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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 22 de maio de 2010

PENTECOSTES

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HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO

23 DE MAIO DE 2010

“VINDE ESPÍRITO SANTOS E ENCHEI AS NOSSAS MENTES DE SABEDORIA, FÉ, CORAGEM E DETERMINAÇÃO”

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BOA CELEBRAÇÃO.

23 de maio = Domingo de Pentecostes

INTRODUÇÃO

Prezadas irmãs, prezados irmãos. Finalmente chega o dia prometido várias vezes por Jesus e tão esperado pelos discípulos. O dia em que eles (e também nós, por herança prometida por Jesus) receberam o fogo do ESPÍRITO DE DEUS, O ESPÍRITO SANTO.

A feste de pentecostes é para ser comemorada com muita alegria, ânimo, esperança e coragem por todos nós que anunciamos a palavra de Deus. Por que nós também pegamos uma santa carona nesta efusão do Espírito enviado aos apóstolos. Pois quando Jesus instituiu a Igreja, ao ordenar o primeiro Papa dizendo: “Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja”, e disse também aos discípulos: “estarei convosco até o fim dos tempos”, isto significa que também somos herdeiros distantes no tempo e no espaço dessa ordenação, e dessa promessa do Mestre.

E é bom aqui lembrar que não somos melhores que ninguém, pois apesar da presença do Espírito de Deus em nós, não somos perfeitos e não passamos de miseráveis pecadores como todo mundo é. Nossa caminhada é um constante cair e levantar. Porém, a presença do Santo Espírito de Deus nos acompanhando no dia a dia da nossa missão, é coisa muito notável. Ele nos dá coragem, força física e mental, nos ilumina colocando em nossas mentes as palavras certas, e nos ajuda a levantar das quedas, nos perdoa, nos santifica e prepara os caminhos que devemos percorrer para levar a mensagem de Jesus, nos protege e defende daqueles que praticam a injustiça a qual denunciamos, etc.

Pentecostes, do grego, pentekosté, é o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo aos apóstolos como Jesus havia prometido. Cristo subiu ao céu e os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física do Mestre. O Espírito foi enviado sobre os apóstolos, transformando-os em corajosos e mais inteligentes.Como já disse em outra reflexão, Pedro não era muito inteligente. Tanto é que no dia da transfiguração de Jesus ele falou uma coisa muito inconveniente e inconseqüente . Disse ele mais ou menos assim: Mestre que maravilha ! Vamos fazer umas tendas e ficar aqui para sempre! Porém, Após a descida do Espírito Santo sobre eles, todos ficaram mais corajosos e mais inteligentes inclusive Pedro. O envio do Espírito foi a forma encontrada por Jesus para continuar presente entre nós até hoje, dando-nos força, coragem e inspiração para continuar a sua missão.

A origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita (Êxodo 23, 14), dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária. Nesta festa, o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).

No Novo Testamento, o Pentecostes está relatado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, 1-13. Como era costume, os discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, estavam reunidos para a celebração do Pentecostes judaico. De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". E, de repente, viu-se "Línguas de fogo" pousarem sobre as cabeças os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.

A festa de Pentecostes é a parte mais importante da Páscoa de Cristo. Nele, acontece a plenitude da Páscoa, pois a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado na mente, na vida e na sagrada missão dos discípulos, o que acontece até hoje, através da Igreja e de nós também, os leigos corajosos, que , sob a inspiração desse mesmo Espírito, contribuímos para suprir a falta de sacerdotes no mundo, principalmente através das nossas celebrações da palavra, com a distribuição da Eucaristia.

Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972): "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho seria uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos". O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão aqui na Terra.

Dada sua importância, a celebração do Domingo de Pentecostes inicia-se com uma vigília, no sábado. É a preparação para a vinda do Espírito Santo, que comunica seus dons à Igreja nascente.

A Festa de Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos, e consequentemente, sobre nós, catequistas. Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida e da força do Espírito: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo. Para os cristãos, o dia de Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal até os dias de hoje.

Sal.

É o Espírito Santo que como Dom do Pai, transforma nossa tristeza em perfeita alegria, que nos oferece a vitória através da Cruz. “Se com Ele morremos, com Ele ressuscitaremos”.

O evangelista João inicia sua narrativa expondo a situação da comunidade. “Ao anoitecer, do primeiro dia da semana, estando trancadas as portas do lugar onde se encontravam os discípulos…”. Ele realça a situação de insegurança própria de quem perde as referências e que não sabe mais a quem recorrer. “Jesus aparece e se coloca no meio deles”.

Os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor, e recuperam a paz e a confiança. Eles redescobrem o Mestre como centro de referência: dEle recebem as coordenadas que os levam a superar o medo e a incerteza. Diante dos “sinais de suas mãos e do lado”, que evocam o amor total expresso na cruz, os discípulos sentem que nem o sofrimento, nem a morte, nem a violência do mundo poderão detê-los.

