mas também não deve nunca deixar de anunciar com a palavra e testemunhar com a vida esta esperança que se encontra em Cristo Jesus, Salvador de todos e único Caminho da humanidade. É nossa missão de discípulos de Cristo: sermos seus missionários, sermos suas testemunhas, anunciando o seu santo Nome e a salvação que ele trouxe a toda a humanidade!
Pois bem, meus amados, caminhemos neste mundo como aqueles que têm esperança porque alicerçaram em Deus e no seu Cristo a sua vida! Como seria triste, quão grande seria a infidelidade nossa se, esquecidos daquilo que o Senhor nos promete e nos prepara, nos entregássemos a uma vida leviana, acomodada, morna, desatenta ao amor do Senhor e aos seus apelos! Como seria grave pecado de nossa parte simplesmente viver e pensar e agir como os outros, que sem conhecerem a Cristo, não têm esperança! Jesus nos exorta gravemente a que vigiemos, a que estejamos sempre atentos à sua Vinda: Vinda no Fim dos tempos, mas também aquelas vindas de cada dia, nos tantos apelos que ele nos faz!
Falando desta Vinda, que advertências tão sérias ele nos dirige no Evangelho deste hoje: “A Vinda do Filho do Homem, isto é, do Juiz de tudo, será como no tempo de Noé: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca” – em outras palavras: a Vinda do Senhor acontecerá no dia-a-dia de nossa vida, de modo que devemos viver à luz desse Dia, como filhos desse Dia! E mais: “Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada”. Compreendeis, irmãos? Estarão trabalhando no campo ou moendo no moinho, fazendo coisas tão normais, tão pequenas, tão de cada dia, como nós… E, no entanto, o Senhor virá inesperadamente… E vede que este Dia será de discernimento, de discriminação, de separação: um será levado com o Senhor; outro será deixado longe do Senhor, na perdição!
Caríssimos, cuidemos de viver de tal modo que não sejamos deixados! Fiquemos atentos, não durmamos, como aqueles que não têm fé! Quem dorme? Dorme quem vive no pecado, dorme quem repousa na infidelidade, dorme quem justifica sua mediocridade espiritual, dorme quem não leva o Senhor a sério, dorme quem não rompe com as obras das trevas! Não durmamos: vigiemos! “Vigiai, porque não sabeis a que hora vem o vosso Senhor!” Que este santo Advento nos dê a graça de retomarmos a fé, o ânimo e o espírito de vigilância, para estarmos preparados para o encontro com Aquele que vem.  Amém
D. Henrique Soares
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Homilia do Padre Françoá Costa – I Domingo do Advento
O nobre domínio da temperança
Começou mais um ciclo litúrgico. Reviveremos os mistérios da vida de Jesus Cristo através das ações sagradas da Igreja realizadas no culto divino que é, ao mesmo tempo, glorificação de Deus e santificação dos homens e das mulheres. O Tempo do Advento é a preparação necessária para encontrar-nos novamente envolvidos por tão grandes ações salvadoras do nosso Deus.
O texto que a Igreja oferece à nossa consideração contem um chamado de atenção muito forte: “Vigiai (…), para que vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,36). O Senhor Jesus virá pela segunda vez (Parusia). Nós não sabemos quando, ninguém neste mundo o sabe, a ninguém foi revelado. Mas é certo, ele disse que virá e… virá! A tensão alegre do Tempo do Advento nos convida a uma constante vigilância: não podemos dormir no ponto, não devemos ser pessoas transtornadas pelo torpor das coisas perecíveis. Devemos seguir aquele conselho tão sábio de um Padre dos inícios do cristianismo: “Sê sóbrio como um atleta de Deus: o prêmio que se oferece é a imortalidade e a vida eterna, na qual crês firmemente” (S. Inácio de Antioquia).
Uma das chamadas “virtudes cardeais” mais importantes para manter-nos como atletas de Deus é a temperança. Esta virtude nos ajuda a ter um nobre domínio sobre nós mesmos e, em consequência, a sermos cada vez mais livres. Uma pessoa com nobreza de espírito é necessariamente temperada. A temperança é a virtude que reúne em torno a si a modéstia, a sobriedade, a castidade, a vergonha, a honestidade, a abstinência, a mansidão, a clemência, a estudiosidade, a eutrapelia. Cada uma dessas virtudes mereceria uma reflexão, mas vamos contemplá-las desde a perspectiva da virtude da temperança.
A nossa inteligência e a nossa razão foram iluminadas pela fé e, desde então, há em nós uma facilidade para compreender melhor tanto as coisas humanas quanto as realidades divinas. Todo o nosso ser, no batismo, experimentou a vida nova de Cristo: nós somos novas criaturas! Daí o desejo de viveremos uma vida nova, de corresponder a tantas graças que o Senhor nos tem concedido. Nesse contexto de fé, a virtude moral da temperança é aquela disposição ou força interior que modera a nossa inclinação aos prazeres sensíveis, mantendo-os dentro dos justos limites de uma razão que foi iluminada pela fé. Ao ser uma virtude humana, ela deve ser praticada por todos os seres humanos, e não somente por aqueles que são cristãos. Naqueles que são batizados a temperança foi elevada pela graça e fortalecida pelas virtudes teologais.
Quem quiser esperar o Senhor Jesus numa vigilante expectativa tem que viver a temperança, pois é através dessa virtude que nós nos preparamos para que o Senhor não nos encontre dormindo no mundo dos pecados e vícios. Dormindo? Sim, porque o pecado é o mundo da negação, da fantasia, da ilusão, do torpor, do não-ser. Uma pessoa que pensa que está sendo feliz enquanto come desmedidamente, pode até sê-lo, mas por pouco tempo. E depois, o que ficará? Dores de barriga, problemas estomacais, gordura, problemas de coração, ansiedades. O vicio nunca pode fazer o ser humano feliz. Uma pessoa que não consegue moderar o desejo sexual e se sente “livre” para fazer o que quiser, não durará muito para que experimente a escravidão da sua própria libido. Além disso, virão as DST e outros problemas funcionais.
A temperança é a virtude dos senhores e das senhoras de si mesmos, dos atletas de Deus, daquelas pessoas que não querem ser escravas de si mesmas e das próprias inclinações. Custa? Claro que sim: é muito mais fácil pecar que não pecar, ser virtuoso que não sê-lo, ser infeliz que feliz. Mas nós fomos criados para a felicidade e para a autêntica liberdade.
Olhando a cultura contemporânea, não é difícil descobrir que as coisas que mais prendem as pessoas são o sexo, o dinheiro e a comida. Das três, os prazeres sexuais e os deleites da gula são as inclinações mais fortes do ser humano. Efetivamente, Deus quis unir à alimentação e à reprodução prazeres que facilitassem a conservação da espécie humana. O problema não é o prazer em si mesmo considerado. O prazer em si é bom, mas é bom somente dentro dos limites da virtude da temperança. É sabido por qualquer cristão, por exemplo, que o prazer sexual que acompanham as relações íntimas entre marido e mulher unidos em santo matrimônio é santo e santificador. Ninguém em são juízo condena o sexo dentro do matrimônio e o prazer que ele produz. O problema é quando as coisas finalizadas por Deus na direção da verdade, do bem e da beleza começam a ser usadas com finalidades motivadas pelo egoísmo.
“Vigiai (…), para que vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,36). Vamos preparar-nos para a Parusia do Senhor preparando o seu Natal.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria – I Domingo do Advento
VIGILÂNCIA
Nesse Domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é tempo de preparação e de esperança.
A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” ( LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, a fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.” (Is 2,5).
O Evangelho (Mc 13,33-37) é uma exortação à vigilância constante para preparar a vinda do Senhor.
Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza a luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes de nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!
“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento” (Mc 13, 35). Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem” (Mc  13, 35).
Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl24).
Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.
Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento  se não contivesse algum grande mistério.
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
- os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia … pratica esportes … mas não sobra tempo para Missa.
- trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem. Nesse Natal, serão realmente felizes… as pessoas, em quem Cristo encontrou lugar para nascer!
Mons. José Maria Pereira
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A nossa vida deve ser um eterno caminhar em busca da terra prometida por Deus – Maria Regina.

