TRANSLATE FOR ALL LANGUAGES

BOM DIA

SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS

INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS

CATEQUESE PELA INTERNET

Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as religiões. Cristãs e não cristãs.

MANDE ESTE BLOG PARA SEUS AMIGOS. ELES TAMBÉM PRECISAM SER SALVOS.

visite o outro blog de liturgia diária

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

..........................................

HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


VEJA AQUI AS LEITURAS DE HOJE





domingo, 9 de janeiro de 2011

O BATISMO DE JESUS

.

HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO

09 DE JANEIRO – 2011

FELIZ ANO NOVO!

=== === === === === ===

SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS

INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS

Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as religiões. Cristãs e não cristãs.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

OBRIGADO PELOS ELOGIOS.

POR FAVOR, MANDEM ESTE BLOG PARA SEUS AMIGOS.

visite o outro blog de liturgia diaria

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

O BATISMO DE JESUS

Comentários do Prof. Fernando – 9 de janeiro Domingo da Epifania

e semana de 9 a 16 de janeiro de 2011

oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

09/01 DOMINGO depois da EPIFANIA – BATISMO DE JESUS

= conclusão do Ciclo do Natal

= abertura da PRIMEIRA SEMANA DO Tempo Comum

Is 42,1-7 Sl 29 At 10,34-38 Mt 3,13-17

10/01 Hb 1,1-6 Sl 97 Mc 1,14-20 2ª.f.da 1ª.semana do tempo comum

11/01 Hb 2,5-12 Sl 8 Mc 1,21-28 3ª f.da 1ª.semana do tempo comum

12/01 Hb 2,14-18 Sl 105,1-9 Mc 1,29-39 4ª f.da 1ª.semana do tempo comum

13/01 Hb 3,7-14 Sl 95 Mc 1,40-45 5ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

14/01 Hb 4,1-5.11 Sl 78,1-8 Mc 2,1-12 6ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

15/01 Hb 4,12-16 Sl 19 Mc 2,13-17 sáb.da 1ª.semana di tempo comum

Da Primeira Leitura (Isaías 42):

Eis o meu servo — eu o recebo; eis o meu eleito —

nele se compraz minh'alma; pus meu espírito sobre ele,

ele promoverá o julgamento das nações.

A festa da Epifania é como um grande espetáculo de apresentação da Encarnação do Filho de Deus: no cenário do presépio de Belém os personagens são José, Maria, os pastores, o Menino Jesus no centro e, finalmente, os reis magos ou Sábios que vieram de países distantes porque estudavam não apenas as ciências e a astronomia de seu tempo mas se interessavam também pelo Mistério do Homem e pelo Mistério de Deus. Com essa apresentação ou manifestação (= Epifania) ao mundo os evangelistas encerram a sóbria descrição do início da Salvação, que vai da Anunciação ao Natal em Belém.

Os evangelistas situam o início de uma nova etapa da vida de Jesus numa nova Epifania, uma nova apresentação do Cristo ou Messias na narrativa do Batismo de Jesus. Com cerca de 30 anos, Jesus se manifesta publicamente pela primeira vez na fila dos que aceitam o batismo de João, o profeta que prepara os caminhos para a chegada da Boa Nova da salvação. Durante cerca de 30 anos Jesus teve uma vida escondida na sua pequena Nazaré. Aí também se revela o mistério da Encarnação pois ele é um dentre milhões e milhões de seres humanos que vivem anonimamente em suas famílias e aldeias ou cidades, sustentando-se com o trabalho de suas mãos. Os evangelhos não trazem notícias sobre esse período pois desde que se formaram as primeiras comunidades de cristãos a pregação se concentra no núcleo dos fatos centrais da Paixão e Ressurreição, o anúncio do chamado Kerýgma do qual temos um exemplo típico na leitura de hoje onde se encontra um síntese magnífica no discurso de Pedro.

À volta desse Kerygma foram acrescentados os discursos e narrativas de acordo com a memória e os relatos conservados por diversas testemunhas. Esses “relatórios” constituem as narrativas de palavras, milagres, curas e debates de Jesus durante sua vida pública até sua prisão em Jerusalém. Mateus (cap.3), Marcos (cap.1) e Lucas (cap.3) começam sua proclamação do Reino pela figura de João Batista (que o prólogo de João aponta como o homem enviado por Deus para dar o primeiro testemunho do Verbo que era Deus). Ora, João pregava a conversão anunciando a proximidade do Reino e, para tanto aceitavam o batismo de imersão no rio Jordão. Esse rito, como em muitas religiões era símbolo de purificação e renovação. O batismo de João apresentava características próprias principalmente porque: a) insistia numa purificação mais moral que ritual no sentido de gesto de religião; b) não cabia repetição, considerado como passo de iniciação para uma nova etapa de vida; c) significava uma etapa final considerando-se o batizado membro do grupo que se aceitava como grupo de expectativa da vinda definitiva e próxima do Messias. E, era, finalmente preparação para o batismo de um fogo purificador, um “mergulho” definitivo no Espírito de Deus que seria realizado pelo próprio Messias.

Esse o sentido do “protesto” de João Batista: eu é que preciso ser batizado por ti. O grande mistério da celebração de hoje encontra-se por um lado nesse gesto de Jesus que se coloca na fila dos homens comuns para um rito de purificação – ele que era o Verbo e a fonte da luz para todos os homens. Por outro lado, o episódio do batismo de Jesus é ocasião do Pai apresentar seu Filho bem-amado com o testemunho do Espírito que vem do Céu (sob o símbolo de uma pomba cuja figura não podemos deixar de religar ao “Espírito que pairava sobre as águas” na descrição da primeira Criação (Gênesis 1) e também àquela avezinha que trouxe a Noé o sinal de que o dilúvio e a destruição da humanidade estavam superados pelo renascimento da vida sobre a terra.

Essa apresentação, essa grande Epifania de Jesus Cristo nas águas do Jordão substitui o termo (cf.primeira leitura) usado por Isaías: servo ou servidor por “Filho”. Ele o verdadeiro anunciador do bem, do perdão, da tolerância, do julgamento que leva à verdade verdadeira. Ele que resiste a toda maldade e vem estabelecer a justiça, aliança do povo, a luz das nações. Ele trará luz e visão aos cegos, liberdade aos que estavam prisioneiros da escuridão.

O grande mistério da Encarnação continua nesse gesto aparentemente incoerente de Jesus ao se deixar batizar por João confundido inicialmente com a fila dos pecadores em busca de conversão. Como o nascimento e tantas décadas numa vida absolutamente comum e semelhante à da maior parte dos habitantes da terra (trabalhar, viver em família, construir sua aldeia ou cidade). Como a tentação, os sofrimentos e a própria morte que vai experimentar e, mais ainda, como forma solidária com os perseguidos e pobres, com todos os injustiçados e desprezados que mendigam pão, justiça e amor em todas as sociedades de todos os tempos.

Como já meditamos no domingo da Epifania aos povos simbolizados pelos Reis junto ao presépio, a mensagem central não está nos ritos mas no sentido que eles adquirem em Cristo. Aqui também, no batismo de Jesus, o acento não deve estar no paradoxo do Messias que aceita ser batizado, mas na revelação que esse momento expressa: ele é o Filho, o Espírito está com ele, os céus se abrem, Deus se comunica com o Homem. E tudo isso se realiza no quotidiano da vida. Não devemos parar no brilho dos sinais nem no cenário mas na leitura dos sinais e no sentido apontado por essas cenas.

É ocasião de lembrar também o ritual, os gestos e a graça que nos é dada no nosso batismo (que a comunidade nascente a que chamamos Igreja substituiu aos ritos no rio Jordão). Os batizados se identificam com o Cristo que mergulham na morte a todo pecado ou maldade e emergem ressuscitados porque empapados pelo Espírito divino serão epifania para o mundo, testemunhas da luz que veio a esse mundo para sua salvação.

Há algum tempo houve estranha discussão num canal de TV: no programa um pregador se empenhava em convencer ouvintes na platéia e os telespectadores em casa de que o “único batismo” (tomando as palavras paulinas de “uma só fé, um só Senhor, um só batismo” é aquele realizado por imersão. Dessa forma a discussão sobre os ritos (que têm tantas diferenças históricas e culturais desde a antiguidade) tornou-se mais importante que o significado do símbolo...