E Jesus prossegue: “Como o Pai me enviou, assim também envio vocês”. Vivificados pelo sopro do Espírito do Ressuscitado, os discípulos constituem a comunidade da nova Aliança e são enviados a testemunhar ao mundo, em gestos e palavras, a vida que o Pai deseja oferecer a toda a humanidade. Assim, quem aceitar a proposta do perdão dos pecados, será integrado na comunidade de Jesus que, animada pelo Espírito Santo, será mediadora da oferta do amor misericordioso do Pai.

A nova comunidade, por palavras e ações, tem a missão de criar as condições para que o Espírito seja acolhido pelos corações humanos. Assim, a comunidade gerada do sopro do Espírito do Ressuscitado se transformará numa comunidade reconciliadora e testemunha do amor gratuito e generoso do Pai.

É bom lembrar que na celebração do Pentecostes, cumpre-se a promessa de Jesus aos discípulos: O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier dará testemunho de mim e vocês também darão testemunho de mim” . Que foi por nós, pregado numa Cruz, mas que para nossa salvação, ressuscita glorioso. Vem de Deus para nos trazer Deus. Volta para Deus para nos levar consigo até Deus.

“Se eu não for para junto do Pai, não poderei enviar-lhes o Dom do Pai”. Se eu não voltar para o meu Pai, não poderei levá-los para junto do meu Pai. É necessária esta passagem. Fez-se necessária a sua morte. Foi uma realidade este evento, é necessária total acolhida da nossa parte para recebermos o Dom do Pai. O Espírito Santo nos é oferecido para que vivamos no hoje da nossa história a alegria plena, pela certeza de que já fomos salvos pelo Cristo de Deus.

Para nós cristãos, Pentecostes é a plenitude da Páscoa e o dia do nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra do Ressuscitado no curso dos séculos, em meio à diversidade dos povos, animada pelo dom do Espírito enviado sobre as comunidades dos discípulos pelo Pai e pelo Filho glorificado.

À luz de Pentecostes, o anúncio do Evangelho consistirá sempre numa proposta de vida, vivida na reciprocidade, na escuta e na busca sincera da verdade. É pelo Espírito Santo que nascemos para Deus. Através do Espírito de Cristo, somos configurados a Ele e nos empenhamos no caminho da virtude. É o Espírito Santo que como Dom do Pai, transforma nossa tristeza em perfeita alegria, que nos oferece a vitória através da Cruz. “Se com Ele morremos, com Ele ressuscitaremos”.

Somos hoje Maria, que acolhe o anúncio e imediatamente se coloca a serviço de quem necessita do nosso auxílio. Somos Maria Madalena, que tem o coração transformado pelo amor do seu Senhor, para no amor Dele transformar em alegria a tristeza de nossos irmãos. Somos Isabel, geradora de vida mesmo na velhice, quando nosso coração se abre para acolher a novidade da salvação que nos é oferecia. Somos ainda Zacarias, mergulhado num profundo e misterioso silêncio para compreender a realidade visível de um Deus invisível.

O Dom de Deus que vai nos transformar e nos fará testemunhar que Cristo vive entre nós, é a alegria de pertencermos do Corpo Místico de Cristo, que vive e reina para sempre, aquecendo o nosso coração a caminho do novo Emaús, que nos leva a partilhar o pão do céu.

Pela alegria de servir, pela felicidade de um encontro com o Senhor, pela certeza de sua presença transformadora e pelo mergulho da fé no Mistério de Deus, vamos anunciar pela nossa vida, que Cristo ressuscitou e vive entre nós. Que somos outros “Cristos” testemunhando a graça, o amor e o Dom de Deus no mistério de Pentecostes. Que vivamos sempre sobre a luz do Espírito Santo.

Amém.

Abraço carinhoso de

Maria Regina

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PENTECOSTES

O NASCIMENTO DA IGREJA

INTRODUÇÃO GERAL

No Pentecostes, coroa do Ciclo da Páscoa, todos nascemos e renascemos continuamente. Nascemos para a vida no Espírito e renascemos para o projeto de Deus, procurando falar a linguagem do Espírito para o mundo de hoje. Bebendo o mesmo Espírito que foi a base da ação e da palavra de Jesus, a comunidade cristã provoca o julgamento de Deus (evangelho). Reunida pelo Espírito de Jesus, torna-se a epifania de Deus, proclamando suas maravilhas (I leitura), levando o projeto de Deus a todos os povos. Forma o corpo de Cristo e bebe do único Espírito. Por isso, na comunidade cristã, cada pessoa é um dom do Espírito para formar a comum-unidade (II leitura). Ninguém possui plenamente o Espírito e ninguém está privado dele. Na união de todos é que se forma o corpo de Cristo, o templo do Espírito Santo.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Jo 20,19-23): A comunidade recebe o mesmo Espírito que animou Jesus Nos evangelhos, João e Lucas têm perspectivas diferentes quanto a Pentecostes. Para João, ele se dá no próprio dia da ressurreição de Jesus, ao passo que Lucas faz coincidir a vinda do Espírito Santo com a festa judaica de Pentecostes, cinqüenta dias após a Páscoa. Embora as perspectivas sejam diferentes, a finalidade é a mesma, pois ambos mostram que o Espírito que sustentou a luta de Jesus para realizar o projeto de Deus é o mesmo Espírito que anima agora as lutas da comunidade cristã.