                                 Jesus nos exorta para que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade que se confundem com a mentalidade que o mundo nos impõe de que temos de permanecer para sempre instalados aqui na terra. Na verdade, se pensarmos bem nós chegaremos à conclusão de que aqui estamos apenas, de passagem. A nossa vida é um estágio, dura muito pouco, no entanto, necessitamos ter consciência do valor do tempo que temos e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para bem viver a nossa existência terrena.
                            Por isso, em todos os dias, precisamos pesar, medir e contar os nossos atos, as nossas intenções, pedindo ao Senhor graças para que sejamos encontrados no nosso posto quando Jesus voltar. A nossa vida deve ser um eterno caminhar em busca da terra prometida por Deus. É uma luta constante, por isso, nunca chegará o dia em que poderemos descansar e nos refestelar crendo que já cumprimos toda a nossa missão. A cada dia o Senhor nos mostra algo novo para ser vivenciado e nos renova a fim de que possamos assumir a obra que Ele nos designou.
                         O compromisso que nós assumimos com Deus vai sendo cumprido na medida em que nos relacionamos com o nosso próximo e o amor que vivenciarmos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. “Por isso, também, fiquemos preparados,” porque é esta a mensagem do Senhor hoje para nós! Reflitamos: – Você costuma se perturbar quando lhe falam da morte? – Você tem desejo de eternidade? – Será que seria bom viver somente aqui para esta vida: o que você acha disso? – Você é vigilante? – O que você espera do seu futuro? – O que você acha que Deus ainda vai entregar a você, como compromisso.
Amém
Abraço carinhoso
Maria Regina 


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Vigiai pois não sabeis a hora... - Rita Leite
Sexta-Feira 11 de novembro
Leitura do livro da Sabedoria 13, 1-9
Evangelho Lucas 17, 26-37
Todo conhecimento deve nos aproximar mais de Deus, a contemplação da criação deve aumentar nossa fé em Deus pai criador. Ao contemplar a beleza da natureza devemos refletir no grande amor que Deus Pai tem por nós. Através do que é visível enxergar aquele que é. Se a obra da criação nos fascina, nos encanta por sua beleza devemos concluir que mais belo é aquele que tudo criou. A beleza das criaturas nos mostra quão bela é Deus criador de todas as coisas. Tanta beleza é apenas o testemunho visível do Deus invisível. Que a sabedoria nos ajude a contemplar na natureza e na obra da criação, a presença e ação do Deus vivo que vai conduzindo a humanidade.
O Evangelho nos chama a vigilância para que não sejamos pego de surpresa. Enquanto esperamos a vinda gloriosa do Filho de Deus precisamos estar vigilantes, ir construindo o reino já aqui na terra. Jesus se manifesta onde há a verdade, a justiça, a paz a solidariedade. Devemos colocar nossa vida em doação de amor para que o reino de Deus se expanda por todo o mundo. O discípulo de Jesus deve ter atitude de quem está em constante vigilância, pois as forças do mal sempre estarão presentes tentando nos afastar do caminho de Deus. O comodismo não pode fazer parte da vida dos seguidores de Jesus, pois se assim agirmos seremos seduzidos pelos falsos valores deste mundo. Esperamos a manifestação de Jesus numa atitude de fé buscando aquilo que edifica nossa vida e deixando de lado tudo que nos afasta do reino de Deus.
Em Cristo
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Não sabereis o dia nem a hora - Claudinei
"Ficais atentos para a chegada do Senhor" – Claudinei M. Oliveira
       
Quarta - feira, 19 de Outubro de 2011.
                                     
Evangelho –   Lc   12, 39-48


                No Evangelho de hoje Lucas apresenta para sua comunidade a advertência feita aos religiosos do judaísmo. Toma como exemplo e repassa para os líderes das comunidades o diálogo que Jesus fez com os fariseus e doutores das Leis. Ficais atentos, pois não sabeis nem a hora e nem o dia em que o ladrão poderá adentrar em sua casa. A vigília é uma constante na vida da pessoa. Deve atentar-se para a Palavra para não ficar em situação vexatória diante do Senhor.

                O filho do Homem pode chegar a qualquer momento. Com estas palavras Jesus alerta os fariseus para tomar atitudes e posturas corretas diante do Templo e do povo. Acreditar que tudo pode e tem o poder para castigar os subalternos, pode custar caro se não prevenir a chegada do Criador. Nada ficará as escondidas do Pai. Ele  cobrará tudo pelas ações grosseiras de maus tratos aos subordinados.

                Lucas ao refletir com sua comunidade sobre esta passagem, leva aos líderes a paciência e a preparação contrita naquele que tudo pode e fortalece. Os líderes devem ter em seu coração  a bondade e a sensatez de descortinar o horizonte dos fieis que almejam encontrar o Deus vivo e transformador. Para criar atitudes de acolhimento e espera do salvador os líderes necessitam cativar sempre o amor e a oração comunitária coletiva.

                Os exemplos dos fariseus não podem ser seguidos. Os exemplos farisaicos trituram as possibilidades de aproximar do Senhor. São exemplos que descompromete com o projeto de salvação e com o Reino de Deus. As vicissitudes dos fariseus se auto-prevalecem e não  libertam o povo que tanto precisa de um novo mundo com nova história.

                As exigências são cobradas daqueles que conhecem e são enviados para levar os ensinamentos do Senhor. Porém, não foram cobrados somente dos fariseus e doutores das Leis, nem tão pouco dos líderes da comunidade de Lucas, mas nós somos exigidos e cobrados para prepararmos também o dia da Graça do Senhor. Enquanto conhecedores dos Evangelhos, sabemos que morreremos para o Senhor e que antes da morte devemos ter preparado o caminho. Devemos levar as reflexões para todos os confins da terra e fazê-las ser ouvidas por todos os crentes em Cristo e não-crentes. Não devemos privar da Palavra, escondê-la, apossá-la ou retê-la. Devemos ficar atentos para que o dia em que fomos chamados, possamos estar preparados para estar diante do Senhor.

                Portanto, servimos com amor e retidão a missão de abrir o coração de cada pessoa para atentar-se para Deus e viver no amor fraterno em comunidade. Assim, seremos bons líderes atentos para a chegada de Deus. Que assim seja, amém!

-- 
Claudinei M. de Oliveira
Tenha a Paz de Cristo em seu Coração!
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Ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor.



            Prezados irmãos. Como já sabemos,  quando morremos, a nossa alma tem dois destinos: Nós iremos para o inferno, ou para a vida eterna. Isto foi o que explicou o Filho de Deus.
Quando chegar  a nossa hora, se estivemos em pecado mortal, certamente mereceremos o inferno. A menos que nos arrependamos e peçamos perdão sincero, ou que tenhamos a felicidade de seremos absolvidos por um sacerdote, minutos antes da partida.
            Por outro lado, se estivermos em estado de graça, iremos para o Céu. Talvez tenhamos de passar um tempo no purgatório para nos purificar dos pecados leves primeiro. Isto é o que nos ensina a doutrina da Igreja Católica.  
            A liturgia de hoje nos chama a atenção para essa realidade a respeito do futuro da nossa alma. E Jesus nos adverte com vários exemplos, nos avisando que precisamos estar preparados para aquele momento que ninguém gosta de pensar, mas que nenhum de nós poderá fugir, ou evitar.
“Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho de Deus virá”.
            São Paulo em sua carta nos recomenda a viver tranqüilos diante das angústias e tribulações desta vida terrena.  E já que agora estamos firmes nos caminhos do Senhor, deveremos permanecer fiéis, e sempre agradecer a toda alegria que nos vem de Deus. Esse Deus maravilhoso que fez de nós maravilha, nos dando tantas coisas, tantas alegrias. Vamos permanecer firmes na fé, constantes da oração, e perseverantes nas leituras da palavra, e acima de tudo nas leituras de sua explicação, ou seja, ler sempre muita reflexão, através das liturgias diárias. Somente assim, e assistidos pela luz do Espírito Santo, podemos estar preparados não só paro momento final da nossa vida, mais também para iluminar outros irmãos a respeito dos mistérios de Deus, e de suas promessas ao nosso respeito.
            É indispensável o viver na presença de Deus, e sempre em harmonia com o irmão, deixar que O Pai dirija os nossos passos, nos conduzindo diariamente a tomar as decisões certas, nas horas certas, sempre com o objetivo maior de sermos úteis ao Reino de Deus, produzindo os frutos necessários à sua permanente construção. Amém.
Sal. 

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NÃO SABEIS A HORA EM QUE VIRÁ O SENHOR.
A liturgia deste I Domingo do Advento apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.

A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.

A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.

O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.
Leituras Primeira Leitura - Livro de Isaías (Isaías 2, 1-5)
Um olhar, ainda que desatento, para o mundo que nos rodeia, revela que estamos muito longe da terra ideal de justiça e de paz, construída à volta de Deus e da sua Palavra – apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter vindo ao nosso encontro há já dois mil anos… O que é que nos impede ou, pelo menos, atrapalha  a chegada desse mundo de justiça e de paz? Que eu posso fazer para que o sonho de Isaías – o sonho de todos os homens de boa vontade – se concretize?
1Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém.
2No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, 3e os povos virão em multidão: Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas. Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra.
5Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor. - Palavra do Senhor.
Palavra do Senhor
Salmo Responsorial - Salmo 121
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Que alegria quando me vieram dizer:
Vamos subir à casa do Senhor...
Eis que nossos pés se estacam diante de tuas portas,
ó Jerusalém!

Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"

Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo a lei de Israel,
para celebrar o nome do Senhor.
Lá se acham os tronos de justiça,
os assentos da casa de Davi.

Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"

Pedi, vós todos, a paz para Jerusalém,
e vivam em segurança os que te amam.
Reine a paz em teus muros,
e a tranquilidade em teus palácios.

Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"

Por amor de meus irmãos e de meus amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
nosso Deus, pedirei para ti a felicidade.

Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Segunda Leitura - Carta de São Paulo aos Romanos  (Romanos 13, 11-14)
A questão fundamental que está em jogo na Segunda Leitura é a da conversão: os crentes são convidados a deixar a vida das trevas e embarcar, decididamente, na vida da luz… As “trevas” caracterizam essa realidade negativa que produz mentira, injustiça, opressão, medo, cobardia, materialismo; a “luz” é a realidade de quem vive na dinâmica de Deus… Falar de “conversão” implica falar de uma transformação profunda das estruturas e dos corações… Quais são, na sociedade, as estruturas que são responsáveis pelas “trevas” que envolvem a vida de tantos homens? O que é que na Igreja é menos “luminoso” e necessita de conversão? O que é que em mim próprio é necessário transformar com urgência?
Irmãos,
11Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé.
12A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.
13Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes.
14Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.
Palavra do Senhor.
Proclamação do Evangelho, segundo Mateus (Mateus 24, 37-44)
O Evangelho que nos é proposto apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”… Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios (quanta gente, ao domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade cristã); fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais (quanta gente trabalha quinze horas por dia e esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor); fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais (quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso: é o governo ou o Papa que têm que resolver a situação)… E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos:
37Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem.
38Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca.
39E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem.
40Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado.
41Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada.
42Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.
44Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.
Palavra da Salvação.
Comentário
Vem Senhor Jesus!
Advento

Iniciamos um novo Ano Litúrgico, iniciamos o tempo do Advento. Primeiramente, Advento nos evoca: espera, conversão, promessas, libertação, Salvador, esperança e Maria Virgem grávida. Isto é, uma mensagem feliz. Recorda-nos os hinos litúrgicos: “Céus, chove a vossa justiça”, porque o mundo “envolvido em sombria noite, procurando vai uma esperança”.

Os seguidores de Jesus possuem uma capacidade infinita de Advento. Cremos num futuro ditoso marcado por Deus para o homem. Que estranho é que entre nós tenha tanta gente sonhando e lutando por um mundo melhor? Com o Evangelho na mão, as utopias são criveis.

Palavra do Advento

Sem adentrarmos em caminhos teológicos, distinguimos “três vindas do Senhor”: a vinda primeira para fazer-se carne entre nós; a vinda ao final da história; a vinda da cada hora e a cada acontecimento da graça.

No primeiro domingo de Advento, adquire relevo a vinda que chamamos do “final dos tempos”. Fica, todavia velado o gozo da vinda no Natal. Duas imagens - o ladrão e o tempo de Noé - ilustram a necessária atitude de vigilância ante a vinda: o momento é incerto e estamos a caminho. Os tempos de Noé, na Bíblia, eram exemplos de despreocupação, de frivolidade, de geração corrompida. Enquanto, o  alerta ante o ladrão ilumina o tempo de preparação, de vigilância, de preocupação. Estar sempre vigilantes nos permite ter bom tino em nossas decisões vitais.

De São Paulo recebemos a sacudida. “É hora de despertar, como em pleno dia”. O motivo é insistente: “a salvação está perto”. E o rubrica o profeta: “Ao final dos dias, estará firme a casa do Senhor”. Tão feliz será tudo que “das espadas forjarão arados e das lanças, foices”. Que reconfortante resulta contemplar estas palavras de Isaías na porta do edifício central da ONU. Cabe utopia mais sugestiva?

Para a vida

Toda uma mensagem de esperança.

Por que a agonia, o tempo final, tem dado suporte à pregação do medo, do temor, da angustia? Porém se o que esperamos é o que nos foi prometido pelo Senhor. Se Cristo já veio, e está conosco; se caminhamos para um momento último que já possuímos e para o qual já nos dirigimos, em esperança, para o êxito total.

Como Maria, ouvimos que nos é dito: “O que te disse o Senhor cumprir-se-á”. Ou escutamos do Mestre: “Quero que onde eu estou estejam também os que me deste”. Como não esperar que Deus nos diga ao final: “Vinde, benditos”?

Esta graça não é graça barata

Como na espreita do ladrão, devemos estar vigilantes. Vigiar é estar acordado, procurar, cair em conta. O contrário é cansar, adormecer, cair na preguiça, na frivolidade. Não estamos na apatia de uma “sala de espera” senão na tensão prazerosa do encontro, a ponto de tocar às pessoas queridas, tão desejadas.

Não basta passar a vida, mais passa-la bem: sempre atentos na oração, na escuta dos que sofrem, sabendo discernir o que Deus quer de nós. Como não nos vai molestar, por exemplo, que tantos filhos de Deus estejam naufragados na dor, na solidão, na exploração, na miséria? Não podemos permanecer como abatidos enquanto cresce a maré dos que se afastam de Deus, às vezes, até, entre os nossos. Não é possível que sigamos adormecidos - ou procurando explicações ideológicas - quando as pesquisas produzem dados arrepiantes: a Igreja, em países do ocidente, está no nível mais baixo de credibilidade.

Diz-nos São Paulo: “É hora de despertar”.

Apesar de tudo, é hora de utopias.

Claro que o mal, a morte, o medo, o fracasso nos acossam por todas as partes. Desde outro ângulo, inclusive nos os cristãos estamos, com freqüência, metidos em preocupações frívolas ou em inquietudes legítimas, sim, mas elementares: o trabalho, a economia, os meus, a saúde.

No entanto, a esperança cristã no Advento se lança acima: procura o excelente, o que mais se adapta ao que Deus quer. No cristão, as utopias tornam-se possíveis; há muitos crentes que sonham e lutam, que confiam num futuro mais justo. Que instituição pode apresentar, como a Igreja, um plantel de pessoas generosas, entregues, lutadoras, mártires? Quem disse que não é possível sonhar e alargar a esperança? Diz a Palavra e repete a liturgia: “Se aproxima nossa salvação”.

Vamos celebrar a Eucaristia. Vinda real, misteriosa, do Senhor a nós. E o faremos como nos indica São Paulo: “até que o Senhor volte”, até o final da história.

