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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 10 de setembro de 2011

PERDOAR PARA SER PERDOADO


HOMILIAS PARA O
PRÓXIMO DOMINGO
11 DE SETEMBRO
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Comentários – Prof. Fernando


PERDOAR PARA SER PERDOADO.

Introdução

Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido.
Essa é a condição sem a qual não seremos perdoados por Deus. Temos de dar um jeito de controlar a nossa mágoa, o nosso rancor, os quais nos fala alto às vezes, nos chamando de bobos, de molengas, se perdoarmos aquela pessoa que quase diariamente nos ofende, nos maltrata, nos trás tando desgosto. É! Realmente não é fácil perdoar certas pessoas que constantemente nos judia, com tanta estupidez. Porém, depois que a raiva passa, depois de um tempo, a nossa mente vai se clareando como o que acontece na discipação de um nevoeiro, e a gente então consegue perdoar. Porém, minutos após a ofensa, não tem condições. Porque estamos machucados, magoados demais.
Então, como poderemos participar da Eucaristia? Veja. Dependendo do caso, é melhor consusltar um sacerdote. Porque, no mais das vezes, um atrito entre duas pessoas acontece sem que tenhamos a menor culpa. Pode ser amigo, um parente ou simplesmente um conhecido ou mesmo estranho. É o caso típico das injustiças. Vamos caminhando honestamente pela estrada da vida, e de repente, aparece alguém, como que “cobra mandada”, e nos frala um monte, nos deixa prá lá de baixo. Ou, o pior, pode até nos agredir, nos ameaçar, nos condenar por algo de bom que estamos fazendo, porém, aquilo está indo de encontro com os seus interesses. Neste caso, é o enquadramento típico da perseguição. Você não está em pecado. Pois foi perseguido como o foi Jesus, e muitos apóstolos.
 Exemplo: o professor acabou de despejar um monte de verdades para aqueles alunos do fundão da classe que não querem saber de nada, e só vem à aula para perturbar o trabalho dos professores, e ainda enfrentam os mestres com palavras e atitudes prá lá de rebeldes, e  ingratas.  Saindo daquela aula, aquele professor tem uma missa, na qual ele precisa da bom exemplo, tendo em vista a sua participação naquela comunidade. Ele poderá comungar? Claro que sim. Pois tudo o que fez, foi de consciência limpa, bem intencionado, e foi apenas uma rotina no exercício da sua profissão. Ele não o fez por maldade, nem por vingança ou ódio. Pelo contrário, sua atitude, foi de impedir aqueles que o estavam atrapalhando de levar o melhor do conhecimento e da educação par os demais alunos interessados. Errado seria se  ele não timasse nenhuma atitude, se não fizesse nada. Com certeza, muitos pais iriam rclamar. 
Porém, precisamos tomar cuidado, pois nem tudo se trata de injustiça e de perseguição. Pois temos a tendência de pedir a Deus o melhor para nós, e quando o nosso irmão nos pede alguma coisa, damos-lhe o que nos sobra, o que não usamos mais, ou apenas umas moedinhas. 
Trate os outros como você gostaria de ser tratado.  E isso foi o que não fez o personagem da parábola do Evangelho de hoje.  Aquele homem foi bem tratado pelo rei, porém não fez o mesmo com o seu irmão. Ele foi perdoado, mais não teve a devida caridade  para perdoar o seu devedor.
Isso acontece diariamente na sociedade. O empregado busca o perdão de seus erros ao patrão, porém não perdoa o seu imediato. O comandante pede desculpas ao general, mais não perdoa os erros dos soldadinhos. O marido pede perdão à esposa, mas não a perdoa...do mesmo modo a esposa pede desculpas ao marido, mas no momento seguinte, não o desculpa.
Fazer o que? Disse o incrédulo. É a vida! Nós somos assim!
Sim, nós somos assim, egoístas, mas podemos ser melhores. Se Deus nos tivesse criado sem nenhum defeito, sem nenhuma inclinação para o mal,  a vida não teria graça. Pois é exatamente nessaa luta que travamos para sermos menos egoístas, que está o nosso mérito. Deus sabe muito bém que temos as nossas tendências para o pecado. O que Ele quer de nós é o nosso esforço para não pecar.
Deus quer que sejamos para o outro do mesmo jeito que queremos que Deus seja para nós.
Bom domingo,   Sal.
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Quantas vezes perdoar?  Sempre!!!!

                                          Ao responder a pergunta de Pedro, Jesus revela para nós o princípio da oração do Pai Nosso. Deus nos perdoa sempre, não só uma vez nem dez, mas sempre, porém espera que nós também perdoemos aos nossos devedores, sempre. Somos devedores uns dos outros aqui nesta terra. Portanto, a hora é essa! Nós estamos vivendo dentro do prazo que o Senhor nos dá para que possamos pagar a “dívida” que assumimos diante do mundo em consequência das nossas más ações ou da má aplicação dos bens que Dele recebemos.
                                   Muitas vezes, nós também já suplicamos que o Senhor nos concedesse um prazo, uma chance e não percebemos de que ela já nos está sendo outorgada enquanto aqui vivemos, porque a hora é essa. E como vamos pagar esta dívida? Rezando muito ou indo muito à missa, ou apenas confessando aos pés do padre a nossa culpa? Jesus contou esta parábola para nos conscientizar de que prestamos contas com Ele quando nós também damos oportunidade aos nossos devedores para que eles paguem os seus débitos para conosco.
                               Quando temos paciência com o próximo, quando também aceitamos as suas reivindicações ou compreendemos as suas razões, quando finalmente, nós também sabemos perdoar até setenta vezes sete, ou seja, sempre. Reflitamos:– Você usa de misericórdia com o próximo da mesma forma que alcança a misericórdia de Deus? – Como você age com as pessoas que lhe devem alguma coisa? – Você dá alguma chance a elas ou prefere revanche? – Você perdoa?
Amém
Abraço carinhoso
Maria Regina
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Homilia do Padre Françoá Costa – XXIV Domingo do Tempo Comum – Ano A
Matemática do perdão
Não precisa ser muito bom em matemática para descobrir que setenta vezes sete é igual a “sempre!” Como? Claro que sim, se 70×7=490, então 70×7=sempre. Está bem: concedamos que esta lógica matemática não seja exatamente perfeita, mas também concedamos que na lógica de Cristo a conta esteja bem feita. É preciso perdoar sempre porque agrada a Deus, porque os primeiros beneficiados somos nós mesmos e porque, finalmente, é um grande bem fraterno-social.
Perdoar agrada muito a Deus porque nos faz semelhantes a ele. Deus perdoa sempre! Não importa quantas vezes peçamos perdão e nem importa se são os pecados de sempre, se estamos arrependidos o Senhor nos perdoará. É o que experimentamos no sacramento do perdão e da alegria, na confissão. Santo Agostinho, pensando no pecado de Judas, escreveu: “se ele tivesse orado em nome de Cristo teria pedido perdão, se tivesse pedido perdão teria esperança, se tivesse esperança teria esperado na misericórdia e não teria se enforcado desesperadamente”. Não temos motivo para desesperar-nos.  O pensamento de São Máximo de Turim é irrefutável: “se o ladrão obteve a graça do paraíso, por que o cristão não há de obter o perdão?”. Sendo assim, confiemos sempre na misericórdia do Senhor, façamos um propósito de mudança de vida, confessemos os nossos pecados e… Confiança, alegria, paz… Comecemos novamente! Perdoando os nossos semelhantes, quantas vezes for preciso, estaremos imitando o próprio Deus e essa semelhança nas ações atrairá maiores graças para as nossas futuras decisões.
Nós somos os primeiros a aproveitar-nos da graça de perdoar. O perdão atrai o olhar misericordioso de Deus rumo a nós e nos faz serenos no dia-a-dia. Uma pessoa que sabe que não tem inimigo vive em paz. Como saber que eu não tenho inimigo? É simples, é só não considerar ninguém como inimigo. Talvez os outros possam até considerar-nos seus inimigos desde algum ponto de vista. O problema é deles! Nós, da nossa parte, não consideraremos a ninguém como nosso inimigo. A bondade do coração cristão é o melhor remédio para curar os males do coração alheio. Mais cedo ou mais tarde, os outros pensarão: “Por que mexer com uma pessoa que só quer o meu bem? Por que irritar uma pessoa que se mostra sempre amável comigo? Por que chatear a alguém que só quer que eu seja feliz? Por que tentar ser inimigo de alguém que não fica meu inimigo?” Canta-se belamente essa oração, porém há maior formosura no realizá-la: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união”.
O perdão constrói as relações de amizade e todas as relações sociais. Quanto há compreensão e perdão entre amigos, essa amizade perdurará apesar dos pesares. Os nossos amigos são pessoas como nós, com virtudes e defeitos; se nós, porém, não compreendermos que eles nem sempre se comportarão virtuosamente é sinal de que ainda não somos bons amigos. Até Deus permite que nós erremos, deixa que pequemos, isto é, Deus respeita até o mau uso da nossa liberdade e… continua nos amando, nos perdoando. Nós não podemos sufocar as pessoas sendo intransigentes e insuportáveis; ao contrário, devemos compreender quem está no erro sem minimizar as exigências da doutrina e da moral cristã.
Sempre assisto prazerosamente aquele belíssimo filme de Fred Zinnemann, baseado no livro de Robert Bolt, sobre S. Tomás Moro, “Um homem que não vendeu a sua alma”. Uma das primeiras cenas é aquela conversa entre um cardeal pouco escrupuloso que ironiza a confiança de Tomás Moro na oração da seguinte maneira: “então, você gostaria de governar um país com orações?”. Tomás lhe responde decididamente: “sim, gostaria”. Poderíamos parafrasear essa ideia: construir as relações sociais sob o perdão? E respondamos com toda paz: sim, é possível.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria – XXIV Domingo do Tempo Comum – Ano
A “Terapia do Perdão”.
Mons. José Maria Pereira
Hoje a palavra de Deus nos leva a refletir sobre o PERDÃO Fraterno.
Diz o Senhor no livro do Eclesiástico:“Quem se vingar  encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados.Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim quando orares, teus pecados serão perdoados. Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Senão tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados?” (Eclo 28, 1-4.)
Quem não perdoa o irmão, não poderá exigir o perdão de Deus.
O pensamento da morte nos faz pensar diferente:”Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte e persevera nos mandamentos” (Eclo 28, 6-7).
A felicidade do homem não está em cultivar sentimentos de ódio e de rancor, mas sim em cultivar sentimentos de perdão e misericórdia.
No Evangelho (Mt 18, 21-35) Jesus revela um caminho de Reconciliação.
Pedro consulta Jesus sobre os limites do perdão: “Quantas vezes devemos perdoar”? Jesus responde: “70×7”, isto é, SEMPRE e todos, um perdão sem limites, inclusive aos inimigos que os judeus não incluíam.
O perdão não deve ficar na quantidade, mas na qualidade, de coração.
Jesus conta a parábola de um empregado que devia uma fortuna imensa e, por compaixão, foi perdoado.Em seguida, ele, sem compaixão, se recusa a perdoar um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória : “Paga-me o que me deves”. O Rei indignado o castiga severamente…
E Jesus conclui dizendo:”Assim agirá meu Pai com quem não perdoar seu irmão de todo o coração…”
A parábola é um exame de consciência para nós; convida-nos a analisar as nossas atitudes para com os irmãos que erram.
Jesus nos ensina que o mal, os ressentimentos, o rancor, o desejo de vingança devem ser vencidos por uma caridade ilimitada que se há de manifestar no perdão incansável das ofensas alheias.
Para perdoar de coração, com absoluto esquecimento da injúria recebida, é necessária por vezes uma grande fé, alimentada pela caridade.
São Paulo, seguindo o Mestre, exortava os Cristãos de Tessalônica: “Vede que ninguém pague a outro mal por mal.Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos” (1Ts 5,15). E pedia aos Colossenses: “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos  mutuamente sempre que tiverdes motivo de queixa contra alguém.Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também” (Col. 3,13).
Viveríamos mal o nosso caminho de discípulos de Cristo se, ao menor atrito  – no lar, no escritório, no trânsito… – , a nossa caridade se esfriasse e nos sentíssemos ofendidos e desprezados. Às vezes -  em matérias mais graves, em que a desculpa se torna mais difícil-,  faremos nossa a oração de Jesus:Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23,34). Em outros casos, bastará um sorriso , retribuir o cumprimento, ter um pormenor amável para restabelecer a amizade ou a paz perdida. As ninharias diárias não podem ser motivo para perdemos a alegria, que deve ser profunda e habitual na nossa vida.
O Senhor, depois de responder a Pedro sobre a capacidade ilimitada de perdão que devemos ter, expôs a parábola dos dois devedores para nos mostrar o fundamento desta manifestação da caridade. Devemos perdoar sempre e tudo porque é muito –  sem medida  –  o que Deus nos perdoou e nos perdoa. E diante dessa prova da misericórdia do Senhor, tudo o que devemos perdoar aos outros é simplesmente insignificante.
Ensina São Josemaria Escrivá: “Esforça- te, se é preciso, por perdoar sempre aos que te ofenderem, desde o primeiro instante, já que, por maior que seja o prejuízo ou a ofensa que te façam, mais te tem perdoado Deus a ti”(Caminho, nº 452).
O perdão é a expressão maior do amor. É  aceitar e querer bem ao próximo assim como ele é; é agir como Deus; é agir a exemplo de Cristo. Perdoando, é para o Senhor que vivemos e para o Senhor que morremos (cf. Rm 14, 7-9).
Sem perdão não existe vida fraterna, vida conjugal, vida familiar ou vida comunitária.
Deus nos perdoa, na mesma medida com que nós perdoamos… O amor é o distintivo do cristão.
A falta de perdão leva a muitos outros sofrimentos, doenças, provoca uma vida azeda e estressante. Só o perdão alivia e restitui a alegria… É a chamada “terapia do perdão”.
Senhor, ensina-nos a perdoar!
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Domingo, 11/09/2011
Mateus 18,21-35
“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”
Caríssimos irmãos e irmãs,
O perdão está no cerne de Deus e também no nosso. Primeiramente nos perguntamos: Por que Jesus sofreu e morreu na cruz? Por que Jesus sendo divino se fez carne e homem? Responderemos: Para sermos perdoados, é lógico.
Estamos hoje dando continuidade do evangelho de domingo passado (MT 18,15-21) quando um irmão deve buscar a reconciliação com o outro. Este questionamento de Simão Pedro sobre o perdão é para buscar em Jesus uma resposta divina, ainda que se multiplicasse o perdão por sete vezes. A resposta de Jesus é multiplicar 70 x 7, ou seja, não há limites para a concessão do perdão ao próximo.
Assim como a misericórdia de Deus por nós é infinita,  e como espelhos de Deus, também deveríamos ter a mesma atitude com relação aos nossos irmãos e irmãs que pecarem contra nós. Vejamos a parábola:
a) Um servo devia 10.000 talentos=300 mil quilos de ouro/prata=Impagável.
-Cada talento é igual a 30 quilos de ouro/prata.
-Por mais pecados (débitos) que tenhamos com Deus, Ele nos perdoa, se houver o arrependimento.
b) O outro servo devia 100 denários=400 gramas de prata=Pagável
-cada denário representa 1(um) dia de salário de um trabalhador.
-O pecado tem o mesmo tamanho e valor aos olhos de Deus. E Ele nos perdoa.
Perdoar caríssimos, é superar os limites da tristeza, das mágoas, dos rancores e do ódio É buscar com o amor de Deus, a reconciliação. Assistimos a várias cenas de  conflitos pela TV, mas também, exemplos de reconciliação. É pai e mãe perdoando o algoz de seu filho assassinado e ou espancado. É aquele que se encontra ainda hospitalizado perdoando o seu agressor. Isto é o sinal do amor de Deus que enche os corações para a superação destes conflitos.
Perdoar é desarmar o seu irmão, concedendo-lhe o benefício do arrependimento.
Nas nossas relações com o cônjuge, com os filhos, com os pais, com os colegas de trabalho, no meio da comunidade que atuamos, temos por obrigação  ter o PERDÃO como cerne nestas intra-relações, pois caso contrário seria o desastre total, a destruição das relações, seriam vidas em conflitos, guerras, amarguras, rancores e ódio.
Contudo, junto do PERDÃO estão a harmonia, o amor, a paz e a união. O amor de Deus que nos perdoa que enche a taça até a boca e  a transborda por nós.
Jesus na cruz pediu ao Pai, o perdão por nós: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Se por Adão o pecado veio ao mundo, por Jesus veio a redenção e o perdão dos nossos pecados.
Hoje, neste domingo, estamos recordando uma das datas mais tristes da humanidade: O fatídico 11 de Setembro em Nova Iorque – Dia em que o orgulho, o rancor e ódio deram vazão na sua forma mais primitiva entre homens e nações, o assassinato de milhares de pessoas inocentes com transmissão ao vivo desta carnificina, um horror jamais visto.A partir daí iniciou-se uma guerra ao terror, chamada por alguns radicais de Guerra Santa. Houve conflito armado no Irã, Iraque e Afeganistão contra as forças americanas e da ONU, com muito derramamento de sangue e perda de centena de milhares de vidas e mutilações diversas, gerando mais dor e tristeza a toda humanidade.
Lembre-se que o amor e a reconciliação emergem das sagradas escrituras e não podem ser motivos de agressões e mortes entre irmãos, afinal somos filhos do mesmo Deus e único Pai. Então reflitamos:
Qual é a minha atitude para com a comunidade que sirvo?
Eu amo os outros e vivo aberto àqueles que não gostam de mim?
Sou uma ponte de reconciliação ou uma muralha que não quer enxergar o meu irmão?
Assim, somos cada um de nós, pecadores e dependentes do perdão divino, mas ignorantes no perdão do irmão.
 Louvado seja o nosso senhor Jesus Cristo.
                          Gilberto Silva
      