Por mais exóticas e extraordinárias que sejam as religiões e seus ritos, nada é mais importante que a Encarnação da Palavra, do Verbo de Deus feito carne. Nós também somos convidados a viver encarnados numa vida humana destinada a se tornar divina pela gratuidade que nos foi dada no Amor.

oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

Leituras: http://www.cnbb.org.br/liturgia/ (todas numa só Página: mouse+ctrl+Enter numa data)

Leituras da primeira semana do TEMPO COMUM – 2011

10/01 Hb 1,1-6 Sl 97 Mc 1,14-20 2ª.f.da 1ª.semana do tempo comum

11/01 Hb 2,5-12 Sl 8 Mc 1,21-28 3ª f.da 1ª.semana do tempo comum

12/01 Hb 2,14-18 Sl 105,1-9 Mc 1,29-39 4ª f.da 1ª.semana do tempo comum

13/01 Hb 3,7-14 Sl 95 Mc 1,40-45 5ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

14/01 Hb 4,1-5.11 Sl 78,1-8 Mc 2,1-12 6ª f.da 1ª.primeira semana do tempo comum

15/01 Hb 4,12-16 Sl 19 Mc 2,13-17 sáb.da 1ª.semana di tempo comum

As Leituras dessa primeira semana do Tempo Comum, concluído o ciclo do Natal, apontam para esse mistério da Encarnação, na carta aos Hebreus cujos primeiros capítulos lidos nesta semana, mostram o Cristo como a Palavra definitiva da comunicação do Pai para conosco e que não podemos ceder à tendência de preferir os ritos da religião à aceitação da verdadeira mediação do verdadeiro sacerdote no qual temos toda confiança.

A leitura dos evangelhos retira dos primeiros capítulos de Marcos a narrativa do ministério público de Jesus iniciado na Galileia, seus primeiros anúncios da boa nova, os primeiros convites à constituição do núcleo básico de discípulos, as primeiras curas e sinais de que o Reino chegou. É o começo de nossa caminhada de meditação e transformação ao longo desse ano de 2011.

oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

( Prof. FernandoSM. – USU, Rio – fesomor2@gmail.com )

Introdução

Para nos mostrar a importância do Batismo para a nossa salvação, Jesus foi ao encontro de João Batista para ser batizado por ele. Depois, O Messias institui o Sacramento do Batismo ao enviar os discípulos, dizendo:

"Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei" (Mt 28,19-20).

Portanto, segundo Jesus Cristo, é importante para não dizer indispensável, que todas as pessoas sejam batizadas.

Porém, infelizmente, no mundo de hoje nem todos estão sendo batizados. Estamos falando dos filhos das mães solteiras. Os jovens, influenciados e incentivados pelas novelas, pela televisão, pelo cinema e pela internet, se acasalam gerando filhos os quais geralmente acabam ficando sem pais, pois esses não assumem a responsabilidade da paternidade. Percebe-se nas escolas como é grande o número de crianças que não foram batizadas. Tenho notado isso pois faço um trabalho de Ensino Religioso em várias escolas de minha cidade e de cidades vizinhas.

E o batismo desses inocentes que não pediram para vir ao mundo é coisa muito complicada. Porque, pelo certo, estes frutos de uma união não abençoada pela Igreja, não poderiam ser batizados. Por outro lado, eles são filhos de Deus. O que fazer?

Trata-se de uma situação polêmica geradora de divisões de opiniões. Que Deus não permita que se torne uma causa de cisma. Isto porque fala-se de um certo padre de uma certa paróquia que batiza todos os filhos de mães solteiras. Outro padre em seu sermão criticou de discriminação, o ato de não serem batizados os filhos das mães solteiras, as quais deveriam ser acolhidas pela Igreja.

Ah! Você está esperando a minha opinião? Eu não tenho e nem devo ter uma opinião formada sobre esta questão polêmica. Graças a Deus temos a CNBB e o Papa que se já não têm uma posição a respeito disso, vão com certeza deliberar a respeito.

Eu, assim como você, podemos sim, rezar muito pelas famílias e pelos jovens, e na nossa catequese, falar e repetir sobre a importância da família, do casamento, e do batismo.

O batismo é de fatal importância para a nossa salvação, porém, O próprio Jesus afirmou que a fé é condição indispensável para nos salvarmos.

“Quem crer e for batizado, será salvo. Porém, quem não crer já está condenado”

Percebe-se nas palavras do Mestre, que a falta do Batismo em certas circunstâncias ( alguém que não foi batizado por culpa dos pais, ou por morar em um espaço geográfico distante,como uma montanha por exemplo, ou coisa parecida), pode ser atenuante. Queremos crer que a infinita misericórdia de Deus não deixará de considerar tais embaraços. Ao passo que a ausência da fé, é algo super agravante no dia do nosso julgamento. Pois não terá desculpas aquele ou aquela que ignorou o constante chamado de Deus, e não deu uma resposta em atitudes de fé.

Por outro lado, mais importante que batizar por batizar uma criança, é conduzi-la a viver este batismo. Porque não basta batizá-la, é preciso fazer com que ela cresça cheia de sabedoria e da graça de Deus, como Jesus cresceu. E para tal, precisamos catequizá-la com a palavra e principalmente com o nosso exemplo, e conduzi-la ao catecismo da nossa paróquia para que cresça no caminho da verdade e da vida, em vez do caminho da mentira e da morte.

Caríssimos (as). Hoje, mais uma vez Deus está lhe chamando à conversão. Ele convida a sua pessoa a largar toda inclinação para o mal, e voltar-se sem reservas para Deus e seus mistérios. Para uma vida de oração, de meditação sobre os ensinamentos de Jesus, e de caridade. Faça isso e você será outra pessoa. Alegre e feliz, mesmo convivendo com este mundo sem limites e cheio de injustiças. Você será alegre e feliz mesmo tendo de carregar as suas cruzes diárias. Acredite!

Sal

============================

Batizando-se, Jesus nos mostra a importância do seu fazer-se homem entre os homens, colocando-se ao lado do fraco – Maria Regina.

É a partir do batismo no Jordão que começa a verdadeira vida pública de Jesus, sua obra de redenção e salvação. Às margens do rio Jordão, encontramos João Batista que realiza um batismo com água para a remissão dos pecados. Era uma tentativa de começar uma vida nova. De fato, o proceder do batismo simbolizava isso. O ato de mergulhar simboliza a morte provocada pelo dilúvio exterminador. Mas também a água e principalmente, aquela corrente, é símbolo da vida. Foi através das águas que os israelitas passaram da escravidão para a vida em liberdade. O rio Jordão, por exemplo, é fonte de vida para o povo de Israel até hoje. A água purifica, limpa a sujeira do passado, faz recomeçar, renascer.

O batismo instituído por Jesus realiza-se com o concurso da Trindade: em nome do Pai , do Filho e do Espírito Santo , restabelecendo a uma vida nova depois de ter libertado definitivamente dos pecados, fazendo renascer pela água e pelo Espírito Santo.Eram muitos os pecadores que vinham até João para se batizarem. E no meio destes vem Jesus. Aí temos algo verdadeiramente novo. João esperava evidentemente que Jesus, quando chegasse, pedisse para parar aquele seu rito agora não mais necessário; porém, fica bastante encucado quando vê que Jesus que não tinha pecado algum pede pra ser batizado; por isso, ele protesta: “eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” Realmente, como Jesus podia confessar seus pecados e querer uma vida nova?

A resposta de Jesus: “por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!”, com essas palavras,Jesus se coloca no meio das pessoas que necessitam de conversão para que se cumpra “toda a justiça” (cumprimento da vontade de Deus).Jesus cumpre a vontade do Pai em tudo e isto implica que ele experimente todas as prerrogativas do ser humano fraco, partilhando todo tipo de sentimentos e misérias. É da vontade de Deus que Jesus se faça solidário com os pecadores. Este ato de humildade da parte do Senhor é um anúncio da salvação operada com a morte de cruz e a ressurreição: no confiar a própria cabeça à água batismal de João, Jesus se humilha, se apaga, se confunde com os pecadores (morte de cruz) para depois ser elevado pelo Pai que o exalta como o “meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado” (ressurreição). Se na morte de cruz, ele leva sobre seus ombros todos os pecados da humanidade, no batismo ele começa a experimentar o peso.

