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HOMILIAS PARA O
PRÓXIMO DOMINGO
02 DE JANEIRO – 2011
FELIZ ANO NOVO!
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INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS
Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.
Respeitamos todas as religiões. Cristãs e não cristãs.
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Comentários do Prof. Fernando
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EPIFANIA DO SENHOR – NATAL
INTRODUÇÃO
Estamos no tempo da Epifania que é a manifestação de Jesus Menino ao mundo como O Messias que havia sido prometido pelos profetas não só ao povo de Israel, mas a todas as nações do mundo inteiro, O Filho de Deus e portanto, o Salvador do mundo. A visita dos Reis Magos tem um significado mais amplo do que se pode imaginar, pois foram os representantes de outras nações daquele tempo que aderiram, aceitaram acolheram o projeto de Deus de enviar O seu próprio Filho ao mundo. Ao contrário da mentalidade dos judeus que esperavam um Messias que viesse libertar o seu povo do domínio romano, a visita dos Magos demonstra que O Messias não era somente de um povo ou de uma nação em particular, mas sim do mundo inteiro. Os Reis Magos vieram de longe para conhecer de perto e adorar aquele menino o qual eles sabiam muito bem quem era. Assim quando estavam diante da Sagrada Família, aconteceu a celebração e a adoração de Jesus pelos "magos" vindos do Oriente. Nesses "magos", representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação do próprio Deus e sua permanência no meio de nós. A vinda dos magos a Jerusalém para "adorar ao Rei dos Judeus" mostra que eles procuram em Israel, à luz messiânica da estrela de Davi, aquele que será o Rei não apenas dos judeus como queriam os israelitas, mas sim, O Rei de todas as nações. E a sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus e recebendo deles sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento.
Caro leitor, prezada leitora. Nós também podemos e devemos celebrar a Festa da Epifania, acolhendo e aceitando Jesus na nossa vida. E para que isso aconteça de direito e de fato, precisamos fazer uma revisão, um exame de consciência, procurar um sacerdote para uma boa limpeza da nossa alma. Mas isso não basta. Precisamos nos comprometer a uma mudança radical. Cortando ou eliminando tudo aquilo que tem nos afastado do caminho de Deus. Em outras palavras estamos nos referindo a uma CONVERSÃO.
O pecado mortal destrói em nós a vida da graça e fere frontalmente a espiritualidade. Para reparar isso, inicialmente precisamos praticar a caridade e fazer penitência. A confissão e absolvição apenas dos pecados pode não surtir o efeito esperado ou necessário para uma sincera mudança de vida, se ela não for acompanhada do arrependimento e do firme propósito de largar os vícios que nos levam a cometer pecado freqüente. Pois o que acontece geralmente é que alguns dias após a limpeza da nossa consciência, estando diante das mesmas tentações, podemos cair novamente com a intenção de em seguida procurar o padre e confessar. Não podemos abusar da misericórdia de Deus!
Conversando um dia com um velho amigo que há muito tempo eu não o encontrava, ele me contou que depois de ficar viúvo, estava tendo umas aventuras altamente pecaminosas com uma moça. Procurei alertá-lo para o perigo que aquilo representava para a sua salvação, e qual foi a sua resposta? Ele disse sorrindo: Depois é só confessar!
Caríssimos. Precisamos tomar cuidado para que a nossa CONVERSÃO seja para valer mesmo! E não apenas uma coisa que acontece na época do Natal, e depois volta tudo ao que era: pecado sobre pecado e assim a vida continua para a alegria de satanás.
A conversão sincera tem início com uma nova iniciativa da misericórdia de Deus somada a nossa disposição de corresponder a esse chamado, esse convite do Pai para voltar para casa através da mudança de pensamentos, que se efetiva, se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação.
É tempo de conversão. Tempo de mudança de hábitos, de certas amizades perigosas, de certas formas de diversão que embora no momento pareçam muito agradáveis, mas na verdade ao longo prazo vão prejudicando seriamente a nossa saúde. É tempo de aderir ao Plano de Deus, tempo de seguir os ensinamentos de Jesus.
Sal.
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OS MAGOS VIERAM DE LONGE PARA ADORAR A JESUS
Mateus 2,1-12
... Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome, para que, em o Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai” (Fp 2:5-11).
Assim fizeram os magos que vieram do Oriente, assim devem fazer todos os povos, porque Ele é o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores!
Não foi em vão que os magos vieram de longe para adorar a Jesus, e eles nem eram judeus, mas eles foram tocados em seus corações, para buscar o Rei dos Judeus. Chegaram, encontraram primeiramente o rei Herodes, não o adoraram não lhe ofereceram presentes, e insistindo no verdadeiro objetivo, apenas interrogaram a Herodes a respeito do Rei que havia nascido. Como deve ter sido nesta hora a reação sentimental de Herodes? O ciúme somado ao medo de perder o poder deve ter tomado conta do seu coração neste momento. A sua reação externa não esboça o seu interior, como acontece com a maioria do seres humanos, e fingindo querer também adorar Jesus, consulta seus sábios e orienta os magos a voltarem e lhe informar a respeito deste novo Rei. Na verdade Herodes queria matar Jesus, pois ninguém poderia tomar o seu lugar, ninguém poderia tomar o seu reino. Que pena! Herodes não entendeu que o Reino de Jesus não é deste mundo.
Herodes retrata a figura do povo judeu, do povo que se diz separado, escolhido por Deus, mas não reconhecem a salvação que vem através de Jesus. Quantas vezes nós cristãos vivemos a nossa fé de uma maneira tão mecânica, apenas carregamos um rótulo de cristão, ou da nossa religião (Somos católicos), mas não conseguimos ver, sentir verdadeiramente Jesus como o nosso Rei, como o nosso Senhor e Salvador porque ficamos hora, apegados às coisas deste mundo, e hora, apegados às devoções e crenças cultivadas pela nossa ignorância ao que está escrito na Bíblia sagrada.
Jesus não veio como um rei deste mundo, não nasceu em berço de ouro, não morou em castelos, não impôs o seu poder pela força, porque o seu poder se impõe pelo amor. O seu Reino é o Reino dos Céus, preparado para todos aqueles que fazem a vontade do Pai, para aqueles que aceitam a salvação que Jesus oferece.
Tomemos, pois o devido cuidado de aprender a verdade que está escrita na Bíblia, e que é ensinada através da Igreja, e dos seus ministros. Que a Igreja e os seus ministros sintam a responsabilidade que possuem de ensinar a verdade, o verdadeiro evangelho. Que também nos leigos possamos assumir a nossa responsabilidade de discípulos e anunciadores do Reino de Deus, considerando que a Igreja não é simplesmente uma entidade religiosa ou um templo de pedra, nós juntos formamos a Igreja de Cristo.
Newton Hermógenes
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Quando nós estamos atentos e o coração aberto, Maria é a Estrela que nos guia e conduz até Jesus.
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Deus deu o seu primeiro sinal visível de que o Seu Plano se dirigia a toda a humanidade quando os Reis magos, guiados por uma estrela, foram em busca do lugar aonde poderiam adorar ao menino Jesus e a Ele oferecerem o que eles traziam em suas mãos. Simplesmente eles foram atraídos, saíram da sua terra e encontraram Jesus com a Sua Mãe Maria e o adoraram. Quando nós estamos atentos e abertos também a Estrela nos guia até Jesus somos atraídos pela Sua Luz e O encontramos sempre com Maria. Maria é a Estrela que nos conduz até Jesus. Ela faz esse duplo papel: orienta-nos, nos mostra aonde Jesus se encontra e, ao mesmo tempo, nos recebe e nos acolhe aos pés de Jesus, como nossa intercessora.
