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HOMILIAS PARA O

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sábado, 4 de junho de 2011

Ascensão do Senhor - Páscoa

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HOMILIAS PARA O

 PRÓXIMO DOMINGO

05 DE JUNHO – 2011

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Ascensão do Senhor - Páscoa

Comentários – Prof. Fernando

Introdução

Aquele que tem todo o poder no céu e na Terra, deu poderes aos primeiros sacerdotes e os enviou encarregando-os da missão  de fazer discípulos dele todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que Ele tinha ensinado a eles. Assim começou a Igreja através do trabalho corajoso e incansável dos apóstolos, os quais sofreram injúrias, calúnias, torturas e mortes, mais não desistiram de sua missão de levar o Evangelho de Jesus Cristo aos povos com tanto entusiasmo e harmonia entre eles que houve quem disse: vejam como eles se amam!

E nós? Será que nos amamos igual aos primeiros  padres? Será que não há inveja e desentendimentos entre nós? O que estamos fazendo diante de tanto crime mostrado na televisão, será que somos corajosos como os apóstolos? Será que não discriminamos ninguém?

Hoje fiquei pasmado! Fui à missa em outra paróquia, que fica na parte nobre da cidade. Apesar do alto poder aquisitivo, a comunidade não é "morna".  Observa-se uma boa participação da celebração e da Eucaristia. O sacerdote, por sua vez, faz uma homilia muito rica em conteúdo e chega mesmo a botar o dedo nas feridas.

Ao entrar, observei uma idosa negra sentada na ponta do banco. Pensei comigo: vou ficar no banco de trás para ver o que acontece, com relação à discriminação. Não deu outra. As pessoas iam entrando, passavam pelo banco dela, e seguiam em frente, ou escolhiam os bancos da frente. Depois de uns minutos, casa cheia, a missa quase começando, e o banco daquela senhora sem mais ninguém a não ser ela mesma.  Percebia-se que aquela senhora se sentia bem humilhada. Procurava disfarçar com o folheto da missa, cabeça meio baixa, fingindo que tudo era normal, mas lá no seu íntimo aquilo estava doendo. Antes do meio da missa levantei-me e fui sentar no seu banco, o mais perto possível dela. Era o mínimo que eu poderia ter feito.

Prezados irmãos. Vamos seguir o exemplo dos primeiros catequistas, os apóstolos. Vamos levar Jesus aos irmãos distantes onde não há sacerdotes, onde ninguém vai lá para evangelizar, onde moram os humildes, os pobres, os negros, os de pouco estudo, etc.

E que entre nós cristãos evangelizadores não haja inveja, nem ciúmes pelos talentos de outros, que não haja perseguição aos talentosos, os que têm o dom de representar (deixemos que eles teatralizem o evangelho  com as crianças e para as crianças )  aqueles que têm a voz bonita e que cantam bem, aqueles que tendo o dom da palavra falam muito bem, ou aqueles que estudam a palavra e sabem fazer excelentes palestras, belos sermões e fervorosos encontros catequéticos. Pois é desses cristãos que a Igreja está precisando. Se ao invés de incentivá-los nós os bloqueamos,  nós os excluímos, ou mesmo perseguimos, como vai ser a ação da Igreja como presença viva de Deus no mundo?

 Depois de um bom tempo trabalhando em escolas particulares, prestei um concurso e passei também a trabalhar como funcionário público. A primeira dica ou informação que me deram foi a seguinte: Não seja estrela! Haja normalmente como todos. Tente se nivelar, pois ninguém reconhece o seu esforço em mostrar alto desempenho. Pelo contrário. Será perseguido se fizer melhor que todos, principalmente melhor que as chefas.

Caríssimos. Isso não pode acontecer na nossa Igreja! Temos de aproveitar os talentos que surgem,  como por exemplo,  um Padre Marcelo Rossi com sua linda voz, ele tem mais é que compor e gravar músicas, realizar todo aquele maravilhoso trabalho que havia iniciado para a glória de Deus, sem sofrer nenhuma inveja, ou poda, para não dizer atitudes castrantes.

Temos de apoiar os talentosos, temos de ir em frente, temos de levar cristo aos que não o conhece da melhor forma que pudermos, com talento, música, teatro, especialmente para as crianças, com muita coragem igual aos primeiros apóstolos, e confiar naquele que disse:
"Eis que eu estarei convosco todos os dias,
até ao fim do mundo".
Sal.

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"Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, sempre, sempre!!!!!"

 


                                                              Mesmo depois de Jesus ter ressuscitado e de ter se apresentado vivo e glorificado diante dos Seus discípulos, alguns ainda duvidaram. Isto, porém, não abalou a Jesus, pois Ele conhecia a sua fraqueza, mas sabia também que eles tinham um coração adorador e eram confiantes na Sua Palavra.

                                      Por isso, Jesus falou com autoridade para que eles continuassem aqui na terra a missão de formar discípulos dele e batizá-los no Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Este mandato é também para nós, hoje, herdeiros de Deus e discípulos de Jesus Cristo. Assim sendo, precisamos também assumir a Palavra do Evangelho com coragem e ousadia quando ele diz: "ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".

                               Esta palavra de Jesus confirma a nossa missão de missionários do reino e também que somos enviados pela Santíssima Trindade, primeira comunidade, modelo de Unidade no Amor. A nossa missão é observar tudo o que Jesus nos ordenou e assim ensinar a todos aqueles (as) a quem nós encontrarmos.  Meu irmão, minha irmã– Você tem cumprido com o mandato de Jesus? – Para você o que significa ser discípulo de Jesus? – Qual o significado para você da oração: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? – Você tem consciência do que é dizer ou fazer alguma coisa em Nome da Trindade?

Amém,

Abraço carinhoso da professora

Maria Regina

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Foi Levado ao Céu

A Solenidade da Ascensão completa o ciclo da vida terrestre de Jesus. Ela celebra o Senhor crucificado, morto, sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, glorificado e exaltado à direita do Pai com toda glória e poder. Temos a impressão que se encerrou uma etapa ou fechou-se uma porta. Nos Atos dos Apóstolos está escrita: "Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo" (At. 1,9)

Não é o fim de uma etapa. "Jesus sobe ao Pai para realizar seu culto sacerdotal eterno de louvor, ação de graças e intercessão, pedindo ao Pai o Espírito para todos" (Frederici). O prefácio reza: "Ele subiu aos céus a fim de nos tornar participantes de sua divindade". Essa participação nós celebramos, de modo particular, na Eucaristia. Nela nos unimos ao mistério do louvor de Cristo ao Pai, que a seu pedido (de Filho), nos dá o Espírito para a divinização.

Quando se diz que uma nuvem o encobriu, significa uma mudança de relacionamento com Jesus. Indica, como na Transfiguração, que Jesus assume sua divindade, oculta pela humanidade e seu abaixamento na Encarnação (cf. FI. 2,6-11).

Depois da Ressurreição, os discípulos puderam vê-Ia. "Foi a eles que Jesus se mostrou vivo, depois de sua paixão; com numerosas provas. Durante quarenta dias apareceu-Ihes falando do Reino de Deus" (At. 1,3). Em seguida, foi "elevado". Todavia, os discípulos têm a certeza que tira a sombra que a nuvem faz - "Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28,20).

2. Ascensão é Nossa Vitória

A Ascensão é um aspecto do mistério de Cristo que mais toca nossa humanidade. Não se trata somente do reconhecimento que Ele foi um ser humano como nós. Mas, sobretudo, que toda nossa humanidade estava unida a Ele. S. Agostinho, ao explicar nossa união em Cristo, escreve: "E assim como Ele subiu sem se afastar de nós também nós subimos com Ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido... Nele, pela graça, também nós subimos".

No prefácio rezamos: "Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade".

Deste modo somos vitoriosos com Ele. Nossa humanidade está glorificada. Tudo a que é da Filho é nossa. Por isso diz Paulo: "Que Ele abra o vosso coração a sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos" (Ef. 1,18).

3. Sereis Minhas Testemunhas

Não podemos parar na contemplação da alta, mas transformá-la em anúncio. No momento de sua partida, Jesus diz: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar a tudo o que vos ordenei!" (Mt 28,19-20). Cria-se um novo povo unido à vida da Trindade santa. É um momento em que Cristo continua entre nós, ou melhor, em nós Ele continua sua missão.

Como os discípulos foram testemunhas da ressurreição, nós seremos testemunhas da Ressurreição. Abrimos o Reino de Cristo a todos os povos. As pessoas serão conduzidas à adoração com Cristo ao Pai. Cada Eucaristia nos une a seu mistério de Ascensão.

Victor Hugo Oliveira

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"Homens da Galiléia, por que estais admirados, olhando para o céu?

 

Este Jesus há de voltar do mesmo modo que o viste subir, aleluia!" (cf. At. 1,11).

Quarenta dias depois da Páscoa, a Santa Mãe Igreja celebra a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Celebramos hoje toda a realidade da glorificação de Jesus, aquilo que a cristologia das origens chamou de "estar sentado à direita do Pai". Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração.

Jesus, depois de sua ressurreição, não veio para retomar sua atividade de antes, nem para implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito. Definitivamente não. Jesus realiza-se agora numa outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa para nós – que somos as suas testemunhas... até os confins da terra, e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais "carnal", mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito.

A festa da Ascensão é repleta de significado para a vida cristã: Cristo reassume triunfante todo o seu poder. E, na glorificação de sua carne, glorifica-se toda a carne humana. No início da história, houve a expulsão do paraíso. As criaturas sempre sentiram saudades do paraíso perdido, da vida junto de Deus. Hoje, reentrando no Paraíso, Jesus reabre as portas para os homens e para as mulheres. O paraíso, que podíamos sonhar apenas "em saudades", se torna lugar novamente acessível à criatura humana, porque, na pessoa de Jesus de Nazaré, a humanidade reentrou na posse dos céus. Daqui da terra, enquanto aqui peregrinamos, podemos erguer os olhos esperançosos para o Cristo nos céus, fundamentados na sua promessa de onde Ele estiver, o Cristo quer que todos estejam também, ou seja, no céu.

A Ascensão é a festa do envio dos apóstolos. Os apóstolos devem continuar a missão de Jesus: construir o Reino de Deus. Uma missão que não é só do Cristo, mas de todos nós que devemos, com nossas alegrias e nossas esperanças, e mesmo com nossas fraquezas e nossas dificuldades, anunciar o Evangelho para todo o mundo. A missão que é de todos nós: fazer todos os seus discípulos, não só discípulos, mas discípulos-missionários no jeito novo de ser seguidor de Cristo ensinado pela V Conferência de Aparecida, batizar as pessoas e levá-los a observar os mandamentos e o Evangelho.

Somos convidados a acreditar e crer que Jesus ressuscitou verdadeiramente. Mateus faz a Ascensão acontecer sobre um monte da Galiléia. Mais do que lugar geográfico, o monte aqui é símbolo. Na Galiléia Jesus começara a vida pública. Na Galiléia Jesus a termina. Falar do alto de um monte, rezar no alto de um monte tinha sempre qualquer coisa de divino. Mateus, que tantas vezes usara a figura do monte para significar a autoridade divina de Jesus, não podia escolher outro lugar mais sugestivo que um monte na Galiléia, para declarar solenemente que era Senhor dos céus e da terra, para transmitir aos apóstolos, como Senhor, a missão de continuar sua obra na terra, e "subir aos céus e assentar-se à direita do Pai", como professamos no Credo de cada missa que rezamos!

Jesus nos promete hoje que vai permanecer conosco até o fim dos tempos. Isso porque alguns discípulos tinham medo, duvidavam, não sabiam o que fazer nem imaginavam o que poderia acontecer. Sentiam-se seguros e felizes na presença do Cristo; mas confusos e tristes sem Ele. O outro Evangelista, aquele que Ele amava, demora-se nesse problema na última Ceia, no discurso de despedida de Jesus. Mas o próprio Cristo anuncia que "Não se perturbem, não tenham medo de nada!" (cf. Jo 14,1). E o Cristo promete que tanto Ele, quanto o Espírito Santo, acompanhariam os apóstolos em todos os momentos e circunstâncias. E que nos acompanhariam também, todos os batizados.

Jesus é o companheiro de caminhada. E isso está representado no Círio Pascal que, no dia de Pentecostes, deixa o lugar no presbitério e é levado ao Batistério, ao lugar onde os cristãos começam seu itinerário na comunidade cristã. O neo batizado recebe em suas mãos a luz tirada do Círio Pascal, símbolo do Cristo Ressuscitado. Esta luz como que firma um pacto: o cristão, tornado filho de Deus pela graça divina, enquanto aguarda a herança do céu, se obriga a professar a fé no mistério do Senhor e Jesus e a testemunhá-lo diante de todos através da missão e da evangelização, na busca da santidade.

A Ascensão é um santo mistério. Ao celebrarmos a Ascensão celebramos a glorificação do Cristo, por isso temos que tomar consciência de nossa própria vocação à glória, como exprime a segunda leitura de Efésios. Assim somos chamados a contemplar a nossa vocação em Cristo ressuscitado: a esperança que o seu chamado encerra, a riqueza da glória da sua herança entre os santos e a extraordinária grandeza de seu poder para nós.

Com esta Solenidade celebramos o 42º. Dia mundial das comunicações sociais, que tem como tema: "Os meios: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Buscar a verdade para compartilhá-la". Assim, a Mãe Igreja nos convida a refletir sobre o autêntico papel dos meios de comunicação social na sociedade hodierna, tendo em consideração o crescente risco de que estes MCS se tornem referência de si mesmos, e não mais instrumentos a serviço da verdade, que deve ser buscada e compartilhada no Redentor. Em Cristo, elevado aos céus e presente na comunidade e na Eucaristia, já vivemos, na esperança, o que nos espera para sempre na glória. Aleluia!

padre Wagner Augusto Portugal

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Olhando para o céu

 

Com a festa da Ascensão, queremos celebrar:

- o final da missão terrena de Cristo;

- o início da missão salvadora da Igreja.

As leituras lembram o fato, embora narrados com pormenores diferentes e até contraditórios.