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É sempre a vinda do filho do homem
Advento não é simplesmente tempo de preparação para o Natal. O comércio, aliás, já está se preparando para o Natal há bastante tempo. Advento significa vinda, chegada. É tempo de celebrar a vinda de Jesus, do Senhor, do Filho do Homem. O Natal é apenas o momento e a motivação privilegiada para, nos quatro domingos, celebrarmos essa vinda.
Para as comunidades primitivas, a destruição de Jerusalém e do Templo ocorrida no ano 70 significou uma vinda do Messias Jesus, o “Filho do Homem”. O cristianismo nasceu da religião judaica, centralizada até então no Templo de Jerusalém. Assim, a destruição da cidade e do Templo, embora tenha sido um grande choque também para os cristãos, um fim de mundo, abriu, ao mesmo tempo, novos horizontes, foi um novo começo.
Todo acontecimento, de pouca ou grande monta, deve ser considerado uma vinda de Jesus. Em tudo o que acontece, ele está vindo ao nosso encontro, está mostrando-nos nova esperança e novo caminho, está lançando diante de nós um desafio e pedindo de nós a resposta de uma atitude nova, diferente. Nós é que muitas vezes não percebemos.
Estaremos preparados para o encontro final com Jesus se soubermos atender a esses apelos que ele nos faz por intermédio dos fatos.
1ª leitura (Is. 2,1-5)
Em meio às guerras e ameaças de guerra, o profeta fala da Lei divina e da comunidade de fé, chamada de Sião ou Jerusalém. Tanto a do seu tempo como a de hoje devem ser esperança e luz para todas as nações.
A maneira pela qual Isaías fala de Sião ou Jerusalém, da “montanha da casa do Senhor”, de onde vem o ensinamento, a lei de Deus para todas as nações, dá a entender que ele pensa mais numa comunidade ideal do que na realidade física da cidade. Isso se torna claro até pelo fato de falar de um futuro, “nos últimos dias”.
A “montanha da casa do Senhor” não é apenas aquela montanha que chega a 800 metros acima do nível do mar Mediterrâneo (onde está Jerusalém), mas um lugar de encontro com Deus que se situa muito acima de qualquer alta montanha ou serra; é uma comunidade de fé ideal, presença de Deus no mundo. Essa é que atrai para si todas as nações.
Todos vão à sua procura para encontrar os melhores caminhos. Todos querem aprender dela. Todos buscam a paz, e isto é o que ela ensina: “fundir suas espadas para fazer bicos de arado, fundir as lanças para delas fazer foices”, transformar as armas em instrumentos de trabalho, mudar a força de destruição em força de construção, abandonar as guerras e partir para a colaboração.
O profeta-poeta projetava essa comunidade ideal, promotora da harmonia universal, para um futuro, os “últimos tempos”. Esses “últimos tempos” não podem ser apenas o momento final da história, o fim da humanidade no planeta. É o futuro que já deve estar presente, é o futuro-presente que podemos hoje entender e pôr em prática como a etapa decisiva da humanidade após a ressurreição do Crucificado.
2ª leitura (Rm. 13,11-14a)
As comunidades de Roma, apesar de pobres, viviam na capital do império. Ali não havia limites para o consumo e o gozar a vida. Paulo as convida a não cair na tentação.
Quanto mais escura a noite, mais próximo está o clarear do dia; quanto mais difícil a situação (era o tempo do imperador Nero em Roma), mais perto está uma solução.
Paulo tinha falado em 1Ts. 4,15 na possibilidade de estar vivo na segunda vinda de Cristo. Depois, sentindo provável sua condenação à morte, desejou-a (Fl. 1,23) para estar com Cristo. Agora ele fala da proximidade da salvação. Seria a vinda final de Cristo? Seu propósito, no entanto, era encerrar sua missão na parte oriental do império, passar por Roma e ir evangelizar a Espanha, o lado ocidental (Rm. 15,22-24). Ele não teria esses grandes e arriscados projetos se esperasse para breve o fim do mundo.
Os problemas internos nas comunidades de Roma também não eram poucos. Os cristãos judeus tinham sido expulsos da cidade e agora estavam podendo voltar. A situação da Palestina era cada vez mais grave, estava se tornando explosiva. Eles voltavam para Roma influenciados pelas ideias de revolução e muito mais aferrados à sua identidade judaica. Enquanto isso, os cristãos gentios de Roma, sem dúvida, tinham se afastado mais e mais dos costumes judaicos. Os dois grupos iriam se entender?
Roma, a capital do mundo, era, além disso, uma tentação, tentação, acima de tudo, de consumismo, pois tudo o que se produzia de melhor em todo o império era carreado para Roma. Cair nessa tentação seria deixar-se envolver pelo mundo das trevas.
Estão dormindo aqueles que não têm esperança de que o mundo possa mudar nem nisso pensam. Um mundo novo está chegando, está para ser construído; é preciso, então, estar acordados, viver como em pleno dia – alerta Paulo –, fugir do consumismo, que não dá nenhum sentido à vida. Como o mesmo Paulo disse em 1Ts. 5, os que dormem, é de noite que dormem; os que se embriagam é de noite que se embriagam. Esses serão pegos de surpresa. Nós, ao contrário, somos da luz e, como tais, vivemos unidos ao Senhor e Messias Jesus.
Evangelho (Mt. 24,37-44)
A vinda de Cristo, quando será? O evangelho responde que ninguém pode saber, é imprevisível. Diz, porém, que precisamos ficar atentos, ligados a Deus e seu projeto, mesmo no trabalho cotidiano, dentro ou fora de casa.
O evangelho, das palavras de Jesus que se referem diretamente à destruição de Jerusalém, passa a falar do encontro final do fiel com o Cristo juiz. O trecho que lemos hoje faz exatamente essa passagem.
Ele havia falado da comparação com a planta que começa a brotar, anunciando a chegada da primavera e do verão (vv. 32-36). Sinais do dia decisivo seriam a autoproclamação messiânica dos líderes da revolta judaica (vv. 5-8), dificuldades, incompreensões e perseguição aos cristãos, além da divulgação do evangelho (vv. 9-14) e da violação do Templo (v. 15). Mas, nos vv. 34-35, é dito que os fatos acontecerão ainda “nesta geração”, o que só pode ser entendido com a destruição de Jerusalém.
Depois de dizer que o dia e a hora só Deus sabe (v. 36), o evangelho entra no texto de hoje comparando a situação de então com a do tempo de Noé. No episódio bíblico do dilúvio, ninguém se interessou pela arca que Noé preparava, ninguém pensou que sua vida seria interrompida: continuava sua rotina até que Noé entrou na arca – e, em seguida, veio o dilúvio e todos se foram.
É uma advertência para estarmos conscientes de um fim inevitável, mas de data e hora imprevisíveis. E estar conscientes disso significa estar atentos aos apelos de Deus por meio dos fatos. O fim vem, é certo. Quando? Só Deus sabe. As duas certezas nos preparam para ir ao encontro do Senhor que vem.
Por ocasião da invasão do exército romano, nas proximidades ou dentro de Jerusalém, dois homens no campo ou duas mulheres em casa, exercendo a mesma atividade, têm sortes diferentes. Essa afirmação leva naturalmente a uma reflexão: o que importa não é exatamente o que estejam fazendo, mas o modo como cada um está agindo na sua rotina cotidiana. Está vigilante, com o pensamento voltado para Deus e seu projeto, ou voltado apenas para si mesmo e seus sonhos?
Vem a comparação do ladrão, que chega sempre quando menos se espera. Para não ser pegos de surpresa, é preciso vigiar, ficar acordados, atentos, alertas. Paulo (1Ts. 5,1ss) já fazia a comparação com o ladrão, que vem à noite. E dizia: “Mas nós não somos das trevas nem da noite, nós somos do dia e da luz”.
DICAS PARA REFLEXÃO
Em tudo o que acontece, Jesus está mostrando-nos nova esperança e novo caminho, está lançando diante de nós um desafio, está pedindo de nós a resposta de uma atitude nova, diferente. É o seu advento, a sua vinda que celebramos. Nós é que muitas vezes não percebemos.
O desafio de hoje é a violência, uma ordem social violenta, de pura competição, que explode em acontecimentos trágicos, mas está no coração da sociedade e no coração de cada um. A comunidade que acredita em Deus e não no dinheiro ensina a transformar as armas em instrumentos de trabalho, mudar a força de destruição em força de construção, abandonar a violenta guerra da competição e partir para a colaboração.
A “montanha da casa do Senhor” não é apenas aquela montanha que chega a 800 metros acima do nível do mar Mediterrâneo, mas um lugar de encontro com Deus, uma comunidade de fé que deve ser luz para a humanidade.
Quanto mais escura a noite, mais próximo está o clarear do dia; quanto mais difícil a situação, mais perto está uma solução.