Fazendo coincidir Páscoa e efusão do Espírito no mesmo dia, o Evangelho de João quer sublinhar a continuidade entre Jesus e seus discípulos. O Espírito que agiu permanentemente em Jesus é comunicado aos seguidores no mesmo dia da ressurreição, sem pausas ou interrupções.

a. A criação da comunidade messiânica (vv. 19-21a)

O texto se inicia situando a cena no tempo. É a tarde do domingo da Páscoa. Para os judeus, já havia iniciado um novo dia. Para João, contudo, é ainda o dia da ressurreição, a nova era inaugurada pela vitória de Jesus sobre a morte. De fato, no Quarto Evangelho, tudo o que acontece depois da ressurreição de Jesus se insere num “dia pascal” que não tem fim. É a vitória definitiva da vida sobre a morte. A referência à tarde de domingo reflete a práxis cristã de se reunir para celebrar a memória da morte e ressurreição de Jesus. As portas fechadas mostram um aspecto negativo (o medo dos discípulos) e um aspecto positivo (o novo estado de Jesus ressuscitado, para quem não há barreiras).

Jesus se apresenta no meio da comunidade (ele é o centro e a razão de ser da comunidade) e saúda os discípulos com a saudação da plenitude dos bens messiânicos: “A paz (shalom) esteja com vocês!” É a mesma saudação de quando Jesus se despediu (cf. 14,27). Por sua morte e ressurreição, ele se tornou o vencedor do mundo e da morte. E por isso pode comunicar a paz, a plenitude dos bens. É, portanto, a saudação do vencedor que ainda traz em si os sinais da vitória nas mãos e no lado (v. 20). É a saudação do Cordeiro, do qual a comunidade vai alimentar-se. As cicatrizes de Jesus são uma característica dos textos joaninos (cf. Ap 5,6). O Ressuscitado não pode ser anunciado apenas em seu aspecto glorioso. As cicatrizes são memória permanente das torturas sofridas.

Os discípulos estão de portas fechadas. São uma comunidade medrosa, pois ainda não possuem o Espírito de Jesus. O medo é um freio que lhes bloqueia a tarefa de testemunhar o Cristo ressuscitado. Jesus, presente nessa comunidade, transforma totalmente a situação, capacitando-os a ser os anunciadores da vitória de Jesus sobre os mecanismos de morte.

A reação da comunidade é a alegria (cf. 16,20) que ninguém, de agora em diante, poderá suprimir (cf. 16,22).

b. A comunidade continua a missão de Jesus (vv. 21b-23)

Fortificada pela presença de Jesus, a comunidade está pronta para a mesma missão que ele recebeu: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês” (v. 21b). Quem vai garantir a missão da comunidade será o Espírito Santo. Para João, a comunicação do Espírito acontece aqui, na tarde do dia da ressurreição: “Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: Recebam o Espírito Santo!” (v. 22). O sopro de Jesus é a nova criação e remete ao que Javé fez quando criou o ser humano (cf. Gn 2,7). É o sopro da vida nova. Aqui nasce a comunidade messiânica. Aqui nasce a Igreja.

De agora em diante, batizados no Espírito Santo como Jesus (cf. 1,33), os cristãos têm o encargo de continuar o projeto de Deus. Esse projeto é sintetizado desta forma: “Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados; os pecados daqueles que vocês não perdoa-rem, não serão perdoados” (v. 23). O que é pecado para João? Consiste essencialmente em comprometer-se com a ordem injusta que levou Jesus à morte (e que hoje, de muitas formas, continua matando gente). Jesus veio para levar a vida à sua máxima expressão, e isso para todos. Mas seu projeto recebeu forte oposição dos que querem a vida só para si. Aí está a raiz do pecado, de acordo com o Evangelho de João. Os pecados são atos concretos decorrentes dessa opção fundamental contra a liberdade e a vida das pessoas.

Diante disso, qual é a tarefa da comunidade cristã? Jesus lhe dá o poder de perdoar ou não perdoar. Ela executa essa função mostrando onde está a vida e onde se aninha a morte; promovendo a vida e quebrando os mecanismos que procuram destruí-la; conscientizando as pessoas e desmascarando os interesses ocultos dos poderosos. Assim, os cristãos provocam o julgamento de Deus. Tarefa ímpar das comunidades cristãs, nem sempre fiéis a essa vocação. O que significa, por exemplo, não perdoar os pecados dos latifundiários, dos corruptos, dos políticos que utilizam o poder para defender seus interesses?