"Meu Senhor e meu Deus, refúgio e fortaleza"
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Perdoar para ser perdoado

Caríssimos, no Evangelho ouvimos a parábola do devedor implacável. Recordemos que estamos terminando o capítulo 18 de São Mateus, no qual Jesus trata da vida da Igreja, a Comunidade dos seus discípulos. No Domingo passado, o Senhor Jesus nos mandava corrigir o caso o irmão nos fizesse o mal. Corrigir para salvar, corrigir para dar o perdão. Hoje, Pedro pergunta quantas vezes se deve dar o perdão a quem nos fez mal na Comunidade. Jesus responde: Perdoa sempre! Mas, aprofundemos esta Palavra de Deus que nos é dirigida como luz e caminho da nossa vida.
Uma coisa que a humanidade atual, tão cheia de si, não compreende é que a verdadeira liberdade nossa, a autêntica maturidade, somente é possível se formos abertos para Deus na nossa vida. O homem fechado em si é presa de suas paixões, de sua tendência à auto-afirmação, à amargura, ao rancor, à vingança... Quando nos abrimos para Deus e temos a coragem de nos deixar medir por ele, aí sim, somos obrigado a nos deixar a nós mesmos e nos sentimos compelidos a ver, sentir e agir conforme o coração de Deus. Tomemos a primeira leitura da Missa. Observemos como Deus nos coloca freio, como nos educa, como nos serve de medida e modelo: “Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia!” Eis, irmãos, Deus no colocando freio e rédeas às paixões! E por quê? Porque, como diz o Salmo: “Ele te perdoa toda culpa, e te cerca de carinho e compaixão. Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas nem nos pune em proporção às nossas culpas...” É esta a grande diferença entre quem crê e não crê, entre quem é aberto para Deus e para ele se fecha. Para quem crê, a medida é Deus, é o coração do Pai do céu, tal qual Jesus no-lo revelou!
Esta idéia aparece muito clara na segunda leitura de hoje. O Apóstolo nos recorda que a vida não nos pertence de modo fechado, absoluto; a vida é um dom e como dom deve ser vivida: “Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor”. Ele, portanto, é nossa medida, nosso critério e nossa realização; ele, que por nós morreu e ressuscitou, para ser o nosso Senhor.
Pensando nisso, detenhamo-nos, agora, no Evangelho. Como já disse, a questão aqui é ainda a vida na Igreja. Quantas vezes perdoar? Até quando conservar um coração aberto, disponível, sem deixar-se levar pela tristeza e a amargura, o rancor e o fechamento? Até quando manter a doçura, filha da esperança, fruto da certeza da vitória do Senhor? O Senhor Jesus nos adverte que o perdão deve ser dado sempre porque o coração do Pai, como o do rei da parábola, é assim: cheio de compaixão, capaz de perdoar toda a dívida. Observem, caríssimos, que Jesus começa dizendo que o Reino dos Céus é assim: o reinado de um rei que é Pai e perdoa. Ora, o Pai somente reina no coração de quem perdoa como ele mesmo perdoa, como ele mesmo nos perdoou e acolheu em Jesus, que morreu e ressuscitou para ser o perdão de Deus para nós! Eis o que é a Igreja: o espaço, o ambiente no qual o reinado de Deus deve manifestar-se no mundo; lugar da misericórdia, do acolhimento, do amor, do perdão mil vezes, da esperança que não desiste, da doçura aprendida e bebida daquele Coração aberto na cruz. A Igreja deve ser assim, Não porque sejamos bonzinhos, mas porque aprendemos assim do coração do Pai de Jesus. Com efeito, como experimentará o perdão de Deus quem tem o coração fechado para os outros? Quem reconhecerá de verdade que tudo deve a Deus e nunca pagará o bastante quem não perdoa as dívidas dos irmãos? É preciso que compreendamos ser impossível experimentar Deus como amor e doçura – e nosso Deus é assim; Jesus no-lo revelou assim! – se não nos deixar inundar pelo amor e doçura de Deus, inundar nosso coração, até transbordar para os irmãos!
Caríssimos, no Senhor, que o silêncio da oração, que a contemplação persistente do Cristo e de seus gestos e palavras, que a participação piedosa, recolhida e devota da Eucaristia, faça o nosso coração aprender do Coração do Pai de Jesus. Eis aqui como a Comunidade chamada Igreja – esta Comunidade reunida para a Eucaristia – será sinal do Reino, início do Reino, semente do Reino. Somente assim, poderemos dizer ao mundo sedento de Deus: Vinde e vede! Que o Senhor no-lo conceda. Amém!
dom Henrique Soares da Costa
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O amor e a misericórdia de Deus seduzem e atraem
Jesus havia orientado os discípulos para a prática do perdão e reconciliação em caso de ofensa entre irmãos (Mt. 18,15 - cf. 4set.). Encontramos esta orientação também no evangelho de Lucas (Lc. 17,3-4 - cf. 7 nov.) de maneira simples, provavelmente mais fiel à fala de Jesus. Aí Jesus fala em perdoar sete vezes, o número sete significando a plenitude, sem limites. No texto de hoje, Mateus elabora o diálogo entre Pedro e Jesus, jogando com os números sete e setenta, reforçando o caráter ilimitado do perdão. Mateus prima por associar os acontecimentos às escrituras. Pode-se ver aí uma alusão a Gen. 4,24: "se Caim é vingado sete vezes, Lamec o será setenta e sete vezes" (ou "setenta vezes sete", conforme a tradução). Fica assim acentuada a contraposição entre a vingança e o perdão. Mateus articula a incitação à prática do perdão com uma parábola narrativa que lhe é exclusiva. As parábolas em geral são ditos breves relacionados com acontecimentos comuns da vida. As parábolas narrativas, por outro lado, caracterizam-se por uma complexidade maior, em um texto mais longo e bem detalhado. Elas são mais encontradas em Mateus e Lucas. Têm a particularidade de, quase sempre, envolverem os personagens em uma relação de poder e submissão, característicos da sociedade opressora vigente. Pelas imagens de violência que frequentemente usam, chegam até a chocar pelo contraste destas imagens com as propostas de mansidão e paz características do Reino. Podemos até ver nelas, uma certa ironia implícita da sociedade na qual vigoram as relações de poder e opressão. Porém, deste terreno impróprio procura-se extrair uma mensagem positiva. Nesta parábola de hoje, o rei resolveu ajustar contas com os servos. O ajuste seria cruel. Porém um servo que lhe devia uma quantia enorme lhe implora e ele se comove e perdoa. O servo perdoado vai e sufoca sem compaixão alguém que lhe devia uma quantia irrisória. O rei sabendo disto entrega o servo aos carrascos. A conclusão é escatológica: o castigo para quem não perdoar o irmão. Mais positiva é a visão de que pertencemos a Deus (segunda leitura) e assim devemos viver e morrer para ele, unidos a Jesus. Na primeira leitura, no livro do Eclesiástico, escrito sob a influência da cultura grega cerca de um a dois séculos antes de Jesus, temos um texto bem inspirado sobre o perdão, que se aproxima das palavras de Jesus e cuja síntese encontramos na oração do Pai Nosso: "Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido". O amor e a misericórdia de Deus seduzem e atraem os corações movendo-os à conversão.
José Raimundo Oliva
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Perdoai-nos, senhor, como nós perdoamos a quem nos ofende
I. Introdução geral
O tema da liturgia de hoje é o perdão. A oração que Jesus ensinou a seus discípulos traz o imperativo do perdão mútuo ao mesmo tempo que nos assegura o perdão divino. O pedido “perdoai-nos como nós perdoamos” não limita a ação de Deus em relação às nossas faltas, mas nos introduz na dinâmica divina de perdoar sempre. É porque Deus tem misericórdia de nós que devemos ter misericórdia de nossos semelhantes. Deus nos perdoou primeiro, e nós correspondemos a tão grande dom perdoando nosso próximo da maneira que nosso Pai nos perdoa. O mal deve ser vencido com a bondade ilimitada, que se manifesta incansavelmente no perdão. As leituras de hoje mostram que, se o mal é intensamente prolífero, deve o bem ser muito mais.
Ii. Comentário dos textos bíblicos
1. Evangelho (Mt. 18,21-35): Perdoai sempre
Pedro estava convicto de que tinha feito boa proposta a Jesus sobre o exercício do perdão. No entanto, Jesus eleva esse valor ao máximo possível. Se observarmos o texto de Gn. 4,24, veremos que estão em jogo também esses números, só que no contexto da vingança.
No Antigo Testamento, a atitude de um descendente de Caim, Lamec, que se propõe vingar até setenta vezes sete, dá margem a uma corrente sem freios de violência. A atitude de Lamec é tão contrária ao ensinamento de Jesus quanto a atitude do servo é contrária à do patrão. A parábola quer ensinar que a morte de Jesus, segundo os critérios de Lamec, careceria de vingança infinita por parte de Deus. No entanto, o Pai, representado pelo patrão, não vingou seu Filho, mas perdoou infinitamente (setenta vezes sete). E com isso pôs fim à corrente de violência por meio do perdão.
Com isso se quer ensinar que somente o perdão, ato divino que somos chamados a praticar, pode pôr fim à violência. Como membros do corpo de Cristo, nossa atitude diante das ofensas sofridas é perdoar sempre, pois não há ofensa maior do que aquela realizada por nós a Deus: a morte do Herdeiro amado. Mas o Pai transformou essa ofensa em perdão e salvação.
Perdoar sempre não quer dizer passividade ou omissão diante do erro e da injustiça, mas sim não guardar mágoa ou rancor, tampouco sentimentos de vingança. Somente pelo perdão, fruto do amor, podemos construir um mundo mais pacífico, fraterno e amoroso.
2.  I leitura (Eclo. 27,33–28,9): Perdoa a ofensa de teu próximo
Esse texto bíblico do Antigo Testamento representa um avanço na maneira pela qual as pessoas lidavam antigamente com as ofensas. O autor pede que se renuncie à vingança, afirmando que somente as pessoas afastadas de Deus é que nutrem a ira, o desejo de vingança no coração.
Quem tem um relacionamento mais íntimo com o Senhor deveria cultivar um espírito de misericórdia, já que a proximidade com Deus revela tanto as faltas do ser humano quanto o perdão divino.
A consciência de que todos têm necessidade da misericórdia de Deus deveria tornar as pessoas mais religiosas e mais dispostas a perdoar. Infelizmente nem sempre é isso que se vê.
O texto bíblico pede que a pessoa rancorosa pense na morte e perdoe as ofensas recebidas. “Pensar na morte” não significa “pensar num castigo eterno”, mas conscientizar-se de que a morte iguala a todos nós. Todos morremos, e isso significa que ninguém é melhor que o outro e todos nós somos muito mais devedores de Deus do que de uns para com os outros.
3.  II leitura (Rm. 14,7-9): Pertencemos  ao Senhor
Freqüentemente as mágoas e os rancores surgem da intolerância com o diferente. Algumas pessoas não suportam que outras pensem e vivam a religião, a missão, a profissão ou outras situações humanas de modo distinto. Há uma tentativa de uniformizar as opiniões. Geralmente se confunde unidade com uniformidade. Estar no mesmo grupo ou equipe e pensar ou agir de modo diferente é motivo para ser tachado de rebelde, de falta de espírito comunitário etc. Nessas situações é necessário discernimento, e o apóstolo Paulo nos dá uma pista para não criarmos ressentimentos por causa da pluralidade: “Ninguém vive para si mesmo... é para o Senhor que vivemos”. Aqueles que pensam e agem diferentemente de mim fazem-no por causa do Senhor ou para exaltar a si mesmos? E eu, quando penso que determinados pensamentos e atitudes das outras pessoas estão errados, é por causa do Senhor que penso assim ou é para exaltar a mim mesmo?
Cristo é o Senhor, nós pertencemos a ele; portanto, não devemos criar guerra em vez de bons relacionamentos somente porque alguém que caminha conosco dá passos diferentes e observa outras coisas no caminho.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
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Misericórdia e intransigência
Se não tem compaixão por seu semelhante, como poderá pedir perdão de seus pecados? (Eclo 28,4).
Lemos na liturgia deste domingo a conhecida parábola do administrador cruel que, depois de ter sido perdoado, deixou de usar de misericórdia para alguém que lhe devia  muito pouco. Aquele que tinha sido generosamente perdoado pelo rei não teve compreensão para a dívida de alguém para com ele. Os que são cobertos pela misericórdia precisaram ser também misericórdia para com os outros.
Se cristão é viver intensamente na dinâmica do amor. O Mestre dos cristãos é aquele que ensina o mandamento do amor a Deus e do amor ao próximo. Ele não quer que uns sejam superiores aos outros, que julguem os outros mas que todos sintam-se mutuamente ligados pelos laços do amor que é capaz de perdoar.  Aos que cuspiam no rosto, todos os que o ridicularizavam no momento do amor da cruz Jesus perdoou. Ele, esse Mestre crucificado é o Senhor do perdão. Ora, entre os discípulos do Senhor e destes para fora a lei é a do perdão.
