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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 22 de janeiro de 2011

III DOMINGO DO TEMPO COMUM - O POVO QUE ESTAVA NAS TREVAS VIU UMA FORTE LUZ

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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO

23 DE JANEIRO – 2011

NOSSO BLOG ESTÁ DE LUTO PELOS NOSSOS IRMÃOS QUE PERDERAM SUAS VIDAS NAS CHEIAS, NOS SOTERRAMENTOS, NAS ENXURRADAS, NAS CORRENTEZAS DAS ÁGUAS, ETC.

TUDO ISSO CAUSADO PELO EL NIÑO ASSOCIADO AO EFEITO ESTUFA.

OS MAIORES RESPONSÁVEIS PELA FORTE EMISSÃO DE POLUENTES NA ATMOSFERA DEVERIAM INDENIZAR AS VÍTIMAS DESTA TRAGÉDIA!

PELO MENOS REZEMOS PELOS NOSSOS IRMÃOS ATINGIDOS POR TAMANHA DESGRAÇA.

CARÍSSIMOS. NÃO NOS REVOLTEMOS CONTRA DEUS POR TUDO ISSO! POIS O CULPADO PELA MAIOR PARTE DESSA TRAGÉDIA É O PRÓPRIO SER HUMANO.

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III DOMINGO DO TEMPO COMUM

INTRODUÇÃO

CRISTÃO É AQUELE QUE IMITA O CRISTO

Jesus não só escolheu nascer em num estábulo onde se abrigavam os animais, como também escolheu a "Galiléia dos Pagãos" habitada por um povo não hebreu e por isso mesmo desprezado, para fixar sua residência.

É por isso que o profeta diz que o país mergulhado nas trevas haveria de contemplar uma grande luz. E essa LUZ era o próprio Deus na pessoa de Jesus.

Assim, Jesus escolheu começar e concluir seu ministério entre os humildes, os desprezados, os pagãos, os marginalizados e as vítimas de preconceitos.

O Evangelho de hoje nos apresenta a vida de Jesus, o início de sua atividade pública, quando sua missão de pregador do Reino decola e atinge a plenitude.
Prezados catequistas. Nas nossas homilias, sermões e encontro catequéticos, não devemos nos demorar muito no aspecto histórico dos textos bíblicos, mas sim trazer a mensagem para os dias atuais. Perguntando sempre o que o Evangelho e demais leituras querem nos dizer no momento presente.
Neste evangelho percebemos que Jesus começa sua atividade tomando como referencia os sinais dos tempos. E quais são hoje os sinais dos tempos?

Os noticiários nos mostram a triste realidade causada pelas fortes chuvas. Os nossos irmãos que estão sem água, sem comida, sem abrigo e sem esperança pela dureza de ter de começar tudo de novo.

Assim como Jesus reage ante os fatos da história que o rodeiam, nós também não podemos ficar de braços cruzados diante de tudo isso sem questionar os verdadeiros culpados pelo EFEITO ESTUFA.

Jesus não foi um pregador doutrinal teórico. Ele se identificou com a realidade que o cercava: de um lado os privilégios e a injustiça de uma minoria dominante. Do outro lado a exclusão, o péssimo serviço de assistência médica, a pobreza da maioria dos habitantes. Hoje tudo isso se repete, com exceção da nossa atitude. Pois nós que somos da linha de frente da Igreja, de modo geral ficamos muito acomodados, nos satisfazemos em assistir a nossa missa aos domingos, e voltar para a nossa vidinha, sem nos comprometer em colaborar pela mudança desse quadro caótico em que se encontra a realidade do mundo atual.

Jesus não fazia simplesmente um anúncio, mas sim, uma provocação para desacomodar a elite dominante, os injustos e ao mesmo tempo conscientizar os pobres que os seus direitos não estavam sendo respeitados, e o quanto eles estavam sendo lesados ou prejudicados, como os nossos irmãos vítimas das tragédias causadas pelo EL NIÑO AGRAVADO PELO EFEITO ESTUVA .

E NÓS? O QUE ESTAMOS FAZENDO PARA IMITAR O CRISTO? CADÊ AS PASSEATAS EM PROTESTO PELO EFEITO ESTUFA? CADÊ AS CAMPANHAS DE SOCORRO AOS DESABRIGADOS?
Jesus, assim como os profetas, denunciava e anunciava para provocar a mudança, para despertar o ânimo daqueles que estavam acomodados em seu sofrimento pensando que tudo aquilo não passava de um castigo de Deus.

Talvez os nossos irmãos nordestinos hoje discriminados que vieram para o Rio e para São Paulo, em busca de melhores condições de vida, e tiveram de construir seus barracos ou humildes casas em áreas de risco, estejam também pensando assim. Que eles são os culpados e que não merecem uma vida digna mesmo.

E nós? Que batemos no peito e demonstramos que somos cristãos imitadores de Cristo, será que não concordamos com isso? Será que não botamos a culpa naqueles pobres coitados por terem se aventurado em construir suas habitações em aglomerados de risco e desumanos? E que neste momento terão de recomeçar do zero por terem perdido tudo?

A nossa reação pode ser ativa e passiva diante das tragédias que já ocorreram e que vão ainda ocorrer, pois a estação das águas está apenas começando. Dentro da nossa aparência de cristãos atuantes, pensamos coitados dos nossos irmãos, e até rezamos rapidamente por eles. Mas no nosso egoísmo, pensamos. Que bom que na minha casa está tudo em ordem, pois não serei atingido pelas cheias nem pelos deslizamentos de terras que provocam os desabamentos das casas...

Nas leituras de hoje, Paulo em sua carta aos Coríntios nos exorta em nome de Jesus Cristo, a que sejamos todos concordes uns com os outros e que não admitamos as divisões entre nós. Pelo contrário, que sejamos bem unidos na saúde, na hora da festa assim como na hora da tragédia no pensar e no falar.

Caríssimos. Precisamos fazer alguma coisa. O EFEITO ESTUFA não pode continuar matando inocentes e humildes. Temos de denunciar, reclamar, e exigir que haja um controle na emissão dos poluentes na atmosfera.

Temos de ser cristãos não só apenas teóricos, como também na prática.

Pois só assim, poderemos nos apresentar à comunidade cristã, como imitadores de Cristo.

Sal

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A conversão à Cristo é segui-lo,estar enraizado nele e ao mesmo tempo inserido no mundo: “farei de vós pescadores de homens”.