Os reis magos ofereceram a Jesus, ouro incenso e mirra. Diante de Jesus, nós também podemos oferecer o ouro que são os nossos bens, dons, talentos, o incenso, que é o nosso louvor e adoração, como também, a mirra, significando, a nossa luta do dia a dia, sofrimentos e dificuldades. Jesus acolhe com amor todas as nossas ofertas desde que a façamos de coração contrito. Meu irmão, minha irmã ,reflita: Você tem percebido a presença da Estrela guia na sua vida? Você já experimentou segui-La? Aonde você tem ido buscar Jesus? O que você tem oferecido a Ele? Quando você faz adoração ao Santíssimo, você percebe que a sua Mãe também hoje ainda está pertinho Dele para acolhê-lo ?
Amém
Abraço carinhoso de
Maria Regina
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Homilia do Mons. José Maria – Solenidade da Epifania do Senhor
ENCONTRO – CONVERSÃO – MISSÃO
A Igreja celebra a Epifania, isto é, a manifestação do Senhor ao mundo inteiro. Os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2, 1-12).
Nos Reis Magos, vemos milhares de almas de toda a terra que se procuram o Senhor para adorará-Lo. Passaram-se vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile do mundo inteiro continua chegando a Cristo.
A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser daqueles que, estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a estrela de uma chamada de Deus e são portadores dessa luz interior que se acende em consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade de fazer com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e purifiquem a sua vida.
A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que procuram alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se torna mais consciente da amplitude da sua missão. A quantos é necessário levar ainda a fé! Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!
A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos amigos, familiares e colegas se aproximem de Jesus.
Os Magos, seguindo a estrela, encontram o lugar onde estava o Salvador com Maria e José. E voltaram às suas regiões por outro caminho.
Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho. O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas. Já não podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua região. Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma boa palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida.
Os Magos seguiram a estrela. Não duvidaram, porque sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga de tão longa viagem, porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem para mais tarde, porque tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a virtude da perseverança: mesmo durante o tempo em que a estrela se ocultou aos seus olhares continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a prova do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé. Sei que Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me chama e isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).
Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e na sociedade. Que na festa da Epifania nos deixemos guiar pela estrela, iluminar por ela, e poderemos ser luz para os outros.
Peçamos à Virgem Maria que nos conduza ao seu Filho Jesus. Os Reis Magos tiveram uma estrela. Nós temos Maria!
Mons. José Maria Pereira
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Homilia do Padre Françoá Costa – Solenidade da Epifania do Senhor
Deus, homem e rei!
Nalguns países, é costume que o presente de Natal se receba não no dia 25 de dezembro, mas no dia da Epifania. O presente, além do mais, é trazido não pelo Papai Noel, mas pelos Reis Magos, que também trouxeram presentes ao Menino Jesus. Na Espanha, por exemplo, é assim. É assaz famosa a chamada cavalgada dos reis. Refiro-me à que acontece em Madri, trata-se de uma montagem espetacular: ruas enfeitadas, carros decorados majestosamente para o evento e uma multidão composta de todas as idades, ainda que, sem dúvida, as que mais esperam os reis são as crianças. Na cavalgada, três homens se vestem de reis magos e vão distribuindo a todos os que estão nas ruas madrilenas doces e presentes. Tudo é muito bem preparado e as famílias que vão assistir a cavalgada se divertem à beça.
Vi pela televisão esse espetáculo maravilhoso, ainda que com a má sorte de que exatamente no dia eu que eu assistia o evento, uma jornalista me deixou um pouco nervoso. A dita-cuja disse a bobagem de que era preciso acabar com as diferenças machistas distribuindo bonecas aos meninos e carrinhos às meninas. Mas não permiti que esse comentário de meio milímetro de inteligência roubasse o meu entusiasmo pela cavalgada. Ademais, outra jornalista teve o acerto de explicar com uma claridade meridiana o significado dos três presentes que os reis levaram ao Menino Jesus: oro ao rei, incenso a Deus deitado no presépio, mirra ao homem que morreria.
Jesus é Deus, Homem e Rei. E, nessa sociedade que, entre outras coisas, quer dar bonecas aos meninos e carrinhos às meninas, Jesus quer reinar, deseja a adoração das suas criaturas, quer que os homens e as mulheres valorizem mais o ser humano como tal, que a pessoa humana não pise a própria dignidade.
Como os reis magos, tampouco nós iremos de mãos vazias ao encontro do Senhor; ao contrário, levaremos presentes ao Menino Jesus: a nossa adoração já que ele é Deus; as nossas reparações, que desejamos que estejam simbolizadas na mirra, àquele que morrerá pelos nossos pecados; levaremos ainda os propósitos de viver melhor como homens e como mulheres, como filhos e filhas de Deus, reconhecendo a alta dignidade que recebemos e à qual somos chamados. Alegramo-nos com “profunda alegria” (Mt 2,10) ao ver a estrela de Belém, isto é, ao ver esse Menino que iluminou a nossa vida e nos deu a missão de iluminar a dos outros, não com outra luz, mas com a sua. Efetivamente, com a vinda do Filho de Deus, todos, sem distinção, podem caminhar segundo Deus. Todos somos filhos de Deus, todos somos irmãos.
Nós, os cristãos, temos que manifestar aos outros o sentido das suas próprias vidas a través da consciência e da vivência do autêntico sentido da existência. Todos precisam saber o porquê estão nesse mundo: para amar, adorar e glorificar a Deus, para receber os grandes presentes que o Senhor quis trazer-nos, para vivermos como irmãos. Nós fomos criados para a felicidade. Deus quer que sejamos felizes também aqui na terra e, depois, no céu… para sempre!
São Boaventura afirmava que a estrela que nos conduz a Jesus é triple: “a Sagrada Escritura, que temos que conhecê-la muito bem. A outra estrela é a aquela que sempre nos está facilitando andar pelas sendas de Deus fazendo-nos ver e acertar o caminho, esta estrela é a Mãe de Deus, Maria. A terceira estrela é interior, pessoal, e são as graças do Espírito Santo”. Maria é stella matutina, estrela da manhã, que sempre está apontando para Jesus, para o seu querido Filho.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Padre Françoá Costa – Domingo da Sagrada Família
A superação das dificuldades familiares
A Sagrada Família – Jesus, Maria e José – é o modelo da família cristã. Esta afirmação é mais que conhecida. A Igreja, nos últimos anos, tem tocado nessa tecla com muita insistência, ao mesmo tempo tem defendido a família enquanto realidade constituída por um homem e uma mulher com os seus filhos. Sinceramente, eu não gosto de chamar a essa realidade de “família tradicional”, pois poderia dar a entender que existe outro tipo de família. A família constituída como Deus quis e como a natureza das coisas pede é, simplesmente, a família.
A família cristã tem o seu modelo na família de Nazaré e, como acabamos de escutar na Missa de hoje, se trata de viver perto de Deus, ao lado de Deus e ao lado dos demais, com muitas alegrias e… com algumas dificuldades! Imagino uma coisa que talvez pareça um absurdo: se S. José não fosse um homem de fé e de fortaleza humana, teria entrado numa grande depressão.
José, jovem e bem vistoso, estaria verdadeiramente enamorado pela jovem Maria, que seria também muito bonita. Desposado com Maria, mas ainda não vivendo juntos, José estaria animado e alegre na preparação do grande dia em que receberia a sua esposa em sua casa. Estando nessas coisas do coração, de repente fica sabendo que Maria estava grávida. Mas, como? Um anjo lhe aparece e lhe explica o mistério: “o que nela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mt 1,20), logicamente sem nenhuma cópula carnal. José se submete aos planos de Deus, está contente, mas… pouco tempo depois… uma nova contrariedade! Terá que descer com sua esposa do norte ao sul, de Nazaré a Belém para alistar-se, porque assim tinha determinado César Augusto. Maria estava grávida e a viagem era larga. Muito mais agradável teria sido ficar lá, em Nazaré, e preparar o nascimento do menino por lá mesmo. Nascido Jesus nas condições de pobreza em que se encontravam, as quais devem ter sido uma nova contrariedade para o coração sensível de José, agora… deve fugir. Fugir? Sim, e além do mais para o estrangeiro, para o Egito, o pais da escravidão do povo de Israel. E lá vai José! Ele não fala nada, não protesta e obedece sempre ao querer de Deus.
