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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Comentários do Prof. Fernando

Comentários do Prof. Fernando

Introdução geral às Leituras

da 25ªsemana T.Comum - 19 a 25 setembro) e COMENTÁRIO à 1ª LEITURA

(e à 2ªleitura) do 25º DOMINGO do Tempo Comum 19 set. de 2010

Observação inicial:

[ siga o “Link” clicando sobre a data para ver todas as leituras numa só Página

( Site da Paróquia S.Jorge, Santos-SP : http://saojorgemartir.com.br/liturgia/ )

Em várias páginas, cada leitura está no link “ SERVIÇOS/LITURGIA DIÁRIA “ do

Site da CNBB: http://www.cnbb.org.br/site/# )

A Primeira Leitura, na maioria dos dias dessa semana, trazem as meditações tiradas dos Escritos de Sabedoria do livro dos “Provérbios” e do “Qohélet” – mais conhecido como Eclesiastes.

Na literatura bíblica não há uma reflexão puramente filosófica como entre os gregos mas, até nas questões de antropologia, sobre o Homem e o Mundo (para as quais os gregos criaram a Filosofia e as Ciências), em Israel essa investigação é sempre feita à luz da Lei e dos Profetas, isto é, da Palavra de Deus. Essa é a fonte primeira da história, da sua sociedade e da vida de cada membro do Povo Eleito. Pois ele é escolhido para ser, como Abraão, um bênção para todas as famílias da terra (Gen 12)

As passagens do Evangelho nessa 25ªsemana do Tempo Comum (exceto no dia em que se comemora a festa do apóstolo Mateus – dia 21) continuam apresentando trechos de Lucas nos capítulos 8 e 9, situados na 3ª.parte do esquema geral do evangelista que trata do ministério de Jesus na Galiléia. Os discípulos continuam com dificuldade para compreender que o Messias não vem restaurar um reino desse mundo. Os anúncios da Paixão servem às comunidades, para as quais Lucas escreve, como lembrete a respeito desse Jesus que passou pela morte antes de ressuscitar. Porque o tempo humano, como o “tempo da Igreja”, é de preparação para a plenitude da vida.

No domingo passado meditamos (estória do “Filho Pródigo” – cap.15) a terceira das 3 parábolas “da misericórdia” (ou do “retorno”) que mostram a alegria do próprio Deus, Criador e Pai, pelo reencontro (meu filho estava morto e tornou a viver ! ).

Nesse 25º domingo, a leitura do evangelho é tirada do cap. 16. Como o cap.15, esse também se encontra na Quarta parte do esquema geral de Lucas que podemos intitular “Caminhando para Jerusalém”. Lá, na cidade santa, Jesus vai ser perseguido até sofrer sua derradeira paixão e morte e é também lá que vai ressurgir para vencer a morte e consolidar sua comunidade apostólica. Ela será a primeira geração dos anunciadores da Boa Nova a ser divulgada, depois da Ascensão, entre todas as nações.

A parábola desse domingo orienta os discípulos a ser tão “habilidosos” nos assuntos do Reino quanto o são os “filhos desse mundo” em outros assuntos. Os que só se preocupam com a vida imediata são bastante espertos (até desonestos, por vezes) para lidar com as coisas, sobretudo com o dinheiro e todos os bens (materiais ou perecíveis). O ponto central da comparação da parábola é o seguinte: se os “filhos das trevas” sabem como agir, com muito maior razão se pede aos “filhos da luz” que não se deixem enganar pelo imediatismo da vida. Esses devem sempre, e em tudo, procurar o Bem.

Se o evangelho nos coloca diante de uma escolha fundamental – dar prioridade ao Reino ou ao resto – na Primeira Leitura o profeta Amós lembra que o Senhor “não esquece”, isto é: para Deus não é irrelevante o que se rouba de outros, como se mente e se engana, sobretudo os mais fracos, que são prejudicados por outros poderosos. Jesus vai radicalizar a Lei dizendo que o “segundo Mandamento” (amor do próximo) é semelhante ao primeiro (amor de Deus sobre todas as coisas). As cartas de João enfatizam, muitos anos mais tarde, que de nada adianta a Religião se não houver amor.

A segunda leitura (Carta 2 a Timóteo) é tirada de uma das Epístolas chamadas “pastorais” (1 e 2 Timóteo e Tito) que são reflexo do contexto de uma “segunda” geração de cristãos. Elas são escritas, quase totalmente, como uma espécie de coleção de códigos de comportamento moral e religioso muito semelhante a um gênero de exortação ao “cumprimento do dever”. É um gênero comum à literatura pagã e judaica da época. Essas comunidades agora enfrentam mudanças próprias dessa “segunda geração”. As principais mudanças (conforme J. H. Neyrey sj , The Collegeville Bible Commentary” – org. por Bergant e: Karris, Minnesota, 1989 - trad.brasileira Loyola, S.P, 1999) foram:

a)não há mais escolhas de apóstolos (como o fez Jesus ou a designação pelo Espírito Santo) mas são agora voluntários os confirmados no ministério pela igreja;

b) a doutrina começa a receber mais insistência que a dinâmica de conversão e da fidelidade a Jesus;

c) passou o entusiasmo carismático dos que ainda esperavam em vida. a 2ª.vinda do Cristo e os fiéis são exortados a viver como cidadãos exemplares no mundo;

d) finalmente, menos preocupados com a igualdade entre homens e mulheres – como acontecia com as comunidades paulinas – os cristãos são estimulados a seguir as normas culturais vigentes.

São mudanças históricas que alguns hoje consideram uma sufocante institucionalização da igreja que se distancia do cristianismo mais puro e outros julgam ser adaptações necessárias à crescente necessidade de organização eclesial. Não nos apressemos, porém, em aplaudir ou depreciar demais as mudanças ocorridas. Cada época histórica tem de enfrentar seus próprios desafios e encontrar seus caminhos concretos.

De todo modo, o texto de hoje, dentro do estilo das “cartas pastorais” incentiva o bom comportamento de “cidadania” como dizemos atualmente. O texto pede particularmente que oremos pelos governantes civis. Mas o núcleo da fé cristã está bem explícito nas frases (em torno do verso 5): ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos.

Nós também não podemos fugir a desafios históricos próprios de nosso tempo e continuamos em busca de respostas, à luz da fé, para os problemas de nosso mundo. Como os sábios judeus, autores dos Escritos de Sabedoria, ou como o patriarca Abraão, sempre buscando o seu Deus.

O estilo das cartas pastorais lembra-nos, aliás um outro documento também chamado de “pastoral” (a “constituição pastoral” de dezembro de 1965, Gaudium et Spes, publicada no concílio Vaticano II, realizado na segunda metade do século XX :

As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje (...) são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo (...) Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, (...) receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos.

( prof.FernandoSM, Rio, fesomor2@gmail.com )