Desde as suas primeiras aparições públicas, Jesus se apresenta como um missionário itinerante ensinando, pregando a boa notícia do Reino, curando os doentes, chamando discípulos aqui e ali. Começa a sua missão, porém, não em lugares importantes nem religiosos como Jerusalém , mas em zonas de periferia, pobres, em lugares afastados, os menos religiosos, os quase pagãos, os impuros, como eram considerados os habitantes da Galileia.

Com esta escolha inicial, Jesus mostra que os primeiros destinatários do seu Evangelho e do Reino não são os “justos”, os observantes da lei ou aqueles que se acham os tais, mas os afastados, os excluídos, os pecadores. Este é o início humilde de uma missão que terá horizontes universais, e que será levada adiante pelos discípulos e pelos seus sucessores, chamados a seguir Jesus para serem, em qualquer parte do mundo, “pescadores de homens”.A vocação missionária inclui sempre um êxodo, uma partida, uma saída, frequentemente também geográfica, deixar alguém ou algo; há sempre um desapego, uma renúncia, um sair do próprio egoísmo. Aqui Jesus deixa Nazaré e a convivência com os pais e parentes. Como Abraão foi convidado a sair da sua terra e da sua parentela, assim também acontece com dois irmãos (Simão Pedro e André), chamados por Jesus a segui-lo, deixando as redes, barca e pai. De tal modo que a vocação não é nunca uma partida para o vazio: é um deixar algo para seguir alguém, uma partida ao encontro de um outro. É em primeiro lugar desapegar-se para apegar-se à pessoa de Jesus.

Esta vocação-missão encontra suas raízes numa conversão, uma mudança de mentalidade, uma orientação nova para Deus e o seu Reino, do qual Jesus Cristo é a plenitude. A conversão a Cristo inclui o seguimento e a missão, o estar bem enraizado nele e ao mesmo tempo inserido no mundo: “farei de vós pescadores de homens”. Assim, aconteceu com Paulo,o apóstolo. Sua conversão foi total e fiel até o martírio. Não foi um simples convertido cristão,mas o maior missionário entre os pagãos, o enamorado pregador de Cristo crucificado e ressuscitado. Tomar consciência da vastidão e urgência dos problemas do mundo ajuda a sair dos egoísmos, divisões e tensões locais.

A missão evangelizadora da Igreja é a resposta ao brado "Vinde, Senhor Jesus!", que percorre toda a história da salvação e que continua a elevar-se dos lábios dos crentes. "o acolhimento da Boa Nova na fé, em si estimula" a comunicar a salvação recebida como dom... Nada é mais belo, urgente e importante que voltar a dar gratuitamente aos homens o que recebemos gratuitamente de Deus!Nada nos pode eximir ou livrar deste gravoso e fascinante compromisso. Cada cristão e comunidade sintam a alegria de partilhar com os outros a Boa Nova de que "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único... para que o mundo seja salvo por Ele" .

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

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III DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia deste III Domingo do Tempo Comum apresenta-nos o projeto de salvação e de vida plena que Deus tem para oferecer ao mundo e aos homens: o projeto do “Reino”.

Na primeira leitura, o profeta/poeta Isaías anuncia uma luz que Deus irá fazer brilhar por cima das montanhas da Galiléia e que porá fim às trevas que submergem todos aqueles que estão prisioneiros da morte, da injustiça, do sofrimento, do desespero.

A segunda leitura apresenta as vicissitudes de uma comunidade de discípulos, que esqueceram Jesus e a sua proposta. Paulo, o apóstolo, exorta-os veementemente a redescobrirem os fundamentos da sua fé e dos compromissos assumidos no batismo.

O Evangelho descreve a realização da promessa profética: Jesus é a luz que começa a brilhar na Galiléia e propõe aos homens de toda a terra a Boa Nova da chegada do “Reino”. Ao apelo de Jesus, respondem os discípulos: eles serão os primeiros destinatários da proposta e as testemunhas encarregadas de levar o “Reino” a toda a terra.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mateus 4,12-23)

Comentário - O sonho da Galiléia

1- Abertura

Soou o sinal de partida. Jesus começa seu ministério, o que gostamos de chamar sua “vida pública”. Ouvimos suas primeiras palavras e aparecem seus primeiros gestos de adulto e missionário. Já sabemos que, em seu início, as coisas são mais claras; têm o encanto do que começa.

Na expressão feliz, o “Sonho de Galiléia”, o sonho de Jesus com sua comunidade de amigos e um projeto de Reino segundo o querer de Deus. A coisa começa na Galiléia, encruzilhada de muitos povos. Cafarnaun é o lugar de sua residência, se é que um itinerante como Jesus, pode ter.

Este sonho choca e sai ao passo de nossos medos e mediocridades. Perdemos-nos em mil coisas secundárias que rompem a comunhão, e Jesus nos remete ao essencial; nesta “abertura” de sua obra nos diz: o Reino, a conversão, ensinar e curar. Sentimos a necessidade de cristãos com mais chispa apostólica e menos defesa, e Jesus chama e lança-nos à missão, como depois em Pentecostes. Fazemos-nos vítimas pelas dificuldades encontradas na pregação do Evangelho, e Jesus se planta na Galiléia, terra pagã e humilhada; longe de Jerusalém e de seu templo, e com o Batista, seu primo, no cárcere.

Consoladora coincidência: a “Galiléia dos Gentis”, segundo o profeta, viu uma grande luz. E nossa Igreja, faz quarenta anos, se viu assim: “Por ser Cristo luz das pessoas, este Concilio deseja veementemente ilumiar a todos os homens com sua clareza, que resplandecem sobre a face da Igreja, anunciando a todos o Evangelho” (L.G., 1).

2 - A Palavra

Mensagem de campanha e vocação dos primeiros seguidores são os dois momentos do Evangelho de hoje.

“Convertei-vos porque está perto o Reino dos céus”. João o Batista também chamava à conversão, mas Jesus, ademais, “fortalece e cura”, que são sinais de que o Reino de Deus chegou.

E chama seus discípulos. Fixemos-nos brevemente nos detalhes da descrição da chamada: “Passeando”, saindo ao encontro dos demais. “Junto ao lago”, no lugar habitual das pessoas, sem nada espetacular. “Eram pescadores”, chama na tarefa da cada dia. “Viu-os e disse-lhes”, num encontro pessoal e conversação familiar. “Vinde e segue-me”, para somente seguir a ele, sem acrescentar outros motivos, e assim pôr nele toda confiança. Imediatamente o seguiram”, deixam trabalho e família, triunfantes.