Nós poderíamos seguir meditando nas contrariedades padecidas por aquele santo guardião de Jesus e de Maria, no entanto já é suficiente para que aumente a nossa consciência de que as contrariedades são uma benção de Deus: nos ajudam a amadurecer, nos fazem mais disponíveis, matam o nosso egoísmo e orgulho e faz crescer a caridade em nós. Tudo isso pode ser real se deixarmos que Deus trabalhe conosco e em nós.
Como é importante que paremos de lamentar: uma vez por que a comida está sem sal; outra, por que a camisa ficou mal passada; naquela outra ocasião, por que riram de mim; noutra ainda, por que não escutaram os meus argumentos. Enfim, o que está claro é que nessas ocasiões fazemos de nós mesmos o centro das atenções, e por isso sofremos. Talvez um dos segredos da felicidade de S. José seja o fato de que ele não ficava pensando nas próprias contrariedades enquanto tais, o que queria aquele homem santo era fazer felizes a Maria e a Jesus, o que o fazia sofrer era ver que os outros poderiam ter um desgosto. Era um homem esquecido de si mesmo. Em toda a Sagrada Escritura não lemos uma só palavra de protestação do justo José. E tinha motivos para lamentar-se, para protestar, para estar estressado. Mas não! Era um homem que amava a vontade de Deus e que estava totalmente ao serviço dos demais. Eis aqui o segredo da felicidade, também da felicidade na família.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria – Domingo da Sagrada Família
Aprender as Lições de Nazaré
No Domingo após o Natal celebra-se a festa da Sagrada Família Jesus, Maria e José. Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família!
A Palavra de Deus em (Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17) lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da vontade de Deus.
São Paulo, em Cl 3, 12 – 21, enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja como modelo de todas as famílias cristãs: na casinha de Nazaré, Deus ocupa sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado.
Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus.
Cada lar cristão tem na Sagrada Família o seu exemplo mais cabal; nela, a família cristã pode descobrir o que deve fazer e como deve comportar-se, para a santificação e a plenitude humana de cada um dos seus membros. Diz o Papa Paulo VI: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os homens. Aqui se aprende até, talvez insensivelmente, a imitar essa vida”.
A família é a forma básica e mais simples da sociedade. É a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde de uma sociedade se mede pela saúde das famílias. Esta é a razão pela qual os ataques diretos à família (como divórcio, aborto, união de pessoas do mesmo sexo) são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados não tardam a manifestar-se.
O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença.
Hoje, de modo muito especial, pedimos à Sagrada Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre eles.
Maria, Rainha da Família, rogai por nós!
Mons. José Maria Pereira
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Domingo- 2 de Janeiro de 2011
Evangelho - Mt 2,1-12
VIEMOS DO ORIENTE ADORAR O REI.
Hoje celebramos com alegria a solenidade da Epifania do Senhor, palavra que significa manifestação. Os magos tinham cores diferentes, representando todos os povos. Um era branco, outro negro e o terceiro pardo. Aquela criança que nasceu tão humilde numa gruta, é o rei não só de Israel, mas de todas as nações.
Os presentes oferecidos à criança são uma retribuição pelo grande presente que a humanidade recebeu: a redenção. Eles têm também sentido simbólico, indicando as características daquela criança:
1) O ouro é o rei dos metais; Jesus é o rei dos reis. Oferecer ouro a Jesus é reconhecê-lo como o Senhor da nossa vida. Somos de Deus. “Eu te chamo pelo nome, tu és meu”(Is 43,1).
2) O incenso é usado para o culto a Deus; Jesus é Deus. Oferecer-lhe incenso é reconhecer a sua divindade. Os magos voltaram felizes, porque têm agora onde adorar. “Onde está o teu tesouro aí está o teu coração” (Mt 6,21).
3) A mirra é uma resina que tem duas propriedades: perfumar e evitar o apodrecimento. Por isso untavam os defuntos com essa resina. Indica que Jesus vai terminar sua vida terrena sendo assassinado, mas este não será o seu fim. Nenhum sofrimento é o fim. Unido com Jesus, todo sofrimento torna-se um trampolim. Nós também queremos dar presentes a Jesus.
“Retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.” Deus protege seus filhos e filhas, e lhes indica outro caminho, se necessário. “Não perdereis um só fio de cabelo.”
“Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado.” Jesus veio transformar; quem está preso ao mal e não quer ser transformado, persegue Jesus ou seus discípulos. A Comunidade cristã é a continuação de Jesus na terra. Ela tem a mesma missão e também a mesma sorte dele; uns a acolhem, outros perseguem. “Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
O nosso testemunho produz dois efeitos contrários, como aconteceu com a notícia do nascimento de Jesus: uns se alegram e outros se inquietam. A presença do Reino de Deus alegra os que amam a verdade e suscita ódio aos que vivem na mentira. “Teus filhos vem de longe...” (Is 60,1-6). O Reino de Deus representa uma ameaça aos que se opõem a ele. Desses a estrela se esconde.
A viagem da vida tem uma estrela que nos guia. E nós também somos chamados a ser estrelas, indicando às pessoas onde está Cristo. “Vós sois a luz do mundo”. Nós agradecemos a Deus todas as pessoas que ele mandou para nos indicar o caminho dele e da santa Igreja: nossos pais, nossa catequista, o pároco, a avó... E queremos ir em frente, fazendo o mesmo.
Certa vez, um pai e seu filho de onze anos foram pescar em um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.
Veio a noite e, de repente, a vara do garoto se envergou, indicando que havia algo enorme no anzol. O pai olhava com admiração, enquanto o filho, habilmente, erguia o peixe da água. Era o maior peixe que ele já tinha visto. Sua pesca, porém, só era permitida na temporada. O pai e o filho olhavam para o peixe bonito, sua guelras para trás e para frente.
O pai então acendeu um fósforo e olhou para o relógio: pouco mais de vinte e duas horas. Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Disse ao menino: “Você tem de devolvê-lo, filho! Vai aparecer outro”. “Mas não tão grande quanto este”, disse a criança, choramingando.
O garoto olhou à volta do lago, não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente a olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, pelo tom de voz do pai, ele sabia que a decisão era inegociável. Devagarinho, tirou o anzol da boca do peixe e o devolveu à água. O peixe movimentou-se rapidamente e desapareceu.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje o garoto é um arquiteto bem sucedido. Ele leva seus filhos para pescar no mesmo local. Sua intuição estava correta: nunca mais conseguiu pegar um peixe tão maravilhoso como o daquele dia. Entretanto, sempre vê o mesmo peixe, sempre que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo ou errado. Agir corretamente quando se está sendo observado é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando
Essa conduta correta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o peixe à água. A ética é como uma moeda de ouro: tem valor em toda parte.
Epifania é manifestação de Cristo. A sociedade precisa conhecer a verdadeira face de Cristo: caminho, verdade, vida.
“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.” Naturalmente, Maria mostrou o Menino Jesus a eles. E mostrou sorrindo, como fazem todas as mães, ao mostrar seu bebê para uma visita. Este foi o momento exato da Epifania, o momento em que o Filho de Deus é apresentado ao mundo, representado naqueles magos. E Maria foi o instrumento usado por Deus para realizar esta primeira Epifania. Ela não só gerou Jesus, mas o mostrou e manifestou ao mundo.
Várias vezes Maria Santíssima mostrou: na apresentação no Templo, nas Bodas de Cana, e o mostrou em muitos outros momentos, evidentemente.
Aí está uma virtude de Maria, que podemos imitar: apresentar Jesus, pois ele é o grande amigo que as pessoas poderiam ter, se déssemos uma mãozinha.
O mundo atual padece de uma doença terrível: a noite do espírito, ou a ausência de Deus. Maria fez, e continua fazendo, a parte dela. E nós?... Não é Deus que se ausenta, mas as pessoas que se ausentam dele. Imagine um satélite girando no espaço, e que perde o contato com o centro espacial. Ele fica girando sem rumo, até cair, ou se desintegrar no espaço. É o que acontece com quem anda desconectado de Deus. Muitos são Epifania de Cristo pela própria vida.