Cada um de nós é uma agraciado. Temos consciência bem clara de que devemos ao Senhor o agradecimento por nos ter perdoado. Não cessamos de cantar a ação de graças: nossos pecados que eram escarlates se tornaram brancos como a neve. Aprendemos do Mestre que precisamos perdoar os que nos ofendem. Toda a nossa vida se passa como um hino de gratidão por tudo o que nos foi alforriado. Jesus rasgou no alto da cruz um documento condenatório que existia contra nós.
No tecido do cotidiano de nosso viver  vamos construindo a fraternidade e temos a alegria de poder dizer que incluímos nos cantos de nosso coração aqueles que por ventura, por sua fraqueza, vieram a nos machucar, magoar, decepcionar... Não queremos alimentar qualquer mágoa em nosso interior.  Se fomos cobertos do amor do Senhor haveremos de jogar o manto da compreensão sobre os que nos devem... Queremos, é verdade, ter sempre uma dívida que nunca pagaremos: a dívida do amor fraterno.
Só temos a lamentar a divisão que existe entre os cristãos. Ficamos felizes com todos os movimentos de aproximação daqueles com quem precisamos rezar o Pai nosso com toda verdade.   Sofremos em nossas comunidades quando pessoas, devido a suscetibilidades e ressentimentos se afastam das reuniões fraternas.  Ficamos tristes em ver que irmãos de sangue e de fé se negam a palavra. E ficamos profundamente contentes em ver tantos e tantas que não se deixam abater. Nos tétricos momentos de diferenças não deixam de olhar nos olhos dos irmãos.
O salmo responsorial da liturgia de hoje é uma das mais belas páginas da Escritura: “O Senhor te perdoa toda culpa e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão. Não fica sempre repetindo as suas queixas nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas nem nos pune em proporção às nossas culpas”.
frei Almir Ribeiro Guimaeães
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Mistério e ministério do perdão
O cap. 18 de Mt, o "Sermão sobre a Comunidade" (cf. dom. passado), depois de ter mostrado a importância da comunhão eclesial como sacramento do amor de Deus, apresenta agora as palavras sobre o perdão (evangelho), tarefa primordial da comunidade eclesial. Em Jo. 20,19-23(cf. 2º dom. pascal; Pentecostes), o perdão é o conteúdo específico do dom do Espírito, por Jesus, no dia de sua ressurreição. Mt. conta que Pedro - responsável da comunidade eclesial- pergunta a Jesus até onde deve ir o perdão.
Perdoar sete vezes já era uma prova de perfeição (Mt. 18,21)! Jesus multiplica esse número por setenta - um número sem fim. E conta uma parábola, inspirada por Eclo. 28,1-5 (cf. 1ª leitura): um funcionário, que tem uma dívida enorme (mil talentos, ou trinta toneladas de ouro ... ), ganha do seu senhor anistia completa da dívida; mas ele mesmo vai procurar seu colega e lança-o à prisão por causa de uma dívida de cem denários, uns dois salários mínimos. Aí, o senhor volta atrás e coloca aquele primeiro funcionário na prisão até que pague o último centavo. Devemos ser misericordiosos como o nosso Pai celeste é misericordioso (Lc. 6,26; cf. Mt. 5,48). Ou, em outros termos, se a misericórdia e o perdão não funcionam da nossa parte, também não funciona da parte de Deus, a comunhão de amor paterno que o leva a perdoar todas as nossas faltas, por mais graves que sejam (cf. Lc. 15,8ss, o filho pródigo). Pois o perdão não é uma formalidade a ser cumprida, mas uma atitude fundamental pela qual o homem se torna semelhante a Deus e filho de Deus. É comunhão com Deus e nossos irmãos. Por outro lado, onde não existe essa comunhão (como no caso do funcionário que se mostrou alheio ao coração misericordioso do "senhor"), também não pode haver perdão. Já Eclo. 28,9[7] (1ª leitura) menciona a Aliança de Deus como fundamento do perdão. O mistério do perdão é baseado na comunhão com Deus, no fato de que, para quem entra no amor do Pai, "tudo o que é meu é teu". Torna impossível a dívida, pois tudo é propriedade comum. É esse o modelo do perdão cristão. Consciente de que meu irmão, filho do mesmo Pai, é chamado à mesma vida divina e de que todos os nossos "interesses" convergem para a mesma plenitude divina, não lhe posso recusar o perdão que, no laço do amor, ele impetrar.
Em sua essência, o perdão cristão é um "sacramento" do amor do Pai. É neste sentido que se deve interpretar o sacramento da penitência: faz brotar, para o pecador, a comunhão do Pai, mediante a plena reintegração na comunhão eclesial, da qual o pecado o tinha afastado. Tal afastamento consiste mais no constrangimento do pecador do que na exclusão/excomunhão expressa (que, aliás, serve para fazer sentir ao pecador que ele já não está na comunhão eclesial). O perdão cristão ocorre não só no "sacramento da volta", mas também na vida cotidiana. O cristão deve ser um homem de perdão permanente, porque sofre ao ver seu irmão errar. Pelo perdão, procura restaurar a comunhão e eliminar o constrangimento. Assim, tanto perdoar quanto ser perdoado é uma alegria.
Como já mostramos por algumas alusões à 1ª leitura, o Antigo Testamento tinha certa consciência dessa realidade. Juntamente com o salmo responsorial, serve de aperitivo para o evangelho. A misericórdia de Deus é incansável: "Ele perdoa todos os teus erros" (Sl. 103[102],3).
A 2ª leitura sublinha o espírito de comunhão que se revelou ao considerarmos o texto do evangelho. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor Jesus. Se nossa vida já não pertence a nós, mas a ele, como poderemos recusar a comunhão ao nosso irmão pecador? Pois Jesus deu sua vida por nós, pecadores.
No canto da comunhão (1) encontramos uma imagem, talvez estranha, mas extremamente rica, da incansável misericórdia de Deus: a ave que reúne seus pintinhos debaixo de suas asas. Jesus mesmo utiliza essa imagem ao denunciar a falta de conversão de Jerusalém (Lc. 13,34).
A oração do dia e a oração final emolduram a liturgia de hoje, chamando nossa atenção para a ação do amor de Deus em nós. Sobretudo quando perdoamos, experimentamos que já não somos movidos por nossos próprios impulsos, mas por uma bondade criativa, que "ultrapassa a nossa competência", pois endireita um mal que, na pessoa prejudicada, atinge toda a família de Deus. Essa bondade criativa chama-se a graça de Deus.
Johan Konings "Liturgia dominical"
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O perdão de Deus, tão grande quanto sua misericórdia
Jesus disse que devemos perdoar até setenta vezes sete. Trata-se de um exagero para que possamos entender, simplesmente, que devemos perdoar sempre. Ninguém teve a chance de perdoar quem quer que seja essa quantidade de vezes. O exagero continua na parábola. A dívida que o empregado tem com o rei, dez mil talentos, é, na prática, impossível de ser paga. Pensemos que as rendas anuais do rei Herodes, o Grande, não chegavam aos mil talentos à época de Jesus. Para o empregado não havia alternativa. O surpreendente é que o rei o perdoa. E, mais surpreendente ainda, é que o empregado se empenha em receber de volta cem denários do seu companheiro, logo depois de ter recuperado a vida. 
Todos esses exageros nos levam a um dado fundamental: a misericórdia de Deus é tão enorme que não podemos sequer imaginá-la. Quase poderíamos dizer que todas as nossas idéias sobre o bem e o mal, sobre o pecado etc., desaparecem diante da misericórdia de Deus. O amor de Deus por suas criaturas é tão grande que nem mesmo se fala de perdão. É simplesmente um amor que o cobre todo, que nos envolve totalmente. Como diz Paulo na segunda leitura: "Na vida e na morte pertencemos ao Senhor". Ao lado desse amor, dessa imensa misericórdia, fica claro que qualquer falta que nos faça um de nossos irmãos é nada. Por mais feridos que nos sintamos. 
Mas deveríamos ir um passo mais além. Não é soberba demais pensar que posso perdoar ao meu irmão ou à minha irmã? Quando faço isso, coloco-me no lugar do rei da parábola. Superior ao meu irmão. Atribuo-me o direito de determinar não apenas que me ofendeu e feriu, mas também que fez isso voluntariamente e, por isso, é culpável. Desde quando sei o que se passa no coração do meu irmão? Isso pertence ao seu íntimo e a Deus que, com certeza, o verá como um filho e o atenderá dessa forma. Da minha parte, não seria melhor que eu empregasse com meu irmão um pouco da misericórdia que tinha o rei da parábola, ou melhor, da infinita misericórdia com a qual Deus me olha e se compadece de mim? Colocado assim, é difícil que eu chegue a ter de perdoar alguma vez na minha vida o meu irmão. 
Por quantas vezes experimentei no meu coração o perdão enorme e misericordioso de Deus? O que foi que senti? É possível que saiba, também, do rancor e do desejo de revanche contra os meus irmãos? O que senti nesses momentos? Quando foi que me senti melhor: ao reconciliar-me ou ao manter-me no rancor?
Victor Hugo Oliveira
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Perdoar aos irmãos
O perdão, dentro da comunidade cristã, que é formada por um povo Santo e pecador, deve ser contínuo e sem limites. No Catecismo da Igreja Católica (CIC), em 2845 lemos: Não há limite nem medida a esse
perdão essencialmente divino.
Jesus, o Mestre da justiça, mostra a Pedro que somente o perdão pode salvar uma comunidade da ruína, e ensina a acabar com a indiferença, com o ódio e com a vingança que geram uma sociedade injusta onde
o sofrimento é grave.
Mateus aborda a forma como deve ser essa relação entre os membros da Igreja, dedicando-se à relação de perdão que deve existir entre eles. Em 2843 do CIC lemos: Não está em nosso poder não mais sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo transforma a ferida em compaixão e
purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão.
Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar seu irmão. Segundo a Lei dos Judeus, esse perdão devia ser de no máximo quatro vezes, mas Pedro pergunta se deve perdoar sete vezes, mostrando a preocupação com a limitação do perdão e com a vontade de agir como Jesus diante de tal situação. O número sete para os judeus se remete ao número perfeito, ao sétimo dia da criação, por isso é citado por Pedro para designar um perdão perfeito.
Jesus responde contando uma parábola, e mostra como é a atitude de quem quer receber o perdão, mas não sabe perdoar. E, na sua resposta, multiplica por setenta o número de vezes indicado por Pedro para perdoar o irmão, ou seja, a perfeição do perdão está vinculada à obediência aos dez mandamentos, sete vezes dez. Com isso, subentende-se que os cristãos não podem estabelecer limites ao perdão.
A dívida do empregado para com seu Rei era muito grande e equivalia a milhares de quilos de ouro, o que era praticamente impagável. Assim é também a dívida de cada um para com Deus que inesperadamente perdoa, superando expectativas e pretensões.
A medida do perdão deve ser a mesma daquela recebida do Pai, assim como Jesus ensinou aos seus discípulos quando rezarem a Deus: “Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem
ofendido.”
Jesus é o Mestre que traz para dentro da sociedade e da história, ensinamentos e práticas centradas na justiça, que geram relações novas e, conseqüentemente, constroem um mundo novo.
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Ensinando a perdoar
Um dos maiores desafios para quem vive em comunidade é o perdão. Por outro lado, a sobrevivência de qualquer comunidade humana dependerá da capacidade que seus membros têm de perdoar. Sem isto, não há comunidade que possa subsistir por muito tempo.
Em se tratando da comunidade cristã, o perdão torna-se um imperativo. Os discípulos de Jesus foram exortados a considerar as raízes teológicas do perdão. No ato de perdoar o próximo e de se reconciliar com ele, Deus se faz presente. Por conseguinte, o perdão supera os limites humanos.
Quando alguém perdoa o próximo, age em conformidade com Deus que concede prodigamente o seu perdão ao ser humano. Para tanto, fecha os olhos para a maldade humana, quando a pessoa se reconhece pecadora e se volta para ele.
A capacidade divina de perdoar é ilimitada. Deus conhece perfeitamente de que é feito o ser humano, e sabe muito bem que sua fidelidade pode não ser definitiva. Quem é perdoado hoje pode voltar a pecar amanhã. No entanto, sempre que se converte e volta arrependido, encontrará um Pai bondoso e misericordiosos para acolhê-lo.
Os discípulos de Jesus são chamados a imitar o modo de agir de Deus. Também eles devem perdoar com prodigalidade, tendo um coração cheio de misericórdia para acolher quem carece de perdão.
Oração
Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
padre Jaldemir Vitório
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Perdoar

