HOMILIAS PARA O
PRÓXIMO DOMINGO
30 DE JANEIRO – 2011
4º DOMINGO DO TEMPO COMUM
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Comentários do Prof. Fernando
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Prezados leitores. As leituras deste domingo nos faz um convite à santidade. Ela é possível, pela graça e bondade de Deus. E para quem acha que é um porcaria no Reino do Céus, Paulo em sua carta aos Coríntios (1, 26-31) nos afirma que somos chamados por Deus. E que Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte. Veja, que às vezes na nossa ingenuidade, na nossa maneira de humilde de ser, quantas vezes diante de pessoas que se acham poderosas sejam pelo poder do dinheiro, pela força física, ou pela sua posição social, tais pessoas nos olham de cima para baixo, com um ligeiro sorriso de desprezo mal disfarçado, como se nós diante deles fôssemos uns "fora da realidade", por acreditar e publicar os ensinamentos de Jesus Cristo. E até tecem pequenos comentários quando nos distanciamos, como por exemplo: "Será que o padre é mesmo casto?"
Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado. Aquele que renunciou à riqueza para se dedicar ao Reino de Deus.
Aquela humilde professora ou catequista que trabalha no Colégio Católico que não sendo rica em bens materiais, mais rica em sabedoria e virtudes ministra aulas e faz encontros catequéticos com os "filinhos de papai" do bairro nobre, ela, que por vezes é considerada uma simples pessoa do ponto de vista social, acaba por ser respeitada por aqueles que no fundo são tementes a Deus.
Prezados catequistas. Hoje Jesus Cristo nos Jesus nos chama de "bem-aventurados" porque somos pobres, porque passamos algumas necessidades, porque defendemos a justiça e por isso somos às vezes desprezados pelos nossos vizinhos onde moramos, porque usamos de misericórdia para com os mendigos, porque depois dos nossos atritos com as pessoas por causa do seu egoísmo que as levam a cometerem abusos e injustiças, nós as perdoamos e procuramos a reconciliação e trabalhamos pela paz entre as pessoas. E por isso somos criticados por aqueles que defendem a vingança para qualquer ato violento de que quem quer seja. Da mesma forma somos também criticado por vezes pelo fato de sermos constantes na Igreja. É o papa hóstia, o carola, a beata, o amigo ou amiga do padre, etc. Não liguemos para isso! Pelo contrário, rezemos por tais pessoas. Repetindo as palavras de Jesus na cruz: Pai, perdoai-lhes o que fazem!
A palavra de Deus que foi proferida por seu Filho no sermão da montanha e chega hoje aos nossos ouvidos, nos acalma e nos conforta, e nos alegra por nos dizer que estamos no caminho certo. O caminho da Casa do Pai. Este é o caminho da penitência, da oração, da meditação, da caridade, da dedicação pelas coisas de Deus, do nosso trabalho pela evangelização ou a serviços das pastorais.
A palavra de Deus hoje nos convida a fazer parte do grupo dos santos da Igreja.
Ser santo é confiar plenamente na proteção de Deus. É ter a certeza de poder contar com o seu infinito poder, pois somos totalmente dependentes d'Ele.
Ser santo é escutar Deus a todo instante, em tudo que acontece nas mínimas coisas do dia a dia.
Ser santo é ver Deus no sorriso de uma criança, na chuva que cai no barulho das ondas, no vento que balança a folha da palmeira, no canto dos pássaros, no por do sol...
Ser santo é não se esquecer do irmão, e ajudá-lo em suas necessidades. O Santo sabe que recebemos tudo de Deus, a voz, a saúde, a beleza, a energia, e todos os talentos ou qualidades especiais que possuímos. Então porque cobramos do irmão quando vamos usar alguns destes talentos par dar-lhe uma força, uma ajuda?
Ser santo é viver nesta vida apesar dos percalços, dos desastres, da violência, como se já estivesse vivendo na vida eterna. Estamos falando do antegozo da vida Eterna.
Ser Santo é trabalhar diariamente para construir um mundo melhor, mais fraterno, menos violento, mais justo, cheio de misericórdia, compreensão, tolerância, amor, perdão.
Ser Santo é levar ou tentar levar Deus aos irmãos, seja pela catequese, seja pelo exemplo.
Ser santo é reconhecer suas limitaçõs, e procurar diariamente o perdão e a força de Deus, para conseguir a cada instante viver na preseça desse Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Sal.
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Jesus,com as bem aventuranças,mostra-nos :É bem aventurado
e feliz quem segue a sua doutrina.
Jesus ensinava ao povo porque percebia que o mundo havia desviado os homens do objetivo maior para o qual eles haviam sido criados. Se pararmos para refletir, nós também, hoje, iremos entender que tudo quanto Jesus ensinava àquele povo, naquele tempo é completamente o inverso do que o mundo tem nos ensinado. Por isso é que Ele, hoje, continua olhando para nós e quer nos dar ciência de que a herança do Pai para nós não consiste numa porção material, mas num ensinamento para uma vida em abundância. Por isso, Ele passou para nós a nossa Constituição, nossa Regra de vida, por meio das Bem Aventuranças.
Assim, Ele nos mostra que é bem aventurado, isto é, feliz, quem segue a Sua doutrina. Embora achemos difícil vive-las precisamos ter em mente que o Pai sabe do que o filho necessita, por isso, não podemos duvidar, mas ter a certeza de que Ele nos dará capacidade para colocar em prática tudo o que nos aconselha. As três primeiras bem-aventuranças: os pobres de espírito, os mansos, os que choram descrevem a recompensa da alma que ama corretamente a si mesmo e se converte para Deus vencendo o apego às riquezas e às honras do mundo (os pobres de espírito); aprendendo a se controlar, a dominar a raiva, as impaciências (os mansos); vencendo a tendência ao conforto, à preguiça, aprendendo a sofrer um pouco no corpo por amor a Deus ( os que choram).
Em seguida vêm duas bem-aventuranças que descrevem a recompensa da alma que ama o seu próximo praticando a justiça, ou seja, dando a cada um o que lhe é devido – (são os que têm fome e sede de justiça); praticando a bondade e a piedade ajudando ao próximo, e o acolhendo por amor a Deus, ( os que são misericordiosos). E por fim, as duas últimas bem-aventuranças descrevem a recompensa da alma que ama a Deus acima de tudo e que na vida de oração procura encontrá-Lo, levada pelos dons do Espírito Santo. Os que vivem da virtude e desejam agir sempre no bem são os puros de coração; os que esperam receber o prêmio pela ajuda que deram ao próximo são os pacíficos; E Jesus termina resumindo tudo numa só frase: «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus».
O Espírito Santo é o cirurgião da nossa alma, por isso, é preciso muita entrega, em oração para que nós possamos nos deixar operar por Ele a fim de que tenhamos tudo isso como Regra da nossa vida.Meu irmão,minha irmã,vamos refletir:Você tem se deixado operar pelo Espírito Santo de Deus?Você tem conseguido viver as bem aventuranças? Qual a mais difícil para você vivenciar? Perceba em qual Bem-aventurança você está mais fraco e peça a ajuda do Espírito.