Viemos do Oriente adorar o Rei.
Padre Queiroz
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O Evangelista Mateus (2,1-12) legou-nos um relato importantíssimo da vida de Jesus ao narrar, com riqueza de detalhes, sua manifestação a todos os povos da terra. As indicações iniciais de tempo e lugar estão intimamente conexas com o que a seguir foi registrado.
O Salvador nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande, em Belém da Judéia a nove quilômetros de Jerusalém. Foi em Belém que Davi fora ungido rei (1 Sam 16,13; 17,23). Cristo, como anunciara o anjo, herdaria o trono daquele monarca (Lc 1,34).
Os magos constituíam uma classe sacerdotal da Média, composta de adivinhos que conservaram sua influência depois da conquista dos persas. Podemos considerá-los como sábios, especialistas em astronomia, uma vez que Mateus não dá ao termo magos sentido pejorativo.
Vinham do oriente e, com probabilidade, segundo os mais antigos exegetas, da região situada do outro lado do Jordão e do mar Morto, isto é, da Arábia, que naquele tempo se estendia até o norte de Damasco. Naquela região judeus e árabes falavam os mesmos dialetos e formavam uma população mista.
Os presentes que os magos trouxeram confirmam sua origem árabe. A Arábia era famosa por seu ouro, seu incenso e sua mirra, conforme atesta Plínio na sua História Natural. Esta visita teve lugar após a purificação (Lc 2,33-38), cumprida quarenta dias depois do nascimento de Jesus e levando-se em conta que José não agiria temerariamente indo à capital depois do aviso do anjo (Mt 2,13). A visita dos magos deve ter ocorrido no decorrer de um ano do nascimento do Menino Deus. Há a aparição de uma estrela que os conduz até Jerusalém. Os magos tinham conhecimento da enorme expectativa dos judeus pela chegada do Messias, tanto mais que falsos messias haviam aparecido, mormente naquele contexto histórico.
Embora Mateus não diga isto, podemos também supor que aqueles sábios tivessem recebido uma revelação especial. Para muitos hermeneutas a estrela surgiu de modo extraordinário e, ainda que os astrônomos se esforcem por encontrar uma explicação científica, todas carecem de um fundamento mais confiável. Trata-se de um fenômeno maravilhoso, não obstante possa ter sido natural. O certo é que Herodes e povo judeu foi tomado de ansiedade. O Sinédrio, supremo conselho entre os judeus, que contava com setenta e um membros, estava composto de três grupos com força igual: os príncipes dos sacerdotes, os escribas ou doutores da lei e os anciãos, escolhidos entre os notáveis do povo.
Como estes últimos não são mencionados por Mateus, se conclui que não houve uma reunião plena daquele Conselho judaico para tratar do assunto proposto pelos magos. Temeroso de perder o poder, Herodes foi quem mais ficou perturbado. Pelas Escrituras, conforme foi mostrado a Herodes, o local do nascimento seria Belém. O rei, entretanto, procurou evitar mais turbulência e, tendo chamado os Magos, os despistou com relação a seus receios, dizendo-lhes, ardilosamente, que iria adorar o recém-nascido tão logo tudo ficasse confirmado.
A estrela reaparece, dado que o destino dos magos não era Jerusalém, pois aquele corpo luminoso na atmosfera inferior tinha por missão divina apontar Belém àqueles sábios. Encontram a habitação onde estava Jesus e Mateus que não fala na presença de José, quer, visivelmente, salientar a importância dos laços que prendiam o Filho à sua genitora. Nunca se destaca demais o que está na Bíblia: “Encontraram o Menino com Maria, sua mãe" (Mt 12,11).
Vieram os magos adorar, isto é, prestar honras divinas àquela criança. Belíssimo o significado dos presentes: ouro, porque Jesus é Rei; incenso, por ser Ele Deus; mirra dado que havia assumido um corpo mortal. Advertidos em sonho, os magos retornaram por outro caminho para sua terra, isto é, pelo caminho de Hebron passando pelo sul do mar Morto. Tudo isto se presta a valiosas reflexões e a leitura do texto, assim esclarecido, oferece aos fiéis inúmeras conclusões vivenciais. Diante das lutas sangrentas entre judeus e palestinos, como é bom recordar que, um dia, árabes vieram de longe para adorar uma criança judia.
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana (MG)
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JESUS VEIO PARA TODOS
Epifania, termo de origem grega, significava autonotificacão, manifestação de uma autoridade ou de uma divindade a comunidade. Já nos primeiros séculos do cristianismo, passou a ser uma festa cristã assumida pela Igreja para celebrar a manifestação de Jesus. No Oriente ela foi designada "festa do Natal do Senhor': o seu aparecimento na carne. No Ocidente, passou a celebrar a "revelação de Jesus ao mundo pagão". Jesus não veio somente para um povo, o povo judeu, mas veio para todos. Sua proposta de vida é para todos; a salvação que trouxe está aberta a todas as gentes. Essa salvação não vem dos poderosos de Jerusalém, mas dos pequenos da periférica Belém.
Diante do nascimento de Jesus, duas atitudes são possíveis: aceitá-lo ou rejeitá-lo. O evangelho desta festa nos mostra claramente que ele é buscado pelos magos e rejeitado pelos reis. A Epifania é a festa da sua manifestação a todos os povos, representados pelos magos. Desde criança, Jesus provoca decisão a favor dele ou contra ele.
Há, ainda hoje, os que se deixam guiar pela estrela e os que a ignoram ou não a percebem. Jesus é a estrela guia de nossa vida. Deus ilumina a humanidade com a pessoa de seu Filho, luz do mundo. Cabe a cada um deixar-se iluminar e guiar por Jesus ao longo deste ano e sempre.
Fazer o caminho dos magos é santificar-se e santificar a sociedade. É esforçar-se para que as propostas do menino que nasceu em Belém sejam aceitas por todos e assim todos possam gozar de mais vida e dignidade. A experiência mais humana e humanizante é professarmos com palavras e gestos a fé no Deus de Jesus, guiados pela estrela, seguindo a luz da paz, justiça e fraternidade".
Pe. Nilo Luza, ssp
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EPIFANIA- A VISITA DOS REIS MAGOS AO MENINO JESUS
A liturgia do Domingo da Epifania do Senhor leva-nos à manifestação de Jesus como “a luz” que atrai a Si todos os povos da terra. Essa “luz” encarnou na nossa história, a fim de iluminar os caminhos dos homens com uma proposta de salvação/libertação.
A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que alegrará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.
No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “Magos”, atentos aos sinais da chegada do Messias, que O aceitam como “salvação de Deus” e O adoram. A salvação, rejeitada pelos habitantes de Jerusalém, torna-se agora uma oferta universal.
A segunda leitura apresenta o projetos salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos - a comunidade de Jesus.
Leituras Primeira Leitura - Livro do profeta Isaías (Is 60,1-6)
Outra vez se manifesta na caminhada do Povo de Deus a presença salvadora e libertadora de Deus, que não abandona o seu Povo. Esta “fidelidade” de Deus aos seus compromissos aquece-nos o coração e dá-nos a garantia de um Deus que não desiste, nunca, de nos proporcionar a salvação, a vida plena. Mais uma vez é preciso perguntar: essa presença salvadora chega, de fato, aos homens através do nosso testemunho?
Segunda Leitura - Carta de São Paulo apóstolo aos Efésios (Ef 3,2-3a.5-6)
A Igreja é o “corpo de Cristo”, isto é, a comunidade daqueles que acolheram “o mistério”. Nela, judeus e pagãos - beneficiários todos do projeto salvador de Deus - têm lugar, em igualdade de circunstâncias. A partir deste texto, devemos refletir: As nossas comunidades são verdadeiras comunidades fraternas, onde todos se amam sem distinção de raça, cor ou estatuto social? As diferenças legítimas são um complemento da nossa riqueza comum, ou razões para manifestarmos indiferença e afastamento face aos irmãos?
