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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Amai os vossos inimigos - VII Domingo do Tempo Comum

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HOMILIAS PARA O

 PRÓXIMO DOMINGO

20 DE FEVEREIRO – 2011

OLHO POR OLHO E DENTE POR DENTE

Comentários – Prof. Fernando

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Introdução

           

            Certo dia um incrédulo disse: A Bíblia foi escrita por homens!  Não lhe respondi nada, pois o momento não era propício para engendrar uma discussão. Além do mais, discutir questionamentos de fé, dependendo do público presente, só vamos deixar mais dúvidas nas cabeças dos ouvintes de carona. Isso não é uma boa idéia. Ainda é bom considerar, que religião não se discute, pois cada um continuará com seus valores e preconceitos. Nada será modificado. Não é por aí que convertemos as pessoas.

            Mais qual seria a resposta para aquela afirmativa do ateu?  Veja: A Bíblia foi escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo. Quanto aos Evangelhos, eles foram escritos por pessoas, os evangelistas que conviveram com Jesus e relataram suas palavras. 

Mesmo assim, ainda tem incrédulo que diz: Ah! Qual é?! Foram escritos muitos anos depois. Eles  nem se lembravam de tudo... escreveram coisas que lhes vieram na cabeça!

            Errado! Os milagres e discursos de Jesus, em sua grande parte, foram anotados e essas anotações permaneceram muito tempo com as comunidades. Só depois, os evangelistas as pegaram e montaram ou redigiram os Evangelhos.

            Assim, na primeira leitura de hoje, o escritor inspirado está relatando a conversa de Deus com Moisés. Quando Ele explica o que temos de fazer para sermos santos. A principal coisa, ao contrário do que pensamos, não seria necessariamente, rezar, comungar, mais sim, melhorar o nosso relacionamento com o irmão. Não tendo ódio, nem rancor, não agindo com vingança, etc.  E neste aconselhamento, Deus até recomenda que podemos  e devemos repreender o nosso irmão, mas que façamos isso com o devido respeito, e tomando cuidado para não fugir das regras da correção fraterna. Nada de violência ou vingança.

            A segunda leitura, o inspiradíssimo Paulo explica que nós somos morada de Deus, e por causa de disso, devemos ter mais respeito para com o nosso corpo.

            Continuando, Paulo compara a sabedoria do sábio, do cientista, com a sabedoria de Deus, a qual o cientista considera ingênua.

Porém, na verdade, apesar do progresso da ciência, progresso este permitido por Deus, nós sabemos que não conhecemos nem a metade dos mistérios do Universo. Apenas o básico nós dominamos. Não temos nenhum controle sobre as forças físicas da natureza. Portanto, é um conhecimento incompleto, sendo que muita coisa ainda está por ser explicado.

É por isso que podemos concordar com as palavras de Paulo:...a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus."

Concluindo, Paulo nos aconselha a ficar com o saber de Deus ensinados por Jesus Cristo.  "mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.

 

Evangelho - Mt 5,38-48

 

O Evangelho é o próprio Deus falando a nós na pessoa de se Filho Jesus. Ele nos diz o como devemos ser, o que não devemos fazer e o que precisamos fazer para ser feliz nesta vida e alcançar a felicidade eterna.

E apesar de Jesus ter dito que não veio para abolir a Lei de Moisés, O Mestre faz algumas correções: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente! ..."

Só para entender, é bom lembrar aqui, que no Antigo Testamento, se alguém arrancasse um dedo de um menino por exemplo, o pai desse menino arrancaria também um dedo de um filho do agressor.  Se alguém quebrasse o braço da filha de um fazendeiro, este quebraria também o braço de uma filha ou filho daquele alguém.

Não precisamos ir muito longe. As guerras de famílias que até um dia desses aconteciam no Nordeste brasileiro e na Sicília na Itália, é um exemplo do que estamos tentando explicar.

Jesus corrige isso, porque tal prática não passa de uma vingança.  Jesus nos aconselha a não reagir com a mesma forma de ofensa, pelo contrário, o certo é nem reagir, e até facilitar a ação ofensiva do agressor.

Nos velhos tempos, era culturalmente comum odiar os inimigos e amar apenas os amigos, aqueles que eram ao nosso favor, que concordavam conosco, que nos eram simpáticos. Jesus ao corrigir isso, e nos ensina a fazer uma coisa que para muitos é um verdadeiro absurdo!  "Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!

Olha! Rezar pelos nossos inimigos até dá. Por que rezemos pedindo que eles não nos façam nenhum mal. Mas amar os nossos inimigos? Que coisa difícil! Para não dizer impossível!

Não. Não é difícil nem tampouco impossível. Jesus não nos pede nenhum esforço acima da nossa capacidade.  Ele não está dizendo para a gente abraçar e beijar os nossos inimigos. Não é isso. Mas sim, está nos dizendo para tratá-los como nós gostaríamos de sermos tratados. Se fizermos isso, todos vão perceber que somos filhos do nosso Pai que está nos céus. Esse Pai que não discrimina ninguém, que manda o sol e a chuva para todos. Bons e maus.  Deus poderia muito bem tornar impossível a vida dos maus, mas Ele não faz isso.

Jesus nos ensina que devemos ser bons e justos com todos, e não somente com aqueles que nos são agradáveis.

Já reparou que temos uma forte tendência a fazer isso? O professor, a professora, tem uma tendência quase incontrolável de se aproximar dos bons alunos e conversar sobre outras coisas que não sejam a rotina do saber, da sala de aula. É agradável brincar com os alunos comportados, e estudiosos. Porém, há uma tendência muito forte em IGNORAR  os maus alunos, ou mesmo, de ser duros e ríspido com eles mesmo quando não estão bagunçando. Porque isso acontece? É porque é muito difícil imitar Jesus. É difícil porém não e impossível. Se tivermos seus ensinamentos na mente o dia e a noite, pelo menos a gente tenta fazer como Ele. E esta tentativa é que vai pesar no nosso julgamento. A nossa intenção. "Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
          Sabemos que existem pessoas que são incorrigíveis. Mesmo que não sejam malvados ou bandidos, mais simplesmente um aluno problema, ou um sujeito esquizofrênico, são tipos que às vezes não adianta nos desgastar tentando corrigi-los ou convertê-los, porque perdemos o nosso tempo. Nesse caso, fazemos o que podemos, e o resto entregamos para Deus. É só lembrar aqui, para ilustrar, o caso dos criminosos natos. Nenhum sistema corretivo consegue dá jeito. Só nos resta rezar.

 

Finalizando o comentário sobre o Evangelho de hoje, Jesus nos pede uma coisa que realmente é impossível para nós. " sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito," . Quer dizer. Isso seria o nosso ideal. Porém, como sabemos, a perfeição é inatingível por noz. Quando pensamos que conseguimos um grau de espiritualidade acima do normal, muito superior, sem menos esperar, entramos em atrito de interesses, seja combatendo injustiças, seja uma simples correção fraterna exagerada, e pronto. Lá se foi a nossa tranqüilidade, a nossa paz de espírito. Então, só nos resta aguardar a oportunidade para nos retratar com nosso irmão ou irmã pelo exagero das nossas palavras, e em seguida procurar um sacerdote para nos perdoar de todos os nossos pecados.