Batizando-se, Jesus nos mostra a importância do seu fazer-se homem entre os homens, colocando-se ao lado do fraco. Ele partilha conosco o estado de miséria que o pecado produz, experimenta os sentimentos de abandono e desprezo que causa a passagem do pecado à conversão. No batismo de Jesus se manifestam os traços de toda a sua atividade. Ele não veio para os justos, mas para os pecadores. E faz isso em obediência à vontade de seu Pai e como Filho predileto, que vive em perfeita comunhão com o Pai. Desta maneira, aquilo que falta a nós pecadores, a ele foi dado no modo mais perfeito. Por isso, ele é capaz de perdoar os nossos pecados e de nos reconduzir à comunhão com Deus.

Amém

Abraço carinhoso de

Maria Regina

============================

FESTA DO BATISMO DO SENHOR

A liturgia deste domingo tem como cenário de fundo o projeto salvador de Deus. No batismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projeto do Pai, Ele fez-Se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-Se em promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude.

A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, Ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus.

A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo para concretizar um projeto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo fazendo o bem” e libertando todos os que eram oprimidos. É este o testemunho que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra.

No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética: Jesus é o Filho/“Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-Se pessoa, identificou-Se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.

Comentário - Batismo de água, batismo do espírito

Jesus apresenta-se

É tempo de apresentar candidatos para eleições, em algumas regiões da terra. A cena do Batismo é a apresentação de Jesus. É o Pai quem o apresenta e é apresentado para todos: “É meu Filho”. Assim inaugura Cristo sua vida pública e missionária.

Outros candidatos apresentam-se com suas melhores vestes. Jesus, ao contrario, aparece desnudo, na fila dos pecadores; sua vida começou numa manjedoura e sua vida apostólica começa mais humilde: como pecador. Jesus, só, sem séqüito, da maneira mais simples entra no rio, e começa sua atividade salvadora, era sua missão: os homens começam a escutar boas notícias.

O batismo era um rito penitencial que limpava das impurezas legais ou rituais. Era sinal de conversão e de incorporação à comunidade judaica dos gentiles-impuros.

O jovem Jesus era todo um homem, tinha 30 anos. É a hora da verdade. O filho do carpinteiro sente o chamado do Pai, sente o povo maltratado pelos poderosos e os chefes religiosos. Chega a hora de abandonar o lar. Não existe uma chamada especial como nos profetas, mas tem muito clara sua vocação. Só um manto, umas sandálias, e se despede de sua mãe Maria. Que palavras ou que silêncios se disseram filho e mãe na despedida?

Palavra do Senhor

Uma vez mais, aparecem imagens bíblicas para explicar a teofania, a manifestação de Deus aos homens: o céu que se abre, a pomba do Espírito que desce e a voz que proclama. Os três são sinais que descrevem a plenitude do dom de Deus em Jesus; são o pórtico do tempo novo, tempo de salvação, que se aproxima.

Jesus inaugura sua vida pública com o rito batismal. Põe-se ao lado dos pecadores. O puro se junta aos impuros. “Fez-se pecado por nós” (2 Cor 5,21). O mesmo que o batiza o indica como “cordeiro que tira o pecado do mundo”. Mas seu verdadeiro batismo foi o batismo de seu sangue: com sua morte, desde seu costado do qual brota sangue e água, lava toda iniqüidade. “É tão puro e vai tão sobrecarregado de impurezas, que seu sacrifico deixa alvo o mundo” (Cabodevilla). Evocação feliz da Páscoa: “Lavou nossos pecados com seu sangue” (Atos dos Apóstolos 1,5).

O Batizado no Jordão é o Servo que nos desenha Isaías. O Servo é o eleito de Deus e sobre ele põe seu Espírito. “Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua. A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade trará a justiça; não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.” (Isaías 42, 2-4).

Sua missão é a mesma em que cedo recordará Jesus na sinagoga de Nazaré: “abrir os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão”. São os sinais do tempo messiânico. Insiste Pedro em sua apresentação de Jesus em casa de Cornélio; é o esquema perfeito, a catequese impecável sobre Jesus: é o Filho de Deus, ungido pela força do Espírito Santo, “Deus estava com ele”. Por isso, “passou fazendo o bem”.

Para nossa vida: Profissão de fé

Estamos numa teofania. Deus desvela-nos o mistério de Jesus: é meu Filho, meu Filho muito amado, meu predileto, o escutai. Ante este presente de Deus, nossa única resposta é uma profissão de fé.

Crio. Não me custa, me é espontâneo gritar: eu creio em ti, Jesus Cristo. Tu és o Filho de Deus vivo, desde sempre amado por Ele. Tu, o primeiro dos ungidos pelo Espírito Santo. E, por isso, o enviado aos homens, o salvador, o mestre, a vida e a morte de tantos que viveram e morreram por ti. Tu és o Servo, o Deus sofrente que carrega com as doenças de todos, mas glorioso em tua Ressurreição. O Pai Deus está contigo: passas fazendo o bem. Sempre. Obrigado, por tanto dom.

E nos damos conta de que é o Deus uno e trino quem foi objeto de nossa fé, esperança e amor: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Só nos resta adorar, contemplar... Louvemos a Deus que nos mostra seu mistério de amor; damos-lhe as graças pelas coisas tão boas que nos diz.

Também nós batizados

Ainda que não seja o mais próprio na liturgia de hoje, o Batismo de Jesus nos evoca nosso próprio batismo. Os sinais e palavras do Jordão cumprem-se na pia batismal.

Somos filhos amados do Pai. Pelo batismo, não nos sentimos simples criaturas, somos filhos de Deus. Somos seu encanto, Ele nos quer. “Que amor tão grande nos tem o Pai” (I Jn 3, 1).

No batismo, recebemos o Espírito Santo. Somos novas criaturas, nosso viver é Cristo. As pessoas que se amam - Cristo e os batizados - se vão parecendo cada vez mais. Recorremos às imagens batismais: somos ungidos, iluminados, banhados... Cristão, seja o que és!

Não o diz diretamente o texto, mas nós o publicamos. Pelo batismo, somos membros da Igreja. Isto é, irmãos de sangue cristão de tantos santos, tantos mártires, tanta gente entregada aos demais.

Com Jesus, saímos a dizer a boa notícia

Jesus começa sua vida missionária. O Pai revela o Filho, e este responde se sentindo enviado e nos dando a conhecer ao Pai: “O Pai ama-vos”, “Quando oreis, dizei Pai”. E nós, com Jesus, somos enviados a pregar o Evangelho. Consagrados pelo Espírito, somos sacerdotes, profetas e reis. Estamos urgidos a ser testemunhas; com parábolas e milagres, de palavra e de obra.

Por suposto, com o estilo do “Servo”. Servindo até a morte, carregando com os pecados de todos, tão sem pecado e fato pecado, tão manso, tão débil, tão justo.

A Eucaristia do domingo é a grande ocasião. É a Páscoa dos batizados. E, ao acabar a Missa, somos enviados a dizer a Boa Notícia: “Podeis ir em paz”.

Pe. Conrado Bueno Bueno

============================

O BATISMO D JESUS

O batismo de Jesus é considerado a segunda epifania ou manifestação. A primeira foi ao magos. No batismo, Jesus se integra à comunidade cristã e aos judeus presentes. Naquela cerimônia, o que era sinal de arrependimento para o povo, para ele é sinal de justiça. E justiça, na Bíblia, significa, amor de Deus para todos. Para todos! Assim, ungido, Jesus declara sua missão.

Quando Jesus saiu da água, aconteceu a manifestação da Santíssima Trindade: "viu o Espírito de Deus" e ouviu o testemunho amoroso do Pai: "Este é o meu Filho querido".

No Batismo de cada cristão ouve-se também esta proclamação: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".

2. Meditação :O que o texto diz para mim, hoje? O nosso batismo deriva do batismo de Cristo. Ser batizado é ser enxertado em Cristo, é aceitar a justiça e os desafios provenientes do anúncio do Evangelho. Ser imerso na água do batismo é aceitar morrer ao pecado. Disseram os bispos, em Aparecida: "Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus "Abba"(Paizinho!). Como todos os batizados e batizadas da América Latina e do Caribe "através do sacerdócio comum do Povo de Deus", somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois "a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária" (DAp 157).

3.Oração: O que o texto me leva a dizer a Deus?

Renovo o meu Batismo, renovando a minha fé e meu compromisso cristão.

Creio em Deus-Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria

Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna.

Amém.