Amém
Abraço carinhoso
Maria Regiina
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IV Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste IV Domingo do Tempo Comum propõem-nos uma reflexão sobre o "Reino" e a sua lógica. Mostram que o projeto de Deus - o projeto do "Reino" - roda em sentido contrário à lógica do mundo… Nos esquemas de Deus - ao contrário dos esquemas do mundo - são os pobres, os humildes, os que aceitaram despir-se do egoísmo, do orgulho, dos próprios interesses que são verdadeiramente felizes. O "Reino" é para eles.
Na primeira leitura, o profeta Sofonias denuncia o orgulho e a auto-suficiência dos ricos e dos poderosos e convida o Povo de Deus a converter-se à pobreza. Os "pobres" são aqueles que se entregam nas mãos de Deus com humildade e confiança, que acolhem com amor as suas propostas e que são justos e solidários com os irmãos.
Na segunda leitura, Paulo denuncia a atitude daqueles que colocam a sua esperança e a sua segurança em pessoas ou em esquemas humanos e que assumem atitudes de orgulho e de auto-suficiência; e convida os crentes a encontrar em Cristo crucificado a verdadeira sabedoria que conduz à salvação e à vida plena.
O Evangelho apresenta a magna carta do "Reino". Proclama "bem-aventurados" os pobres, os mansos, os que choram, os que procuram cumprir fielmente a vontade de Deus, porque já vivem na lógica do "Reino"; e recomenda aos crentes a misericórdia, a sinceridade de coração, a luta pela paz, a perseverança diante das perseguições: essas são as atitudes que correspondem ao compromisso pelo "Reino".
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mateus 5,1-12a)
Comentário - A nova lei das Bem-aventuranças
1- Deus do monte
"Sermão das Bem-aventuranças, sermão do monte", dizemos indistintamente. É clara a preferência de Deus em escolher os montes, como lugares de culto e de revelação. Repassemos alguns nomes: Moriah, Sinai, Horeb, Sión, Tabor, Calvário, Olivete. A liturgia convida-nos: "Vinde, subamos ao monte do Senhor". Hoje surpreendemos Jesus num monte sem nome, um morro sobre o mar de Tiberíades.
É um momento solene. Jesus proclama a Carta Magna do Reino, a Constituição Fundamental de seu projeto missionário. Estas sim que são as senhas de identidade do seguidor de Jesus. (Que pena que muitos nos identifiquem com outros proclamas que aparecem nos meios!).
Aqui está o reverso do Sinai, e seu decálogo. As Bem-aventuranças não chegam entre trovões e raios senão em comunicação cordial; não é lei de mínimos senão ideal máximo; não se redigem em proibições senão em chamadas aos valores maiores; não vêm escritas em tabuas de pedra senão chegam diretamente ao coração.
As Bem-aventuranças é um projeto para todos, não para as minorias. Inclusive, ao final do sermão do monte, nos é aberto infinitamente o horizonte: "Sede perfeitos como vosso Pai do céu". "Demasiado bonito". Pois de nós depende que seja credível. Muitos cristãos o fazem.
2- Palavra de Deus
Mateus ressalta a solenidade da ocasião: Jesus sobe ao monte da nova lei e permanece sentado, tendo diante seus discípulos e um grande gentio. Três tempos aparecem nas Bem-aventuranças: a proclamação de ditosos, os sujeitos de tal felicidade e, finalmente, a recompensa que lhes espera.
Nove vezes repete: "Ditosos!", grito tão paradoxal ante as razões pelas que assim se proclama: por ser pobres sem outra esperança do que Deus; por ser mansos e recusar toda violência; por chorar ante o pecado e os sofrimentos do outro; por ter fome de justiça; por ser misericordiosos; por ter o coração limpo; por lutar pela paz; por saber-se perseguidos pelas coisas de Deus.
A recompensa, no fundo, é sempre a mesma: o Reino dos céus.
Sofonías e São Paulo fazem questão dos mesmos sujeitos das Bem-aventuranças: os humildes, os pobres, o néscio do mundo, o que não conta. Isso sim - e aqui também a recompensa - Cristo será para eles "sabedoria, justiça, santificação e redenção". Há quem dê mais?
3- Hoje se cumpre esta palavra
Ditosos, benditos, felizes.
Que é que mais profundamente deseja o homem senão ser feliz? E, no mais fundo, ser feliz é querer e ser querido; querido por Deus e pelos demais. A cada cristão dissemos como Maria: "Feliz porque creste". Estamos alegres porque cremos que Deus é Boa Notícia, que tudo é aliança de amor. Somos felizes porque Deus é feliz. Está antes a graça que o mandamento. "A alegria do Senhor é vossa força". Que feliz uma freira, toda uma vida junto aos doentes!
Verdadeiro é que a felicidade não se detém num mero bem-estar material, com os sentidos satisfeitos "no máximo", pois a capacidade de nosso desejo é infinita. Mas é igualmente verdadeiro que uma alegria, tão profunda que não tenha reflexo no desfrutar da vida, não merece o nome de cristã. Seguimos a Jesus, não ao Batista.
Navegar contra corrente
A moral cristã descobre luzes onde o mundano só encontra sombras. Olhando a Jesus, entende-se estupendamente que há fundamentos morais pelas quais se pode viver e lutar.
Seguir Jesus é cumprir as Bem-aventuranças. Queremos e prometemos ser como Jesus de Nazaré: que não tinha onde reclinar a cabeça, sempre aberto ao Pai (nada de instalação, de domínio, de dignidades); que era doce e suave com os pecadores e os simples (nada de poderio e violência); que consolava aos que sofrem e repetia: "Tem ânimo, ficas curado" (nada de dureza de coração ou mera resignação); que procurava, antes de mais nada, o Reino e sua justiça (nada de opressão ou discriminação); que nos fez um canto à misericórdia quando nos falou da Ovelha Perdida (nada de gente sem entranhas ou rigorismos); que era singelo de coração (nada de hipocrisias); que nos disse: "minha paz deixo-vos, minha paz dou-vos" (nada de espadas, rancores, discórdias); que, ao fim, morreu na cruz, perseguido por seus inimigos (nada de fugir do sacrifício, de não ser fiéis ao ideal; a Igreja era mais fiel sendo mártir que aceitando inquisidores).
"Vinde benditos. Tomai posse do Reino".
Jesus oferece três tipos de recompensa: Primeiro, herdar o Reino dos céus; segundo, ver a Deus e chamar-se filho seu; terceiro, e como conseqüência, conseguir o consolo, a misericórdia e a justiça.
Vivendo as Bem-aventuranças, o Reino será nosso , segundo rezamos na Missa: "Nos reunimos a cerca de Ti, para celebrar em teu Reino a grande festa do céu"; como Jesus, podemos chamar a Deus "Pai"; nos damos conta de que é verdadeiro o que disse São João: "Olhai que amor nos tem o Pai, que nos faz filhos de Deus"; como o salmista, gritamos: "Minha alma tem sede de ti" e de tua justiça; copiando a Miguel Unamuno (pensador espanhol): "Amor de Ti nos queima"; nos alegramos na expressão bíblica: "Deus do consolo".
