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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Comentários–Prof. Fernando


Comentários–Prof. Fernando 29ºdom.Com.16out.2011 “poder & dominação”

1ª leit.: Is 45,1.4-6 fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro
Salmo: Sl 96 Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” pois os povos ele julga com justiça
2ª leit.: 1Ts 1,1-5 o nosso Evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo
Evang.: Mt 22,15-21 "Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha?
 - Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"

            Isaías que lembra aos exilados em Babilônia que o verdadeiro Senhor da História é “Jahwé”, o Deus de Israel. Até um rei estrangeiro, Ciro rei da Pérsia, pode ser “instrumento da libertação”. Com efeito, em 539 a.C. Ciro derrotou Babilônia e permitiu aos hebreus voltarem para sua terra e reconstruir o Templo. Dessa época em diante constrói-se lentamente o Judaísmo como uma religião necessariamente mais baseada na Lei e nos Profetas do que na organização de uma teocracia confinada aos limites geográficos e políticos de Israel.
            Essa restauração do povo eleito após o exílio em territórios fora da sua “terra prometida” inaugura uma nova fase de sua história.
- Ela reencontra suas raízes na fé de Abraão,
- na experiência mosaica do Sinai
- e no aprofundamento progressivo da pregação profética.
= Deus não está amarrado a um lugar (experiência básica de Abraão e descendentes);
= é o único Senhor (base dos mandamentos da Lei mosaica);
= na interioridade da fé (insistência geral da pregação profética)
            Pouco a pouco a meditação de Israel aprofunda essa compreensão de Deus como presença da misericórdia em vez de apenas “objeto” do culto buscado nos ritos exteriores do templo nos quadros de uma religião e suas instituições visíveis.
            O Salmo 96 recorda que Deus é o supremo juiz de todos os povos, reafirmando sua soberania absoluta. Culturas, costumes, organizações diversas sócio-políticas e econômicas de cada grupo humano, tudo é relativo. Nossos conceitos de Deus são sempre muito humanos. O oposto de “relativo” é absoluto. A filosofia inventou esse termo para expressar o incondicional, o que não depende de nada (“ab-soluto” se poderia traduzir em linguagem simples – que está na origem do termo – livre, solto, independente de qualquer vínculo ou limitação). A linguagem bíblica, que não tem o estilo da lógica filosófica ocidental mas nasce da experiência da fé, traz um termo correspondente a “absoluto” na palavra hebraica     que traduzimos por “Santo”.:
            “Kadóshe” ou Santo, quer dizer “puro, limpo, livre de crimes, de toda contaminação” (hoje poderíamos dizer “poluição”. Assim em Lev11,43. A palavra se usa em primeiro lugar em referência a Deus que detesta toda impureza e também é o juiz imparcial (cf.Sl 22). Muitas vezes Kadóshe é o próprio nome para Deus (Jó 6,10; Is 40,25; Hab 3,3) associado o termo em muitas passagens com a expressão “o Santo de Israel”.
            Em seguida o termo é aplicado também aos sacerdotes (cf.Lev21,6) no sentido de que devem ser limpos donde deriva também o sentido de consagrados a Deus (como Aarão, cf. Sl 106,16) ou os Nazireus (Num 6,13; Jz 13,5) que eram “separados”, consagrados a Jahwé.      Finalmente “santo” se aplica em geral a toda pessoa livre dos pecados que a graça divina separou ou preservou (cf. Is 4,3). Por extensão, todo o povo de Israel deve ser “kadóshe” enquanto deve  abster-se de qualquer impureza. É da mesma raiz a palavra usada na auto-revelação de Deus a Moisés quando estava diante do arbusto que pegava fogo mas não era destruído:“tira as sandálias pois o chão que pisas é sagrado” (como um santuário dedicado a Deus, separado do resto).
            É essa “separação” que dá a distância infinita do Criador em relação a qualquer “mistura” ou contaminação (tudo que é profano – que, no sentido técnico, indica o que não é Sagrado, o Santo). Isso, aliás nos dá uma idéia do que é extraordinário na Encarnação da Palavra divina, o Verbo, como o chama João no Prólogo do seu evangelho. Trata-se do “Santo” (separado, totalmente outro, transcendente, absoluto) habitando em nossa aldeia humana!!