Na 1ª leitura, Lucas, após uma introdução aos Atos dos apóstolos, descreve a Despedida de Jesus em Jerusalém. Sublinha a Vinda do Espírito Santo e o Testemunho que os discípulos deverão dar "até os confins da terra". (At. 1,1-11)

Na 2ª leitura, Paulo vê na Ascensão a glorificação de Cristo e o anúncio do retorno de toda a humanidade para Deus. (Ef. 1,17-23)

O Evangelho narra a aparição pascal de Jesus na Galiléia. Refere a apresentação de Jesus: "Todo poder me foi dado... A missão: "ide e fazei discípulos meus todos os povos. A promessa: "Estarei convosco até o fim dos tempos..." (Mt. 28,16-20)

* A Igreja de Cristo é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e deixou nas mãos e no coração dos discípulos.

Essa missão tem duas características:

1) é universal: destinada a "todas as nações";

2) a iniciação cristã tem duas fases: o ensino e o batismo.

Começava-se pela catequese: as palavras e os gestos de Jesus.

Depois vinha o batismo, que selava a vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Jesus garante que está sempre com os discípulos "até ao fim dos tempos". Os detalhes da narrativa:

- não devem ser tomados ao pé da letra; são mais simbólicos;

- os 40 dias expressam o "tempo de aprendizagem" necessário para um discípulo aprender e repetir as lições do mestre;

- a elevação ao céu expressa a exaltação total de Jesus;

- a nuvem é um sinal que esconde e manifesta a presença de Deus;

- os dois homens vestidos de branco indicam que o testemunho vem de Deus;

- os discípulos olhando para o céu lembram a expectativa da comunidade que esperava a segunda vinda de Cristo.

Contradições: quando? (logo após a ressurreição ou 40 dias depois); onde? (em Jerusalém ou na Galiléia).

Ressurreição, Ascensão, Pentecostes: 3 momentos distintos ou momentos catequéticos de um único Mistério de fé: a Páscoa do Senhor:

- na Ressurreição: a liturgia destaca sua vitória sobre a morte;

- na Ascensão: sua exaltação como Senhor do céu e da terra, e a entrega de sua missão à comunidade eclesial, através dos apóstolos;

- no Pentecostes: a ação do Espírito Santo na Igreja, que começa a sua atividade missionária de novo Povo de Deus.

A Ascensão não é uma narrativa histórica, mas uma encenação literária da exaltação de Jesus com muitas semelhanças da subida de Elias ao céu no carro de fogo...

Sentido da festa.

1. A Ascensão de Cristo reforça a esperança de nossa Ascensão: a) um futuro inigualável nos aguarda; b) "Ele 'subiu' para dar-nos a esperança de que um dia iremos ao seu encontro, onde ele nos precedeu..." (Prefácio)

2. A Ascensão nos lembra que somos enviados de Cristo: a) para continuar e completar a sua obra. Não podemos ficar parados, olhando para o céu. Devemos ser discípulos e fazer discípulos para o Reino...

E Cristo nos garante: "Estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos mundo..."

3. Mas esse trabalho não dependerá apenas de nossas forças... Por isso os envia a Jerusalém "para aguardar o Espírito Santo, reunidos em oração, com Maria, mãe de Jesus".

Como Maria e os apóstolos reunidos no cenáculo, devemos rezar e invocar o Espírito Santo. Cristo já tinha afirmado: "Sem mim nada podeis fazer..."

Por isso, a igreja não começa com a Ação... mas com a oração, com Maria, Mãe de Jesus (e da Igreja)

Cristo parte, mas permanece na comunidade.

A Ascensão de Cristo ao céu não é o fim de sua presença entre os homens, mas o começo de uma nova forma de estar no mundo.

Sua presença acompanha com sinais a nossa Missão evangelizadora. Deus está presente e nos envia como seus apóstolos, para que Cristo seja conhecido e amado por todos os homens.

padre Antônio Geraldo Dalla Costa

 

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Assim como Jesus subiu aos céus, assim também Ele virá um dia em sua glória. A primeira vinda foi na pobreza e na humildade de Belém. Na vinda definitiva, Ele virá como o Senhor da glória. Enquanto Ele não vem, trabalhamos em favor do Reino como Ele mandou e ensinou. Quando Jesus vier, certamente nos encontrará ativos, fazendo o bem.

Ao subir ao céu, garantiu que ficaria conosco até o fim dos tempos e nos enviou um outro Consolador, o Espírito Santo.

Trabalhamos com a certeza da vitória porque a sua ascensão já é a nossa vitória, rezamos na oração de abertura desta liturgia. E é nossa vitória porque, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, introduziu no mundo de Deus a nossa natureza humana. N'Ele, nós já estamos lá. Nossa humanidade está no alto, junto do nosso Deus.

Nossos corações se voltam para o alto descortinando o horizonte que nos espera. Vendo pela fé o invisível, administramos com equilíbrio e coragem as coisas visíveis. Adquirimos o bom senso do Espírito, que nos permite discernir o que é melhor em cada decisão a ser tomada. Nossa vida tem sentido e se renova quando pensamos na ascensão do Senhor.

 

At. 1,1-11 – O Livro dos Atos dos Apóstolos diz que Jesus foi levado para o céu à vista dos seus apóstolos e discípulos. Uma nuvem o envolveu e não o viram mais. Aparecem então dois homens vestidos de branco, que perguntam por que os discípulos estão ali, parados, olhando para o céu. E acrescentam: "Jesus, que foi levado para o céu, virá um dia do mesmo modo como partiu".

Depois da sua ressurreição, Jesus ficou ainda quarenta dias com os discípulos, instruindo-os sobre o Reino de Deus. Antes de partir, fez com eles uma refeição e lhes deu suas últimas recomendações: "Fiquem em Jerusalém e esperem a vinda do Espírito Santo". Os discípulos não entendiam bem o que Jesus lhes dizia nem compreendiam tudo o que estava acontecendo. Jesus lhes falara do Reino, mas o reino que eles esperavam era o de Israel, por isso perguntaram a Jesus: "É agora que o Senhor vai restaurar o Reino para o povo de Israel?".

Sl. 46 (47) – O salmista vê o Senhor, que se eleva triunfante acompanhado por aclamações e toque de trombetas.

Ef 1,17-23 – A carta aos Efésios não descreve a ascensão de Jesus, mas, falando com linguagem humana, diz que Deus manifestou a sua força quando o ressuscitou e o fez se sentar à sua direita nos céus. Sentado à direita do Pai, Ele está acima de tudo e é agora a Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo, do qual somos os membros.

Mt. 28,16-20 – O evangelista Mateus não fala da ascensão de Jesus. Ele termina o seu Evangelho com as últimas recomendações de Jesus e uma rápida despedida. Jesus ressuscitado está na Galileia. Muitos discípulos ainda não o tinham visto e, como não inventaram a ressurreição, duvidavam se era Ele mesmo. Jesus lhes diz com firmeza e tranquilidade: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Vão pelo mundo afora e façam discípulos meus todos os povos, batizem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinem o que eu ensinei". E Jesus termina com esta belíssima e confortante afirmação: "Eis que eu estou com vocês todos os dias, até o fim do mundo".

cônego Celso Pedro da Silva

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Na montanha os discípulos recebem de Jesus o mandato para a missão

 

Maria Madalena e a outra Maria chegando ao túmulo de Jesus, ao raiar do primeiro dia da semana, encontraram um anjo que lhes anuncia que Jesus não está ali, pois ressuscitou. E o anjo completa dizendo-lhes que Jesus precedia os discípulos na Galiléia, para onde eles deveriam se dirigir. A seguir o próprio Jesus vem ao encontro delas e também lhes comunica que elas devem anunciar aos discípulos que se dirijam para a Galiléia (Mt. 28,1-10). O retorno dos discípulos à Galiléia, que é mencionado também nos evangelhos de Marcos e João, indica a continuidade da missão aí inaugurada por Jesus.

Na Galiléia, encontram Jesus na montanha. Na montanha Moisés recebera de Deus os mandamentos da Lei para o povo de Israel. Por sua vez, sobre a montanha Jesus proclamara às multidões os mandamentos das bem-aventuranças. Agora, na montanha os discípulos recebem de Jesus o mandato para a missão a todas as nações gentílicas.

O contexto indica que o ressuscitado é o próprio Jesus de Nazaré, que continua presente entre os discípulos, até o fim dos tempos. A missão vai gerar novos discípulos. A iniciação do discipulado se dá com o batismo. João Batista deixou a marca do seu anúncio do batismo para a conversão à prática da justiça que supera o pecado. Jesus assumiu, no Espírito Santo, o batismo de João como a expressão do amor de Deus e a integração na vida divina. Jesus, que iniciara seu magistério com o batismo de João, agora envia os discípulos a batizarem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em sua missão os discípulos serão iluminados pelo Espírito Santo, que é o espírito da verdade que Deus infunde nos corações (cf. segunda leitura).

A missão se dará em um mundo dominado pelos poderosos que se enriquecem cada vez mais, insensíveis exploradores dos pobres que produzem as riquezas. Os discípulos são enviados para testemunhar o que receberam de Jesus, tudo que ele havia ordenado. É a continuidade do ministério de Jesus de Nazaré. Ao longo dos sucessos ou das dificuldades, os discípulos terão a presença confortante de Jesus, até o fim dos tempos. De maneira diferenciada dos demais evangelistas, no evangelho de Lucas (Lc. 24,49-53) e em Atos dos Apóstolos (primeira leitura), a recomendação é de que os discípulos permaneçam em Jerusalém, e a subida aos céus acontece ou em Betânia (Lc 24,50) ou no monte das Oliveiras, nas vizinhanças de Jerusalém (At. 1,12). Com isto Lucas privilegia a comunidade de Jerusalém em seu papel centralizador nas origens da Igreja.

José Raimundo Oliva

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1ª leitura: At. 1,1-11

Por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? (At. 1,11)

Com base em interpretações errôneas de certas passagens do Evangelho (por exemplo, Mt. 10,23; 16,28), a comunidade cristã antiga esperava a segunda e definitiva vinda de Cristo, como juiz da história, em brevíssimo tempo. Assim, a pergunta: "Senhor é agora que vais restaurar o reino de Israel?" traduz o desejo e a esperança da comunidade cristã do fim do primeiro século. E a resposta de Jesus é dirigida especialmente a ela. É necessário que a comunidade deixe de se preocupar com aquilo que diz respeito somente aos desígnios de Deus e busque se ocupar mais da própria missão de testemunhar Jesus até os confins da terra (cf. At. 1,7-8). Sobretudo, o v.11: "Homens da Galileia, por que ficais aqui,parados, olhando para o céu?..." é um tremendo "puxão de orelha', pois quer dizer: parem de olhar para o céu, é aqui na terra que vocês têm de dar provas de fé verdadeira. Jesus certamente vai voltar, mas tal esperança não é motivo para as pessoas se ausentarem dos problemas deste mundo.

 

2ª leitura: Ef. 1,17-23 O dom precioso

O autor da Carta afirma aos cristãos de Éfeso que eles receberam uma vocação tão grandiosa que é necessário pedir a Deus o espírito de sabedoria para conhecê-la. Trata-se da participação na nova criação que começou com Jesus Cristo culminando com sua ressurreição. É uma realidade absolutamente nova vinda da parte de Deus mesmo. E como "o que está em Deus, ninguém conhece senão o Espírito de Deus" (1Cor. 2,11), é preciso ter desse Espírito para compreender a riqueza da Graça recebida.

 

Evangelho: Mt. 28,16-20 "Todo poder me foi dado..."

Esta passagem do evangelho se refere ao encontro da comunidade dos discípulos com Jesus Ressuscitado para escutar-lhe a revelação definitiva, que consiste em três declarações solenes. Na primeira, Jesus afirma ter recebido de Deus um poder ilimitado e universal: "Todo poder me foi dado..."; na segunda, dá uma ordem explícita a respeito da missão da Igreja no mundo: "Ide por todo mundo, pregai o evangelho..."; na terceira: assegura Sua presença constante entre os discípulos: "Estarei convosco até o fim dos tempos". Tais declarações dão sentido e sustentabilidade à missão da Igreja no mundo.

Por sua ressurreição, Jesus foi plenamente investido do poder divino, idêntico ao poder de Deus. Tal poder não é dominação sobre as pessoas, mas amor operante que as liberta e salva: Quero misericórdia, não sacrifício" (Mt. 9,13; 12,7). Jesus, durante sua vida terrena, havia dado prova de tal poder, acolhendo misericordiosamente os pecadores, perdoando-lhes os pecados, libertando pessoas de enfermidades e possessões diabólicas.

Portanto, a vida e o ministério de Jesus foram manifestação do poder de Deus que "salva seu povo" (Mt. 1,21) mediante o Amor misericordioso vivo e eficaz, capaz de encontrar o ser humano em qualquer situação em que esteja e de libertá-lo do pecado e de todas as forças malignas que o aprisionam.

Agora ressuscitado, Jesus encontra-se em plena posse desse poder-misericordioso com o qual quer atingir a todos, tornando-os participes da Nova Criação que ele realizou na manhã de Páscoa. A condição, porém, para tal participação é tornar-se seus discípulos, observando tudo o que ordenou (cf. Mt. 28,19-20). Ora, visto que conheceu e experimentou a força do Amor de Cristo, a comunidade cristã tornou-se guardiã e embaixadora d'Ele, com a missão de levá-lo a todos os povos para que o conheçam e se tornem Seus discípulos. "O Amor de Cristo, que nos uniu, nos impele" (2Cor. 5,14), dirá o apóstolo Paulo.

O mandato para que todos se tornem discípulos de Jesus observando tudo o que Ele ordenou (cf. Mt. 28,20) coloca a ressurreição em perfeita continuidade com Sua vida terrena, estabelecendo-a como palavra de perene atualidade para a Igreja e o mundo e confirmando-a como ponto de referência indispensável no caminho da salvação. Além disso, essa passagem constitui sério questionamento a certas espiritualidades desencarnadas que se limitam a proclamar a glória do Ressuscitado com celebrações e aclamações entusiásticas ao modo de expressões pentecostais, buscadas e valorizadas pelos efeitos emotivos que produzem. O Ressuscitado não nos tira da história, mas nos mergulha no presente, colocando-nos perante a exigência de segui-lo, fazendo tudo o que nos ordenou durante sua vida terrena.