Vamos continuar tentando ser cristãos, que é aquele, aquela que procura imitar Jesus Cristo.

Um bom e santo domingo a você.

 

Sal

 

 

LEMBRETE

A frase de Jesus – "Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la" – parece uma contradição: quem perde a própria vida, este a salva. Na verdade, a palavra vida é usada aí por Jesus em dois sentidos: vida terrena e vida eterna no céu. Quem perder a vida terrena por causa dele e do Evangelho, este salvará a sua vida futura no céu.

Padre Queiroz

 

o amor e o perdão renova e é capaz de transformar o homem numa criatura nova – Maria Regina.

 

                                                         Santidade! Perfeição! É o que nos pede Jesus no evangelho  deste domingo. Para começarmos a refletir sobre o assunto, podemos fazer os seguintes questionamentos: será que meus pais esperavam que eu fosse uma filha perfeita? Será que eles são ou eram perfeitos? Eu espero ou exijo que minhas  filhas, meu marido, meus amigos e as pessoas com quem eu convivo sejam perfeitas? E eu? Sou perfeita? Claro que não! Ninguém é perfeito. Mas, afinal, se constatamos que nós nem os outros somos  perfeitos, o que significa essa ordem de Deus para sermos perfeitos?

 

                                                            Na verdade, a palavra  de hoje não fala da perfeição humana, ou seja, aquela expectativa irrealista de uma pessoa ser  impecável, sem erros, com os próprios esforços, o chamado pecado do perfeccionismo. No Evangelho, Jesus é claro: "Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito". Devemos ser  perfeitos como Deus. Mas será mesmo que Jesus quis dizer que nós podemos realmente atingir a perfeição de Deus?

 

                                                        Na primeira leitura de hoje, (Levítico 19,1-2.17-18) "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo". Sim, devemos e podemos ser santos. Esta perfeição, esta santidade, porém, se refere à consciência que devemos ter de que Deus nos considera perfeitos, justos, santos em Jesus Cristo e, por isso, vamos progredindo na nossa caminhada espiritual. Podemos entender "Perfeição" na palavra  de hoje  a busca constante da maturidade espiritual,  de pensar como Jesus pensava, de amar como ele amava, observando e imitando as suas atitudes. Sermos perfeitos como Deus seria uma coisa impossível. Mas, o próprio Deus tornou essa realidade possível. Jesus torna essa realidade possível quando ele se dignou assumir a nossa humanidade para que nós pudéssemos alcançar a sua divindade.

 

                                                        Jesus, o Cordeiro de Deus sem mancha, sem defeito algum, tira o pecado do mundo e através do Batismo, nos faz participantes da sua mesma vida divina. Há sim um esforço da nossa parte que é justamente cooperar com  Deus para amadurecermos nele. Ser perfeito, ser santo, é ser maduro espiritualmente, é crescer espiritualmente e temos uma parte neste processo, que é justamente deixar Deus agir em nós através de Jesus Cristo, fazendo o que ele fez.

 

                                                        Jesus nos fala também  que Deus não criou o mundo apenas para os judeus, mas o sol nasce para todos – até mesmo para as pessoas más. Assim, dando vários exemplos de coisas que aconteciam no cotidiano das pessoas, ele diz que precisamos amar sempre, não apenas os nossos parentes e companheiros próximos, mas todo o mundo, e tratar a todos como queremos ser tratados.  Se amamos apenas aqueles que nos amam, isto não é grande coisa, pelo contrário, não há nenhuma novidade aqui.Mas se nós amamos quem não nos ama, quem não nos conhece, quem nos desaprova, quem nos magoa, quem tenta nos prejudicar, aí sim fazemos o que ele fez. É exatamente isto que nos torna perfeitos e santos em  Jesus Cristo, é pela forma como tratamos às pessoas, quem quer que seja, seja lá qual for o mal que elas tenham feito contra nós.

 

                                                      No entanto, é preciso entender que Jesus não está dizendo que devemos ficar esperando passivamente que os outros aprontem de tudo contra nós. O que ele está dizendo é que nós não devemos nos vingar,  sentir rancor, responder às pessoas na mesma moeda, colocar-se no mesmo nível de coração ressentido. O caso de oferecer a face esquerda para um tapa não devemos considerar ao pé da letra, mas significa que devemos afastar-nos absolutamente do sentimento de vingança.

 

                                                       Ao invés de encontrar meios para retaliar, devemos tratar essas pessoas com uma bondade extra, a mais, "caminhar mais um quilômetro", mostrar generosidade, ajudá-los quando estão necessitando. Em outras palavras, a ser "próximos" de quem possa ter nos tratado mal. É fácil? De jeito nenhum! É um dos mandamentos mais difíceis que podemos encontrar em toda a Bíblia, mas apesar de parecer  ir contra os nossos próprios instintos de retaliar e vingar, é um mandamento que praticado, produz mais frutos bons na nossa vida e na vida do outro, uma verdadeira liberdade. É o caminho da santidade e da perfeição. Um caminho difícil, mas não impossível porque Deus habita em nós.

 

                                              O amor aos inimigos e a oração por aqueles que nos perseguem como Igreja de Cristo tem este objetivo: desarmá-los, torná-los novos, porque só o amor e o perdão se renovam e são  capazes de transformar o homem numa criatura nova. A palavra de Deus é viva e eficaz, não tenhamos dúvida O que Jesus diz não é pra ser questionado, mas deve ser recebido como verdadeiro. Vamos experimentar e comprovar como o Senhor é bom e nos surpreende se pagarmos o mal com o bem.

 

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

 

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DOMINGO 20 de Fevereiro de 2011

Evangelho - Mt 5,38-48

 

"AMAI OS VOSSOS INIMIGOS"  - Nancy

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus conforme Gênesis "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn.1.26)

O homem foi formado à imagem e semelhança de Deus nos aspectos físico, espiritual e intelectual, e distinto dos demais seres vivos, sobre os quais teria domínio na terra. E distinto de Deus somente pelo conhecimento do sobrenatural, que a própria Bíblia nos diz: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre." (Deuteronômio 29, 29).

No entanto, ao olharmos a trajetória humana, desde o Antigo Testamento, percebemos a desobediência, o pecado, o livre arbítrio permeando a vida do ser humano, e levando-o a se distanciar dos princípios divinos, do Projeto de Deus.

Deus desde o princípio, no ato de criação humana, quis o homem diferente da massa. Projetou o Reino de Deus na Terra, e para isso enviou um homem verdadeiro – o seu Filho Jesus Cristo: o Messias, como modelo, que amou incondicionalmente.

Muitos anos se passaram e Deus continua acreditando na humanidade. Acredita e deixa uma grande missão: "Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?"

Amai os vossos inimigos! Que dificuldade para muitos de nós que, HUMANOS DEMAIS, normalmente desejamos o mal a quem nos afronta, nos amedronta e nos persegue. Ainda vivemos presos ao passado, ao Antigo Testamento que se renovou com a vinda do Messias – um Novo Testamento!

Não podemos permanecer velhos por dentro, "olho no olho, dente por dente." Jesus Cristo veio para cumprir a Lei, complementando-a, com gestos de humanidade, com olhar de misericórdia, reconhecendo o homem como um ente limitado, fraco, vaidoso e, portanto, predisposto às tentações e ao pecado.

