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domingo, 21 de novembro de 2010

A FESTA DE CRISTO REI

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HOMILIAS PARA DOMINGO

21 DE NOVEMBRO – 2010

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A FESTA DE CRISTO REI

O FIM DO ANO LITÚRGICO

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A doutrina do senhorio de Cristo nos ensina ainda que a vida a que somos chamados é a mesma que viveu Jesus Cristo

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Reconhecendo que Jesus é rei, cremos que com ele Deus manifestou plenamente que a realização do homem só se pode dar pela obediência à sua vontade. Não há ação do homem que não esteja sob o juízo de Deus. Não pode haver lugar na historia sem relação com Deus por meio de Jesus.A doutrina do senhorio de Cristo nos ensina ainda que a vida a que somos chamados é a mesma que viveu Jesus Cristo: vida de serviço aos irmãos. Vivendo-a, confessamos seu senhorio e nos tornamos, como ele, homens de paz e de reconciliação.

Quando DEUS resolveu colocar JESUS na missão de salvar o mundo, sabia que aconteceriam todas as humilhações as quais o SENHOR passou. Sofreu os maiores sofrimentos da época, foi chicoteado, agredido, humilhado e colocado como o falso messias pelos homens que não creram nele. O PAI observa tudo e AMA aquele que conhece a VERDADE e a PRATICA. As provas de AMOR ao SENHOR estão acontecendo em muitos lugares, agora que é digno de aceitá-las?

Quem é digno de saber a VERDADE e por ELE aceitar o castigo? Porque muitos dizem que o AMAM, mas nunca se sabe o que acontece com quem se propõe a provar. O fato é que o SENHOR quer que nós compreendamos que ELE é o REI e nós os servos. ELE nos manda e nós, ponderados, prudentes e irmãos, nos entregamos ao seu AMOR. Não há PAI melhor do que o SENHOR. Não haverá nada que possamos fazer por aqueles que não buscam sua vitória neste mundo.

O desígnio cabe ao PAI SANTO! PAI DE JESUS CRISTO! Este mesmo que é colocado de forma indevida pelos que participaram deste momento histórico para a humanidade. Mas o que crê, que reconhece justamente ao SENHOR, já está salvo. Este o SENHOR amparou pela bondade, humildade, e justiça com ELE. Mas os outros que o humilharam não têm perdão! Nunca encontrarão a DEUS os que fazem isso nos dias de hoje, nem nos dias de amanhã. Se crer e permanecer honrando ao caminho primeiro, ao apostolado, em conseqüência ao SENHOR, estará salvo. (Paulo)“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um Nome que está acima de todo o nome, para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho - de seres nos céus - de seres na terra e de seres debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Filipenses 2:9-11).

“ Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo

E que para sempre seja Louvado!”

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

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O ano da Igreja termina com a Festa de Cristo Rei, normalmente no final do mês de novembro, antes do início do Advento, da preparação para as solenidades do Natal. Com isto, mudamos de “ciclo litúrgico”, acompanhando um caminho pedagógico da Igreja.

No Domingo de Cristo Rei, celebramos o dia dos leigos e das leigas, pessoas que procuram testemunhar o seu batismo na vida concreta. Estamos também encerrando o 2º Ano Catequético Nacional, que permitiu um grande despertar na catequese de todas as nossas dioceses, paróquias e comunidades católicas.

Neste final de semana o pensamento da Igreja é voltado para as festividades de Cristo Rei, refletindo que tipo de reinado Cristo assume. Mesmo estando na terra, os seus objetivos não são daqui. São de vida, a ponto de dar a vida por todos.

A realeza de Jesus tem como objetivo dar testemunho da verdade. Ele é a manifestação da fidelidade de Deus ao longo da história. E deu a vida por isto, chegando até a morte cruel na cruz, revelando a autenticidade de sua vida.

Aderir a Jesus Cristo é dar testemunho da verdade, tendo coragem de enfrentar o mundo da mentira proclamado e anunciado pela cultura secularizada. Existem hoje forças hostis ao projeto da caridade na verdade.

Celebrar Cristo Rei significa reanimar a resistência das novas comunidades para enfrentar o mundo da violência, da infidelidade e do poder econômico excludente, que não leva em conta o valor da vida e da dignidade humana.

Ser cristão hoje é ser sinal de contradição e de luta pela construção de um reino diferente do mundo globalizado, que massifica e coloca as pessoas perdidas na sua identidade. É o mundo da competição, da riqueza, do ter, do poder e do prazer.

Para construir o Reino de Deus é preciso dar passos com paciência e perseverança. São exigências fundamentais a vida, a partilha, a paz, a justiça, a solidariedade. Isto exige esforço, empenho e engajamento total. Supõe ruptura com o sistema que cria vítimas inocentes e indefesas.

Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO
BISPO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
www.bispado.org.br

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“ESTE É O REI DOS JUDEUS”

Jesus não é apenas o Rei dos Judeus, como caçoaram dele no dia do seu suplício, mas sim, O REI DO UNIVERSO.

E para fazer gozação, pregaram uma tábua na cruz acima da sua cabeça, com o letreiro:
'Este é o Rei dos Judeus.'
De cada lado de Jesus haviam dois condenados. Um deles, incrédulo e revoltado, também insultava, O Filho de Deus, dizendo: 'Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!'
O outro prisioneiro porém, o repreendeu, dizendo:
'Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação?
Para nós, é justo estar na cruz, porque estamos recebendo o que merecemos;
mas ele não fez nada de mal. E acrescentou: 'Jesus, lembra-te de mim,
quando entrares no teu reinado.

Essa é uma atitude de reconhecimento de sua fraqueza, de seu estado ou condição de pecador diante de Deus. Reconhecendo-se pecador e, se arrependendo e pedindo o perdão.

Parecido com a atitude do famoso Rei Davi.

Diante dessa atitude de reconhecimento do próprio pecado e do arrependimento e do pedido de perdão, a resposta de Jesus misericordioso não poderia ter sido outra.
“Jesus lhe respondeu: 'Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso.'
Viu? Na última hora, no último instante de vida um pecador foi perdoado, se salva, e pela graça e misericórdia de Deus manifestada na pessoas de Jesus, torna-se merecedor da VIDA ETERNA, DO PARAÍZO CELESTE.

Prezados irmãos e irmãs. Também nós poderemos ser salvos no último momento de nossas vidas. Porém, ao ficar sabendo disso, não devemos levar a nossa vida toda no pecado, na esperança de no instante final, sermos resgatados por Jesus. Nota-se que Dimas, não fez isso. Por acaso ele levou uma vida de pecado, roubando, e até matando, sim. Mas só Deus sabe os motivos sociais e econômicos que o teria impelido àquela vida de fora da lei. E, no momento de sua morte, ele reconhece que viveu errado, fazendo coisas erradas as quais talvez teria sido forçado a fazer por uma questão de sobrevivência. Não estamos aqui justificando de forma alguma o roubo, muito menos o assassinato de pessoas inocentes. Mas sabemos que a ocasião faz e tem feito muitos ladrões desde os tempos de Jesus até os nossos dias

O que importa nesta reflexão, é pensar que se nos reconhecermos pecadores diante de Deus, se nos arrependermos sinceramente, pedindo o perdão com humildade, seremos perdoados pela misericórdia infinita de Deus.

Porém se a nossa atitude for igual a do outro prisioneiro, já estaremos condenado. Repare que Jesus não disse uma palavra sequer para o prisioneiro que zombou dele.

Nós também zombamos de Jesus quando pecamos na sua presença, quando faltamos com a caridade, quando O trocamos pelo prazer, pelo dinheiro e pelo conforto exagerado.

Muitos hoje zombam do poder e da existência de Deus, colocando toda sua confiança no poder das armas, no poder do dinheiro, enfim, tentando resolver todos os seus problemas com os seus próprios recursos.

Dizemos tentando, porque que quem leva uma vida segundo esta escala de valores, não se isenta dos problemas nunca. Pelo contrário, quando tentam solucionar um, aparecem mais outros, pois violência gera mais violência e assim por diante numa enorme bola de neve que nunca tem fim. Isto porque longe de Deus, a nossa vida é só ENCRENCA.

