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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Comentários do Prof. Fernando

Comentários do Prof. Fernando (Leituras da semana 14 novembro a 20 novembro de 2010)

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1ª PARTE = COMENTÁRIO ao 33º DOMINGO do Tempo Comum, dia 14 nov.

2ª PARTE = Introdução geral à LEITURA de cada dia (33ª semana)

Leituras: clique.“serviços/liturgia diária: http://www.cnbb.org.br/site/#

Para ver todas as leituras numa só Página: siga o “Link” clicando na data

14/11 33º DOMINGO do Tempo Comum Ml 3,19-20 Sl 98 2Ts 3,7-12 Lc 21,5-19

15/11 seg Ap 1,1-4.2,1-5a Sl 1 Lc 18,35-43

16/11 ter Ap 3,1-6.14-22 Sl 15 Lc 19,1-10

17/11 qua Ap 4,1-11 Sl 150 Lc 19,11-28

18/11 qui Ap 5,1-10 Sl 149 Lc 19,41-44

19/11 sex Ap 10,8-11 Sl 119,14-31 Lc 19,45-48

20/11 sáb Ap 11,4-12 Sl 144 Lc 20,27-40

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1ª PARTE = as LEITURAS do 33º Domingo – 14 de novembro de 2010

Do Salmo do dia:

— O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios

e exultem de alegria, Ele julgará o universo com justiça e as nações com equidade.

a 1ª.leitura (Malaquias 3,19-20) esse Profeta – que escreve por volta de 450 a.C. no contexto da restauração de Israel após a volta do Exílio de Babilônia – refere-se ao “dia do Senhor”. Essa expressão é antiga em Israel tendo sido usada por vários profetas indicando o dia da intervenção de Jahwé. No contexto da “guerra santa” em seu uso mais antigo aponta para a vitória contra os inimigos, em outros textos proféticos refere-se à previsão do castigo do exílio de Israel. Em cada contexto é acentuado um aspecto. Aqui, em Malaquias refere-se à intervenção divina para castigar os maus e recompensar os bons. É a temática das últimas semanas do ano litúrgico que se encerra com a 34ªsemana a partir da festa de Cristo Rei (dia 21 de novembro). Depois começa um novo ciclo litúrgico com o advento (a iniciar-se no dia 28 de novembro).

Esse final do ano litúrgico, principalmente na sequência do evangelho de Lucas (usado em 2010 “ano C”) mostra a pregação de Jesus ao final de sua viagem a Jerusalém onde completará sua missão. Essa pregação adverte seus ouvintes sobre o fim: fim do templo, fim de Jerusalém, fim do mundo.

A pregação de Jesus e sua memória na liturgia dos próximos dias não visa incutir medo e pavores aos ouvintes da Palavra. A meditação sobre os “últimos dias” deve lembrar que é no presente que se decide nossa vida futura e eterna. Atentos à busca do Bem, temos confiança na chegada do “dia do Senhor”. Quem não se ocupa em buscar o bem é que se preocupa com o dia do julgamento. Pois, como meditamos no salmo do dia, o Senhor julga com justiça e equidade e nós devemos nos alegrar na expectativa de uma vida eterna de felicidade plena.

A 2ª.leitura

Ao lado da confiança em relação à justiça divina a se manifestar no futuro, a Carta2ª aos Tessalonicenses aponta que nossa tarefa encontra-se no presente. Assim, a segunda leitura de hoje diz respeito ao trabalho e à condenação da ociosidade. A fé não é alienação mas ilumina nosso presente que deve ser operoso e produtivo. Uma reflexão mais longa sobre o tema pode ser encontrada Nos arquivos do blog http://liturgiadiariacomentada.blogspot.com/ (buscar : Trabalho Agosto(25-quarta)2010 Comentário à 1ª Leitura) encontra-se uma reflexão mais ampla sobre a questão do Trabalho.

O anúncio do fim do Templo como de outros sinais de conflito entre os homens alerta pra ninguém se confundir: em tempos de guerra ou dificuldades quando costumam aparecer os falsos profetas e os “salvadores da pátria”. Na ilusão da “salvação da nação”, pensando na superação de uma crise profunda, a Alemanha dos anos 30 no século passado acreditou em Hitler. Ele afinal se apresentava como única solução para todos os problemas do povo alemão. Deu no que deu.

Jesus não anunciou aos seus ouvintes uma solução fácil. Para seus contemporâneos era difícil escutar a predição de destruição do Templo. Como poderia ocorrer novamente?

Um primeiro templo tinha sido iniciado por Davi e chegou ao máximo de seu esplendor sob Salomão no século 10 a.C. Mas ele foi destruído pelo império babilônico em 587 a.C. Entre 520 e 515 o Templo foi reconstruído na volta dos exilados de Babilônia. Mas esse também foi destruído pelos que governaram após Alexandre Magno. Entre 20 e 10 a.C. uma segunda reconstrução foi realizado sob o rei Herodes o Grande.

A predição de Jesus aconteceu de fato no ano 70 de nossa era quando o exército romano sob o general Tito arrasou Jerusalém e seu Templo. Dessa terceira construção restou até nossos dias apenas a parte conhecida como “Muro das lamentações”.

Diante das calamidades, inclusive religiosas Jesus lembra que o mais difícil é a perseguição às pessoas por causa da fé. Os seres humanos são a morada de Deus na terra. Mas ele insiste na coragem e na confiança:

Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. (...) Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida.

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2ª PARTE = Introdução geral à 2ª LEITURA (33ª semana)

Nesta semana a Primeira leitura é tirada do livro do Apocalipse iniciada no domingo dia 7 na festa de Todos os Santos.

As leituras de cada dia da semana tiradas dos capítulos 1, 3, 4, 5, 10 e 11, em seus símbolos fantásticos apontam sempre às 7 igrejas às quais o escritor sagrado dirige seu livro de revelação, mas também para nós hoje, que o cristão vive da esperança.

Nossa consolação é que os sofrimentos a que somos submetidos serão afinal convertidos em alegria, e as lágrimas em sorrisos.

Reproduzimos aqui a introdução geral ao livro do Apocalipse já apresentada anteriormente, especialmente na festa de Todos os Santos.

“Apocalipse virou na linguagem corrente sinônimo de “fim do mundo” e tragédias. Porém é apenas um outro gênero literário ou estilo diferente de poesia, história, crônica, discurso, carta etc. Na bíblia há textos assim, escritos entre o séc.2ºaC e o1ºdC. “Apo-calypse”, em grego, significa “revelação” : de algo que estava oculto ou era conhecido só pelo autor (por esse motivo o nome do livro do Apocalipse em inglês é “Livro da Revelação”.

Com freqüência fala do futuro e também pode ser confundido com o outro estilo da linguagem profética. Alguns pesquisadores acham que veio substituir esse gênero literário quando acabou o Profetismo em Israel, e alguns trechos dos livros proféticos trazem passagens em estilo apocalíptico. Os escritos apocalípticos não são propriamente uma “previsão do futuro mas falam da esperança de um futuro melhor por meio de “visões” carregadas de simbolismos (números, monstros, cores, personagens que precisam ser interpretados).

Vamos superar, então, qualquer idéia de mensagens de “ocultismo” ou de um futuro catastrófico. Ao contrário o objetivo desta linguagem é ajudar (principalmente em tempo de perseguição) a manter a esperança e consolar a comunidade mostrando que os inimigos é que serão castigados... Alguns textos desse tipo: Joel 1,15;2,1.11;3,1.4;4,2; Isaías 34–35 e 24-27; Zac9–14 e livro de Daniel 7a12. No NT temos: 1Tes4,15-17; 2Tes2,1-12; Mc13; Mt24–25; Lc21; livro do Apocalipse. Também havia livros em linguagem apocalíptica na literatura judaica religiosa fora da bíblia.

Se a solenidade de Todos os Santos celebrou não só os Santos canonizados na tradição católica e venerados pela devoção, mas todos os que já triunfaram da morte, a continuidade da meditação do Apocalipse serve para nossa consolação e esperança.

O Livro da Revelação (Apocalipse) é destinado a todos os “santos” que somos nós. Com efeito esse era o nome dado no Novo Testamento aos cristãos nos tempos da igreja primitiva. A todos que constituem o grande Corpo cuja cabeça é Cristo, foi dada a Graça e a Redenção.

Para o Evangelho de cada dia (Lucas, cap. 19 e 20 na semana 14 a 20 novembro):

Ver os vários comentários, de diversos autores em http://liturgiadiariacomentada.blogspot.com/

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( Prof. FernandoSM, Universidade Santa Úrsula, Rio, fesomor2@gmail.com )

domingo, 7 de novembro de 2010

O SERMÃO DA MONTANHA

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HOMILIAS PARA DOMINGO

07 DE NOVEMBRO – 2010

Bem-aventurados

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Comentários do Prof. Fernando

O SERMÃO DA MONTANHA

INTRODUÇÃO

O SERMÃO DA MONTANHA

Os doutores da Lei que eram religiosos teóricos, pois eram eles quem faziam as leis, ou os preceitos, e os fariseus, que eram os especialistas no cumprimento da Lei e se vangloriavam disso, construíram uma escala de valores totalmente absurda e desumana. Eles acreditavam, e faziam o povo também acreditar, que a pobreza assim como a doença, eram castigos de Deus. E a riqueza, era um prêmio deste mesmo Deus, aos seus filhos muito amados e, portanto felizes.

No Evangelho de hoje, Jesus vira a mesa e inverte esta escala de valores ao dizer que bem-aventurados ou felizes são os pobres, os que passam fome, os que choram e especialmente os puros de espírito. Repare que Jesus está enfrentando a elite dominante, sem nenhum medo. Ele está desmantelando toda a escala de valores vigente, e construindo outra totalmente nova.