Somos sim criaturas de Deus. Nascemos, existimos, vivemos, convivemos, pensamos, duvidamos, amamos, discordamos, nos alegramos, sofremos, nos relacionamos, conquistamos o nosso espaço na comunidade, no mundo... Não podemos jamais pensar que fomos chamados a este mundo em vão, ao acaso. Somos parte do Projeto de Deus.

 

Queridos irmãos: Peçamos a Trindade Santíssima docilidade e mansidão de coração para que, crendo na Sagrada Escritura que afirma sermos santuários de Deus, possamos amar os nossos inimigos e, fazendo a diferença, sermos recompensados com a graça do Pai.

 

Oremos, exaltando a Deus pelo dom da vida, conforme fez Davi neste poético Salmo 8, dizendo:

 

Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus.  

Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos.  

Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes:  

Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?  

Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes.  

Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo.  

Rebanhos e gados, e até os animais bravios,   

pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano.  

Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!

Abraços fraternos.

Nancy – professora

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Amai os vossos inimigos - VII Domingo do Tempo Comum


A liturgia do sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o "caminho cristão" é um caminho nunca acabado, que exige de cada homem ou mulher, em cada dia, um compromisso sério e radical (feito de gestos concretos de amor e de partilha) com a dinâmica do "Reino". Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem.

A primeira leitura que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.

No Evangelho, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade (no contexto do "sermão da montanha"). Hoje, Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência e do ódio, pois esse "caminho" só gera egoísmo, sofrimento e morte; e pede-lhes, também, o amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o "Reino".

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à "sabedoria do mundo" e devem optar pela "sabedoria de Deus" (que é dom da vida, amor gratuito e total).

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus 5,38-48

Comentário - Temos que ser Santos

 

Quando era menino, comprava e lia uma revista em quadrinhos que levava o nome "Vidas Exemplares". Muitas de suas edições eram sobre a vida de santos. Contavam suas vidas, suas histórias pessoais, seus fatos de santidade. O normal era que todos dedicassem muito tempo à oração, à mortificação e penitência. Mas também sublinhavam as revistas em quadrinhos, com muito bom tino, que todos eles tinham se dedicado à caridade, ao serviço e atenção às necessidades dos demais, especialmente dos que mais sofriam por qualquer razão.

As leituras de hoje falam-nos da santidade. É mais, o evangelho termina com um convite para sermos "perfeitos". A isso somos chamados todos nos que queremos seguir as impressões de Jesus. Temos que ser perfeitos. Mas a grande pergunta é: que significa ser perfeito? Em que consiste a perfeição?

Paulo na segunda leitura vem propor a mesma questão, mas desde outro ponto de vista. Na realidade Paulo diz-nos que os cristãos já somos perfeitos. Pela simples razão de que já somos "templo de Deus" e o Espírito de Deus "habita em nós". O que nos leva a nos comportar como devemos: não segundo a sabedoria deste mundo senão segundo a sabedoria de Deus.

Que pensa Jesus?

Tudo isto não é mais que uma longa introdução para voltar ao Evangelho. Nele encontramos o que pára Jesus é ser perfeito. O que deve ser a forma de se comportar dos que já são templo de Deus. E Jesus, como sempre, nos surpreende. De novo, como no domingo passado, se volta para as relações interpessoais e vê aí o mais importante para o cristão.

Mas hoje devemos dar um passo a mais. Não basta buscar a justiça, o olho por olho, o favor pelo favor. Tudo isso é o que Paulo chamaria a sabedoria deste mundo que não é mais que estupidez ante Deus. Jesus pede aos que lhe escutam que dêem um passo a mais. Trata-se de "não fazer frente ao que nos ofendem". É simples e ao mesmo tempo complicado. Trata-se de evitar o conflito. Parece que não há nenhuma honra que defender. Em frente ao irmão o mais importante é cuidar da boa relação. A fraternidade estabelece-se como o mais importante dos valores. É o centro, a pedra angular, da vida do seguidor de Jesus.

Nem "olho por olho" não "aborrecer ao inimigo". Precisamente há que fazer o contrário: amar aos inimigos e orar pelos que nos perseguem. Não há que defender nem a instituição nem a honra nem nada parecido. Mais há que ceder terreno continuamente, deixar que se aproveite de nós. Para dizer em uma linguagem mais popular: "há que ser bobo". Precisamente o contrário do que diz o refrão conhecido: "Há que ser bons, mas não bobos". Este refrão pertenceria ao que Paulo diz que é a sabedoria deste mundo, que já sabemos que é "estupidez ante Deus".

Ser santos ao estilo de Jesus

As perguntas finais de Jesus no evangelho de hoje nos poderiam servir para uma reunião da comunidade ou para uma revisão profunda de nossa vida pessoal. Porque aí, nessas atitudes, nessa forma de comportar em frente aos irmãos e irmãs (familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho...) é onde se joga a possibilidade de ser perfeitos. Ou dito em uma linguagem mais atual: de ser santos.

Estamos, pois, chamados a ser santos. Todos os cristãos. Não só os sacerdotes ou bispos. Não só as religiosas ou religiosos. Todos são chamados à santidade como nos recordou a todos os católicos o concilio Vaticano II (Lumen Gentium, 11). Mas a santidade do cristão não consiste em fazer muitas penitências nem mortificações. Também não consiste em dedicar a vida à oração e à meditação. Ser santos é amar e amar até o extremo. É amar aos inimigos. É renunciar ao que poderia ser justo segundo este mundo para optar pela fraternidade a qualquer preço. Até o preço de pagar com a própria vida. Exatamente igual ao que fez Jesus. Porque ser cristão não é nada mais que seguir o caminho do Mestre.

Pe. Fernando Torres Pérez cmf

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Homilia de Mons. José Maria Pereira – VII Domingo do Tempo Comum – Ano A

Amar os Inimigos!…

A Palavra de Jesus (Mt 5, 38-48) nos convida a  amar a todos, sem nenhuma discriminação, pois assim seremos perfeitos como o Pai Celeste é perfeito. O Senhor nos convida a sermos santos como Ele é santo! A santidade a que somos chamados consiste em fazer a vontade de Deus nosso Pai, que ama a todos, sem distinção. Diz-nos São Paulo: "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (1Ts 4, 3). Jesus nos convida a viver a caridade para além dos critérios humanos.

"Aquele que te fere na face direita, oferece-lhe também a esquerda" (Mt 5, 39). Diante da lei do talião Jesus Cristo estabelece novas bases – o amor, o perdão das ofensas, a superação do orgulho – sobre os quais os homens hão de atender a uma defesa razoável dos seus direitos. Ele não nos ensina a sermos trouxas. A pessoa pode defender-se e exigir-se que se faça justiça. Mas em todo esse processo ela é chamada a praticar a mansidão, a não usar de violência e a buscar o bem da pessoa que a prejudicou.

Diz São João Crisóstomo: "O homem não tem nada de tão divino – tão de Cristo – como a mansidão e a paciência na prática do bem. Acrescenta São Josemaria Escrivá: "Um discípulo de Cristo jamais tratará mal pessoa alguma; ao erro chama erro,mas, a quem está errado, deve corrigi-lo com afeto; senão, não poderá ajudá-lo, não poderá santificá-lo", e essa é a maior prova de caridade.