Caríssimos. Peçamos a Jesus que nos ajude a nunca nos afastar dele, do reto caminho da fé, da esperança e da caridade, rumo ao PARAÍZO.

Sal.

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A REALEZA DE JESUS CRISTO

Lucas (Lc 23,35-43)

A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.

A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.

O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o “Reino”; no entanto, o “Reino” que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.

A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o home

Evangelho, segundo Lucas (Lc 23,35-43)

Um rei e um reino diferentes

Este não é um reino como os demais e nem nosso rei se parece com algum que tenha existido ou que venha a existir. Já dizia Jesus que nós estamos acostumados que os poderosos nos explorem ou oprimam, mais entre nós não devia ser assim. O mal é que as pessoas tendem a imaginar o desconhecido a partir de sua semelhança mais ou menos com as conhecemos. Por isso, o mesmo Jesus falou de reino e nós fizemos dele o rei. E de tanto usar as palavras temos colado a ideia de que seu reino é: um reino, e do qual ele é rei como o são os reis deste mundo.

Como são os reis deste mundo? De muitas maneiras. Mas gosto de recordar a introdução de um livro de um sociólogo que li faz muitos anos sobre política. Começava o livro dizendo que nas sociedades animais de todo tipo sempre tinha um líder. Dizia também que esse líder tinha muitas vezes funções de serviço à comunidade: proteger aos mais débeis, buscar alimento, etc. Mas o que se dava sempre nessas sociedades animais é que o líder se aproveitava do grupo. Isto é, tinha à sua disposição as melhore fêmeas, era o primeiro a comer e tinha direito, pois, ao melhor pedaço, etc. Depois começava o livro propriamente dito a explicar os mecanismos de organização social que temos chamado de “política”. Não fazia falta dizer nada mais para entender que também na sociedade humana os políticos muitas vezes realizam um serviço à sociedade, mais que são mais vezes os que se aproveitam dela, de nós, para seu próprio benefício.

O pacto de Hebron

Jesus não queria ser um rei dessa maneira. Basta ler o Evangelho detidamente para entendê-lo. O seu é outra forma de começar. Possivelmente seja utópica no sentido de impossível – por isso lhe custou a vida quando o tentou – mas é certamente outra forma de organizar a sociedade. Talvez a “chave” para compreender Jesus e sua ideia do que é o reino, a encontremos na primeira leitura deste domingo. O segundo livro de Samuel conta-nos que todas as tribos de Israel foram a Hebron e ali o rei Davi fez com eles um “pacto”. É muito importante sublinhar o “pacto”. Um pacto faz-se entre iguais. A um pacto não se chega como resultado do poder de um sobre os demais senão através do diálogo, do acordo, do bom entendimento. E todos são responsáveis por guardar e levar à prática o pacto.

O que Jesus nos ofereceu de parte de seu Pai foi a assinatura de um novo pacto com a humanidade. Para poder chegar a esse acordo, Deus tomou a iniciativa: se fez inferior, não fez alarde de sua categoria de Deus, se pôs a nosso nível. E definitivamente, encarnou-se.

Mas não lhe entenderam. Porque não é fácil. Os judeus tinham, como tantos hoje em dia, a ideia de um líder, um Messias, que fosse todo-poderoso e lhes solucionasse de uma vez todos os problemas. Os judeus, como nós tantas vezes, não queriam senão voltar a ser crianças e que papai ou mamãe lhes fizesse a vida fácil.

Cidadãos livres do Reino de Deus

Os judeus eliminaram a Jesus porque em lugar de levar à vitória, à independência, a um novo reino de esplendor, convidava-lhes a fazer outro caminho diferente: o de seu reino, o da fraternidade, o da acolhida aos marginalizados, dos pobres, dos indefesos, dos doentes. Porque o reino do qual falava Jesus era outra coisa. Jesus era perigoso porque convidava as pessoas a pensarem, a serem livres e responsáveis, a amadurecer como pessoas, a não dar por suposto que o que faziam os poderosos estava bem senão, mais discutir e dialogar e se sentirem responsáveis por buscar o bem comum. O de Jesus era outra coisa.

Assim Jesus é nosso rei, mais não ao estilo ao qual estamos habituados. É um rei que não se sente superior a nós, que se faz inferior. É um rei que termina morrendo na cruz. É um rei que não crê no poder das armas senão na força da reconciliação, do amor gratuito, da misericórdia. É um rei que mantém a esperança e que, no meio das dificuldades, é capaz de criar esperança no coração dos que estão próximo dele, como vemos no evangelho de hoje.

Hoje temos a oportunidade de voltar a selar o pacto com nosso rei. De igual para igual, comprometendo-nos a trabalhar pelo reino. Melhor, por “seu” reino. Achamos que vale a pena e que podemos tentar viver e nos relacionar de outra maneira, não baseadas na lei do mais forte senão no amor. A jogada é arriscada. A Jesus custou-lhe a vida. Mas nós estamos cheios de esperança porque sabemos que o Deus da Vida está de nosso lado.

Pe. Fernando Torres, cmf

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JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Senhor da paz e da unidade

Lc 23,35-43

Cristo é chamado a dirigir o povo de Deus, a ser seu condutor (cf 1ª leitura); sua realeza é de origem divina e tem o primado sobre tudo, porque nele o Pai pôs a plenitude de todas as coisas (2ª leitura). No entanto, o evangelho de Lucas apresenta a realeza de Jesus narrando a paródia da sua investidura como Rei dos Judeus na cruz, que lembra a outra paródia que se deu no pretório de Pilatos e narrada pelos outros evangelistas. A investidura real de Jesus se desenrola em torno da cruz, trono improvisado do novo Messias. Para tornar mais evidente essa aproximação, Lucas recorda a inscrição que encabeça a cruz (v. 38), mas sem dizer que se trata de um motivo de condenação (cf Mt 27, 37). Assim, a inscrição tem o lugar da palavra de investidura, como a do Pai que investe seu Filho no batismo (Lc

3,22). Além disso, Lucas introduz aqui um episódio que se refere a outro lugar (v. 36a; cf Mt 27,48) e lhe acrescenta uma frase (v. 37b) com a qual a multidão espera que Jesus se manifeste como rei; mas ele não quer que sua realeza lhe advenha da fuga à sua sorte, e sim de sua fidelidade a ela!

Cristo, rei de reconciliação

Como em todas as coisas importantes na lei mosaica, é necessário que a entronização seja reconhecida por duas testemunhas. Mas, enquanto as testemunhas da investidura real da transfiguração são dois entre as principais personagens do Antigo Testamento (Lc 9,28-36) e as testemunhas da ressurreição são também misteriosas (Lc 24,4), as duas testemunhas da entronização no Gólgota são apenas dois vulgares bandidos. Investidura ridícula daquele que só será rei assumindo até o fim o escárnio!

Lucas coloca a seguir deste trecho o episódio dos dois ladrões, como que a indicar que, para Cristo, o modo de exercer sua realeza sobre todos os homens, inclusive sobre seus inimigos, é oferecendo-lhes o perdão (vv. 34a.39-43). Lucas é muito sensível a esta idéia em toda a narrativa da paixão, mas aqui ela chega ao máximo. Com esse perdão, Cristo se apresenta como novo Adão, aquele que pode ajudar a humanidade a reintegrar o paraíso perdido pelo primeiro homem (cf Lc 3,38). É preciso ainda que essa humanidade nova aceite o perdão de Deus e não se volte orgulhosamente sobre si mesma. Cristo chega ao momento de sua vida em que poderá inaugurar uma nova humanidade, libertada das alienações do pecado; oferece ao bom ladrão participar dela, porque a sua vontade de perdoar é sem limites. O reino de Cristo se manifesta sobre convertidos.

Cristo, rei de perdão

Os termos Rei e Messias ressoam em torno da cruz em fases zombeteiras e provocantes. Nesta situação, Jesus tem um gesto verdadeiramente régio e assegura ao malfeitor arrependido a entrada no reino do Pai. Também diante dos adversários mais encarniçados, Jesus dirá palavras de perdão: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Jesus exerce, pois, e manifesta sua realeza não nas afirmações de um poder despótico, mas no serviço de um perdão que busca a reconciliação.