Parece uma ironia quando Jesus diz que os pobres e os famintos são felizes. Mas acontece que além de serem saciados na vida eterna, os pobres já são felizes nesta vida, porque a situação de miséria aproxima as pessoas de Deus. Aquele ou aquela que está carente sem ter para onde correr, sem ter para quem reclamar seus direitos por que na prática não têm direito a nada, recorrem a Deus. Entregam suas vidas ao Criador, e pedem diariamente um alívio para os seus sofrimentos. E ao se aproximarem de Deus impelidos pelo sofrimento, o pobre se purifica, se santifica e se torna merecedor da vida eterna. Porém, para que tudo isso aconteça, é preciso que sejam puros de coração. A pureza de coração é quase uma santidade. É ser um imitador de Cristo na sua caminhada para o calvário, onde sofreu o flagelo sem dizer uma única palavra de revolta. Na cruz Jesus ainda reza pedindo ao Pai que perdoasse aqueles que o estão matando, pois se soubessem ou acreditassem que Ele era o Filho de Deus, não estariam fazendo aquilo. Assim Jesus disse: "Pai. Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem". Portanto, o puro de coração é aquele que não tem inveja daquele que tem, não reclama do seu sofrimento, não pensa mal dos outros, não planeja a derrota do seu semelhante, não "joga sujo" com ninguém, etc.

Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação. Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!

Estas são as palavras do Filho de Deus. Não são nossas. Nós aqui apenas fazemos comentários ou refletimos em cima do que Jesus disse. Repare que Jesus afirma que os ricos já têm nesta vida a sua consolação, toda a alegria, que os pobres não têm. Portanto, não terão mais nada a receber na outra vida.

Imaginemos uma cidade A e uma cidade B. Na cidade A o agito era total. Havia muita ambição e muita riqueza, muita alegria, muito prazer, nada de religião, muito menos de Deus. A busca incansável pelas coisas materiais e pelo conforto gerava cada vez mais uma grande insatisfação, pois o ser humano é insaciável em termos de aquisição. Quanto mais temos, mais queremos ter e nunca estamos satisfeitos com o que temos. Portanto, a vida na cidade A, não obstante toda riqueza, todo luxo, todo prazer sem limites, chegou a um ponto de saturação, de insatisfação, de sorrisos falsos, em fim, por incrível que pareça, aquele vazio no interior daquelas pessoas gerado pela ausência de Deus, as levou à infelicidade.

O povo da cidade B não era rico, mais também não eram pobres. Possuíam apenas o suficiente para viver. Não tinham ambição nem grandes preocupações com o dia de amanhã. Acreditavam em Deus e em seus mistérios. Vivam constantemente em comunhão dom esse Deus e em comunhão uns com os outros. A falta de ambição era portanto, a marca principal daquelas pessoas. Alguns já haviam vivido o delírio de uma experiência com Deus. E apesar de não terem luxo, fartura, e conforto excessivo, aquelas pessoas pareciam muito tranquilas e felizes.

Prezados irmãos. Não estamos crucificando os nossos irmãos ricos e santificando os pobres. Como sabemos, existem muitos pobres com mentalidade de ricos. A pobreza também pode afastar uma pessoa da amizade com Deus. Depois de tanto fracasso, de tanta miséria, algumas pessoas podem se revoltar contra o próprio Criador, e as conseqüências deste fato não são nada agradáveis.

Por outro lado, existem muitos ricos caridosos, de alma e coração bom. Jesus, diante da pergunta dos apóstolos: Afinal, quem poderá se salvar? Respondeu: "Para Deus, nada é impossível". Isso significa que toda regra tem exceção, significa que não podemos afirmar que todo rico está condenado, porque quem nos julgará é o próprio Jesus.

Jesus ensinava através de parábolas. Então vamos tentar inventar aqui uma parábola? É assim:

Era uma vez um homem muito rico, na verdade, era o mais rico do mundo. Ele ficou tão rico porque Deus lhe deu o dom de inventar um certo produto que revolucionou o destino da humanidade. Esse homem riquíssimo era muito bom. Havia criado várias instituições de caridade para os pobres nas áreas mais carentes do Planeta.

O seu maravilhoso produto passou a ser usado por milhões de pessoas no mundo inteiro, e nem sempre pagavam o seu verdadeiro preço. E ele sabia que estava sendo lesado. Mais não se importava, e até achava graça disso. Ele tinha ganhado tanto dinheiro, mais tanto dinheiro que deixava o mundo inteiro se beneficiar com a sua invenção. Afinal, ele tinha a consciência que tudo aquilo foi Deus quem lhe deu. Esse milionário bondoso queria partilhar com a humanidade, a sua imensa riqueza. Com certeza esse bom homem estará um dia na glória eterna. Você não acha? Ah! Se você souber o nome desse milionário bondoso, conta para nós!

Sal

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...Felizes aqueles que vivem sempre com reta intenção em tudo o que fazem, os puros de coração pois verão a Deus...

Todo o Evangelho é um convite para que nós possamos viver as virtudes e os dons que o Espírito Santo nos deu no nosso Batismo. Cada passo da vida de Jesus, e toda palavra saída de sua boca nos levam a buscar a Deus com mais amor, a vencer as tentações e a agir bem. A nossa vivência terrena nas virtudes e nos dons já é, para a nossa alma, o começo da vida eterna, do Paraíso. A vida eterna é também chamada de Beatitude, que significa felicidade. Os que vivem no céu são os bem-aventurados. Por isso, Nosso Senhor, no sermão da montanha, chama de bem-aventurados, ou seja, felizes, aqueles que viverem as bem-aventuranças que ele descreve.

Elas são atos de grande perfeição que podemos fazer e que já nos faz participantes da felicidade do céu. As três primeiras bem-aventuranças: os pobres de espírito, os mansos, os que choram descrevem a recompensa da alma que ama corretamente a si mesmo e se converte para Deus vencendo o apego às riquezas e às honras do mundo (os pobres de espírito); aprendendo a se controlar, a dominar a raiva, as impaciências (os mansos); vencendo a tendência ao conforto, à preguiça, aprendendo a sofrer um pouco no corpo por amor a Deus ( os que choram). Em seguida vêm duas bem-aventuranças que descrevem a recompensa da alma que ama o seu próximo praticando a justiça, ou seja, dando a cada um o que lhe é devido (são os que têm fome e sede de justiça); praticando a bondade, dando ao próximo, por amor de Deus, o que pode agradá-lo (os misericordiosos).

E por fim, as duas últimas bem-aventuranças descrevem a recompensa da alma que ama a Deus acima de tudo e que na vida de oração procura encontrá-Lo, principalmente levada pelos dons do Espírito Santo: os que vivem da virtude e amam agir sempre no bem são os puros de coração; os que esperam receber o prêmio pela ajuda que deram ao próximo são os pacíficos; E Jesus termina resumindo tudo numa só frase: «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus» À cada bem-aventurança corresponde, conseqüentemente, uma recompensa: aos que se desapegam das riquezas da terra e são pobres de espírito, lhes é dado um tesouro no céu: deles é o Reino dos Céus.

Aos que conseguiram dominar sua agitação, vivendo pacificamente com todos são os mansos, por isso lhes é dado possuir a terra.Os que aceitam sofrer no seu corpo por amor a Deus, os que choram: serão consolados – os que procuram dar a cada um o que lhe é devido, com fome e sede de justiça: serão saciados. Os que são generosos para com o próximo, os misericordiosos: alcançarão misericórdia. os que vivem sempre com reta intenção em tudo o que fazem, os puros de coração : verão a Deus.

Os que imitam a Deus procurando a paz entre os homens, os pacíficos: serão chamados filhos de Deus. O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o anúncio de Novo Céu e da Nova Terra onde haveremos de morar.

Amém

Abraço carinhoso da professora

Maria Regina

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As bem-aventuranças

"A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade". (Clarisse Lispector)

Mt 5,1-12a

Quando Jesus viu aquelas multidões, subiu um monte e sentou-se. Os seus discípulos chegaram perto dele, e ele começou a ensiná-los.

Jesus disse:

- Felizes as pessoas que sabem que são

espiritualmente pobres,

pois o Reino do Céu é delas.

- Felizes as pessoas que choram,

pois Deus as consolará.

- Felizes as pessoas humildes,

pois receberão o que Deus

tem prometido.

- Felizes as pessoas que têm fome e sede

de fazer a vontade de Deus,

pois ele as deixará

completamente satisfeitas.

- Felizes as pessoas que têm misericórdia

dos outros,

pois Deus terá misericórdia delas.

- Felizes as pessoas que têm o coração puro,

pois elas verão a Deus.

- Felizes as pessoas que trabalham pela paz,

pois Deus as tratará como seus filhos.

- Felizes as pessoas que sofrem perseguições

por fazerem a vontade de Deus,

pois o Reino do Céu é delas.

- Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

Por Padre Queiroz

As bem-aventuranças

Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.

Hoje nós celebramos, com alegria, a solenidade de todos os santos. No Evangelho, Jesus nos apresenta as nove Bem-aventuranças, que são o nosso caminho, ao mesmo tempo de felicidade e de santidade: tornar-se pobre em espírito, aflito pelo Reino de Deus, manso, com fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido e injuriado. O termo "bem-aventurado" designa uma pessoa feliz, nesta vida e na outra. Não só nesta vida nem só na outra, é a felicidade plena.

Uma das afirmações básicas do Concílio Vaticano II é a vocação universal à santidade na Igreja. Todos nós, cristãs e cristãos batizados, somos chamados a ser santos.

Ser santo é viver na graça de Deus. Todos nós ganhamos o dom da santidade no dia do nosso batismo. O importante é conservá-lo e, se Deus o livre, um dia o perdermos, recuperá-lo logo pelo sacramento da confissão.

Entretanto, no dia do batismo recebemos a santidade em forma de semente. Precisamos desenvolver esse dom.

“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).

“Irmãos, aprontai a vossa mente, sede sóbrios e colocai toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida no dia da revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós, em todo o vosso proceder” (1Pd 1,13-15).