Bem entendido que este Reino começa aqui, nesta terra. Nada de droga. A fé é compromisso, não morfina.
Assim o pedimos na Prece Eucarística: "Que tua Igreja seja um recinto verdadeiro, de liberdade, de justiça e amor".
Pe. Conrado Bueno Bueno
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DOMINGO 30 de Janeiro de 2011
Evangelho - Mt 5,1-12ª
BEM-AVENTURADOS OS POBRES EM ESPÍRITO
O destaque deste evangelho de Mateus são as bem-aventuranças.
Bem-aventurados somos nós pelo privilégio de beber desta fonte de inesgotável sabedoria, e mais bem aventurados ainda, se conseguirmos agir alicerçados nas bem-aventuranças.
A subida de Jesus ao monte, à semelhança de Moisés no Antigo Testamento para receber a Lei – uma obrigatoriedade para os judeus, sinaliza o momento de oração do Messias com Deus Pai. Momento em que Jesus senta para, em silêncio, ouvir e receber a energia divina d'Aquele que O enviou.
Mas, as Bem-aventuranças – o Sermão da Montanha – não são imposições, mas sim um convite à salvação, à santidade e conversão do povo. Podemos afirmar que as bem-aventuranças representam a concretização do Paraíso na Terra, o que pode até soar como uma utopia.
Analisemos: seria utopia desejar um mundo onde reinasse a mansidão, a pureza de coração, a justiça social? Seria utopia defender o direito ao pão de cada dia, à água que dessedenta, à moradia, enfim, a paz entre os povos?
Caros irmãos e irmãs: tenhamos certeza que nós, que acreditamos e queremos seguir os caminhos de Jesus Cristo, atravessaremos também pelas sendas tempestuosas. Ensinaremos multidões, carregaremos conosco multidões, mas seremos perseguidos, injuriados, considerados loucos ou fora de si, utópicos! Mas finalmente, vitoriosos em Jesus.
A alegria de unir nossa vida com a vida de todos, em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo é eterna. Abracemos a missão evangelizadora – um desafio que precisamos vencer pela FORÇA da CRUZ, porque sabemos que a jornada é espinhosa, mas entre os espinhos nasce sempre uma linda e perfumada rosa.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Amém!
Abraços fraternos.
Nancy – professora
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Domingo, 30 de Janeiro de 2011
4º Domingo do Tempo Comum
Evangelho (Mateus 5,1-12a)
VOCÊ É UM BEM AVENTURADO
ENTENDENDO O EVANGELHO
As oito bem-aventuranças do Evangelho de Mateus abre seu Sermão do Monte longa. Eles são especialmente notáveis porque atingem a tônica de todos os que se seguem no mesmo sermão. Além disso, a primeira bem-aventurança atinge a tônica também para as sete bem-aventuranças que se seguem.
A palavra decisiva nesta primeira bem-aventurança é a palavra "pobre". Seu significado é derivado de uma palavra hebraica que significa "um aflito." Foi aplicado pela primeira vez, portanto, para aqueles judeus da era pré-cristã imediatas que eram economicamente e politicamente impotentes, mas que continuou na esperança em Deus mesmo que ele parecia tê-los abandonado. Eram muitas vezes pobres em um sentido econômico, mas sua base foi mais pobreza em termos de poder e controle.
Jesus faz a afirmação ousada que estes oprimidos na verdade deveria ser declarado beato, ou seja, sorte. O que poderia justificar tal conclusão radical e aparentemente sem sentido? Jesus certamente não tem a intenção de abençoar a impotência como tal. No entanto, ele afirma a bem-aventurança daqueles que, porque são impotentes, são salvos da ilusão de que o poder do mundo pode, de fato, dar-lhes (e a nós) os dons somente verdadeiramente importantes e duradouras, tais como, amor, felicidade e vida em si. Sendo entregues a partir dessa ilusão desastrosa, eles são chamados bem-aventurados ou felizes porque são livres para voltar para Deus, que está pronto e disposto a dar-lhes o Reino. Mateus especifica essa pobreza "em espírito" porque é essencialmente uma atitude de humildade e confiança na presença de Deus.
VIVENDO O EVANGELHO
O ideal aqui apresentado não deve ser confundido com uma infeliz passividade ou timidez na presença dos desafios desta vida. Pelo contrário, ele nos liberta do "autocentrismo" e os esforços de auto-serviço, que irá revelar-se improdutivo, para que possamos estar presentes para os outros de modo carinhoso, atencioso e prestativo. Isto é resumido ordenadamente na afirmação aparentemente paradoxal, mas muito verdadeiro: "O único presente que podemos manter é o ato de dar de presente!" Ou, na linguagem evangélica, "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida" (Marcos 8:36)?
As restantes sete bem-aventuranças são realmente ecos desse primário. Aqueles que "choram" são aqueles que se atrevem a se tornar vulneráveis por meio do gesto de amar... e assim descobrir o segredo da felicidade. Os "mansos" vão renunciar o poder e a violência como um meio de adquirir a felicidade ... e assim são candidatos à verdadeira felicidade. Aqueles que "têm fome de justiça" têm uma paixão para as reformas que permitam a todos viver e sonhar. Aqueles que são "misericordiosos" devem renunciar à raiva e a vingança, eles oferecem o perdão. Os "puros de coração" são os sinceros e verdadeiros, que rejeitam tudo o que é farsa e fingimento na vida.
O "pacificadores" promover o perdão e a reconciliação como a única forma segura para a paz. E aqueles que são "perseguidos" são aqueles que perseveram na busca destes ideais, apesar do ridículo de outros que parecem ser os sábios e prudentes. Assim, as bem-aventuranças representam um programa de verdadeira santidade e felicidade através da sabedoria do evangelho, em vez de através da sabedoria equivocada da filosofia puramente secular.
SEJA SIMPLESMENTE FELIZ
Professor Isaías da Costa
Contato isaiasdacosta@hotmail.com
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Homilia do Padre Françoá Costa – IV Domingo do Tempo Comum – Ano A
O consolo do perdão
"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados"
(Mt 5,4)
Santo Ambrósio, Santo Hilário, São João Crisóstomo e Santo Agostinho entenderam que essa bem-aventurança se refere às lágrimas derramadas por causa dos nossos pecados; a consolação é o perdão dos pecados. "Todo pecador deve chorar. A quem se chora senão a um morto? E quem está mais morto senão o malvado? Coisa admirável: chore por si mesmo e reviverá; chore fazendo penitência e será consolado com o perdão" (S. Agostinho).