4.Contemplação: Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida cristã coerente com meus compromissos do meu batismo, em contínua conversão e dando testemunho de minha fé.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp

============================

Homilia do Mons. José Maria – Festa do Batismo do Senhor

O Batismo de Jesus

A Festa do Batismo do Senhor, celebrada no Domingo depois da Epifania encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito tal como se submetera às demais observâncias legais que também não o obrigavam.

O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).

O dia em que fomos batizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o batismo, todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o menor fruto sobrenatural.

Devemos agradecer a Deus a Graça do Batismo. Agradecer que nos tenha purificado a alma da mancha do pecado original, bem como de qualquer outro pecado que tivéssemos naquele momento. A água batismal significa e atualiza de um modo real o que é evocado pela água natural: a limpeza e a purificação de toda a mancha e impureza.

“Graças ao sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do demônio, porque o teu preço é o sangue de Cristo.”

Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O batismo é a porta por onde se entra na Igreja.

“E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somo todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. A chamada à santidade e a conseqüente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o batismo as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “um certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa alma no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.

Com estas considerações é fácil compreender porque é de desejar que as crianças recebam logo o batismo. Desde cedo a Igreja pediu aos pais que batizassem os seus filhos quanto antes. É uma demonstração prática de fé. Não é um atentado contra a liberdade da criança, da mesma forma que não foi uma ofensa dar-lhe a vida natural, nem alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando ela própria não podia pedir esses bens. Pelo contrário, a criança tem direito a receber essa graça. No Batismo está em jogo um bem infinitamente maior do que qualquer outro: a graça e a fé; talvez a salvação eterna. Só por ignorância e por uma fé adormecida se pode explicar que muitas crianças sejam privadas pelos seus próprios pais, já cristãos, do maior dom da sua vida.

Também nós fomos marcados pelo Espírito Santo. No batismo ele, derramou-se sobre nós. Fomos chamados a viver seguindo o Espírito. Isto significa um ato de fé na presença atuante do Espírito Santo em nós. Implica uma disponibilidade para deixar-se conduzir por ele a fim de realizar uma missão como a de Cristo.

Em virtude do batismo somos chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo. Como diz o Doc. de Aparecida nº 209: “Os fiéis leigos são os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo a sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo. São homens da Igreja no coração do mundo e homens do mundo no coração da Igreja.”

“Enquanto batizado, o homem deve sentir-se enviado pela Igreja a todos os campos de atividade que constituem sua vocação e missão, para dar testemunho como discípulo e missionário de Jesus Cristo…” (nº 460 do Doc. de Aparecida).

Mons. José Maria Pereira

============================

Homilia do Padre Françoá Costa – Festa do Batismo do Senhor

Uma aventura divina

Há tempo comentou-se que “O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, é a melhor literatura inglesa do século XX. Entre nós, na minha lista de boa literatura é também uma das obras que ocupa um lugar privilegiado. O livro, como se sabe, está publicado em três partes, cada uma delas bem voluminosas e tituladas, respectivamente, “a comunidade do anel”, “as duas torres” e “o retorno do rei”. Frodo tem como missão destruir o anel do poderoso senhor da escuridão que mora na terra de Mordor. No livro fica bem claro que Frodo, ainda que seja o escolhido para essa missão, não está obrigado; ele é livre para realizá-la ou não. A resposta do personagem citado é positiva, ainda que sofra muito, deixe a comodidade da sua terra e parta com poucas coisas. Mas a sua missão salvará o seu povoado, Bolsão, cujos habitantes nem sempre são simpáticos. Muitos deles desconhecerão por completo as façanhas do pequeno hobbit.

Antes de sair do seu povoado, Frodo diz: “tenho que sair de Bolsão, abandonar a comarca, deixar tudo e ir… Eu gostaria de salvar a minha comarca se pudesse, ainda que alguma vez eu chegasse a pensar que os habitantes eram tão estúpidos que um terremoto ou uma invasão de dragões poderia acabar com todos, e seria um bem para eles. Mas agora eu não sinto a mesma coisa. Ao contrario, sinto que enquanto a comarca esteja a salvo, em paz e tranquila, as minhas peregrinações far-se-ão mais suportáveis. Saberei que nalguma parte há algo firme, ainda que eu nunca volte a pisá-lo”.

Mas, o que tem a ver tudo isso com o Batismo do Senhor? Em principio, nada. No entanto, depois de escutar as palavras de Jesus a João e que dizem que “convém que cumpramos a justiça completa” (Mt 3,15), a historinha anterior começa a ser iluminada. A justiça, na Sagrada Escritura, é o cumprimento dos desígnios de Deus em Jesus Cristo. O plano de Deus para o mundo, para a humanidade e para cada ser humano em particular é um plano salvador. É impressionante: ainda que o mundo se posicione contra Deus, que a história mostre e demonstre que os homens desprezaram os planos de Deus e que nós pirracemos o Senhor e não o queiramos, Ele não responde aniquilando-nos, mas amando-nos, buscando-nos e dando-nos o valioso e incalculável presente da salvação, que é a nossa santificação total. O batismo de Jesus foi útil para nós: Jesus nos estava salvado enquanto era batizado. O batismo do Senhor foi uma poderosa epifania, manifestação, do Filho de Deus e o começo da sua vida pública.

E o que tem a ver tudo isso com Frodo e “O Senhor dos anéis”? É simples! Frodo tinha uma missão a cumprir em favor de um povo que ele mesmo julgava que nem sempre era grato e simpático. Deus também. E nós também. Não obstante, eu não gostaria de comparar a Frodo com Jesus, mas conosco. Nós recebemos a missão e às vezes nos parece tão pesada que por um momento nós poderíamos pensar que é mais fácil que venha um terremoto ou alguns dragões para acabar com tudo. Não nos assustemos, há precedentes. Também os filhos do trovão disseram um dia ao Senhor em contra dum povoado de samaritanos: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?” (Lc 9,54). Logicamente, Jesus os colocou no seu lugar e proclamou a salvação que ele veio trazer à terra.

A missão tem as suas dificuldades, incompreensões e ingratidões. Contudo, é tão belo que nós descobrimos a cada momento que vale a pena lutar para destruir o poder da escuridão com a luz de Cristo que nós irradiamos. Para isso, vamos pedir que sobre nós, mais uma vez, desça o Espírito Santo e que evangelizemos no poder do Espírito. No dia de hoje, recordemos também o nosso batismo, demos graças a Deus por essa santificação poderosíssima que aconteceu no nosso ser: que cada dia haja uma nova infusão do Espírito Santo em nossa alma. No dia de hoje, saibamos apreciar a beleza da vida em graça e odiemos cada vez mais o pecado, amando com o amor de Cristo a todas as pessoas, por mais pecadoras que pareçam. Olhemos para nós mesmos e supliquemos a misericórdia de Deus porque nem sempre soubemos corresponder a graça do batismo, nem sempre fomos consequentes com a nossa vocação à santidade e ao apostolado que deriva do Batismo e nem sempre fomos fiéis à missão.

A justiça tem que ser cumprida, ou seja, todos podem ser salvos. Vale a pena arriscar tudo nessa aventura salvífica e emocionante.

Pe. Françoá Costa

============================

Homilia de Bento XVI na Solenidade da Epifania do Senhor

SANTA MISSA NA SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR
HOMILIA DO SANTO PADRE BENTO XVI
Basílica Vaticana
Quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Queridos irmãos e irmãs,

na
Solenidade da Epifania, a Igreja continua a contemplar e a celebrar o mistério do nascimento de Jesus Salvador. Em particular, a recorrência de hoje sublinha a destinação e o significado universais desse nascimento. Fazendo-se homem no ventre de Maria, o Filho de Deus veio não somente para o povo de Israel, representado pelos pastores de Belém, mas também para a humanidade inteira, representada pelos Magos. E é exatamente sobre os Magos e sobre seu caminho na busca do Messias (cf. Mt 2,1-12) que a Igreja nos convida hoje a meditar e rezar. No Evangelho, escutamos que esses, chegando a Jerusalém do Oriente, perguntaram: “Onde está aquele que nasceu, o rei dos Judeus? Vimos despontar a sua estrela e viemos para adorá-lo” (v. 2). Que tipo de pessoas eram, e que espécie de estrela era aquela? Eram, provavelmente, sábios que escrutavam o céu, mas não para buscar “ler” nos astros o futuro, eventualmente para ganhar algum dinheiro; eram, mais que tudo, homens “em busca” de algo mais, em busca da verdadeira luz, que seja capaz de indicar a estrada a percorrer na vida. Eram pessoas convictas de que, na criação, existe aquilo que poderíamos definir como a “marca” de Deus, uma marca que o homem pode e deve tentar descobrir e decifrar. Talvez o melhor modo para conhecer esses Magos e entender o seu desejo de deixar-se guiar pelos sinais de Deus seja determo-nos em considerar aquilo que encontraram, em seu caminho, na grande cidade de Jerusalém.