“Os discípulos continuam a ação de Jesus, pois ele lhes confere a mesma missão (20,21). Pelo Espírito que dele recebem, tornam-se suas testemunhas perante o mundo (15,26ss). Sua ação, como a de Jesus, é a manifestação, em atos concretos, do amor gratuito e generoso do Pai (9,4). Diante desse testemunho, acontecerá o mesmo que aconteceu com Jesus: haverá quem o aceite e quem endureça numa atitude hostil ao homem, rejeitando o amor e se voltando contra ele, chegando inclusive a perseguir e matar os discípulos em nome de Deus (15,18-21; 16,1-4). Não é missão da comunidade, como não era a de Jesus, julgar os homens (3,17; 12,47). Seu julgamento, como o de Jesus, não é senão o de constatar e confirmar o juízo que o homem faz de si próprio” diante do projeto de Deus (J. Mateos-J. Barreto, O Evangelho de São João, Paulus, São Paulo, 2ª edição, 1998).

2. I leitura (At 2,1-11): O Espírito ensina a comunidade cristã a continuar o projeto de Deus

Páscoa e Pentecostes eram festas agrícolas muito antigas em Israel. Com o passar dos tempos, foram transformadas em festas religiosas: Páscoa revivia a saída do Egito; Pentecostes recordava o dia em que Moisés, no monte Sinai, recebeu a Lei, tida como o maior presente de Deus ao povo. Quando Lucas escreveu os Atos dos Apóstolos (cerca de meio século após o Pentecostes), a evangelização já havia alcançado todas as nações até então conhecidas (os confins do mundo; cf. At 1,8). Isso quer dizer que, quando esse livro foi escrito, todos os povos que Lucas diz estar em Jerusalém no dia de Pentecostes já tinham recebido o anúncio de Jesus, já tinham sido evangelizados. Por que, então, Lucas recorda o evento de Pentecostes? Ele quer mostrar a universalidade do povo de Deus e da evangelização. Na ótica da fé, tudo isso é obra do Espírito de Jesus.

Ao descrever o episódio de Pentecostes, Lucas se serve de esquemas já presentes no Antigo Testamento. Ele situa a vinda do Espírito Santo cinqüenta dias após a Páscoa para fazê-la coincidir com o Pentecostes judaico, no qual o povo judeu celebrava o dom da Aliança no Sinai, a entrega da Lei (Decálogo), o surgimento de um arranjo social comprometido com a vida e a justiça. De fato, segundo Ex 19, cinqüenta dias depois que o povo saiu do Egito, Deus fez aliança com ele no monte Sinai, entregando-lhe, por meio de Moisés, a Lei. O fato foi acompanhado de trovões, relâmpagos e trombeta tocando. Ora, esse episódio é uma das bases sobre as quais Lucas constrói a narrativa do Pentecostes: cinqüenta dias após a Páscoa, estando os discípulos reunidos em Jerusalém, houve um barulho como o rebentar de forte ventania (At 2,1-2). Com isso, Lucas afirma que, em Jerusalém, se realiza a Nova Aliança; surge o Novo Povo de Deus; é dada a Nova Lei: o Espírito Santo.

Lucas se inspira em outro texto do Antigo Testamento: Números 11,10-30, em que Deus repartiu seu Espírito sobre Moisés e os setenta anciãos, para que pudessem organizar o povo. E Moisés exprimiu o desejo de que todo o povo recebesse o Espírito de Javé (Nm 11,29). Esse substrato serviu de molde para Lucas, a fim de mostrar que, finalmente, o Espírito de Deus foi derramado sobre todos no dia de Pentecostes. No início do evangelho, o Espírito tomara conta de Jesus (cf. Lc 4,18). No início dos Atos, o mesmo Espírito toma posse de todas as pessoas.

Finalmente, Lucas se serve de Gênesis 11,1-9, o episódio da torre de Babel, onde Deus confundiu a ambição das pessoas, que não se entendiam mais. Para Lucas, o Pentecostes é o oposto de Babel: aqui, “todos nós os escutamos anunciarem, em nossa própria língua, as maravilhas de Deus” (2,11).

Com o episódio de Pentecostes assim formulado, Lucas faz ver que a comunidade cristã é o novo povo de Deus, o povo da Nova Aliança, cuja Lei é o Espírito Santo. Não há fronteiras para esse povo, e o objetivo comum é viver o projeto de Deus. Esse povo é capaz de se entender e se unir porque fala a língua do Espírito de Jesus. De fato, o Espírito Santo é a memória sempre renovada e atualizada do que Jesus fez e disse (cf. Jo 14,26). Entregando seu Espírito, Deus realiza com a comunidade cristã a nova e definitiva Aliança, na consecução do projeto divino, confiado agora aos que sonham com a humanidade livre de todas as formas de opressão, violência e morte.