O perdão é a expressão mais forte da caridade. É a energia do amor, capaz de mudar a face da terra. Ele não acontece sem o impulso do Espírito. A má inclinação da nossa natureza nos leva antes a eliminar o adversário, o inimigo, quem representa alguma ameaça para nós. Daí a busca de retaliações e vingança. Não se pensa na recuperação e conversão de quem é prejudicial aos outros. E se a vontade de recuperar existe, os meios empregados raramente são adequados. Quem perdoa acredita no outro e lhe dá novas oportunidades de mostrar sua mudança de comportamento.
O perdão não significa, porém, impunidade. Impunidade é conivência com a maldade e participação nela. O perdão visa ao estabelecimento da paz para uma profunda mudança de atitude. Quem é merecedor de perdão se sente também impelido pelo mesmo Espírito que inspirou o perdão: reconhece seu erro, aceita punição e se esforça para mudar. Quem perdoa também ajuda e socorre, por vezes com força e energia.
Mt. 18,21-35 – São Mateus continua desenvolvendo o tema da vida comunitária dos cristãos. Sabemos que o perdão ocupa um lugar central em nossa vida de cristãos. Enquanto o mundo procura vingança e retaliação, Jesus nos ensina o perdão como remédio para os males deste mundo. São Pedro compreendeu o ensinamento de Jesus e perguntou-lhe se estava bom perdoar sete vezes o irmão que pecasse contra ele. Jesus responde afirmando que é preciso perdoar sempre. Cada um de nós necessita de perdão, sobretudo do perdão de Deus, por isso pedimos ao Pai: “Perdoai as nossas ofensas”. E o Pai nos perdoará se perdoarmos de coração o nosso irmão. Não podemos pedir o perdão para nós e negá-lo aos outros.
Eclo. 27,33 − 28,9 – Rancor e raiva não devem correr soltos entre nós. Até as pessoas más procuram controlar suas reações externas e internas. A raiva aparece fora de nós, o rancor se sente por dentro. Se você está com raiva de alguém, não pode pedir a Deus suas graças ou aos santos os seus favores. Pense em algo superior. Pense na sua morte, na amizade de Deus e procure perdoar para que seus pecados também sejam perdoados. É preciso chegar até a perdoar a injustiça cometida pelo próximo.
Sl. 102 (103) – O salmista conta como é Deus por dentro, expressando certamente sua experiência pessoal e comunitária: Deus perdoa toda culpa e cura toda doença, salva da morte, não guarda rancor. Ele não nos castiga como merecemos. É grande o seu amor para com os que o temem, e afasta para longe os nossos crimes. Assim é o nosso Deus.
Rm. 14,7-9 – No capítulo 14 da Carta aos Romanos, conhecendo as limitações humanas, São Paulo dá orientações para a vida comunitária dos cristãos. Quem é cristão e faz parte da comunidade da Igreja vive e morre para o Senhor. Tudo o que faz ou deixa de fazer, ele o faz ou não faz por causa do Senhor. Deus é o absoluto de sua vida. Ele quer em tudo fazer a vontade de Deus. É assim que o cristão deve ser visto e interpretado por seus irmãos. O cristão consciente vive assim e nada faz por maldade ou para prejudicar o próximo. Se as atitudes do meu irmão são diferentes das minhas, ele não é diferente para me provocar e sim porque está convencido de que está fazendo a vontade de Deus.
cônego Celso Pedro da Silva
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“Perdoar sem limites” – Claudinei M. Oliveira