Por fim, o Senhor assegura à Igreja Sua perpétua presença e assistência: "Estarei convosco até o fim dos tempos" A comunidade cristã não foi abandonada à mercê de seu destino, qual barca a singrar à deriva, em seu longo e arriscado percurso histórico. Nela, o Senhor Ressuscitado está presente, sustentando-a, encorajando-a, purificando-a e dando-lhe rumo e direção, mesmo nos momentos tempestuosos em que nossa frágil fé não é capaz de perceber Sua presença. Se Jesus de Nazaré indicou o caminho a ser percorrido, o Ressuscitado dá-nos a força para nele caminharmos.

padre Lucas de Paula Almeida, CM

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Ascensão de Jesus

A festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d'Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do "Reino".

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus.

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa "esperança" de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo "corpo" – e em comunhão com Cristo, a "cabeça" desse "corpo". Cristo reside no seu "corpo" que é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.

AMBIENTE

O livro dos "Atos dos Apóstolos" dirige-se a comunidades que vivem num certo contexto de crise. Estamos na década de 80, cerca de cinqüenta anos após a morte de Jesus. Passou já a fase da expectativa pela vinda iminente do Cristo glorioso para instaurar o "Reino" e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho… O quadro geral é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. Quando vai concretizar-se, de forma plena e inequívoca, o projecto salvador de Deus?

É neste ambiente que podemos inserir o texto que hoje nos é proposto como primeira leitura. Nele, o catequista Lucas avisa que o projecto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou (após a ida de Jesus para junto do Pai) para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do "Reino" é uma tarefa que não está terminada, mas que é preciso concretizar na história e exige o empenho contínuo de todos os crentes. Os cristãos são convidados a redescobrir o seu papel, no sentido de testemunhar o projeto de Deus, na fidelidade ao "caminho" que Jesus percorreu.

MENSAGEM

O nosso texto começa com um prólogo (vs. 1-2) que relaciona os "Atos" com o 3º Evangelho – quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua ação no mundo (tema central do 3º Evangelho). Neste prólogo são também apresentados os protagonistas do livro – o Espírito Santo e os apóstolos, ambos vinculados com Jesus.

Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vs. 3-8). O autor começa por fazer referência aos "quarenta dias" que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos "a respeito do Reino de Deus" (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentados no próprio dia de Páscoa – cf. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.

As palavras de despedida de Jesus (vs. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar "até aos confins do mundo". Temos aqui resumida a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.

O último tema é o da ascensão (vs. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.

Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (v. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o "repórter", mas sim o "teólogo" a falar): a ascensão é uma forma de expressar, simbolicamente, que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.

Temos, depois, a nuvem (v. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex. 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, simultaneamente, esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.

Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu (v. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projeto de libertação do homem e do mundo.

Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (v. 10b). O branco sugere o mundo de Deus – o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar na história a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.

O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o "caminho" de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projeto de salvação no meio do mundo.

ATUALIZAÇÃO

• A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos, antes de mais, que uma vida, vivida na fidelidade aos projetos do Pai, é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo "caminho" de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.

• A ascensão de Jesus recorda-nos, sobretudo, que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projeto libertador no meio dos homens nossos irmãos. É essa a atitude que tem marcado a caminhada histórica da Igreja? Ela tem sido fiel à missão que Jesus, ao deixar este mundo, lhe confiou?

• O nosso testemunho tem transformado e libertado a realidade que nos rodeia? Qual o real impacto desse testemunho na nossa família, no local onde desenvolvemos a nossa atividade profissional, na nossa comunidade cristã ou religiosa?

• É relativamente frequente ouvirmos dizer que os seguidores de Jesus gostam mais de olhar para o céu do que comprometerem-se na transformação da terra. Estamos, efetivamente, atentos aos problemas e às angústias dos homens, ou vivemos de olhos postos no céu, num espiritualismo alienado? Sentimo-nos questionados pelas inquietações, pelas misérias, pelos sofrimentos, pelos sonhos, pelas esperanças que enchem o coração dos que nos rodeiam? Sentimo-nos solidários com todos os homens, particularmente com aqueles que sofrem?

AMBIENTE

A Carta aos Efésios é, provavelmente, um dos exemplares de uma "carta circular" enviada a várias igrejas da Ásia Menor, numa altura em que Paulo está na prisão (em Roma?). O seu portador é um tal Tíquico. Estamos por volta dos anos 58/60.

Alguns vêem nesta Carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente.

Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na primeira parte da Carta e faz parte de uma ação de graças, na qual Paulo agradece a Deus pela fé dos Efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.

MENSAGEM

À ação de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus, para que os destinatários da Carta conheçam "a esperança a que foram chamados" (v. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa "esperança" (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita (v. 20), exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo – cf. Col. 1,6). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja – o "corpo" do qual Cristo é a "cabeça".

O mais significativo deste texto é, precisamente, este último desenvolvimento. A ideia de que a comunidade cristã é um "corpo" – o "corpo de Cristo" – formado por muitos membros, já havia aparecido nas "grandes cartas", acentuando-se, sobretudo, a relação dos vários membros do "corpo" entre si (cf. 1Cor. 6,12-20; 10,16-17; 12,12-27; Rom. 12,3-8); mas, nas "cartas do cativeiro", Paulo retoma a noção de "corpo de Cristo" para refletir sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo.

Neste texto, em concreto, há dois conceitos muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja: o de "cabeça" e o de "plenitude" (em grego, "pleroma").

Dizer que Cristo é a "cabeça" da Igreja significa, antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa, também, que Cristo é o centro à volta do qual o "corpo" se articula, a partir do qual e em direção ao qual o "corpo" cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse "corpo"; significa, ainda, que a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça: só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência.

Dizer que a Igreja é a "plenitude" ("pleroma") de Cristo significa dizer que nela reside a "plenitude", a "totalidade" de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse "corpo" onde reside que Cristo continua todos os dias a realizar o seu projeto de salvação em favor dos homens. Presente nesse "corpo", Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo "seja tudo em todos" (v. 23).

ATUALIZAÇÃO

• Na nossa peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente "a esperança a que fomos chamados". A ressurreição/ascensão/glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação. Formamos com Ele um "corpo" destinado à vida plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de avançar – apesar das dificuldades – nesse "caminho" do amor e da entrega total que Cristo percorreu.

• Dizer que fazemos parte do "corpo de Cristo" significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa, também, viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos, membros do mesmo "corpo", alimentados pela mesma vida. Estas duas coordenadas estão presentes na nossa existência?

• Dizer que a Igreja é o "pleroma" de Cristo significa que temos a obrigação de testemunhar Cristo, de torná-l'O presente no mundo, de levar à plenitude a projeto de libertação que Ele começou em favor dos homens. Essa tarefa só estará acabada quando, pelo testemunho e pela ação dos crentes, Cristo for "um em todos".

AMBIENTE

O texto situa-nos na Galileia, após a ressurreição de Jesus (embora não se diga se é muito ou pouco tempo após a descoberta do túmulo vazio – cf. Mt. 28,1-15). De acordo com Mateus, Jesus – pouco antes de ser preso – havia marcado encontro com os discípulos na Galileia (cf. Mt. 26,32); na manhã da Páscoa, os anjos que apareceram às mulheres no sepulcro (cf. Mt. 28,7) e o próprio Jesus, vivo e ressuscitado (cf. Mt. 28,10), renovam o convite para que os discípulos se dirijam à Galileia, a fim de lá encontrar o Senhor.

A Galileia – região setentrional da Palestina – era uma região próspera e bem povoada, de solo fértil e bem cultivado. A sua situação geográfica fazia desta região o ponto de encontro de muitos povos; por isso, um número importante de pagãos fazia parte da sua população. A coabitação de populações pagãs e judias fazia, certamente, com que os judeus da Galileia vivessem a religião de uma maneira diferente dos judeus de Jerusalém e da Judeia: a presença diária dos pagãos conduzia, provavelmente, os galileus a suavizar a sua prática da Lei e a interpretar mais amplamente as regras que se referiam, por exemplo, às impurezas rituais contraídas pelo contacto com os não judeus. No entanto, isto fazia com que os judeus de Jerusalém desprezassem os judeus da Galileia e considerassem que da Galileia "não podia sair nada de bom".

No entanto, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda a sua vida. Foi, também, na Galileia que Ele começou a anunciar o Evangelho do "Reino" e que começou a reunir à sua volta um grupo de discípulos (cf. Mt. 4,12-22). Para Mateus, esse fato sugere que o anúncio libertador de Jesus tem uma dimensão universal: destina-se a judeus e pagãos.

Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos num "monte que Jesus lhes indicara". Trata-se, no entanto, de uma montanha da Galileia que é impossível identificar geograficamente, mas que talvez Mateus ligue com a montanha da tentação (cf. Mt. 4,8) e com a montanha da transfiguração (cf. Mt. 17,1). De qualquer forma, o "monte" é sempre, no Antigo Testamento, o lugar onde Deus se revela aos homens.

MENSAGEM

O texto que descreve o encontro final entre Jesus e os discípulos divide-se em duas partes.

Na primeira (vs. 16-18), descreve-se o encontro. Jesus, vivo e ressuscitado, revela-Se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-n'O como "o Senhor" e adoram-n'O. Depois de descrever a adoração, Mateus acrescenta uma expressão que alguns traduzem como "alguns ainda duvidaram" e outros como "eles que tinham duvidado" (gramaticalmente, ambas as traduções são possíveis). No primeiro caso, a expressão significaria que a fé não é uma certeza científica e que não exclui a dúvida; no segundo caso, a expressão aludiria a essa dúvida constante dos discípulos – expressa em vários momentos, ao longo da caminhada para Jerusalém – e que aqui perde qualquer razão de ser.

Ao reconhecimento e à adoração dos discípulos, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus, que reflete a fé da comunidade de Mateus: Jesus é o "Kyrios", que possui todo o poder sobre o mundo e sobre a história; Jesus "o mestre", cujo ensinamento será sempre uma referência para os discípulos; Jesus é o "Deus-conosco", que acompanhará, a par e passo, a caminhada dos discípulos pela história.

Na segunda (vs. 19-20), Mateus descreve o envio dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos e no coração dos discípulos. A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos destina-se a "todas as nações".

A segunda nota dá conta das duas fases da iniciação cristã, conhecidas da comunidade de Mateus: o ensino e o batismo. Começava-se pela catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de Jesus (o discípulo começava sempre pelo catecumenato, que lhe dava as bases da proposta de Jesus). Quando os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o batismo – que selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (era a adesão à proposta anteriormente feita).

Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, "até ao fim dos tempos". Esta afirmação expressa a convicção – que todos os crentes da comunidade mateana possuíam – de que Jesus ressuscitado estará sempre com a sua Igreja, acompanhando a comunidade dos discípulos na sua marcha pela história, ajudando-a a superar as crises e as dificuldades da caminhada.

ATUALIZAÇÃO

• Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do "Reino"; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o "Reino" e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do "Reino" na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu também pertenço – é, hoje, a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o "Reino" na minha vida de todos os dias – em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?

• A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou econômicas – a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos – mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?

• Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?

• No dia em que fui batizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?

• É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do "Reino" (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: "Eu estarei convosco até ao fim dos tempos". Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho - www.ecclesia.pt

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Ascensão

O dia da Ascensão significa o remate da missão de Jesus neste mundo, a sua despedida dos discípulos, a entrada na glória junto do Pai.

Pela vinda de Jesus à Terra, fomos salvos dos nossos pecados, fomos tornados filhos de Deus, recebemos o dom da vida eterna, aprendemos que Deus é bom. Aprendemos ainda que Deus quer que o mundo encontre o caminho da paz e da justiça, mas quer que isso seja feito através de nós.

Nunca será demais insistir em que Jesus tem um ensino profundamente revolucionário a respeito de quem é Deus e de como deve ser a nossa relação com Ele. Os antigos viam Deus como o soberano supremo, cioso das suas leis e da ordem, exigindo um culto esplendoroso, pronto a castigar todas as infrações, fiscalizando com minúcia todos os nossos atos e desejos, deleitando-se com a obediência servil, apostado em reduzir os homens à condição de meninos bem comportados, distribuindo benesses a quem lhe fizesse a corte. Jesus diz que Deus é o Pai que nos ama como os pais amam os filhos: ensina-nos a caminhar na verdade, na liberdade e na generosidade; perdoa e mantém a confiança se um de nós se afasta e depois regressa; faz-nos compreender que, sendo todos seus filhos, somos irmãos uns dos outros; diz-nos que "amar a Deus sobre todas as coisas" não pode ser separado de "amar o próximo como a si mesmo". O desejo do Pai não é que os homens sejam meninos bem comportados, é que cada um dos homens seja fiel na liberdade.

Para cumprir este projeto, o Pai enviou à Terra o seu Filho. Jesus ensinou-nos pela palavra e, sobretudo, pelo exemplo. Foi fiel até ao fim, não recuou ante a perspectiva da cruz. Na Última Ceia, Jesus teve a palavra que à primeira vista nos espanta, mas logo entendemos: "Para vós é bom que Eu parta" (Jo 16,7). Se o Senhor não regressasse ao Céu, ficaríamos sempre na dependência das suas instruções e conselhos. Partir era entregar-nos a nós mesmos. Creio que nós, os homens do aparelho da Igreja, devemos meditar muito nesta palavra. Sem dúvida, os cristãos precisam de que nós lhes transmitamos fielmente o Evangelho. Podem precisar das nossas exortações, bom seria que vissem em nós exemplo de fidelidade ao Senhor. Mas é importante que nunca tratemos os homens como crianças, nunca queiramos cercear-lhes a liberdade a pretexto de que podem enganar-se. Eles e nós temos de ser adultos.

A primeira leitura desta missa é tirada dos Atos dos Apóstolos (At. 1,1-11). O Autor – certamente são Lucas – faz começar a vida da primeira comunidade cristã com a despedida do Senhor. Alguns discípulos, que continuavam a sonhar com o reino de Deus neste mundo, perguntam-Lhe quando é que esse reino vai começar. Jesus nem se mostra triste com a incompreensão que revelam. Limita-se a dizer-lhes que espera que eles sejam suas testemunhas dali até aos confins da terra. E estando todos a olhar para o Céu, aparecem dois anjos a recordar-lhes que têm de olhar para a terra.