Não se deve confundir o fenômeno de Pentecostes com o falar línguas estranhas de 1Cor 12-14. Em At 2,1-11, todos os que estão aí à escuta – há gente de três continentes – ouvem na própria língua (entendem perfeitamente) o anúncio das maravilhas de Deus.

3. II leitura (1Cor 12,3b-7.12-13): Ninguém possui plenamente o Espírito; ninguém é privado dele! A comunidade é o corpo de Cristo!

O texto de hoje se inicia apresentando o critério básico de distinção entre o que procede e o que não procede do Espírito Santo. Esse critério básico é o reconhecimento de Jesus como o único Senhor (v. 3b). Tudo o que não leva a isso não provém do Espírito. É provável que alguém, em Corinto, julgando-se movido pelo Espírito, tenha dito grave blasfêmia: “Maldito Jesus!” (cf. 12,3a). Para Paulo, a ação do Espírito leva sempre à confissão de que Jesus é o Senhor.

Os coríntios achavam que ter carisma fosse possuir dons extraordinários, como o falar em línguas estranhas e profetizar. Sua visão dos carismas era muito redutiva e personalística. Paulo começa abrindo brechas, afirmando que são distribuídos muitos dons (não alguns somente), mas o Espírito que os distribui é o mesmo: é o Espírito de Jesus (cf. 12,4). Toda ação tem sua origem no Pai; o que os cristãos fazem se baseia na ação de Jesus (cf. vv. 5-6). Note-se aí a formulação trinitária. Em Deus não há divisão, mas harmonia. Tudo colabora na execução do projeto de Deus. O mesmo se verifica na comunidade cristã: “A cada um é dado algum sinal da presença do Espírito Santo, para o bem comum” (v. 7). É uma quase definição de carisma. Mas salienta que o movimento do carisma é de dentro para fora, e não o contrário.

A seguir, Paulo emprega a imagem do corpo. Ele está pensando no corpo humano, que tem muitos membros, mas ao mesmo tempo pensa no corpo social, a comunidade cristã, que forma um todo com Cristo (v. 12; cf. 6,15: “Vocês não sabem que seus corpos são membros de Cristo?”). Então, pensa Paulo, se em Jesus, com o Pai e o Espírito, não há divisões apesar da diversidade, como pode havê-las na comunidade, que é o corpo de Cristo? De fato, o anúncio do evangelho em Corinto havia unido povos, categorias e classes sociais incompatíveis até então: judeus e gregos, escravos e livres (v. 13a; cf. Gl 3,28, que é uma das grandes sínteses do evangelho de Paulo).

O batismo havia elevado todos a um nível jamais atingido antes: todos receberam o mesmo Espírito, a fim de constituir um só corpo social, sem rupturas ou distinções: a comunidade cristã, corpo de Cristo. Assim, todos se alimentam e se inspiram na mesma fonte, que é o Espírito Santo (v. 13b). Têm sentido, portanto, as divisões escandalosas que as comunidades criam em torno de interesses pessoais, posições ou tarefas mais vistosas? Não é um atentado ao corpo de Cristo e ao Espírito de Jesus? Não é um atentado ao projeto de Deus?

III. PISTAS PARA REFLEXÃO


• Analisar a coordenação pastoral: com que espírito agimos na comunidade cristã? Que sentido têm os encargos, os postos, os serviços? É o Espírito de Jesus quem anima toda a pastoral?

• A diversidade dos membros da comunidade é fator de crescimento mútuo? Manifesta o novo povo de Deus nascido do Espírito? Nossas comunidades são Pentecostes ou Babel?

• O projeto de Deus continua na comunidade: somos abertos à nova criação do Espírito ou vivemos medrosos e de “portas fechadas”? Provocamos o “julgamento de Deus” numa sociedade que rejeita sistematicamente o projeto de Deus ou não nos distinguimos em nada da sociedade injusta e corrupta em que vivemos?

• Pentecostes é tempo de ecumenismo. Qual seria a grande proposta ecumênica que o Espírito nos faz? Não seria tempo de unir as pessoas do mundo inteiro, independentemente do credo que professam, em torno de um mesmo objetivo, a justiça e a vida para todos? Não seriam as palavras “justiça” e “vida” o novo sopro do Espírito?

Fonte: Paulus Liturgia

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PENTENCOSTES-COMO O PAI ME ENVIOU, TAMBÉM EU VOS ENVIO.

O tema desde Domingo, é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas conseqüências.

Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une, numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.

Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

Leituras Primeira Leitura - Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-11)

Nunca será demais realçar o papel do Espírito na tomada de consciência da identidade e da missão da Igreja… Antes do Pentecostes, tínhamos apenas um grupo fechado dentro de quatro paredes, incapaz de superar o medo e de arriscar, sem a iniciativa nem a coragem do testemunho; depois do Pentecostes, temos uma comunidade unida, que ultrapassa as suas limitações humanas e se assume como comunidade de amor e de liberdade.

1Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam.

3Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava.

5Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. 6Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua.

7Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? 8Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? 9Nós, que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em nossa própria língua!”
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial - Salmo 103 Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!
Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.


Se tirais o seu respiro, elas perecem
e voltam para o pó de onde vieram.
Enviais o vosso espírito e renascem
e da terra toda a face renovais.

Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.


Que a glória do Senhor perdure sempre,
e alegre-se o Senhor em suas obras!
Hoje seja-lhe agradável o meu canto,
pois o Senhor é a minha grande alegria!

Enviai o vosso Espírito, Senhor,
e da terra toda a face renovai.

Segunda Leitura - Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12,3b-7.12-13)

Os “dons” que recebemos não podem gerar conflitos e divisões, mas devem servir para o bem comum e para reforçar a vivência comunitária. As nossas comunidades são espaços de partilha fraterna, ou são campos de batalha onde se digladiam interesses próprios, atitudes egoístas, tentativas de afirmação pessoal?

Irmãos: 3bNinguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. 4Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. 5Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. 6Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.

7A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. 12Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo.
13De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.
Palavra do Senhor.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João (Jo 20,19-23)

As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que nos faz vencer os medos, superar as covardias e fracassos, derrotar a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É necessário ter consciência da presença contínua do Espírito em nós e nas nossas comunidades e estar atentos aos seus apelos, às suas indicações, aos seus questionamentos.

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.

20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.

21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.

22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Palavra da Salvação.

Comentário

Testemunhas do Espírito, testemunhas do amor

Em nosso mundo falam-se muitos idiomas. Tantos que muitas vezes não nos entendemos. Também, em nossa cidade encontramos pela rua pessoas que falam outras línguas. Também nós mesmos passamos pela experiência de não encontrar ninguém que entenda nosso idioma quando precisamos de ajuda ou de não poder ajudar adequadamente a alguém porque simplesmente não a entendemos.

Hoje celebramos Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre aquele primeiro grupo de apóstolos e discípulos que, após a morte e ressurreição de Jesus seguiam se reunindo para orar e recordar ao mestre. A vinda do Espírito Santo teve um efeito maravilhoso. De repente, os que tinham estado encerrados e atemorizados se atreveram a sair à rua e a falar de Jesus a todos os que encontravam.

O surpreendente é que naqueles dias Jerusalém era um fervedouro de pessoas de diversos lugares e procedências. Por suas ruas passavam pessoas de todo mundo conhecido daqueles tempos. Mas todos ouviam aos apóstolos falarem em seu próprio idioma das maravilhas de Deus, do grande milagre que Deus tinha feito em Jesus o ressuscitando dentre os mortos.

Desde então o Evangelho saltou todas as fronteiras das nações, das culturas e das línguas. Chegou até aos mais distantes dos rincões de nosso mundo, proclamando sempre as maravilhas de Deus de forma que todos o puderam entender. Junto com o Evangelho chegou também a paz a muitos corações e a capacidade de perdoar, tal e como Jesus no Evangelho diz aos apóstolos.

Hoje são muitos os que se seguem deixando levar pelo Espírito e com suas palavras e com sua forma de se comportar dão depoimento das maravilhas de Deus. Com seu amor por todos e sua capacidade de servir aos mais pobres e necessitados faz com que todos compreendam o amor com que Deus nos ama em Jesus. Com sua capacidade de perdoar vai enchendo de paz os corações de todos.

O Espírito segue animando em nosso mundo. Há testemunhas que comunicam a mensagem acima das barreiras do idioma ou das culturas. Não foi a mãe Teresa de Calcutá uma testemunha de dimensões universais? Sua figura pequena e débil era um sinal vivente da preferência de Deus pelos mais débeis, pelos últimos da sociedade.

Hoje o Espírito chama-nos a nos deixar levar por ele, a proclamar as maravilhas de Deus, a amar e a perdoar aos que nos rodeiam como Deus nos ama e perdoa, a encontrar novos caminhos para proclamar o Evangelho de Jesus em nossa comunidade. Hoje é dia de festa porque o Espírito está conosco, chegou a nosso coração.
Aleluia!

O que me chamava mais a atenção na mãe Teresa de Calcutá?

Que outras pessoas me parece que são hoje testemunhas do amor de Deus em nosso mundo?

Como poderia eu ser testemunha do amor e perdão de Deus para os que me rodeiam?

Fonte : Pe. Fernando Torres do site – ciudad redonda

http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893

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Pentecostes
"Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos
vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor."

O tema desde Domingo, é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas conseqüências.

Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une, numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.

Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

Leituras Primeira Leitura - Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-11)

Nunca será demais realçar o papel do Espírito na tomada de consciência da identidade e da missão da Igreja… Antes do Pentecostes, tínhamos apenas um grupo fechado dentro de quatro paredes, incapaz de superar o medo e de arriscar, sem a iniciativa nem a coragem do testemunho; depois do Pentecostes, temos uma comunidade unida, que ultrapassa as suas limitações humanas e se assume como comunidade de amor e de liberdade.