Santo Agostinho também deixou escrito que todo convertido é ferido por certa tristeza porque, além de não alegrar-se nas antigas "alegrias" da sua vida pecaminosa, tampouco possui ainda o amor das coisas eternas. É o Espírito Santo, o Consolador, quem o vai enriquecendo com a eterna alegria aqueles que perderam a alegria das coisas pecaminosas.
Que consolador é chorar os próprios pecados! Aquele que já teve essa experiência bem o sabe. Que alívio! Pode ser uma boa preparação para o Sacramento da Confissão ou até mesmo um fruto dela. Pode ser o começo da conversão, como também pode significar uma maior união com Deus. De fato, quem entende o que é o pecado são os santos, os pecadores o ignoram!
Os pecadores, sem saber ou sabendo, vão se destruindo a si mesmos. Que pena! Não dá vontade de chorar ao ver tantos jovens afundados nas escravidões das drogas, do sexo, da violência. Rapazes e moças que podem ter um futuro brilhante estão se destruindo pouco a pouco, encontrando nisso um prazer que poderíamos qualificá-lo como "quase macabro". A imagem de Deus sendo destruída nessas pessoas! Não é triste?
É bom chorar os próprios pecados e alcançar de Deus a consolação do perdão. É meritório chorar os pecados alheios suplicando e conseguindo a misericórdia e o perdão de Deus para eles. Isso é caridade! Quem chora os próprios pecados alcança, por graça de Deus, a própria salvação; quem chora, ademais, os pecados dos outros, alcança a salvação – dom de Deus – para os outros e para si. Uma pessoa que é capaz de se com-padecer encontra-se muito próxima do Coração de Deus. Caso alguém diga que Deus não pode sofrer, responderemos sem discordar, mas levando em sério o quanto Deus se implica na situação das pessoas: "Deus est impassibilis, sed non incompassibilis" (S. Bernardo de Claraval), ou seja, Deus é impassível, mas não incompassível, ele se compadece de nós. Os nossos pecados realmente e de uma maneira misteriosa ofendem a Deus, mas ele tem a iniciativa: vem ao nosso auxílio, nos perdoa e nos salva.
É comum ler nas biografias dos santos que eles choravam pelos próprios pecados e também pelos pecados da humanidade. Esses cristãos que tinham intimidade com Deus sentiam delicadamente o que é uma ofensa a Deus. Pecar é ofender a Deus. Assim como nós nos sentiríamos mal se ofendessem alguém que consideramos o nosso melhor amigo, de maneira semelhante é-nos doloroso ver que se ofende a Jesus, nosso melhor amigo. Os santos choravam pelos pecados porque amavam a Deus. Eles tinham uma idéia um pouco mais clara de quem é Deus e do quanto ele nos ama. Eles chegavam a penetrar nos abismos da miséria porque viviam nos abismos do amor e da misericórdia de Deus.
Nós sempre estamos sendo convertidos e nos convertemos. Deus nos uniu a si, mas temos que seguir crescendo nessa união. Também nós, sentimos no coração que se ofenda tanto a Deus, bondoso e generoso para com todos, e sentimos também por essas pessoas que vão se destruindo paulatinamente no pecado.
No coração de um filho de Deus há uma espécie de paradoxo irremediável, pelo menos até que chegue a Parusia: por um lado, está sempre feliz e cheio de paz, o sorriso está estampado no seu rosto; por outro, sente uma espécie de dor pela situação presente. Entre a Trindade beatíssima, onde o cristão tem a cabeça e o coração, e a miséria mundanal, onde tem a cabeça, o coração e os pés, o cristão deve viver sempre levando a esse mundo e a todas as pessoas a esperança, a misericórdia e a paz.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria – IV Domingo do Tempo Comum – Ano A
Onde está a Felicidade?
Jesus está diante de uma multidão imensa! Esperam d'Ele a sua doutrina salvadora, que dará sentido às suas vidas. Então Jesus subiu ao monte e começou a ensinar-lhes (Mt 5, 1-12).
É esta a ocasião que Jesus aproveita para traçar uma imagem profunda do verdadeiro discípulo.
Trata-se do Evangelho das bem-aventuranças que constitui um resumo do Sermão da Montanha e de todo o Evangelho de Jesus Cristo.
"Bem-aventurado" significa feliz, ditoso, e em cada uma das Bem-Aventuranças Jesus começa por prometer a felicidade e por indicar os meios para consegui-la. Por que Jesus começa falando da felicidade? Porque em todos os homens há uma tendência irresistível para serem felizes; esse é o fim que têm em vista em todos os seus atos; mas muitas vezes buscam a felicidade no lugar em que ela não se encontra, em que só acharão tristeza.
"Jesus começou a ensiná-los: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5, 2-3).
A atitude fundamental exigida para participar do Reino dos Céus é a pobreza em espírito. Pobre em espírito é todo aquele que tem a atitude de confiança da criança em relação a seus pais. Pobre em espírito é quem coloca toda a sua confiança no Senhor. É o que não coloca sua segurança nos bens materiais, na glória e na fama, mas em Deus. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada em propriedade; tudo é de Deus seu Pai e a Ele o deve. A pobreza em espírito, quer dizer, a pobreza cristã, exige o desprendimento dos bens materiais e austeridade no uso deles.
O espírito de pobreza, a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração, o suportar injúrias por causa do Evangelho são aspectos de uma única atitude da alma: o abandono em Deus, a confiança absoluta e incondicional no Senhor.
Em geral o homem antigo, mesmo no povo de Israel, procurava a riqueza, o gozo, a estima, o poder, e considerava tudo isso como a fonte de toda a felicidade. Jesus traça um caminho diferente. Exalta e abençoa a pobreza, a doçura, a misericórdia, a pureza, a humildade.
Com as Bem-aventuranças, o pensamento fundamental que Jesus queria inculcar nos ouvintes era este: só o servir a Deus torna o homem feliz.
O conjunto de todas as Bem-aventuranças traça, pois, um único ideal: o da santidade. Ao escutarmos hoje novamente essas palavras do Senhor, reavivamos em nós esse ideal como eixo de toda a nossa vida. Como nos diz o Apóstolo S. Paulo: "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (1Ts 4, 3). Chama cada um à santidade e a cada um pede amor: aos jovens e velhos, aos solteiros e casados, aos que têm saúde e aos enfermos, a cultos e ignorantes; trabalhem onde trabalharem, estejam onde estiverem.
Sejam quais forem as circunstâncias por que atravessemos na vida, temos que sentir-nos convidados a viver em plenitude a vida cristã. Não pode haver desculpas, não podemos dizer a Deus: "Esperai, Senhor, que se solucione este problema, que me recupere desta doença, que deixe de ser caluniado ou perseguido…, e então começarei de verdade a buscar a santidade". Seria um triste engano não aproveitarmos precisamente essas circunstâncias duras para nos unirmos mais a Deus.
"Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem…Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus" (Mt 5, 11-12). Assim como nenhuma coisa da terra nos pode proporcionar a felicidade que todos nós procuramos, assim nada nos pode tirá-la se estivermos unidos a Deus. A nossa felicidade e a nossa plenitude procedem de Deus. Peçamos ao Senhor que transforme as nossas almas, operando uma mudança radical nos nossos critérios sobre a felicidade e a infelicidade.