Antes de tudo, encontraram o rei Herodes. Certamente, ele era interessado no menino de que falavam os Magos; não, no entanto, com o objetivo de adorá-Lo, como desejou dar a entender, mentindo, mas para suprimi-Lo. Herodes é um homem de poder, que no outro consegue ver somente um rival a combater. No fundo, se refletirmos bem, também Deus parece-lhe um rival, antes, um rival particularmente perigoso, que desejaria privar os homens do seu espaço vital, da sua autonomia, do seu poder; um rival que indica a estrada a percorrer na vida e impede, assim, de fazer tudo aquilo que se quer. Herodes escuta de seus especialistas nas Sagradas Escrituras as palavras do profeta Miqueias (5,1), mas o seu único pensamento é o trono. Portanto, Deus mesmo deve ser ofuscado e as pessoas devem ser reduzidas a meras peças a serem movidas no grande tabuleiro do poder. Herodes é um personagem que não nos é simpático e que, instintivamente, julgamos de modo negativo pela sua brutalidade. Mas deveríamos perguntar-nos: talvez haja algo de Herodes também em nós? Talvez também nós, às vezes, vemos Deus como uma espécie de rival? Talvez também nós estejamos cegos diante de seus sinais, surdos às suas palavras, porque pensamos que Ele põe limites na nossa vida e não nos permite dispor da existência a nosso bel-prazer? Queridos irmãos e irmãs, quando vemos Deus desse modo, acabamos sentindo-nos insatisfeitos e descontentes, porque não nos deixamos guiar por Aquele que está no fundamento de todas as coisas. Devemos tolher da nossa mente e do nosso coração a idéia da rivalidade, a idéia de que dar espaço para Deus seja um limite para nós mesmos; devemos abrir-nos à certeza de que Deus é o amor onipotente que não tolhe nada, não ameaça, antes, é o Único capaz de oferecer-nos a possibilidade de viver em plenitude, de provar a verdadeira alegria.

Os Magos, depois, encontram os estudiosos, os teólogos, os especialistas que sabem tudo sobre as Sagradas Escrituras, que conhecem as possíveis interpretações, que são capazes de citar de memória cada trecho e que, portanto, é um precioso auxílio para quem deseja percorrer o caminho de Deus. No entanto, afirma Santo Agostinho, esses amam serem guias para os outros, indicam a estrada, mas não caminham , permanecem imóveis. Para eles, as Escrituras tornam-se uma espécie de atlas para ler com curiosidade, um conjunto de palavras e de conceitos a examinar e sobre o qual discutir doutamente. Mas, novamente, podemos perguntar-nos: não há também em nós a tentação de considerar as Sagradas Escrituras, este tesouro riquíssimo e vital para a fé da Igreja, mais como um objeto para o estudo e discussão dos especialistas que como o Livro que nos indica o caminho para chegar à vida? Penso que, como indiquei na
Exortação apostólica Verbum Domini, deveria nascer sempre de novo em nós a disposição profunda de ver a palavra da Bíblia, lida na Tradição viva da Igreja (n. 18), como a verdade que nos diz o que é o homem e como ele pode realizar-se plenamente, a verdade que é a via a se percorrer cotidianamente, juntamente com os outros, se desejamos construir a nossa existência sobre a rocha e não sobre a areia.

E vemos, assim, a estrela. Que tipo de estrela era aquela que os Magos viram e seguiram? Ao longo dos séculos, essa pergunta foi objeto de discussão entre os astrônomos. Keplero, por exemplo, acreditava que se tratasse de uma “nova” ou uma “supernova”, isto é, de uma daquelas estrelas que normalmente emanam uma luz fraca, mas que podem ter improvisadamente uma violenta explosão interna que produz uma luz excepcional. Sim, coisas interessantes, mas que não nos levam ao que é essencial para compreender aquela estrela. Devemos voltar-nos para o fato de que aqueles homens buscavam os traços de Deus; buscavam ler a sua “marca” na criação; sabiam que “os céus narram a glória de Deus” (Sal 19,2); eram convictos, isto é, de que Deus pode ser entrevisto na criação. Mas, por serem sábios, sabiam também que não é com um telescópio qualquer, mas com os olhos profundos da razão em busca do sentido último da realidade e com o desejo motivado pela fé que é possível encontrá-Lo, que se torna possível que Deus se aproxime de nós. O universo não é resultado do acaso, como alguns desejam fazer-nos crer. Contemplando-o, somos convidados a ler algo de profundo: a sabedoria do Criador, a inexaurível criatividade de Deus, o seu infinito amor por nós. Não devemos deixar-nos limitar a mente por teorias que chegam sempre somente até certo ponto e que – se olharmos bem – não estão em concorrência com a fé, mas não chegam a explicar o sentido último da realidade. Na beleza do mundo, no seu mistério, na sua grandeza e na sua racionalidade não podemos deixar de ler a racionalidade eterna, e não podem deixar de guiar-nos ao único Deus, criador do céu e da terra. Se tivermos esse olhar, veremos que Aquele que criou o mundo e Aquele que nasceu em uma gruta em Belém e continua a habitar em meio a nós na Eucaristia é o próprio Deus vivo, que nos interpela, ama-nos, deseja conduzir-nos à vida eterna.

Herodes, os especialistas nas Escrituras, a estrela. No entanto, sigamos o caminho dos magos que chegam a Jerusalém. Sobre a grande cidade, a estrela desaparece, não se vê mais. O que isso significa? Também nesse caso devemos ler o sinal em profundidade. Para aqueles homens, era lógico buscar o novo rei no palácio real, onde encontram-se os sábios conselheiros de corte. Mas, provavelmente com espanto, tiveram que constatar que aquele recém-nascido não se encontrava nos lugares do poder e da cultura, mesmo que lá tenham sido oferecidas preciosas informações sobre Ele. Se deram conta, pelo contrário, que, muitas vezes, o poder, também aquele da consciência, fica no caminho de encontro com aquele Menino. A estrela guiou-lhes então a Belém, uma pequena cidade; guiou-lhes entre os pobres, entre os humildes, para encontrar o Rei do mundo. Os critérios de Deus são diferentes daqueles dos homens; Deus não se manifesta no poder deste mundo, mas na humildade do seu amor, aquele amor que requer a nossa liberdade de ser acolhido para transformar-nos e tornar-nos capazes de chegar Àquele que é o Amor. Mas também para nós as coisas não são assim tão diferentes de como eram para os Magos. Se fosse pedido o nosso parecer sobre como Deus deveria salvar o mundo, talvez nós responderíamos que devesse manifestar todo o seu poder para dar ao mundo um sistema econômico mais justo, em que todos pudessem ter tudo aquilo que desejassem. Na realidade, isso seria uma espécie de violência contra o homem, porque o privaria de elementos fundamentais que o caracterizam. Com efeito, não seriam chamados em causa a nossa liberdade, nem o nosso amor. O poder de Deus manifesta-se de modo completamente diferente: em Belém, onde encontramos a aparente impotência do seu amor. E é para lá que nós devemos andar, e é lá que re-encontraremos a estrela de Deus.