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus (Mt 2,1-12)
Meditemos nas atitudes das várias personagens que Mateus nos apresenta em confronto com Jesus: os “Magos”, Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo… Diante de Jesus, eles assumem atitudes diversas que vão desde a adoração (os “Magos”) até à rejeição total (Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas). Identificamo-nos com algum destes grupos? Não é fácil “conhecer as Escrituras”, como profissionais da religião e, depois, deixar que as propostas e os valores de Jesus passam ao largo da nossa vida?
Comentário
Ajoelharam-se e o adoraram
Os Três Reis Magos representam a manifestação de Jesus Cristo, Deus e Senhor de todos os homens, de todas as raças. Por isso a festa que recorda a visita dos Reis ao Deus-Homem, o Rei dos Reis, se denomina “Epifania”, que significa “manifestação”.
Deus-Pai tem escrito nos corações de todos os seres humanos o desejo para buscá-lo. Deus responde a esse anseio que há em cada um de nós, Suas criaturas. Responde, mostrando-nos como é Ele e qual o caminho que devemos percorrer para chegar até Ele, com Seu Filho Jesus Cristo, que se fez homem.
Jesus Cristo é a resposta de Deus à nossa busca por Ele. É o Salvador do gênero humano. É o “Rei dos Reis”. É o Deus humanizado, o Deus-Homem.
Isso reconheceu os Reis que vieram do Oriente até Belém, buscando por Ele. Deus se revelou de alguma maneira para estimulá-los a realizar uma longa viagem, não isenta de muitas dificuldades, vinda cada um desde sua origem. Receberam uma inspiração do Senhor que os impulsionava a buscar a esse “Rei” que era muito mais do que eles, cujo Reino era muito maior que todos os reinos da terra.
Receberam um chamado divino para se colocarem em marcha e uma Estrela do Senhor os guiou pelo caminho até Belém. Por isso dizem os Reis: “Vimos Sua Estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,2).
Realmente, depois de muitas vicissitudes, chegaram "ao lugar onde estava o Menino”. Lá voltaram a ver “a Estrela e se encheram de imensa alegria” (Mt. 2,10).
"Viram o Menino que estava com Maria, Sua Mãe, ajoelharam-se e o adoraram“ (Mt. 2, 11). Isto é, ao chegar ante a presença de Deus-Homem, caíram de joelhos ante tal majestade e grandeza. Ajoelharam-se e o adoraram.
Os Três Reis ofereceram presentes ao Deus-Homem: ouro, em reconhecimento de que era Rei, o Reis dos Reis; incenso, com o qual o reconheciam como Deus, e mirra, substância usada para ungir os mortos, simbolizava sua morte como Homem para nossa salvação.
Esta breve história da Sagrada Escritura nos mostra que Deus se revela a toda a raça, povo e nação. Revela-se em Jesus Cristo, Deus Vivo e Verdadeiro, ante Quem não podemos mais do que nos ajoelhar e adorá-lo.
A história dos Reis do Oriente nos mostra como Deus chama a cada pessoa de diferentes maneiras, seja qual for sua origem ou sua raça, seu povo ou sua nação, sua crença ou convicção. Toca nossos corações para reconheçamos Jesus Cristo como Senhor, nosso Rei.
Como aos Três Reis, Deus nos chama, nos inspira para que o busquemos, se revela a nos em Jesus Cristo. Nossa resposta não pode ser outra senão a que os Reis deram: buscá-lo, seguir Seu Caminho, nos ajoelhar e adorá-lo, oferecendo nossa entrega a Ele, nossa oração e nosso trabalho.
Pe. Claudio
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OS REIS MAGOS VISITAM O MENINO JESUS
A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai para si todos os povos da terra. Cumprindo o projeto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa “luz” encarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.
A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.
A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos - a comunidade de Jesus.
No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente, representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem exceção.
Leituras Primeira Leitura - Livro do profeta Isaías (Isaías 60, 1-6)
Segunda Leitura - Carta de São Paulo aos Efésios (Efésios 3, 2-3.5-6 )
Evangelho, segundo Mateus (Mateus 2, 1-12)
Todos vimos uma estrela
Dia de Reis
Liturgicamente é a Festa da Epifania. Popularmente, é o Dia de Reis. Epifania é revelação, “para que conhecendo a Deus visivelmente, ele nos leve ao amor do invisível”. Hoje, Deus manifesta-se aos pagãos, é o grande salto: das necessidades de um povo, que se cria único herdeiro, o horizonte universal de todas as nações. Chegaram os Magos de oriente.
É certo que o Evangelho não diz que são Reis, nem que são três e, desde cedo, não cita seus nomes, tão populares entre nós: Gaspar, Melchior e Baltasar. Mas, que importa?
Nós, neste dia, como os magos, nos ajoelhamos ante o portal. Desde o princípio, sabemos que neste Menino contemplamos todo o mistério: é o Cristo entregue, por amor, à morte; é o Senhor ressuscitado.
Claro que não podemos nos esquecer da magia deste dia. Como não olhar aos meninos - e os adultos - cheios de ilusão e fantasia nesta manhã de janeiro? Hoje não é dia para nos queixar do consumismo, ainda que os magos não pediram, mais o ouro aos pés do menino Jesus.
O importante é calar o mistério de Epifania: Deus manifesta-se ao homem, quem o procura o encontra, a sabedoria é pôr-se de joelhos e adorar.
A palavra de Deus
Observemos as personagens da cena. Os magos são estrangeiros que nada sabem das Escrituras, inquietos se põem a caminho, perguntam com interesse, se enchem de imensa alegria e, no final, “entraram, viram, se ajoelharam, adoraram e ofereceram”. Herodes e pontífices se sobressaltam, vão a velhos livros, que bem conhecem, e hospedam teimosas intenções. Um mesmo gesto de Deus, e que diferentes respostas!
Do fundo à universalidade dos magos, está a visão de Isaías. Muita luz, muitos tesouros e riquezas e muita alegria inundam à Jerusalém nova, depois a ruptura e do banimento.
Paulo reclama também para os gentis: “uma mesma herança, um mesmo corpo, uma mesma promessa”.
Com a fé dos Magos do Oriente devemos seguir a estrela
“Ver Deus é a vida do homem”. Ver Deus é a verdade, a beleza suprema dos homens. E Deus revela-se ao homem que lhe procura. Sempre há uma estrela indicadora. Do Senhor é sempre a iniciativa, não dos méritos do homem. “O céu proclama a glória de Deus”.
A nós nos toca empreender a aventura da fé nele. Devemos olhar e escutar como os magos. É necessário pôr-se a caminho, se desinstalar, ir sem bagagem, ainda que nos custe. No caminho nos topamos com mil dificuldades, mil dúvidas, mil adversidades: que significa a estrela, por que ninguém a espera em Jerusalém? Que tem que ver com um rei o espetáculo pobríssimo de Belém? Talvez pudéssemos traduzir: Por que tantos não crêem? Deus meu, que péssimos depoimentos dos que se dizem seus seguidores. Que terá que ver a singeleza de Belém com o gosto pelos grandes meios ou manifestações espetaculares?
Acima de tudo, o que realmente importa é se encontrar com o Menino Deus. De nada valem saber de memória todos os livros da lei se não reconhecemos ao que nasceu. De nada valem fórmulas bem formuladas e ritos belamente executados, se não nos impulsionam a adorar; a Ele e só a Ele.
Catolicidade, fé para todos.
Visão fantástica do profeta. A nova Jerusalém saturada de luz ilumina o mundo, e todos os povos a ela vão para se reunir. Canto precioso à universalidade de nossa fé. Num povo tão nacionalista, tão seu, os estranhos, os viajantes de oriente são os primeiros.