Seremos necessariamente felizes se estivermos abertos aos caminhos de Deus em nossas vidas. Quando os homens, para encontrarem a felicidade, experimentam caminhos diferentes do da vontade de Deus, diferentes daquele que o Mestre nos traçou, no fim só encontram solidão e tristeza. Longe do Senhor, só se colhem frutos amargos e, de uma forma ou de outra, acaba-se como o filho pródigo enquanto esteve longe da casa paterna: comendo bolotas e cuidando de porcos (Lc 15, 11-32).
São felizes aqueles que seguem o Senhor, aqueles que lhe pedem e fomentam dentro de si o desejo de santidade.
Quando nos falta alegria, com certeza, é porque não procuramos a Deus de verdade, no trabalho, naqueles que nos rodeiam, nas dificuldades. Não será, talvez, porque ainda não estamos inteiramente desprendidos? "Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor"!
Mons. José Maria Pereira
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Homilia do D. Henrique Soares da Costa – IV Domingo do Tempo Comum – Ano A
Sf 2,3;3,12-13
Sl 145
1Cor 1,26-31
Mt 5,1-12a
A Liturgia da Palavra deste hoje apresenta-nos as Bem-aventuranças, uma das mais belas páginas da Escritura e o que de mais doce há nas palavras de Nosso Senhor. Mas, essas Bem-aventuranças são um doloroso escândalo para nós! Sejamos sinceros: elas parecem um sonho lindo, mais irreal e impraticável!
O texto de São Mateus nos diz que Jesus subiu ao Monte, como Moisés, no Antigo Testamento, do Monte Sinai deu a Lei aos judeus. Jesus senta-se, como um Mestre, não na cátedra de Moisés, mas na sua própria cátedra… Os discípulos se aproximam para escutar; e o Mestre lhes ensina, a eles, e a nós, que agora, sentados, buscamos compreender a Palavra do Senhor.
Mas, o que Jesus ensina? Feliz quem é pobre, feliz é quem chora, feliz quem tem fome e sede, quem é manso e puro, quem é misericordioso e perseguido! Caríssimos, que contraste com a mentalidade do mundo, do capitalismo! Que contraste com a nossa mentalidade! Que contraste com a lógica da maldita "teologia" da prosperidade, que alguns pregam em nome de Cristo, mas que de cristã não tem nada! Bem-aventurado quem é pobre, que chora, quem tem fome! Como compreender isso? Como aceitar? Como viver essas palavras?
Na verdade, há uma só bem-aventurança; as outras nada mais são que ressonância, eco dessa única: "Bem-aventurados os pobres!" Deles – e só deles – é o Reino dos céus! Compreendamos o que Jesus quis dizer! Na Bíblia, pobre é todo aquele que se encontra numa situação de penúria, de impotência, de angústia e incapacidade Pobre é quem se sente pequeno diante dos desafios da existência. Pobre é quem não tem o suficiente para viver, não tem casa, não tem comida, não tem trabalhos; pobre é quem não tem saúde; pobre é o humilhado, pobre é o aidético, pobre é o canceroso, pobre é o discriminado; é o frágil psíquica ou fisicamente… Pobre é quem não tem voz, não tem vez, não tem sua dignidade respeitada! Pobre é o solitário, o não amado, o deprimido… Todos esses são os pobres da Bíblia.
Mas, por que Jesus os considera bem-aventurados? Por um motivo só: porque, do fundo de sua miséria, eles tem mais facilidade de perceber realmente o que nós somos e o que a vida é. Somos todos pobres e dependentes, somos frágeis e a vida, sem Deus, nos traga como uma onda gigante e impiedosa! O pobre, porque já não tem quem o possa socorrer, levanta os olhos para o céu e reconhece o amor terno e presente de Deus. Por isso ele é feliz: porque descobriu que somos todos pequeninos e amados por Deus. Infelizmente, somos cegos, enganamo-nos facilmente, e quando estamos bem, achamos que somos os donos de nossa vida, tendemos a colocar a confiança nas coisas, nas pessoas, no prestígio e em tantas outras escoras… E, assim, vivemos na ilusão da auto-suficiência e não nos abrimos de verdade para Deus. O pobre, por não ter ninguém por ele, reza com toda a verdade e, de verdade, faz de Deus o seu protetor, seu amparo, seu refúgio! É por isso que nas Bem-aventuranças segundo Lucas, Jesus completa quadro dizendo: Aí de vós ricos, ai de vós que estais saciados, ai de vós que agora rides, etc. Não é um mal ter dinheiro, não é um mal estar contente, não é um mal ser querido… mas, o Senhor nos alerta aqui para um perigo: no nosso contentamento, esquecer que tudo passa, esquecer que nossa verdadeira riqueza, nossa alegria que não passa é Deus e o seu Reino! Olhemos em torno de nós e veremos o quanto isso é real! Por que são os pobres os que mais procuram a Deus e são mais generosos para com ele? Porque, não tendo a quem recorrer, percebem que somente Deus é sua valia e sua riqueza. Quanto aos ricos, têm sua poupança, seu plano de saúde, seu prestígio, seus amigos… e confia neles… muitas vezes mais que no próprio Deus! Por que nos países ricos a religião está sendo abandonada? Não é porque as pessoas são alfabetizadas, como se religião fosse para ignorantes! É porque, do alto de sua fartura, elas se tornam satisfeitas consigo mesmas, auto-suficientes achando-se seu próprio Deus. Recordemos o que diz São Paulo na segunda leitura de hoje: "Considerai, irmãos, como fostes chamados por Deus. Pois entre vós não há muitos sábios de sabedoria humana nem muitos poderosos nem muitos nobres. Na verdade, Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte!"
Meus caros, estejamos atentos à advertência de Jesus! A verdade é que somente quem é pobre de verdade aceita que Deus é sua riqueza e seu tudo. Cada um de nós e a Igreja inteira, somos todos chamados a pensar nas palavras do Senhor! Terminemos com as palavras do Profeta Sofonias: "buscai o Senhor, humildes da terra, que pondes em prática seus preceitos. Deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel! Eles serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará!" Que o Senhor nos conceda a graça de estar entre esses pobres que vão colocando somente nele a sua esperança!
Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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O Sermão da Montanha
Domingo, 30 de janeiro de 2011
4º Domingo do Tempo Comum
Santos do Dia: Agripino de Alexandria (bispo), Aldegunda de Maubeuge (virgem, abadessa), Alexandre de Jerusalém (mártir), Armentário de Antibes (bispo), Armentário de Pavia (bispo), Barso de Edessa (bispo), Bartimeu (bispo de Edessa, um dos 72 discípulos de Cristo), Feliciano, Filipiano e 124 companheiros (mártires da África), Félix (papa), Hipólito de Antioquia (presbítero, mártir), Jacinta Mariscotti (virgem), Martina de Roma (virgem, mártir), Muciano Maria Wiaux (religioso), Sabina de Milão (mãe de família).