Assim aparece-nos bem claro um último elemento importante do acontecimento dos Magos: a linguagem do criado permite-nos percorrer um bom trecho da estrada rumo a Deus, mas não nos dá a luz definitiva. No final, para os Magos, foi indispensável escutar a voz das Sagradas Escrituras: somente essas podiam indicar o seu caminho. É a Palavra de Deus a verdadeira estrela que, na incerteza dos discursos humanos, oferece-nos o imenso esplendor da verdade divina. Queridos irmãos e irmãs, deixemo-nos guiar pela estrela, que é a Palavra de Deus, sigamo-la na nossa vida, caminhando com a Igreja, onde a palavra montou sua tenda. A nossa estrada será sempre iluminada por uma luz que nenhum outro sinal pode nos dar. E poderemos, também nós, tornar-nos estrelas para os outros, reflexo daquela luz que Cristo fez resplandecer sobre nós. Amém!

http://img.cancaonova.com/noticias/noticia/BENTOXVI_assinatura.bmp
Tradução:
Leonardo Meira
Fonte:
noticias.cancaonova.com

============================

BATISMO DO SENHOR

(Mt. 3,13-17)

ENTENDENDO O EVANGELHO

Quando Jesus se apresenta para o batismo, João Batista protesta dizendo que ele não é digno de executar este ritual para alguém maior que ele. Mas Jesus insiste e João cede. A insistência de Jesus parece ser baseada em seu desejo de juntar todos aqueles em Israel, que não são apenas para renunciar seus pecados (que Jesus não teria necessidade de fazer), mas também declarar a sua disponibilidade para receber o Senhor de qualquer maneira. Afinal de contas, o batismo de Jesus não é apenas um episódio na sua vida privada, é o convite de todo um povo a aceitar a iniciativa de Deus para a salvação.

No relato de Mateus sobre o batismo de Jesus, apenas as consequências são, na realidade descritas. A abertura dos céus, abre caminho para Deus para restabelecer o contato com o seu povo escolhido. Assim, os céus estão abertos desde o outro lado como Deus ansiosamente responde à presença de seu Messias nomeado.

"O Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele" é o sinal para uma nova cria
ção. Esse mesmo "Espírito" pairava sobre as águas na criação original (Gênesis 1:2), e um novo começo foi sinalizado novamente a Noé quando a pomba voltou para ele, depois do dilúvio (Gênesis 8:11). Isto significa que a vinda de Jesus também representa um novo começo.

A natureza da nova criação é revelada nas palavras do clímax final do céu. Quando Jesus é chamado por Deus de "Filho muito amado", significa que este novo mundo será preenchido com o amor de Deus, irradiado de seu Filho, que vai se tornar, em certo sentido, a encarnação do amor de Deus entre nós.

VIVENDO O EVANGELHO

Na prática católica de hoje, o significado do batismo é expressa pelos patrocinadores do pressuposto de que a criança será batizada, quando tiver idade suficiente, vir a aceitar em seu próprio nome, os compromissos profundos que constituem a realidade de uma vida cristã.

Deste modo, o reino celestial de Deus está aberto para nós e do espírito criativo nos chama a um novo tipo de vida. As possibilidades desta nova existência estão contidas nas palavras do Pai: "Tu és o meu Filho ama
do", agora entendida como falou a nós também. Pois em nosso batismo nos tornamos filhos de Deus e, portanto, devemos nos unir a Jesus na família de Deus.

Este fato tem duas conseqüências importantes. Primeiro de tudo, somos informados por Deus, que somos seus filhos amados e esta afirmação, ouviu toda a nossa vida, nos liberta da escravidão do medo, culpa e dúvida. Talvez a mais perfeita oração para os cristãos é, portanto, pedir a Deus para nos dizer o que precisamos ouvir. Sua resposta para cada um de nós vai ser: "Tu és meu filho amado." Não há palavras nesse mundo que precisamos ouvir mais do que essas palavras!

Seja simplesmente FELIZES

Professor Isaías da Costa

isaiasdacosta@hotmail.com

============================

O BATISMO DE JESUS

Caro leitor, hoje nós celebramos o Batismo de Jesus vamos reviver aquele momento que Jesus foi ao Jordão para ser batizado por João Batista. Espero, desejo, rezo para que todos os batizados se reconheçam como pessoas que foram chamadas pelo Pai (Jo 6,44.65), escolhidas pelo Filho (Jo 15,16) e enviadas em missão pelo Espírito (At 13,1-3). O batismo nos faz missionários.

Hoje procuremos descer com Jesus as águas do Jordão para com ele subirmos e assim tomaremos consciência de que pelo batismo nós passamos a pertencer a Deus uno e trino, passamos a ser propriedade de Deus, isto é, Somos todos para Deus como Ele é tudo para nós.

Estimado irmão, quase todos os meses na paróquia que eu presto serviço faço batizados de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Eu os batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isso porque a Trindade é o ponto de partida de toda a vida cristã. O ser humano é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, com sua realização plena na participação da natureza divina. Resta-lhe tomar consciência de que “Nele vivemos, nos movemos e existimos”.(At 17,21)

O homem/mulher é trinitário e é batizado para participar da vida trinitária. Ao sermos batizados no nome da Trindade a Igreja nos quer que tomemos consciência de que isso significa. As três Pessoas da trindade são inseparáveis, tanto naquilo que são, quanto naquilo que fazem. Mas os três constituem uma só natureza e uma só essência. Como seria bom se você mais parecidos com a Trindade.

O que quer dizer isso pastoralmente? Em Deus Trino está a chave para a superação de todos os egoísmos humanos, por isso ao ver um membro de nossa comunidade se saindo bem numa pastoral ou em um movimento devemos nos alegrar com ele. É como se eu estivesse fazendo o que ele faz. É essa espiritualidade que o batismo nos leva e tira de nós o ciúme, a inveja... que chega a gerar violência e exclusão. O relacionamento de comunhão que há na Trindade é modelo para que entre as pessoas humanas se criem relacionamentos que busquem o bem comum, em todos os aspectos. Deus Trino é comunhão. Longe de ser solitário, forma uma comunidade que expressa amor e vida. As ações de Jesus revelam a presença íntima e constante do Espírito Santo, “...como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder, ele que passou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo diabo, porque Deus estava com ele”. O batismo de Jesus no Jordão representou o início da sua missão profética, assim deve ser também o batismo cristão.

Todos os cristãos são chamados a participar ativamente da missão da Igreja. A necessidade de caminharmos juntos expressando a comunhão e co-responsabilidade nos diferentes serviços e ministérios.

Com suas ações e palavras Jesus revelou-nos, desde o início, pelo seu batismo, identidade, autoridade e a sua missão. Jesus, recebendo um batismo destinado a pecadores, se solidariza com eles e manifesta a sua firme decisão de não mais se separar deles. E isto vai servir de referencial para toda a sua vida, inclusive para a sua morte.

Viver esta espiritualidade trinitária do Batismo implica em ter uma religiosidade dinâmica, não estática, pondo vida no que parece morto. Quem vive uma espiritualidade batismal mais profunda lança-se para a busca de um mundo mais humano, sem medo. Como disse Santo Hipólito: “Quem desce com fé a esse banho de regeneração, renuncia ao demônio e entrega-se a Cristo; renega o inimigo e proclama que Cristo é Deus; renuncia à escravidão e reveste-se da adoção filial; sai do batismo, resplandecente como o sol, irradiando justiça; e mais do que tudo isso torna-se filho de Deus e herdeiro de Cristo”.

Todos, ao serem batizados, recebem o mesmo Espírito que animou a vida de Jesus; assumem os desafios da humanidade. O centro da vida de todos os batizados é a pessoa de Jesus e sua proposta transformadora.

Padre Vicente Paulo Braga, fam

============================

MISSÃO DE BATIZADOS

O batismo realizado por João era um rito penitencial. Pressupunha a tomada de consciência dos próprios pecados e o desejo de conversão. E isso em vista da chegada

do Messias, que iria realizar a justiça de Deus.

O próprio Messias, no entanto, apresenta-se para ser batizado por João. "Não porque tivesse pecados, como todo ser humano. Ao receber o batismo de João, o Filho de Deus,

que assumiu em tudo a condição humana, menos o pecado, não tem pecados de que se arrepender. Mas ele quer se solidarizar com todos nós, pecadores. O Messias vem mostrar,

assim, que a justiça da chegada do reino exige o reconhecimento de nossa condição pecadora. Exige a mudança de mentalidade que nos transforme constantemente e nos permita transformar o mundo segundo a lógica do reino.

Jesus vem, de fato, para realizar "toda a justiça" do reino. E seu batismo, selado no Espírito em forma de pomba, é o início de uma missão confirmada pela voz divina: "Este é

meu Filho amado". Jesus é o Filho que vem cumprir em tudo a vontade salvadora de Deus. Os céus que se abrem mostram que Deus está agindo, enviando o Espírito que dará autoridade para Jesus cumprir toda a justiça.

O batismo de Jesus e sua missão em vista da justiça do reino nos fazem pensar em nossa missão. Nós, batizados, nos movemos e somos por força do Espírito de Deus. Espírito

que nos impulsiona a uma constante mudança de mentalidade. Espírito que, dependendo de nosso empenho, tem o poder de nos converter da frieza das leis para a justiça misericordiosa

de Deus.