Ensina Jesus: "Amai os vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam" (Mt 5, 44). Devemos também viver a caridade com aqueles que nos tratam mal, que nos difamam e roubam a honra, que procuram positivamente prejudicar-nos. O Senhor deu-nos exemplo disso na Cruz, e os discípulos seguiram o mesmo caminho do Mestre. Ele nos ensinou a não ter inimigos pessoais – como o testemunharam heroicamente os santos de todas as épocas – e a considerar o pecado como o único mal verdadeiro.

"Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito" (Mt 5, 48). A expressão não é um paradoxo, pois rigorosamente falando, é impossível que a criatura alcance a perfeição de Deus. Mas esta é a meta para que deve tender todo o discípulo de Cristo. A chamada universal à santidade não é uma sugestão, mas um mandamento de Jesus Cristo: "Tens obrigação de te santificar. – Tu, também. – Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes, e religiosos? A todos, sem exceção, disse o Senhor: "Sede perfeitos, como Meu Pai Celestial é perfeito" (São Josemaria Escrivá, nº 291, Caminho).

A santidade é a vocação de todo o batizado. O Venerável João Paulo II propôs como objetivo para o caminho da Igreja no Terceiro Milênio a santidade de vida para todos: "Como explicou o Concílio, este ideal de perfeição não deve ser objeto de equívoco, vendo nele um caminho extraordinário, capaz de ser percorrido apenas por algum gênio da santidade. Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por ter me concedido, nestes anos, beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta medida alta da vida cristão ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direção. Mas é claro também que os percursos da santidade são pessoais e exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja".

Que o Senhor nos conceda a graça de acolhermos a essência de seu ensinamento: o AMOR. Só assim poderemos rezar o Pai Nosso: "Perdoai, assim como perdoamos…" Assim nos tornamos verdadeiros filhos de Deus…

Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Padre Françoá Costa – VII Domingo do Tempo Comum – Ano A

Amor aos inimigos

Amor a quem? Aos inimigos? Sim. Aos que nos odeiam e aos que nos maltratam, aos que nos perseguem e aos que falam mal de nós, nem excluímos os que difamam a Igreja e os que injuriam os ministros de Deus. Também os insensatos que afirmam disparates contra a fé e os bons costumes tentando corromper a família, a juventude e as crianças, devem ser objetos do nosso amor que perdoa. Enfim, todos os que nos consideram inimigos – nós, ao contrário, não somos inimigos de ninguém – se sintam amados e perdoados por nós. O amor de Cristo não conhece fronteiras e nós, seus discípulos, também devemos desconhecê-las.

Cristo não pregou essa doutrina somente com a palavra, mas também com o exemplo. Do alto da cruz, depois de crucificado por aqueles deicidas, ou seja, por todos os pecadores, pronuncia aquelas palavras que continuam nos comovendo profundamente: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34). Faz dois mil anos que essas palavras ressoam aos ouvidos do Pai que, em atenção a essa súplica do seu Filho, ao qual não fizeram justiça, continua perdoando e nos levando ao Paraíso.

"Mais do que em "dar", a caridade estar em "compreender" (S. Josemaría Escrivá, Caminho, 463). O que nós fazemos para compreender aqueles que se dizem nossos inimigos? Será que nós pensamos que essas pessoas tem fome de Deus e de que, no fundo, desejariam ser felizes ao lado do Senhor? De fato é assim: eles desejam a felicidade e, consequentemente, desejam a Deus. Demos graças a Deus pelo dom da fé e pela boa formação que vamos recebendo no seio da Igreja, já que se não fosse a bondade de Deus para conosco seríamos piores que aqueles que, quiçá, julgamos endiabrados.

Certa vez dois jovens viram a um sacerdote passar pela rua e decidiram incomodá-lo; um deles disse, então, uma terrível blasfêmia. Realmente, conseguiram o seu objetivo: o sangue do padre subiu fervendo, ainda que exteriormente o sacerdote procurasse mostrar a máxima amabilidade possível para falar com aqueles jovens não desde a imposição, mas com uma proposta inteligente. O padre disse aos jovens: "eu passei pacificamente pela rua, não disse nada a nenhum de vocês. Qual é a razão dessa blasfêmia? Vocês não respeitam a Deus?" Um dos jovens respondeu: "Deus não existe". O sacerdote replicou: "se Deus não existe, então porque você blasfema contra alguém que não existe? Não me parece lógico". O outro jovem, que estava ao lado do seu amigo escutando esse diálogo entre o padre e seu interlocutor, interviu: "olha, cara, eu acho que o padre tem razão: se Deus não existe porque você está blasfemando contra alguém que não existe?" O outro rapazinho, o que blasfemara, pensou por uns segundos e disse: "é mesmo, padre. Desculpa aí." O sacerdote gostou da atitude daqueles garotos e terminou a conversa da seguinte maneira: "ainda que vocês não acreditem em Deus, eu vou rezar por vocês; pode ser?" Ao que eles responderam: "pode sim, mal é que o senhor não nos vai fazer?" O que aconteceu aos jovens depois daquela conversa com o padre eu não sei, o que eu sei é que aquele jovem padre continua convencido de que um gesto amável e uma proposta acompanhada de um sorriso valem mais que uma bronca.

Às vezes as pessoas necessitam alguém que possa dialogar com elas. Não se comportam dessa maneira simplesmente por "espírito de porco", como se diz, mas é que ignoram as verdades mais básicas, inclusive as da lógica mais elementar. É preciso ter paciência, amar a essas pessoas e caminhar com elas, como Jesus, que comia com os pecadores e com os cobradores de impostos. Jesus, que veio salvar aos pecadores, conversava com os seus inimigos frequentemente e, mesmo sofrendo, do alto da cruz, mostrou-lhes um gesto de carinho suplicando para eles o perdão do seu Pai.

Não olhemos as pessoas desde cima, como se fossem inferiores a nós, ainda que nos considerem inimigos. A caridade exige justamente o contrário: colocar-nos ao serviço deles, ver os aspectos positivos dos demais, fomentar as qualidades que o outro tem e entrar – de certa maneira – no universo dele para procurar compreendê-lo. E, dessa maneira, desde a visão do outro, ainda que errônea, procurar encaminhar tudo para o bem, para Deus.

Que bom é saber amar, saber perdoar, saber compreender. Graças sejam dadas ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo que quis difundir o amor que há entre eles às suas criaturas inteligentes. É verdade, Deus foi crucificado por amar. É verdade, talvez sejamos crucificados por amar. Mas, não tem problema, outros foram crucificados por roubar. Sempre se pode ser crucificado, o sofrimento é uma experiência universal. No entanto, somente o cristianismo pode oferecer o autêntico sentido do sofrimento porque tem o seu modelo em Cristo, o justo sofredor que morre perdoando os inimigos e os liberta das suas dores.

Pe. Françoá Costa

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7º domingo do tempo comum

 

Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito!

 

 

Estimado leitor, o santo Evangelho desse domingo nos diz que Jesus disse aos seus discípulos: sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito! A resposta adequada à nossa vocação é a santidade da vida, ou seja, a perfeição da caridade como presença do Amor de Deus em nós, em total conformidade com a sua vontade. A fé nos leva a acolher este Amor de modo atencioso e paciente.