Ele é o primogênito de toda a criatura (2ª leitura), e como todas as coisas foram criadas nele, "foi do agrado de Deus reconciliar consigo todas as coisas, por meio dele, estabelecendo a paz no sangue da sua cruz".

Cristo é rei porque, perdoando e morrendo para a remissão dos pecados, cria uma nova unidade entre os homens. Quebrando a corrente do ódio, oferece a possibilidade de um novo futuro.

Um rei que veio para servir

Reconhecendo que Jesus é rei, cremos que com ele Deus manifestou plenamente que a realização do homem só se pode dar pela obediência à sua vontade. Não há ação do homem que não esteja sob o juízo de Deus. Não pode haver lugar na historia sem relação com Deus por meio de Jesus.

A doutrina do senhorio de Cristo nos ensina ainda que a vida a que somos chamados é a mesma que viveu Jesus Cristo: vida de serviço aos irmãos. Vivendo-a, confessamos seu senhorio e nos tornamos, como ele, homens de paz e de reconciliação.

Na Igreja de Cristo, como em toda comunidade, o ministério (= serviço) da autoridade é dado não para a afirmação pessoal, mas em função da unidade e da caridade. Cristo, bom pastor, veio não para ser servido, mas para servir (Mt 20,28; Mc 10,45) e dar a vida pelas ovelhas (Jo 10,11).

Essas afirmações ajudam a evitar as ambigüidades inerentes ao conceito de realeza quando não compreendido no sentido da realeza de Cristo.

Vera Lúcia

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JESUS É NOSSO REI

Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.

Sim, Jesus é nosso Rei, só que o seu reino não se compara com os reinos desse mundo, que é baseado no poder político, no poder econômico, no poder da beleza pessoal, onde as pessoas se esquecem que tudo isso pode acabar de um minuto para outro, não obstante o poder de recuperação dos bens materiais, através dos contratos ou planos de Seguro de Vida. Mais uma coisa os Seguros não recuperam: É a degeneração do nosso corpo. A beleza do seu rosto que hoje encantam as pessoas do sexo oposto, um dia não existirá mais. Pense nisso. MAIS A BELEZA DE VIVER NO AMOR DE DEUS É PARA SEMPRE.

No tempo de Jesus, os tipos ou forma de governo eram monarquias, nas quais os reis soberanos reinavam com quase plenos poderes. Houve vários tipos de reinados, onde os reis eram: Tiranos, injustos, imperialistas, e alguns eram justos ou mais ou menos justos. Nos dias de hoje existe mais injustiças que justiça na administração pública. A boa educação é somente para aqueles que podem pagar, professores sem poder de controle sobre a indisciplina, com baixos salários, e ainda sofrem agressões dos alunos problemas. As moradias mais chiques, é só para quem pode, uma boa assistência médica é só para aqueles que podem pagar um Plano de Saúde. Porque o atendimento para os pobres é muito precário. Espera-se muito tempo na fila para uma cirurgia, espera-se muito tempo sem poder ficar em pé, na fila para marcar uma consulta. Espera-se também para ser atendido, nos hospitais lotados, em camas improvisadas pelos corredores.

Na terra de Jesus, Jerusalém, teve dois reis muito importantes. O rei Davi, e o Rei Salomão seu filho e descendente do trono.

Davi foi um bom rei, era temente a Deus, chegando a escrever muitos salmos de louvou a Deus. Porém, infelizmente, este rei temente a Deus, pecou, cometendo adultério, e por isso muitos cristãos nem quer ouvir falar do Rei Davi.

Para esses cristãos, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para esclarecer aqui duas coisas importantes. A você meu amigo(a), que acha um absurdo quando nas leituras das missas é lido a passagem em que o Rei Davi não resistiu a tentação de ver a belíssima esposa de Urias, seu fiel guerreiro, tomando banho nos jardins da sua casa, considere que isso foi uma tentação e tanta. Todo aquele visual na frente dos seus olhos, e satanás a cochichar nos seus ouvidos: Pega, pega para você. Você é o Rei poderoso! Nem precisa ir até ela. E foi o que Davi fez. Mandou que trouxesse aquela linda mulher, que provavelmente tinha feito aquilo já de caso pensado. Assim, o bom Rei Davi pecou gravemente, cometendo adultério.

Pense. Será que você no lugar dele deixaria aquela oferta passar batida? Será que nós resistiríamos sem nenhum esforço?

Segunda parte. Deus enviou o profeta Natã que fez Davi reconhecer o seu pecado. Davi se arrepende sinceramente, apesar de ter facilitado a morte de Urias, enviando-o para a frente de batalha, e de ter ficado com a sua esposa.

Considere que o sincero arrependimento de Davi o tornou merecedor do perdão. Você não concorda com isso, não é mesmo? Então, meu amigo, pense no seguinte:

1-O arrependimento do Rei Davi foi sincero. Leia o (seu) salmo 51;

2-Você gosta de ser absolvido. Certo? Quantas vezes você já recorreu ao sacerdote para uma boa limpeza na sua alma, e ficou feliz ao ser absolvido! Davi não tinha também esse direito?

Jesus é o rei que deve governar a nossa vida. Eu digo “deve”, por que Jesus respeita a nossa liberdade de aceitá-lo como Rei, ou não. Assim, tem gente que prefere que a sua vida seja orientada e governada pelo demônio, que nos sugere viver apenas para o conforto e para o prazer.

Jesus é verdade, Jesus não nos engana! Satanás é mentiroso, e vive nos enganando. Quer ver?

Aquele indivíduo que tinha um bom emprego, uma linda esposa e um casal de filhos que formava uma família maravilhosa, certo dia ao voltar do trabalho mais cedo, parou num bar para tomar uma cerveja geladinha. Neste local, satanás, através de um falso trabalhador, pagou a bebida e lhe fez uma proposta muito lucrativa e difícil de ser recusada.

Como ele era especialista em cofres, foi convidado a ganhar muito dinheiro participando de um “serviço especial”, ou seja, roubar um banco as quatro horas da madrugada, onde tudo já estava planejado. Conclusão. Sucesso absoluto. Foi tanto dinheiro, que começou até a lhe dar problemas.

No mês seguinte, o mesmo “cara” lhe apareceu “por acaso” , e apresentou-lhe um plano perfeito em um banco de outro Estado. Não! Pra mim, chega! Mais acabou indo. Assim foram o terceiro e o quarto roubo. Todos de madrugada. Era dinheiro por todos os lados, já não tinha mais onde guardar dinheiro! Aquilo era um sonho! Não sabia mais o que comprar! Aquele sujeito já não era mais o mesmo. Estava irreconhecível até para ele mesmo. Com planos mirabolantes de comprar uma mansão em uma das Ilhas do Caribe, um apartamento na Espanha, e a fazenda que acabara de comprar, deixaria para seu irmão administrar... ... De repente ele acorda no inferno com muita sede! É. Ele estava atrás das grades da sela de uma penitenciária. Beliscou-se, para sentir se aquilo tudo era real ou um sonho. Mais o pior é que era a mais dura realidade! O seu sonho das múltiplas residências internacionais é que tinha acabado naquele exato instante!

Droga! Por que eu não parei no terceiro roubo? Só que ele não conseguia mais parar. Seus companheiros o ameaçavam de várias maneiras de jeito que para não ver sua família sofrer , tinha de continuar aquela vida pois estava atolado até o pescoço nas areias movediças do crime!

Como aquele bom sujeito, trabalhador e bom pai, bom esposo, chegou àquela situação?

Tudo aconteceu, porque, de uma hora para outra, como aconteceu com o Rei Davi, aquele bom sujeito não resistiu a tentação do prazer trazido pelo dinheiro fácil. Ele tinha o poder de abrir qualquer cofre da época. (Anos 60). Ele não ouviu a voz de Deus lhe chamando ao arrependimento e à conversão, a fugir para outro estado e mudar de vida, a arrepender-se e voltar para Deus como o fez o Rei Davi! Ele continuou e agora, sem dinheiro, sem esposa sem filhos, sem os amigos e sem emprego, está no fim dos seus dias, em algum lugar que eu não sei, e se soubesse não poderia dizer.