Domingo, 11 de Setembro de 2011.
Evangelho  Mt 18,21-35

            Estamos no vigésimo quarto domingo do Tempo Comum. Faltam nove domingos para o momento glorioso do Advento. Momento da espera de Jesus e o momento para reconciliarmos consigo mesmo e prepararmos para acolher o menino Deus nos braços. Entretanto, nós enquanto comunidade cristã somos convidados nesta  reflexão do Evangelho de Mateus a buscar  o perdão e perdoar sempre. Pois viver em comunidade é um desafio constante por comungar tantas opiniões e idéias diferentes, sendo muitas vezes conflituosas. Não deixaremos para o Advento buscar da reconciliação com os irmãos, partiremos já, neste momento, a reconciliação com aqueles que julgamos ter conflitos e, portanto, de coração e consciência tranqüila começaremos a viver o que Jesus nos motivou: perdoar sempre.
            Perdoar e buscar o perdão devem ser uma constante na vida do cristão na comunidade. Não temos como viver bem somente nas aparências. Para vivermos bem, como família, a paz deve reinar entre todos. A cordialidade e caridade devem aproximar um irmão do outro. Somente o amor de Deus, um amor puro e sincero, pode levar a harmonia. Usufrui da excelente temperança no convívio fraternal é seguir os ensinamentos de Jesus. Assim, abraçar o que de melhor Jesus ensinou para a comunidade cristã de sua época nos capacita para alcançarmos a salvação: meta de todos aqueles que temem a Deus e sua misericórdia.
            Não temos um limite em números de perdoar o irmão. Os números de vezes são  finitos. Para os judeus uma pessoa só poderia perdoar o “irmão” quatro vezes. Nada além de quatro. Eram quatro oportunidades para o aprendizado. Se continuassem no erro seria então condenado. Pedro vai além de quatro vezes, pergunta a Jesus se pode perdoar sete vezes. Sete é o número da perfeição, mas além de superar o pensamento judaico, significa perdoar quantas vezes necessárias for. Este era o pensamento de Jesus. Não devemos cansar de perdoar o irmão. Torna-se um atributo e até uma qualidade de um cristão levar o perdão todas as vezes que necessário julgar.
            Por isso Pedro é o apostolo amado de Jesus. Ele supera a expectativa. Vai além das tradições. Ele alcança a essência do cristão. Esta idéia todos os cristãos  devem observar e praticá-las no Todo. Não basta ler no Evangelho e fazer lindas argüições, levar o interlocutor ao êxtase, esbravejar nos altares da vida com veemência, embasado somente no Santo Evangelho, provocando o  cabisbaixa dos fiéis pacientes. Na verdade é preciso gritar, fazer  a Palavra ecoar para os quatro cantos do mundo, MAS praticar o que está escrito no Evangelho. Viver o que relata o Evangelho. Não viver outras tradições ou outras atitudes colocadas como corretas. Os judeus também perdoavam. Seguiam suas tradições. Mas Jesus fala para Pedro que quatro vezes não liberta o pecador de possíveis pecados, é preciso perdoar outras vezes. O perdão não tem limites para o cristão que quer alcançar a maturidade da salvação.
            Recebemos de Jesus a herança da bondade e do amor. Precisamos praticá-la com muito carinho. Receber os irmãos de braços abertos e convidá-los para fazer parte da família de Jesus. Esta  família é carinhosa e sabe respeitar  cordialmente aqueles que comungam o mesmo Deus e a mesma verdade. Não deve haver tratamento diferenciado na comunidade. Não devo gostar mais de fulano porque concorda com as suas idéias e repelir o  sicrano porque não concorda com as suas opiniões. Devemos sempre lembrar que somos filhos e filhas de Deus e temos a obrigação de conservar a simpatia entre todos.
            Quando perdoamos, de certa forma, estamos distanciando da vingança e aproximando do reino. A justiça constrói o reino. O reino é a casa do Pai. Mas para construir o reino e viver na justiça o perdão é imprescindível. Reino e justiça sem o perdão não acontecem, porque a vingança e o ódio plantados no seio do cristão podem levá-lo a destruição. Assim, a destruição é a morte, o pecado, o rancor ou tudo aquilo que leva a ruína da pessoa. Jesus nas suas pregações sempre procurou demonstrar o convívio fraterno, não o ódio ou comportamento de levar vantagens nas costas dos outros.
            Levar vantagem foi o que aconteceu com a história contada por Jesus a Pedro. O homem devedor foi perdoado da dívida que tinha com seu patrão, mas foi incapaz de perdoar o seu devedor e tentou na marra cobrar o dividendo. Para demonstrar a crueldade mandou até prendê-lo até sair o pagamento. Por castigo, descrita no Evangelho, os empregados correram e contaram para o patrão o ocorrido e por isso foi condenado a prisão até cumprir a dívida. Este homem não entendeu o significado do perdão. Ele fez de conta que entendeu, mas pela arrogância cobrou de seu irmão uma pequena dívida. Não se conteve em ganhar o perdão de um montante exuberante, dito popularmente: impagável, foi além, queria receber uma bagatela por capricho.
            Ao reconhecer o perdão  e perdoar  o irmão, o cristão está comungando o grande perdão que Deus fez para com seu povo. Nosso pai sempre preocupou com seus filhos, chegou a livrar da escravidão do Egito, enfrentou os homens poderosos que excluíam os pequenos e chegou morrer na cruz para livrar o homem do pecado. Deus foi valente ao enviar seu próprio filho Jesus na terra somente para cumprir sua promessa com seu povo escolhido. São exemplos de amor e dedicação para com a Criação. São estes exemplos que devemos nos imbuir para que o coração esteja sempre aberto para o perdão.
            Contudo pela natureza do homem, da vidastressada, amargurada, cheia de conflito e interesseira, fica difícil assumir o projeto de Deus. Somos ensinados desde pequeno que o capitalismo  é a garantia para uma qualidade de vida no futuro. Até que nossos pais nos levaram para a igreja, nos batizaram, deram conselho para sermos homens e mulheres de bem. Porém, não ensinaram com equidade a superar a maldade do mundo. Cobraram de nós resultados para competir ainda mais no mercado. Diante disso como aprender a buscar o perdão? Como aprender a perdoar o outro no mundo competitivo?  Como aprender a sermos homens e mulheres comprometidos com a causa do Reino? São respostas que daremos quando ouvirmos e praticarmos os ensinamentos do Santo Evangelho. Olharmos a bondade de nosso Pai Celestial para com seu povo. Através da leitura  comungada e apaixonante de nosso Deus, conseguiremos nos superar dos maus vícios que  nos tormentas.
            Sempre nós rezamos a oração do Pai Nosso e pedimos o seu perdão, porque afirmamos para Deus que  perdoamos quem nos ofendeu. Esta linda oração não pode ser rezada de boca para fora, devemos sentir as palavras e fazê-las instrumentos verdadeiros no dia-a-dia. Se rezarmos e prometemos que perdoamos, devemos assim viver. Sejamos, caros leitores, fiéis comprometidos com o perdão na observância da Palavra que nos Salva. Vale a pena conhecer o Deus que nos Salva. Que assim seja, amém!
-- 
Claudinei M. de Oliveira
Tenha a Paz de Cristo em seu Coração!
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PERDOAR SEM LIMITES - Olívia Coutinho

11 de Setembro de  2011

Evangelho – Mt 18,21-35

Fomos criados por amor e para o amor! Ao nos criar, era sonho de Deus, que todos nós vivêssemos nós numa só família, como irmãos, partilhando a vida, amando-nos mutuamente!
Mas infelizmente, o pecado entrou na humanidade, ameaçando destruir o sonho do Criador!
O pecado  desfigurou a humanidade, quebrando a aliança de amor com Deus. Mas o amor do Pai é maior que tudo, Ele condena o pecado, mas ama o pecador, por isto enviou seu Filho para nos resgatar e nos recolocar no caminho do seu sonho!
Jesus veio nos abrir a porta da eternidade,  fechada pelo o pecado! 
A cada dia, Ele nos convida a caminhar e a ser caminho para o irmão
Queremos seguir Jesus, viver como Ele viveu, tornar um sinal do Seu amor no mundo!
O evangelho de hoje vem nos despertar para o grande exemplo do seu amor!
Amor que o levou  a dar a sua própria vida por nós, sem levar em conta as nossas faltas!
Jesus nos deixa claro que devemos perdoar sem limites:“Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? “Jesus respondeu”: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.
Para ilustrar, Jesus nos conta a parábola do servo cruel que, mesmo perdoado pelo rei, não perdoou ao seu devedor e por isso foi duramente castigado. E conclui com uma alerta muita clara para nós: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
A falta de perdão nos impede de caminhar na fé, fecha os nossos corações à graça de Deus!
A dimensão da alegria do perdão é infinita para ambos os lados! Não podemos nos privar e nem privar o outro desta alegria! Precisamos nos despir de todo o nosso orgulho, para vivermos esta alegria que reconstrói o que foi quebrado pelo pecado!
 Sabemos que não é fácil reconciliar com quem nos ofendeu, mas se recorrermos a Deus, com certeza, Ele nos ajudará a vencer este desafio! 
O perdão é uma questão de decisão, de humildade, nosso primeiro passo, deve ser  reconciliar conosco, reconhecer que não somos perfeitos, que somos sujeitos a falhas, que também cometemos injustiças e a partir daí, reconciliarmos com Deus, firmando o compromisso de nos reconciliar em seguida com quem nos ofendeu: Mt 6,12
 Quase sempre, quem nos magoa, são as pessoas mais próximas de nós, por isto, não vale a pena romper  laços afetivos, por causa de uma dificuldade de perdoar, que podemos superar com a graça de Deus! Muitas vezes somos ofendidos, ou ofendemos o outro impensadamente, o que não significa que não amamos essa pessoa.
Jesus nos deixou um grande exemplo de Perdão, quando estava pregado na cruz: “Pai perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo”! Lc 23,34.
Quando sentirmos dificuldades para perdoar alguém, lembremo-nos deste grande exemplo de Jesus!
 Não podemos nos considerar modelos de perfeição, ninguém é infalível, temos qualidade e defeitos, por isto todos merecem uma nova chance de ser perdoado.
 Assim como Jesus acolhe o pecador arrependido e esquece todo o seu passado, nós também devemos perdoar e acolher quem nos ofendeu.

Olívia Coutinho
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Domingo, 11/09/2011
Mt 18,21-35

Se cada um não perdoar a seu irmão, o Pai não vos perdoará.

Este Evangelho nos trás a parábola do empregado cruel que, mesmo sendo perdoado de uma enorme dívida pelo rei, não perdoou ao colega que lhe devia uma bagatela.
A parábola é uma resposta de Jesus à pergunta de Pedro: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus responde: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Quer dizer: devemos perdoar sempre, sem limites.
O perdão fraterno é ilimitado; é a única maneira de romper a espiral do ódio e da vingança. A razão principal desse perdão é o perdão de Deus a nós, que é sem limites. O empregado que deve uma soma fabulosa ao seu rei, uma vez perdoado completamente pelo rei-Deus, deveria perdoar por sua vez ao companheiro que lhe deve apenas algumas moedas e pede um prazo para pagar. Ao negar o pedido, ele mesmo se condenou e perdeu o perdão que o rei lhe havia dado.
“Perdoai-nos como nós perdoamos.” O nosso perdão ao próximo é o parâmetro que Deus usa para nos perdoar ou não. Ao saber disso, nos dá vontade de sair por aí perdoando todo mundo, pois todos somos pecadores e queremos o céu, queremos o perdão de Deus!
O discípulo de Cristo experimenta todos os dias a sua bondade, o seu perdão; deve tratar o próximo igualmente. Devemos sempre ver o lado bom do próximo, e não julgá-lo, pois a Deus pertence o julgamento. Quem nos dá o exemplo é o próprio Cristo, que morreu perdoando aos que o crucificavam.
A Bíblia está cheia de exemplos de perdão: Davi perdoa Saul, José perdoa seus irmãos, Estevão perdoa seus carrascos...
“Aquele a quem menos se perdoa, ama menos” (Lc 7,47). Por outro lado, quando perdoamos alguém, a pessoa sente vontade de levar para frente o gesto, perdoando a outro. Quem perdoa torna-se ponte de união entre as pessoas. Quando recebemos o perdão de Deus na Confissão, devíamos sair perdoando também a todos e todas.
“Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?” (Mt 7,3). É importante darmos o primeiro passo, perdoando, como Deus deu o primeiro passo nos perdoando em Cristo.
São sérios pontos de exame para um dia de quaresma, que nos pressiona à conversão.
Campanha da fraternidade. Nas camadas dominantes da sociedade, é comum se ouvir frases do tipo: “O problema do crime é a falta de repressão”, “Pobre é pobre porque não se esforça”, “É preciso construir mais cadeias”... Já entre os excluídos se ouvem frases do tipo: “O problema do crime é a fome e a miséria”, “O criminoso é uma vítima da sociedade.”
No que diz respeito à localização geográfica, não é diferente. Aqueles que vivem em lugares privilegiados costumas apresentar seu discurso a partir do princípio da exclusão, em vista do afastamento da ameaça, por exemplo: “É preciso remover as favelas para bem longe”; “Bandido tem que morrer”; “O Brasil precisa da pena de morte”; “É precisa dar mais força à polícia”... Já os que vivem nas favelas e periferias pobres possuem outro discurso, em que transferem a responsabilidade do pessoal para o social, por exemplo: “O crime é fruto do capitalismo selvagem”; “O jovem comete crimes por problemas familiares”...
“A paz é fruto da justiça” (Is 32,17). Todo ato de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência. A violência sempre aparece quando é negado à pessoa aquilo que lhe é de direito a partir de sua dignidade ou quando a convivência humana é direcionada para o mal. A violência nega a ordem querida por Deus.
Havia, certa vez, nos primeiros séculos da Igreja, um mosteiro masculino, em cima de uma colina. Eram monges pobres, mas tinham lá uma obra de valor altíssimo. Era um livro, escrito em pergaminhos, em três volumes. O único exemplar daquele livro no mundo. Pessoas de longe iam ao mosteiro para ver a obra, e deixavam ofertas para os pobres monges. Com isso, eles viviam.
Um dia, um ladrão entrou no mosteiro, pegou dois daqueles rolos e foi-se embora. Os monges avisaram o abade. Este pegou o rolo que ficou e saiu correndo atrás do ladrão. Quando o encontrou, explicou-lhe: “Filho, você está levando uma obra de altíssimo valor. Mas sem este volume aqui, esses dois aí perdem o valor. Ou você me dá esses rolos, ou leva também este aqui”.
O ladrão disse: “Eu peguei porque estou precisando de dinheiro”. “Eu dou dinheiro para você”, disse o abade. “Mas se você quiser levar os três volumes, estamos em paz.” O ladrão preferiu o dinheiro e continuou o seu caminho.
Dias depois, o ladrão voltou ao mosteiro, quis falar com o abade e pediu para ser monge. Ele disse ao abade: “Eu nunca encontrei alguém que me compreendesse e que dissesse para mim: “Estamos em paz”.
Rainha da paz, rogai por nos!
Se cada um não perdoar a seu irmão, o Pai não vos perdoará.
Padre Queiroz