Possuem menos tradição, porém mais fé. Tão sábios, e tudo perguntam, chegam presenteando, nada em projetos de mestres. Só a estrela lhes ilumina. Em frente aos puros e letrados, eles, na nudez da fé, adoram. Esvaziaram seus cofres de presentes, e encheram seu coração de alegria. Quando descobriram Deus, começaram a viver outra vida.
Contra esta nota de nossa fé, estaria uma Igreja dominada por grupos ou parcelas, enceradas em olhar estreito. Que a Igreja é a grande mãe de todos! Todos em toda sua extensão. Todos irmãos: ninguém é tão puro que seja mais; ninguém é tão pecador que não seja filh.
A imaginação popular pinta os três Reis Magos, de raças diferentes, como representando os continentes então conhecidos. Desde a Europa, quantos puderam aprender das comunidades vivas da América, da espiritualidade da Igreja na Ásia e da África.
E nós somos estrelas?
É uma consideração gratificante. Nós, desde o testemunho, podemos ser estrelas que guie outros que, como os magos, vão procurando. Corrijamos a Santa Bem-Aventurada que afirma que: há três estrelas; a exterior que é a Palavra, a interior que é a graça do Espírito, a superior que é a Virgem Maria. Nós acrescentamos outra, a estrela que é nossa vida pode colocar a caminho os homens de hoje.
Se tivermos fé há de queimar-nos a paixão por comunicá-la aos demais. Não sejamos como os letrados de Jerusalém que, desde seus conhecimentos, indicam o caminho, mas eles, depreciativamente, não vão.
Talvez possamos recordar vivências pessoais de “estrelas” que nos levaram a Jesus: aquela leitura dos santos, uma pergunta num momento privilegiado, a voz das vítimas, aquela experiência que me golpeou o coração.
Vemos os homens e mulheres de hoje como Igreja, cuja luz abre um caminho direto a Deus?
Continuamos com a Eucaristia. Os magos ofereceram seus dons. Nós oferecemos o melhor. Cristo é nossa oferenda ao Pai.
Conrado Bueno Bueno
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Domingo, 2 de janeiro de 2011
Epifania do Senhor
Santos do Dia: Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno, Bispos e Doutores da Igreja (Memória); Abel (patriarca bíblico, o segundo filho de Adão, cuja história se encontra em Gn 4; foi citado por Jesus em Mt 23,35 como sendo o primeiro mártir), Abelardo de Corbie (abade), Argeu, Narciso e Marcelino (mártires de Tomes, no Ponto), Aspásio de Melun (presbítero), Bladulfo de Bobbio (monge), Claro (abade de São Marcelo), Gaspar de Búfalo (fundador dos Missionários do Precioso Sangue), Isidoro de Antioquia (bispo, mártir), Isidoro de Nitria (bispo), Macário de Alexandria (abade), Martiniano de Milão (bispo), Vicenciano de Limousin (eremita), Airaldo de Maurienne (bispo, bem-aventurado), Bentivoglio de Bonis (franciscano, bem-aventurado), Geraldo Cagnoli (franciscano, bem-aventurado), Estefânia de Quinzanis (virgem, bem-aventurada).
Primeira leitura: Isaías 60,1-6
Apareceu sobre ti a glória do Senhor.
Salmo responsorial: 71(72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R/. cf. 11)
As nações de toda a terra hão de adorár-vos, ó Senhor!
Segunda leitura: Efésios 3,2-3a.5-6
Agora foi-nos revelado que os pagãos são co-herdeiros das promessas.
Evangelho: Mateus 2,1-12
Viemos do Oriente adorar o Rei.
A época em que foi escrito o livro do profeta Isaias (terceiro Isaisas) corresponde à restauração, isto é, ao regresso a Jerusalém dos exilados da Babilônia, regresso à grande cidade de Deus. Quando esse grupo de exilados chegou a Israel encontrou suas cidades destruídas, seus campos abandonados ou ocupados por outras famílias, as muralhas derrubadas e o templo, o lugar onde Javé habitava, estava incendiado.
Essa dramática realidade fez com que o povo desanimasse completamente, centrando suas esperanças e suas motivações unicamente na reconstrução de suas casas e seus campos, deixando de lado a restauração do templo e com ele a confiança na vinda gloriosa de Javé, que traria para Israel a salvação plena na própria historia. Isaías anima a fé do seu povo, convidado-o a colocar novamente sua fé e seu coração na força salvífica de Javé, aquele que traria a paz e a justiça ao povo.
Por isso Jerusalém será a cidade radiante, cheia de luz, onde a presença de Deus como rei fará dela uma nação grande, ante cuja presença se prostrarão todos os povos da terra. O profeta manifesta, com esta grande revelação, que Deus é quem dará inicio a uma nova época para Israel, uma época na qual reinará a luz de Deus e serão destruídas todas as forças do mal, pois Deus se faz presente em Israel e ninguém mais poderá causar-lhe dano.
Essa visão profética possui uma compreensão muito reduzida da ação salvífica de Deus, já que é assumida como uma promessa que se cumprirá em benefício único e exclusivo do povo de Israel e não de toda a terra. Paulo, através da carta aos Efésios, ampliará essa compreensão, afirmando que a salvação, trazida por Deus, através de Jesus, é para “todos”, judeus e pagãos. O plano de Deus, segundo Paulo, consiste em formar único povo, uma única comunidade de crentes, um só corpo, uma só igreja, um organismo vivo capaz de comunicar vida e salvação outorgadas por Deus a toda a criação.
A carta aos Efésios expressa que o mistério recebido por Paulo consiste em que a Boa Nova de Cristo se torne efetiva também para os pagãos. Eles são co-herdeiros e membros desse mesmo Corpo; isto significa que Deus quis se revelar a toda a humanidade, age em todos, salva a todos, reconcilia a todos, sem exceção.
O Evangelho de hoje, na Festa da Epifania, confirma esse caráter universal da salvação de Deus. Mateus expressa, por meio deste relato simbólico, a origem divina de Jesus e sua tarefa salvífica como Messias, como rei de Israel, herdeiro do trono de Davi; para isso o evangelista insiste em nomear com exatidão o lugar onde nasceu Jesus e em confirmar, através do Antigo Testamento, que com sua presença na história acontece o cumprimento das palavras dos profetas.
Por outro lado, a rejeição desse nascimento por parte das autoridades políticas (Herodes) e religiosas (sumos sacerdotes e escribas) do povo judeu, e a alegria infinita dos magos, vindos do oriente, anunciam desde já esse caráter universal da missão de Jesus, a abertura do evangelho aos pagãos e sua vinculação à comunidade cristã. A epifania do Senhor é a celebração oportuna para confessar nossa fé em um Deus que se manifesta a toda a humanidade que se faz presente em todas as culturas, que age em todos, e que convida a comunidade dos crentes a abrir suas portas às necessidades e pluralidades do mundo atual.
Em um tempo como este que estamos vivendo, marcado radicalmente pelo pluralismo religioso, e marcado também, crescentemente, pela teologia do pluralismo religioso, o sentido da palavra “missionário” e da expressão “universalidade cristã”, mudaram profundamente. Até agora, em muitos casos, ser missionário era sinônimo de proselitismo, de “converter ao cristianismo” (o catolicismo concretamente entre nós) os “gentios”.
Nesse sentido, a “universalidade cristã” era entendida como a centralidade do cristianismo: éramos a religião central, a (única) querida por Deus, e portanto, a religião destino da humanidade. Todos os povos (universalidade) estavam destinados a abandonar sua religião ancestral e a tornarem-se cristãos... Tarde ou cedo o mundo chegaria ao seu destino: a ser “um só rebanho, com um só pastor”.
Hoje tudo mudou, porém, em meio a toda essa mudança, muitos cristãos (e muitos pastores) continuam tendo uma visão tradicional. Hoje é um dia muito oportuno para apresentar estes desafios e para aprofundá-los. Não desperdicemos a oportunidade deste dia para atualizar também pessoalmente nossa visão a respeito destes temas. No site (servicioskoinonia.org/relat), em espanhol, você pode encontrar muitos materiais para estudo do tema, bem como para debate em grupos de estudo ou de catequese.