A justiça do reino é a um tempo dom de Deus e resposta humana. Deus continua agindo em nossa vida. Em nossa missão de batizados, portanto, se joga nossa resposta à ação de Deus. Que possamos nos levantar das quedas, dos erros, ir morrendo ao pecado, para que Deus, descendo com sua força, nos vivifique com seu Espírito.

Pe. Paulo Bazaqlia, ssp

============================

Domingo, 9 de janeiro de 2011

BATISMO DO SENHOR

Santos do Dia: Adriano de Cantuária (abade), Anastácio de Antioquia (mártir), Apolinária do Egito (virgem), Celso de Antioquia (mártir), Epicteto, Jucundo, Segundo, Vital, Felix e Companheiros (mártires da África), Filipe Berruyer (bispo de Bourges), Juliano, Basilissa, Antônio, Anastácio e Companheiros (mártires de Antioquia), Marcelino de Ancona (bispo), Marciana (virgem, mártir), Maurôncio de Saint-Florent-le-Vieil (abade), Pascásia de Dijon (virgem, mártir), Pedro de Sebaste (bispo, era irmão de São Basílio Magno, de São Gregório Nazianzeno e de Santa Macrina), Vital (bispo), Revocato e Fortunato (diáconos) (todos mártires de Esmirna), Alice Le Clerc (fundadora, bem-aventurada), Honório de Buzançais (mártir, bem-aventurado).

Primeira leitura: Isaías 42,1-4.6-7
Eis o meu servo: nele se compraz minh’alma.
Salmo responsorial: 28(29),1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R/. 11b)
Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
Segunda leitura: Atos dos Apóstolos 10,34-38
Foi ungido por Deus com o Espírito Santo.
Evangelho: Mateus 3,13-17

Eis meu filho muito amado, em quem ponho meu agrado.

Hoje, como comunidade de pessoas que acreditam, celebramos o batismo de Jesus e, junto com ele, nosso batismo. Assim, pois, as leituras deste dia nos oferecem três elementos que identificam o verdadeiro batismo do Senhor. Um primeiro elemento nós o encontramos no texto de Isaías, que nos fala da atitude do servo de Deus; este foi chamado e assistido pelo Espírito para levar a termo uma especial missão no povo de Israel: tornar presente com sua vida a atitude mesma de Deus para com a humanidade, isto é, evidenciar que Deus instaura sua justiça e sua luz por meio da debilidade do ser humano.

Portanto, a tarefa de todo batizado é testemunhar que Deus está agindo em sua vida, sinal de que sua maneira de existir no meio da comunidade, deve ser uma existência que promova solidariedade e justiça para com os mais necessitados, pois neles Deus age e salva; neles se faz presente a libertação querida por Deus.

O segundo elemento está presente no relato dos Atos dos Apóstolos. A intenção central deste relato é afirmar que a mensagem de salvação, vivida e anunciada por Jesus de Nazaré, é para todos, sem exceção. A única exigência para participar da obra de Deus é iniciar um processo de mudança (respeitar a Deus e praticar a justiça), que consiste em abrir-se para Deus e abandonar toda classe de egoísmo para poder ir, em total liberdade, ao encontro do outro, pois é no outro onde se manifesta Deus.

A exemplo de Jesus, todo batizado tem o dever de passar pela vida “fazendo o bem”; tem a tarefa constante de mudar de vida, de despojar-se de todo interesse egoísta para ser testemunha da salvação.


O evangelho de Mateus desenvolve o terceiro elemento que identifica o verdadeiro batismo: A obediencia à vontade de Deus. “A justiça plena” à qual se refere Jesus no diálogo com João Batista, manifesta a íntima relação existente entre o Filho de Deus e o projeto do Pai.

Isto significa que o bstismo é a plenitude da justiça de Deus, já que as atitudes e comportamentos de Jesus têm a finalidade de fazer a vontade de Deus. Essa obediência e abertura à ação de Deus, afirmam sua condição de filho; é filho porque obedece e se identifica com o Pai.

Essa identidade de Jesus com o Pai (ser Filho de Deus) confirmam os fatos do batismo: O céu se abre, desce o Espírito Santo e uma voz comunica que Jesus é Filho predileto de Deus. É “filho” à maneira do servo sofredor de Isaías (Is 42, 1): filho obediente que se encarna na historia e participa completamente da realidade humana. O batismo, em conseqüência, provoca e mostra a atitude de toda a pessoa aberta à divindade e à vontade de Deus.

Resumindo, é normal que o cristão se sinta chamado a ser filho, identificado em tudo com o Pai. Quem se crê assim, procura, com seu agir, tornar presente a justiça e o amor de Deus. Pena que na atualidade o batismo tenha sido restrito a um mero rito religioso, desligado da vida e da experiência de fé da pessoa que crê.

O cristão precisa lembrar que o batismo é o fato fundamental do ser cristão, pois ele nos faz participar da vida, ainda que passando pela morte, mas alcançando a ressurreição com Cristo. Em síntese, o batismo significa a entrega generosa a Deus e aos irmãos, a exemplo do próprio Cristo.

Missionários Claretianos

============================

SOLIDÁRIO COM OS PECADORES

Quando Jesus se apresentou para ser batizado, João não só recusou-se a atendê-lo, como tentou dissuadi-lo, por reconhecer nele o Messias esperado. Daí sua exclamação: “Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?”.
João era procurado por toda sorte de pecadores, em busca do batismo purificador, de modo a se prepararem para a chegada do Messias. Arrependidos, e esperançosos de serem acolhidos por ele, uma verdadeira multidão ia até o Batista, de todas as partes. Este impunha-lhes duras exigências de conversão. Por isso, ficou confuso ao se deparar com Jesus, para quem seu batismo não teria nenhuma utilidade.
O batismo do Messias teve a finalidade de mostrar publicamente sua solidariedade com a humanidade pecadora que viera salvar. Desde o início do seu ministério, Jesus, na qualidade de Filho dileto de Deus, colocou-se junto do povo, destinatário privilegiado de seu envio por parte do Pai. Sua presença no mundo justificava-se pela preocupação divina de reconduzir toda a humanidade à comunhão com Deus. Logo, quanto mais afastado de Deus estivesse o pecador, tanto mais Jesus estaria interessado por ele.
Daí ter recordado a João ser necessário “cumprir toda a justiça”. Esta expressão referia-se ao desígnio salvador de Deus para toda a humanidade. Desígnio do qual tanto Jesus quanto João Batista eram mediação. Naquele momento, competia a João revelar o rosto solidário do Messias Jesus.

Oração
Pai, pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.

Pe. Jaldemir Vitório

============================

Festa do Batismo do Senhnor

“Batizado o Senhor, os céus se abriram e o Espírito Santo pairou sobre ele sob forma de pomba. E a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho muito amado, nele está todo o meu amor.” (Mt 3,16-17).

Meus irmãos,

Vivemos, hoje, a transição entre o Tempo do Natal e o Tempo Comum. Vamos sair de um tempo de festa e adentrar no tempo das coisas cotidianas, do dia-a-dia de nossa vida.

Neste novo período do ano litúrgico que começamos, somos convidados a refletir sobre o início da atividade evangelizadora de Nosso Senhor Jesus Cristo, a partir de Sua revelação como “Filho de Deus”, numa alusão à nossa filiação divina.

A liturgia gravita neste domingo em torno do FILHO DE DEUS.

A reflexão da leitura dos profetas, retirada de Isaías, descreve o homem justo que animou o povo judeu durante o exílio na Babilônia. O canto de hoje nos fala da eleição do servo querido de Deus, para levar ao povo, e mesmo aos gentios, a verdadeira religião. Verdadeira religião que é o verdadeiro conhecimento de Deus, da Sua misericórdia e da fidelidade de suas promessas para com o seu povo. Um Deus misericordioso para com seus filhos e um Deus fiel que sempre está pronto para fazer com o seu povo uma aliança, restaurando a paz e a felicidade de todos aqueles que se encontram oprimidos e à margem da sociedade.

Irmãos e Irmãs,

Por que Jesus pediu o batismo a João?

Esta interrogação é necessária para nos esclareça e conscientizemos de que Jesus pediu o batismo ao Batista para assumir toda a nossa humanidade, a nossa condição humana. Batizando-se, Jesus participa da condição de pecadores. Jesus não pagou pecados seus, mas os pecados nossos, dos homens e das mulheres: “Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro” (1Pd 2,24).