Aqueles que não têm esperança em outro mundo possível estão dormindo. Um mundo novo está vindo, está para ser construído; é preciso estar acordados, viver como em pleno dia, fugir do consumismo, que não dá nenhum sentido à vida, e fazer da sobriedade ferramenta de partilha.
O fim vem, é certo. Quando? Só Deus sabe. A certeza de que vem e a certeza de que não podemos saber quando nos preparam para ir ao encontro do Senhor. É preciso estar conscientes de um fim inevitável, mas de data e hora imprevisíveis. E estar conscientes disso significa estar atentos aos apelos de Deus por meio dos fatos.
O que importa não é o que as pessoas estejam fazendo, mas o modo como cada um está agindo. Está vigilante, com o pensamento voltado para Deus e seu projeto, ou voltado apenas para si mesmo e sua cobiça? Isso é o que vai definir a sorte de cada um.
“Nós não somos das trevas nem da noite, nós somos do dia e da luz.” Que significado tem isso no nosso dia a dia?
Os “últimos tempos” são o futuro que já está presente, são o futuro-presente que podemos hoje entender e pôr em prática. São a etapa decisiva da humanidade após a ressurreição do Crucificado, que celebramos.
padre José Luiz Gonzaga do Prado - www.paulus.com.br
Este o primeiro domingo do Advento, o tempo de quatro semanas que nos prepara para o Natal do Senhor. Tudo, na liturgia, nos ajudará nessa preparação, na espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda com ânsia de amor, a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem, o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo “cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is. 11,9), como Isaías profetizou... Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias! Ele vem... vem vindo sempre! Celebraremos o mistério do seu Natal em Belém, recordando que ele vem a cada dia e virá na Glória no final dos tempos. Preparemo-nos para ele!
Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias, carências, pobrezas e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos, o Deus pronto para nos saciar... Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado - e o Dom é o seu próprio Filho, que vem ser Emanuel - Deus-conosco. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, tem sede de plenitude e felicidade, mas não busca naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência. O homem tem sede e Deus, misericordiosamente envia-lhe a água, que é o Messias... e o nosso mundo não o reconhece; antes, renega-o! Vejamos se não é assim; vejamos se Deus não é todo doação para nós, e recordemos a palavra do Profeta: “Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão povos numerosos.. porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”. Eis: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e auto-suficiente. No entanto, à nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e argüir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegaram em armas uns contra os outros em não mais travarão combate”. Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz! Se acolhermos o Messias que Deus nos envia, nele veremos a luz verdadeira e nossas guerras interiores e exteriores se transformarão em paz... Nossas armas que destroem, serão transformadas em arados que geram alimento de vida!
No nosso mundo ferido, cansado, incerto... mundo que já não mais crê de verdade em nada, a promessa do Senhor é como um alento. Acreditemos, irmãos! Quão triste o mundo se os cristãos viverem sem esperança, sem certeza, sem ânimo, como os pagãos... Este Tempo do sagrado Advento quer levantar nosso ânimo: o Senhor, cujo Natal celebraremos dentro de quatro semanas, é o mesmo que virá um dia, na sua Manifestação gloriosa! Nossa vida tem rumo e sentido. Vigiemos: “Vós sabeis em que tempo estamos! Já é hora de despertas. Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite deste mundo já vai adiantada, o Dia vem chegando” – o Dia é Cristo, Salvação que Deus nos prometeu e nos preparou! Então: “Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia” – como quem vive já agora, durante a noite deste mundo, no Dia, que é Cristo-Deus: “nada de glutonarias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário: revesti-vos do Senhor Jesus”. Eis o modo de vigiar na noite deste mundo, eis o modo de testemunhar que esperamos, na vigilância, o Salvador que nos foi prometido e virá. Vigia pela vinda de Cristo quem rejeita as obras das trevas! É oportuno recordar que este texto que escutamos da carta aos Romanos, foi o que provocou a conversão de santo Agostinho, lá no distante século V. A Palavra de Deus é sempre um apelo gritante e forte para nós! Que ela nos converta também agora! 
A grande tentação para os discípulos de Cristo, hoje, é conformar-se com o marasmo do pecado do mundo, é viver burguesamente, uma vida cômoda e sem uma fé verdadeira e operante, sem aquela atitude de alegre expectativa por aquilo que o Senhor nos prometeu, sem a vontade de transformar a nossa vida por amor daquele que vem. Vamos nos ocupando e distraindo com uma vida fútil, dispersa em mil bobagens, esquecendo daquilo que realmente importa! Vale para nós a advertência seriíssima do Senhor Jesus: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé”: naqueles dias, todos vivam tranquilamente: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca e eles nada perceberam...” Como agora: vive-se na farra do paganismo, do consumismo, do relaxamento moral, de tantos absurdos contrários ao Evangelho... e não percebemos que haverá um juízo decisivo de Deus para nós e para o mundo, um juízo no qual o bem e o mal, o santo e o pecador, serão separados: “um será levado e o outro será deixado”... Triste de quem for deixado, triste de quem perder a companhia do Senhor, nossa paz! Feliz de quem for levado com o Senhor! Pois bem: logo neste iniciozinho de Advento, a advertência do Senhor é dramática: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! Na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá!”
Então, enquanto o mundo dorme no seu pecado, na sua auto-satisfação, elevemos, humildemente, nosso olhar e nosso coração para Aquele que vem: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meu inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera!” – Marana thá! Vem, Senhor Jesus!
dom Henrique Soares da Costa - www.padrehenrique.com
“A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não
seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não
será desiludido quem em vós espera” (cf. Sl. 24,1 ss)
Chegamos ao início de mais um ano litúrgico, o ano chamado A, dedicado ao estudo do Evangelho de são Mateus. Assim começamos o chamado tempo do Advento. O que vem a ser o Advento? O Advento quer dizer espera das coisas que hão de vir. E o centro destas coisas é Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Advento é o tempo propício de espera. Espera que deve estar unida à esperança, à doce esperança dos cristãos contra toda a esperança humana.
Advento que nos ensina a esperança. Esperamos Aquele que já está conosco, que está no meio de nós, por isso cantamos: “O Senhor esteja convosco! R. Ele Está no meio de nós!”. Realmente Jesus está no meio de nós, caminhando na história e sendo o início e o fim da vida humana.
Somos chamados neste ano a estudar, refletir e viver o Evangelho escrito pelo evangelista Mateus. Com Mateus caminharemos neste ano chamado de ano litúrgico A. Para entender bem o Evangelho de São Mateus é necessário termos presentes as cinco linhas mestras de seu Evangelho: o Sermão da Montanha, o discurso sobre a missão dos apóstolos, o discurso sobre as parábolas do Reino de Deus, o discurso sobre a instrução dos apóstolos e o discurso escatológico, isto é, sobre as últimas coisas que acontecerão com o homem e a mulher.
A escatologia será o tema principal dos quatro domingos do Advento, nos preparando assim para o Natal. Temos que ter presente que a escatologia é o tratado da teologia que estuda as últimas coisas que acontecerão ao homem. Costuma-se mencionar a morte, o juízo, o inferno e o paraíso. Seriam os novíssimos, porque aos olhos dos homens seriam as ultimas coisas que nos aconteceriam. Mas no contexto de Deus são as coisas primeiras, porque trata do destino de nossa vida na vida que nos é reservada depois de nossa jornada neste vale de lágrimas.
Refletimos hoje sobre a parusia. Parusia que é a vinda de Jesus glorioso conforme a palavra de são Paulo apóstolo: “Que todo o vosso espírito, toda a vossa alma e corpo se conservem sem mancha para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo”(Cf. 1Tes. 5,23). Trata-se do encontro pessoal entre o homem e o Cristo salvador. É o Natal do homem que entendeu e viveu o Natal de Jesus. É a realização plena de todas as promessas.