Isaías situa-se no mesmo cenário do Evangelho. A Galiléia dos pagãos, terra humilhada pelo inimigo, zona de gentis e estrangeiros, povo de má fama. E Deus muda sua sorte: da humilhação passa a exaltação; do caminhar em trevas, a ver uma grande luz; de habitar nas sombras, a crescer na alegria.

Por sua vez, São Paulo nos convoca à unidade. A comunidade de Corinto estava muito dividida e envolvida em conflitos. A cada facção se ancorava mais em seu chefe que em Cristo. E Paulo se aborrece: “Não andeis divididos”. “É que está dividido Cristo? Morreu Paulo na cruz por vocês?”.

3- Nossa vida

Primeiras palavras

“Convertei-vos, o Reino acerca-se“. A conversão é um tema sempre recorrente. Converter-se é um dom que nos convida a querer, a acolher ao Senhor. O encontro com o amado nos recria, nos mudam as razões, os critérios, os interesses; de mundanos tornam-se evangélicos. Orientamos, assim, nossa vontade e nossos olhos ao Senhor. Por isso, não será uma moral do medo senão a graça e a vida recebida de Deus a que nos convida a seguir Jesus.

É uma afirmação clara: “O Reino se aproxima”. Resulta estupendo saber que os valores do Reino estão aqui: a paz, o amor, a verdade, a justiça, a santidade. Nosso otimismo não é ilusório. Talvez, este Reino comece muito pequeno, como um grão de mostarda, mas começa a crescer. Deus está aqui. “Onde tu dizes paz, justiça e amor, eu digo Deus! Onde tu dizes Deus, eu digo liberdade, justiça e amor!”, cantou belamente um poeta bispo.

Primeiras chamadas

Como os apóstolos, nós nos sentimos de verdade chamados por Jesus. Vem ao nosso encontro, olha-nos, acerca-se, fala, e apresenta-nos sua oferta, sua missão. Não importa tanto nossa condição débil e pequena; se até escolheu Mateus, o publicano, com grande escândalo dos puros e íntegros.

É certo que deixam tudo, família e sustento, mas Jesus não requer deles grandes coisas: só lhes pede que lhe sigam, que se confie nele. Três dos de primeira hora, Pedro, Tiago e João, serão seus amigos nos momentos de dor e de glória. Nesta chamada não aparece nenhuma exigência moral ou doutrinal, só nos pede: “Vinde comigo”. Mais tarde repetirá o convite: “Vinde a mim os que estão cansados e oprimidos”. Inclusive, ao final de tudo, voltará a nos animar: “Vinde, benditos de meu Pai”.

O chamamento evoca nosso Batismo. Chamou-nos pelo nome. Que alegria e que compromisso! Tudo tão singelo, porém podemos cantar aquilo de Kairoi: ”Fizeste-me ouvir tua voz, falaste-me ao coração. Jesus, eu sou feliz”.

Sempre em comunidade

Jesus, desde o começo, chama outros, quer fazer em comunidade, em missão compartilhada. Chama pessoalmente à cada um, mas para formar grupo de irmãos. Outro evangelista detalhará: “Chamou-os para estar com ele”. Só Cristo é a razão e a rocha desta unidade; não seguimos a um pároco, a um catequista, a um líder, senão a Jesus Cristo e a este, crucificado.

Guardamos cuidadosamente um equilíbrio entre unidade e pluralismo. Todos cabem na Igreja, que se proclama universal e católica. Sempre devemos nos perguntar quem rompe a unidade entre nós. É uma pena que, com freqüência, sejam coisas de menor importância as que quebram a comunhão na Igreja.

Existe uma razão muito potente para a concórdia, e a revelou Jesus na Última Ceia: “Que todos sejam um, para que o mundo creia”.

E não esqueçamos que na Eucaristia comungamos todos o mesmo Corpo. O Corpo da unidade e do amor.

Pe. Conrado Bueno Bueno

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Homilia do Mons. José Maria – III Domingo do Tempo Comum – Ano A

Conversão e Testemunho

Jesus, depois de ter deixado Nazaré e de ter sido batizado no Jordão, vai a Cafarnaum para iniciar o seu ministério público.

Ele é apresentado como grande luz (cf. Mt 4, 12-23) de que fala o Profeta Isaías (Is 9, 1-4).

No caminho do mar, junto ao lago, que Jesus começa a pregar e a dizer: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” ( Mt 4, 17). Da pregação em geral, Jesus passa ao convite pessoal: “Segui-Me e Eu vos farei pescadores de homens. Eles deixaram imediatamente as redes e O seguiram”.

O Evangelho nos apresenta o chamamento dos primeiros Apóstolos: “Ele chamou enquanto caminhava junto ao mar da Galiléia. Estes homens experimentaram o fascínio da luz secreta que emanava d’Ele e seguiram-na sem demora para que iluminasse com o seu fulgor o caminho das suas vidas. Mas essa luz de Jesus resplandece para todos.

Jesus Cristo, luz do mundo, chamou primeiro uns homens simples da Galiléia, iluminou as suas vidas, ganhou-os para a sua causa e pediu-lhes uma entrega sem condições. Aqueles pescadores da Galiléia saíram da penumbra de uma vida sem relevo nem horizonte para seguirem o Mestre, tal como outros o fariam logo após, e depois já não cessariam de fazê-lo inúmeros homens e mulheres ao longo dos séculos. Seguiram-no até darem a vida por Ele. Nós também O seguimos!

O Senhor chama-nos agora para que O sigamos e para que iluminemos a vida dos homens e as suas atividades nobres com a luz da fé; sabemos bem que o remédio para tantos males que afetam a humanidade é a fé em Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, razão de ser de nossa existência; sem Ele, os homens caminham às escuras e por isso tropeçam e caem. E a fé que devemos comunicar é luz na inteligência, uma luz incomparável: fora da fé está as trevas, a escuridão natural diante da verdade sobrenatural…”

Jesus inicia o seu ministério e prega a conversão: “Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo” (Mt 4, 17). A conversão, diz o Doc. de Aparecida, nº 278b, “é a resposta inicial de quem escutou o Senhor com admiração, crê nele pela ação do Espírito, decide ser seu amigo e ir após Ele, mudando a sua forma de pensar e de viver, aceitando a cruz de Cristo, consciente de que morrer para o pecado é alcançar a vida. No Batismo e no sacramento da Reconciliação se atualiza para nós a redenção de Cristo”.