Prezados irmãos. Hoje em dia praticamente não existem mais reis. Mais a palavra reinado significa governo. E o reinado, o governo do Rei Jesus é totalmente diferente dos demais governos. Deixemos pois Jesus governar, dirigir os nossos pensamentos, nossa vontade, nossa vida, pois somente desta forma estaremos protegidos das tentações enganosas do demônio que só servem para destruir a nossa vida terrestre e a nossa esperança da vida eterna.

Sal.

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SOLENIDADE DE CRISTO REI

Homilia do Mons. José Maria – Solenidade de Cristo Rei (Ano C)

Com a Solenidade de Cristo, Rei do Universo, encerramos o Ano Litúrgico. No próximo domingo, dia 28, será o primeiro domingo do Advento, um novo Ano Litúrgico, início da preparação para o Natal. Ainda que as festas da Epifania, Páscoa e Ascensão sejam também festas de Cristo Rei e Senhor de todas as coisas criadas, a festa de hoje foi especialmente instituída para nos mostrar Jesus como único soberano de uma sociedade que parece querer viver de costas para Deus.

Jesus veio ao mundo para buscar e salvar o que estava perdido; veio em busca dos homens dispersos e afastados de Deus pelo pecado. E como estavam feridos e doentes, curou-os e vendou-lhes as feridas. Tanto os amou que deu a vida por eles. Como Rei, vem para revelar o amor de Deus, para ser o Mediador da Nova Aliança, o Redentor do homem. No Prefácio da Missa fala-se de Jesus que ofereceu ao Pai “um reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz”.

Assim é o Reino de Cristo, do qual somos chamados a participar e que somos convidados a dilatar mediante um apostolado fecundo. O Senhor deve estar presente nos nossos familiares, amigos, vizinhos companheiros de trabalho… “Perante os que reduzem a religião a um cúmulo de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias-tintas; perante os que querem por o Senhor de cara contra a parede, ou colocá-Lo num canto da alma…, temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que aspiramos a fazer de Cristo um autêntico Rei de todos os corações…, também dos deles” (São Josemaria Escrivá, Sulco, nº 608).

Disse o Papa João Paulo II: “A Igreja tem necessidade sobretudo de grandes correntes, movimentos e testemunhos de santidade entre os fiéis, porque é da santidade que nasce toda a autêntica renovação da Igreja, todo o enriquecimento da fé e do seguimento cristão, uma re-atualização vital e fecunda do cristianismo com as necessidades dos homens, uma renovada forma de presença no coração da existência humana e da cultura das nações”.

A atitude do cristão não pode ser de mera passividade em relação ai reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos ardentemente esse reinado. É necessário que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inteligência, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento amoroso dessas verdades reveladas. É necessário que reine na nossa vontade, para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. É necessário que reine no nosso coração, para que nenhum amor se anteponha ao amor de Deus. É necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade… Convém que Ele reine!”(Papa Pio XI).

Cristo é um Rei que recebeu todo o poder no Céu e na terra, e governa sendo manso e humilde de coração, servindo a todos, porque não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para a redenção de muitos.

O Evangelho (Lc 23, 35-43) apresenta o Rei no trono da Cruz; Cristo não aparece sentado num trono de ouro, mas pregado numa cruz, com uma coroa de espinhos na cabeça, com uma irônica inscrição pregada na cruz: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.

A cruz é o trono, em que se manifesta plenamente a realeza de Jesus, que é perdão e vida plena para todos. A cruz é a expressão máxima de uma vida feita Amor e Entrega.

Na oração do Pai Nosso Jesus no ensina a pedir: “Venha a nós o vosso Reino”.

Jesus nos convida a fazer parte desse Reino e a trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos. Por isso celebramos hoje o DIA DO LEIGO cuja missão é a de ser “protagonista da Evangelização” (Santo Domingo). O leigo, ou seja, todo aquele que tendo sido regenerado na água batismal como fermento no mundo, através de suas ações dá sabor divino às realidades terrenas. São “homens e mulheres no coração do mundo, e mulheres e homens do mundo no coração da Igreja” (Aparecida, 209). Por isto, se queremos transformar o mundo com a presença santificadora do Evangelho de Jesus Cristo, precisamos trabalhar, cada vez mais, em nossas comunidades para viver a doutrina cristã e os valores evangélicos, para que assim, como discípulos missionários, unido a Cristo Rei do Universo se coloque à serviço da comunidade, partilhando seus dons, tornando-se uma oferenda agradável a Deus Pai.

Que Maria, a Mãe santa do nosso Rei, Rainha do nosso coração, cuide de nós como só Ela o sabe fazer.

Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Padre Françoá Costa – Solenidade de Cristo Rei (Ano C)

Relativismo e verdade

A festa de hoje foi instituída no Ano Jubilar de 1925 pelo Papa Pio XI com a Carta Encíclica “Quas Primas” (QP), com o qual coincidiu o 16º centenário do Concílio de Nicéia, que proclamara a divindade do Filho de Deus; este Concílio inseriu também em sua fórmula de fé as palavras: “cujo reino não terá fim”, afirmando assim a dignidade real de Cristo (cf. QP 2).

Jesus Cristo, sendo a Verdade, é também o rei da verdade, isto é, verdade é o que ele diz. O ser humano sempre mantem essa sadia curiosidade por conhecer a verdade. No filme “A Paixão de Cristo” de M. Gibson há um momento em que Pilatos pergunta a Jesus: Quid est veritas? – O que é a verdade? Tanto no filme como na Escritura se pode ver que “falando isso, saiu de novo” (Jo 18,38). Dá a impressão de que no fundo ele não queria saber a resposta. E, no entanto, o ser humano sempre tem o desejo de conhecer a resposta para os seus interrogantes, ainda que seja verdade que às vezes tente abafar esse desejo.

No Evangelho de hoje, se percebe esse desejo a través da conjunção “se”: “se é o Cristo, o escolhido de Deus!” – manifestam os príncipes dos sacerdotes; “se és o rei dos judeus” – dizem os soldados; “se és o Cristo” – diz um dos malfeitores crucificados com Jesus. Parece existir uma dúvida que no fundo é um “grito silencioso” que poderia ser traduzido dessa maneira: “Por favor, Senhor, se manifesta; por favor, me diz quem é você. Não aconteça que pela minha ignorância, venha eu a perecer. Se você é o Cristo, me salva”. Frequentemente, diante da aparente indiferença em relação à escuta do Evangelho, devemos escutar esse apelo oculto, silencioso, um grito suplantado.

O chamado “bom ladrão” teve coragem de expressar nitidamente o desejo do seu coração: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!” Não devemos temer as revoltas humanas contra Deus. Temos a esperança de que, um dia, essas pessoas possam dizer como esse pecador que, como era um bom ladrão, soube “roubar” o céu nos últimos minutos de vida. Tenhamos por certo: a verdade de Cristo é que o que todos os homens e mulheres desejam, sabendo ou não.

A verdade, na Sagrada Escritura, não é somente uma luz na inteligência evidente para o sujeito, mas principalmente um apoio para toda a vida. O símbolo da verdade na Escritura é a rocha, a solidez da pedra. Na verdade de Deus nós podemos apoiar-nos para levar uma vida justa e bela, humana e sobrenaturalmente.

Joseph Ratzinger, um dia antes da sua eleição como Sucessor de Pedro, afirmava que nós “não devemos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. E em que é que consiste ser crianças na fé? Responde São Paulo: significa ser batidos pelas ondas e levados ao sabor de qualquer vento de doutrina… (Ef 4, 14). Uma descrição muito atual! Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamento (…). Todos os dias nascem novas seitas e cumpre-se assim o que São Paulo disse sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a induzir ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é frequentemente catalogado como fundamentalismo, ao passo que o relativismo, isto é, o deixar-se levar ao sabor de qualquer vento de doutrina, aparece como a única atitude à altura dos tempos atuais. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que usa como critério último apenas o próprio “eu” e os seus apetites. Nós, pelo contrário, temos um outro critério: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É Ele a medida do verdadeiro humanismo. Não é “adulta” uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é antes uma fé profundamente enraizada na amizade com Cristo. (…). Devemos amadurecer essa fé adulta (…). Em contraste com as contínuas peripécias daqueles que são como crianças batidas pelas ondas, São Paulo oferece-nos a este propósito uma bela palavra: praticar a verdade na caridade, como fórmula fundamental da existência cristã. Em Cristo, verdade e caridade coincidem. Na medida em que nos aproximamos de Cristo, assim também na nossa vida, verdade e caridade se fundem. A caridade sem a verdade seria cega; a verdade sem a caridade seria como um címbalo que tine (1 Cor 13, 1)”.