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Perdoar sempre!
Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?", pergunta Pedro a Jesus, que lhe responde: "Não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete". Isto quer dizer: SEMPRE! E Jesus conta a parábola do servo de­sapiedado para ilustrar que, nas relações pessoais, o cristão não pode atuar como juiz, mas deve per­doar sempre como Deus faz conosco. Na parábola, um rico senhor fez um acerto de contas com seus empregados e lhe foi apresentado um que lhe devia uma enorme sorna. Como não tinha com que pagar, ordenou que o empregado fosse vendido como escravo juntamente com sua mulher, seus filhos e tudo o que possuía. Nessa situação desesperadora, o empregado caiu de joelhos diante do seu senhor pedindo‑lhe um prazo para saldar a dívida. O senhor ficou tão comovido que perdoou‑lhe toda a dívida. Depois de ser, assim, tão generosamente agraciado, este empregado saiu e encontrou um seu colega que lhe devia uma quantia insignificante. Ele o agarrou pelo pescoço e o sufocava dizendo‑lhe: ‑Paga o que me deves!" O pobre colega caiu também de joelhos diante dele pedindo‑lhe um prazo, mas ele não quis nem saber. Mandou prender o colega até que pagasse o que devia. A enorme diferença que há entre a atitude do senhor para com seu empregado e a deste para com o seu colega, ressalta a generosidade e predisposição de Deus para nos perdoar e, ao mesmo tempo, a dificuldade que temos em perdoar o irmão. Mas a conduta cristã deve ser orientada pelo princípio divino e não pelo princípio humano. Além do mais, devemos sempre pensar que se Deus tomar a posição de juiz em relação a nós, como tendemos a tomá‑la em relação aos outros, quem sairá perdendo seremos nós. Pois nós temos muito mais do que sermos perdoados por Deus, do que o próximo teria de ser perdoado por nós. O que ele nos "deve" é sempre uma 'mixaria' em comparação ao que "devemos" a Deus. Portanto, o que deve orientar o nosso comportamento e as nossas relações com o próximo é sempre o perdão que recebemos de Deus e não as possíveis falhas do próximo contra nós. Se assim procedermos, viveremos na experiência do perdão, como pessoas reconciliadas, em paz com Deus, com o próximo e conosco mesmos. Caso contrário, viveremos fechados em nós mesmos, sem paz, inimigos de Deus e do próximo, e incapazes de saborear o perdão que Deus sempre nos dá pródiga e gratuitamente. A reação chocante do patrão no final da parábola, não significa que Deus seja vingativo e nos trate em proporção às nossas faltas, pois o próprio salmista diz: "Senhor, se levardes em conta as nossas faltas quem poderá subsistir?" (SI 129,3). 0 sentido é que se não exercitarmos o perdão com o irmão, tampouco poderemos experimentar o perdão que Deus nos dá. A disposição para perdoar é a condição para experimentar o perdão de Deus. Quando nos fechamos em nós mesmos e não perdoamos os outros ficamos fora da experiência do perdão de Deus cuja essência é o desapego de si e o PERDÃO constante.
frei Aloísio Antônio de Oliveira OFV Conv
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Perdoar é divino
No Evangelho de hoje, Jesus volta a falar do perdão. Fala de um rei que chama seus empregados para acertar as contas e encontra aquele que lhe deve uma quantia fabulosa e que não tem como lhe pagar. Diante das súplicas desse empregado, o rei teve compaixão e perdoou as suas dívidas.
Jesus insiste em lembrar-nos da importância do perdão. O perdão é uma exigência para quem quer viver a verdadeira fé cristã. No domingo passado, hoje e sempre, Jesus nos fala da necessidade de perdoar. Quer um perdão sincero, de coração. Jesus sugere que passemos uma “borracha” sobre todas as mágoas.
Jesus nos mostra mais uma vez o rosto misericordioso do Pai. Seu perdão não tem limites, porque sua misericórdia é muito maior que nossas faltas. Acreditar nessa verdade deve nos ajudar, deve dar-nos força diante dos tropeços.
Nosso Pai é misericordioso, mas também é justo. Perdoa, mas exige que também saibamos perdoar. Vai mais longe ainda quando diz que devemos perdoar infinitamente. É radical ao mandar perdoar “setenta vezes sete”.
É difícil falar de perdão, sem falar de amor. Amor e perdão andam juntos e de mãos dadas, um é complemento do outro. É impossível o amor sem perdão e, não existe perdão sem amor. Quem ama verdadeiramente, não somente perdoa, mas sim, perdoa e esquece.
Esquecer... aí está a grande dificuldade, o maior empecilho para o perdão. O perdão sincero tira a ofensa do caminho e da memória, reconstrói e dá vida nova. É enorme a distância que existe entre o coração de Deus e o nosso, no entanto, nosso Pai não perde a esperança de poder ver o amor presente em cada um de nós.
Na oração que o Senhor nos ensinou, nós proclamamos: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Isso é sério, nós pedimos o perdão da mesma forma como também perdoamos, portanto, quem não perdoa, não recebe o perdão de Deus.
Setenta vezes sete... parece um número enorme quando temos que perdoar, mas é insignificante quando precisamos do perdão. Pare para pensar, Já imaginou se Deus nos perdoasse somente 490 vezes?
Na cruz Jesus fez esta súplica: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem”. Naquele tempo pouco se sabia sobre a Lei de Deus, porém, dois mil anos se passaram e hoje sabemos muito mais sobre amor e perdão. Sabemos também o que Deus espera de cada um de nós. Sabemos que não nega o perdão quem almeja a salvação.
Jorge Lorente
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Perdão das ofensas
Então Pedro, chegando-se a Ele, perguntou-lhe: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?”. Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes.
Eis porque o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu acertar contas com os seus servos. Ao começar o acerto, trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo este com que pagar, o senhor ordenou que o vendessem, juntamente com a mulher e com os filhos e todos os seus bens, para o pagamento da dívida. O servo, porém, caiu aos seus pés e, prostrado, suplicava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo’.
Diante disso, o senhor, compadecendo-se do servo, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Mas, quando saiu dali, esse servo encontrou um dos seus companheiros de servidão, que lhe devia cem denários e, agarrando-o pelo pescoço, pôs-se a sufocá-lo e a insistir: ‘Paga-me o que me deves’. O companheiro, caindo aos seus pés, rogava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei’. Mas ele não quis ouvi-lo; antes, retirou-se e mandou lançá-lo na prisão até que pagasse o que devia. Vendo os seus companheiros de servidão o que acontecera, ficaram muito penalizados e, procurando o senhor, contaram-lhe todo o acontecido. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo mau, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me rogaste. Não devias, também tu, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a sua dívida. Eis como meu Pai celeste agirá convosco, se cada um de vós não perdoar, de coração, ao seu irmão”.
A parábola do empregado sem compaixão que lemos no evangelho de hoje é bem clara, pois o seu tema já havia sido introduzido antes da pergunta de Pedro no versículo 21.
A situação descrita nos versículos 23-24, embora – como parábola – seja declaradamente imaginária, encontra a sua ambientação mais verossímil numa corte estrangeira e não na Palestina. Nesse ambiente havia se desenvolvido um sistema fiscal bem rígido e exigente. Por isso, é natural pensar que o empregado que está devendo a seu rei não é um simples empregado, mas um alto funcionário do reino que devia ter a responsabilidade de recolher os impostos num determinado território do reino. Isso explica o tamanho da sua dívida que chega a atingir dez mil talentos que, mesmo tendo um certo caráter hiperbólico, não está se referindo a uma simples dívida de caráter particular.
O outro empregado que é encontrado depois é chamado de “co-empregado” (syndoulos), e indica um empregado da mesma administração do rei, de escalão inferior. A quantia de cem denários, em relação à anterior de dez mil talentos, é de fato irrisória. Diferentemente da anterior, esta dívida pode ser de caráter particular. Uma vez criado o contraste entre os dois comportamentos, era natural que se chegasse à renovação do perdão e à condenação do empregado sem compaixão. A referência aos “torturadores” (v. 34) mais uma vez remete a um ambiente judaico; a tortura por eles exercida devia servir, nesses casos, a obrigar o devedor a revelar onde havia escondido o dinheiro ou a induzir os parentes ou amigos a pagarem a dívida no lugar dele.
Devemos notar que a súplica dos dois devedores, nos versículos 26 e 29, é descrita com as mesmas palavras: “cair aos pés” (proskyneo), “suplicar” (parakaleo), “dar um prazo”, “ter paciência” (makrotymeo). Esse paralelismo sublinha melhor a incoerência do primeiro empregado, que não sabe reconhecer no outro a sua situação anterior. A aplicação final (v. 35) remete ao juízo final. Contudo, a lógica da parábola, mais do que endereçar para um epílogo extremo, sublinha de modo especial o contraste que há entre os dois comportamentos, a compaixão do rei de um lado e a dura intransigência do empregado de outro. Esse paralelismo é encontrado de maneira mais explícita e direta na invocação do Pai Nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, como também nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt. 6,12). Todavia, é inegável que não podemos conseguir uma verdadeira correspondência entre o comportamento de Deus e o do homem. Entretanto, embora o coração do homem não possa ser tão grande como o coração de Deus, lhe é mostrado um ideal para o qual tender, marcado por uma grande longanimidade.
o milite
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“Perdoar de coração”
Igreja, coração do Pai
Continuamos a leitura do discurso do evangelho de S. Mateus sobre a Igreja. Nele estão apresentas as regras do relacionamento dos fiéis na comunidade insistindo no respeito ao outro, alteridade, na força da conversão à comunidade, na presença de Cristo e no perdão das ofensas (Mt 18,1-35). Este texto é uma radiografia do coração do Pai. Jesus quer que façamos como o Pai. O Evangelho é um ensinamento sobre o Reino, mas, ao mesmo tempo, fala da vida de Deus. No texto citado, temos alguém que devia muito e lhe foi cobrado. Esse empregado, como diz o evangelho, não era um trabalhador, mas um governador de um estado. Era uma dívida impagável. Diante das súplicas do devedor, a dívida foi perdoada. Esse homem, perdoado, não aprendeu com o perdão que recebeu e não quis perdoar um que lhe devia uns poucos salários. Jesus conta essa parábola para explicar a Pedro, que pensava fazer vantagem ao perdoar sete vezes, diz que o perdão de Deus é total e para sempre. Este é modo de perdoar. Se não perdoarmos como Deus, não vamos ter o perdão de nossos pecados. Pedimos a Deus, no Pai Nosso, que nos perdoe como nós perdoamos. Damos a Deus a medida do perdão. Deus não retarda o pagamento da dívida, mas perdoa. Deus não tira vingança. Se não soubermos perdoar como o Pai, não teremos parte na sua vida. O Evangelho termina com uma ameaça: “É assim que meu Pai… fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão” (Mt 18,35). Por que, essa insistência na totalidade do perdão sem condições? Porque a redenção de Jesus é total. Foi a expressão acabada do amor do Pai que amou sem merecimento de nossa parte: “Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de ter morrido por nos quando éramos pecadores” (Rm 5,8). O perdão vem antes de termos reconhecido nosso pecado. Por isso é total e para sempre, pois está no ser de Deus. A missão da Igreja no mundo não é para condenar, mas para continuar anunciando a presença do Reino e estabelecendo-o com a grandiosidade do amor do Pai.
Como perdoamos
A carta aos Romanos nos explica o modo de vivermos este perdão: Vivemos para Deus e vivemos como Ele vive. “Vivos ou mortos pertencemos ao Senhor” (Rm 14,8). Se vivermos para o Senhor, vivemos para o perdão, para anunciar a presença da misericórdia através de nossas atitudes de perdão. Vemos muita condenação dos erros do mundo. Essas condenações não resolveram o problema. Jesus, com suas atitudes condenava o orgulho, mas perdoava quando encontrava a humildade e o acolhimento de sua pessoa. Não é assim que vemos na Igreja e na sociedade. Tolerância zero é a palavra de ordem para muitos sofredores. Quem sabe pudéssemos pensar: vingança zero e misericórdia total, como Deus fez conosco. Lembremos de nosso fim!
Sociedade sem ódios
A leitura de Eclesiástico, mesmo escrito numa mentalidade da lei do talião, “dente por dente, olho por olho” (Ex 21,24), que instituía a vingança como modo de viver os relacionamentos, ensina que o perdão é a condição para que a oração seja ouvida e os pecados sejam perdoados. Ensinou que este é o fundamento do novo modo de viver. Assim se vive o Evangelho. A celebração da Eucaristia, em sua totalidade, é remissão dos pecados, é perdão. Não só no ato penitencial. O Sangue de Cristo é derramado (consagração) para o perdão dos pecados. O melhor modo de ser perdoado é perdoar. Há muita gente pregando o ódio, a separação, a condenação dos que não pertencem a sua Igreja. Juiz é um só: Deus, que é misericordioso e perdoa a todos.