E Jesus mesmo fala: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Está aí o convite claro para nós. O melhor convite do mundo.

É um caminho aberto para todos e todas, que ninguém e nada pode fechar. Nem doença, nem perseguição... nada. Tudo o que fizerem para barrar a caminhada de uma pessoa rumo à santidade, só faz ajudá-la a conseguir a santidade.

“Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).

A busca da santidade começa pelos nossos pensamentos. Porque tudo, tanto o bem como o mal, começa nos nossos pensamentos. Quando percebemos que algum pensamento é contra o plano de Deus, devemos rezar imediatamente, entregando-nos a Deus para que nos proteja. Mesmo que precisemos rezar o dia inteiro, fazendo pequenas jaculatórias, compensa, para não cairmos em tentação.

O caminho mais curto para a santidade é a caridade.

Certa vez, uma sacristã falou para o padre: “Senhor padre, eu ouço sempre o senhor falar a respeito da santidade. Eu quero ser santa. O que devo fazer?” O padre fez de conta que não ouviu e falou de outro assunto.

No dia seguinte, ele chegou à sacristia e foi logo passando o dedo na mesa. Mostrou o dedo sujo de poeira para ela e disse: “Esta mesa está suja, hein?” Depois ele abriu o armário de paramentos e mostrou para ela as golas de algumas túnicas, bem sujas. Falou também do banheiro, que precisava mais limpeza... E foi embora para a casa paroquial.

À tarde, a sacristã veio falar com ele, e pediu as contas. O pároco perguntou o motivo e ela explicou: “Hoje de manhã o senhor me humilhou muito!” O padre disse: “Mas a senhora não me perguntou o que fazer para se tornar santa? O primeiro passo é cumprir bem as nossas obrigações diárias!” A sacristã deu um sorrisinho amarelo, e desistiu de pedir as contas.

Maria Santíssima é a Rainha de todos os santos. Que ela nos ajude a colocar em primeiro lugar na vida a busca da santidade.

Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.

Padre Queiroz

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SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Durante o ano litúrgico, celebramos as festas de toda uma série de santos, mas, claro, existem tantos santos que iríamos entupir o calendário se estivéssemos a tentar celebrar todos eles. O que acabamos fazendo é apenas comemorar as festas dos santos que têm um significado universal para toda a Igreja e alguns com importância local particular.

E depois temos esta festa maravilhosa para tomar todo o resto, toda a companhia dos santos, que grande nuvem de testemunhas da verdade do evangelho.

Nesta idade moderna, há uma tendência para rebaixar a importância dos santos, a considerá-los como uma espécie de cobertura espiritual sobre o bolo-legal, mas desnecessário.

Este é certamente um erro. Os santos não são simplesmente os heróis da fé, grandes mártires e confessores, maravilhosos exemplos de vida cristã. Eles são muito mais do que isso. Não é simplesmente a vida que viveram na terra que é importante, assim também é a vida que vivo agora no céu.

No céu, eles continuam a fazer parte da Igreja, na comunhão dos santos, a comunidade dos seguidores de Cristo-os na terra e nos céus. A oração da Igreja não é apenas a soma de todas as nossas orações pessoais e Divina Liturgia, que inclui também a oração dos santos no céu.

Estes homens e mulheres insignes são um conosco, louvando e agradecendo a Deus Todo-Poderoso. Eles também intercedem a nosso favor adicionando suas orações de intercessão com a nossa. É justo que, quando temos algo particularmente difícil rezar para que não se deve hesitar em recorrer a eles para obter assistência.

Nós oramos diretamente ao Pai, por Cristo, mas também pedimos aos santos, especialmente Maria, a rezar "por" nós. É no mesmo nível que os nossos amigos pedindo para rezar por uma intenção particular, exceto que os santos estão no céu, sentimos que as suas orações são um pouco mais forte que a nossa.

Sentimos uma comunhão e intimidade com os santos e levar conforto na histórias das suas vidas e muitas vezes têm favoritos dentre os santos. É comum o suficiente para invocar o auxílio de um santo em vez de outro para solicitações específicas.

Os santos certamente nos ajudam com suas orações e nos ajudam a focar nossas intercessões.Não se consegue nada na vida se não tentar. Os Santos tentaram e conseguiram.

Você pode, você consegue.

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ

Por Professor Isaias da Costa

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FELIZES SÃO OS POBRES

Este domingo não é um domingo qualquer. Hoje celebramos a festa de Todos os Santos. Quem são os santos? Podemos fazer um primeiro exercício olhando a história aos altares e quadros de nossas igrejas e capelas. Aí estão alguns santos. Estão convertidos em papelão e pedra. São estátuas mais ou menos formosas que decoram os altares. De alguns deles conhecemos a vida. Lemos em seu momento um livro ou folheto com os detalhes de sua vida.

Porém, a maioria fica muito longe no tempo. Tem-nos chegado ao conhecimento que são tão “santos” que nos dá a sensação de uma santidade inalcançável. Fizeram coisas maravilhosas e alguns parecem que eram já santos quase dantes de nascer. Ante eles sentimos admiração, mais também certo desânimo. Não nos vemos com as forças para viver como eles viveram sua fé no meio, algumas vezes, de situações muito difíceis e complicadas.

Olhem aos que vos rodeiam

Um segundo exercício que podemos fazer neste dia é bem mais simples. Basta jogar um olhar ao nosso redor (supõe-se que estamos na igreja, celebrando a eucaristia com nossos irmãos e irmãs). À frente, à direita, à esquerda, atrás de nós. Há muitas pessoas. Algumas nos são conhecidas. As saudamos ao entrar. A outras as conhecemos somente de vista. De ver pela rua, mais também de vê-los aqui na igreja. Outras são caras totalmente novas.

Temos vindo de diversos lugares e origens para celebrar juntos a Eucaristia, para dar graças a Deus por sua bondade, para escutar sua Palavra, para compartilhar seu Corpo e seu Sangue. Tudo isso fazemos juntos, em comunidade. Pois bem, nós somos os santos que hoje celebramos.

Não há necessidade de olhar para trás no tempo, mais o que é mais fácil, lançar o olhar para o banco de traz. E do nosso lado. E em nós mesmos. Nós somos os crentes, discípulos. Nós, junto com muitos outros ao longo da vida e em nosso mundo, junto com muitos outros no passado (para recuperar os altares, porém vivos, não como estátuas) e, no futuro, nós, que trabalhamos diariamente para fazer um mundo melhor, mais fraterno, mais cheio de misericórdia, compreensão, tolerância, amor, perdão. Em suma, mais cheio de Deus.

Sim, nós somos parte dessa imensa multidão da qual fala o Apocalipse de João. Nós temos lavado, e seguimos lavando, no sangue do Cordeiro nossos mantos, cheios de misérias, de invejas, de orgulhos, de erros... E temos experimentado o perdão e o amor de Deus. Nós somos os que seguimos a Jesus. Com todas nossas limitações.

Porque já sabemos que não basta uma lavada para que a roupa fique limpa para sempre. Com o barro da vida voltamos a manchá-la. Mas somos constantes e sabemos que a misericórdia de Deus é maior que todas nossas limitações. Nós sabemos por experiência que “a salvação é de nosso Deus, que está sentado no trono e do Cordeiro”, de Jesus.

Somos os bem-aventurados

A verdade é que somos filhos de Deus (segunda leitura). Somos seus filhos e filhas, ainda que não se tenha manifestado de todo o que isso significa. Agora vivemos na esperança porque estamos a caminho. Como o povo de Israel, caminhamos no deserto à espera de chegar à terra prometida. Mas Deus está conosco. E Ele nos faz santos.

Agora, uma vez realizados estes singelos exercícios, podemos atender à leitura do Evangelho e escutar como Jesus nos chama de “bem-aventurados” porque somos pobres, porque lutamos pela justiça, porque tratamos de ser misericordiosos, porque trabalhamos pela paz e a reconciliação. E a palavra de Jesus chega a nossos ouvidos. Acalma-nos, nos serena, devolve-nos a alegria, faz-nos conhecer e compreender nossa mais profunda realidade.

Mais além de nossos defeitos e limitações, está a verdade, a grande verdade: que somos filhos amados de Deus, que a humanidade não está condenada senão salva pelo grande amor com que Deus nos ama. Nós, um nós muito grande, que abarca a toda a humanidade no passado, no presente e no futuro, somos os santos de Deus, os santos que hoje celebramos. Porque Ele é bom.

Saíamos à rua com o sorriso no rosto e dispostos a seguir lutando para melhorar nossa própria vida e para melhorar este mundo. Para fazer que seja a casa de Deus, a casa de todos, o Reino pelo qual Jesus deu sua vida.

Pe. Fernando Torres, cmf

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BEM-AVENTURANÇAS

Por tradição, as “Bem-Aventuranças” são estas oito ou nove – dependendo da forma de apresentação das duas últimas – apresentadas por São Mateus (Mt 5,3-12), que tomam parte do evangelho de São Lucas apenas em número de quatro, como podemos ver em Lc 6,20-23.

Conforme o Catecismo da Igreja Católica (CIC 1717-1719), as “Bem-Aventuranças” nos faz experimentar Jesus em face de Sua Caridade, Misericórdia, salientando a Vocação dos fiéis para com a Sua Glória e Ressurreição.

Estas descobrem a finalidade da existência humana, o fim último dos atos humanos uma vez que Deus nos chama à receber na mesa da partilha a felicidade dos que vivem conforme Suas vontades. Este fim/finalidade/vocação dirige-se a cada um, de forma pessoal, mas também ao conjunto da Igreja que são aqueles que acolheram a promessa, exemplificando este acolhimento com suas vidas.

Isto posto, Devemos lembrar que aqui na Terra é que preparamos a nossa morada celeste, com perseverança e humildade. Aliás, as “bem-aventuranças” estão no centro da pregação de Jesus, pois remetem à lembrança das promessas feitas ao povo eleito desde Abraão. A aliança de Deus com o homem pressupõe cumprimento das promessas, mas também que o homem faça sua parte e não quebre o sinal de compromisso com Deus (aliança). Assim, esta prometida “bem-aventurança” nos coloca a fazer escolhas morais, entre o bem e o mal.