Primeira leitura: Sofonias 2,3; 3,12-13
Buscai ao Senhor, vós todos, humildes da terra
Salmo responsorial: 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R.Mt 5,3).
Bem aventuras os pobres, porque deles é o Reino dos céus
Segunda leitura: 1 Corintios 1,26-31
Quem se glorie, gloria-se no Senhor.
Evangelho: Mateus 5,1-12a
Alegrai-vos e exultai porque será grande vossa recompensa nos céus
O Sermão da Montanha é um dos sermões mais famosos e lembrados de Jesus. Aqui nos detemos em sua introdução, mais conhecida como as "Bem-aventuranças", pois o sermão é muito mais longo, pois vai até 7, 29, onde acontece a conclusão dizendo que as pessoas ficam assombradas com a sua doutrina "porque ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas". Por que pode causar assombro esse ensinamento de Jesus? Vejamos de perto as bem aventuranças e tentemos dar uma resposta.
1. "… deles é o reino dos céus".
O reino de Deus ("dos céus" é o já conhecido circunlóquio para evitar "pronunciar o nome de Deus em vão") é dos pobres em espírito e dos perseguidos por causa da justiça. Quem não coloca sua fé, sua confiança e sua esperança nos bens materiais, porém que ao mesmo tempo são perseguidos porque lutam pela justiça. Ambas são condições indispensáveis para que Deus reine. A primeira condição é renunciar à riqueza e à ambição de riqueza. Essa condição é a porta de entrada para o reino de Deus, pois elimina a raiz da injustiça, do acúmulo, do êxito individual, da falta de solidariedade e do domínio sobre as outras pessoas e sobre a natureza. A segunda condição favorece a construção de novas relações entre os seres humanos capazes de torná-los mais simples e mais felizes, porém, à sua vez, motivo suficiente para provocar perseguição por parte de quem se sente ameaçado por tal transformação.
2. "... possuem em herança a terra, serão consolados, serão saciados"
Três promessas de Deus para passar de uma situação negativa a outra, positive: da opressão à libertação, do sofrimento ao consolo, da injustiça à justiça. O reino de Deus abre um horizonte de vida e de esperança para a humanidade pobre e oprimida. Acende uma luz no meio da escuridão. Insiste na possibilidade de uma vida digna e agradável a ser alcançada por aqueles que não desfrutam hoje da vida. Vale a pensa, no meio das adversidades, atravessar e sonhar em " outro mundo possível".
Sair da opressão é possível. É possível sair do sofrimento. Alcançar a justiça sonhada é possível. Abrir esse horizonte de possibilidades, constitui uma boa notícia quando precisamente todo o horizonte para a justiça estava fechado. Ver uma alternativa de vida digna para todos abre caminhos de superação e de luta.
3. "... os misericordiosos, os limpos de coração, os que buscam a paz".
São as atitude e os objetivos os que movem ao trabalho para tornar realidade uma nova humanidade. São os traços próprios da comunidade de seguidores de Jesus. Somente essas atitudes e características aparecem como conseqüência de ter renunciado à riqueza e à ambição e manifestam o desejo de colocar toda a vida no trabalho pela justiça.
Ao mesmo tempo são os traços da humanidade nova que tanto sonhamos e que já podemos ver nas pessoas e nas comunidades que se esforçam por serem misericordiosas, por terem limpos os corações e por buscar incansavelmente a paz. Este é o principal programa de vida da comunidade de discípulos: contribuir coma a criação de um mundo justo, solidário e feliz. Quem vive a misericórdia, experimentam a misericórdia de Deus.
Quem consegue tem o coração limpo já tem a Deus em suas vidas. Quem trabalha pela paz experimenta a Deus como Mãe e Pai. Essa maneira de ser, de sentir e de agir é condição necessária para ser testemunha.
4. "... da mesma maneira perseguiram os profetas".
A comunidade cristã que assume o estilo de vida proposta pelas bem aventuranças choca com a sociedade que vive outro estilo de vida. A comunidade dos discípulos à qual se refere as bem aventuranças se converte em enfermidade e ameaça para a sociedade. Seu testemunho de vida, suas atividades, sua espiritualidade mina os cimentos onde a sociedade injusta se edifica.
Não é de estranhar então as injurias, as perseguições, as calunias que buscam debilitar, confundir e destruir a comunidade fiel. Em meio às hostilidades, a comunidade é chamada a resistir, a vencer a angustia e a desesperança. A alegria e o regozijo em Deus será a fonte da coragem, da resistência e da esperança. É o testemunho dos profetas presente nas comunidades que vivem intensamente o discipulado.
5. "...bem-aventuradas, bem-aventurados".
A que "bem-aventuranças" se opõem estas bem-aventuranças? Por que essa insistência de Jesus em afirmar as bem-aventuranças? Diante das bem aventuranças (ou do "êxito") que a sociedade injusta e não solidária oferece, Jesus proclama oito vezes onde se encontra e quais as bem-aventuranças do reino de Deus. A verdadeira felicidade se encontra em uma sociedade justa, misericordiosa, pacífica.
A sociedade injusta oferece felicidade no egoísmo, no êxito pessoal, no acúmulo. O reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade, na simplicidade. A sociedade injusta, às custas da infelicidade da maioria, cria a felicidade da minoria. A proposta de Jesus no sermão da montanha é a de eliminar toda opressão e toda injustiça procurando a felicidade e a vida em abundancia para todos.
A mesma lógica proposta por Mateus é a lembrada por Paulo à comunidade de Corinto. A força de Deus se concretiza em pessoas que não são forte nem sábias na consideração da opinião comum, porém que sabem concretizar a presença de Cristo, força e sabedoria de Deus para que ele "se sinta orgulhoso no Senhor".
Missionários Claretianos
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DOMINGO 30 de Janeiro de 2011
Evangelho - Mt 5,1-12ª
Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.
Hoje nós celebramos, com alegria, a solenidade de todos os santos. No Evangelho, Jesus nos apresenta as nove Bem-aventuranças, que são o nosso caminho, ao mesmo tempo de felicidade e de santidade: tornar-se pobre em espírito, aflito pelo Reino de Deus, manso, com fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração, promotor da paz, perseguido e injuriado. O termo "bem-aventurado" designa uma pessoa feliz, nesta vida e na outra. Não só nesta vida nem só na outra, é a felicidade plena.
Uma das afirmações básicas do Concílio Vaticano II é a vocação universal à santidade na Igreja. Todos nós, cristãs e cristãos batizados, somos chamados a ser santos.
Ser santo é viver na graça de Deus. Todos nós ganhamos o dom da santidade no dia do nosso batismo. O importante é conservá-lo e, se Deus o livre, um dia o perdermos, recuperá-lo logo pelo sacramento da confissão.
Entretanto, no dia do batismo recebemos a santidade em forma de semente. Precisamos desenvolver esse dom.
"Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19,2).