Cristo é o rei da verdade, mas é custoso deixar que essa verdade penetre até o mais profundo do nosso ser para ser nosso apoio, guia e modelo. Queremos conhecer a verdade, mas temos medo de comprometer-nos com ela, tememos que a verdade conhecida nos arranque do nosso habitual comodismo e das nossas costumeiras tradições. Quando Cristo bate à porta do nosso coração nos sentimos alegres, mas também – à medida que ele vai pedindo um maior espaço – percebemos como nos incomoda. No entanto, graças a Deus, somos conscientes de que a felicidade desejada só se encontrada nessa verdade abraçada.

Pe. Françoá Costa

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – Solenidade de Cristo Rei (Ano C)

2Sm 5,1-3
Sl 121
Cl 1,12-20
Lc 23,35-43

É este o último Domingo do Ano da Igreja. Na corrida, na fiada de dias iniciada no Advento do ano passado, contemplamos o Cristo que se fez homem por nós, por nós anunciou e tornou presente o Reino do Pai e, para nos dar esse Reino de modo definitivo, por nós entregou-se na cruz, morreu e ressuscitou, dando-nos de modo definitivo o seu Espírito Santo. Pois bem: depois de termos contemplado todo este mistério, chegamos ao fim e proclamamos o Senhor Jesus como Reino do Universo. Como afirma o Apocalipse, “Jesus Cristo fez de nós um reino e sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos!”

Mas, que significa afirmar esta realeza de Cristo Jesus? Pensando bem, é um título problemático, esse dado ao Senhor… Ele é Rei mesmo? Rei do quê? Rei num mundo que o rejeita, Rei de um Ocidente que cada vez mais lhe volta as costas? Rei de uma humanidade de coração fechado para o seu senhorio? Não seria mais lógico, mais realista afirmar que os reis de hoje são os Ronaldinhos, o Paulo Coelho, o Bush e os heróis de plantão? Será que celebrar o Senhor Jesus com este título portentoso, “Rei do Universo”, não é mais uma prova de que os cristãos estão delirando, apegados a um passado glorioso, quando a sociedade era cristã e a Igreja tinha poder?

Quando os cristãos confessamos que Cristo é Rei, de que reinado estamos falando? A que Reino estamos nos referindo? Nós realmente acreditamos com todo o coração e confessamos com toda convicção que Jesus Cristo – e só ele! – é Rei: Rei do universo, Rei da história, Rei da humanidade, Rei da vida de cada pessoa humana, cristã ou não-cristã. Ele é Rei porque é Deus feito homem, é, como diz a Escritura, aquele “através de quem e para quem todas as coisas foram criadas, no céu e na terra… Tudo foi criado através dele e para ele… Ele é o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1,1518).

No entanto, é necessário compreender a natureza do reinado de Jesus. A Liturgia de hoje coloca como antífona de entrada do Missal romano uma frase do Apocalipse que é surpreendente: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos!” Frase surpreendente, sim! Quem é Aquele que proclamamos Rei? O Cordeiro; e Cordeiro imolado. Cordeiro evoca mansidão, paz, fragilidade… Nosso Rei não é aquele que faz e acontece, aquele que passa por cima feito trator… Nosso Rei é o Cordeiro que foi esmagado na cruz, Aquele que foi imolado pelo Pecado do mundo. O mundo passou e passa por cima do nosso Rei, refuta seu Evangelho, desdenha de sua Palavra, ridiculariza seus preceitos, calunia sua Igreja… Esse Rei é Aquele que foi crucificado, que foi derrotado e terminou sozinho, é o homem de dores prenunciado por Isaías. No Evangelho escutamos que zombaram e zombam dele: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se de fato é o Cristo de Deus, o Escolhido! Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” (Lc 23,35.39)

Não! Decididamente, Jesus não é Rei nos moldes dos reis da terra. Não podemos imaginar os reis, presidentes e manda-chuvas deste mundo, para depois enquadrar Cristo nesses modelos. O reinado de Cristo somente pode ser compreendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis o modo que Cristo tem de reinar: servindo, dando vida e entregando a própria vida. Tão diferente dos reis da terra, dos políticos e líderes de ontem de hoje: “Sabeis que aqueles que vemos governar as nações as dominam, e os seus grandes as tiranizam. Entre vos não será assim…” (Mc 10,42s). Cristo é Rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós, é Rei porque tomou nossa vida sobre seus ombros, é Rei porque passou entre nós servindo, até o maior serviço: entregar-se totalmente na cruz. É rei porque, agora, no céu, Deus e homem verdadeiro, é Cabeça e Princípio de uma nova criação, de uma nova humanidade, de uma nova história, que se consumará na plenitude final. A festa de Cristo Rei recorda-nos uma outra: a do Domingo de Ramos, quando, com palmas nas mãos, cantamos o reinado de Cristo, que entrava em Jerusalém num burrico – animal de carga de serviço – para ser coroado de espinhos, morrer e ressuscitar.

Tudo isto nos coloca em crise, pois este Rei-Messias olha para nós, cristãos, seus discípulos, e nos convida a segui-lo por esse caminho: não o da glória, mas da humildade; não o do sucesso a qualquer custo, mas da fidelidade a todo preço; não o das honras, mas do serviço; não o da imposição, mas da proposta humilde. Quantas vezes os cristãos pensaram o reinado de Cristo de modo demasiado humano, quantas vezes a Igreja pensou que o Reino do Senhor estava mais presente quando ela era honrada, reverenciada, presente nos corredores dos palácios ou nos palanques dos grandes do mundo… Quantas vezes vemos o reinado do Senhor quando tudo sai bem para nós… Ilusão; tentação diabólica! Nosso verdadeiro reinado, nossa real serviço, nossa inalienável dignidade é unir-se a Cristo no seu caminho de humilde serviço ao Evangelho, seguindo os passos do nosso Senhor: “Fiel é esta palavra: Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos” (2Tm 2,11). Todas as vezes que esquecemos isso, fomos infiéis e indignos de reinar com Cristo. Houve tempos gloriosos na nossa história de Igreja de Cristo: já fomos perseguidos pelos romanos, já fomos perseguidos em tantos lugares da terra: já nos mataram, torturaram, pisaram, discriminaram… Houve tempos tristes: quando perseguimos, torturamos e discriminamos… pensando, assim, manifestar o Reino de Cristo! Que engano! Que ilusão!

Hoje, temos uma nova chance. Nos países muçulmanos e budistas, somos cidadãos de segunda classe, perseguidos e mortos (ninguém divulga isso!), na China, somos colocados na prisão e nossos Bispos são condenados a trabalhos forçados e, aqui, no nosso Brasil, somos chamados de reacionários, medievais, obscurantistas, anacrônicos, contrários à ciência e ao progresso… porque não aceitamos o aborto, a eutanásia, o assassinato de deficientes, a dissolução da família… É, mais uma vez, a chance de testemunhar o reinado de Cristo, de permanecermos firmes no combate, com a humildade que é capaz de dialogar e ouvir, mas também com a firmeza que não arreda o pé da fidelidade ao Senhor: “Vós sois os que permanecestes constantemente comigo em minhas tribulações; também eu disponho para vós o Reino, como meu Pai o dispôs para mim, a fim de que comais e bebais à minha mesa em meu Reino” (Lc 22,28-30). Que missão, que chance, que desafio, que graça! Com serenidade e firmeza, na palavra, na vida e na morte, testemunhemos: Jesus Cristo é Rei e Senhor, Princípio e Fim de todas as coisas.

Humildemente, elevemos, cheios de confiança, o nosso olhar para ele, e como o Bom Ladrão, supliquemos: “Jesus, lembra-te de mim, lembra-te de nós, quando entrares no teu Reino!” Só a ti a glória, pelos séculos dos séculos. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa

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O REINO DO CÉU DEVE ESTAR DENTRO DE NÓS

O Reino de Deus está entre vós.