As palavras chegarão ao coração dos nossos amigos se antes lhes tiver chegado o exemplo da nossa atuação: as virtudes humanas próprias do cristão – o otimismo, a cordialidade, a firmeza de caráter, a lealdade… Não iluminaria com a sua fé o cristão que não fosse exemplar no seu trabalho ou no seu estudo, que perdesse o tempo, que não fosse sereno no meio das dificuldades, perfeito no cumprimento do seu dever, que lesasse algum aspecto da justiça nas relações profissionais…

A mensagem de Cristo sempre entrará em choque com uma sociedade contagiada pelo materialismo e por uma atitude conformista e aburguesada perante a vida.

“Sê forte” (Sl 26, 14). Poderíamos perguntar-nos hoje se no nosso círculo de relações somos conhecidos por essa coerência de vida, pelo exemplo na atuação profissional, ou no estudo, se somos estudantes; pelo exercício diário das virtudes humanas e sobrenaturais, com a coragem e o esforço perseverante a que nos incita o Espírito Santo.

Deus chama-nos a todos para que sejamos luz do mundo, e essa luz não pode ficar escondida: “Somos lâmpadas que foram acesas com a luz da verdade” (Santo Agostinho).

Se somos cristãos que vivem imersos na trama da sociedade, santificando-nos em e através do trabalho, devemos conhecer muito bem os princípios da ética profissional, e aplicá-los depois no exercício diário da profissão, ainda que esses critérios sejam exigentes e nos custe levá-los à prática. Para isso são necessárias vida interior e formação doutrinal.

Peçamos à Virgem Maria coragem e simplicidade para vivermos no meio do mundo sem sermos mundanos, como os primeiros cristãos, para sermos luz de Cristo na nossa profissão e em todos os ambientes de que participamos. “Como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras” (Aparecida nº 30).

Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Padre Françoá Costa – III Domingo do Tempo Comum – Ano A

Todos têm vocação

Muito tempo há, dois irmãos foram pescar. Era a profissão deles e, portanto, um dia e outro também saiam ao mar, lançavam as suas redes e, dependendo de alguns fatores que eu não sei explicar bem, pescavam uma quantidade razoável de peixes. É verdade, segundo li nalgum lugar, que não eram infrequentes os dias de má pesca. No entanto, todos os dias tinham que estar lá, pescar era o ganha-pão da família deles.

O dia ao qual me refiro, era uma jornada costumeira, ordinária; um dia normal como todos os outros. Lá estavam os dois irmãos exercendo a sua profissão quando, inesperadamente, escutaram as seguintes palavras: “Vinde após de mim e vos farei pescadores de homens” (Mt 4,19). Pedro e André, os irmãos pescadores, “abandonaram as suas redes e o seguiram” (Mt 4,20).

Quem os chamou? Jesus de Nazaré. Eles o conheciam há muito tempo ou era a primeira vez que viam aquele personagem que os convenceu sobremaneira? Seja como for, impressiona a docilidade de Pedro e de André à vocação. Pescadores de quê? Não, de peixes não, de homens. De homens? Sim. E como se pescam os homens? Os dois irmãos passariam mais ou menos três anos na escola de Jesus para aprender a pescá-los. Pescar peixes não parece ser fácil, pescar homens parece mais difícil. No entanto, acompanhando a Jesus, se aprende constantemente.

Faz algum tempo, Deus também nos chamou, a cada um pelo nosso nome. Você se lembra daquele momento tão entranhável no qual você percebeu que Deus o chamava a segui-lo buscando de verdade a santidade e o bem de todas as pessoas? Graças a Deus: respondemos positivamente ao Senhor! Talvez tenha sido na infância, talvez na adolescência, talvez ainda na juventude… Sempre é tempo de vocação (= chamada), Deus continua chamando-nos nas circunstâncias mais normais e cotidianas da nossa vida: no nosso trabalho, na nossa família, entre os nossos amigos.

Nós não vimos uma sarça ardente como Moisés; nem escutamos vozes como Samuel; tampouco fomos ungidos solenemente por um profeta como no caso de Davi; não nos visitou um anjo como a tantos no curso da história; nem tivemos visões nem revelações. Nada disso! E, não obstante, nós vimos a nossa vocação, nós percebemos que Deus nos chamava. A nossa vocação foi uma luz que deu sentido à nossa vida e essa luz interior permanece até hoje e, com a graça de Deus, não se apagará jamais. O que é a vocação senão essa percepção da realidade que Deus quer para nós, isto é, que sejamos discípulos para evangelizar. Duas palavrinhas resumem a nossa vocação: santidade, apostolado. Desde toda a eternidade, Deus pensou em nós, chamou-nos e capacitou-nos para que sejamos santos, para que sejamos apóstolos.

Todo cristão tem a vocação que lhe foi concedida por graça no momento do batismo: todos nós fomos chamados à santidade e ao apostolado. Com o passar do tempo, na escola de Jesus, essa vocação poderia receber uma nova especificação, por exemplo, no caso daqueles que são chamados ao sacerdócio ministerial. No entanto, a vocação à santidade e ao apostolado é igual para padres, para leigos e para religiosos. Todos devem ser santos, todos devem evangelizar. Por quê? Porque foram batizados. Além do mais, não existe uma santidade maior para os padres e uma santidade menor para os leigos, mas todos estão chamados à plenitude da vida cristã, à santidade. Com outras palavras: o padre não é mais santo porque é padre, nem o leigo é menos santo pelo fato de ser leigo. Não! A santidade é medida pela caridade e todos podem chegar ao auge do amor.

Pedro e André, os futuros São Pedro e Santo André, compreenderam isso. Eles seguiram ao Senhor Jesus, andaram com ele, permaneceram sempre perto de Jesus, atenderam os seus apelos de evangelização, fizeram a vontade do seu Mestre e… são santos. Aprenderam a estar com Jesus e a pescar homens. Aprenderam a ser apóstolos.

Todos nós somos chamados a “pescar homens e mulheres”, ou seja, conseguir que todas as pessoas que entrem em contato conosco ou que nós entremos em contato com elas, saiam desse grande mar do pecado e entrem na barca da Igreja quais peixes para Jesus. Não obstante, sair do mar, sair desse habitat de agua abundante que é o mar e passar à barca pressupõe morrer. Qual é o peixe que ao sair da água e ir para uma barca não morre, em primeiro lugar pela ausência da água? Essa morte para o mundo é, paradoxalmente, o começo de vida eterna. Os peixes que entram na barca não precisam se preocupar, pois essa barca tem água fresca, limpa e sempre nova que jorrou do lado aberto de Jesus na cruz para a nossa salvação.