A primeira leitura (cf. Is. 2,1-5) nos mostra a utopia messiânica e o caminho dos homens ao recinto de Deus. Sião é o lugar da presença de Deus. Para aí subirão as nações no tempo messiânico, para procurar a Palavra e a Sabedoria de Deus. Profecia proclamada pelos anos 700 a.C; o profeta já não espera a salvação da estratégia política e militar, mas do Deus de Sião e do universo.

A segunda leitura (cf. Rm. 13,11-14) são Paulo aduz que todos somos convidados a levantar do sono, pois a salvação está perto. Com a vinda de Cristo, chega o “dia” decisivo: a luz do “dia” brilha para todos os homens. Desde nosso nascimento no batismo, vivemos para o dia que agora chegou: o dia do encontro com Cristo. Sua luz orienta nossa vida.

O Evangelho de hoje (Mt. 24,37-44) mostra o vigilante dono da casa, na expectativa escatológica. O Filho do Homem virá arrematar a história e julgar toda a existência, mas ninguém conhece a hora. Apesar dos presságios, Ele vem de repente.
A decisão de seguir a Jesus e ter acesso à vida eterna é uma decisão muito pessoal que o fiel deve tomar com toda a sua liberdade. Vive plenamente o Natal o homem e a mulher que se define pelo Cristo, a partir do momento em que a pessoa se define pelo Ressuscitado, que já está em nosso meio, que vem e já veio para a salvação de todos.
Somos chamados hoje para que prestemos atenção a tudo que nos envolve e em nossas vidas, em nossas atitudes, no nosso cotidiano. Somos chamados a fazer um doce exame de consciência a respeito de nossa vida e de nossas atitudes. Somos chamados a nos contrapor a nossa caminhada. Devemos estar vigilantes, porque não sabemos nem o dia e nem a hora que o Senhor virá ao nosso encontro.
A necessidade da vigilância é reforçada com a lembrança do dilúvio, que purificou a terra. O advento deve purificar a nossa vida para viver bem o Natal. Como o dilúvio veio à morte também virá e é uma certeza inexorável. Como Deus salvou Noé por causa da fé e da fidelidade, também salvará os que crerem em Jesus e forem fiéis aos seus ensinamentos.
O homem tem um víeis para a eternidade. O homem encontra a felicidade no tempo, preparando-se assim para a eternidade. O homem encontra o equilíbrio na vida presente e efêmera, construindo a vida futura, a definitiva, e eterna junto de Deus. Isso é a doce vigilância que é o centro da liturgia deste domingo.
Vigiar com compromisso, com ardor missionário que passa não só pela individualidade, mas, sobretudo, pela vigilância que quer significar um compromisso com a nova evangelização, um compromisso missionário renovador e santo. Vamos, pois, construir o Reino de Deus aqui e agora fazendo dos mistérios da salvação o quotidiano da nossa futura salvação.
O Advento nos desperta três atitudes: 1. Ficai preparados; 2. Esperar o Cristo e 3. Esperar o Senhor da Paz.
Assim devemos ser vigilantes, agindo com prudência e desapego, esperando o Cristo. Entretanto Cristo não pode ser programado: deve ser esperado; devemos deixar em nossa vida espaço para a sua presença. A vigilância cristã permite ler em profundidade os fatos para neles descobrir a “vinda” do Senhor. Exige coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros.
O Senhor Jesus não vem no meio do ruído, não se encontra na agitação e na confusão. Veio na paz e para a paz. A hora de Deus chega até nós, porque cada instante da nossa vida contém a eternidade de Deus. É preciso não nos basearmos unicamente na sabedoria humana, e não esperarmos uma intervenção ostensiva da parte de Deus. É no momento atual que é dada a salvação. Toda opção que se faz no presente, entre a luz e as trevas, é um sinal da vinda do Filho do Homem.
Vigilantes, acordados, livres, vamos caminhando na “luz do Senhor”, conforme nos recorda o profeta Isaías na primeira leitura ou como nos lembra o apóstolo Paulo na segunda leitura, que nos pede coragem de deixar o mundo do pecado e das trevas para praticar o bem, a caridade e o amor.
Bom advento a todos! Que todos possamos viver unicamente o amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
padre Wagner Augusto Portugal - www.catequisar.com.br
Espere!
Com o 1º domingo do Advento, damos início a mais um ano litúrgico que se abre com a espera da vinda futura do Senhor. Marana tá! Diziam os primeiros cristãos. Nós, não mais primeiros cristãos, quase perdemos o significado desta invocação: Vem Senhor! Hoje, portanto, entramos no tempo da memória e da espera pela vinda do Senhor, mistério anunciado pelos profetas, nossa profissão de fé que rezamos no Credo. Neste Tempo, a Igreja nos convida a nos convencermos da vinda futura do Senhor. Por isso, devemos perder a ideia consumista do Natal: uma das épocas que mais damos valor a vinda das coisas materiais e supérfluas (não é a toa que é quando mais se gasta). Esta ideia seria sem sentido se não conseguíssemos entender que há uma outra vinda: a do Senhor na glória. Por isso, vigilamos e não percamos este tempo de graça assumindo uma atitude coerente com o batismo recebido.
Há duas semanas, vimos no evangelho de Lucas os sinais que antecedem a vinda definitiva de Nosso Senhor Jesus Cristo; e, sendo este um momento desconhecido, a liturgia nos convidava a se afastar de qualquer comportamento cego, enquanto o esperamos.
Neste novo ano litúrgico, vamos ler o Evangelho de Mateus; e, hoje, a liturgia retoma o tema da vinda de Jesus, pois o Advento é tempo de espera e preparação para ela. O Evangelho de hoje se encontra em 24Mt; todo o capítulo fala desta vinda, e acrescenta um outro sinal não presente em Lc.: “a maldade se espalhará tanto que o amor de muitos esfriará” (Mt. 24,12).
Algo semelhante encontramos já no Antigo Testamento: “o Senhor viu o quanto havia crescido a maldade das pessoas na terra e como os projetos de seus corações tendiam unicamente para o mal” (Gn. 6,5). Eram os contemporâneos de Noé, completamente esgotados pelas preocupações da vida terrena: só pensavam em comer, beber, casar, ou seja, sempre preocupados em tirar o máximo de vantagem e prazer desta vida.
Olhando para a realidade atual, percebemos como esta maldade está cada vez mais viva e incontida: a propagação do sexo livre como algo extremamente normal; o aborto defendido como um direito; a ganância pelo dinheiro provocada pela falsa ideia de que este traz a felicidade, mesmo depois de tantas pesquisas provando o contrário; o tráfico de drogas que promove furtos, roubos, assaltos, sequestros, corrupção, assassinatos, balas perdidas, prostituição.
Também as armas biológicas sofisticadas dos países ricos; a troca constante de religião, em outras palavras, o sacrifício de Jesus sendo trocado por uma crença que diz serem necessárias várias e difíceis reencarnações para expiar as nossas culpas; sem falar no secularismo, no consumismo desenfreado e no ateísmo propagado abertamente nas escolas e na mídia. Todos estes sinais da vida moderna produzem uma atmosfera tão sobrecarregada de problemas que muitas pessoas ignoram totalmente o que seja mais importante para as suas vidas. Só tem olhos para si mesmas, não há brecha para enxergar que o horizonte é bem maior.
O exemplo de Noé e do dilúvio nos chama atenção pra tudo isso. Chegando o dilúvio anunciado, só Noé estava pronto e foi salvo das águas porque ouviu o Senhor. É preciso abrir os olhos! Somos tão cabeças-duras e acomodados que muitos de nós, até dizemos acreditar, mas levamos uma vida que refuta a nossa fé. Ou então, vemos como algo tão longe, pra que se preocupar agora? É como disse certo autor uma vez: “os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver o presente nem o futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivesse vivido”.
Entretanto, inesperada e surpreendente será a vinda de Jesus. Com um exemplo tirado do cotidiano, Jesus mostra que as circunstâncias da vida terrena são iguais para todos (os homens trabalham nos campos e as mulheres moem no moinho). Com a vinda do Senhor, haverá uma radical separação: aqueles que estão preparados para ela serão acolhidos na sua comunhão, os outros serão excluídos. A mensagem do Evangelho nos motiva a amar. É uma mensagem encorajadora e não ameaçadora. Devemos levar em conta que o nosso destino final depende do nosso comportamento, que não é o de desperdiçar a graça de Deus, mas de preservá-la com a nossa prática do amor.
Se pelo menos soubéssemos o dia e a hora da vinda do Senhor, poderíamos nos preparar mais adequadamente. Mas o Senhor virá como um ladrão: inesperado, de surpresa. Portanto, devemos estar preparados para sua vinda sempre.
É preciso amar. Recuse deixar que o seu amor esfrie. Aqueça o amor em sua vida para com o seu cônjuge, a sua família, amigos, vizinhos, e colegas de trabalho. Estenda a mão para os que estão sofrendo e na necessidade. Reze pelas pessoas e as abençoe. Cultive a ideia de que você deve ter sempre no seu coração o desejo ardente de amar e abençoar mais alguém.
padre Carlos Henrique de Jesus Nascimento - www.pecarlos.blogspot.com
"Vigiai!"
Nesse domingo, inicia mais um ano litúrgico, no qual relembramos e revivemos os mistérios da História da Salvação.
Natal e Páscoa centralizam as celebrações, que são vividas em três momentos: antes, durante e depois.
Nesse ano A, o Evangelho de Mateus terá uma atenção especial. Com o Advento, entramos no tempo que nos prepara para o Natal do Senhor.
A palavra Advento significa "Vinda", chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se prepararam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertas, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém.
A liturgia de hoje é um veemente apelo à vigilância, para acolher os Sinais de Deus.

Na 1a leitura, Isaías profetiza a vinda de um descendente de Davi, que trará justiça e paz para o seu povo. (Is. 2,1-5)
É um dos oráculos mais bonitos de todo do Antigo Testamento. Encarna a espera do Antigo Testamento e o Advento pré-cristão. A um povo que vivia uma situação dramática de perigo de guerra, anuncia um futuro maravilhoso: fala de uma era messiânica, na qual todos os povos acorrerão a Jerusalém para adorar o único Deus. As armas se transformarão em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida.
O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus, mas estamos ainda muito longe dessa terra de justiça e de paz.
O que podemos fazer para que o sonho de Isaías se concretize?

Na 2leitura, Paulo nos convida a "acordar" para descobrir os sinais do novo dia que já raiou e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e vestindo as armas da Luz. (Rm. 13,11-14)