Irmãos e irmãs, quero te dizer que para caminhar na perfeição é preciso aspirar com entusiasmo à santidade, convencidos de que, se a desejarmos realmente, poderemos alcançá-la, com a ajuda de Jesus, como fizeram tantos santos e santas, que se esforçaram e a conseguiram. Você tem desejo de ser santo? Ser humanizado por Jesus? Como é bom quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que pudermos ser.

Caro leitor, para progredir na santidade, além de desejá-la com convicção, é preciso utilizar os meios para alcançá-la, cientes de que não se trata de um caminho fácil. A santidade é um luta, porque, para se chegar a amar a Jesus de todo o coração, com toda a alma e com todas as forcas, é indispensável extirpar do nosso coração todas as afeições que não são de Jesus.

Crescemos na santidade quando aprendemos a amar a Deus "com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças" (Dt 6,4) e quando amadurece em nós a caridade, o espírito de oração e de sacrifício.

Jesus nos pedes para que dobremos os esforços para colocá-lo em primeiro lugar em nossa vida para que andemos sempre na santidade e que façamos sem euforia os gestos de amor, e que multiplique em nós o firme propósito de não o negar nada e que nossa vontade não seja outra que a sua.

A santidade consiste essencialmente em fazer a vontade do senhor custe o que custar, sempre e em qualquer circunstância, para agradá-lo e buscar unicamente a ele e sua glória. Ele e somente ele seja a motivação principal dos nossos afetos, de nossa vida; ele tem de ser para mim e para você todas as posses. Este é um desejo apaixonado, totalizador, ininterrupto; do mesmo modo que o avaro cobiça o dinheiro e o soberbo deseja a honra eu e você devemos desejar a santidade. eu te pergunto novamente: você deseja a santidade?

Caro irmãos, devo dizer-vos que onde não há caridade com o próximo não há sombra de perfeição, de santidade. A santidade de fato, consiste essencialmente no amar Jesus e esse amor tem como parte essencial o amor aos nossos irmãos. Para saber se verdadeiramente amamos Jesus devemos só voltar o olhar aos irmãos e ver se concretamente arde por eles a caridade no nosso coração. Assim como é essa chama, tal é o nosso verdadeiro amor. A caridade deve ser o nosso distintivo de católico e deve levar-nos a amar os pobres como a nós mesmos. Quanta consolação nos pode vir do pensamento que em todos os momentos da nossa vida podemos servir o senhor nos nossos irmãos! Evitemos com cuidado, a todo custo, tudo aquilo que pode induzir os outros ao pecado. À santidade devemos levar todos. Ao pecado ninguém. Estejamos atentos a não ferir os nossos irmãos e em vez de falar, com ou sem fundamento dos defeitos dos outros, examinemo-nos e vejamos se nós mesmos os temos como aqueles, ou até mais graves.

                        Dá-se impressão que há, principalmente nas casas de formação de sacerdotes e religiosos, e nas catequeses uma tendência de se achar que quem é portador de grandes conhecimentos vive de forma mais profunda a sua santidade. No entanto, o que ocorre é que, no turbilhão de tanto intelectualismo, pouco se aprende verdadeiramente de Deus que é amor e sua perfeição consiste em ser todo nosso. Exige-se que os formandos tenham um grande conhecimento teórico, mas não se promovem situações para que Deus seja percebido nas coisas simples do dia a dia. Não se aprende a refletir, a meditar, a contemplar, a olhar para Deus, a olhar para os olhos das pessoas e sentir nelas o Deus. Corre-se o risco de, depois de muito saber sobre Deus, e, sem se comprometer com o irmão, não experimentar Deus de forma concreta, não viver o processo de conversão. Conversão essa que, sendo um processo diário, deve ser, nesta terra, os primeiros passos rumo à Pátria celeste, onde o homem viverá a mais plena e perfeita comunhão, no banquete que não tem fim.

Para terminar essa reflexão quero citar Anthony de Mello:

O mestre estava de bom humor; por isso os discípulos procuravam ouvir dele as etapas pelas quais passara em busca das coisas divinas.

– Primeiro Deus me conduziu pela mão – disse ele – para a Terra da Ação e lá morei por vários anos. Aí Ele voltou e me conduziu à Terra das Tristezas; lá vivi até que meu coração foi purificado de todo afeto desordenado. foi aí que me encontrei na Terra do Amor cujas chamas flamejantes consumiram tudo o que me restava da individualidade em mim. Isso levou-me à Terra do silêncio, onde os mistérios da vida e da morte foram revelados diante de meus olhos.

– Foi essa a última etapa de sua busca? Perguntaram eles.

– Não – respondeu o Mestre – Um dia, Deus disse:

– "Hoje eu o levarei ao mais recôndito santuário do Templo, ao coração do próprio Deus". E fui conduzido à Terra do Riso.

 

Pe Vicente Paulo Braga, Fam

 

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DOMINGO 20 de Fevereiro de 2011

Evangelho - Mt 5,38-48

 

EU VOS DIGO: NÃO ENFRENTEIS QUEM É MALVADO.

 

Neste Evangelho, Jesus nos ensina como devemos nos comportar diante das pessoas malvadas e violentas. Não são elas que vão determinar o nosso modo de agir. Somos nós mesmos que escolhemos o nosso comportamento. Não é porque essas pessoas nos tratam com falta de educação, que vamos tratá-las da mesma forma. Se o fizermos, perderemos até o direito de reprová-las, pois fizemos a mesma coisa!

Essa atitude proposta por Jesus – de oferecer a outra face a quem nos bate etc – desarma o nosso inimigo, cortando de vez o círculo infernal da violência e da vingança. Esse é o único meio eficaz de reconstruir a paz, depois que ela foi quebrada pela violência.

"Pagar com a mesma moeda" uma agressão recebida é tomar um malvado por nosso mestre, pois o imitamos. Essa atitude nos torna piores que o agressor, porque ele fez aquilo num momento de raiva, e nós não. Ele não fez por vingança, e nós o fazemos.

Agora, oferecer a outra face, dar também o manto e caminhar dois quilômetros para quem nos obriga injustamente a caminhar um, são atitudes contrárias às do malvado, e que o levam a uma revisão e, quem sabe, à conversão.

Não podemos julgar ninguém, porque não sabemos o que se passa no interior de cada um. E o nosso perdão não tem limites. Não só sete vezes, mas setenta vezes sete. O nosso amor deve ser universal, incondicional e sem limites, como Deus que é amor.

Havia, certa vez, duas moças irmãs que estudavam na cidade. A família morava na roça. Um dia, infelizmente, elas se desentenderam, e uma foi morar em outro bairro, bem distante da sua irmã. E as duas não se comunicaram mais. Até as visitas à família eram feitas em dias diferentes, para não se encontrarem. Os pais estavam preocupados com a situação, e rezavam.

Um dia, a família teve uma idéia: todos da casa se reuniram e escreveram uma carta para cada uma. Mas, fingindo distração, trocaram a segunda folha da carta. Quando as duas receberam, logo perceberam o engano. Uma delas, mais curiosa para saber o conteúdo da outra folha, telefonou à sua irmã. Esta confirmou o engano e as duas se encontraram para trocar as páginas. Pronto, voltaram a se relacionar normalmente.