1. O evangelho de Mateus apresenta as regas para a vida da comunidade no relacionamento das pessoas. Faz uma radiografia do coração do Pai. Fala do Reino e da vida de Deus. Lemos que havia um grande devedor ao qual foi perdoada a dívida. Ele próprio não soube perdoar um pequeno devedor. Jesus ensina que devemos perdoar sempre. Se não perdoamos, Deus não nos perdoa e não ouve nossa oração.
2. Pertencemos ao Senhor, por isso vivemos para o perdão. As condenações não resolvem os problemas do mundo. A Igreja e a sociedade falam de tolerância zero. Jesus falava da misericórdia que cura.
3. O Eclesiástico ensina que o perdão é a condição para que nossa oração seja ouvida e perdoados os pecados. A Eucaristia é perdão. Sangue derramado para o perdão dos pecados. Há muita gente condenando, pregando o ódio. Deus é misericórdia.
Tiro pela culatra
S. Mateus nos ensina sobre a vida na comunidade. No evangelho desde domingo trata do perdão. Pedro achou que fazia vantagem ao perdoar até sete vezes, o que já é muito. Mas Jesus o desmonta dizendo que tem que perdoar setenta vezes sete, isto é até o infinito.
Por que perdoar sempre? Porque é assim que Deus Faz. Nós exigimos o perdão de Deus, mas não o damos, como lemos na parábola. Até dizemos: Nem no céu quero ficar perto desta pessoa. Com essa cabeça, quem diz que você vai? Deus põe em nossas mãos como queremos ser perdoado: se perdôo, serei perdoado.
Deus ouve nossas orações, mas diz que só ouve quando perdoamos. Para aprender a perdoar é bom lembrar nosso fim. Um dia vamos morrer. E então? Deus nos amou tanto, por que não viver no amor que é perdão? Precisamos também criar uma cultura de não ofender os outros
Paulo é claro: não vivemos para nós, mas para Deus. Pertencemos a Deus e temos que fazer como Ele fez.
padre Luiz Carlos de Oliveira
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“Não lhe digo sete vezes, mas até setenta vezes sete”
Este texto trata do último dos problemas comunitários no discurso de capítulo 18, o perdão. Mais uma vez é Pedro que articula em palavras o desafio cristão, “quantas vezes devo perdoar o meu irmão?” e responde ele mesmo, sugerindo “sete vezes”, com certeza achando que agir assim seria um exagero. Mas, para Jesus não basta o discípulo agir segundo os critérios desse mundo – o nosso modelo de ação sempre deve ser o Pai. Por isso, exige “não somente sete vezes, mas setenta vezes sete”, ou seja, para quem realmente quer se modelar em Deus, o perdão tem que ser sem limites. A frase lapidar é tirada da tradição comum que Mt. partilha com Lucas, (Lc. 17, 4); mas, Mateus acrescenta a parábola dos servos, para ilustrar a necessidade de misericórdia sem fim.
A idéia básica inverte a posição sangrenta e vingativa de Lamec em Gn 4, 24: “Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete!” O cristão tem que deixar definitivamente por trás todo sentimento de vingança e assumir os novos valores do Reino de Deus, entre os quais tem lugar de destaque, o perdão.
A parábola provavelmente foi composta pelo autor mesmo, para ilustrar um dos pedidos do Pai Nosso, “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Fazendo esse pedido, estamos querendo o perdão de Deus para que, experimentando-o, consigamos perdoar os nossos devedores (originalmente se referiu realmente às dívidas financeiras, mas aplica-se às ofensas em geral). Não é que o perdão de Deus depende do nosso – é sempre Deus que toma a iniciativa e nós que respondemos. Mas, somos capazes de render nulo o efeito do perdão do Pai, se nós não queremos perdoar os outros. Assim, o Pai continua querendo nos perdoar; mas, nós cortamos o efeito dessa gratuidade divina.
Obviamente, o perdão envolve um processo todo, que abrange não somente a parte espiritual, mas também psicológica, da pessoa. Não se consegue eliminar os efeitos das ofensas de uma só vez. Mas, o importante é o “querer” perdoar. O próprio desejo já é o perdão, pois é somente com a graça divina que nós conseguiremos perdoar mesmo. Mas, quando esse desejo é ausente, nem o perdão do Pai penetra a barreira que nós erguemos e o seu perdão fica sem frutos.
A proposta do texto de hoje é além das nossas forças humanas; mas, não além da possibilidade da graça divina. Por isso temos que sempre pedir o dom do perdão, conforme nos ensina a Oração do Senhor, para que as nossas comunidades sejam verdadeiramente sinais do Reino e não meramente aglomerações de pessoas que partilham as mesmas teorias teológicas, mas, sem que essas influenciem na sua vivência, na sua prática. Da nossa parte exige-se esforço, e Deus dará a força, para que vivamos conforme o desafio do Sermão da Montanha: “sejam perfeitos, como o Pai do Céu de vocês é perfeito” (Mt. 5, 48).
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PERDOAR 70 X 7  VEZES


Este evangelho é anunciado logo após Jesus ter tratado do pecador incorrigível, caso  extremo que leva a excomunhão. Neste contexto, Ele passa a situação contraria e bem mais comum do perdão e da reconciliação dentro da comunidade. A situação é a mesma: "Se teu irmão tiver pecado..." Mas neste caso, o pecador escuta a parte ofendida, ou algumas testemunhas, ou toda a comunidade. Mas, outra questão surge.. Quantas vezes essa pessoa deve ser perdoada? Pedro, novamente como porta voz do grupo, responde a si mesmo, com o que imagina ser uma resposta generosa: "Até sete vezes?" Porem Jesus o corrige e surpreende quando responde: setenta vezes sete. Não se deve entender literalmente este número, mas sim com o simbolismo que ele traz em si. Na Bíblia, o 7 tem significado de totalidade, plenitude, completação. Assim é vingado Caim (Gn 4,24a).
Quando aparece multiplicado por ele mesmo, como no caso de Lamec, vingado por setenta vezes sete (Gn 4,24b), não significa excesso, mas sim a retirada do limite implicado na totalidade. Essa mesma idéia de totalidade, plenitude, do numero sete, é usada no Novo Testamento. São sete os pães multiplicados e sete os cestos de pedaços que sobraram (Mt 15,34.37). O que deve ser apreendido deste trecho é que ao cristão não cabe colocar limites ao perdão.
Para melhor esclarecer o perdão sem limites, Jesus usa como exemplo, a parábola do devedor implacável. Esta parábola é  uma outra forma narrativa para o segundo pedido que fazemos ao rezar o Pai Nosso: "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nos perdoamos aos que nos ofenderam" (Mt 6,12). Desta maneira, Ele evidencia que a disposição de Deus para nos perdoar depende da nossa disposição de perdoar os que nos ofendem. Devemos identificar o rei, da parábola, com Deus. Notemos que esse rei é tratado como senhor,  exige uma prestação de contas, e demonstra  sua misericórdia ao perdoar a dívida enorme. Entretanto, o servo implacável nada aprende com o exemplo de seu rei e age de forma cruel com outro servo, que lhe é devedor, fato que resulta na revogação do seu perdão. 
Este trecho do evangelho nos adverte de que o perdão de Deus, e inesgotável, mas está condicionado a nossa disposição de perdoar os outros. Mostra-nos também que até o perdão concedido por Deus pode ser revogado, se não soubermos, como Ele, perdoar. Cuidem-se! Os implacáveis São excluídos da misericórdia divina, e aqueles que desejam receber essa misericórdia, precisam ser misericordiosos com os outros.
O evangelista termina sua narrativa dizendo que Jesus, tendo terminado esses discursos, deixou a Galileia, entrando no território da Judéia. Para melhor compreender esta focalização, e preciso esclarecer que, para Mateus, a Galileia é lugar de revelação (cf.4,12-17) e a Judéia é o lugar de rejeição e morte. Sabendo disso, fica claro que este texto de Mateus tem a intenção de orientar as comunidades cristãs sobre como lidar com problemas de busca de posição, escândalo, deslizes, reconciliação e perdão.

 Maria Cecília  
     

 ORAÇÃO:
JESUS. AJUDE-ME A SUPORTAR OS INCÔMODOS DOS MEUS VIZINHOS. DÊ-ME FORÇAS PARA ATURAR E A PERDOAR AS PESSOAS QUE NÃO ME SÃO SIMPÁTICAS, E QUE ME ENCOMODAM NO DIA-A-DIA.
   
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O reino dos céus é feito de perdão. – Maria Regina

O Evangelho de hoje recorda-nos a necessidade de vivermos o eterno perdão. Perdoar significa desculpar e desculpar significa justificar-se de alguma falta cometida. Então, quando você perdoa, você desculpa a falta ou a falha cometida por alguém em relação a você.
                                                            O ato de perdoar vai além do nosso entendimento humano e sabe por quê? Porque ele é divino, vem do alto, nasce no coração de Deus e somente por meio do Espírito Santo pode atingir o fundo do nosso coração, local onde tudo se faz e se desfaz, para que, a partir daí, possamos ter a graça santificante de perdoar os nossos irmãos assim como Deus em Cristo nos perdoou.

                                                           O reino dos céus é feito de perdão. Jesus nos ensina que o reino dos céus é daqueles que sabem perdoar e têm paciência com os erros dos irmãos. O reino de Deus acontece pelo perdão de Deus aos homens e o perdão dos homens aos homens.
                                                               Não podemos querer receber o perdão de Deus se não perdoamos aos nossos irmãos. Por isso, Ele conta a parábola do empregado devedor para nos explicar que assim como nós pedimos um prazo a Deus para nos reabilitar dos nossos pecados, nós também precisamos dar àqueles que pecam contra nós a chance de que possam também penitenciar-se.
                                                               E Ele vai mais além quando fala para Pedro que o perdão deve ser dado não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, isto é, sempre. Na mesma medida que Deus perdoa as nossas dívidas que são maiores do que somas de dinheiro, nós também precisamos oferecer o perdão às pequenas ou grandes faltas que os nossos irmãos cometem contra nós.
                                                            Não se trata de quantas vezes teremos que perdoar, porque a medida do perdão é contínua. Perdoar até sete vezes? Só uma semana? Não, perdoar a vida toda, todos os dias, sempre. Tantos quantos são os dias da nossa vida e enquanto caminhamos aqui necessitados também do perdão de Deus para as nossas inúmeras culpas. Aquele que perdoa, naturalmente será também perdoado. A compaixão é um atributo de Deus e se fomos criados à Sua Imagem e semelhança, nós também podemos ser compassivos.
                                                                                 No perdão estão encerradas todas as características do amor: misericórdia, paciência, compreensão, justiça, bondade, humildade. É este o ensinamento de Jesus sobre o perdão; não adianta para nós replicar ou justificar o nosso caso. Para nós deve ser claro. Uma coisa leva a outra: se eu quero ser perdoado todas as vezes que eu erro, eu também devo fazer o mesmo com quem me ofende, porque aí então fica desigual, a conta não bate.                                                      
                                                       Meu irmão, minha irmã, vamos refletir:Como você está sobre este assunto de perdão?  Quem está precisando do seu perdão?Você tem exercitado o dom de perdoar? Você pelo menos deseja perdoar?  Você se sente perdoado por Deus na mesma medida com que você tem perdoado os seus irmãos?
Amém
Abraço carinhoso
Maria  Regina
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Perdoar 70 x 7 – Maria Elian
12.8.2010 – Quinta-feira
Evangelho (Mateus 18, 21-19,1)
Tenhamos um coração misericordioso, e perdoemos.
Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” E Jesus responde: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta e sete vezes sete”. Jesus compara o reino do céu com um rei que vai acertar as contas com seus empregados. Um dos servos devia tanto e não tinha como pagar e pede um prazo ao patrão, que teve compaixão e perdoou a dívida do empregado. O empregado, porém, ao encontrar alguém lhe devia uma pequena quantia, agarrou e sufocou-o cobrando a dívida sem misericórdia, e não o perdoou,mandou prendê-lo. Ao saber do acontecido, o patrão entrega o empregado aos torturadores.
Deus em sua infinita misericórdia perdoa nossos pecados. E quanta dificuldade nós temos de perdoar um irmão, um amigo, marido, esposa, os pais, o irmão de caminhada, aquele colega de trabalho? Às vezes damos tanta importância as ofensas, as magoas, que até adoecemos. Será que meus pecados, minhas ofensas a Deus, são menores que as ofensas que sofri? Deus nos perdoa sempre, nos livrando da condenação. E quantas vezes com nossas atitudes nós magoamos as pessoas, com quem convivemos? Temos vontade de pedir perdão, mas o orgulho, a falta de humildade não nos permite pedir o perdão, os mesmos motivos também não nos permite perdoar. Devemos reconhecer que somos pecadores, que devemos perdoar, e para isso devemos ficar mais próximos de Deus, do seu amor, e amar próximo como Ele nos ama.
O nosso pedido de perdão a Deus deve ser diário, como perdoar também deve ser diário e quantas vezes forem necessárias. Ao decidir perdoar, devemos fazê-lo com coração, e não ter mais ressentimento ou magoa, pelo ocorrido. Realmente não é fácil, existem situações que achamos não conseguiremos perdoar nunca, que não esqueceremos. A culpa, a magoa, são sentimentos que nos paralisam, não conseguimos reagir, acreditando que não temos perdão, que não conseguiremos perdoar, vivemos um verdadeiro conflito interno, alguma pessoas se tornam depressivas. Na oração do Pai Nosso Jesus nos ensina: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 12), perdoar e ser perdoado nos aproxima de Deus. E assim como o Pai nos perdoa, nos também devemos ser misericordiosos, perdoando e esquecendo as ofensas e os males que nos fizeram. São essas atitudes que o Pai quer que tenhamos para sermos por Ele perdoados, e vivermos em harmonia, em paz no nosso dia-a-dia, praticando o perdão, a misericórdia.
Oração
Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão. Liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário, que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu.
Um abraço a todos.
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Perdoar 70 x 7 – quantas vezes
Quantas vezes devo perdoar o meu irmão?
“Sofremos demais pelo pouco que não temos, e alegramo-nos pouco com o muito que possuímos”. (Shakespeare)
Perdoar sempre
Mt 18,21-19,1
- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?