            Por isso também não cabe à religião ou à fé, organizar a política e a sociedade. Cabe aos seres humanos (seguindo os Mandamentos, adorando o único Deus) trabalhar pela melhor organização social em seu tempo. A história mostrou como as Cruzadas, as guerras religiosas são como a corrupção de igrejas e líderes religiosos: só trazem mais dominação e mentira. Também dirigentes não religiosos às vezes se apresentam como “iluminados” por Deus para salvar o povo (basta ler os discursos de Hitler ou as mentiras (depois desmascaradas publicamente) do ex-presidente Bush, que precisou delas para justificar guerras e invasões.
            A segunda leitura lembra-nos que mais importante que a palavra humana – mesmo quando traz boas novas – é a força que vem do Espírito Santo de Deus.
            O episódio do evangelho sempre deu margem às conveniências políticas de muitos leitores servindo para justificar o poder eclesiástico como predomínio sobre reis e governantes ao passo que para outros vem demonstrar a separação dos poderes entre “igreja e estado”. Essa questão, no entanto, é muito moderna e não fazia parte do contexto desse trecho do evangelho. A pergunta sobre o imposto romano era na verdade uma armadilha, como o próprio Jesus denuncia. Seria a resposta um modo de se livrar da pergunta capciosa dos inimigos? Seria uma ironia, como quem diz: quando toca no bolso vocês se preocupam com isso? Ou será que Jesus quer reafirmar “meu Reino não é desse mundo” como falou a Pilatos ?
            De fato a pergunta era política se a resposta fosse “sim” ou “não” serviria para a condenação. A política suja dos dirigentes do povo queria que Jesus tomasse partido: ou do lado dos fariseus (contrários à dominação romana) ou dos herodianos (Herodes apoiava os romanos pela corrupção). O Mestre de Nazaré dá uma resposta que ultrapassa a pergunta “política”. Sua resposta entra na ordem moral e religiosa evitando a simples escolha “partidária”.
            Aquele que crê tem, por assim dizer, “dupla cidadania”: deve inevitavelmente tomar posição diante da realidade social e dos modos de governar (dia 12 houve manifestações em muitas cidades contra a corrupção e pela ética na política). Mas também é filho de Deus e, como tal, sabe que Deus é Santo e não mistura religião e fé com interesses imediatos de dominação. Deus é soberano, mas não no sentido de estar no posto mais alto de um encadeamento ou hierarquia de poderes. Isso reduziria a religião à Teocracia (sistema de governo em que o poder político está fundamentado no poder religioso, pela “presença” da divindade no governante – ex.: faraós do Egito – ou por sua escolha direta, como nas monarquias absolutas).
            Aquele que crê sabe que só Deus é o único juiz e senhor da história e, portanto, o poder de qualquer imperador ou governo nunca é absoluto e muito menos divino. Membros da Cidade Humana, temos de participar da organização da sociedade, da economia e da política usando para isso em primeiro lugar nossa inteligência. Mas, como membros do “Reino dos céus”, preparado desde Abraão e previsto pelos profetas para reunir todos os povos, queremos dar a Deus o que é de Deus: “sede santos porque eu, o Senhor, sou Santo” (Lev19,2).
            E a santidade é feita de misericórdia e bondade. Deus é bom, dizia o nosso santo brasileiro, D.Luciano. Do mesmo modo também São Clemente, bispo de Roma (e papa-final do primeiro século cristão) compreendeu bem a diferença entre os mestres da lei que queriam fazer o Mestre cair numa armadilha e a mensagem central do episódio: daí a Deus o que é de Deus (in: Epístola aos coríntios 14-16):
É justo e santo, irmãos, obedecer a Deus em vez de seguir os agitadores orgulhosos. [...] Juntemo-nos àqueles que põem em prática a paz, não aos que fingem querer a paz. [...] Com efeito, Cristo está entre os que são humildes de coração e não entre os que se elevam acima do Seu rebanho. O cetro da majestade de Deus (cf Heb 1,8) – o Senhor Jesus Cristo – não veio acompanhado pela vaidade nem pelo orgulho (e poderia fazê-lo), mas pela humildade de coração, como o Espírito Santo tinha dito sobre Ele: “Quem acreditou no Nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor? O servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-Lo sem aspecto atraente” (Is 53,1-3). [...] Vedes assim, bem-amados, o modelo que vos foi dado. Se o Senhor Se humilhou desta maneira, que deveremos fazer nós, a quem Ele permitiu caminhar sob o jugo da Sua graça? Que não nos falte a confiança para compreender essa Palavra anunciada. Nem nos falte a resposta para aceitar o convite imerecido.
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Prof. FernandoSM (usu rio de janeiro) fesomor2@gmail.com

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