Segunda Leitura - Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12,3b-7.12-13)

Os “dons” que recebemos não podem gerar conflitos e divisões, mas devem servir para o bem comum e para reforçar a vivência comunitária. As nossas comunidades são espaços de partilha fraterna, ou são campos de batalha onde se digladiam interesses próprios, atitudes egoístas, tentativas de afirmação pessoal?

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João (Jo 20,19-23)

As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que nos faz vencer os medos, superar as covardias e fracassos, derrotar a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É necessário ter consciência da presença contínua do Espírito em nós e nas nossas comunidades e estar atentos aos seus apelos, às suas indicações, aos seus questionamentos.

Comentário

A Páscoa do Espírito

Pentecostes em quatro dimensões: Maria, Lucas, João e Paulo. Contemplemos o mistério da Páscoa do Espírito.

Símbolo da comunidade ungida

Ela, Maria, havia recebido o Espírito com antecipação. A Energia de Deus havia se apoderado de seu ser com uma pressão inimaginável. "Como isto será?”, se perguntava. Como pode um ser humano “gerar” o Filho de Deus? Somente através de um Pentecostes maravilhoso! A santa Pomba iluminou todo seu ser - alma e corpo -, iluminou seu coração, deixou tudo pronto, para que concebesse. Depois a acompanhou segundo a segundo até que desse a luz e lhe inspirou o nome, o titulo de sua obra.

Nesta mulher, Maria, nós nos vemos refletidos. É a melhor imagem de nossa comunidade, a Igreja. Ela estava lá, no dia de Pentecostes. Neste tempo o Espírito desceu sobre todos e, ela estava incluída. O Espírito desce e comunica a todos para que realizem uma grande obra, semelhante a da santa Encarnação. O Espírito desce para se fazer "mãe" da comunidade, fonte de vida, geradora de Jesus pela palavra e pelo sacramento. Quando Pentecostes acontece há Inspiração e fecundidade. Tudo se ilumina. Abrem-se as portas e tudo se torna viável. Hoje é nossa festa comunitária Hoje é a Páscoa do Espírito.

A versão de Lucas: as línguas de fogo

Jesus ressuscitado pede à sua comunidade que não se afaste de Jerusalém. Que esperem o presente-promessa do Pai. Sua comunidade imaginou que se tratava do sonho nacionalista da restauração do reino em Israel! Jesus se refere ao batismo do Espírito. Graças a ele, discípulas e discípulos se converteram em cidadãos do mundo, testemunhas até os confins da terra, carismáticos capazes de fazerem milagres. Chegou o batismo do Espírito no Cenáculo, como um furacão. Apareceram “línguas” - “linguagens”; que se iam repartindo. Todos puderam falar e todo o mundo pôde compreendê-los. O Espírito se expressou maravilhosamente em suas palavras.

No Cenáculo aparecem línguas “como de fogo”; através delas o Espírito se derrama. Esse Fogo divino reconstrói a interioridade perdida, suscita a oração que parece impossível, reúne quem se separou pelos acontecimentos da vida, reanima quem havia perdido o sentido e a ilusão, lança os temerosos que estão sem animo. O Espírito é também Vento que não pode ser contido na mera interioridade do Cenáculo. É o “ite missa est” que, depois da Cena Eucarística, dispersa a todos os reunidos na única mesa, para todos os caminhos e lugares do mundo. Pensemos, imaginemos essa impressionante dispersão que se produz a cada domingo, em tantos lugares da terra, quando o presbítero pronuncia “ite missa est”. Todos saem, deixam o Cenáculo. Esse é também o dinamismo do Espírito.

A versão de João: o encorajamento de Jesus

No Cenáculo... Jesus exalou seu encorajamento sobre eles e elas! O Cenáculo é o lugar, onde acontece a Ceia da Comunhão. É ambiente de interioridade, onde Jesus comunica suas confidencias, onde se recria a comunhão, onde se sonha o futuro. Cenáculo é o símbolo da contemplação comunitária, da oração conjunta, da espera ardente. É ponto de chegada. O Espírito enche a Casa, incendeia o lugar. Mas, até mesmo antes de aparecer visivelmente, lá esta o Espírito desprendendo-se de Jesus, que “havendo amado aos seus, os amou até o fim”. Ali está emanando, como perfume, de Maria, que concebeu precisamente por meio Dele. O Espírito é o grande artista de interiores.

Cada comunidade cristã esta projetada para ser cenáculo. Esse foi o projeto, o sonho de Deus que nos convocou para entrar no Cenáculo. Por diferentes caminhos, seguindo Jesus, nós chegamos a esse misterioso lugar. Nós temos um lugar na mesa eucarística. Temos o privilégio da habitação adornada, da mesa sempre posta, onde se oferece o Pão, o Vinho e a Palavra; onde o Espírito consagra os dons e a comunidade, onde se celebra o amor e a comunhão mútua, onde o Senhor deixa - entre uma eucaristia e outra - Seu memorial permanente. Dessa bendita habitação se transforma a casa. Também nossa Igreja é casa do Espírito. Ali esta atuando em cada um de nos, de forma silenciosa.