A bem-aventurança da vida eterna é um dom gratuito de Deus que só Ele pode nos dar. Ensinam e nos mostram que é necessário amar a Deus sobre todas as coisas, pois as dificuldades virão e os momentos felizes também. Fidelidade é seguir firme em seus ideais, fé e preceitos mesmo diante às adversidades mais brutais. Devemos lembrar que o Senhor não prometeu dias tranqüilos ao resolvermos, livremente, segui-lo. De certo, quem caminha com o Pai percebe que é muito mais fácil enfrentar as tempestades da vida.

Na Igreja, (re)conhecemos caminhos que nos levam ao Reino dos Céus. Contudo nos e pedido perseverança e conversão cotidiana. Nunca devemos achar que a salvação já está alcançada, nem acharmos que é difícil chegar até ela.

O cristão católico é tão humano quanto qualquer outra pessoa que sofre e chora. O que o faz diferente dos outros é a forma com que ele (cristão) encara as dificuldades e se levanta de novo, retornando a caminhar. Isto faz dele, de nós cristãos, “Bem-aventurados”. Pensem nisso!

Catequista Bruno

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SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Domingo, 7 de Novembro de 2010

Evangelho (Mateus 5,1-12a)


Durante o ano litúrgico, celebramos as festas de toda uma série de santos, mas, claro, existem tantos santos que iríamos entupir o calendário se estivéssemos a tentar celebrar todos eles. O que acabamos fazendo é apenas comemorar as festas dos santos que têm um significado universal para toda a Igreja e alguns com importância local particular.

E depois temos esta festa maravilhosa para tomar todo o resto, toda a companhia dos santos, que grande nuvem de testemunhas da verdade do evangelho.

Nesta idade moderna, há uma tendência para rebaixar a importância dos santos, a considerá-los como uma espécie de cobertura espiritual sobre o bolo-legal, mas desnecessário.

Este é certamente um erro. Os santos não são simplesmente os heróis da fé, grandes mártires e confessores, maravilhosos exemplos de vida cristã. Eles são muito mais do que isso. Não é simplesmente a vida que viveram na terra que é importante, assim também é a vida que vivo agora no céu.

No céu, eles continuam a fazer parte da Igreja, na comunhão dos santos, a comunidade dos seguidores de Cristo na terra e nos céus. A oração da Igreja não é apenas a soma de todas as nossas orações pessoais e Divina Liturgia, que inclui também a oração dos santos no céu.

Estes homens e mulheres insignes são um conosco, louvando e agradecendo a Deus Todo-Poderoso. Eles também intercedem a nosso favor adicionando suas orações de intercessão com a nossa. É justo que, quando temos algo particularmente difícil rezar para que não se deve hesitar em recorrer a eles para obter assistência.

Nós oramos diretamente ao Pai, por Cristo, mas também pedimos aos santos, especialmente Maria, a rezar "por" nós. É no mesmo nível que os nossos amigos pedindo para rezar por uma intenção particular, exceto que os santos estão no céu, sentimos que as suas orações são um pouco mais forte que a nossa.

Sentimos uma comunhão e intimidade com os santos e levar conforto na histórias das suas vidas e muitas vezes têm favoritos dentre os santos. É comum o suficiente para invocar o auxílio de um santo em vez de outro para solicitações específicas.

Os santos certamente nos ajudam com suas orações e nos ajudam a focar nossas intercessões.Não se consegue nada na vida se não tentar. Os Santos tentaram e conseguiram.

Você pode, você consegue.

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ

Professor Isaías da Costa

Contato: isaiasdacosta@hotmail.com

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O SERMÃO DA MONTANHA

Jesus inverte os valores.

No evangelho de hoje Jesus inverte a escala de valores dos judeus. Mais o que é uma escala de valores? Veja bem. No tempo de Jesus, os judeus assim como hoje, achavam que as coisas que valem mais são os bens materiais, como casa, terrenos fazendas e outras propriedades.

Quais as coisas mais importantes para a nossa existência hoje? Saúde, dinheiro, fama, posição social. Qual a profissão mais importante? Todos respondem sem pestanejar. Médico. Qual a pior profissão? Lixeiro.

Os valores mudam no tempo e no espaço.

No tempo: Quando você era pequena, brincava de boneca. Hoje, com quinze anos, boneca nem pensar.

No espaço: Um sujeito sobrevoando a África em um monomotor com uma maleta cheia de notas de 100,00 no valor de 900 mil reais. Ele está pensando com um sorriso nos lábios, eu tudo que ele pode comprar com todo aquele dinheiro. De repente um estouro. A hélice parou. Olha para baixo só vê areia. É o mortal Deserto de Sahara!

Já no chão, ou melhor, na areia com o sol torrando sua cara, logo após umas 4 horas de banho de sol forçado, bate uma sede de doer a garganta, e ele pensa, em grande desespero! Eu pagaria mil reais por uma jarra de água gelada!

Viu? Ali na areia do deserto sua maleta de dinheiro, não vale nada! É triste pensar também que quando estivermos dentro do caixão toda a nossa riqueza não nos servirão de mais nada!

Pense: Só Deus e a vida eterna são valores imutáveis.

Os valores estão classificados em uma escala de importância. Uns valem mais que outro. Para aquele sobrevivente na areia do deserto, a coisa que tinha mais valor naquele momento de desespero, não era a maleta de dinheiro, mais sim uns copos de água.

Jesus no seu discurso inverte a escala de importância dos valores. As coisas que para a elite representada pelos saduceus, fariseus, escribas e sacerdotes valiam mais, Jesus desvalorizou. dando maior valor exatamente o que eles desprezavam ou desvalorizavam.

Felizes são os pobres que passam fome... (ao contrário do que todos pensavam.) ...e felizes os que choram porque: Serão saciados e vão rir muito... onde? NA VIDA ETERNA, UM DIA.

Sal

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SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS

Domingo, 7 de novembro de 2010

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Santos do Dia: Áquila de Alexandria (bispo), Amaranto de Albi (bispo, mártir), Blevilegueto de Quimperlé (bispo), Engelberto de Colônia (bispo, mártir), Ernesto de Zwiefalten (abade), Florêncio de Estrasburgo (bispo), Gertrudes de Remiremont (abadessa), Herculano de Perúgia (bispo), Hierón, Nicandro, Esíquio e Companheiros (mártires de Melitene, na Armênia), Lázaro da Turquia (presbítero), Patrício Fleming (franciscano, mártir), Prosdócimo de Pádua (bispo), Raveriano de Séez (bispo), Rufo de Metz (bispo), Tremoro da Bretanha (mártir), Vilibrordo de Echternach (monge, bispo).

Primeira leitura: Apocalipse 7, 2-4.9-14
Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas.
Salmo responsorial: 23,1-6
É assim a geração dos que procuram o Senhor!
Segunda leitura: 1 João 3,1-3
Veremos Deus tal como é.
Evangelho: Mateus 5, 1-12a
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Os saduceus eram os líderes mais conservadores no judaísmo da época de Jesus. Somente nas idéias, não porém em sua conduta. Consideravam como revelados por Deus somente os primeiros cinco livros da Bíblia, por eles atribuídos a Moisés.

Os profetas, os escritos apocalípticos, todo o referente ao Reino de Deus, as exigências de mudança na história, na outra vida, eram consideradas por eles idéias “libertarias” de descontentes sociais. Para eles não existia outra vida, a única vida existente era a presente e nela eles eram os privilegiados; por isso, não havia por que esperar outra.

Pensavam dessa maneira as famílias sacerdotais da elite e os anciãos, ou seja, os chefes de famílias aristocráticas que tinham seus próprios escribas. Ainda que estes não tivessem muito prestigio, ajudavam a fundamentar teologicamente suas aspirações para uma vida boa.

As riquezas e o poder que tinham eram uma amostra de que eram os preferidos de Deus. Não necessitavam esperar outra vida. Graças a isso, mantinham uma posição cômoda: por um lado, a aparência de piedade; por outro, um estilo de vida de acordo com os costumes pagãos dos romanos, seus amigos, de quem recebiam privilégios e concessões que ampliavam suas fortunas.

Os fariseus eram o oposto deles, tanto em suas esperanças como em seu estilo de vida austera e apegada à lei da pureza. Uma das convicções mais firmemente arraigadas era a fé na ressurreição, que os saduceus rejeitavam abertamente pelas razoes expostas anteriormente. Porém, muitos concebiam a ressurreição como a mera continuação da vida terrena, somente que para sempre.

Jesus estava já na reta final de sua vida pública. A ação de Jesus em favor da Causa do Reino era desmascarar as intenções distorcidas dos grupos religiosos de seu tempo. O Sinédrio declarava-se incompetente para decidir se tinham ou não autoridade para fazer o que fazia; os fariseus e os herodianos eram considerados hipócritas, por suas inconseqüências no agir. Sinédrio e saduceus se enfrentam por causa da interpretação da lei de Moisés.

A posição de Jesus neste debate com os saduceus pode ser iluminadora para os tempos atuais. Também nós, como sociedade culta, podemos reagir com freqüência contra uma imagem demasiado fácil da ressurreição. Qualquer um de nós com formação cristã de catequese infantil, pode recordar os ensinamentos a respeito deste tema, a fácil descrição, que até os anos 50 se fazia da morte (separação da alma em relação ao corpo), o que seria um juízo particular, como seria o juízo universal, o purgatório (se não o limbo), o céu e o inferno.

A teologia (ou simplesmente o imaginário) cristã tinha respostas detalhadas e exaustivas para todos estes temas. Acreditava-se saber quase tudo a respeito ao além e com requintes de detalhes. Muitas pessoas de “hoje”, com cultura filosófica e antropológica (ou simplesmente com “senso comum atual”) se ruborizam ao ter acreditado em tais coisas, e se rebelam, como aqueles coetâneos de Jesus, contra uma imagem tão prática, tão maximalista, tão segura a respeito do tema.