Nós também temos uma bela carta de Deus. Mas esta carta está incompleta, falta uma página, que está com o nosso irmão. E para ele ou ela também falta uma página, a qual está conosco. Mesmo que tenhamos alguma rixa, precisamos superá-la e nos encontrarmos, para trocar as páginas, que são os tesouros de conhecimentos que o Espírito Santo nos dá.

No último versículo do Evangelho de hoje, Jesus nos lembra a obrigação que temos de atender às necessidades do nosso próximo, seja ele quem for: "Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado". Quem pede alguma coisa, ou pede emprestado, é porque está precisando, e não podemos recusar.

A mãe nunca é vingativa, muito menos ela se vinga dos filhos. Que Maria Santíssima nos ajude a seguir essas orientações do seu Filho.

Amai os vossos inimigos.

Neste Evangelho, Jesus nos pede também, para amarmos os nossos inimigos. E ele baseia o pedido na frase: "Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos". Os filhos se parecem com os pais; nós precisamos ser parecidos com o nosso Pai do Céu. E no final deste Evangelho, Jesus fala: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".

A nossa meta é arrojada, alta e bonita: ter Deus Pai como modelo de vida e imitá-lo. Ser cada vez mais parecidos com ele. E Jesus é para nós a "imagem de Deus invisível". Imitar a Deus é imitar a Jesus, nosso caminho, verdade e vida. Quem pensa que já alcançou esta meta, é sinal que está bem longe dela, porque o amor de Deus é infinito.

Todos nós temos inimigos. São aquelas pessoas que nos fazem o mal, que nos prejudicam, que nos detestam, que são ruins para nós. O que faz a diferença do cristão é o amor a essas pessoas. Amor prático, manifestado na oração por elas e por fazer bem a elas. A própria oração pela pessoa nos acalma e desperta em nós o amor a ela.

Em seguida, Jesus se refere à obrigação que temos de dar testemunho, tendo um comportamento "extraordinário", em relação ao comportamento do mundo pecador: "Se amais somente aqueles que vos amam... E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa?" O nosso comportamento no mundo deve ser extraordinário, porque o comportamento "normal" do mundo pecador é amar os amigos e detestar os inimigos. Esse comportamento diferente nos torna luz, sal e fermento no meio de Deus no mundo.

Como os nossos inimigos geralmente não reconhecem o bem que lhes fazemos, Deus reconhece e nos recompensará. E a recompensa de Deus nós conhecemos: é uma medida cheia, sacudida e transbordante, quer dizer, é muito maior do que a ação boa que fizemos.

"Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Daí e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes para os outros, servirá também para vós" (Lc 6,37-38).

Havia, certa vez, um homem que era muito bravo e violento. Andava sempre com um revólver na cintura, e do outro lado uma faca. Todo mundo no bairro tinha medo dele. A esposa tentava mudá-lo, mas não conseguia. Então ela arrumou um terço, deu para ele e disse: "Só peço uma coisa para você: Ande sempre com este terço no bolso. Não o abandone para nada". O homem começou a carregar o terço, o revolver e a faca. Tempo depois, ele largou o revólver e ficou com a faca de um lado e o terço do outro. Ele dizia para a esposa: "A faca eu carrego porque preciso dela de vez em quando para descascar uma laranja etc". A esposa ficou calada e continuou rezando. Logo ele deixou também a faca e ficou só com o terço.

Quem conta essa história é o próprio filho desse homem. E ele concluiu dizendo: "Foi assim que meu pai morreu, como um homem pacífico e bom". Nossa Senhora é mãe. Devagarinho, ela vai mudando os corações dos seus filhos e filhas. Se carregar o terço já é bom, imagine rezá-lo!

"Quem semeia ventos colhe tempestade" Quem semeia paz, colhe paz e alegria. Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz, pois nos deu o seu Filho Jesus, a própria paz encarnada. Por isso foi coroada como Rainha. Rainha da paz, rogai por nós!

Amai os vossos inimigos.

Vera Lúcia

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Domingo, 20 de fevereiro de 2011

 

7º Domingo do Tempo Comum

 

Santos do Dia: Amada de Assis (clarissa, virgem), Bolcan de Derken (bispo), Colgan de Clonmacnoise (abade), Eleutério de Bizâncio (bispo, mártir), Eleutério de Tournai (bispo), Euquério de Orléans (monge, bispo), Falco de Maastricht (bispo), Leão de Catânia (bispo), Potâmio e Nemésio (mártires de Chipre), Valério de Conserans (bispo), Ulrico de Haselbury (eremita).

 

Primeira leitura: Levítico 19,1-2.17-18
Amarás a teu próximo como a ti mesmo

Salmo responsorial: Salmo 102(103),1-2.3-4.8.10.12-13 (R. 1a8a)

Bendize ó minh'alma, ao Senhor, pois ele é bondoso e compassivo!

Segunda leitura: 1 Corintios 3,16-23
Tudo é vosso. Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.

Evangelho: Mateus 5,38-48

Amai os vossos inimigos

 

Todos somos chamados por Deus a ser santos, a tender à perfeição, como o Pai é perfeito. O caminho para chegar à plena santidade é o amor: amor a Deus e aos irmãos, amor aos que sofrem, amor a si mesmo, à família, amor à natureza, ao cosmo inteiro.


As três leituras de hoje podem ser consideradas uma forma de ingresso ao tema da "santidade pelo amor". A primeira, é um fragmento do "código de santidade" do livro do Levítico, e apresenta uma imagem de santidade, mediada pela responsabilidade para com o próximo; isto é, que o caminho para chegar a Deus e alcançar a santidade começa com o respeito pela vida e pela dignidade do outro.


Este critério é o centro da Lei e dos Profetas, o eixo que determina nossa verdadeira relação com Deus, o elemento fundamental da fé, já que através da abertura aos demais é a forma de como nos tornamos partícipes da promessa de salvação oferecida por Deus a seu povo. Paulo, na primeira cara aos Coríntios, considera o ser humano como templo de Deus e morada do Espírito. Com isso está dizendo que cada pessoa é presença concreta de Deus na história humana.


Este templo do qual Paulo fala é a comunidade cristã de Corinto, onde a Palavra anunciada foi escutada e surtiu efeito. A intenção de Paulo é advertir os ouvintes dos perigos que circundam esse templo e que ameaçam destruí-lo. Esses perigos se encarnam naqueles que pretendem anular a mensagem de Cristo crucificado através de discursos provenientes da sabedoria humana, que recusam a vinculação e a identificação de Deus com a debilidade humana e a solidariedade de Deus para com os marginalizados da sociedade.


A mensagem de Paulo é supremamente importante, pois compreende que o verdadeiro templo onde Deus habita são as pessoas. Deus habita na vida da humanidade, nos homens e mulheres de todo o mundo, sem distinção de raça, cultura ou religião. Desta forma Paulo supera a redução da presença viva de Deus a uma construção, a paredes ou a um "lugar" específico de culto.


São as pessoas o lugar verdadeiro onde devemos dar culto a Deus; são as pessoas o lugar privilegiado onde toda nossa fé deve ser expressada, especialmente com aqueles homens e mulheres que, sendo santuários vivos de Deus, foram profanados pela pobreza, pela violência e pela injustiça social.