Neste Evangelho, Jesus nos fala do perdão. O texto começa com uma pergunta do Apóstolo Pedro a Jesus, sobre quantas vezes devemos perdoar uma pessoa. Jesus responde que devemos perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, expressão hebraica que significa: ao infinito.
E, para deixar bem claro, Jesus conta a parábola do servo cruel. É um empregado que foi perdoado pelo patrão, de uma grande dívida, e depois não perdoou ao seu colega, de uma pequena e irrisória dívida. Por isso foi duramente castigado pelo patrão.
Jesus conclui a parábola com um recado para todos nós: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
O patrão representa Deus, o empregado que devia a enorme fortuna somos nós, e o outro que devia uma pequena quantia são as pessoas que nos ofendem ou prejudicam.
Nós tínhamos uma enorme dívida com Deus, o pecado original e os nossos pecados pessoais. E ele nos perdoou, e continua perdoando, completamente.
O tamanho de uma ofensa varia também de acordo com a pessoa ofendida. No nosso caso, o ofendido é Deus, que é infinito. Portanto, as nossas ofensas a Deus são sempre muito grandes.
Deus nos perdoa, mas quer que nós também perdoemos a nosso próximo, seja de que for. Se não o fizermos, ele retira o seu perdão e nos castiga, como fez o patrão com o seu empregado cruel.
Por isso que Jesus nos fala: “Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda” (Mt 5,23-25). De fato, não tem cabimento nós não perdoarmos alguém e querer manter uma amizade com Deus, pois Deus está no nosso próximo! Seria um comportamento contraditório na nossa parte: hora louvamos a Deus, hora não queremos conversa com ele.
O nosso perdão ao próximo não pode ter limites, nem quanto ao número de ofensas, nem quanto ao tamanho ou tipo de ofensa.
O perdão é o único caminho para recuperar a fraternidade, a paz e a alegria, após uma ofensa recebida. O perdão impede aquele terrível círculo vicioso: a vingança gera a violência, e esta gera mais vingança... O ressentimento faz aumentar falsamente o tamanho de uma ofensa.
No Pai Nosso, nós pedimos a Deus que nos perdoe do jeito que perdoamos aos outros. Isso nos compromete, porque, se guardarmos rancor, cada vez que rezamos o Pai Nosso estamos pedindo a Deus que guarde rancor de nós!
Jesus disse: “Não julgueis, e não sereis julgados. Pois o mesmo julgamento com que julgardes os outros servirá para vós; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?” (Mt 7,1-3).
O próprio Jesus, na cruz, nos deu o exemplo, quando rezou a Deus Pai pelos que o torturavam: “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Mesmo morrendo, ele encontrou forças para refletir e encontrar uma saída para não sentir mágoa daqueles algozes: “Eles não sabem o que fazem”. Se não encontrasse essa saída, Jesus morreria com mágoa deles. E daí, lá no céu, como que fica? Porque lá não entram duas pessoas de cara virada uma com a outra. E Jesus queria o arrependimento e a salvação de todas aquelas pessoas que o mataram. Depois desse exemplo de Jesus, ninguém de nós tem direito de negar o perdão, seja a quem for e seja de que for.
Perdoar não é sinal de fraqueza; pelo contrário, é sinal de muita coragem, bravura e heroísmo. Panacas são os que não perdoam.
O motivo principal do nosso perdão não está na pessoa que nos ofendeu, mas no mandamento de Deus.
Claro que, depois, vamos ser mais prudentes com aquela pessoa que nos ofendeu ou prejudicou. “Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16). “Gato que caiu em água quente tem medo de água fria”. Nós vamos evitar situações semelhantes àquela em que a pessoa nos ofendeu ou prejudicou. Mas isso, sem julgar a pessoa.
O perdão é importante principalmente na vida familiar, dentro das quatro paredes de uma casa.
Certa vez, um casal brigou. Brigou feio e ficaram de mal. Quando era necessário dizer alguma coisa ao outro, faziam-no através de bilhetes. Aconteceu que um dia o homem chegou do serviço preocupado. Seu chefe havia marcado uma reunião na firma no dia seguinte, uma hora antes de começar o trabalho. Portanto ele devia levantar-se não às 05:30, como de costume, mas às 04:30 horas. O que ele fez. Escreveu em um papel: "Por favor, me acorde às 04:30 da madrugada". E colocou o bilhete em cima do travesseiro da esposa. E procurou dormir mais cedo.
Quando a esposa foi dormir, encontrou o bilhete. O que ela fez. No dia seguinte, levantou-se às 04:30 e colocou ao lado da cabeça dele o seguinte bilhete: “São 04:30 horas. Está na hora de você se levantar.”
Claro que essa mulher foi cruel. Mas os dois estavam errados, porque, quando entramos em atrito com alguém, a paz deve voltar antes do por do sol. Se isso vale para todos, muito mais para o casal.
A mãe sabe ser “pára-raios” quando membros da família se desentendem. Que a nossa querida Mãe do Céu nos ajude a perdoar e a viver unidos com todos.
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Padre Queiroz
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70 x 7 -- Gilberto Silva
Evangelho - Mt 18,21-35
Não te digo perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete
Caríssimos irmãos e irmãs,
     A justiça e a misericórdia de Deus caminham juntas. Recordemos o profeta Amós (1,3) 13. “Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime dos amonitas, não mudarei meu decreto. Porque rasgaram os ventres das mulheres grávidas de Galaad, a fim de dilatar suas fronteiras,” e também (2,1-6) ” 1. Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Moab, não mudarei meu decreto. Porque queimou os ossos do rei de Edom até reduzi-los a cal, 2. porei fogo a Moab, e ele consumirá os palácios de Cariot. No tumulto perecerá Moab, entre gritos de guerra e sons de trombeta. 3. Exterminarei o seu juiz e farei perecer com ele todos os chefes, diz o Senhor. 4. Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Judá, não mudarei meu decreto. Porque desprezaram a lei do Senhor e não observaram seus mandamentos, e porque se deixaram transviar por seus falsos deuses, que já seus pais tinham honrado, 5. porei fogo a Judá, e ele devorará os palácios de Jerusalém. 6. Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não mudarei meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias” – fala que o Pai perdoa as transgressões por 3 vezes, mas exorta que Êle não revoga o castigo para a quarta  transgressão. Pedro indaga a Jesus sobre o perdão, acreditando que “sete” seria o número mais que perfeito e que Este se daria por satisfeito.      O Senhor, responde com setenta x Sete, deixando bem claro que NÃO há limites para se perdoar ao próximo, independente se este é ou não reincidente. Exemplifica através desta parábola com a qual difere dois tipos de dívidas.
     O primeiro devia uma enorme fortuna, talvez uma centena de milhares no dias de hoje. O homem recebeu o perdão desta incrível soma. Porém, no seu egoísmo que contrasta em ser maior que a dívida que tinha, não perdoa o seu próximo. Façamos uma pequena pausa: Temos perdoado aos nossos irmãos e irmãs suas dívidas, faltas e transgressões para conosco?
     Deus enviou seu filho Unigênito para resgatar todas as nossas dívidas e pecados com seu próprio sangue. Nosso Pai continua a cada dia nos perdoando as transgressões como nesta parábola, assim também todos nós devemos perdoar aos nossos irmãos. Se não pudermos perdoa-los como podemos esperar que Deus nos perdoe? Tiago (2,13) “
     13. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.” – A misercórdia é oferecida como Dom para que a justiça nãp seja negada. Ela segue a justiça aperfeicoando-a. Estamos no período propício para questionarmos: Estamos guardando rancor ou ressentimento com alguem? Um autor cristão, C.S.Lewis escreveu: "A misericórdia das flores só aparece quando se cresce nas fendas das rochas de Justiça: transplantadas para as zonas pantanosas do humanitarismo simples, torna-se uma erva daninha devoradora de homens”.
 Gilberto
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11 de Setembro
Evangelho Mateus 18, 21-35
XXIX Domingo do Tempo Comum
                                                        Dois Amores em um só.... – Diac. José da Cruz
Para muitas pessoas o amor de Deus é algo manifestado em Jesus quando ele realizou a obra da Salvação, parece assim um amor meio platônico, e se formos falar bem a verdade, a gente não sabe definir essa ação amorosa de Deus em nossa vida e às vezes esse amor só se manifesta em momentos de aperto e de sofrimento, parece ser apenas uma força interior que nos consola. Será que um amor assim dá para confiar ?
O evangelho desse domingo nos apresenta a questão do perdão, que brota do amor, e como a gente acaba compartimentando o amor humano e o amor de Deus, assim também fazemos com o ato de perdoar. O amor de Deus por nós está mais perto do que imaginamos, é um amor concreto, do dia a dia, um amor que cuida, um amor que busca, um amor que quer sempre ficar junto, um amor que consola, que nos enche de alegria.
Embora insistamos em separar o amor de Deus do amor do irmão, os dois vem em uma mesma esteira e são inseparáveis. Qual a diferença entre a água da chuva que cai sobre nós, e a água encanada que usamos em nossas casas nos momentos de necessidade? Nenhuma ! Trata-se da mesma água que passa pelo ciclo da vida e que volta em forma de chuva. Assim também, o amor humano é uma forma de encanarmos o amor de Deus, e aí, os seus efeitos depende do tamanho da torneira de cada um, isso é, do tamanho do coração.
O Amor é um só e tem um nome: Deus, segundo João, Deus é Amor. Assim como a água encanada, a sua abundância depende de uma série de fatores, do tamanho do cano, do reservatório onde é armazenada, da abertura e da pressão do registro. Daí nós encontramos torneira que parece um jato d’água de tanta intensidade, tem torneira que a água já é meio escassa, tem torneira que a água é só um filetinho, outras estão secas e só fazem barulho.
A torneira de Pedro, comparando com o perdão, era bem econômica, sete vezes...e já estava de bom tamanho, mas Jesus escancara a torneira, sete vezes sete, isso é, perdoar sempre. A torneira que o Rei abriu, para perdoar o Servo Devedor, era generosa e jorrava com abundância, perdoou todo a dívida, mas a torneira que ele abriu ao homem que também lhe devia uma pequena quantia, era desse "tamainho" e nem água saia. Não tinha amor para dar...havia experimentado o Amor no perdão recebido, porém o seu egoísmo o acabou sufocando.
A conclusão do evangelho é muito clara, ninguém pode dar algo que ainda não experimentou e nem recebeu, a nossa experiência de amor com as pessoas, depende da experiência de amor que fizermos com Deus, se ainda não descobrimos o seu amor grandioso manifestado em Jesus, se ainda não demos conta de que Ele nos ama com um amor sem medidas, gratuito e incondicional, o nosso amor para com as pessoas será sempre assim, uma caricatura do verdadeiro amor, um amorzinho frágil, pequeno, um amor que exclui e que não sabe nunca perdoar. Quem faz a experiência do amor de Deus, manifestado em Jesus e percebido na relação com as pessoas que nos amam, não tem a tentação de colocar um limite ao amor, como era a intenção de Pedro.
Começando pela comunidade, prestemos atenção no nosso jeito de amar, que deve passar para as pessoas o sentimento de que Deus as ama, antes porém, é necessário se perguntar se já descobrimos esse amor grandioso em nós....

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