No Novo Testamento, além do João 7,42, encontramos referencias a Belém nas narrativas de Mateus 2 e Lucas 2, acerca do nascimento do Salvador na cidade de Davi. A tradição de que o Messias devia nascer em Belém tem sua base no texto de Miquéias 5,2, onde consta que de Belém de Éfrata devia sair aquele que governaria Israel e seria o pastor do povo. Hoje já sabemos que provavelmente Jesus tenha nascido em Nazaré, e que a afirmação de que nasceu em Belém é uma afirmação com intenção teológica.
O termo magos procedo do grego magoi, que significa matemático, astrônomo e astrólogo. Estas duas últimas disciplinas coincidiam na antiguidade. Através delas se poderia estudar o destino e desígnio dos astros e das pessoas. Isto é, os reis magos teriam sido astrônomos e conhecedores do céu. O teólogo e advogado cartaginês Tertuliano (160-220 d. C.) assegurou que os magos eram reis e que procederiam do Oriente. Na visita dos magos a Jesus, os Padres da Igreja vêem simbolizadas a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão (mirra) de Cristo.
Missionários Claretianos
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“EIS QUE VEIO O SENHOR DOS SENHORES, EM SUAS MÃOS O PODER E A REALEZA”. (Ml 3,1; 1 Cr 19,12)
Meus irmãos,
Celebramos neste domingo a festa da Epifania.
O que é a Epifania?
É a manifestação do Salvador a todos os povos e Nações. A manifestação de Deus na pessoa frágil do menino Jesus.
Todos nós somos convidados a nos sentirmos como os Reis Magos, peregrinos na fé, junto com toda a humanidade que enfrenta o cansaço da viagem longa, na busca contínua de um sentido para a vida e para as contradições e percalços da caminhada. A fragilidade de Jesus nos recorda os milhares de crianças frágeis e abandonadas pela crueldade desta sociedade hedonista em que vivemos.
Celebramos a utopia do autor bíblico que nos ajuda a atingir o objetivo da esperança cristã, construindo uma parceria com Deus Nosso Senhor.
As Sagradas Escrituras nos ensinam a caminhar, a plantar as sementes de nossa fé, vingando águas mais profundas, construindo uma parceria com o Senhor da Vida e a Humanidade.
E essa parceria entre o Senhor e a Humanidade é a festa da manifestação deste Deus que nos convida a viver a vocação “universalista” cantada pelo livro de Isaías na primeira leitura: Jerusalém é agora o centro para o qual convergem as caravanas do mundo inteiro. Esta visão profética, concebida para a restauração da cidade santa depois do Exílio, verifica-se plenamente quando os magos do Oriente, conduzidos por um astro desconhecido, se apresentam na cidade santa, procurando o Messias nascido na cidade de Davi, trazendo-lhe as riquezas das quais falava a visão de Isaías: ouro, incenso e mirra.
Já a Segunda Leitura, acentuando a universalidade da encarnação para crentes e incruéis, fala de um tema que permeia toda a Carta aos Efésios: a participação de judeus e pagãos na revelação de Deus em Jesus Cristo. É assim, pois, a manifestação de Deus para todos, não apenas para o povo hebreu. Ele veio para nos salvar, é a “Luz para iluminar as nações” e a “glória de Israel seu povo”; ou seja, pelo reconhecimento que o povo hebreu deveria ter testemunhado e proclamado, o Messias seria reconhecido por todo o mundo.
Amigos e Amigas,
O escritor sagrado usa de sinais: a estrela. Herodes teve a palavra dos magos: os judeus tiveram as Escrituras. Deus nos fala de muitas maneiras. O importante é pôr-se em busca e essa procura pode durar toda uma vida.
Nesse contexto, a humanidade está representada pelos magos do Evangelho, todos os povos da terra que caminham ao encontro do grande desejo de seu coração: o próprio Deus. Ele vem até nós em Jesus, mas temos de dar também nossa ajuda, o nosso passo.
Essa busca é, muitas vezes, difícil, cheia de armadilhas, de incertezas, até de desvios. Há momentos também em que não vemos mais a “estrela”, não vemos os sinais de Deus e ficamos perdidos. Não podemos, contudo, desistir da grande aventura da vida. É preciso seguir em frente, acreditando que “depois da tempestade vem a bonança”, como reza o sábio dito popular.
A Epifania é a festa em que Deus nos mostra a sua face. Deus nos surpreende mostrando-nos a sua própria face. Em Jesus, é Deus que está presente entre nós para nos guiar na travessia da vida, para reacender em nós o desejo do céu, das coisas do alto.
Jesus pode nos falar das coisas do alto porque Ele veio do sonho do Pai Eterno. Aqui na terra, Jesus vai nos mostrar a sua face, vai nos mostrar como é o Céu. Nesta solenidade de hoje, Jesus se revela, mostra a sua face a todos os povos, na figura dos Reis que vão adorá-lo, para que todos andem no clarão dessa luz. Assim se realizarão os maiores e mais lídimos ideais da vida: a paz, a comunhão, a alegria.
Meus amigos,
Todos nós somos convidados a sermos uma comunidade-testemunha. Israel se tornou, de fato, o centro do mundo, porém não para si mesmo, mas para que nele brilhasse a luz para todos. Aos poucos, ficará claro quais os filhos que assumem verdadeiramente esta função, unindo-se ao Menino do presépio. O mesmo vale ainda hoje. O universalismo de Cristo não resplandece nas organizações internacionais, mas no testemunho do Espírito de Cristo, nas concretas comunidades de amor fraterno.
Jesus de Nazaré, nascido em Belém, é a manifestação de Deus a todos e a cada pessoa humana em todos os lugares e em todos os tempos. Nenhum povo da terra está desprovido do sentimento religioso. Todos querem ver, apalpar, escutar os seus deuses. E, sobretudo, sentir-se protegidos por eles.
Hoje temos a revelação do Deus único e verdadeiro. Em forma conhecida de todos: a forma de um homem, homem e Deus ao mesmo tempo. Realmente, Jesus é o Emanuel, (Is 8,8.10; Mt 1,23), isto é, o Deus conosco. Todos os milagres, e não só o nascimento, realizados por Jesus foram manifestações, particularmente a sua transfiguração (Mt 17,1-8). E o que fazemos hoje é manifestar a todo o mundo o nascimento do Senhor.
Os Magos estão repletos de simbolismos e o primeiro é o da universalidade da salvação. O segundo simbolismo é a missionariedade do Evangelho pregado. A universalidade da salvação veio para todos e, em vista disso, todo cristão deve ser um missionário.
No início da Igreja, a idéia dominante era que Cristo viera para poucos, para os chamados “santos”. Ao contrário, Jesus veio para todos, prosélitos, judeus, pagãos, indistintamente. Por isso, São Paulo, na segunda leitura de hoje, nos ensina que “os pagãos são co-herdeiros e membros de um mesmo corpo, co-participantes das promessas em Cristo Jesus, mediante o Evangelho” (Ef 3,6).
Em contraponto, os batizados devem assumir a grave obrigação de levar a todos a mensagem cristã. A missionariedade da Igreja faz parte da própria natureza da Igreja. Ver os povos prostrados diante do Presépio é contemplar os cristãos saindo do Presépio em direção aos quatros cantos do mundo.
Irmãos e irmãs,
Jesus é apresentado como “a luz dos povos” (Lc 2,32), é luz para todos.
Jesus não excluiu ninguém. Os Magos não foram a Belém apenas para “ver” um menino. Eles foram para adorar, conforme disseram a Herodes (Mt 2,22). E não só adoraram, caíram por terra, reconheceram que o Menino era divino, que o Menino era o Filho de Deus que se manifestou, assim, a eles, da mesma forma como se manifestará a quantos o procurarem e souberem encontrá-Lo na simplicidade e na pobreza. Os Magos nos ensinaram que Jesus não mora nos palácios de Herodes, mas na imagem de cada irmão oprimido, sofredor, descriminado pelos preconceitos fundados na soberba, na ambição, no egoísmo. Jesus é a revelação da inocência, da pureza, da caridade.