Lc 17,20-25

Neste Evangelho, Jesus, respondendo à pergunta dos fariseus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus, diz que o Reino de Deus está entre nós.

Jesus deu o nome de Reino de Deus ao conjunto de todo o novo modo de viver que ele nos trouxe. “É um Reino eterno e universal, da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz” (Prefácio da Missa de Cristo Rei).

É um projeto de humanidade nova e, conseqüentemente, de mundo novo. Ele não chega ostensivamente, como uma grande e portentosa efeméride, abalando o céu e a terra.

Os fariseus, que fizeram a pergunta a Jesus, tinham uma noção muito errada do Reino de Deus. Eles pensavam que seria um reinado político, como no tempo de Davi e de Salomão.

O Reino de Deus é comparado com o alvorecer. A luz do sol já chegou, mas não plenamente, pois há ainda muita escuridão. Ou, numa comparação ainda mais bonita, é como a mulher dando à luz. A criança, que é o Reino de Deus pleno, ainda não nasceu, mas está aparecendo, entre dores, que são os sofrimentos dos cristãos.

Ele é uma realidade abrangente. Envolve toda a vida humana, em todas as dimensões. A Encarnação do Verbo de Deus acabou com a diferença entre profano e sagrado. Agora toda a realidade humana é sagrada, porque o homem é sagrado.

O Reino de Deus chegou aqui na terra quando Jesus nasceu. Durante a vida pública de Jesus, o Reino de Deus deu grandes passos na sua construção, e continua caminhando até hoje. Mas, de maneira perfeita e completa, foi só na pessoa de Jesus que o Reino de Deus já se realizou aqui na terra.

Nós não podemos dizer que o Reino de Deus “está aqui”, ou “está ali”, porque ele está presente na terra, mas misturado com outro reino oposto, que o livro do Apocalipse chama de reino da besta fera (Ap 11,7), ou reino do dragão (Ap 13,1-18).

O Espírito Santo nos dá o dom do discernimento para distinguirmos um do outro. Onde existe a verdade, a paz, a justiça, o bem, aí está o Reino de Deus. Onde existe a mentira, a violência, a injustiça, a desobediência a Deus e a falta de fé, aí está o reino da besta fera. O reino da besta fera leva à morte, o Reino de Deus leva à vida.

Os agentes dos dois reinos vivem em conflito. A turma do reino da besta fera já matou milhares de agentes do Reino de Deus. E os agentes do Reino de Deus já conseguiu converter milhares de agentes do reino da besta.

O trabalho de construção do Reino de Deus gera numa luta entre a verdade e a mentira, a santidade e o pecado, a justiça e a injustiça, a violência e a paz, o amor e o ódio, a solidariedade e a ganância, a vida e a morte. Muito sangue já foi derramado nessa luta, e ainda será. Basta ver os mártires. No centro da luta está a Igreja. Ela é santa, porque seu fundador é santo, é dirigida pelo Espírito Santo e tem muitas pessoas santas, entre as quais se destaca Maria Santíssima. Mas é também pecadora, pois nós, seus membros, somos pecadores.

Mas a nossa luta e a nossa esperança são de que a Igreja seja cada vez mais santa. Quando um cristão se santifica, toda a Igreja se torna mais santa; quando um cristão peca, toda a Igreja fica mais pecadora.

Certa vez, houve uma competição de cegos. O desafio era descer uma montanha de neve, usando esqui, e ver quem chegava primeiro. Para treinar, eles descaram a montanha várias vezes.

Mas cada um deles tinha ao seu lado um esquiador profissional, que ia dando ordens para ele. O profissional gritava: “esquerda”. “direita”. Enquanto obedeciam aos comandos, podiam fazer todos ziguezagues do percurso e cruzar a linha de chegada.

É assim que o Reino de Deus se constrói. É cada um dando a mão ao outro, suprindo a sua deficiência, pois todos somos deficientes em alguma coisa.

E a Santa Igreja tem uma estrela: Maria Santíssima. Ela é “a glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do Povo de Deus”. Que ela nos ajude a ser bons cidadãos do Reino de Deus.

O Reino de Deus está entre vós.

Padre Queiroz

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Domingo, 21 de novembro de 2010

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Santos do Dia: Apresentação de Nossa Senhora (Memória), Alberto de Lovaina (bispo, mártir), Amelberga de Susteren (abadessa), Celso e Clemente (mártires de Roma), Columbano de Luxeuil (abade), Demétrio e Honório (mártir de Óstia), Gelásio I (papa), Heliodoro e Companheiros (mártires), Hilário de Volturno (abade), Honório, Êutico e Estêvão (mártires), Mauro de Verona (bispo), Rufo de Roma (bispo, citado por São Paulo em Rm 16, 13 como o “eleito do Senhor”).

Primeira leitura: 2 Samuel 5, 1-3.
Eles ungiram Davi como rei de Israel.
Salmo responsorial: 121,1-5.
Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
Segunda leitura: Colossenses 1, 12-20 .
Recebeu-nos no reino de seu Filho amado.
Evangelho: Lucas 23, 35-43 .
Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado

A festa do Cristo Rei foi estabelecida pela Igreja na época do ocaso das monarquias, com o objetivo de apoiá-las como também as aristocracias interessadas pela sobrevivência do Antigo Regime e para fazer oposição aos nascentes regimes republicanos, que representavam os interesses dos pobres, do liberalismo e da nascente democracia. Suas origens são muito discutíveis. Contudo, em todo caso, os textos da liturgia desta festa mostram a maneira peculiar como Cristo seria “Rei”.

Convém lembrar em que consistiam as esperanças messiânicas do povo judeu no tempo de Jesus: uns esperavam um novo rei, ao estilo de Davi, tal como é apresentado na primeira leitura de hoje. Outros, esperavam um dirigente militar que fosse capaz de derrotar o poderio romano; outro esperavam um novo Sumo Sacerdote, que purificaria o Templo. Nos três caos, esperava-se um Messias triunfante e poderoso.

O salmo que lemos hoje, também proclama o modelo davídico de “rei”. Jerusalém, a “cidade santa” é a cidade do poder. Isso explica o motivo pelo qual Jesus ao anunciar a Paixão a seus seguidores, não conseguem entender o motivo pelo qual teria que enfrentar a morte.

O Evangelho nos apresenta como Jesus Cristo reina: não a partir de um trono imperial, mas a partir da cruz dos rebeldes. A rebelião de Jesus é a mais radical de todas: pretende, não somente eliminar um tipo de poder (o romano ou o sacerdotal) para substituí-lo por outro com outro nome e em contraposição à lógica de dominação e violência (que era o que correspondia às expectativas judaicas).

Podemos dizer que Jesus é o anti-modelo de rei dos sistemas opressores: não quer dominar as pessoas, mas promover, convocar, suscitar o poder de cada ser humano, de modo que cada uma e cada um de nós assumamos responsavelmente o peso e a alegria de nossa liberdade.

Um dos grandes psicólogos do século XX, Erich Fromm, propõe, em seu livro O medo da liberdade, que diante da angustia que produz no ser humano a consciência de estar separados do resto da criação, adotamos duas atitudes igualmente patológicas: dominar os outros e buscar alguém para dele depender entregando-lhe nossa liberdade.

Em ambos os casos, as pessoas buscam, através destes mecanismos, dissolver essa barreira que nos separa das outras pessoas e do resto do universo. O pecado fundamental do ser humano é, segundo isto, um pecado de poder mal administrado, mal assumido.

É essa a origem de todos os outros pecados: a avareza, que conduz a uma ordem econômica injusta; a soberba, que nos impede ver com clareza nossos erros e pecados; a mentira que nos leva a manipular ou a deixar-nos manipular; a luxuria, o sexo utilizado como instrumento de poder para “possuir”, oprimir; o medo, que nos impede de levantar e caminhar sobre nossos próprios pés.

Emaranhados nessas armadilhas do poder a que conduz nosso “medo da liberdade”, quando um regime opressor dá qualquer sinal se torna insuportável, buscamos como derrotá-lo para substitui-lo por outro que funcione sobre a mesma lógica. Essa é a lógica que Jesus desarticula de forma total e radical.