Pe. Françoá Costa

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Homilia do D. Henrique Soares da Costa – III Domingo do Tempo Comum – Ano A

Is 8,23b – 9,3
Sl 26
1Cor 1,10-13.17
Mt 4,12-23

A primeira leitura da Missa de hoje é, em parte, a mesma da Noite do Natal: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu! Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade! Todos se regozijam em tua presença”. Irmãos, esta luz que ilumina as trevas, que dissipa as sombras da morte, que traz a felicidade, é Jesus. O texto do Evangelho que escutamos no-lo confirma: Jesus é a bendita luz de Deus que brilhou neste mundo! Ele mesmo afirmou: “Eu sou a luz do mundo! Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida!” (Jo 8,12). Já escutamos tanto tais afirmações, que corremos o risco de não perceber o quanto são revolucionárias, o quanto nos comprometem, o quanto são capazes de transformar a nossa vida!

A Palavra de Deus nos ensina que o mundo é marcado pelas trevas: trevas na natureza (tais como a tragédia do tsunami), trevas na história, trevas no coração da humanidade e de cada um de nós. Olhemos em volta! O mundo não é bonzinho: há forças destrutivas, caóticas, desagregadoras, forças diabólicas, que destroem a alegria de viver e ameaçam devorar o sentido da nossa existência… Hoje, tantos e tantos julgam que podem passar sem Deus, que a religião é uma bobagem e uma humilhação para o homem… Há tantos que zombam de Deus, do Cristo Jesus, da Igreja… O que vale no mundo atual? O que é importante? O que conta realmente? O sucesso, os bens materiais, o prazer e a curtição da vida ao máximo, sem limites, sem peias… Será que não nos damos conta ainda que vivemos num mundo novamente pagão, novamente bárbaro, novamente entregue ao seu próprio pensar tenebroso? Será que não percebemos que o que vemos e lemos e ouvimos dos meios de comunicação é a defesa de uma humanidade sem Deus e sem fé, de uma humanidade que tenha somente a si própria como deus? Num mundo assim, Jesus nos diz: “Eu sou a Luz!” A luz não está nas universidades, a luz não está nos famosos deste mundo, a luz não está nos que têm o poder político, econômico ou social! A Luz é Cristo! Só ele nos ilumina, só ele nos revela o sentido da existência, só ele nos mostra o caminho por onde caminhar! Ser cristão é crer nisso, é viver disso!

Pois, esse Jesus, hoje, no Evangelho, nos convida a convertermo-nos a ele, a segui-lo de verdade, a colocar os passos de nossa vida no seu caminho: “Convertei-vos! O Reino dos céus está próximo!” Eis o apelo que Jesus nos faz – far-nos-á sempre! Converter-se significa mudar totalmente o rumo de nossa existência, alicerçando-a nele e não em nós, abraçando o seu modo de pensar e deixando o nosso, seguindo sua Palavra e não nossa razão, nossas idéias, nossa cabeça dura, nosso entendimento curto! Quem vai arriscar? Quem vai caminhar com ele? Quem vai abraçar sua Palavra, tão diferente do que o mundo quer, do que o mundo prega, do que o mundo valoriza? “Convertei-vos!” Jesus nos exorta porque sabe que também nós andamos em trevas, também nós, simplesmente entregues à nossa vontade e aos nossos pensamentos, jamais poderemos acolher o Reino dos céus! Não nos iludamos! Não pensemos que somos sábios, centrados e imunes! Somos, nós também, cegos, curtos de entendimento, pecadores duros e teimosos! Nosso coração é embotado por tantas paixões e por tantas cegueiras! “Convertei-vos!” O Governo Lula, neste carnaval, vai convidar tantos e tantos brasileiros a vestir-se de camisinha; o Senhor pede a todos que se vistam dele: “Revesti-vos de Cristo e não satisfareis os desejos da carne!” (Rm 13,14) Compreendem, irmãos e irmãs? O mundo vai para um lado; Jesus nos convida a ir para o outro! Converter-se é pensar diferente de nós mesmos e do mundo; é andar na contramão para caminhar com Cristo! Converter-se é deixar-se, como Pedro e André, Tiago e João que, “imediatamente deixaram as redes… deixaram a barca e o pai” e seguiram o Senhor!

Caríssimos, como não recordar a exortação do Apóstolo? “Não andeis como andam os pagãos, na futilidade de seus pensamentos, com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus!” (Ef 4,17)Quando aceitamos esse desafio, esse convite, o sentido de nossa existência muda, porque começamos a enxergar e avaliar as coisas de um modo novo, um modo diferente: o modo de Cristo Jesus! Aí se realiza em nós a palavra da Escritura: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor! Andai como filhos da luz!” (Ef 5,8).

Caríssimos, deixar-se iluminar pelo Senhor, permitir que ele dissipe nossas trevas, é um trabalho, um processo que dura todo o nosso caminho neste mundo. Jamais estaremos totalmente convertidos, totalmente iluminados. Na segunda leitura da Missa, São Paulo convidava os cristãos de Corinto à conversão para uma vida de união e de amor. É assim: a Igreja toda inteira e cada um de nós pessoalmente, seremos sempre chamados a essa mudança, a esse deixar que a luz de Cristo invada a nossa existência tenebrosa! Nunca esqueçais, caríssimos, porque é verdade: “Outrora, sem Cristo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor! Andai, pois, como filhos da luz!” Seja esse o nosso trabalho, seja essa a nossa identidade, seja essa a nossa herança, seja essa a nossa recompensa! E que o Senhor nos socorra com a força da sua graça, ele que é fiel e bendito para sempre! Amém.

D. Henrique Soares da Costa

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III DOMINGO DO TEMPO COMM

O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.

Mt 4,12-23

O Evangelho começa com a profecia de Isaías, resumindo a atividade do Messias: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz”.

De fato, Jesus veio como luz para nos mostrar o caminho da felicidade e da vida. Se acolhermos essa luz, ela nos levará ao Reino de Deus. Mas para isso precisamos da conversão, da mudança da nossa vida, seguindo a Cristo e não o caminho do pecado.

E Jesus parte logo para chamar os Apóstolos, que serão os portadores da luz que é Cristo. E Deus continua chamando portadores da luz, para que ela chega aos confins da terra.

Jesus mesmo dava o exemplo, andando por toda parte pregando o Evangelho, curando os doentes e ajudando as pessoas a serem felizes.

Como é importante ser portador da luz que é Cristo, levando-o a todos e a todas que pudermos!

O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.

Diz a lenda que havia milhões de estrelinhas no céu. Elas eram de todas as cores: Brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas, azuis... Todas bonitas e alegres.