O Batismo e a Fé são colocados desde os tempos apostólicos como condições essenciais para participar da salvação. Por isso, o batismo de Jesus é como sua investidura pública, sua consagração para a missão messiânica. Essa investidura pública conhecerá o seu ápice com a paixão, morte e ressurreição. O batismo inaugura o caminho da Cruz, que é parte integrante da missão do Cristo.

Hoje somos convidados a refletir que Jesus sai da água como o novo Moisés, para constituir o novo povo eleito, a nova e eterna aliança, para dar a todos os povos a liberdade e instituir o Reino prometido. Tudo isso nós refletimos no trecho de Isaías, que faz uma alusão à água para expressar a abundância dos novos tempos que serão instaurados pelo Cristo Senhor, como uma vida nova, tempo de paz e de prosperidade.

Jesus é a água viva, ou melhor, a fonte da água viva (Jr 2,13). Nós nascemos das águas do batismo e passamos a vida retornando à mesma fonte, na busca constante do rosto do Senhor Deus. Este retorno nos é lembrado sempre que entramos na igreja e nos benzemos com água benta, ou quando temos o ritual da aspersão durante as celebrações.

A Santa Mãe Igreja nos relembra hoje o início da missão de Jesus ou, se assim podemos dizer, o começo de sua missão evangelizadora.

Jesus a começa com o batismo no Jordão. O Batismo de Jesus é como sua investidura pública, sua consagração para a missão messiânica, que será coroada com sua paixão, morte e ressurreição. O batismo inaugura, por assim dizer, o caminho da cruz, que é parte integrante da missão do Cristo. Jesus sai da água como o novo Moisés para constituir o novo povo de Deus, a nova aliança, para dar a todos a liberdade e a Terra Prometida. Não é a água do Jordão que purifica Jesus. É Jesus que santifica a água, como símbolo a vida. Nós nascemos das águas do batismo e passamos a vida retornando à mesma fonte.

O BATISMO nos torna filhos e filhas de Deus. Por meio dele, a Igreja nos acolhe como filhos e filhas. O Direito Canônico nos ensina que todos nós nos tornamos cidadãos do céu, com direitos e deveres, a partir do batismo, que é o pórtico de entrada na fé católica, apostólica e romana, por isso São Paulo nos ensina: “Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... e sois um em Cristo Jesus” (Gl 3,27-28). Pelo batismo nos tornamos raça eleita, sacerdotes reais, nação santa e povo de propriedade do Senhor (1Pd 2,9).

Irmãos e Irmãs,

O espírito da liturgia de hoje nos leva a ver no homem de Nazaré o servo e filho de Deus, enviado para aliviar a opressão de seu povo e ser, assim, um testemunho da graça de Deus para todas as nações, filho bem amado de Deus, luz para todos os povos. E é com este espírito que ele inicia a sua vida pública.

Todos somos convidados a assumir nosso batismo e buscar com perseverança a mesma coerência entre as palavras e a prática de Jesus. Todos devemos descobrir que o batismo nos insere na grande família, que pode nos levar a descobrir o sentido da vida, tão nebuloso no contexto de hoje. Apontando caminhos de superação das mais diversas formas de desesperanças presentes na sociedade atual, combatendo o secularismo e o hedonismo, vamos construir a sociedade eclesial da esperança em que, pelo batismo, não nos tornemos mais um, mas o verdadeiro fiel, o seguir católico do Senhor da Vida, que se batizou para assumir nossos pecados.

Batismo é isso, é perdão, é acolhimento, é vida da graça em Cristo que na Cruz morreu para a nossa salvação.

Padre Wagner Augusto Portugal

============================

POR QUE BATIZAR?

Neste domingo dia 11 de janeiro, a Liturgia propõe a Festa do Batismo do Senhor. Por que Jesus se fez batizar no Rio Jordão? Por que os cristãos são batizados?

Todo sacramento é um sinal. Os sinais, exteriormente, são percebidos pelos sentidos. A coisa significada só pode ser compreendida pela fé.

João Batista prega a vinda de Cristo e anuncia ao mesmo tempo a sua superioridade. Mas aquele a quem João não é digno de desatar as correias das sandálias submete-se ao batismo do Batista. Jesus quer fazer parte do movimento de renovação suscitado pelo Batista, quer ser solidário com os pecadores necessitados de conversão.

O batismo de Jesus, gesto de submissão e de condivisão, é já a expectativa do batismo de fogo ao qual o Filho se dirige, conforme Lucas 12,50. Isso compreende e antecipa todo o caminho de Jesus. E, juntamente, o de cada homem.

O batismo do cristão é imersão no Cristo. Jesus de Nazaré morto e ressuscitado pelo Pai, é condivisão da sua vida conosco. Dividida entre o Pai e os irmãos, em tensão contínua para o outro, que se traduz em serviço aos outros, em constante união com a fonte, capaz de saciar a sede da terra árida que é o coração de todo homem.

Ser batizado é receber o dom da fé, isto é reconhecer em Jesus o Filho de Deus. Reconhecer nele aquele no qual o Pai se compraz, a vida eterna que tem junto do Pai e que nos foi comunicada.

Jesus recebe o batismo para cumprir toda a justiça. O fato de João batizar com um batismo de remissão dos pecados, enquanto Jesus, sendo Filho de Deus, não é pecador, explica-se porque convém que assim se cumpra toda a justiça. Em Mateus a “justiça” é sempre a conformidade com a vontade de Deus. No batismo de Jesus, seja Jesus, seja João, obedecem à vontade do Pai. João deve ainda uma vez batizar para que Jesus receba a investidura do “Servo”. Por isso Jesus invocará o seu batismo quando lhe perguntarem de onde lhe vem a sua autoridade, cf. Mateus 21,23. De sua parte, Jesus inicia o seu ministério de Servo fazendo-se solidário com os pecadores. Somente assim poderão ser salvos. É essa mesma justiça expressa em termos de “necessidade” que determinará o caminho da cruz de Cristo (cf. Mateus 16, 21).

O batismo é o sacramento de nossa união com Cristo. Como ensina São Paulo, o cristão foi batizado em Cristo Jesus. Mediante este sacramento, o cristão está morto com Cristo, foi sepultado juntamente com ele; viverá definitivamente com ele (cf. Romanos 6, 3-11; Colossenses 2, 12-13).

No batismo, o fiel se une à sua cabeça, o Salvador, e a ele liga o próprio destino para atingir com ele à salvação. No que foi batizado renova-se o evento salvífico de Cristo, em particular a sua morte redentora e a sua ressurreição.

São Paulo exprime esta realidade com expressões muito vivas: os fiéis, escrevendo aos Romanos, “foram batizados na morte de Cristo” (6,3); “o homem velho” foi crucificado com Cristo, a fim de que “fosse anulado o corpo do pecado” (6,6). Ao mesmo tempo explica: O batismo assinala o início da “vida nova” (6,4): “Fostes sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados” (Colossenses 2,12). O cristão torna-se em Cristo uma nova criatura: uma realidade nova vive e cresce nele. Revestido de seu Senhor (Gálatas 3,27), ele vive em Cristo e Cristo nele.

O cristão adquire vida nova seja no Cristo, seja no Espírito Santo. Um e outro determinam a sua vida, pois ambos são enviados por Deus, como testemunhas do seu amor e protagonistas da obra da salvação.

Como Jesus no seu batismo, assim todos os batizados receberam o dom do Espírito, que fez deles um só corpo. Unido assim a Cristo e vivendo da vida do seu Espírito, o cristão é agregado ao corpo mesmo de Cristo, que é a Igreja. O batismo incorporando os fiéis a Cristo, constitui a comunidade animada pelo Espírito.

A festa de hoje nos leva a meditar sobre o significado do batismo, o de Cristo e o do cristão. É ocasião para renovar o nosso empenho missionário porque a Epifania do Senhor, a sua manifestação ao mundo, deve continuar no tempo, e outros seres humanos devem encontrar Cristo, respondendo livremente à sua chamada.

Como João Batista, devemos atestar ao mundo: “Eu o vi e dou testemunho que ele é o eleito de Deus” (João 1,34).

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo
Arcebispo de São Salvador da Bahia e ex-presidente da CNBB

============================

Nenhum comentário:

Postar um comentário