O Evangelho é um apelo a uma vigilância permanente, para reconhecer o Senhor na sua chegada. Será assim a realização do sonho do profeta. (Mt. 24,37-44) Para transmitir essa mensagem, Jesus usa três quadros:
- 1º quadro é da humanidade na época de Noé: os homens viviam, então, numa alegre inconsciência, preocupados apenas em gozar a sua "vidinha" descomprometida. Quando o dilúvio chegou, os apanhou de surpresa e despreparados.
- O 2º quadro fala dos trabalhos da vida cotidiana: podem nos levar a negligenciar a preparação da Vinda do Senhor.
- O 3º quadro coloca o exemplo do dono de uma casa, que adormece e deixa a sua casa ser roubada pelo ladrão.
O que significa "estar vigilante"? Será apenas estar sem pecado... para não ir para o inferno? Ou acolher as oportunidades de salvação, que Deus nos oferece?
Jesus continua vindo, para nos salvar e nos trazer a felicidade. E nós temos que estar sempre atentos para perceber cada vinda sua. Ele está presente nas palavras de quem nos orienta para o bem, nos gestos de amor dos irmãos, no esforço de quem se sacrifica para construir um mundo mais justo e fraterno.
Hoje, devido ao medo provocado pelo desemprego, fome e violência, assistimos ao fenômeno da busca de refúgio no sagrado.
Mas o excesso de alegria de certas práticas religiosas sem compromisso pode nos tirar a possibilidade de perceber a chegada do Senhor.
- As celebrações festivas nos fazem mais vigilantes, mais acordados para a realidade que temos a obrigação de transformar ou funcionam como sonífero, que nos impedem de ver a chegada daquele que vem sem aviso prévio?
Motivos que impedem a acolhida do Senhor que vem:
- prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada... No domingo, dorme... passeia... pratica esportes... mas não sobra tempo para celebrar a sua fé na comunidade.
- Trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
- Desatenção: o distraído não vê o Cristo, presente na pessoa sofredora... Acha que não é problema seu... é do governo... da Igreja...
Em minha vida, o que mais me distrai do essencial e me impede tantas vezes de estar atento ao Senhor que vem?
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
- Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
- Ou numa atitude humilde e vigilante, a esse Cristo que vem?   
- Participo da Novena do Natal em família?
- Que Paz desejo construir?
padre Antônio Geraldo Dalla Costa - buscandonovasaguas.com
Prontos para receber o Senhor
O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.
Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heróicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.
O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A devastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a terra.
O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.
padre Jaldemir Vitório - www.domtotal.com
“Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas.”
Iniciamos um novo ano litúrgico. E o tema do primeiro domingo do Advento é vigilância. Acentua a necessidade de o cristão estar consciente de sua Missão. Não deixar o comodismo, a passividade, a rotina se instalar, porque é isso que acaba com o ardor missionário e da fé. O cristão deve caminhar sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor todos os dias.
Vigiai! Para esperar o quê? Ou quem? O que esperamos concretamente? Vigiai! Como no tempo de Noé ou de Jesus, estamos absorvidos por tantos interesses. Vigiai! A vida é curta! Paulo indica-nos alguns meios muito práticos para ficar vigilantes e reorientar a nossa espera. Vigiai! Em tempo de Advento, em cada dia da semana que nos é dada para viver!
A 1ª leitura convida todas as pessoas, de todas as raças e nações, a dirigir-se à montanha onde mora o Senhor. O encontro com o Senhor trará ao mundo nova realidade, quando reinará a concórdia, a harmonia, a paz...
A leitura convida para a paz universal e à convergência de todos os povos à volta de Deus. Este texto é um dos poemas mais significativos e bonitos da profecia de Isaias. Para ele o “monte do Senhor é o monte do Templo que será o centro mundo religioso e que se sobressairá sobre todos os montes, ou seja, será para sempre a morada de Yahweh”. Virá gente de todo mundo para o monte. Mas quem os convidou? Qual a força que os atrai?
O cântico dá a resposta. Toda essa gente vem atraída por causa da Palavra de Deus. O povo quer conhecer os ensinamentos da Tora, para ser instruído por Yahweh, e seguir um novo caminho, o caminho da comunhão universal, da paz, do amor e da fraternidade, resultado da união com Deus.
O povo junta-se ao redor de Deus, na escuta de sua Palavra, e com ela aprende o caminho da superação das divisões, das hostilidades, dos conflitos entre as pessoas. Os povos deporão as armas, e todas serão transformadas em instrumentos de trabalho e de vida. Será um novo tempo! O tempo da paz universal. Ela será cada vez mais sólida e permanente, à medida que os povos escolherem escutar a Deus, e seguir os caminhos por ele indicados.
A poesia do profeta começa a se realizar em Jesus Cristo. Ele é a Palavra viva de Deus, que se encarnou, para habitar entre as pessoas. Ele veio trazer a “paz aos homens” amados por Deus. Nasce também com ele a comunidade universal da Salvação, a sua Igreja.
Deus toma a iniciativa, e o homem tem de responder positivamente a esta iniciativa. A ação de Deus acolhida no coração e na vida abre o processo de amor renovação de toda Criação. Esta ação prepara a acolhida de Jesus como advento de um novo tempo. A Salvação que Ele traz para toda criatura nasceu no coração amoroso do Pai, e se estende a todos os que escutam a sua Palavra e aderem à proposta de vida que Jesus trouxe.
Ainda estamos distante da implantação plena do projeto de Deus, revelado em Jesus Cristo, mas o ideal existe para ser buscado. Estamos ainda longe do ideal de justiça e de paz. Assim o sonho do profeta Isaías iniciado por Cristo ainda não se concretizou plenamente em nós.
“Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.”
2ª leitura convida e anima os cristãos a despertar do sono que os mantêm presos ao mundo das trevas, para que se revistam da luz. O mundo de trevas – o egoísmo, a injustiça, a ganância, a mentira, enfim, o pecado, está em desacordo com a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos – retardando a alegria e a esperança do Reino de Deus já aqui na terra, embora seja pleno apenas no céu.
Paulo escreve a Carta aos Romanos na sua terceira viagem missionária, quando ainda está em Corinto. Ele havia feito uma coleta na Macedônia e na Acaia para ajudar a comunidade de Jerusalém. Para Paulo acabou o tempo de evangelização no Oriente, agora quer pregar o Evangelho ao Ocidente. Paulo queria chegar até Espanha. Contudo quer aproveitar para visitar a comunidade de Roma.
Paulo percebe e sente que há um perigo de divisão que ameaça a Igreja: os judeus cristãos e pagãos cristãos estão se antagonizando, e os desentendimentos trouxeram a iminência de cisão.
Paulo sublinha a necessidade da unidade da fé e atenta para a igualdade fundamental de todos, ninguém está privado da Salvação. A primeira parte da Carta aos Romanos (cf. Rm.1,18–11,36) é de caráter dogmático, e procura mostrar que o Evangelho é a força que congrega e que salva todo crente; a segunda parte (cf. Rm. 12,1–15,13) é de caráter prático, e exorta os judeus cristãos e os pagãos cristãos a viver no amor. Hoje ouvimos o texto da segunda parte da carta. Paulo pede que os cristãos, seja de que origem for, permaneçam unidos ao amor mútuo, e estejam vigilantes e preparados, a fim de acolher o Senhor que vem.
Paulo pede que os cristãos e as comunidades levantem “do sono, porque a Salvação está mais perto”. Paulo acreditava na vinda mais ou menos iminente de Jesus Cristo, para concluir a Salvação. Mas descartava as especulações do “quando” e “como viria Jesus”.
Com o Batismo, os cristãos morreram para o velho fermento, agora a realidade é de uma vida nova; libertos do pecado, portanto, devem acordar, para esperar o Senhor que vem e que, quando chegar, os encontre vigilantes, longe das trevas, revestidos das obras da luz.
Em que se caracterizam as trevas? É a realidade negativa que produz mentira, injustiça, opressão, medo, violência... E a luz se caracteriza pela dinâmica do bem, da conversão, transformação profunda das estruturas e dos corações...
Portanto, acordemos para a luz, e deixemos as trevas, na espera do Senhor Jesus.
“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.”
O Evangelho de hoje pede para estarmos atentos e vigilantes. O cristão verdadeiro é aquele que não está dormindo nos prazeres, nem se deixa escravizar pelo lucro, pelo trabalho, pelo ter, em detrimento do ser... O cristão verdadeiro está sempre vigilante, acordado para as oportunidades de acolher o Senhor que vem, respondendo a sua vocação de construir o Reino de Deus.
O Evangelho de hoje situa-se no grande discurso de Jesus antes da sua paixão e morte. Chamamos este texto de “discurso escatológico”, cujo tema central é a vinda do Filho do Homem e como devem ser as atitudes dos discípulos para preparar esta vinda.
Mateus escreve este texto nos anos 80 d.C.,quando Jerusalém já havia sido destruída e a segunda vinda de Cristo ainda não havia ocorrido, o que desanimava e desiludia os cristãos num processo de perseguição.