Um dia, um grupo delas procurou o anjo chefe e pediu licença para visitar a terra. Elas eram curiosas e queriam saber como que era a vida dos homens e mulheres aqui na terra.

Ganharam a licença e vieram. Então, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas descendo na terra.

Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças... foi uma festa. A terra ficou maravilhosamente iluminada.

Mas as estrelinhas ficaram muito tristes ao ver a miséria, a violência, as injustiças e tantas maldades na terra.

Depois de um tempo, voltaram para o céu. A terra voltou a ficar escura e sem

cores no firmamento.

Mas lá no céu elas foram conferir e perceberam que faltava uma. Era a estrela verde. Será que ela se perdeu no caminho?

Duas delas voltaram para procurar a estrelinha verde.

Quando chegaram à terra, viram que ela estava toda iluminada de estrelinhas verdes. A estrelinha havia se multiplicado e em cada coração humano havia uma estrelinha verde brilhando.

A estrelinha verde contou para as duas que ficou com dó dos homens e mulheres, porque estavam muito desanimados, e resolveu ficar mais um pouco na terra, a fim de ajudá-los.

Verde é a cor da esperança. Nós também queremos a estrelinha da esperança, a fim de nos levantarmos e, com muita alegria, espalhar a luz que é Jesus.

O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.

Peçamos a Maria Santíssima, a Mãe da esperança, que nos ajude a acolher o apelo do seu Filho: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.

Padre Queiroz

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Dia 23 de Janeiro - Domingo

III DOMINGO DO TEMPO COMUM
(Verde, Glória, Creio – III Semana do Saltério)

DE NAZARÉ A CAFARNAUM

Ao deixar Nazaré onde fora criado e vivera por longos anos, Jesus escolheu como base de sua pregação a cidade de Cafarnaum, às margens do lago da Galiléia. Ele poderia ter-se dirigido a Jerusalém, na Judéia, a Cidade Santa do judaísmo. Todavia, a escolha da Galiléia como ponto de partida de sua pregação foi intencional, devido ao simbolismo ligado àquela região.
No passado, os habitantes do norte de Israel foram vitimados por tropas estrangeiras, que invadiram o território judeu. Além disso, para impor sua dominação, trocaram a população local por outra, trazida do exterior. Daí em diante, apelidou-se de "Galiléia dos Pagãos" o território ocupado por populações não judaicas, tendo abatido sobre elas, desde então, um grande desprezo.
O texto de Isaías, citado no Evangelho, tem como pano de fundo este fato. Falando do futuro, o profeta diz que o país mergulhado nas trevas haveria de contemplar uma grande luz. Um passado de humilhação daria lugar a um futuro glorioso, com a chegada do Messias que poria fim à história tenebrosa do norte de Israel.
Jesus escolheu começar e concluir seu ministério entre os pagãos, os marginalizados e as vítimas de preconceitos. À Judéia, onde se pensava viverem os judeus fiéis, o Mestre foi apenas para morrer. Depois de ressuscitar, ele retornou à Galiléia para enviar os apóstolos por todo o mundo, a fim de pregar o Evangelho do Reino.

Oração
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.

( Pe. Jaldemir Vitório

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Evangelho (Mateus 4,12-23)

Domingo, 23 de Janeiro de 2011

3º Domingo do Tempo Comum


SEGUINDO JESUS


Quando Jesus ouviu que João Batista tinha sido preso, saiu de Nazaré e foi para Cafarnaum. Herodes Antipas foi governador deste território, a Galiléia dos gentios, que é considerado uma região esquecida por Deus, maneiras pagãs. É aqui que Jesus vai assumir que é agora a perigosa missão de João, para anunciar a vinda do reino de Deus.

Jesus, então, passa a chamar Pedro, André, Tiago e seu irmão John para segui-lo como discípulos. Através de Jesus, o que foi dito pelo profeta Isaías é finalmente cumprida: "as pessoas que se sentam nas trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitam na terra ofuscados pela luz de morte aumentou...."

Vida Implicações
Mateus graficamente retrata a condição humana não redimida: João, vítima da injustiça da prisão e posterior execução; pessoas sentadas nas trevas e na sombra da morte. Ouvintes do Evangelho de Mateus já sabemos que Jesus e muitos dos que se tornaram seus discípulos logo se reuniria o mesmo tipo de injustiça e de morte violenta como John.

Graham Greene, em seu romance O Poder e a Glória, retrata a condição humana decaída desesperadamente de uma maneira semelhante gráfico através dos pensamentos do personagem principal: "O conhecimento do mundo estava em sua como a mancha escura explicável em um raio-x fotografia, ele desejava - com uma sensação fôlego na besta - para salvá-la, mas sabia que a decisão do cirurgião - o mal era incurável ".

A boa notícia da fé cristã é que nenhuma experiência da nossa condição humana, no entanto "incurável" que possa parecer, até mesmo a morte, é impossível. A missão de Jesus consiste em proclamar que Deus nos ama e quer dar-se a nós, se vire, mas aceitá-lo. Jesus, "Deus conosco", é a encarnação do amor supremo - a luz para as pessoas que estão nas trevas, a vida em uma terra ensombrada pela morte.

O Evangelho de hoje recorda-nos também que Jesus chama cada um de nós pelo nome para segui-lo: a nossa felicidade definitiva depende de nossa resposta. Nenhum projeto ou o amor humano, mesmo grande, pode ser preferida ("Eles deixaram o barco e seu pai, seguiram-no").

Na liturgia deste domingo, podemos rezar pelo dom da fé para seguir Jesus na vida do amor de Deus. Esta é a fé que vence o mundo das trevas, violência e morte. E com o dom de compartilhar a fé de Cristo vem de uma paz que ultrapassa nossa compreensão.

Não tenha medo de dar o seu sim.

Seja simplesmente feliz.

Escreva sua história de vida ou partilhe as suas dificuldades. Deus quer te ouvir.

Professor Isaias da Costa

Escreva para: isaiasdacosta@hotmail.com

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Domingo, 23 de janeiro de 2011

3º Domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Amásio de Teano (bispo), Armando de Mairé (abade), Ásclio de Tebaida (mártir), Bernardo de Viena (monge, bispo), Clemente (bispo) e Agatângelo (seu diácono), (ambos mártires de Ancira), Colmano de Lismore (bispo), Eusébio de Mount Coryphe (eremita), Ildefonso de Toledo (bispo), João, o Esmoler (bispo de Alexandria), Luftilde de Colônia (virgem), Pármenas de Filipos (diácono citado em At 6,5, mártir).