"Irmãos, aprontai a vossa mente, sede sóbrios e colocai toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida no dia da revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós, em todo o vosso proceder" (1Pd 1,13-15).
E Jesus mesmo fala: "Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48).
Está aí o convite claro para nós. O melhor convite do mundo.
É um caminho aberto para todos e todas, que ninguém e nada pode fechar. Nem doença, nem perseguição... nada. Tudo o que fizerem para barrar a caminhada de uma pessoa rumo à santidade, só faz ajudá-la a conseguir a santidade.
"Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28).
A busca da santidade começa pelos nossos pensamentos. Porque tudo, tanto o bem como o mal, começa nos nossos pensamentos. Quando percebemos que algum pensamento é contra o plano de Deus, devemos rezar imediatamente, entregando-nos a Deus para que nos proteja. Mesmo que precisemos rezar o dia inteiro, fazendo pequenas jaculatórias, compensa, para não cairmos em tentação.
O caminho mais curto para a santidade é a caridade.
Certa vez, uma sacristã falou para o padre: "Senhor padre, eu ouço sempre o senhor falar a respeito da santidade. Eu quero ser santa. O que devo fazer?" O padre fez de conta que não ouviu e falou de outro assunto.
No dia seguinte, ele chegou à sacristia e foi logo passando o dedo na mesa. Mostrou o dedo sujo de poeira para ela e disse: "Esta mesa está suja, hein?" Depois ele abriu o armário de paramentos e mostrou para ela as golas de algumas túnicas, bem sujas. Falou também do banheiro, que precisava mais limpeza... E foi embora para a casa paroquial.
À tarde, a sacristã veio falar com ele, e pediu as contas. O pároco perguntou o motivo e ela explicou: "Hoje de manhã o senhor me humilhou muito!" O padre disse: "Mas a senhora não me perguntou o que fazer para se tornar santa? O primeiro passo é cumprir bem as nossas obrigações diárias!" A sacristã deu um sorrisinho amarelo, e desistiu de pedir as contas.
Maria Santíssima é a Rainha de todos os santos. Que ela nos ajude a colocar em primeiro lugar na vida a busca da santidade.
Bem-aventurados... Será grande a vossa recompensa no Céu.
Vera Lúcia
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BEM-AVENTURADOS OS POBRES
Quem são os santos?
Este domingo não é um domingo qualquer. Hoje celebramos a festa de Todos os Santos. Quem são os santos? Podemos fazer um primeiro exercício olhando a história aos altares e quadros de nossas igrejas e capelas. Aí estão alguns santos. Estão convertidos em papelão e pedra. São estátuas mais ou menos formosas que decoram os altares. De alguns deles conhecemos a vida. Lemos em seu momento um livro ou folheto com os detalhes de sua vida.
Porém, a maioria fica muito longe no tempo. Tem-nos chegado ao conhecimento que são tão "santos" que nos dá a sensação de uma santidade inalcançável. Fizeram coisas maravilhosas e alguns parecem que eram já santos quase dantes de nascer. Ante eles sentimos admiração, mais também certo desânimo. Não nos vemos com as forças para viver como eles viveram sua fé no meio, algumas vezes, de situações muito difíceis e complicadas.
Olhem aos que vos rodeiam
Um segundo exercício que podemos fazer neste dia é bem mais simples. Basta jogar um olhar ao nosso redor (supõe-se que estamos na igreja, celebrando a eucaristia com nossos irmãos e irmãs). À frente, à direita, à esquerda, atrás de nós. Há muitas pessoas. Algumas nos são conhecidas. As saudamos ao entrar. A outras as conhecemos somente de vista. De ver pela rua, mais também de vê-los aqui na igreja. Outras são caras totalmente novas.
Temos vindo de diversos lugares e origens para celebrar juntos a Eucaristia, para dar graças a Deus por sua bondade, para escutar sua Palavra, para compartilhar seu Corpo e seu Sangue. Tudo isso fazemos juntos, em comunidade. Pois bem, nós somos os santos que hoje celebramos.
Não há necessidade de olhar para trás no tempo, mais o que é mais fácil, lançar o olhar para o banco de traz. E do nosso lado. E em nós mesmos. Nós somos os crentes, discípulos. Nós, junto com muitos outros ao longo da vida e em nosso mundo, junto com muitos outros no passado (para recuperar os altares, porém vivos, não como estátuas) e, no futuro, nós, que trabalhamos diariamente para fazer um mundo melhor, mais fraterno, mais cheio de misericórdia, compreensão, tolerância, amor, perdão. Em suma, mais cheio de Deus.
Sim, nós somos parte dessa imensa multidão da qual fala o Apocalipse de João. Nós temos lavado, e seguimos lavando, no sangue do Cordeiro nossos mantos, cheios de misérias, de invejas, de orgulhos, de erros... E temos experimentado o perdão e o amor de Deus. Nós somos os que seguimos a Jesus. Com todas nossas limitações.
Porque já sabemos que não basta uma lavada para que a roupa fique limpa para sempre. Com o barro da vida voltamos a manchá-la. Mas somos constantes e sabemos que a misericórdia de Deus é maior que todas nossas limitações. Nós sabemos por experiência que "a salvação é de nosso Deus, que está sentado no trono e do Cordeiro", de Jesus.
Somos os bem-aventurados
A verdade é que somos filhos de Deus (segunda leitura). Somos seus filhos e filhas, ainda que não se tenha manifestado de todo o que isso significa. Agora vivemos na esperança porque estamos a caminho. Como o povo de Israel, caminhamos no deserto à espera de chegar à terra prometida. Mas Deus está conosco. E Ele nos faz santos.
Agora, uma vez realizados estes singelos exercícios, podemos atender à leitura do Evangelho e escutar como Jesus nos chama de "bem-aventurados" porque somos pobres, porque lutamos pela justiça, porque tratamos de ser misericordiosos, porque trabalhamos pela paz e a reconciliação. E a palavra de Jesus chega a nossos ouvidos. Acalma-nos, nos serena, devolve-nos a alegria, faz-nos conhecer e compreender nossa mais profunda realidade.
Mais além de nossos defeitos e limitações, está a verdade, a grande verdade: que somos filhos amados de Deus, que a humanidade não está condenada senão salva pelo grande amor com que Deus nos ama. Nós, um nós muito grande, que abarca a toda a humanidade no passado, no presente e no futuro, somos os santos de Deus, os santos que hoje celebramos. Porque Ele é bom.
Saíamos à rua com o sorriso no rosto e dispostos a seguir lutando para melhorar nossa própria vida e para melhorar este mundo. Para fazer que seja a casa de Deus, a casa de todos, o Reino pelo qual Jesus deu sua vida.
Fernando Torres
http://www.ciudadredonda.org/subsecc_ma_d.php?sscd=157&scd=1&id=2893
É POSSÍVEL SER SANTO
A santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.
Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para com meu próximo.
( Pe. Jaldemir Vitório).