A segunda leitura (Ef. 1,17-23) completa esta perspectiva recordando que a esperança a que estamos chamados não se confina a este mundo. Somos integrados na caminhada de Cristo, que, tendo passado pela cruz, foi ressuscitado pelo Pai e por Ele sentado à sua direita no Céu.

O Evangelho (Mt. 28,16-20) é ainda a despedida do Senhor: "Ide, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a cumprir tudo o que vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos". O Evangelho tem de ser anunciado, lembrava um texto do Domingo passado, "com brandura e respeito". Mas, com brandura e respeito, tem de ser anunciado a todos os homens e a todas as culturas.

padre João Resina - A Palavra no Tempo II

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A Ascensão é uma nova epifania.

 

As leituras bíblicas e outros textos litúrgicos apresentam-na como uma manifestação gloriosa de Jesus. Na primeira leitura aparecem a nuvem das manifestações divinas e homens (anjos) vestidos de branco, há bem quatro referências ao céu em apenas dois versículos, é também anunciado o regresso futuro… (v. 9-11).

São Paulo apresenta o epílogo de uma empresa difícil e paradoxal, mas conseguida: Jesus sentado à direita do Pai nos céus, acima de todo o principado e poder, constituído cabeça da Igreja e de todas as coisas (v. 20-22). Os acontecimentos finais da vida de Jesus dão sentido e iluminam o atribulado percurso anterior. «Por isso João fala de exaltação, logo de ascensão de Jesus no próprio dia da morte na cruz: morte-ressurreição-ascensão constituem o único mistério pascal cristão que vê a recuperação em Deus da história humana e do ser cósmico. Também os quarenta dias, de que se faz menção em Atos 1,2-3), evocam um tempo perfeito e definitivo e portanto não devem ser vistos como uma informação cronológica» (G. Ravasi).

A plenitude do acontecimento-mistério pascal de Jesus está na base da alegre esperança da Igreja e da «serena confiança» dos fiéis de se encontrar um dia «na mesma glória» de Cristo (Prefácio). Daqui colhem inspiração e energia quer o empenho apostólico quer o otimismo que anima os missionários do Evangelho, na certeza de serem portadores de uma mensagem e de uma esperança de vida bem sucedida, graças à ressurreição. Não se trata de uma experiência desastrosa, mas alcançada: já plenamente alcançada em Cristo, e, ainda que de forma parcial, já alcançada na vida do cristão e do evangelizador, embora ainda à espera de novos desenvolvimentos.

Motivados interiormente por tal experiência de vida nova em Cristo, os Apóstolos – e os missionários de todos os tempos – tornam-se dela «testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria e até aos confins da terra» (At. 1,8), num percurso que se abre progressivamente do centro (Jerusalém) para uma periferia tão vasta como o mundo inteiro. O campo de trabalho missionário da Igreja são todos os povos (Evangelho), aos quais Jesus envia os seus discípulos antes de subir ao céu (v. 9). Envia-os em virtude de uma plenitude de poder (v. 18), que Lhe cabe enquanto Filho de Deus e enquanto Kyrios (Senhor) glorificado: «Ide pois e fazei discípulos todos os povos, batizando-os… ensinando…» (v. 19-20). Uma missão que é possível realizar com determinação com o poder do Espírito, que invocamos, juntamente com Maria e os Apóstolos, na expectativa de um Pentecostes sempre novo.

Aquele pois (oun-ergo: em grego e latim, respectivamente) tem o preço de uma consequência irrenunciável: indica, efetivamente, a raiz e a continuidade da missão universal, que nasce da Santíssima Trindade e se prolonga no tempo e no espaço através da Igreja, enviada a todos os povos, animada pela presença permanente do seu Senhor: «Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos» (v. 20). Para Mateus, Jesus não se afasta dos seus, apenas muda o modo de estar presente. Permanece com eles: Ele é sempre o Emanuel, o Deus conosco, anunciado desde o início do Evangelho (cf. Mt. 1,23).

Os verbos da missão mantêm a sua perene atualidade. "Ir" indica o dinamismo e a coragem para mergulhar nas situações sempre novas do mundo; "fazer discípulos de todos os povos" significa torná-los seguidores não tanto de uma doutrina, mas de uma Pessoa; "batizar" alude ao sacramente que introduz na Igreja e transforma as pessoas na vida trinitária; "ensinar a observar" lembra a reposta dos discípulos à voz do Mestre e Pastor. Ele realizou a obra da salvação a favor de todos os povos; agora chama e envia outros discípulos a continuar a mesma missão. (*)

Pelos caminhos do mundo, o cristão vive muitas vezes em tensão entre o olhar para o céu e o transformar a terra. Se apenas olhar para o alto, vêm os anjos (Atos 1,11) indicar-lhes as suas tarefas na terra. Se apenas olhar para a terra, S. Paulo recorda a que esperança fomos chamados (Ef 1,18). A síntese é a missão em nome de Deus no meio dos povos. Tal é o dom e o mistério de toda a vocação ao serviço do Evangelho no mundo.

 

(*) «É necessário continuar com renovado entusiasmo a obra de evangelização, o anúncio alegre do Reino de Deus, vindo em Cristo no poder do Espírito Santo, para conduzir os homens à verdadeira liberdade dos filhos de Deus contra toda a forma de escravidão. É necessário lançar as redes do Evangelho ao mar da história para levar todos os homens para a terra de Deus. A missão de anunciar a Palavra de Deus é tarefa de todos os discípulos de Cristo, como consequência do seu batismo… Tudo na Igreja está ao serviço da evangelização: cada sector da sua atividade e também cada pessoa, nas diversas funções que é chamada a desempenhar. Todos devem estar envolvidos na missio ad gentes: bispos, presbíteros, religiosos e religiosas, leigos… É preciso, portanto, prestar particular atenção para que todos os setores da pastoral, da catequese, da caridade sejam marcados pela dimensão missionária: a Igreja é missão» (Bento XVI - Discurso à assembléia das Obras Missionárias Pontifícias, Roma, 14.5.2011)

Estamos ainda nos dias pascais, nas alegrias da Ressurreição do Senhor. A solenidade que hoje celebramos – a Ascensão – e aquela do domingo próximo – Pentecostes - são ainda dimensões, aspectos do mistério da Páscoa: ressurreição, subida ao céu e dom do Espírito são três aspectos do mesmo mistério. Celebramo-lo num arco de cinqüenta dias porque, enquanto o Senhor Jesus deixou este nosso tempo, feito de ontens, de hojes e de amanhãs, nós continuamos presos às horas, dias, meses e anos deste mundo...

Eis: Jesus ressuscita no Pai; não ressuscita para depois ir ao seu Deus e Pai! Ressuscitar é, precisamente, sair da morte, entrando na vida plena, que é o Pai. (Nunca esqueçamos: o Pai é nossa Vida, o Pai é nosso céu! Também o foi e o é para Jesus)! Isso aparece claro em alguns textos dos próprios evangelhos. Em Lc. 24,44, Jesus ressuscitado, conversando, com seus apóstolos e sendo tocado por eles, diz claramente que com eles não está mais: "São estas as palavras que eu vos falei quando estava convosco..." No próprio Evangelho deste hoje, o Senhor, aparecendo aos seus sobre o monte, dá a entender que já está no céu: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra!" Vede: ele já recebeu tal autoridade, também no Céu! Ele, durante quarenta dias apareceu aos seus, mas já não estava entre os seus! Seu novo modo de permanecer conosco é na potência do seu Espírito, também fruto da sua ressurreição e da entrada no Pai...

Se é assim, qual o sentido desta Solene Ascensão do Senhor? Eis o seu significado, tão importante para nós e para a nossa salvação: na Ressurreição, Jesus foi glorificado na sua pessoa, isto é, em si mesmo. Na Ascensão, aparece o que sua Ressurreição significa para nós, o que o Cristo se torna em relação a nós. Em primeiro lugar, a Ascensão marca o fim daquele período de encontros que o Ressuscitado teve com seus discípulos para fortalecer-lhes a fé e explicar-lhes a missão. É, portanto, uma despedida! Como já foi dito, a partir desse momento o Senhor estará com os seus e poderá ser por eles percebido de uma forma nova: na potência do seu Espírito Santo, presente na força da Palavra anunciada e nos sacramentos da Igreja. É assim que a Ascensão abre caminho para o Pentecostes, quando o Espírito, de um modo visível e barulhento, marca a inauguração da missão da Igreja, que é testemunhar e anunciar o Senhor, tornando-o presente nos gestos sacramentais.

Segundo: a Ascensão nos revela aquilo que aconteceu no céu com Jesus e que, na terra, somente pela fé podemos saber e crer, isto é, sua glorificação como Senhor do Céu e da terra, Senhor da história humana e da Igreja. Ele ressuscitou e subiu ao Céu para tudo recapitular e de tudo ser a Cabeça, fonte de vida e salvação! São Paulo nos disse na segunda leitura que "o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos e fê-lo sentar-se à sua direita nos céus. Ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, Cabeça da Igreja, que é o seu corpo..." É assim que hoje, cheios de alegria, proclamamos Jesus ressuscitado como Cabeça de toda a criação, Cabeça da humanidade toda, Cabeça e sentido da história humana. E tudo isso ele o é enquanto Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo! Isso significa que toda a criação caminha para ele e nele será um dia glorificada; que toda história somente nele encontra a direção e o sentido profundo; e que a Igreja participa, de modo indissolúvel, da sua obra universal de salvação! Se toda salvação neste mundo somente pode vir através de Cristo, vem desse Cristo que é, inseparavelmente, Cabeça da Igreja. Assim, podemos e devemos dizer que sem o ministério da Igreja não há salvação possível! Isso mesmo: fora da Igreja não há salvação, porque ela é o Corpo do Cristo, sua Cabeça e único Salvador. Em outras palavras: todo ser humano de boa vontade e consciência reta pode salvar-se, mas pode-o somente porque Cristo, Cabeça da Igreja, morreu e ressuscitou e está à Direita do Pai em favor de toda a humanidade e age através da Igreja em benefício de todo ser humano, até de quem não crê nele!

Em terceiro lugar, glorificado, o Senhor é nosso Juiz! Para ele caminham a história humana e as nossas histórias. Somente ele pode ver nosso caminho neste mundo com seu sentido profundo, somente ele nos julgará, porque, à Direita do Pai, somente ele abarca toda a história com o seu Espírito e desvela seu sentido pleno; somente nele nossos pobres dias podem encontrar o Dia sem fim, o Dia pleno da glória eterna!

Quarto: desaparecendo de nossa vista humana, ele nos dá o seu Espírito, inaugurando um novo modo de estar presente entre nós, mais profundo e eficaz: agora ele nos é interior, age em nós pela energia do seu Espírito Santo: "Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo!" – Essa promessa não é palavra vazia; é, sim, uma impressionante realidade! E é nesse Espírito que ele consola a Igreja e a guia na missão  pelas estradas do mundo. Em quinto lugar, sua presença na glória, à Direita do Pai, o constitui para sempre como nosso Intercessor, como diz o Autor da Epístola aos Hebreus: "Cristo entrou no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor!" (9,24). Eis como é grande a nossa certeza, como é profunda a nossa esperança, como é certo o nosso caminho: temos um Irmão nosso, um de nossa raça à Direita do Pai, intercedendo por nós!

A hodierna solenidade é também nossa festa e motivo de alegria para nós! Aquele que hoje sentou-se à Direita do Pai é o Filho eterno feito homem, é um de nós! Que coisa impressionante: hoje, a nossa humanidade foi colocada acima dos Anjos! Aquele que, como Deus, foi colocado no presépio e no sepulcro, hoje, como homem, foi colocado acima dos anjos, à direita do próprio Pai! Ora, alegremo-nos: onde já está o Cristo, nossa Cabeça, estaremos um dia todos nós, membros do seu Corpo! Era isso que rezava a oração inicial da Missa de hoje: "Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é a nossa vitória: membros do seu corpo, somos chamados a participar da sua glória!" E a oração que faremos após a comunhão dirá claramente que junto do Pai já se encontra a nossa humanidade, no Cristo glorificado.

Elevemos o olhar para o céu: à Direita do Pai, Deus como o Pai, encontra-se o homem Jesus, nosso irmão, um de nossa raça... Ele é o objetivo para o qual se dirigem a nossa existência e a historia humana, ele é o nosso Juiz, ele é o nosso Intercessor! Que nossa vida, neste mundo que passa, seja cheia do gosto da eternidade, porque nele, nossa esperança é certíssima! Não temamos: aquele que está no céu faz-se ouvir nas Escrituras e se nos dá em comunhão na eucaristia para que o experimentemos, o anunciemos e o testemunhemos, até sermos plenamente unidos a ele quando aparecer em sua glória e entregar o Reino a Deus seu Pai. "Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje; ele o será por toda a eternidade" (Hb. 13,8).

dom Henrique Soares da Costa

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Ascensão do Senhor – Ano A

 

A Igreja celebra a festa da Ascensão do Senhor… Os últimos momentos de Jesus junto aos apóstolos e a volta de Cristo ao Pai… É a sua entrada oficial na glória que lhe correspondia como ressuscitado, depois das humilhações do Calvário; é a volta ao Pai anunciada por Si no dia de Páscoa; " Vou subir para Meu e vosso Pai, Meu e vosso Deus"  (Jo 20,17). E aos discípulos de Emaús: "Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?" (Lc 24,26).

A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida do Senhor aqui na terra. É um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema.

Comentando sobre a Ascensão, ensina São Leão Magno: "Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos, mística mais realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido."

A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada.

O Senhor está já no Céu com o seu Corpo glorificado, com os sinais do seu Sacrifício redentor, com as marcas da Paixão que Tomé pôde contemplar e que clamam pela salvação de todos nós.

Dizia São Josemaria Escrivá: "Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do Céu (Fil 3,20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,12-14)."

A esperança do céu encherá de alegria o nosso peregrinar diário. Imitaremos os apóstolos que, segundo São Leão Magno, "tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em alegria. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos."

Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a dos seus discípulos, a nossa: "Vós sereis testemunhas de tudo isso" (Lc 24,48), diz Jesus. Portanto, a festa de hoje, recorda-nos que o zelo pelas almas é um mandamento amoroso do Senhor. Ao subir para a sua glória, Ele nos envia pelo mundo inteiro como suas testemunhas. Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.

Jesus parte, mas permanece muito perto de cada um. Nós O encontramos na Eucaristia, no Sacrário de nossas Igrejas .

Visitemos mais Jesus no Sacrário, à nossa espera!  Não deixemos de procurá-lo com freqüência, ainda que na maioria das vezes só possamos fazê-lo com o coração, para dizer-lhe que nos ajude na tarefa apostólica, que conte conosco para estender a sua doutrina por todos os ambientes.

Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: "Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto" (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.

A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!

 Mons. José Maria Pereira

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Ascensão do Senhor

05 de junho

'Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai"

1ª leitura Atos dos Apóstolos 1, 1-11

Sl 46 (47)

2ª leitura carta de são Paulo aos Efésios 1, 17-23

Evangelho Mt 28, 16-20.

Após passar os quarenta dias com eles, Jesus se despede e faz a eles uma promessa de que enviará o Espírito Santo que fará deles testemunhas fiéis que deverão levar o evangelho a todos os povos. Pede a eles para não se afastar de Jerusalém, mas esperar a realização da promessa do pai, da qual o ouviram falar; "João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias".

O anjo que diz a eles que não devem ficar parados olhando para o céu, mas devem ir testemunhar tudo que receberam e aprenderam de Jesus.

Somos discípulos também e não podemos ficar parados olhando para o céu esperando acontecer um milagre. O milagre já aconteceu.  Há muito por fazer ainda, precisamos aceitar a missão que Jesus nos confiou.

Na segunda leitura Paulo nos fala da Igreja cuja cabeça é o cristo e nós somos seus membros e por tanto como membros desse corpo recebemos de Jesus toda a graça necessária para levar nossa missão adiante. Jesus enviou o Espírito Santo sobre os apóstolos para que eles pudessem dar continuidade a sua missão. Jesus garante sua presença na Igreja, promete que ficará sempre conosco e que o espírito santo nos guiará e nos ensinará tudo o que devemos fazer. O Espírito prometido por Jesus e derramado em nós através do batismo nos dá força na caminhada nos orienta para cumprir a vontade de Jesus para que todos os povos o conheçam e o amem.

O Espírito por tanto é o protagonista da missão. "É o Espírito que nos impele a ir sempre mais além, não só em sentido geográfico, mas também ultrapassa as barreiras étnicas e religiosas, até se chegar a uma missão verdadeiramente universal". A Missão do Redentor (RM 25).

Cristo já foi elevado ao mais alto dos céus; contudo continua sofrendo na terra por meio das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Deu testemunho desta verdade quando disse: Eu estava com fome e me destes de comer (Mt 25, 35).Cristo está no céu, mas também está conosco; e nós, permanecendo na terra, estamos também com ele. Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres (Cl3, 1-2). "E assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subamos com ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido (dos escritos de Santo Agostinho)". Jesus lhe promete que estará sempre com seus discípulos até o fim dos tempos.

 Cristo sobe ao céu, suba também com ele o nosso coração.

Fiéis e felizes em Cristo

Rita Leite

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Ascensão

 

Jesus chama os discípulos até a montanha. Obedientes eles irão. Lá no alto, Jesus lhes dá uma missão: – Vocês deverão anunciar o evangelho a todas as criaturas. Vocês são meus discípulos, e todo discípulo é missionário.

Então, para cumprir essa missão (ser testemunha da morte e ressurreição de Jesus), o cristão deverá ter a consciência de pertencer a Cristo, ou seja, saber compartilhar a experiência do encontro com Cristo, nos ambientes em que vive, pois os desafios que apresenta a sociedade requerem cristãos esclarecidos, cristãos formados, que saibam argumentar os questionamentos e desafios que a sociedade oferece.

Para tal proposta de vida, o cristão deverá fortalecer a identidade cristã, que hoje, deverá passar por uma catequese adequada, promotora da adesão pessoal e comunitária a Cristo, devendo ter maior intensidade naqueles mais fracos na fé. A Catequese com adultos tem sido hoje, a forma fundamental da educação na fé. Experiência que temos vivido em nossa comunidade paroquial, mas esta catequese precisa ser permanente.

Os Apóstolos, nesta adesão a Cristo, foram assim, a semente do novo Israel e ao mesmo tempo a origem da sagrada Hierarquia. Antes de subir ao Céu Jesus fundou a sua Igreja como sacramento de salvação e enviou os seus Apóstolos a todo o mundo tal qual Ele também tinha sido enviado pelo Pai, dando-lhes este mandato: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi". (Mt. 28, 19-20).

Por isso devemos, a cada celebração, ir cheios de alegria ao encontro da santíssima Eucaristia, e, desta experiência, poder anunciar aos outros a verdade das palavras com que Jesus se despediu dos seus discípulos: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". (Mt 28,20). Inclusive, há uma estampa de Jesus, à entrada da sala, de nosso apartamento, com esses mesmos dizeres do final do Evangelho de Mateus: "Eis que estou convosco todos os dias". Foi um presente do Mês Mariano, carinhosamente oferecido pelo Pe. João de Deus Góis (Paróquia Nossa Senhora do Rosário-Del Castilho,RJ), sobre a qual já fiz algumas contemplações.

O Concílio Vaticano II, já nos fala a quase cinqüenta anos, que precisamos de um novo Pentecostes! Onde necessitamos sair de nosso comodismo e ir ao encontro, das famílias, comunidades, todas as gentes para comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchido nossas vidas de "sentido", de "verdade", "amor", "alegria" e "esperança". Devemos ser testemunhas e missionários nas grandes cidades, nos mais diversos "areópagos". "Nós somos missionários, por Cristo convidado, vamos, pois, congregados, Seu Reino construir!".

Enfim, fixemos o olhar em Maria e reconheçamos nela a imagem perfeita da discípula missionária, para que através de seu exemplo possamos ser cristãos mais despojados a anunciar Jesus Cristo, que é Caminho, Verdade e Vida.

 

A ressurreição de Jesus marcou, em verdade, o início do Reino de Deus, mas não o término da história. A construção do mundo novo somente começou e exigirá muito empenho por parte dos discípulos. Paulo pede a Deus a sabedoria para os seus cristãos. Não se trata de uma sabedoria humana, mas da inteligência para compreender o mistério da Igreja. Pede a Deus para iluminar os olhos de seus corações, a fim de entenderem quão grande é a esperança para a qual fomos chamados. A primeira leitura convida os cristãos a não descuidar dos deveres concretos deste mundo. A segunda leitura completa este pensamento e exorta os cristãos e não esquecer que a vida deles não está limitada aos horizontes deste mundo. Embora comprometidos nas atividades desta vida, eles se sentem sempre como estrangeiros à espera que Cristo venha buscá-los para ficarem com ele para sempre. O sentido da cena narrada no Evangelho de hoje: a missão dos apóstolos enviados para o mundo inteiro é um acontecimento de extrema importância. A observação de que "alguns dos Apóstolos ainda tinham dúvidas" (v.17) nos surpreende bastante. Como era possível ainda ter dúvidas, sendo que já tinham encontrado o Ressuscitado em Jerusalém no dia da Páscoa?

Do ponto de vista da catequese este pormenor é muito importante. Segundo Mateus, a comunidade cristã não é um grupo de pessoas perfeitas, mas um conjunto de bem e de mal, de trigo e de cizânia (Mt 13,29), de peixes bons e ruins (Mt. 13,47), de convidados trajados conforme as normas ou não (Mt. 22,10). No meio dos primeiros discípulos verificamos exatamente esta situação. Têm fé, mas também têm suas dúvidas. Mas é possível acreditar em Cristo e ter dúvidas? É claro que sim. As dúvidas dos Apóstolos são para nós um motivo de conforto. Nós acreditamos em Cristo, sim, mas constatamos também, dentro de nós, a presença de incertezas, de fraquezas e também de pecados.

Esta realidade não nos deve conduzir ao desânimo: esta é a nossa condição humana, e Jesus veio para transformá-la, para trazer-lhe a redenção. A segunda parte do Evangelho deste domingo (vv. 18-20) é constituída pelo envio dos Apóstolos para evangelizar o mundo inteiro. Jesus se reporta antes de tudo à sua autoridade. Ele foi enviado pelo Pai, para trazer aos homens a mensagem da salvação. Ele confia esta mensagem à comunidade dos seus discípulos. Eles a devem participar aos homens do mundo inteiro, e para que possam cumprir esta missão confere a eles os mesmos poderes. A Igreja é chamada para tornar presente Cristo no mundo. Os seus discípulos se tornarão membros da comunidade pelo Batismo. Mediante este sacramento se tornarão filhos de Deus e entrarão na comunidade da vida da Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Evangelho de Mateus se encerra com uma frase muito linda de Jesus: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (v.20). Esta é a razão pela qual hoje estamos em festa: Jesus não se afastou, não foi para outro lugar, ficou conosco de uma forma diferente. Antes da Páscoa ele estava limitado: podia estar somente num lugar e não em outro, podia falar com algumas pessoas, mas ficava distante das demais. Agora para ele todas estas limitações relacionadas com a vida deste mundo, cessaram; ele está na glória do Pai, por isso está perto de cada um de nós, sempre, em qualquer lugar, em qualquer situação.

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Foi levado ao Céu

Celebramos os mistérios de Cristo em tempos e modalidades diferentes. Narramos como uma história. Mas o mistério é um só. Por exemplo, o Natal. É o mesmo mistério pascal de Cristo, visto a partir da Encarnação. Alguns povos se saudavam no Natal dizendo: "Felizes Páscoas de Natal". Há uma unidade. A Ascensão de Jesus completa o ciclo da vida terrestre de Jesus. Ela celebra o Senhor crucificado, morto, sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, glorificado e exaltado à direita do Pai com toda glória e poder. Temos a sensação de que encerrou uma etapa ou fechou-se uma porta. O próprio Evangelho diz: "Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo" (At. 1,9). Não é o fim de uma etapa. "Jesus sobe ao Pai para realizar seu culto sacerdotal eterno de louvor, ação de graças e intercessão, pedindo ao Pai o Espírito para todos" (Frederici). O prefácio reza: "Ele subiu aos céus a fim de nos tornar participantes de sua divindade". Nós celebramos essa participação, de modo particular, na Eucaristia. Nela nos unimos a seu mistério de louvor ao Pai que, a pedido do Filho, nos dá o Espírito para a divinização. Quando se diz que uma nuvem o encobriu a seus olhos, significa uma mudança de relacionamento com Ele. Indica também, como na Transfiguração, que Jesus assume a expressão de sua divindade, oculta pela humanidade e seu abaixamento na Encarnação (Fl. 2,6-11). Depois da Ressurreição, os discípulos puderam vê-lo: "Foi a eles que Jesus se mostrou vivo, depois de sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias apareceu-lhes falando do Reino de Deus" (At. 1,3). E foi elevado. Os discípulos têm a certeza que tira a sombra que a nuvem faz: "Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt. 28,20).

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Ascensão é nossa vitória

A Ascensão é um aspecto do mistério que mais toca nossa humanidade. Não se trata somente do reconhecimento que Ele foi um homem como nós, mas que toda nossa humanidade estava unida a Ele. S. Agostinho escreve, explicando a união que temos em Cristo: "E assim como Ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido... Nele, pela graça, também nós subimos". O prefácio reza: "Ele subiu, não para se afastar da nossa humildade, mas para nos dar a esperança de que um dia, como membros de seu corpo, iremos a seu encontro, onde Ele nos precedeu, nossa cabeça e princípio". Deste modo somos vitoriosos com Ele. Nossa humanidade está glorificada. Tudo o que é do Filho é nosso. Por isso diz Paulo: "Que Ele abra o vosso coração a sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos" (Ef. 1,18). Mas está conosco: Estarei convosco todos os dias.

Sereis minhas testemunhas

Não podemos parar na contemplação do alto, mas transformá-la em anúncio. No momento de sua partida, Jesus diz: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar a tudo o que vos ordenei!" (Mt. 28,19-20). Cria-se um novo povo unido à vida da Trindade santa. É um momento em que Cristo continua entre nós, ou melhor, em nós, continua sua missão. Como os discípulos foram testemunhas da ressurreição, nós seremos testemunhas da Ressurreição. Abrimos o Reino de Cristo a todos os povos. As pessoas serão conduzidas à adoração com Cristo ao Pai. Cada Eucaristia nos une a seu mistério de Ascensão.

 

1. Celebramos os mistérios de Cristo como que em uma série de fatos. Mas é um só. A Ascensão completa o ciclo da vida terrestre de Jesus. Celebra o Senhor crucificado, morto, sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, glorificado e exaltado à direita do Pai. Quando se diz que uma nuvem o cobriu está a significar, não um fim, mas uma mudança. Manifesta-se sua divindade. Dela nos tornamos participantes. Os discípulos o viram. Têm uma certeza: "Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo'.

2. A Ascensão é um aspecto do mistério que mais toca nossa humanidade, pois está unida a Ele. Subiu ao Céu, não para se afastar, mas para subirmos com Ele. Nossa humanidade, nele, está glorificada.

3.   A contemplação do alto transforma-se em anúncio. Jesus diz: "Ide por tudo mundo e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ensinei" (Mt. 28,19-20). Cristo, em nós, continua sua missão. Nós também seremos testemunhas da Ressurreição.

Tchau e até breve!

Subindo... subindo... Assim Ele se foi. E os discípulos acompanhavam com olhar até que a nuvem o cobriu. Ausência...? Saudades...? Que nada! Agora é que pega fogo. Os Anjos chegam e colocam ordem: "Por que estais aí a olhar para o alto? Ele vai voltar do mesmo modo que vocês viram subir". Agora começa nosso tempo. O tempo de estar sempre esperando que volte. Não no fim dos tempos. Nossa vida terá sentido se estiver sempre voltada para ir a seu encontro sempre. E, enquanto vamos, contamos para todos o que nos ensinou.