A Epifania, pela presença da estrela, é a festa da luz. Luz que é salvação no Cristo presente-presença. Com o nascimento de Jesus, a cidade terrena encheu-se de salvação, como uma sala se ilumina ao acender da lâmpada.
A salvação trazida por Jesus é um longo caminho a ser percorrido. Andaram os Magos, andou a estrela. A luz da estrela pousou sobre a casa de Jesus. Toda a salvação se encontra na pessoa de Jesus: “Em nenhum outro há salvação” (At 4,12). Por isso, ela deve ser procurada.
Somos convocados a uma comunhão universal com todos os povos, com os diferentes feitos de adorar a Deus e buscar a libertação. A estrela indica um caminho alternativo, um caminho que não passa pelo conhecimento dos grandes, mas pelo discernimento dos pequenos e fracos, o caminho que nos leva ao Menino de Belém.
Epifania é a festa da disponibilidade. Epifania é a festa da possibilidade de conhecer a Deus.
Os pastores – gente simples do povo – reconheceram o Menino Deus e voltaram ao trabalho “glorificando e louvando a Deus” (Lc 2,20). Os Magos – gente sábia – “encheram de grande alegria e, caindo por terra, o adoraram” (Mt 2,10-11).
Epifania, festa de luz, festa da salvação universal. Assim é preciso pôr-se em contínua caminhada na busca do verdadeiro encontro com Jesus. Precisamos descobrir a estrela que nos guie de forma segura ao longo do ano na busca do rosto sereno e radioso do Senhor.
Padre Wagner Augusto Portugal
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A FESTA DA EPIFANIA
Epifania : A manifestação do Senhor
Epifania significa "manifestação". Jesus se dá a conhecer. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos:
Epifania aos Reis Magos
Epifania a São João Batista no Jordão
Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná.
A Epifania que mais celebramos no Natal é a primeira.
A festa da Epifania tem sua origem na Igreja do Oriente. Diferentemente da Europa, no dia 6 de janeiro tanto no Egito como na Arábia se celebra o solstício, festejando o sol vitorioso com evocações míticas muito antigas. Epifanio explica que os pagãos celebravam o solstício invernal e o aumento da luz aos treze dias desta mudança; nos diz também que os pagãos faziam uma festa significativa e suntuosa no templo de Coré. Cosme de Jerusalém conta que os pagãos celebravam uma festa muito antes dos cristãos com ritos noturnos nos quais gritavam: "a virgem deu à luz, a luz cresce".
Entre os anos 120 e 140 dC os gnósticos trataram de cristianizar estes festejos celebrando o batismo de Jesus. Seguindo a crença gnóstica, os cristãos de Basílides celebravam a Encarnação do Verbo na humanidade de Jesus quando foi batizado. Epifanio trata de dar-lhes um sentido cristão ao dizer que Cristo demonstra assim ser a verdadeira luz e os cristãos celebram seu nascimento.
Até o século IV a Igreja começou a celebrar neste dia a Epifania do Senhor. Assim como a festa de Natal no ocidente, a Epifania nasce contemporaneamente no Oriente como resposta da Igreja à celebração solar pagã que tentam substituir. Assim se explica que a Epifania no oriente se chama: Hagia phota, quer dizer, a santa luz.
Esta festa nascida no Oriente já era celebrada na Gália a meados do séc. IV onde se encontram vestígios de ter sido uma grande festa para o ano 361 dC. A celebração desta festa é um pouco posterior à do Natal.
Os Reis Magos
Enquanto no Oriente a Epifania é a festa da Encarnação, no Ocidente se celebra com esta festa a revelação de Jesus ao mundo pagão, a verdadeira Epifania. A celebração gira em torno à adoração à qual foi sujeito o Menino Jesus por parte dos três Reis Magos (Mt 2 1-12) como símbolo do reconhecimento do mundo pagão de que Cristo é o salvador de toda a humanidade.
De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos são como homens poderosos e sábios, possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, homens que por sua cultura e espiritualidade cultivavam seu conhecimento do homem e da natureza esforçando-se especialmente para manter um contato com Deus. Da passagem bíblica sabemos que são magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram incenso, ouro e mirra; da tradição dos primeiros séculos nos diz que foram três reis sábios: Belchior, Gaspar e Baltazar. Até o ano de 474 d.C seus restos estiveram na Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália) e em 1164 foram trasladados para a cidade de Colônia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.
Trazer presentes às crianças no dia 6 de janeiro corresponde à comemoração da generosidade que estes magos tiveram ao adorar o Menino Jesus e trazer-lhe presentes levando em conta que "o que fizerdes a cada um destes pequenos, a mim o fazeis" (Mt. 25, 40); às crianças fazendo-lhes viver formosa e delicadamente a fantasia do acontecimento e aos adultos como mostra de amor e fé a Cristo recém nascido.
Fonte: ACI
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Epifania do Senhor
02 de janeiro de 2011
Mt 2,1-12
A chegada dos reis magos do Oriente na corte de Herodes, com perguntas sobre o nascimento relatado de um pretendente real poderia muito facilmente ter causado alguma consternação. Herodes estava muito bem ciente de pretendentes messiânicos e podia tê-los considerado uma ameaça real ao seu poder. No entanto, nesta história do Evangelho, a mensagem simbólica foi completamente eclipsado núcleo histórico, o que pode ter existido.
Sabemos que Mateus, mais do que qualquer outro evangelista, está ciente das esperanças de Israel e que ele é, portanto, constantemente atento a qualquer oportunidade de mostrar que Jesus cumpriu essas expectativas. Assim, por exemplo, o Sermão de Jesus do Monte é dito ter tido lugar em uma montanha, simplesmente porque Mateus quer que a gente reconheça Jesus como um sucessor para Moisés, que também proclamou a revelação divina no topo de uma montanha.
Na história dos magos, Mateus nos quer reconhecer em Jesus o novo Salomão, cuja reputação de sabedoria era lendária. Ele também recebeu um visitante do Oriente, a rainha de Sabá, que se diz ter sido "sem fôlego", como ela se maravilhou com sua sabedoria e riqueza (1 Reis 10:1-13).
Esta história da Epifania é, portanto, uma celebração da sabedoria representado por Jesus - na sua pessoa e na sua mensagem. É uma sabedoria despretensiosa, porque ele, apear de uma criança pequena, mas é na verdade a única sabedoria que acabará por sobreviver.
Vida Implicações
Os Magos representam a sabedoria secular, que é validado pelo sucesso através de um uso inteligente de energia. Neste caso, a força física é para controlar os outros, a inteligência é para o poder, riqueza ou política é para a acumulação de riqueza e influência cada vez mais. Esta sabedoria é a peça central da cultura dominante de hoje secular. Nem sempre é uma coisa ruim, mas também não deve ser dominante.
Jesus oferece uma forma radicalmente diferente de sabedoria, que declara que todas as formas de poder deve estar a serviço do amor e que o verdadeiro sucesso deve ser medido em termos do que foi liberado pelo amor altruísta da escravidão do medo, culpa, baixa auto -estima e o gosto. Nosso poder real é a nossa liberdade, e é muito tentador usar essa liberdade para dominar e controlar os outros. Jesus nos diz que corremos risco, usando a liberdade como ele fez - para amar de forma libertadora e confiante e tolerante.
Na verdade, eu muitas vezes me perguntei se a primeira, e talvez a única, causa nos pedidos no julgamento final será simplesmente: "Será que você deixe ir o meu povo?" O faraó poderoso e opressor foi um exemplo de sabedoria secular, enquanto o Deus do Êxodo e Jesus representam a sabedoria muito superior e duradoura de amor e libertação. Precisamos nos perguntar se o resultado de nossas ações e atitudes é tornar os outros mais fortes e mais felizes e mais confiantes
Meus queridos leitores vamos começar 2011 simplesmente FELIZES
Professor Isaías da Costa
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