O elemento fundamental do projeto cristão é apresentado nesta secção do evangelho de Mateus: o amor. Este amor proposto por Jesus supera o mandamento antigo (Lv 19,18) que permite implicitamente o ódio ao inimigo. Supera-o porque é um amor que não se limita a um grupo reservado de pessoas, aos do meu grupo, aos da minha etnia, ou a meus patriotas, ou aos que me amam, mas alcança os inimigos, o que poderiam não merecer meu amor, ou inclusive poderiam merecer meu desamor.


É um amor para todos, um amor universal, expressão própria do amor de Deus que é infinito, que não distingue entre bons e maus. Ser perfeito, como Deus Pai é perfeito, significa viver uma experiência de amor sem limites, é poder construir uma sociedade distinta, não fundada na lei antiga de Talião ("olho por olho, dente por dente", que já era uma maneira primitiva de limitar o mal da vingança), mas na justiça, na misericórdia, na solidariedade; todos esses valores fundamentados no amor.


Somos seres simbólicos e não podemos viver nossa vida isoladamente. Ao contrario, para chegar a ser necessitamos da convivência, da companhia, do diálogo a dimensão moral é uma abordagem inevitável. Não podemos conviver sem alimentar e suavizar continuamente os limites de nossas relações. Não há sociedade humana sem moral, sem direito, sem lei, sem normas de convivência.


Por sua parte, a dimensão religiosa deve incluir essa dimensão essencial. No Antigo Testamento vemos que a maior parte dos mandamentos são negativos, ressaltando o que não se podia fazer, os limites que não deviam ser transpostos. É o primeiro estagio da moral. O Evangelho dá um salto para diante. Parece não estar tão preocupado com os limites, quanto pelo "poço sem fundo" que é preciso encher, a perfeição do amor que é preciso alcançar.


Este objetivo não pode ser alcançado simplesmente evitando o mal, mas praticando o bem. Com o Evangelho na mão, não estaríamos conseguindo o bem moral supremo, a santidade, simplesmente omitindo o mal, porque poderíamos estar pecando "por omissão do bem".

 

E, como disse santo Tomás, o mandamento do amor sempre resulta inexeqüível na sua plenitude, pois nunca podemos dar conta plena dele; sempre se pode amar com mais entrega, com mais generosidade e com mais radicalidade. É típica a proposta do Evangelho do amor aos inimigos, o amor humanamente mais inexeqüível e racionalmente mais dificilmente justificável.


Não obstante, à proposta desta liturgia da palavra, de uma santidade à qual se chega pelo amor, quase como em um acesso privilegiado ou quase único, teríamos de adicionar-lhe algum complemento. À santidade cristã não se chega somente por amor prático, pela prática moral ou ética.

 

É certo que na história das religiões o cristianismo fez fama como sendo a religião que mais organizou a prática do amor, e pelo fato de sua presença ser acompanhada sempre com as "obras de caridade" (hospitais, escolas, centros de promoção humana, leprosários, atenção aos pobres, aos excluídos...) que lhe são características.


Porém, bastará o amor? E a dimensão espiritual? A espiritualidade, a contemplação, a mística... onde andam? Obviamente, não estamos diante de uma alternativa amor-caridade/espiritualidade-mística. Os grandes santos da caridade foram também grandes místicos. Não se trata de uma alternativa (ou uma coisa ou outra), mas de uma conjunção necessária: as duas coisas. Porque as duas realidades se interpenetram perfeitamente.


De fato, o santo também é um "contemplativus in caritate", vive a contemplação no exercício da caridade. A Espiritualidade da libertação cunhou a famosa fórmula: "contemplativus in liberatione" como uma perfeita harmonia entre ação e contemplação, prática moral e mística. Na realidade, quando se vive a mística, a moral brota espontaneamente.


Sem dúvida, o cristianismo está desafiado a mudar seu modo de alcançar a moral, que deve ser, não tanto um acesso direto, "moralizante", insistindo nos preceitos e ameaças ou castigos, mas em um acesso indireto, pela via da mística, da experiência mística, que não deixa de ser a experiência mesma do amor.

 

O concílio Vaticano II, realizado há quase 50 anos, abriu um panorama até então inusitado, o do "chamado universal à santidade", uma santidade que anteriormente muitos cristãos consideravam reservada aos "profissionais" da santidade (os monges, os religiosos, o clero, porém não o comum dos fiéis).

 

Missionários Claretianos

 

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AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

 


          O Evangelho reforça esta proposta. Exige dos seguidores de Jesus um coração sempre disponível para perdoar, para acolher, para dar a mão, independentemente de quem esteja do outro lado. Não se trata de amar apenas os membros do próprio grupo social, da própria raça, do próprio povo, da própria classe, partido, igreja ou clube de futebol; trata-se de um amor sem discriminações, que nos leve a ver em cada homem - mesmo no inimigo - um nosso irmão.

           A nossa força e a nossa coragem manifestam-se, precisamente, na capacidade de inverter a lógica de violência e de orgulho e de estender a mão a quem nos magoou e ofendeu. O cristão não pode recorrer às armas, à violência, à mentira, à vingança para resolver qualquer situação de injustiça que o atingiu. Esta é a lógica dos seguidores de Jesus, desse que morreu pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos.

 

Esse obscuro objeto de... ódio

          Está presente aqui e lá. Poucas vezes percebi seu nome verdadeiro, porém se chama ódio! Poucas pessoas, especialmente no âmbito da religião cristã, reconheceram que odeiam. Inclusive quando alguém diz "ódio!", trata de deixar claro que esta falando com meias verdades. 

          O ódio existe. É mais comum do que parece. Tem um rosto tal vez mais civilizado, mais desentendido. Porém aí está como pesadelo.

            Odiar é rejeitar alguém. Para isto há ter haver razões. E, por isso, que quando odiamos alguma pessoa, o nosso ódio e acompanhado de mil razões. Qualquer indicio nos parece bom como tal para suspeitar, qualquer indicação nos incita a ironia e à zombaria de quem odiamos. À pessoa odiada se impõem todas as ofensas possíveis. E tudo isto é justificativa de um sentimento que nos parece feio, antiestético, reprovável... 

          O ódio tem sua origem em um desejo não cumprido, em um pedido não escutado, em um clamor não atendido. Odeio quem resiste modificar-se segundo os meus desejos. Quando isto ocorre tenho em meu coração um sentimento negativo, algum ressentimento. Não gostamos que nos chamem de "ressentidos", isto até nos humilha; buscamos outras palavras "mais adequadas", (eufemismos! Afinal de contas). Reconhecer nosso ressentimento é antiestético. Preferimos nega-lo: eu não odeio! E muito menos pessoa! Alem do mais, não tenho interesse por essa pessoa! Porém, se me interessar! Em minha intimidade sua evocação me perturba não poucas vezes. Em publico, basta que toquem em seu nome, para que eu manifeste de um modo cortes minha repulsão ou minha desqualificação.

          Eu imagino que esse objeto de ódio é um fato objetivo. Que tenho fundadas razões para descartar essa pessoa. Porém, se observo com mais atenção, descubro que meu ódio é algo mais: algo que esta acontecendo em mim. O ódio manifesta que tenho em casa um hóspede indesejado. Que essa pessoa reside em minha intimidade. Interessa-me muito, até em demasia. Eu encho minha casa de ódio, e não faço nada para me desprender definitivamente dele. Assim o sigo escutando. O problema do ódio consiste nisto, a pessoa se encontra possuída pelo objeto do odiado. A união com o objeto odiado é um pesadelo.