Ele dá sentido. O sentido que dá, nos dá gosto de viver buscando-o como fundamento. Membros de seu Corpo, somos chamados, na esperança, a participar de sua glória. "Que ele abra o vosso coração a sua luz". Ele subiu, mas está sempre presente.

padre Luiz Carlos de Oliveira

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O mandato missionário

Dia desses alguém me perguntava, por que razão o evangelista Mateus não fala da Ascensão de Jesus, parece que a parte mais importante ele omite, justo o final feliz de toda história: Jesus vai subindo e sumindo entre as nuvens, glorioso e vencedor! Alguns mais radicais até acham que esse evangelho  nem deveria entrar na liturgia desse domingo da Ascensão. Então aqui entram os admiradores de são Lucas, esse "caprichou" na narrativa, narrou em Atos, que é a primeira leitura desse domingo, e repetiu em seu segundo evangelho. Só faltou uma câmara digital para filmar Jesus subindo... Que coisa linda!

Claro que esta cena cinematográfica não está no centro das atenções de nenhum dos nossos evangelistas, mas em todos eles, direta ou indiretamente há algo bem mais importante que eles transmitiram as suas comunidades e também as nossas: a História de Jesus, e principalmente a sua missão, terá continuidade!

Não podemos limitar a festa da Ascensão apenas a essa "subida" de Jesus entre as nuvens, mesmo porque os ternos são confusos á luz da razão humana, afinal, Jesus foi ou ficou? Pois se Ele foi, não pode ter ficado, e se ficou, então não foi. Esquecemos que Deus é Onipresente e atemporal, não há um antes e um depois nessa história. Pois se Jesus não usa dessa pedagogia própria, nem os seus discípulos e nem nós entenderíamos absolutamente nada. Também é bom esclarecer que a sua presença em nosso meio não em um "faz de conta", um sonho bonito que alimentamos, quando, por exemplo, perdemos um ente querido e afirmamos convictos que sentimos a sua presença junto de nós. Jesus não está vivo entre nós, porque evocamos a sua lembrança, a sua presença é real, embora mística. Ele nunca saiu da Direita do Pai e também nunca saiu do nosso meio, o que muda aos nossos olhos é apenas o modo de se fazer presente, pois se a presença do Senhor em sua Igreja fosse apenas uma bela Utopia, a Igreja teria sucumbido nos primeiros quatro séculos de sua história, quando teve contra si a força destruidora do poderoso império romano.

Quando assumimos algum empreendimento humano, logo queremos saber o que vamos ter que fazer, qual vai ser o nosso papel. O Cristão Discípulo de Jesus já tem essa resposta sobre o que fazer" ...Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei" E Jesus ordenou tantas coisas, seu ensinamento é tão denso, como é que a gente vai se lembrar -  poderá argumentar alguém. "Eu vos dou um novo mandamento...". Pronto! Aqui temos a missão da Igreja, anunciar o evangelho que conduz o ouvinte á prática do maior de todos os mandamentos: o amor aos irmãos e irmãs.

Todas as pastorais e movimentos, associações, ordens religiosas, ministérios e tudo mais que há no contexto da Igreja, deve estar direcionado para este mandato; Anunciar o Evangelho é essa a missão primária da Igreja, se o trabalho na em comunidade não tem esse objetivo há algo errado. Nenhuma pastoral ou Movimento deve anunciar a si mesmo, mas o Evangelho de Cristo, e qualquer modelo de espiritualidade deve ser sempre um incentivo ao cumprimento dessa missão. A Igreja no início do Novo Milênio começou a tomar consciência de que tinha se omitido dessa sua missão primária, as paróquias passaram a ser postos de atendimento religioso e distribuidora de sacramentos. Por conta disso alguns movimentos que trabalham o querígma, cresceram na nossa Igreja, em uma ação do Espírito Santo, graças a Deus que isso aconteceu, acho até, que foi um "puxão de orelha" em nossas paróquias, que agora, em uma nova visão pastoral vão elaborando planos que contemplam esse resgate da Missão evangelizadora fazendo um anúncio que leve o ouvinte a esta experiência profunda com a Pessoa de Jesus Cristo, chega de fórmulas doutrinárias e conceitos clássicos decorados ou mal digeridos!

Chega de tanta omissão, precisamos de Paróquias evangelizadoras cada vez mais! É este o apelo nas entrelinhas do celebre Documento de Aparecida, que deve ser o Livro de Cabeceira de todos os que se propor a viver um cristianismo mais autêntico. É normal questionar, se uma Igreja imperfeita e pecadora conseguirá dar conta dessa missão de tão grande importância, uma comunidade Santa e forte na Fé daria melhor conta desse recado. Mateus não se ilude a esse respeito, nas primeiras comunidades não faltavam pessoas fervorosas que reconheciam em Jesus o único Deus e Senhor, prostrando-se diante dele, mas havia também os fracos na fé, que ainda duvidavam tal qual acontece ainda hoje em nossas comunidades. Jesus não deu a missão apenas aos fervorosos, mas a todos os que participam da comunidade, pois é isso eu define o "ser cristão", anúncio e testemunho! (festa da Ascensão do Senhor)

diácono José da Cruz

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Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.Hoje nós celebramos, com alegria, a solenidade da Santíssima Trindade. Com ela termina o Tempo Pascal e começa o Tempo Comum. Na Páscoa, a luz venceu as trevas, a paz venceu a violência, o bem venceu o mal, a verdade venceu a mentira, o amor venceu o ódio e a vida venceu a morte. No Tempo Comum, a nossa missão é ser portadores da Luz, levando-a ao mundo, mesmo sabendo que as trevas perseguem a luz.O Evangelho narra as últimas palavras de Jesus aos discípulos, antes de subir para o céu: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos". A nossa missão é continuar o trabalho de Jesus na terra. "Irmãos, tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus... Ele despojou-se, assumindo a forma de escravo..." (Fl 2,5.7). Tudo isso para nos salvar."Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." É em nome de SS. Trindade que fomos batizados. Ela é o maior mistério que temos. Deus não é uma pessoa só, mas é uma família: O Pai, o Filho e o Espírito Santo; família ligada pelo amor, não pela uniformidade. É um mistério de inclusão. Na Trindade não há exclusões. Isso transparece na natureza criada por Deus, na relação de uma obra com a outra, que nós chamamos de ecossistema. Tudo tem valor, tudo tem sentido, unidade na diversidade. Transparece especialmente na pessoa humana, imagem de Deus. A nossa missão é recuperar esse plano de Deus em nós e na criação.Havia, certa vez, um casal de namorados que se amava loucamente. Só que ele tinha um probleminha: chulé. Quando tirava os sapatos, ninguém agüentava ficar perto. Por isso, antes de se encontrar com ela, lavava os pés com soda cáustica. Ela, por sua vez, tinha também um probleminha: mau hálito. Quando respirava no quarto, até as baratas caíam das paredes. Antes de se encontrar com ele, ela escovava os dentes com creolina e tomava meio vidro de perfume. Assim, conseguiram levar o namoro.Casaram-se e foram para a lua de mel. No outro dia cedo, ele acordou e logo se lembrou do problema. Sentiu que as meias não estavam nos seus pés. Virou-se para ela e perguntou: "Bem, você viu minhas meias?" Ela acordou e disse, bem na direção do nariz dele: "O quê?" Ele disse na hora: "Você engoliu minhas meias!"É isso que dá não ter diálogo aberto no namoro. O namoro deve caminhar para a vida em família, a qual é uma imagem da SS. Trindade, até nos nomes: pai, filho e a mãe que une todos no amor, e por isso representa o Espírito Santo.Que Maria Santíssima, a Filha de Deus Pai, a Mãe de Deus Filho e a esposa de Deus Espírito Santo, nos ajude a amar mais a Deus e a imitar, em nossos relacionamos com as pessoas, a SS. Trindade.Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

padre Queiroz

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Ascensão -toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra

A solenidade da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galiléia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d'Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do "Reino".

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta solenidade: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus - a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus.

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa "esperança" de mãos dadas com os irmãos - membros do mesmo "corpo" - e em comunhão com Cristo, a "cabeça" desse "corpo". Cristo reside no seu "corpo" que é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mt 28,16-20)

Subir ou descer? Acima ou abaixo?

A Ascensão do Senhor parece que nos convida a olhar ao céu, acima. O Senhor ressuscitado foi-se. Deixou sozinhos os apóstolos. Dá a impressão de que já para sempre, os crentes, os seguidores de Jesus, devem permanecer assim: olhando o céu. É como se hoje celebrássemos a despedida final, o último adeus a Jesus. Se a morte não o separou de todos nós porque aos três dias celebramos a ressurreição, agora sim, aos quarenta dias, o adeus é para valer. O grupo dos discípulos fica só e abandonado, no alto de um monte.

Estarei sempre convosco

Mas não é assim. Nada disso. O Evangelho termina com uma afirmação contundente de Jesus: "Sabei que eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". Não diz "estareis comigo no céu" senão "eu estou convosco". Está conosco aqui. Sempre. Não é tempo, pois de se sentir desolado, abandonado, triste nem cabisbaixo. Não é tempo de ficar olhando ao céu como o que ficou composto e sem noiva.

É tempo de descer, de voltar a vista à vida, de andar os caminhos, de ser testemunhas, de ir e fazer discípulos de todos os povos, os batizando no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ele caminha conosco. Ele não nos solta de sua mão. Ele se faz presente em nossas vidas pelo Espírito Santo que nos enviará.

Comiam juntos

Essa presença tem momentos em que se sente especialmente próxima. Não pode ser um detalhe casual o que o autor dos Atos dos Apóstolos situa a cena da ascensão de Jesus no marco de uma comida. Assim começa: "Uma vez que comiam juntos...".

As comidas são muito importantes no Evangelho. Recordemos as comidas de Jesus com os pecadores, a multiplicação do pão, o casamento de Canaã. Recordemos o momento solene da última Ceia e os encontros dos discípulos com Jesus ressuscitado no lago, quando os esperava à orla com um peixe sobre as brasas, e aos dois de Emaús que o reconheceram "ao partir o pão".

Estas comidas são todas elas eucarísticas e celebrações da fraternidade do Reino, do encontro com o Pai que cria uma relação nova entre os que participam dela. A Eucaristia ficou para a comunidade dos crentes como o momento culminante de experimentar essa presença de Jesus em nossa vida.

Anunciar o Reino: viver Deus como Pai

Hoje, vinte séculos mais tarde, é na Eucaristia onde podemos experimentar a força do Espírito que nos faz compreender a esperança à que somos chamados, a riqueza da glória que nos oferece como herança e a extraordinária grandeza de seu poder para nós. Devemos ler e reler a leitura dos Efésios deste domingo. Nela está a chave do que somos, do que significa a passagem de Jesus por nossas vidas. Aqueles pescadores ficaram convertidos em apóstolos. E os que não viam para além de suas redes cheias de buracos pregaram a mensagem da esperança e da vida, do amor de Deus por todos os rincões do mundo conhecido.

Desceram do monte e saíram pelos caminhos pregando o Reino, convidando todos a conhecer Jesus, fazer com que os que se encontrassem com eles experimentassem o amor de Deus e se sentissem como os que são: filhos e filhas de Deus. Os discípulos desceram do monte e misturaram-se no rio da vida com os homens e mulheres de seu tempo para compartilhar com eles "os gozos e as esperanças, as tristezas e as angústias", como nos recordou a Constituição Pastoral Gaudium et spes do Concilio Vaticano II. Assim o Reino se vai fazendo vida e realidade em nosso mundo.

Fernando Torres, cmf

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Tua Palavra é lâmpada para meus pés e luz para meu caminho.

Imagine que um belo dia acontece algo inesperado, onde papai e mamãe (ou os responsáveis do lugar onde você mora) tenham que sair durante um mês da cidade e fazem você responsável por todas as atividades da casa, absolutamente tudo.

Você consegue imaginar como se sentiria se deixassem a você uma lista de atividades e lhe fizessem responsável, pela primeira vez em sua vida, da condução da sua casa? Diante de tal fato se pode até imaginar a exclamação: "Por favor, não vão, não me deixem sozinho com toda esta responsabilidade!"

Pois bem, algo parecido aconteceu na Ascensão do Senhor. Até aqui falamos dos pais que se ausentam de casa por algum tempo. Esta lectio divina se funda sobre o tema da relação entre Cristo, que já está nos céus, e a Igreja, que peregrina na terra.

Voltemos ao exemplo... Seus pais estarão fora durante algumas semanas e quem fica responsável por cuidar da casa é você, porém seu desejo é que eles voltem o quanto antes.

Isto é exatamente o que aconteceu com os apóstolos... Jesus retorna ao Pai e agora os encarregados de realizar o que deveria ser feito por Ele são os seus discípulos.

O Senhor também dará a seus discípulos uma lista de atividades que, mesmo sendo menor em comparação a esta que apresentei a vocês como exemplo, é muito mais complexa: "Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos." Parecia que Jesus os estivesse dizendo: "Eu já fiz a minha parte, agora façam a de vocês, porém não se preocupem porque eu lhes estarei observando, abençoando e iluminando"

Começa um novo processo no qual Jesus continua sendo o protagonista, mas os responsáveis por levá-lo adiante são os seus discípulos que agora vão de dois em dois por todo o mundo anunciando a Boa Nova da Salvação.

O que os discípulos farão? Farão o que Jesus estaria fazendo se estivesse entre nós: pregando a alegria e a salvação, perdoando os pecados, pregando com alegria e convertendo muitos corações com a força da Palavra e do testemunho de vida.

Agora é a comunidade dos crentes que deve dizer e fazer, do mesmo modo que Jesus dizia e fazia.

Esta é a nova missão que compete não somente aos personagens bíblicos, mas também a todos os que professam nossa fé na Igreja e na adorável pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A saber: santo Agostinho tem uma frase muito bonita que resume tudo o que acabamos de abordar nesta Lectio Divina. Recomendo que você a memorize e a ensine a seus familiares e amigos: "O que existe de cristão num cristão é Cristo."

Esta frase nos ajuda a sermos conscientes de que tudo o que fazemos em nome de Cristo, não se realiza por nossos próprios méritos, mas graças a ação do Ressuscitado que por meio do Espírito Santo opera maravilhas em nós.