De fato, no ambiente geral do cristianismo atual, pode-se observar um prudente silencio sobre estes temas, outrora tão vivos e até discutidos. Em relação aos falecidos, não se fala mais das realidades do além nas celebrações relativas à morte, não se tem a mesma opinião que há décadas.

Algo está torto epistemologicamente na cultura moderna, que nos faz sentir a necessidade de não repetir, sem mais, o que nos foi dito, mas de revisar e repensar o que podemos dizer, saber e esperar.

Como os saduceus daquele tempo, hoje Jesus nos diz também: “vocês não sabem do que estão falando...”. Seja o conteúdo real do que temos chamado tradicionalmente “ressurreição” não é algo que se possa descrever, nem detalhar, sem sequer “imaginar”.

Talvez seja um símbolo que expressa um mistério que apenas se pode intuir, mas não concretizar. Uma ressurreição entendida direta e plenamente como um “reavivamento”, ainda que seja espiritual (que é como a imagem funciona de fato em muitos cristãos formados em um esquema mais tradicional), hoje, criticamente falando, a idéia não parece sustentável.

Talvez seja boa para nós uma sacudida como a de Jesus aos saduceus. Antes que nossos contemporâneos percam a fé na ressurreição e, com ela, de uma vez, toda a fé, seria bom fazermos um serio esforço para purificar nossa linguagem sobre a ressurreição e para colocar em relevo seu caráter de mistério. Fé sim, porém não uma fé preguiçosa e fundamentalista, mas séria, sóbria, crítica e bem formada.

ORAÇÃO COMUNITÁRIA


Ó Pai, a esperança na ressurreição é um dom misterioso que não conseguimos compreender por inteiro, porém em todas as tradições religiosas se expressa de mil maneiras. Ilumina-nos para que vivamos a cada momento de nossa vida a certeza de que nunca nos abandonas e nem permites que nos percamos. Isso te pedimos por Jesus Cristo teu Filho e nosso irmão.

Missionários Claretianos

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AS BEM-AVENTURANÇAS

DOMINGO 07/11/2010

Mt 5,1-12ª

Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.

Hoje nós celebramos, com alegria, a solenidade de todos os santos. No Evangelho, Jesus nos apresenta as nove Bem-aventuranças, que são o nosso caminho, ao mesmo tempo de felicidade e de santidade: tornar-se pobre em espírito, aflito pelo Reino de Deus, manso, com fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido e injuriado. O termo "bem-aventurado" designa uma pessoa feliz, nesta vida e na outra. Não só nesta vida nem só na outra, é a felicidade plena.

Uma das afirmações básicas do Concílio Vaticano II é a vocação universal à santidade na Igreja. Todos nós, cristãs e cristãos batizados, somos chamados a ser santos.

Ser santo é viver na graça de Deus. Todos nós ganhamos o dom da santidade no dia do nosso batismo. O importante é conservá-lo e, se Deus o livre, um dia o perdermos, recuperá-lo logo pelo sacramento da confissão.

Entretanto, no dia do batismo recebemos a santidade em forma de semente. Precisamos desenvolver esse dom.

“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).

“Irmãos, aprontai a vossa mente, sede sóbrios e colocai toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida no dia da revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós, em todo o vosso proceder” (1Pd 1,13-15).

E Jesus mesmo fala: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Está aí o convite claro para nós. O melhor convite do mundo.

É um caminho aberto para todos e todas, que ninguém e nada pode fechar. Nem doença, nem perseguição... nada. Tudo o que fizerem para barrar a caminhada de uma pessoa rumo à santidade, só faz ajudá-la a conseguir a santidade.

“Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).

A busca da santidade começa pelos nossos pensamentos. Porque tudo, tanto o bem como o mal, começa nos nossos pensamentos. Quando percebemos que algum pensamento é contra o plano de Deus, devemos rezar imediatamente, entregando-nos a Deus para que nos proteja. Mesmo que precisemos rezar o dia inteiro, fazendo pequenas jaculatórias, compensa, para não cairmos em tentação.

O caminho mais curto para a santidade é a caridade.

Certa vez, uma sacristã falou para o padre: “Senhor padre, eu ouço sempre o senhor falar a respeito da santidade. Eu quero ser santa. O que devo fazer?” O padre fez de conta que não ouviu e falou de outro assunto.

No dia seguinte, ele chegou à sacristia e foi logo passando o dedo na mesa. Mostrou o dedo sujo de poeira para ela e disse: “Esta mesa está suja, hein?” Depois ele abriu o armário de paramentos e mostrou para ela as golas de algumas túnicas, bem sujas. Falou também do banheiro, que precisava mais limpeza... E foi embora para a casa paroquial.

À tarde, a sacristã veio falar com ele, e pediu as contas. O pároco perguntou o motivo e ela explicou: “Hoje de manhã o senhor me humilhou muito!” O padre disse: “Mas a senhora não me perguntou o que fazer para se tornar santa? O primeiro passo é cumprir bem as nossas obrigações diárias!” A sacristã deu um sorrisinho amarelo, e desistiu de pedir as contas.

Maria Santíssima é a Rainha de todos os santos. Que ela nos ajude a colocar em primeiro lugar na vida a busca da santidade.

Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.

Vera Lúcia

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O SERMÃO DA MONTANHA

PRIMEIRA LEITURA - A primeira leitura, um trecho do apocalipse vai dizer em outras palavras, que os que têm a mente desapegada das riquezas e livres para servir aos mais necessitados; aqueles que promovem a vida e a paz, comprometendo-se com a luta pela implantação da justiça empenhados até o martírio, são os verdadeiros exemplos de seguidores de Jesus que de sua vida por nós.

SEGUNDA LEITURA - João em sua primeira carta nos alegra e nos conforta dizendo que podemos ser chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato, filhos de Deus. E é por isso que às vezes o mundo não nos reconhece como boa parte dos humanos não reconheceu O Filho de Deus, Jesus. Na verdade, algumas pessoas não se sentem a vontade diante da nossa presença, por se sentirem despidas, diante de nós que as incomodamos por sermos seguidores de Jesus Cristo.

A mensagem de João, entretanto, encarnou-se em um ser humano, o Filho, Jesus Cristo que foi realmente ouvido, visto e tocado. Nele, a vida eterna tornou-se visível, para que ambos, ele e ela, pudessem ser partilhados conosco. É uma comunhão (koinônia) com o Pai e o Filho e o próprio ato de descrevê-la por escrito é, para João, fonte de alegria completa. E ele nos garante que , quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é.

EVANGELHO

Mt 5,1-12a

O Sermão em que Jesus proclama as bem-aventuranças, é dividido em oito partes, sendo que as quatro primeiras dirigem-se aos que sofrem opressão e exploração do sistema social, esperando a intervenção libertadora de Deus. São os pobres que choram e esperam por justiça. As quatro últimas apontam para aqueles que se empenham em uma prática transformadora do mundo. São os misericordiosos que se solidarizam com os sofredores; os que são desapegados das riquezas e bondosos para com os mais necessitados; os que promovem a vida e a paz, comprometendo-se com a luta pela implantação da justiça característica do seguimento de Jesus.

Nas quatro primeiras bem-aventuranças Jesus fala para aqueles que sofrem por algum tipo de deficiência, física(aleijados), mental(pouca inteligência), ou social (injustiça).

Assim, os pobres de espírito são aqueles que sabem que não são do mesmo nível social e mental que aqueles com os quais convivem, e apesar disso não se revoltam, estão conformados consigo mesmos, sofrem com paciência e apego com Deus. Esses um dia terão o céu garantido pelo próprio Jesus Cristo. Mas porque essas pessoas existem se Deus é amor, poderoso e bom? Elas existem para que possamos praticar a caridade. Sem elas como poderíamos ser caridosos partilhando um pouco do que temos através da esmola?

Os que choram humildemente por algum tipo de sofrimento terreno tem os seus pecados perdoados e serão consolados na Vida Eterna.

Os humildes, aqueles que não se revoltam contra o Pai, aqueles que aceitam sem reclamar a sua posição em relação aos poderosos e até servem os ricos, limpando sua sujeira, preparando sua comida, cuidando dos seus bens, e que nem sempre recebem o que merecem em forma de pagamento. Jesus prometeu que Deus vai lhes recompensar por tanto prejuízo.

E os que são caluniados e injustiçados pelo fato de servirem a Deus e ao Reino, não se preocupem. Pelo contrário, fique feliz, porque na Vida Eterna, tudo será diferente. Tudo vai ser recompensado como Jesus prometeu. Tudo será transformado em alegrias infindas.

Os outros quatro tipos de pessoas são aqueles que se compadecem dos pobres, e dos deficientes de vários tipos. São aqueles que se compadecem de fato e não só de palavras. São misericordiosos e tratam os excluídos com justiça, bondade e às vezes com firmeza. Pois nem sempre é bom dar comida na boca de quem pede. Nem sempre é bom dar o peixe, mais sim o anzol para ele ir pescar. Isso no caso dos preguiçosos, se bem que a preguiça também é um tipo de deficiência nata. Porém, quando a pessoa estiver mesmo caída, não tem jeito. Assim, se tivermos misericórdia dessas pessoas, Deus também vai ter misericórdia de nós, segundo a explicação de Jesus no Sermão da montanha.

Aqueles de corações puros, que não tramam nenhum mal para os outros, que não desejam o mal do próximo, que não cobiçam a mulher do próximo, que não levantam falso testemunho, que não falsificam documento para lesar o parente com relação à herança, que não pensam mal das pessoas, etc, esses verão a Deus. Que maravilha!

E aqueles que evitam brigas, que separam os que estão brigando, que se esforçam para que haja paz, na família e na comunidade, na sociedade, e no mundo, serão tratados como filhos de Deus.