Quando no Getsemani acodem os soldados e as turbas “da parte dos sumos sacerdotes e anciãos do povo” (Mt 26, 47) para prender Jesus, ele não recorre à violência de nenhum tipo. Jesus se nega a ser coroado rei ao estilo do “mundo”, logo depois da multiplicação dos pães ou peixes (Jo 6,15). A tentação do poder, entendido ao estilo dos sistemas opressores, persegue a Jesus desde o deserto até a cruz.

E do deserto até a cruz Jesus rejeita este modelo, denuncia com toda clareza que isto procede do maligno, do “príncipe deste mundo”, não e cai em suas armadilhas. O custo desta resistência, valente e lúcida de Jesus, é a morte.

Na cruz, Jesus derrota, total e radicalmente, o poder do mal concebido como violência e opressão, por uma parte, e como dependência, submissão e alienação por outra. Desse modo é que inaugura um novo tipo de relacionamento entre as pessoas e com o universo inteiro: um relacionamento baseado no respeito mútuo, na harmonia, na coragem, a fim de assumir o peso da própria liberdade responsável.

Na carta aos colossenses, Paulo assinala como, através de Jesus, o Cristo (primogênito de todas as criaturas, preexistente e co-criador do universo, cabeça da Igreja, primícia da plenitude da Criação inteira) se produz a reconciliação de todos os seres com Deus. Esta e outras expressões paulinas deram lugar a interpretações errôneas, ao considerar a morte de Jesus na cruz como o preço que ele havia de pagar para que o Pai, enfastiado e rancoroso, perdoasse a humanidade pecadora.

Contudo, os evangelhos nos mostram com clareza o motivo pelo qual Jesus nos reconcilia com o Pai: não porque esse Deus, pai e mãe, seja um deus rancoroso, mas porque havíamos perdido o rumo da autêntica unidade com Ele e com o universo inteiro.

Esse retorno à unidade com Deus não aconteceu por medo da existência, nem por meio de posturas de poder (dominante ou dependente), mas superando nossos medos, apresentando-nos tal como somos diante de Deus, em total pobreza de espírito, sem máscaras protetoras que impediam de ver seu rosto.

Nós cristãos proclamamos que Cristo é o alfa e o ômega dos tempos e Senhor da Historia. Porém, e sobretudo, que seu senhorio é o de quem liberta de toda forma de opressão e submissão, que nos dá a liberdade de Espírito, que nos devolve a filiação divina obscurecida por nossos medos, debilidades e pecados.

Assim o Cristo é um anti-Rei aos olhos do “mundo”. É o Cordeiro imolado (Ap 5,12) aquele que nos reconcilia com Deus e nos leva, não de regresso ao Paraíso perdido, mas à utopia da Nova Jerusalém, onde se haverá de adorar somente a Deus esse que liberta, que nos coloca em pé!

Lamentavelmente, quantas vezes em nossa vida eclesial reproduzimos os modelos de “reinado” do mundo e não os de Deus em Jesus Cristo! Quantas vezes estabelecemos relações autoritárias de poder, em vez de serem relações fraternas! Quantas vezes entramos em conflito com os poderes do sistema, seja por ação ou por omissão!


O modelo de “reinado” apresentado como o “Cordeiro imolado” nos interpela e chama à conversão. Não é necessário nem conveniente sublinhar a “realeza” de Jesus, se isso significa tergiversar seu autêntico e efetivo projeto de vida. Causa dano, sobretudo aos mais oprimidos, apresentar essa imagem monárquica e principesca de um Jesus que, na verdade, dedicou toda sua vida e suas energias para desmascarar e lutar contra esse tipo de estrutura.


ORAÇÃO COMUNITARIA


Ó Deus, nosso Pai, que enviaste Jesus Cristo para que anunciasse a todos o teu desejo de renovar totalmente o mundo, contaminado pelo pecado; nós te pedimos que ao proclamá-lo Rei não nos impeça de ver que o verdadeiramente importante é construir com ele e como ele, seguindo seus passos, o teu Reino. Pelo mesmo Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Missionários Claretianos.

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22 de Novembro – Domingo- Cristo reina.

(João 18,33-37)

Nos tempos de Jesus, havia dois grupos de pessoas que pensavam diametralmente o contrário um do outro a respeito da realeza de Jesus. O grupo daqueles que eram beneficiados pelo seu poder curativo e pelas suas palavras de sabedoria, queria coroá-lo rei dos judeus não só por isso, mais principalmente para que Ele expulsasse os invasores romanos daquele território.

Já o grupo representado pelas as autoridades judaicas via em Jesus um subversivo, que pretendia tornar-se rei dos judeus, libertando o povo da opressão romana, portanto, um forte concorrente de Pilatos. Foi por isso que Jesus disse que o seu reino não desse mundo. Pilatos ao interrogar Jesus se ele era o rei dos Judeus, demonstra sua preocupação com um possível concorrente.

O reinado de Jesus não tem nada a ver com os reinados desse mundo. Seu reinado é um reinado de serviço, e não de ser servido. Um exemplo disso é o fato do Rei Jesus ter lavado e beijado humildemente os pés dos discípulos.

O reinado ou governo de Jesus, é um reinado de bondade, de paz, de amor fraterno, de caridade de justiça. É por isso que todos nós deveríamos fazer parte desse reino de Cristo, onde reina somente o amor e a verdade.

Cristo é quem dee governar a nossa vida. Dizemos “deve”, porque Ele não força, não nos obriga a aceitar o seu governo. Apenas nos convida, diariamente batendo à nossas porta querendo entrar na nossa vida.

Tem gente que não ouve, ou ignora e não deixa Jesus entrar em suas casas. E o que acontece? O príncipe das trevas, o demônio, se aproxima ou encosta em nós, e nos faz as propostas mais espetaculares, carregadinhas de muito prazer. Mais suas promessas não passam de mentiras e enganação. Porque o demônio além de mentiroso, vive tentando tirar os filhos escolhidos de Deus engajados na pastoral, do seu caminho de salvação pessoal e comunitária, exatamente como o fez com o Rei Davi. Satanás o tentou a pecar contra o irmão e contra Deus, e tirá-lo do seu caminho. Cuidado. Isso pode acontecer hoje comigo ou com você.

Não feche a porta quando Jesus bate. Deixe Jesus entrar na sua casa, na sua vida, nos seus planos. Juntamente com isso, reze, medite a palavra, leia o Catecismo da Igreja Católica, e pratique muita caridade, e comungue o máximo que puder. Isso tudo vai dificultar satanás de invadir a nossa vida. Mas fique de olho vivo, fica esperto, porque o demônio não vai lhe dar folga. Ele sabe que você é engajado(a) na vida da Igreja, e assim serve a Deus. Por isso ele está de olho em você, eperando o menor deslize seu, esperando aquele momento de fraqueza, de carência, para dar o bote como uma serpente. Como fez com o rei Davi.

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CRISTO REI

A palavra rei hoje em dia está fora de moda, desatualizada, mais o sentido de reinar, não. Mais o significado de reina, não está fora de moda. Porque reinar é o mesmo que governar. E Jesus, reina ou governa, não como os governos e os poderosos desse mundo.vDeus cuida de cada folha que cai, de cada fio de cabelo de nossa cabeça, de cada peixe que faz a piracema, subindo a cachoeira em saltos espetaculares para desovar na cabeceira do rio, pois perto da foz tem muitos predadores.

A piracema é um espetáculo incrível, que prova o governo de Deus sobre as maravilhas do Universo. Como pode um peixe de um salto vencer a força das águas e subir a cachoeira e depois a corredeira acima?

Ele pode porque Deus lhe deu esse poder, e continua cuidando dele, governando a sua existência.

Irmãos. Se Deus cuida o governa a natureza, os pássaros, os peixes, que dirá de nós? Mais para que deus cuide de nós com mais força, precisamos deixar que Ele entre na nossa vida e permaneça conosco. Precisamos entregar a nossa vida a Deus para que Ele a administre.Precisamos deixar que Deus reine , ou governe a nossa vida 24 horas por dia até o nosso último suspiro.