José Antonio Chavarría, frp - tradução: frei Renã Barros, osm

Na primeira leitura, um anjo diz aos discípulos: «Homens da Galiléia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu». É a ocasião para declarar-nos as idéias sobre o que entendemos por «céu». Em quase todos os povos, por céu se indica a morada da divindade. Também a Bíblia usa esta linguagem espacial: «Glória a Deus no alto céu e paz na terra aos homens».

Com a chegada da era científica, todos estes significados religiosos da palavra «céu» entraram em crise. O céu é o espaço no qual nosso planeta e todo o sistema solar se movem, e nada mais. Conhecemos a ocorrência atribuída a um astronauta soviético, ao regresso de sua viagem pelo cosmo: «Percorri o espaço e não encontrei Deus em lugar nenhum!».

Assim, é importante que tentemos esclarecer o que entendemos nós, cristãos, quando dizemos «Pai nosso que estais nos céus», ou quando dizemos que alguém «foi para o céu». A Bíblia se adapta, nestes casos, ao modo de falar popular (também o fazemos atualmente, na era científica, quando dizemos que o sol «sai» ou se «põe»); mas ela bem sabe e ensina que Deus «está no céu, na terra e em todo lugar», que é Ele quem «criou os céus», e se os criou não pode estar «fechado» neles. Que Deus esteja «nos céus» significa que «habita em uma luz inacessível»; que dista de nós «o quanto o céu se eleva sobre a terra».

Desta forma nós, os cristãos, concordamos em dizer que o céu, como lugar da morada de Deus, é mais um estado que um lugar. Quando se fala dele, não tem sentido algum dizer «no alto» ou «abaixo». Com isso não estamos afirmando que o paraíso não existe, mas só que para nós nos faltam as categorias para poder representá-lo. Peçamos a uma pessoa completamente cega de nascença que nos descreva o que são as cores: o vermelho, o verde, o azul... Não poderá dizer absolutamente nada, nem outro será capaz de explicar-lhe, pois as cores são percebidas com a visão. Assim acontece conosco com relação ao além e à vida eterna, que estão fora do espaço e do tempo.

À luz do que dissemos, o que significa proclamar que Jesus «subiu ao céu»? A resposta está no Credo: «Subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai». Que Cristo tenha subido ao céu significa que «está sentado à direita do Pai», isto é, que também como homem entrou no mundo de Deus; que foi constituído, como diz São Paulo na segunda leitura, Senhor e cabeça de todas as coisas. Em nosso caso, «ir ao céu» ou «ao paraíso» significa ir para estar «com Cristo» (Fil 1, 23). Nosso verdadeiro céu é Cristo ressuscitado, com quem iremos encontrar-nos e formar um «corpo» depois de nossa ressurreição, e de modo provisório e imperfeito imediatamente depois da morte. Objeta-se às vezes que, contudo, ninguém voltou do além para assegurar-nos que ele existe de verdade e que não se trata de uma piedosa ilusão. Não é verdade! Há alguém que a cada dia, na Eucaristia, volta do além para dar-nos garantias e renovar suas promessas, se sabemos reconhecê-lo.

As palavras do anjo, «homens da Galiléia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu?», contêm também uma reprovação velada: não devem ficar olhando para o céu e especulando sobre o além, mas viver à espera do retorno [de Jesus], prosseguir sua missão, levar seu Evangelho até os confins da terra, melhorar a própria vida na terra. Ele subiu ao céu, mas sem deixar a terra. Só saiu de nosso campo visual. Precisamente na passagem evangélica Ele mesmo nos assegura: «Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo».

fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap - tradução: Aline Banchieri

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Por entre aclamações deus se elevou, o senhor subiu ao toque da trombeta

Nesse domingo celebramos a subida de Jesus aos céus e, ao viver sua ressurreição, nós lembramos o batismo e a missão que Ele nos confiou. Somos gratos a Deus por esta divina elevação de todo o universo e as pessoas com Ele elevadas e introduzidas na intimidade definitiva com Deus. "Ele subiu junto do Pai, mas nunca se afastou de nós", pois, "O Senhor Jesus não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu" (St Agostinho). Foi o último encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos na Galiléia, onde iniciou Seu ministério. Ele está com os apóstolos na montanha, seu lugar preferido para encontros com o Pai, como o novo Moisés a conduzir o cumprimento da Lei. 

Aos amigos inseguros dá as últimas recomendações e ordena que façam mais discípulos, ensinando-lhes a Boa Nova. A nós, batizado, ao nos transformar em missionários e construtores da paz, Ele, também, confia o anúncio de Sua Palavra. Toda a comunidade é chamada à missão do anúncio profético do Reino, como discípulos missionários, a serviço da vida nova do amor, confiando em sua promessa: "Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo".  A Ascensão nos assegura que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva em comunhão com Deus.

Primeira leitura:  Atos 1,1-11 – "Elevou-Se à vista deles"

O texto descreve a ascensão de Jesus como coroamento de sua missão. Quarenta dias tem sentido simbólico ligado ao amadurecimento da fé e a preparação dos discípulos para a missão. Os Atos não é um manual da história da Igreja, mas o prolongamento dos ensinamentos de Jesus na comunidade cristã. Assim, quem deseja ser amigo de Deus (Teó+filo) encontram nas notícias de Jesus e, na prática cristã, as linhas mestras de inspiração e conduta cristã. Foi aos discípulos que Jesus se manifestou, após sua paixão, com o aval do Pai, cuja promessa se realiza na comunidade por meio do Espírito que é a memória constante de tudo o que Jesus disse e fez.

A questão dos discípulos revela a curiosidade de que a libertação do povo se realize plenamente. Jesus é direto: "não cabe a vocês saber os tempos e as datas", e complementa: a preocupação de todos será satisfeita pela ação do Espírito que vai descer sobre cada um, fazendo seus testemunhas até os confins da terra, atualizando seus ensinamentos. Ao ser elevado, a referência às nuvens, é uma afirmação que Jesus pertence à esfera de Deus, deixando à comunidade a certeza de que Ele cumpriu plenamente Sua missão.  

Era necessário, no entanto, abrir os olhos e olhar para a nova realidade que os cerca e assumir a missão de verdadeiros testemunhos do Mestre. É o nosso compromisso de perceber que somos os "homens da Galiléia" de hoje. O ápice do texto refere-se à volta de Jesus (parusia ou teofania?): volta no fim dos tempos ou no Pentecostes que leva o discípulo a ser Epifania de Jesus como legítimos missionários?

Segunda leitura: Efésios 1,17-23 – "Colocou-O a sua direita nos Céus"

O texto apresenta a sabedoria do Pai que nos faz compreender sua grandeza manifestada na ressurreição e glorificação do Filho, que convida os discípulos a terem consciência para o que foram chamados. Que cada um ande de mãos dadas com os irmãos, membros do mesmo corpo, em comunhão com Cristo, cabeça desse corpo, Sua Igreja. Paulo, que estava preso, envia mensagens às novas comunidades e as exorta à firmeza na fé e ao amor que as une pela força do Espírito em Jesus. Ele agradece a Deus pela fé e caridade dessas comunidades, suplicando-Lhe suas graças para que permaneçam firmes e constantes na fé.

A glória de Deus é sua ação na história e na vida da comunidade cristã, que prolonga a vitória de Jesus sobre os reveses que dominam o mundo. Que esse Deus não seja um Deus distante, mas um Deus que por Sua existência dá vida às comunidades. Foi em Cristo que Deus se fez conhecer junto à humanidade, elegendo a comunidade cristã como Corpo de Cristo, a plenitude de Jesus, representando todo o universo. A comunidade cristã, a Igreja de Cristo, é o espaço no qual se revela o projeto de Deus e a realeza absoluta do Cristo ressuscitado

Evangelho:  Mateus 28,16-20 – "Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra"

O Evangelho apresenta as palavras de despedida de Jesus, definindo a missão dos discípulos no mundo. Eles se dirigem à Galiléia, no monte indicado por Jesus, visando recordar o início de Sua atividade e Missão no meio daquela gente, pisada e marginalizada, e dar-lhes a boa notícia da libertação e da vinda do Reino. Jesus estimula os discípulos a superar suas dúvidas e reconhecer Sua autoridade no céu e na terra, confiando-lhes a missão que assegure a continuidade de seu projeto libertador: "Ide, pois, fazer discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

O mandato dos discípulos é a nossa missão de congregar os povos (ou a comunidade onde atuamos) e torná-los seguidores de Jesus, pelo exemplo e atitudes, ensinando-lhes a observar Suas palavras em ações solidárias. O batismo nos possibilita entrar neste caminho, numa nova relação de comunhão com o Pai através do Filho e do Espírito Santo. Jesus assegura sua presença no meio de seus seguidores. Como o Emanuel, o Deus conosco, Jesus fortalece os cristãos para que permaneçam no caminho e fiéis à vontade do Pai. Ele permanece com seus discípulos, guiando-os e protegendo-os até a realização plena do Reino.

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Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra.

Domingo, 5 de junho de 2011

Ascensão do Senhor

Santos do Dia: Bonifácio, bispo, mártir,  (Memória); Doroteu de Tiro (presbítero, mártir), Doroteu, o Arquimandrita (abade), Eoban de Utrecht (monge, mártir), Félix de Fritzlar (monge, mártir), Florêncio, Juliano, Ciríaco, Marcelino e Faustino (mártires de Perúgia), Franco de Asserigo (eremita), Marciano, Nicanor, Apolônio e Companheiros (mártires do Egito), Sancho de Córdoba (mártir), Zenaide, Círia, Valéria e Márcia (mártires de Constantinopla e de Cesaréia).

Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 1, 1-11.
Jesus foi levado aos céus, à vista deles.
Salmo responsorial: 46, 2-3. 6-9.
Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor soubiu ao toque da trombeta.
Segunda leitura: Efésios 1, 17-23.
E o fez sentar-se à sua direita nos céus.
Evangelho: Mateus 28, 16-20.
Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra.

A primeira leitura oferece um relato da Ascensão do Senhor, cujo objetivo fundamental é trazer os traços específicos da esperança cristã. Jesus, novo Elias, ascende aos céus e esta fato não significa o fim da historia desejado por todos os discípulos, segundo se depreende da pergunta: "Senhor, é agora que vais restaurar o reino para Israel?"

Trata-se, ao contrário, do tempo do testemunho que prepara esse final. No Salmo de resposta é proclamada a entronização de Deus como "imperador" e "rei" de toda a terra e a carta aos cristãos de Éfeso conecta o senhorio do Messias Jesus à compreensão dos membros da comunidade eclesial sobre a esperança à qual "abre seu chamado".

O evangelho, final do relato de Mateus, volta a sublinhar essa conexão.  Compreende as circunstancias do último encontro entre Jesus e seus discípulos (vv. 16-17) e as palavras finais do Senhor à sua comunidade.

A respeito das circunstancias, o texto situa a cena em uma montanha da Galileia. Produz-se a teofania do ressuscitado que deve colocar-se em relação com a montanha da Tentação e coma montanha da Transfiguração. Antecipa-se, assim, o senhorio de Jesus, tema principal que se depreende das palavras que ele pronuncia.

Longe do centre do poder religioso, Jesus se encontra com os Onze. O número é o resultado da subtração de Judas da cifra original dos Doze discípulos e significa a totalidade dos seguidores de Jesus que não o abandonaram. Todos eles são beneficiários da experiência do Ressuscitado. Ante essa experiência, sua atitude é uma mescla de adoração e de dúvida. Como Pedro ante o embate das ondas a comunidade leva em seu seio estes dois sentimentos contraditórios. Ambos são os únicos textos de Mateus que combinam verbos que se referem a esses dois sentimentos.

As palavras de Jesus querem fortalecer a fé da comunidade a partir do cargo que exercem as três personagens: Jesus, o círculo dos discípulos e "todos os povos". A respeito de si  mesmo, Jesus afirma que recebeu "plena autoridade no céu e na terra"(v. 18). Para o evangelista, a autoridade ocupa um posto importante na apresentação de Jesus.

Este, no início de sua atividade, havia rejeitado a última proposta do demônio em vista a receber "todos os reinos do mundo" (cf Mt 4,8-10), os discípulos havia visto presente e atuante em Jesus o significado do poder divino, porém deviam mantê-lo em segredo (cf Mt 16,28-17,9). Agora é o momento da proclamação deste senhorio, recebido por Jesus, de Deus Pai.

Os elementos que sublinham o universalismo são acumulados nesta breve passagem. Junto com o "céu e terra" e a menção dos "povos", dá-se uma significativa repetição do termo "todo", "plena autoridade"(v. 18), "todos os povos" (v. 19), "tudo o que os mandei" (v. 19), "cada dia" (v. 20). A obediencia ao querer divino confere a Jesus um senhorio universal que é exercido sobre toda a realidade criada.

Este senhorio universal é o fundamento para a existencia da realidade eclesial. O encontro com Jesus ressuscitado estabelece a Igreja no momento da irrupção gratuita e definitiva daquele que foi entronizado à direita do Pai. Desta forma inicia-se uma nova era com a presença definitiva do Emanuel, o Deus conosco.

Este "relato de vocação"da comunidade eclesial descreve a transmissão de "todo o poder" que Jesus faz. Graças a ele, podem convocar novos discípulos mediante o batismo e a catequese. Pelo batismo, Jesus havia iniciado o cumprimento definitivo da justiça do Reino (Mt 3,15), da mesma forma o batismo cristão insere a cada batizado na mesma dinâmica.

Junto com o batismo, a outra característica da existência cristã é o "ensino". Não se trata de uma teoria que se deve proclamar, e sim a Boa Noticia do Reino frente a qual todo crente é um seguidor, o que existe dele um compromisso coerente. Trata-se de "guardar tudo o que lhes mandei". Dessa forma, toda obra e palavra de Jesus se convertem em ponto de referencia que se deve ter presente na própria vida.

O mandato de Jesus compromete a toda a comunidade eclesial e a responsabiliza diante de todas as nações. Ainda que já iniciado no círculo dos discípulos, o senhorio de Jesus não pode se esgota no interno da vida das comunidades cristãs. Para isso conta com a assistência do seu Senhor: "Eu estarei convosco". Essa assistência oferece a coragem necessária para superar todos os temores e tempestades e confere um âmbito ilimitado para a atuacao da salvação.