E os catequistas, padres, freiras, ministros e todos aqueles que levam a mensagem de Cristo às pessoas, e por isso são caluniados, injustiçados, e perseguidos, não liguem para tudo isso! Não se preocupem! Pelo contrário, fiquem alegres, porque grande será a nossa recompensa no Céu! E é bom repetir aqui o que Jesus disse em outra ocasião, para aqueles que derem esmola. “Quem dá 1,0 na Terra, receberá 100 no Céu” Este, com certeza, é o melhor investimento, o melhor tesouro que podemos acumular.

Sal

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O SERMÃO DA MONTANHA – FELIZES OS POBRES...

Jesus chama-nos para a prática do amor que provoca vida: “Sede santos, porque o vosso Pai do Céu é Santo”.

A construção da santidade acontece pela fidelidade contínua à vontade de Deus. À semelhança de Jesus, o cristão deve buscar a santidade na atitude de amor ao Senhor e aos seus irmãos e irmãs.

A celebração da Eucaristia, Páscoa do Senhor, coloca-nos diante do compromisso com o evangelho, que deve provocar em nós a conversão e a pureza de coração. Busquemos com firmeza, em Jesus, a vida de santidade.

"O louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus, para sempre" (Ap 7, 12).

Em atitude de profunda adoração da Santíssima Trindade, unimo-nos a todos os Santos que celebram perenemente a liturgia celeste para reiterarmos com eles a ação de graças ao nosso Deus pelas grandes obras por Ele realizadas na história da salvação.

Louvor e ação de graças a Deus por ter suscitado na Igreja uma imensa plêiade de Santos, que ninguém pode enumerar (cf. Ap 7, 9). Uma imensa plêiade: não só os Santos e os Beatos que festejamos durante o ano litúrgico, mas também os Santos anônimos que só Ele conhece. Mães e pais de família que, na dedicação diária aos filhos, contribuíram eficazmente para o crescimento da Igreja e a edificação da sociedade; sacerdotes, religiosas e leigos que, como candeias acesas diante do altar do Senhor, se consumaram no serviço ao próximo necessitado de assistência material e espiritual; missionários e missionárias, que deixaram tudo para levar o anúncio evangélico a todas as partes do mundo. E a lista poderia continuar.

Louvor e ação de graças a Deus, de maneira particular pela mais santa de todas as criaturas, Maria, amada pelo Pai, abençoada por causa de Jesus, fruto do seu seio, santificada e renovada como criatura pelo Espírito Santo. Modelo de santidade por ter colocado a própria vida à disposição do Altíssimo, Ela "brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino" (
Lumen gentium, 68).

A hodierna liturgia fala unicamente de santidade. Porém, para sabermos qual é o caminho da santidade, devemos subir com os Apóstolos ao monte das Bem-Aventuranças, aproximar-nos de Jesus e colocar-nos à escuta das palavras de vida que saem dos seus lábios. Também hoje Ele nos repete:

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque possuirão o reino dos céus! O Mestre divino proclama "beatos" e, poderíamos dizer, "canoniza" em primeiro lugar os pobres em espírito, ou seja, aqueles que têm o coração livre de preconceitos e condicionamentos e por isso são totalmente disponíveis à vontade divina. A adesão integral e confiante a Deus supõe o despojamento e o desapego coerente de si mesmo.

Bem-aventurados os aflitos! É a bem-aventurança não só daqueles que sofrem pelas inumeráveis misérias inerentes à condição humana mortal, mas também de quantos aceitam com coragem os sofrimentos derivantes da profissão sincera da moral evangélica.

Bem-aventurados os puros de coração! São proclamados ditosos aqueles que não se contentam com a pureza exterior ou ritual, mas procuram a absoluta retidão interior que exclui qualquer mentira e ambigüidade.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça! A justiça humana já é uma meta excelsa, que enobrece o ânimo de quem a procura, mas o pensamento de Jesus tem em vista a justiça mais elevada, que consiste na busca da vontade salvífica de Deus: feliz é sobretudo quem tem fome e sede desta justiça. Com efeito, Jesus diz: "Só entrará [no Reino do Céu] aquele que põe em prática a vontade do meu Pai que está no Céu" (Mt 7, 21).

Bem-aventurados os misericordiosos! Ditosos são aqueles que vencem a dureza de coração e a indiferença, para reconhecerem de forma concreta a primazia do amor compassivo a exemplo do Bom Samaritano e, em última análise, do Pai "rico em misericórdia" (Ef 2, 4).

Bem-aventurados os pacificadores!
A paz, síntese dos bens messiânicos, constitui uma tarefa exigente. Num mundo que apresenta tremendos antagonismos e obstáculos, é necessário promover uma convivência fraterna inspirada no amor e na partilha, superando inimizades e contrastes. Felizes aqueles que se comprometem neste nobilíssimo empreendimento.

Os Santos levaram a sério estas palavras de Jesus. Acreditaram que a "felicidade" haveria de lhes advir se a traduzissem concretamente na sua própria existência. E experimentaram a sua verdade no confronto quotidiano com a experiência: não obstante as provações, as obscuridades e as adversidades, saborearam já aqui na terra a profunda alegria da comunhão com Cristo. N'Ele descobriram, presente no tempo, o gérmen inicial da futura glória do Reino de Deus.

Foi o que descobriu, em particular, Maria Santíssima, que com o Verbo encarnado viveu uma comunhão singular, confiando-se incondicionalmente ao Seu desígnio salvífico. Por isso, foi-lhe dado escutar, antes do "sermão da montanha", a bem-aventurança que resume todas as outras: "Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu" (Lc 1, 45).

A profundidade da fé da Virgem na palavra de Deus transparece com clarividência no cântico do Magnificat: "A minha alma proclama a grandeza do Senhor / e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador / porque olhou para a humilhação da sua Serva" (Ibid., vv. 46-48).

Com este cântico, Maria mostra o que constituiu o fundamento da sua santidade: a profunda humildade. Podemo-nos perguntar em que consistia esta sua humildade. A este respeito, é muito eloqüente a "preocupação" que a saudação do anjo lhe suscitou: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo!" (Ibid., v. 28). Diante do mistério da graça, da experiência de uma especial presença de Deus, que lhe dirigiu o Seu olhar, Maria sente um natural impulso de humildade (literalmente, de "submissão"). É a reação da pessoa que tem plena consciência da própria pequenez diante da grandeza de Deus. Na verdade, Maria contempla-se a si mesma, os outros e o mundo.

Não foi por acaso sinal de humildade a pergunta: "Como vai acontecer isto, se não vivo com nenhum homem?" (Ibid., v. 34)? Ela acabara de ouvir que devia conceber e dar à luz uma Criança, que haveria de reinar no trono de David como Filho do Altíssimo. Sem dúvida, ela não compreendeu plenamente o mistério daquela disposição divina, mas entendeu que significava uma transformação total na realidade da sua vida. Todavia, não perguntou: será verdadeiramente assim? Deve acontecer isto? Mas disse com simplicidade: Como vai acontecer? Sem dúvidas e de forma incondicional, aceitou a intervenção divina que mudava a sua existência. A sua pergunta exprimia a humildade da fé, a disponibilidade para pôr a própria vida ao serviço do mistério divino, apesar da incapacidade de compreender o modo da sua realização.

Esta humildade do espírito, esta completa submissão na fé, expressou-se de maneira particular no seu "fiat". "Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Ibid., v. 38). Graças à humildade de Maria, pôde realizar-se aquilo que em seguida Ela teria entoado no Magnificat": "Doravante todas as gerações me felicitarão / porque o Todo-Poderoso realizou grandes obras em meu favor / o seu Nome é santo" (Ibid., vv. 48-49).

É à profundidade da humildade que corresponde a grandeza do dom. O Onipotente realizou "grandes obras" em seu favor (cf. Ibid., v. 49) e Ela soube aceitá-las com gratidão e transmiti-las a todas as gerações dos fiéis. Eis o caminho rumo ao céu percorrido por Maria, Mãe do Salvador, precedendo neste caminho todos os Santos e Beatos da Igreja.

Bem-aventurada és tu, ó Maria, assunta ao céu em alma e corpo! Pio XII definiu esta verdade "para a glória de Deus Onipotente... em honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte, para a maior glória da sua Mãe, para alegria e exultação de toda a Igreja" (Constituição Apostólica
Munificentissimus Deus, AAS 42 [1950], pág. 770).

E nós exultamos, Maria Assunta, na contemplação da tua pessoa glorificada e, em Cristo ressuscitado, tornada colaboradora do Espírito para a comunicação da vida divina aos homens. Em ti vemos a meta da santidade para a qual Deus chama todos os membros da Igreja. Na tua vida de fé vemos a clara indicação do caminho rumo à maturidade espiritual e à santidade cristã.

Contigo e com todos os Santos, glorificamos a Deus Trindade, que ampara a nossa peregrinação terrestre e vive e reina nos séculos dos séculos!

Amém!

Homilia do Papa João Paulo II
Na Solenidade de Todos os Santos
No 50° Aniversário da Definição
Dogmática da Assunção

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BEM-AVENTURADOS OS POBRES

Jesus chama-nos para a prática do amor que provoca vida: “Sede santos, porque o vosso Pai do Céu é Santo”.

A construção da santidade acontece pela fidelidade contínua à vontade de Deus. À semelhança de Jesus, o cristão deve buscar a santidade na atitude de amor ao Senhor e aos seus irmãos e irmãs.

A celebração da Eucaristia, Páscoa do Senhor, coloca-nos diante do compromisso com o evangelho, que deve provocar em nós a conversão e a pureza de coração. Busquemos com firmeza, em Jesus, a vida de santidade.

EVANGELHO

Quem são os santos?