Primeira leitura: Isaias 8,23b-9.3
Pois não há trevas onde há angustia

Salmo responsorial: 26(27),1.4.13-14 (R. 1a.1c)

O Senhor é minha luz e minha salvação

Segunda leitura: 1 Corintios 1,10-13.17

Vivei em boa harmonia
Evangelho: Mateus 4,12-23

E eles abandonaram a barca e o seguiram

É do conhecimento de todos que a liturgia católica carece de uma reforma substancial e a necessidade de reordenar a escolha dos textos segundo novos critérios. A incorporação da segunda leitura à temática unitária (em vez de se apoiar em sua temática própria), e a possibilidade de que sejam vários os ordenamentos litúrgicos dos textos, segundo objetivos e necessidades distintas a serem escolhidas segundo variáveis diversas, seriam outras tantas possibilidades.

Entretanto, é bom saber que a liturgia não “é” assim, mas que a temos assim, à espera de que chegue um momento mais propício para reativar as tantas coisas que na Igreja católica estão paradas ou em hibernação à espera de outra conjuntura.


A primeira leitura parece ter sido escolhida estritamente por coincidir com a terceira leitura por causa da alusão geográfica (zona de Zabulon e Neftali), zona limítrofe de Israel na qual Jesus veio se estabelecer. A segunda, como sempre acontece, vai por seus caminhos próprios, sendo puramente aleatório que alguma vez encaixe com a mensagem das outras duas.

Podemos dizer que o evangelho de hoje, dada a altura à qual estamos no ano litúrgico, corresponde à vida de Jesus, seguindo um critério simplesmente cronológico: o início de sua atividade pública, quando sua missão de pregador do Reino decola e atinge a plenitude.


São muitos os detalhes que merecem comentário neste evangelho. Jesus começa sua atividade tomando como referencia os sinais dos tempos. Ao menos o evangelista faz notar que Jesus não começa sua missão sem mais e nem a seu bel prazer, somente entra em cena ao saber que João Batista havia sido encarcerado.

Jesus reage ante os fatos da história que o rodeiam. Não cumpre uma missão previamente programada e que deveria ser levada a termo com indiferença, não importando o que acontecesse.


Jesus “foi viver” em Cafarnaum. Alguns exegetas (Nolan, por exemplo) fazem notar que “se estabeleceu” ali e que, provavelmente, ao citar como sendo “sua casa”, não seria a casa de Pedro e sim a de Jesus. Não se pode falar com segurança, mas não é improvável. Uma dúvida sobre essa imagem tão usual de um Jesus evangelizador itinerante.


O conteúdo do que seria a “primeira pregação” de Jesus, ou ainda melhor, a tônica dominante da pregação de Jesus: a vinda do Reinado de Deus, como boa notícia que convida a mudança. Hoje já sabido pelas crianças da catequese paroquial, quando há quarenta anos o ignoravam todos os cristãos adultos, inclusive os pregadores: que o centro da pregação de Jesus foi o “Reinado de Deus”, um conceito que beira à escatologia, ou seja, que Jesus não foi um pregador doutrinal teórico, nem um mestre da sabedoria religiosa, nem asceta, mas um profeta dominado pela urgência de uma paixão, a paixão pelo Reinado de Deus que ele acreditava iminente.


Não era somente um anúncio, e sim uma co-moção: Jesus anunciava para provocar a mudança, para animar a esperança na mudança que Deus mesmo estava a ponto de fazer acontecer. Por isso, seu anuncio era para a conversão: “mudem sua vida e seu coração porque o reino dos céus está próximo”, na tradução da Bíblia Latino-americana.


Aqui detectamos uma dupla direção: é preciso mudar (converter-se) “porque” chega o Reinado Deus e, também, é preciso mudar “para que” venha, para tornar possível que venha, porque na mudança já acontece esse Reinado... São as duas dimensões: ativa e passiva, receptiva e provocativa, de contemplação e de luta sem unilateralismos.


O caráter concreto de práxis que Jesus adota, não é a de ele mesmo ser o transformador da sociedade, com suas próprias práticas, não é a de enfrentar diretamente a tarefa, mas a de comprometer o outros, de convencer a outros para somar à tarefa e para isso, dedicar-se a desbloquear a mentes, a iluminar os corações, abrir a visão dos demais para que possam ser incorporados à transformação da sociedade.

Pode-se dizer que Jesus, mais que uma prática, assume uma prática teórica e simbólica. Ele não se faz médico nem se dedica a curar os enfermos, porém dedica-se a dar a Boa Notícia, ainda que em sua pregação a cura esteja sempre presente como “signo” de cura: “pregava e curava”. Teoria e prática: Jesus exercia a tarefa de abridor de mentes, iluminador de corações, gerador de esperança, transmissor de energias.


Nessa linha de pensamento, pode-se salientar ainda melhor o fato de ter convertido os seus amigos mais achegados em “pescadores de pessoas” (e não “de homens”), o que ele mesmo estava sendo. Querer estender o cristianismo a todo o mundo e fazer tábua rasa das demais religiões, é um pensamento que já não tem lugar em uma visão à altura dos tempos atuais.

O ser realmente “evangelizador” apaixonado pela Utopia do Reino (utopia que não é inimiga das demais religiões nem pretende impor nenhuma cultura), continua tendo pleno sentido. Muitos detalhes, muitos temas, em um evangelho simples, porém com muito conteúdo.

Missionários Claretianos



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“Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo”. (cf. Sl. 95, 1.6)

Meus queridos Irmãos,

A liturgia deste terceiro domingo do Tempo Comum está toda centrada na pessoa e na missão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo é apresentado como Aquele que veio para proclamar um tempo novo, marcado pela Libertação (que refletiremos no Evangelho) e pela unidade que nos é brindada pela Primeira Leitura paulina enviada os Coríntios.

Este domingo salienta a pregação inaugural da vida pública do Senhor Jesus. Lucas narra a atividade de Jesus como uma história escrita por um historiador. Lucas é o evangelista considerado homem da crônica, ou seja, o cronista, aquele que hoje poderia ser considerado o colunista social, aquele que relata as coisas dos homens. Lucas, a seu termo, narra o início da pregação inaugural de Jesus, o Senhor. Lucas vai contando as coisas de Jesus do modo em que a gente possa ter presente e voar no túnel do tempo para estar caminhando com Jesus e degustando de sua vida pública, de seu ensinamento, de sua palavra, de seu ministério.