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TERMINA HOJE O ANO LITÚRGICO DE 2010

Chama-se Ano Litúrgico o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus Cristo. "Através do ciclo anual, a Igreja comemora o mistério de Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor" (NUALC nº 43 e SC nº 102). Ano Litúrgico é, pois, um tempo repleto de sentido e de simbolismo religioso, de essência pascal, marcando, de maneira solene, o ingresso definitivo de Deus na história humana. É o momento de Deus no tempo, o "kairós" divino na realidade do mundo criado. Tempo, pois, aqui entendido como tempo favorável, "tempo de graça e de salvação", como nos revela o pensamento bíblico (Cf. 2Cor 6,2; Is 49,8a).

As celebrações do Ano Litúrgico não olham apenas para o passado, comemorando-o. Olham também para o futuro, na perspectiva do eterno, e fazem do passado e do futuro um eterno presente, o "hoje" de Deus, pela sacramentabilidade da liturgia (Cf. Sl 2,7; 94(95)7; Lc 4,21; 23,43). Aqui, enfatiza-se então a dimensão escatológica do Ano Litúrgico. O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.

O Ano Litúrgico não deve, porém, ser visto como um concorrente do ano civil, porque, mesmo este, é um dom do Criador. Deus, inserindo-se no tempo, através de Cristo, pela Encarnação, santificou ainda mais o tempo. Por isso, todo o tempo se torna também tempo de salvação. Cada ano litúrgico, que celebramos e vivemos, deve ser um degrau que subimos rumo à eternidade do Pai. Em outras palavras, deve ser um crescendo cada vez mais vivo rumo à pátria celeste. Celebrar o Ano Litúrgico é como subir a montanha de Deus, não de maneira esportiva, como alpinista, mas como peregrino do Reino, onde, a cada subida, sente-se mais perto de Deus.

O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã e apostólica, afirma que o domingo, "Dia do Senhor", é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra o mistério central de nossa fé, na páscoa semanal que, devido à tradição apostólica, se celebra a cada oitavo dia. O domingo é justamente o primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor, que nos lembra o primeiro dia da criação, no qual Deus criou a luz (Cf. Gn 1,3-5). Aqui, o Cristo ressuscitado aparece então como a verdadeira luz, dos homens e das nações. Todo o Novo Testamento está impregnado dessa verdade substancial, quando enfatiza a ressurreição no primeiro dia da semana (Cf. Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1; como também At 20,7 e Ap 1,10).

Quando se inicia o ano Litúrgico?

Diferente do ano civil, mas, como foi dito, não contrário a ele, o Ano Litúrgico não tem data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do Advento, encerrando-se no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta última solenidade do Ano Litúrgico marca e simboliza a realeza absoluta de Cristo no fim dos tempos. Daí, sua celebração no fim do Ano Litúrgico, lembrando, porém, que a principal celebração litúrgica da realeza de Cristo se dá, sobretudo no Domingo da Paixão e de Ramos.

As divisões do ano Litúrgico

Os mistérios sublimes de nossa fé, como vimos, são celebrados no Ano Litúrgico, e este se divide em dois grandes ciclos: o ciclo do Natal, em que se celebra o mistério da Encarnação do Filho de Deus, e o ciclo da Páscoa, em que celebramos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como também sua ascensão ao céu e a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja, na solenidade de Pentecostes. O ciclo do Natal se inicia no primeiro domingo do Advento e se encerra na Festa do Batismo do Senhor, tendo seu centro, isto é, sua culminância, na solenidade do Natal. Já o ciclo da Páscoa tem início na Quarta-Feira de Cinzas, início também da Quaresma, tendo o seu centro no Tríduo Pascal, encerrando-se no Domingo de Pentecostes. A solenidade de Pentecostes é o coroamento de todo o ciclo da Páscoa. Entremeando os dois ciclos do Ano Litúrgico, encontra-se um longo período, chamado "Tempo Comum". É o tempo verde da vida litúrgica. Após o Natal, exprime a floração das alegrias natalinas, aí aparecendo o início da vida pública de Jesus, com suas primeiras pregações. Após o ciclo da Páscoa, este tempo verde anuncia vivamente a floração das alegrias pascais. Os dois ciclos litúrgicos, com suas duas irradiações vivas do Tempo Comum, são como que as quatro estações do Ano Litúrgico.

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As cores do ano Litúrgico

Como a liturgia é ação simbólica, também as cores nela exercem um papel de vital importância, respeitada a cultura de nosso povo, os costumes e a tradição. Assim, é conveniente que se dê aqui a cor dos tempos litúrgicos e das festas. A cor diz respeito aos paramentos do celebrante, à toalha do altar e do ambão e a outros símbolos litúrgicos da celebração. Pode-se, pois, assim descrevê-la:

  • Cor roxa
  • Cor Branca
  • Cor vermelha
  • Cor preta
  • Cor rosa
  • Cor verde

Igreja de Santo Antônio
Curso de Crisma

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Domingo, 21 de Novembro de 2010
Jesus Cristo Rei do Universo

Evangelho (Lucas 23,35-43)

Jesus Cristo Rei do Universo

ENTENDENDO O EVANGELHO

São Lucas faz uma distinção importante na primeira linha de nosso texto de hoje do Evangelho. Ele diz: "O povo ficou ali diante de Jesus na Cruz assistindo." Ele distingue cuidadosamente entre a resposta do povo e seus líderes. São os líderes que Jesus não zombar do povo.

Devemos compreender claramente que, quando a Igreja faz referência ao papel dos judeus na sua liturgia não é todo o Povo de Israel que condena Jesus e provoca a sua morte, mas os líderes dos dias que têm um interesse egoísta desse ato de oportunismo político.

Ao apontar que as pessoas ficaram e assistiram quando Jesus morreu na cruz São Lucas está chamando a atenção não apenas à sua passividade, mas também a sua expectativa de que algo estava para acontecer. Ele implica que eles estão abertos a novas idéias, fato que eles estão abertos à conversão.

O foco principal da leitura do Evangelho é, seguramente, a interação entre os dois criminosos crucificados ao lado de Jesus. Da mesma forma que a atitude das pessoas é contrastada com a de seus líderes é assim a atitude do bom ladrão comparada com a que os abusos Jesus.

VIVENDO O EVANGELHO

Chegamos ao ponto culminante do Ano Litúrgico. Nós experimentamos na liturgia de todos os principais acontecimentos da vida de Cristo. Temos acompanhado o direito através de sua concepção até sua ascensão ao céu.

Tendo andado com ele ao longo do ano, concluímos com esta grande Festa de Cristo Rei, e através de nossa celebração que somos lembrados de que o mais importante de todos. Somos lembrados de que cada um de nós terá de enfrentar a morte, o juízo e cada um de nós deve fazer o que pudermos, enquanto ainda há tempo para nos preparar para esse dia maravilhoso.

E isso significa, numa palavra, que devemos nos arrepender. Devemos reconhecer nossa própria “pecaminosidade” e desesperança e convertei-vos com toda a humildade pedindo-lhe para nos salvar e curar-nos.

A vida cristã é uma vida vivida em reconhecimento de nossa total dependência de Deus. Isto significa que a conversão é em seu coração. Mas a conversão não é uma coisa única, não, é um processo constante. Temos de nos lembrar constantemente que sem Deus não somos nada e que devemos, portanto, dar-lhe prioridade em tudo o que dizemos ou fazemos.

Cristo é nosso Rei, ele é o rei das nossas vidas, rei de nossos destinos, o rei de toda a criação. Ele é o governante, somos governados. Ele é o curador, somos os pacientes. Ele é o salvador, estamos a salvo.

É a ele que devemos obediência, e é a ele que nós pagamos honra e adoração. Ele está tão acima de nós que se reduzem à insignificância, em comparação. E ainda me pergunto é que ele nos ama e quer nos levantar para estar com ele para sempre.

Uma vez que entendemos a nossa verdadeira posição em relação a ele, não podemos nos colocar em primeiro lugar a vida. Mais uma vez que entendemos a nossa verdadeira posição em relação a ele podemos ter certeza que ele vai ser sempre o primeiro em nossos corações, em primeiro lugar em nossos pensamentos, em primeiro lugar em nossas vidas.

Você pode, você consegue.

SEJA SIMPLESMENTE FELIZ.

Professor Isaías da Costa

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Contato: isaiasdacosta@hotmail.com

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