Este domingo não é um domingo qualquer. Hoje celebramos a festa de Todos os Santos. Quem são os santos? Podemos fazer um primeiro exercício olhando a história aos altares e quadros de nossas igrejas e capelas. Aí estão alguns santos. Estão convertidos em papelão e pedra. São estátuas mais ou menos formosas que decoram os altares. De alguns deles conhecemos a vida. Lemos em seu momento um livro ou folheto com os detalhes de sua vida.

Porém, a maioria fica muito longe no tempo. Tem-nos chegado ao conhecimento que são tão “santos” que nos dá a sensação de uma santidade inalcançável. Fizeram coisas maravilhosas e alguns parecem que eram já santos quase dantes de nascer. Ante eles sentimos admiração, mais também certo desânimo. Não nos vemos com as forças para viver como eles viveram sua fé no meio, algumas vezes, de situações muito difíceis e complicadas.

Olhem aos que vos rodeiam

Um segundo exercício que podemos fazer neste dia é bem mais simples. Basta jogar um olhar ao nosso redor (supõe-se que estamos na igreja, celebrando a eucaristia com nossos irmãos e irmãs). À frente, à direita, à esquerda, atrás de nós. Há muitas pessoas. Algumas nos são conhecidas. As saudamos ao entrar. A outras as conhecemos somente de vista. De ver pela rua, mais também de vê-los aqui na igreja. Outras são caras totalmente novas.

Temos vindo de diversos lugares e origens para celebrar juntos a Eucaristia, para dar graças a Deus por sua bondade, para escutar sua Palavra, para compartilhar seu Corpo e seu Sangue. Tudo isso fazemos juntos, em comunidade. Pois bem, nós somos os santos que hoje celebramos.

Não há necessidade de olhar para trás no tempo, mais o que é mais fácil, lançar o olhar para o banco de traz. E do nosso lado. E em nós mesmos. Nós somos os crentes, discípulos. Nós, junto com muitos outros ao longo da vida e em nosso mundo, junto com muitos outros no passado (para recuperar os altares, porém vivos, não como estátuas) e, no futuro, nós, que trabalhamos diariamente para fazer um mundo melhor, mais fraterno, mais cheio de misericórdia, compreensão, tolerância, amor, perdão. Em suma, mais cheio de Deus.

Sim, nós somos parte dessa imensa multidão da qual fala o Apocalipse de João. Nós temos lavado, e seguimos lavando, no sangue do Cordeiro nossos mantos, cheios de misérias, de invejas, de orgulhos, de erros... E temos experimentado o perdão e o amor de Deus. Nós somos os que seguimos a Jesus. Com todas nossas limitações.

Porque já sabemos que não basta uma lavada para que a roupa fique limpa para sempre. Com o barro da vida voltamos a manchá-la. Mas somos constantes e sabemos que a misericórdia de Deus é maior que todas nossas limitações. Nós sabemos por experiência que “a salvação é de nosso Deus, que está sentado no trono e do Cordeiro”, de Jesus.

Somos os bem-aventurados

A verdade é que somos filhos de Deus (segunda leitura). Somos seus filhos e filhas, ainda que não se tenha manifestado de todo o que isso significa. Agora vivemos na esperança porque estamos a caminho. Como o povo de Israel, caminhamos no deserto à espera de chegar à terra prometida. Mas Deus está conosco. E Ele nos faz santos.

Agora, uma vez realizados estes singelos exercícios, podemos atender à leitura do Evangelho e escutar como Jesus nos chama de “bem-aventurados” porque somos pobres, porque lutamos pela justiça, porque tratamos de ser misericordiosos, porque trabalhamos pela paz e a reconciliação. E a palavra de Jesus chega a nossos ouvidos. Acalma-nos, nos serena, devolve-nos a alegria, faz-nos conhecer e compreender nossa mais profunda realidade.

Mais além de nossos defeitos e limitações, está a verdade, a grande verdade: que somos filhos amados de Deus, que a humanidade não está condenada senão salva pelo grande amor com que Deus nos ama. Nós, um nós muito grande, que abarca a toda a humanidade no passado, no presente e no futuro, somos os santos de Deus, os santos que hoje celebramos. Porque Ele é bom.

Saíamos à rua com o sorriso no rosto e dispostos a seguir lutando para melhorar nossa própria vida e para melhorar este mundo. Para fazer que seja a casa de Deus, a casa de todos, o Reino pelo qual Jesus deu sua vida.

Fernando Torres

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

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O SERMÃO DA MONTANHA

Na liturgia do VI Domingo da Tempo Comum a Palavra de Deus que nos é proposta leva-nos a refletir sobre o protagonismo que Deus e as suas propostas têm na nossa existência.

A primeira leitura põe frente a frente a auto-suficiência daqueles que prescindem de Deus e escolhem viver à margem das suas propostas, com a atitude dos que escolhem confiar em Deus e entregar-se em suas mãos. O profeta Jeremias avisa que prescindir de Deus é percorrer um caminho de morte e renunciar à felicidade e à vida plenas.

O Evangelho proclama “felizes” esses que constroem a sua vida à luz dos valores propostos por Deus e infelizes os que preferem o egoísmo, o orgulho e a auto-suficiência. Sugere que os preferidos de Deus são os que vivem na simplicidade, na humildade e na debilidade, mesmo que, à luz dos critérios do mundo, eles sejam desgraçados, marginais, incapazes de fazer ouvir a sua voz diante do trono dos poderosos que presidem aos destinos do mundo.

A segunda leitura, falando da nossa ressurreição - conseqüência da ressurreição de Cristo -, sugere que a nossa vida não pode ser lida exclusivamente à luz dos critérios deste mundo: ela atinge o seu sentido pleno e total quando, pela ressurreição, desabrocharmos para o Homem Novo. Ora, isso só acontecerá se não nos conformarmos com a lógica deste mundo, mas apontarmos a nossa existência para Deus e para a vida plena que Ele tem para nós.

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Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 6,17.20-26)

O mundo do revés

Há Igrejas nas quais encontramos placas que recordam o nome dos que doaram os bancos ou contribuíram na construção ou nas obras das reformas. Em muitas delas, figuram com letras maiores o que doaram mais dinheiro. A ordem de precedência em nossa sociedade, também em nossa igreja, é muito importante. Não é o mesmo um ministro que um diretor geral como não é o mesmo um bispo que um arcebispo ou um cardeal que um diácono. Nosso mundo tem ordem e hierarquia. Uns estão acima e outros estão abaixo. Os que estão acima costumam rir e ter muito mais que os que estão abaixo. A estes lhes tocam chorar e passar mais penúrias. Sempre tem sido assim e parece que sempre será.

Todas as tentativas para mudar esta ordem das coisas têm sido inúteis. A história termina devorando os revolucionários. Como diz o corrido mexicano: “meu pai foi peão de fazendo / e eu revolucionário / meus filhos puseram loja / e meu neto é servidor público.”

Mudar o mundo

Jesus é dos que acha que as coisas podem mudar. Sua experiência de Deus, sua relação profunda com o Abbá, diz-lhe que outro mundo é possível e que vale a pena trabalhar por ele. Daí suas palavras no texto evangélico deste domingo. A primeira parte de seu discurso soa-nos melhor. São as bem-aventuranças: uma série de bênçãos. Já as conhecemos. Falam do amor de Deus aos mais marginalizados, aos mais pobres, aos que lhes tocou a pior parte neste mundo.

O que nos custa aceitar é a segunda parte de seu discurso: as maldições. Como é possível que Jesus pronuncie essas palavras de condenação para os ricos, os que estão saciados, os que riem e os que são reconhecidos pelos demais? Não era necessário. Algum psicólogo talvez nos falasse de um desejo inconfessado de revanche, de vingança, contra aqueles aos que, sem culpa, lhes tocou a parte boa deste mundo. Talvez teria que recordar a Jesus que “os ricos também choram.”

Não há que dar voltas. As palavras de Jesus não se ajustam à nossa forma de pensar. Somos nós os que devemos escutar atenciosamente e com o coração aberto o que Jesus nos diz por mais surpreendente que nos possa ser. Jesus pronuncia bênçãos e maldições. Há uns que são os preferidos de Deus e outros aos que Deus afasta de sua presença. Há que sublinhar que os critérios de Deus são precisamente os opostos aos que usamos habitualmente na Igreja e na sociedade.

O Reino é para todos

Aqueles aos quais se amaldiçoa têm em todo caso uma via de escape. Primeiro deve fazer o esforço de sair de sua cômoda situação para aproximar-se dos preferidos de Deus. Talvez assim possam recolher alguma das migalhas que caem da mesa do banquete do Reino. Porque alguns não têm visto nunca a realidade da pobreza. Entre eles e essa realidade sempre têm estado os vidro escuros de seus carros ou os óculos de sol, que os impedem ver para além do que querem ver.

Mais ainda. Não é impossível que os que se sentem saciados encontrem o pão e o vinho que são o verdadeiro alimento que dá Vida. Mas para isso têm que fazer também algumas renúncias. Têm que chegar a sentir fome e que seja para valer. Têm que deixar de pôr a confiança em seus bens e começar a pôr no Senhor e nada mais que no Senhor, como também nos diz o profeta Jeremias. E abrir a mão e os olhos para compartilhar o que têm com seus irmãos e irmãs, com esses que são os preferidos de Deus – ainda que eles mesmos não o saibam em muitas ocasiões –.

Hoje as palavras de Jesus são um golpe em nossas consciências. Onde estamos? Onde queremos estar? Onde encontraremos a verdadeira Vida? Porque Jesus não quer o mundo como está senão ao contrário, como o quer seu Abbá.

Fernando Torres

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

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BEM-AVENTURADOS- O SERMÃO DA MONTANHA

Na liturgia do VI Domingo da Tempo Comum a Palavra de Deus que nos é proposta leva-nos a refletir sobre o protagonismo que Deus e as suas propostas têm na nossa existência.

A primeira leitura põe frente a frente a auto-suficiência daqueles que prescindem de Deus e escolhem viver à margem das suas propostas, com a atitude dos que escolhem confiar em Deus e entregar-se em suas mãos. O profeta Jeremias avisa que prescindir de Deus é percorrer um caminho de morte e renunciar à felicidade e à vida plenas.