Lucas colecionou os dados a respeito de Jesus lá pelos anos 80 d.C. para mostrar-lhes melhor quem foi e o que fez Jesus de Nazaré. Como todo bom cronista Lucas imagina Jesus iniciando a sua pregação lá na sua terra, em Nazaré, na reunião de sábado da sinagoga. Os adultos podiam comentar a Lei a partir de um texto profético. Jesus abriu o rolo do profeta Isaías, no texto que fala da missão do mensageiro de Deus para instaurar a verdadeira Justiça e a profunda libertação, pelo fim da opressão e com a finalidade da realização de um ano sabático ou jubilar, para a restituição dos bens alienados, em vistas a um novo início de uma sociedade fraterna, como convém ao povo de Deus.

Irmãos e Irmãs,

O Evangelho deste domingo(cf. Lc. 1,1-4;4,14-21) pode ser dividido em duas partes: a primeira é o prólogo de São Lucas em que o Evangelista garante a solidez das fontes da história de Nosso Senhor Jesus Cristo. A segunda parte do Evangelho nos relata a primeira parte da chamada “Perícope de Nazaré”, ou seja, será refletida no domingo próximo. Lucas inicia a vida pública de Jesus com uma pregação em que é evidenciado que Jesus não age como um santo profeta humano, que fala em nome de Deus, mas como alguém que fala como Deus, “com força do Espírito de Deus”.

Lucas diz que Jesus freqüentava a sinagoga aos sábados. Isso demonstra que Jesus era um homem de oração. Junto com a oração Lucas sublinha que Jesus era um homem profundamente MISERICORDIOSO. Jesus é a encarnação da misericórdia divina, já anunciada no trecho de hoje. Lucas, por fim, anuncia em seu Evangelho a UNIVERSALIZAÇAO DA SALVAÇÀO QUE VEM ANUNCIADA POR JESUS. Jesus não veio para os homens do sistema religioso vigente, para os homens de poder, de posses. Ao contrário, Jesus veio para os pobres, para os excluídos, para aqueles que estão à margem da sociedade. A salvação vem para todos, para todos que aderem ao projeto de vida de Jesus Cristo.

Lucas fala da genealogia e da vida de Jesus: ele ressalta que Jesus tem família, um emprego, amigos, ressalta a geografia, a cultura, a sociedade e de então, e como não poderia deixar de ser, fala da vida dos homens de oração do tempo de Jesus e da própria vida de fé do Senhor.

Meus queridos Irmãos,

Lucas demonstra que desde o seu Batismo Jesus é o homem repleto do Espírito Santo de Deus: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”(cf. Lc 1,35).

Jesus inicia a sua vida pública com a fala do v. 18: “O Espírito do Senhor está sobre mim”(v. 18). Lucas sublinha o início da pregação com a ação do Espírito Santo. A salvação trazida por Jesus se mostra como poderosa força do Espírito Santo, que opera nele. A mesma coisa dirá os Atos: “Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com seu poder, e ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com ele”(cf. At 10,38).

O Evangelho anuncia os preferidos de Jesus: os pobres, os presos e os cegos. Cabe uma reflexão pessoal: será que nós nos preocupamos com os pobres, com os presos e com os cegos? Será que nós nos preocupamos com os que estão à margem da sociedade. Pobres e excluídos no sentido material, mas, sobretudo, no sentido espiritual, na carência de Deus e da sua fé salvadora. Os presos não somente dos cadeiões, mas os presos aos bens do mundo, a alienação do poder, do ter, do ser, do estar, do fazer, do humilhar. Os cegos da auto-suficiência, da arrogância, da ganância, da falta de fé.

A libertação cantada e encantada pela pena literária de Isaías é realizada por Jesus, o Redentor do Gênero Humano. Por isso Lucas solenizou o poder e o gesto do início da vida pública de Jesus: enrolou o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se.(cf. Lc 1,20). Agora já não seria mais o livro a dizer as coisas, mas ele, Jesus, o novo Mestre, e o faz como mestre, sentado, isto é, com toda a autoridade, porque não falava apenas com a força profética, mas com a força do “Espírito do Senhor que estava com ele”.

Meus caros irmãos,

A Primeira Leitura(cf. Neemias 8,2-6.8-10) fornece um pouco de cultura bíblica, necessária para imaginar os costumes e sentimentos do judaísmo pós-exílico referentes à leitura da Lei. O episódio é praticamente o protótipo do culto sinagogal e a figura central, Esdras, pode ser considerado como o “pai do judaísmo”(antes do Exílio não se pode falar em judaísmo, no sentido estrito; é só depois do Exílio que o “povo de Deus” se identifica praticamente com a tribo de Judá, única que ficou mais ou menos intacta e livre de contaminação.

Uma mensagem própria traz a Segunda Leitura(cf. 1 Coríntios 12,12-30): a alegoria do corpo e dos membros. É uma alegoria que Paulo aprendeu na escola: pertence plenamente à cultura romana e devia ser conhecida por todos os homens cultos da sociedade helenística. Seja como for, Paulo a aplica à Igreja: nenhum membro do corpo pode dizer a outro que não precisa dele. E, com um sadio naturalismo (que desaparece quando se segue a versão abreviada da leitura), fala também dos membros mais frágeis, que são circundados com cuidados maiores – alusão aos capítulos iniciais da Primeira Carta aos Coríntios, onde Paulo critica os partidarismos e ambições que dividem a Igreja de Corinto, lembrando que Deus escolheu o que é fraco e pequeno neste mundo.

Irmãos e Irmãs,

Jesus veio para salvar a alma e o corpo, ou seja, toda a pessoa humana. Ainda hoje a Palavra de Deus gera a Igreja, o Corpo de Cristo. Esta palavra transforma-se em dons diversos, conforme o carisma de cada um para a edificação do Corpo de Cristo que a segunda Leitura nos ensina. Em cada Missa dominical realiza-se o que aconteceu na sinagoga de Nazaré. É Deus que faz a proposta. Estabelece-se o confronto com a Palavra, facilitada pela homilia. E deve seguir-se uma resposta de conversão, de louvor, de ação de graças e de sacrifício.

Nós, o povo de Deus caminhante, a Igreja de Cristo, recriada por Sua Palavra, há de transformar-se em boa-nova de libertação para os pobres e os oprimidos. A Palavra terá como fruto uma evangélica opção preferencial pelos pobres e pelos oprimidos. Despertará e animará o carisma próprio de cada cristão a serviço do bem da nossa comunidade de fiel, tudo com o auxílio e a graça santificante do Espírito de Deus.

Muitos são os dons, inumeráveis são os carismas de nossa fé: tudo na unidade em Cristo para que com Ele uma só Igreja, caminho ordinário de salvação. Assim seja!

Padre Wagner Augusto Portugal

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