A versão de Paulo: liberar carismas

O Espírito nos leva aos “laboratórios” do mundo nos quais se constroem o novo. Por isso, Paulo acaba de nos falar de uma variedade impressionante de carismas presentes na comunidade cristã.

Para que isto seja cada vez mais possível, necessitamos introduzir notáveis mudanças em nossa forma de entender as coisas. Não somente necessitamos; também e, sobre tudo, mecenas, pessoas que facilitem e promovam os carismas dos demais. O renascimento na vida da Igreja se produzirá através de um novo mecenato: o carisma da mulher, o carisma do laico, o carisma do artista... Os mecenas no Espírito discernem onde atua: não apagam o pavio fumegante, nem quebram a cana rachada; crêem nos outros: “quem te crer te crerá”.

A Chuva e o Vento de Deus desejam que todas as sementes nasçam, se desenvolvam, cheguem ao ponto. É necessário estar disposto a atender o que o Espírito, que nos dá os novos dons, parece querer. Não devemos queimar nas velhas instituições carismas novos. Não temos de sacrificar a criatividade em prol da conservação. Se há que acabar com o velho, se acabe. Os mecenas se convertem então em estrategistas da mudança, em condutores da nova vida.

José Cristo Rey Garcia Paredes

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A TRANSFORMAÇÃO DOS APÓSTOLOS APÓS RECEBEREM O ESPÍRITO SANTO

Leitura - At 5,27b-32.40b-41

Antes, com medo dos judeus. Fecharam as portas e janelas com trancas de madeira atravessadas para se protegerem. Mataram o nosso Mestre, podem querer nos matar também...

Agora, corajosos, encheram a cidade de Jerusalém com a mensagem de Cristo. E mais, acusaram os poderosos sumos sacerdotes, de terem matado Jesus o Filho de Deus, que agora está vivo.

Pedro, que negou Jesus por três vezes com medo, agora enfrenta os poderosos e diz: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz.”

O que aconteceu? O que gerou tamanha transformação? De onde veio tanta coragem para testemunhar: “E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo,
que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem.”

Ah! Está aí! Foi a força infinita do Espírito Santo que os transformou, que os tornou corajosos missionários. E é este mesmo Espírito que nos encoraja que nos ilumina e nos defende quando evangelizamos.

É a coragem que vem do Alto para nos transformar e nos enviar para semear a mensagem de Cristo ao mundo pela palavra e pelo testemunho como fizeram os apóstolos.

Os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus.” E não era uma alegria fingida não. Os apóstolos sentiram-se honrados por terem sido açoitados e injuriados por causa do nome de Jesus. Por terem participado um pouco do sofrimento de Jesus ao se entregar por nós no calvário.

Prezados irmãos, esta leitura nos incentiva a imitar os primeiro cristãos, bravos por que foram transformados pelo poder do Espírito Santo, e nos lançar a luta, ao santo trabalho de levar Deus aos nossos irmãos.

Sal.

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RECEBEI O ESPÍRITO SANTO

O dom do Espírito Santo foi um elemento fundamental na experiência missionária dos primeiros cristãos. Com a ascensão do Senhor, eles se viram às voltas com uma tarefa descomunal: levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo. A missão exigiria deles inculturar a mensagem, fazendo o Evangelho ser entendido por pessoas das mais variadas culturas. Deveriam ser capazes de enfrentar dificuldades, perseguições e, até mesmo a morte, por causa do nome de Jesus. Muitos problemas proviriam dos judeus, pois a ruptura com eles seria inevitável, dada a intransigência da liderança judaica para com a comunidade cristã que tomaria um rumo considerado inaceitável. Sem dúvida, não faltariam problemas dentro da própria comunidade, causados por partidarismos, falsas doutrinas e atitudes incompatíveis com a opção pelo Reino.
Os discípulos eram demasiado fracos para, por si mesmos, levar a cabo uma empresa tão grande. Jesus, porém, concedeu-lhes o auxílio necessário ao comunicar-lhes o Espírito Santo. Fortalecidos pelo Espírito, eles não se intimidaram, antes, cumpriram, com denodo, o ministério da evangelização.
O dom de Pentecostes renova-se, cada dia, na vida da Igreja. O Espírito, ontem como hoje, não permite que os cristãos cruzem os braços diante do mundo a ser evangelizado.

Prece
Senhor Jesus, que eu seja cada dia revestido pela força do Espírito Santo, que me capacita para exercer, sem descanso, minha tarefa de evangelizador.

( Pe. Jaldemir Vitório )

FIM DOS COMENTÁRIOS SOBRE: PENTECOSTES.

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