O Evangelho proclama “felizes” esses que constroem a sua vida à luz dos valores propostos por Deus e infelizes os que preferem o egoísmo, o orgulho e a auto-suficiência. Sugere que os preferidos de Deus são os que vivem na simplicidade, na humildade e na debilidade, mesmo que, à luz dos critérios do mundo, eles sejam desgraçados, marginais, incapazes de fazer ouvir a sua voz diante do trono dos poderosos que presidem aos destinos do mundo.

A segunda leitura, falando da nossa ressurreição - conseqüência da ressurreição de Cristo -, sugere que a nossa vida não pode ser lida exclusivamente à luz dos critérios deste mundo: ela atinge o seu sentido pleno e total quando, pela ressurreição, desabrocharmos para o Homem Novo. Ora, isso só acontecerá se não nos conformarmos com a lógica deste mundo, mas apontarmos a nossa existência para Deus e para a vida plena que Ele tem para nós.

Todos conhecem a desilusão e a frustração que resulta da confiança traída. É uma experiência bem dolorosa confiar (esperar) e receber traição (ingratidão). Em certos momentos extremos, parece que tudo se desmorona à nossa volta e que perdemos a vontade de continuar a construir a nossa vida. A Primeira Leitura de hoje põe-nos de sobreaviso: tudo o que é humano é efêmero, limitado, finito; só em Deus encontramos o rochedo seguro que não falha e que não nos decepciona.

Segunda Leitura - Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20)

A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida para cada homem; e que esse projeto está a realizar-se continuamente em nós, até à sua concretização plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus.

EVANGELHO

A proposta de Jesus apresenta uma nova compreensão da existência, bem distinta da que predomina no nosso mundo. A lógica do mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro (mesmo quando esse dinheiro resulta da exploração dos mais pobres), os que têm poder (mesmo que esse poder seja exercido com prepotência e arbitrariedade), os que têm influência (mesmo quando essa influência é obtida à custa da corrupção e dos meios ilícitos); mas a lógica de Deus exalta os pobres, os desfavorecidos, os débeis: é a esses que Deus Se dirige com uma proposta libertadora e a quem convida a fazer parte da sua família. O anúncio libertador que Jesus traz é, portanto, uma Boa Nova que enche de alegria os corações amargurados, os marginalizados, os oprimidos.

Faz algumas semanas escutei uma conferência sobre o tema “a reconciliação como novo paradigma da missão". O que mais me impressionou foi a seguinte idéia: Deus, que é o único autor de toda e autêntica reconciliação tem como primeiro objetivo a cura das vítimas. Deus presta especial atenção aos pobres e oprimidos. E quando o opressor não quer mudar, Deus não interrompe sua ação reconciliadora, nem se torna refém daquele que não quer mudar. Por isso, encontra um rápido caminho para a reconciliação com a vitima, que lhe suplica e se abre à sua graça! Com tudo, o objetivo da missão de Deus é fazer, tanto da vitima como do opressor, “uma nova criatura” (2 Cor 5,17)

O evangelho deste domingo se compreende muito bem a partir desta perspectiva. Jesus proclama, acima de tudo, a cura e a bem-aventurança para as vítimas: "Feliz o pobre... Felizes os que agora têm fome... Felizes os que agora choram... Feliz quando os odeiam e os insultam e os proscrevem!”. Os pobres, os que choram, os que têm fome, os odiados e proscritos são as vítimas dos poderosos, dos ricos, desses que riem deles ou delas, sem mostrar-lhes o menor respeito. Para Jesus os pobres não são os que não tem nada; mais aqueles dos quais foi arrebatado àquilo que deveriam ter: os empobrecidos, os excluídos. Definidos em uma palavra: as vítimas! Neste mundo globalizado e interconectado, nada acontece isoladamente. É resultado do sistema, da interconexão.

Isso é que o Jesus faz! Descobrir o pobre e os que choram como vítimas! Há muitos tipos de vítimas. Em primeiro lugar e sem nenhuma dúvida, esse mundo de milhões e milhões de seres humanos que estão sendo excluídos das sociedades do bem-estar. Também estão as vítimas da violência: o rastro de vítimas que deixam para trás de si as guerras como a do Iraque e Oriente Médio, o terrorismo do ETA, o terrorismo islâmico, o terrorismo do estado; as vítimas domésticas, da violência afetiva também. São vítimas os pais anciãos, abandonados por seus filhos e filhas, as crianças a quem se nega um lar com pai e mãe. São vítimas também quem tem sido enganado pelas redes do mal e não são capazes de libertar-se. São vítimas quem está sob o controle de um caráter dominante, dogmático, intransigente, que não dialoga. Também nas comunidades cristãs há vítimas: pessoas que para estas comunidades são excluídos, grupos que são rejeitados, instituições que se asfixia lentamente para que desapareçam...

É a todo este imenso panorama de vítimas as quais Jesus proclama felizes e bem-aventurados. E o faz com a credibilidade do otimismo vital, de sua esperança no Abbá, de sua inspiração. É que Deus põe nas vítimas que clamam a Ele seu olhar, sua atenção. Partem-lhe o Coração!

Porém Jesus não esquece da outra parte: os que fazem as vítimas. Quer reconciliá-los com Deus, mas descobre seu fechamento e falta de arrependimento. Por isso, o processo reconciliador tem para eles um momento terrível de denúncia e ameaça: os que fazem as vítimas são avisados que seu dinheiro, seu poder, sua arbitrariedade não tem futuro. Comunica-lhes um destino de miséria, perda e pranto. Basta evocar a destruição da cidade prostituída segundo o Apocalipse, onde se escutam os lamentos de quem antes ria e fazia festas.

Também Maria, a mãe de Jesus se colocou ao lado das vítimas quando em seu Magnificat proclamou: “derruba do trono os poderosos e enaltece os humilhados; aos pobres os sacie de bens e aos ricos o vazio”.

É provável que poucas pessoas se sintam geradoras de vítimas, responsáveis pela pobreza, pela opressão e pela marginalização dos outros. Porém bem sabemos que há muitas formas que colaboram com os verdugos: acobertando-os, obedecendo-os, elogiando-os, elegendo-os. Neste mundo somos todos interconectados. Dois tipos de alianças nos querem seduzir: a aliança do poder, do dinheiro, do bem-estar e a da nova e definitiva Aliança no sangue de Jesus, derramado “por todos”. Nesse campo de forças contrárias é desenvolvida nossa vida. Dependendo de nossa posição, teremos felicidade ou infortúnio, bem-aventurança ou infelicidade.

Estar ao lado das vítimas, não é optar pela vingança, nem pela crítica permanente, nem pelo lamento amargo. Estar ao lado das vítimas é - como Jesus diz – fazer-se vulnerável à Misericórdia, deixar que a bem-aventurança dos pobres e dos últimos tome posse de nós. É denunciar a injustiça e lamentar-se pela má fortuna de quem tem tanta fortuna... É compadecer-se deles. É demonstrar aos que vitimam que não temos inveja e que eles são ídolos de lata. Que seus poderes são discursos de impotência. Que seus dinheiros são podres. Que se lamentam ao se vestir como se vestem, ao encenar sua vida com a parafernália dos que encenam. O Apocalipse disse muito bem: quem não se dirige desde o coração, desde a misericórdia e solidariedade, desde o respeito mais profundo pelo outro, tem o perigo de que seu rosto se converta em um focinho bestial. Por isso, a apocalíptica judia e cristã identificava os que vitimavam como monstros bestiais.

Reconciliação! É o sonho de Deus. Será o grande êxito do Espírito Santo. Chegará a todos. Porém este processo admirável começou em uma vítima: nosso Jesus o pobre, o que chorou ante Jerusalém, o marginalizado e excluído.

José Cristo Rey Garcia Paredes

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ENTREGUES NAS MÃOS DO SENHOR

A santidade não é um artigo de luxo reservado a um grupo de privilegiados. É um ideal para o qual todos os cristãos devem tender, independentemente de sua condição social ou eclesial. Como ninguém é excluído, também ninguém pode eximir-se de dar sua resposta a este apelo divino. O importante é ter uma visão correta da santidade, para se evitar esmorecimentos diante de concepções falsas, e também para não ir atrás de um projeto de santidade incompatível com a proposta de Jesus.
O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se.
A bem-aventurança dos pobres em espírito, dos mansos, dos aflitos e dos que têm fome e sede de justiça acontece quando as pessoas, nestas condições, contam apenas com o auxílio que vem de Deus. Seria inútil contar com as criaturas e esperar delas o socorro.
Por outro lado, também os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e os perseguidos por causa da justiça trilham um caminho de santidade. Sem uma profunda adesão a Deus e a seu Reino, jamais se disporiam a prestar ao próximo um serviço gratuito e desinteressado, e a escolher um projeto de vida em que os interesses pessoais passam para um segundo plano. A santidade, neste caso, consiste em imitar o modo divino de agir.

Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.

Pe. Jaldemir Vitório

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2ª Leitura - 1Jo 3,1-3

Veremos Deus tal como é.

Leitura da Primeira Carta de São João 3,1-3


Caríssimos,
1vede que grande presente de amor o Pai nos deu:
de sermos chamados filhos de Deus!
E nós o somos!
Se o mundo não nos conhece,
é porque não conheceu o Pai.
2Caríssimos, desde já somos filhos de Deus,
mas nem sequer se manifestou o que seremos!
Sabemos que,
quando Jesus se manifestar,
seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é.
3Todo o que espera nele,
purifica-se a si mesmo,
como também ele é puro.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Mt 5,1-12a

Bem-aventurados os pobres em espírito.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a

Naquele tempo:
1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2e Jesus começou a ensiná-los:
3'Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem
e perseguirem, e mentindo,
disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim.
12aAlegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Palavra da Salvação.