Diante do desleixo, rotina e acomodação da comunidade cristã, o evangelista recorda ditos de Jesus, e os contextualiza, para animar e renovar a esperança dos fiéis e comprometê-los na construção do Reino, mesmo na perseguição.
Jesus exorta a comunidade a permanecer firme na convicção da nova vinda do Filho do Homem. Ainda que isto não ocorra em breve, é preciso estar preparados diante dos grandes acontecimentos, perseverando nos ensinamentos de Jesus.
O evangelista dá como certa a vinda do Senhor, embora ninguém saiba o dia nem a hora. Portanto a vigilância é necessária, e prepara os cristãos para não ser pegos de surpresa. Mateus apresenta quatro quadros:
1. A humanidade desde a época de Noé. As pessoas viviam despreocupadamente, apenas gozavam a vida, até chegar o dilúvio, quando foram pegos de surpresa e despreparados. Quem passa a vida descomprometida descompromete a vida que passa, e perde a vida futura.
2. Coloca a situação da vida diária, o trabalho agrícola, na cidade... O trabalho edifica o ser humano, mas não deve tomar forma tal, que descuide o essencial na vida: a preparação para a vinda do Senhor.
3. Coloca a situação do dono da casa. Se ele soubesse a hora de o ladrão chegar, não estaria dormindo. Os cristãos não podem dormir, ou seja, deve viver os valores do Evangelho e levar a vida comprometida com a causa do Reino. Assim, quando o Senhor vier, não perderá a oportunidade de encontrar o Senhor.
4. É a questão fundamental. O cristão ideal é aquele que está vigilante, prepara a vida para acolher o Senhor que vem. Não deixa a oportunidade passar, para se preparar e estar comprometido com a construção do Reino de Deus.
Costumamos dizer que tempo é questão de preferência. Ao que damos a preferência,  reservamos todo o tempo que quisermos. Apresentamos alguns motivos que impedem as pessoas de acolher o Senhor que vem. Ele vem todos os dias. Muitos têm tempo de gozar a vida, mas não têm tempo para celebrar a vida; muitos têm quinze horas para o trabalho, mas não trabalha pela família, comunidade, muito menos um trabalho voluntário; têm tempo para ganhar o dinheiro que passa, mas não têm tempo para repassar o dinheiro para o bem; têm tempo para distração, mas se distraem com as coisas essenciais; têm tempo para o fútil, mas não usam o tempo para as coisas úteis...
O Tempo do Advento é tempo de preparação do nascimento de Jesus que nasce todos os dias; para tal, precisamos reorganizar e centrar a nossa vida no essencial, redescobrindo o que é realmente importante, para não perder as oportunidades de acolher em nossa vida o Senhor, que nos oferece o tempo e a eternidade para construir o seu Reino, para sermos felizes.
padre Elmo Heck - www.pom.org.br
Filho de Deus Pai
A liturgia de início e fim do ano litúrgico destaca os textos escatológicos dos Evangelhos, na perspectiva, respectivamente, do advento de Jesus e da manifestação gloriosa do Reino de Deus. O texto do Evangelho de hoje é extraído do "discurso escatológico" que abrange os capítulos 24 e 25 de Mateus. Neste discurso Mateus mistura sentenças e parábolas referentes à ruína de Jerusalém e à vinda apocalíptica do Filho do homem, com seus sinais precursores. A ênfase é dada sobre a atitude de vigilância que se deve ter, na expectativa da vinda do Filho do homem. Nos Evangelhos, Jesus identifica-se com o Filho do homem (significa: o humano) e não com um messias davídico glorioso. Jesus, Filho do homem, é o Jesus, filho de Deus Pai, encarnado, nascido de Maria, que viveu com seus pais em Nazaré, e, depois, envolve-se no ministério da libertação dos oprimidos, comunicando sua vida divina a todos que nele creem e a todos que amam, respeitam e promovem a vida. Meditar sobre o advento de Jesus é compreender a sua divina presença encarnada entre nós, no dia a dia, a partir de seu nascimento. Estar vigilante, desperto do sono (segunda leitura), é envolver-se no cumprimento da vontade do Pai, que nos é revelada por Jesus.
Jesus humano não é um rei poderoso e guerreiro violento da estirpe davídica, mas, ao contrário, é aquele homem manso e humilde de coração, que inaugura um mundo novo, no qual se deve "fundir suas espadas, para fazer bicos de arado, fundir as lanças, para delas fazer foices" (primeira leitura). É o mundo novo no qual as fabulosas e incalculáveis riquezas que são gastas com as mais sofisticadas e poderosas armas, pelos países imperialistas, para promoverem a morte violenta ou lenta, serão aplicadas para acabar com a fome, com a ignorância, com o desemprego, com a morte prematura, proporcionando condições de vida digna para todos. A vida que, então, desabrocha é alegria, fraternidade, partilha, amor, com a participação na vida e na glória de Deus.
José Raimundo Oliva - www.paulinas.org.br
Não sabemos quando virá o Senhor
A liturgia deste I Domingo do Advento apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.
A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.
Advento
Iniciamos um novo ano litúrgico, iniciamos o tempo do Advento. Primeiramente, Advento nos evoca: espera, conversão, promessas, libertação, Salvador, esperança e Maria Virgem grávida. Isto é, uma mensagem feliz. Recorda-nos os hinos litúrgicos: “Céus, chove a vossa justiça”, porque o mundo “envolvido em sombria noite, procurando vai uma esperança”.
Os seguidores de Jesus possuem uma capacidade infinita de Advento. Cremos num futuro ditoso marcado por Deus para o homem. Que estranho é que entre nós tenha tanta gente sonhando e lutando por um mundo melhor? Com o Evangelho na mão, as utopias são criveis.
Palavra do Advento
Sem adentrarmos em caminhos teológicos, distinguimos “três vindas do Senhor”: a vinda primeira para fazer-se carne entre nós; a vinda ao final da história; a vinda da cada hora e a cada acontecimento da graça.
No primeiro domingo de Advento, adquire relevo a vinda que chamamos do “final dos tempos”. Fica, todavia velado o gozo da vinda no Natal. Duas imagens - o ladrão e o tempo de Noé - ilustram a necessária atitude de vigilância ante a vinda: o momento é incerto e estamos a caminho. Os tempos de Noé, na Bíblia, eram exemplos de despreocupação, de frivolidade, de geração corrompida. Enquanto, o alerta ante o ladrão ilumina o tempo de preparação, de vigilância, de preocupação. Estar sempre vigilantes nos permite ter bom tino em nossas decisões vitais.
De são Paulo recebemos a sacudida. “É hora de despertar, como em pleno dia”. O motivo é insistente: “a salvação está perto”. E o rubrica o profeta: “Ao final dos dias, estará firme a casa do Senhor”. Tão feliz será tudo que “das espadas forjarão arados e das lanças, foices”. Que reconfortante resulta contemplar estas palavras de Isaías na porta do edifício central da ONU. Cabe utopia mais sugestiva?
Para a vida
Toda uma mensagem de esperança.
Por que a agonia, o tempo final, tem dado suporte à pregação do medo, do temor, da angustia? Porém se o que esperamos é o que nos foi prometido pelo Senhor. Se Cristo já veio, e está conosco; se caminhamos para um momento último que já possuímos e para o qual já nos dirigimos, em esperança, para o êxito total.
Como Maria, ouvimos que nos é dito: “O que te disse o Senhor cumprir-se-á”. Ou escutamos do Mestre: “Quero que onde eu estou estejam também os que me deste”. Como não esperar que Deus nos diga ao final: “Vinde, benditos”?
Esta graça não é graça barata
Como na espreita do ladrão, devemos estar vigilantes. Vigiar é estar acordado, procurar, cair em conta. O contrário é cansar, adormecer, cair na preguiça, na frivolidade. Não estamos na apatia de uma “sala de espera” senão na tensão prazerosa do encontro, a ponto de tocar às pessoas queridas, tão desejadas.
Não basta passar a vida, mais passa-la bem: sempre atentos na oração, na escuta dos que sofrem, sabendo discernir o que Deus quer de nós. Como não nos vai molestar, por exemplo, que tantos filhos de Deus estejam naufragados na dor, na solidão, na exploração, na miséria? Não podemos permanecer como abatidos enquanto cresce a maré dos que se afastam de Deus, às vezes, até, entre os nossos. Não é possível que sigamos adormecidos - ou procurando explicações ideológicas - quando as pesquisas produzem dados arrepiantes: a Igreja, em países do ocidente, está no nível mais baixo de credibilidade.
Diz-nos são Paulo: “É hora de despertar”.
Apesar de tudo, é hora de utopias.
Claro que o mal, a morte, o medo, o fracasso nos acossam por todas as partes. Desde outro ângulo, inclusive nos os cristãos estamos, com freqüência, metidos em preocupações frívolas ou em inquietudes legítimas, sim, mas elementares: o trabalho, a economia, os meus, a saúde.
No entanto, a esperança cristã no Advento se lança acima: procura o excelente, o que mais se adapta ao que Deus quer. No cristão, as utopias tornam-se possíveis; há muitos crentes que sonham e lutam, que confiam num futuro mais justo. Que instituição pode apresentar, como a Igreja, um plantel de pessoas generosas, entregues, lutadoras, mártires? Quem disse que não é possível sonhar e alargar a esperança? Diz a Palavra e repete a liturgia: “Se aproxima nossa salvação”.
Vamos celebrar a Eucaristia. Vinda real, misteriosa, do Senhor a nós. E o faremos como nos indica São Paulo: “até que o Senhor volte”, até o final da história.
padre José Cristo Rey García Paredes - homiliadominical.blogspot.com