Porém, para isso exige-se da Igreja a mesma obediência de Jesus. Somente na rejeição do poder de domínio, na obediência filial ao Pai, poderá realizar sua tarefa. Este "manifesto" final do Senhor ressuscitado liga intimamente a missão da Igreja ao caminho percorrido historicamente por Jesus de Nazaré, homem e Deus.

Oração Comunitária

Ó Deus, Pai nosso e de nosso irmão maior Jesus, dá-nos teu Espírito de sabedoria, ilumina os olhos de nosso coração, para que compreendamos a esperança à qual nos chamas, a riqueza da glória que dás em herança aos santos e qual a extraordinária grandeza do teu poder para conosco. Por Jesus Cristo nosso Senhor.

Missionários Claretianos

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                                                          " O Mandato Missionário"

Dia desses alguém me perguntava, por que razão o evangelista Mateus não fala da Ascensão de Jesus, parece que a parte mais importante ele omite, justo o final Feliz de toda História: Jesus vai subindo e sumindo entre as nuvens, glorioso e vencedor! Alguns mais radicais até acham que esse evangelho  nem deveria entrar na Liturgia desse Domingo da Ascensão. Então aqui entram os admiradores de São Lucas, esse "caprichou" na narrativa, narrou em Atos, que é a primeira leitura desse domingo, e repetiu em seu segundo evangelho. Só faltou uma câmara digital para filmar Jesus subindo... Que coisa linda! Claro que esta cena cinematográfica não está no centro das atenções de nenhum dos nossos evangelistas, mas em todos eles, direta ou indiretamente há algo bem mais importante que eles transmitiram as suas comunidades e também as nossas: a História de Jesus, e principalmente a sua missão, terá continuidade!

Não podemos limitar a Festa da Ascensão apenas a essa "subida" de Jesus entre as nuvens, mesmo porque os ternos são confusos á luz da razão humana, afinal, Jesus foi ou ficou? Pois se Ele foi, não pode ter ficado, e se ficou, então não foi. Esquecemos que Deus é Onipresente e atemporal, não há um antes e um depois nessa história. Pois se Jesus não usa dessa pedagogia própria, nem os seus discípulos e nem nós entenderíamos absolutamente nada. Também é bom esclarecer que a sua presença em nosso meio não em um "Faz de Conta", um sonho bonito que alimentamos, quando, por exemplo, perdemos um ente querido e afirmamos convictos que sentimos a sua presença junto de nós. Jesus não está vivo entre nós, porque evocamos a sua lembrança, a sua presença é real, embora mística. Ele nunca saiu da Direita do Pai e também nunca saiu do nosso meio, o que muda aos nossos olhos é apenas o modo de se fazer presente, pois se a presença do Senhor em sua Igreja fosse apenas uma bela Utopia, a Igreja teria sucumbido nos primeiros quatro séculos de sua história, quando teve contra si a força destruidora do poderoso império romano.

Quando assumimos algum empreendimento humano, logo queremos saber o que vamos ter que fazer, qual vai ser o nosso papel. O Cristão Discípulo de Jesus já tem essa resposta sobre o que fazer "...Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei" E Jesus ordenou tantas coisas, seu ensinamento é tão denso, como é que a gente vai se lembrar -  poderá argumentar alguém. "Eu vos dou um novo mandamento...." . Pronto! Aqui temos a missão da Igreja, anunciar o evangelho que conduz o ouvinte á prática do maior de todos os mandamentos: o amor aos irmãos e irmãs.

Todas as pastorais e movimentos, associações, ordens religiosas, ministérios e tudo mais que há no contexto da Igreja, deve estar direcionado para este mandato; Anunciar o Evangelho é essa a missão primária da Igreja, se o trabalho na em comunidade não tem esse objetivo há algo errado. Nenhuma pastoral ou Movimento deve anunciar a si mesmo, mas o Evangelho de Cristo, e qualquer  modelo de espiritualidade deve ser sempre um incentivo ao cumprimento dessa missão. A Igreja no início do Novo Milênio começou a tomar consciência de que tinha se omitido dessa sua missão primária, as paróquias passaram a ser Postos de Atendimento Religioso e Distribuidora de Sacramentos. Por conta disso alguns movimentos que trabalham o querígma, cresceram na nossa Igreja, em uma ação do Espírito Santo, graças a Deus que isso aconteceu, acho até, que foi um "puxão de orelha" em nossas paróquias, que agora, em uma nova visão pastoral vão elaborando planos que contemplam esse resgate da Missão evangelizadora fazendo um anúncio que leve o ouvinte a esta experiência profunda com a Pessoa de Jesus Cristo, chega de fórmulas doutrinárias e conceitos clássicos decorados ou mal digeridos! Chega de tanta omissão, precisamos de Paróquias evangelizadoras cada vez mais! É este o apelo nas entrelinhas do cérebre Documento de Aparecida, que deve ser o Livro de Cabeceira de todos os que se propor a viver um cristianismo mais autêntico. É normal questionar, se uma Igreja imperfeita e pecadora conseguirá dar conta dessa missão de tão grande importância, uma comunidade Santa e forte na Fé daria melhor conta desse recado. Mateus não se ilude a esse respeito, nas primeiras comunidades não faltavam pessoas fervorosas que reconheciam em Jesus o único Deus e Senhor, prostrando-se diante dele, mas havia também os fracos na Fé, que ainda duvidavam tal qual acontece ainda hoje em nossas comunidades. Jesus não deu a missão apenas aos fervorosos, mas a todos os que participam da comunidade, pois é isso eu define o "Ser Cristão", anúncio e testemunho! (Festa da Ascensão do Senhor)

Diácono José da Cruz

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DOMINGO 05/06/2011

Mt 28,16-20

Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Hoje nós celebramos, com alegria, a solenidade da Santíssima Trindade. Com ela termina o Tempo Pascal e começa o Tempo Comum. Na Páscoa, a luz venceu as trevas, a paz venceu a violência, o bem venceu o mal, a verdade venceu a mentira, o amor venceu o ódio e a vida venceu a morte. No Tempo Comum, a nossa missão é ser portadores da Luz, levando-a ao mundo, mesmo sabendo que as trevas perseguem a luz.

O Evangelho narra as últimas palavras de Jesus aos discípulos, antes de subir para o céu: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos". A nossa missão é continuar o trabalho de Jesus na terra. "Irmãos, tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus... Ele despojou-se, assumindo a forma de escravo..." (Fl 2,5.7). Tudo isso para nos salvar.

"Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." É em nome de SS. Trindade que fomos batizados. Ela é o maior mistério que temos. Deus não é uma pessoa só, mas é uma família: O Pai, o Filho e o Espírito Santo; família ligada pelo amor, não pela uniformidade. É um mistério de inclusão. Na Trindade não há exclusões. Isso transparece na natureza criada por Deus, na relação de uma obra com a outra, que nós chamamos de ecossistema. Tudo tem valor, tudo tem sentido, unidade na diversidade. Transparece especialmente na pessoa humana, imagem de Deus. A nossa missão é recuperar esse plano de Deus em nós e na criação.

Havia, certa vez, um casal de namorados que se amava loucamente. Só que ele tinha um probleminha: chulé. Quando tirava os sapatos, ninguém agüentava ficar perto. Por isso, antes de se encontrar com ela, lavava os pés com soda cáustica. Ela, por sua vez, tinha também um probleminha: mau hálito. Quando respirava no quarto, até as baratas caíam das paredes. Antes de se encontrar com ele, ela escovava os dentes com creolina e tomava meio vidro de perfume. Assim, conseguiram levar o namoro.

Casaram-se e foram para a lua de mel. No outro dia cedo, ele acordou e logo se lembrou do problema. Sentiu que as meias não estavam nos seus pés. Virou-se para ela e perguntou: "Bem, você viu minhas meias?" Ela acordou e disse, bem na direção do nariz dele: "O quê?" Ele disse na hora: "Você engoliu minhas meias!"

É isso que dá não ter diálogo aberto no namoro. O namoro deve caminhar para a vida em família, a qual é uma imagem da SS. Trindade, até nos nomes: pai, filho e a mãe que une todos no amor, e por isso representa o Espírito Santo.

Que Maria Santíssima, a Filha de Deus Pai, a Mãe de Deus Filho e a esposa de Deus Espírito Santo, nos ajude a amar mais a Deus e a imitar, em nossos relacionamos com as pessoas, a SS. Trindade.

Batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

 

Padre Queiroz

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ASCENSÃO -TODA A AUTORIDADE ME FOI DADA NO CÉU E SOBRE A TERRA

A Solenidade  da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galiléia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d'Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do "Reino".

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta solenidade: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus - a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus.

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa "esperança" de mãos dadas com os irmãos - membros do mesmo "corpo" - e em comunhão com Cristo, a "cabeça" desse "corpo". Cristo reside no seu "corpo" que é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.

 

 Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mt 28,16-20)

 

Comentário

Subir ou descer? Acima ou abaixo?

A Ascensão do Senhor parece que nos convida a olhar ao céu, acima. O Senhor ressuscitado foi-se. Deixou sozinhos os apóstolos. Dá a impressão de que já para sempre, os crentes, os seguidores de Jesus, devem permanecer assim: olhando o céu. É como se hoje celebrássemos a despedida final, o último adeus a Jesus. Se a morte não o separou de todos nós porque aos três dias celebramos a ressurreição, agora sim, aos quarenta dias, o adeus é para valer. O grupo dos discípulos fica só e abandonado, no alto de um monte.

Estarei sempre convosco

Mas não é assim. Nada disso. O Evangelho termina com uma afirmação contundente de Jesus: "Sabei que eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". Não diz "estareis comigo no céu" senão "eu estou convosco". Está conosco aqui. Sempre. Não é tempo, pois de se sentir desolado, abandonado, triste nem cabisbaixo. Não é tempo de ficar olhando ao céu como o que ficou composto e sem noiva.

É tempo de descer, de voltar a vista à vida, de andar os caminhos, de ser testemunhas, de ir e fazer discípulos de todos os povos, os batizando no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ele caminha conosco. Ele não nos solta de sua mão. Ele se faz presente em nossas vidas pelo Espírito Santo que nos enviará.

Comiam juntos

Essa presença tem momentos em que se sente especialmente próxima. Não pode ser um detalhe casual o que o autor dos Atos dos Apóstolos situa a cena da ascensão de Jesus no marco de uma comida. Assim começa: "Uma vez que comiam juntos...".

As comidas são muito importantes no Evangelho. Recordemos as comidas de Jesus com os pecadores, a multiplicação do pão, o casamento de Canaã. Recordemos o momento solene da última Ceia e os encontros dos discípulos com Jesus ressuscitado no lago, quando os esperava à orla com um peixe sobre as brasas, e aos dois de Emaús que o reconheceram "ao partir o pão".

Estas comidas são todas elas eucarísticas e celebrações da fraternidade do Reino, do encontro com o Pai que cria uma relação nova entre os que participam dela. A Eucaristia ficou para a comunidade dos crentes como o momento culminante de experimentar essa presença de Jesus em nossa vida.

Anunciar o Reino: viver Deus como Pai

Hoje, vinte séculos mais tarde, é na Eucaristia onde podemos experimentar a força do Espírito que nos faz compreender a esperança à que somos chamados, a riqueza da glória que nos oferece como herança e a extraordinária grandeza de seu poder para nós. Devemos ler e reler a leitura dos Efésios deste domingo. Nela está a chave do que somos, do que significa a passagem de Jesus por nossas vidas. Aqueles pescadores ficaram convertidos em apóstolos. E os que não viam para além de suas redes cheias de buracos pregaram a mensagem da esperança e da vida, do amor de Deus por todos os rincões do mundo conhecido.

Desceram do monte e saíram pelos caminhos pregando o Reino, convidando todos a conhecer Jesus, fazer com que os que se encontrassem com eles experimentassem o amor de Deus e se sentissem como os que são: filhos e filhas de Deus. Os discípulos desceram do monte e misturaram-se no rio da vida com os homens e mulheres de seu tempo para compartilhar com eles "os gozos e as esperanças, as tristezas e as angústias", como nos recordou a Constituição Pastoral
Gaudium et spes do Concilio Vaticano II. Assim o Reino se vai fazendo vida e realidade em nosso mundo.

Fonte: Fernando Torres, cmf

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Jesus enviou os discípulos

           

Minha irmã, meu irmão: se você está engajada(o) em alguma pastoral da sua paróquia, na caminhada e na missão de catequizar, não se esqueça que você não se escolheu para esta nobre e santa missão. Lembre-se de que você é uma pessoa escolhida, um escolhido de Deus.

            Lembre-se ainda de que quando você fala, não é você quem fala, mas sim o Espírito de Deus que fala através de sua boca.  Por isso não se vanglorie, nem tão pouco se sinta importante por ter feito uma brilhante palestra.  

            "Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas."    Entenda pois com estas palavras do Mestre, o porque temos de sustentar os seus ministros, representantes de Deus e continuadores do trabalho de Jesus Cristo no Mundo.  O Sacerdote é um escolhido e enviado de Deus para nos salvar. E é nossa obrigação cuidar da sua parte  material, contribuir para o seu sustento. 

            Ao contrário de que algumas pessoas pensam, o dízimo não foi invenção da Igreja, mas sim do próprio Jesus. "Não leveis nada para o caminho..."    E por incrível que pode parecer, mesmo sendo pobre, o que você dá não irá lhe fazer falta. Ou seja, a sua oferta a Deus fará com que  não lhe faltará nada para o seu sustento.  Você duvida? Então faça a experiência! Faça um teste.  Deixe de ser pão-duro, e em vez de ofertar umas moedinhas, dê algo mais que isso a partir da missa do próximo domingo. Você vai ver que não terá mais problemas de dinheiro. Sabe porque?  Porque para Deus nada é impossível. Ele não precisa de nossa esmola. Mas quis que contribuíssemos com nossa oferta, para ver a nossa disponibilidade, para ver até onde vai a nossa adesão ao Plano de Deus.

            Vai! Faça isso! Acredite! Não seja incrédulo!

Sal.

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