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O SERMÃO DA MONTANHA
O Sermão em que Jesus proclama as bem-aventuranças, é dividido em oito partes, sendo que as quatro primeiras dirigem-se aos que sofrem opressão e exploração do sistema social, esperando a intervenção libertadora de Deus. São os pobres que choram e esperam por justiça. As quatro últimas apontam para aqueles que se empenham em uma prática transformadora do mundo. São os misericordiosos que se solidarizam com os sofredores; os que são desapegados das riquezas e bondosos para com os mais necessitados; os que promovem a vida e a paz, comprometendo-se com a luta pela implantação da justiça característica do seguimento de Jesus.
Nas quatro primeiras bem-aventuranças Jesus fala para aqueles que sofrem por algum tipo de deficiência, física(aleijados), mental(pouca inteligência), ou social (injustiça).
Assim, os pobres de espírito são aqueles que sabem que não são do mesmo nível social e mental que aqueles com os quais convivem, e apesar disso não se revoltam, estão conformados consigo mesmos, sofrem com paciência e apego com Deus. Esses um dia terão o céu garantido pelo próprio Jesus Cristo. Mas porque essas pessoas existem se Deus é amor, poderoso e bom? Elas existem para que possamos praticar a caridade. Sem elas como poderíamos ser caridosos partilhando um pouco do que temos através da esmola?
Os que choram humildemente por algum tipo de sofrimento terreno tem os seus pecados perdoados e serão consolados na Vida Eterna.
Os humildes, aqueles que não se revoltam contra o Pai, aqueles que aceitam sem reclamar a sua posição em relação aos poderosos e até servem os ricos, limpando sua sujeira, preparando sua comida, cuidando dos seus bens, e que nem sempre recebem o que merecem em forma de pagamento. Jesus prometeu que Deus vai lhes recompensar por tanto prejuízo.
E os que são caluniados e injustiçados pelo fato de servirem a Deus e ao Reino, não se preocupem. Pelo contrário, fique feliz, porque na Vida Eterna, tudo será diferente. Tudo vai ser recompensado como Jesus prometeu. Tudo será transformado em alegrias infindas.
Os outros quatro tipos de pessoas são aqueles que se compadecem dos pobres, e dos deficientes de vários tipos. São aqueles que se compadecem de fato e não só de palavras. São misericordiosos e tratam os excluídos com justiça, bondade e às vezes com firmeza. Pois nem sempre é bom dar comida na boca de quem pede. Nem sempre é bom dar o peixe, mais sim o anzol para ele ir pescar. Isso no caso dos preguiçosos, se bem que a preguiça também é um tipo de deficiência nata. Porém, quando a pessoa estiver mesmo caída, não tem jeito. Assim, se tivermos misericórdia dessas pessoas, Deus também vai ter misericórdia de nós, segundo a explicação de Jesus no Sermão da montanha.
Aqueles de corações puros, que não tramam nenhum mal para os outros, que não desejam o mal do próximo, que não cobiçam a mulher do próximo, que não levantam falso testemunho, que não falsificam documento para lesar o parente com relação à herança, que não pensam mal das pessoas, etc, esses verão a Deus. Que maravilha!
E aqueles que evitam brigas, que separam os que estão brigando, que se esforçam para que haja paz, na família e na comunidade, na sociedade, e no mundo, serão tratados como filhos de Deus.
E os catequista, padres, freiras, ministros e todos aqueles que levam a mensagem de Cristo às pessoas, e por isso são caluniados, injustiçados, e perseguidos, não liguem para tudo isso! Não se preocupem! Pelo contrário, fiquem alegres, porque grande será a nossa recompensa no Céu! E é bom repetir aqui o que Jesus disse em outra ocasião, para aqueles que derem esmola. "Quem dá 1,0 na Terra, receberá 100 no Céu" Este, com certeza, é o melhor investimento, o melhor tesouro que podemos acumular.
Sal
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BEM-AVENTURANÇAS
O termo "bem-aventurado" (no grego makariós, significa também estar "feliz") exprime um estado de felicidade de origem divina. Para entender o texto das bem-aventuranças, será preciso entender o contexto histórico em que ele se fez necessário. Em outras palavras, o que levou Jesus a dizer aquelas coisas? Acontece que no tempo de Jesus, a escala de valores dos judeus, era muito parecida com a nossa. Hoje em dia, quais as coisas que damos mais valor? Por exemplo. Qual a profissão que vale mais? Médico, engenheiro etc. E as que valem menos perante a sociedade? Lixeiro, faxineiro, etc. Assim também, entendemos que: O rico vale mais que o pobre, os que moram nos centros das cidades valem mais que aqueles que moram nas favelas, e assim por diante.
Dizem que em uma cidadezinha do interior do Brasil, uns monges faziam uma grande pregação missionária. Certa noite fria, estando eles falando ao grande público, disse o grande e santo orador, ao finalizar sua palestra: Esta noite vai morrer o homem mais importante desta cidade. Isso causou grande comoção social. O fazendeiro mais rico mandou vir um pelotão de vinte soldados do exército para guardar a sua casa a noite toda. O delegado, por sua vez fez o mesmo. Ordenou que fosse aumentado o número dos soldados que faziam a sua guarda diária. Da mesma forma o Médico mais importante, foi passar a noite com o delegado, e todos eles não dormiram, muito nervosos, andando para lá para cá. Ao amanhecer, o rádio local anunciou a morte do mendigo João Ninguém da Silva, aquele que ficava ao lado da Rodoviária. O fazendeiro ficou enfurecido, e mandou chamar o monge, pois queria explicações sobre aquela falta de respeito com as pessoas mais importantes daquela cidade. Diante do monge ele esbravejava! Eu sou o homem mais importe daqui! O monge responde com muita calma: Morreu o homem mais importante para Deus.
No tempo de Jesus, as pessoas valorizavam assim: quem possuía riqueza, casas bonitas e grandes, eram considerados (felizes) abençoados, por Deus. Já os pobres, estavam sofrendo porque Deus os castigavam. Ou Seja, A riqueza era uma bênção de Deus, e a pobreza um castigo. No Sermão da Montanha, Jesus vira a mesa, por assim dizer, e inverte esta escala de valores, do seu tempo, como que diz: Não é nada disso! Daqui para frente, felizes serão aqueles que choram, que são humildes, que passam fome, que são misericordiosos, que são puros de coração, pacíficos, e os que são perseguidos, etc. Porque serão recompensados, e felizes na vida eterna. Entendeu? Quem chora, quem sofre nesta vida, sorrirá e será feliz na outra vida. Já aquele que tem muito hoje, não terá mais nada para receber depois. O próprio Jesus adverte. Ai de vocês os ricos que têm um sorriso fácil! Vocês vão chorar muito! Os artistas que receberam aplausos, não terão mais nenhuma recompensa para receber no céu. E Jesus vai mais além. Em vez de ficarmos chorando quando somos injustiçados, caluniados, principalmente por causa do nosso trabalho missionário, Ele nos aconselha a dar pulos de alegria, porque grande será a nossa recompensa.
"Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. "
Sal
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