            Como é estúpido o mecanismo do ódio!  Quem odeia pensa que desqualifica o outro, quando na realidade esta se desqualificando a si mesmo. Odiar é cultivar uma zona obscura em si mesmo, é alimentar - em sua horrível atração e sedução - um buraco negro em seu coração.    

          O sentimento de ódio é um estado do nosso eu. É um instrumento que, ao ser usado, nos modifica, reverte negativamente em nós mesmos.   

          O sentimento de ódio também afeta a nosso corpo. O deixa intranqüilo, o perturba. Às vezes dissemos: "essa pessoa me deixa doente!". Nossos sentimentos nos afetam corporalmente.

          O contraste deste sentimento com a mensagem das leituras deste Sétimo Domingo é evidente. Davi superou o ódio que sentia por Saul. Jesus nos convida no Evangelho a "fazer o bem a quem nos odeia" e a "amar nossos inimigos".  Quem odeia, caminha na obscuridade e não conhece o caminho; está cego (cf. 1 Jn 2,11). Quem odeia seu irmão ou irmã é um assassino é por tanto não tem vida eterna habitando nele (1 Jn 3,15). Quem assim se sente e atua é um mentiroso, quando diz que ama Deus. Não se pode amar o Invisível, se não se ama aquilo que Ele fez visível na terra (1 Jn 4,20). Quem supera o ódio é o "filho do Altíssimo", que é nosso Pai compassivo.

          Sim, se trata de obscuro objeto. Talvez, para superar este maldito sentimento, seja necessário aprender a arte do perdão, receber a graça do amor ao diverso e estar disposto a renunciar, em não poucas ocasiões, em ser uma máquina de desejos e a optar em ser uma máquina de dons.

José Cristo Rey Garcia Paredes

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NÃO ENFRENTE  QUEM É MALVADO!

 

Evangelho - Mt 5,38-42

            No Evangelho de hoje, Jesus nos recomenda para que não reajamos diante dos malvados que nos assaltam para levar os nossos pertences.   Uma jovem mãe de família perdeu a vida num assalto simplesmente porque ela foi soltar o sinto de segurança, e o motoqueiro assaltante ao vê-la abaixar a mão, pensou que iria pegar a arma, e atirou na sua cabeça.

            Tempos de violência.  Muitos assaltos acontecem à luz do dia. Por causa da sociedade industrial de consumo que incentiva a aquisição de bens materiais, porém nem todos podem adquiri-los.  Assim trabalhadores pais de famílias, são abordados e mortos por aqueles que revoltados por não possuir os produtos anunciados nos comerciais da televisão, lançam mão da violência para consegui-los.

             Jesus nos recomenda a não responder com a mesma medida, a não reagirmos em caso de assalto. Não vale a pena, não dá certo, mesmo que você seja faixa  preta de  alguma arte marcial. Sabe porque? Por que o assaltante pode estar acobertado por outro que se posiciona a pequena distância com uma arma pronto para atirar.

Por isso é preciso tomar cuidado ao responder a violência com violência. Nem sempre funciona.

            "Olho por olho e dente por dente! "    É a mesma coisa que dizer , vingança. E isto está fora do Plano de Deus.  Fazer  justiça com as próprias mãos, não. Isto é ser vingativo e também violento.   Não estamos no Velho Oeste. No lugar da vingança, façamos a justiça, que seria a prisão do assaltante, mediante o acionamento da polícia.

Sal.


CONCLUSÃO:

Os critérios humanos não são suficientes para resolver os problemas da própria humanidade, principalmente os que estão relacionados com a justiça, pois a justiça dos homens não tem como centro a pessoa humana, mas sim o que elas têm ou deixam de possuir. Os bens são comparáveis entre si, mas as pessoas não, pois cada uma é um ser único, incomparável na sua dignidade. Além disso, os elementos que estão presentes em um relacionamento são por demais complexos para serem abrangidos na sua totalidade a partir de categorias do conhecimento humano, uma vez que a própria razão é insuficiente para a compreensão do ser humano. Jesus nos mostra que somente o amor e a misericórdia possibilitam superar essas deficiências e construir um relacionamento justo e fraterno.(CNBB)

 

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AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

"Falou Jesus aos seus discípulos: digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
 abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam."

Para o mundo de hoje parece que Jesus está nos pedindo uma coisa impossível. Se toda hora que ligo a televisão eu vejo sempre alguém matando alguém. De facada, de paulada de socos ou de balas, será que dá para acatar a ordem do Filho de Deus?  E é por isso que o mundo chegou ao ponto em que está. A culpa de toda violência do mundo atual é da televisão e do cinema.

E é aí que satanás entra em ação. Ele move muita gente a resolver seus conflitos de acordo com a regra milenar "olho por olho, dente por dente", sem recorrer a ajuda de Jesus. Ou seja, o maior problema do mundo atual é que todos, ou quase todos, preferem resolver seus problemas existenciais com seus próprios recursos, sem pedir a ajuda de Deus. Muita tragédia seria evitada se antes de investir contra o irmão ou irmã injusta, a pessoa primeiro recorresse a ajuda e proteção de do Pai celeste. 

Se todos seguissem a orientação de Mestre que nos aconselha a jogar um balde de água na fogueira, em vez de jogar gasolina." ...abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam."    O mundo seria outro bem diferente desse mundo em que estamos tentando viver. Jesus nos aconselha a agir assim porque Ele conhece a natureza humana.  Ninguém melhor que Ele para saber como funciona o nosso esquema mental. "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles."     Mais parece que esta regra só é usada pelos candidatos a eleição e pelos vendedores. Os cristãos acham difícil demais. Acham que estão se rebaixando, se humilhando se fizer o bem a quem lhes faz o mal como Jesus nos ensina no evangelho de hoje.

Prezados irmãos. Vamos perdoar, vamos rezar por aqueles que nos ameaçam, nos causam prejuízos, nos perturbam, nos maltratam, nos caluniam etc. Porque fazendo isso estaremos seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo.

Pense neste instante naquela pessoa que o fez de bobo(a), que lhe ofendeu, lhe passou para traz, sei lá. Você sabe o que realmente aconteceu. Reze por essa pessoa. Mais não peça a Deus para matá-la, ou para enviar-lhe um raio ou coisa parecida. Simplesmente a entregue a Deus. Peça a Deus para fazer com que aquela pessoa que lhe causou aquele prejuízo, físico ou moral se arrependa, e se converta, e não faça isso a mais ninguém. Peça a Deus pela conversão dessa pessoa. Principalmente para que ela pare de agir desse jeito. Do jeito que agiu com você. Amém.

Sal

 

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 Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.

 

Evangelho - Mt 5,43-48

 

 

"Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito."   Estamos diante de mais uma máxima ou exigência difícil de Jesus, semelhante àquela : "Se tua mão direita te leva a pecar, corta- a ..."
            Prezados  irmãos, prezadas irmãs. Hoje Jesus está nos convidando a sermos cristãos de verdade. E para isso precisamos renunciar a nós mesmos.  Renunciar a  fama, o poder,  o prazer pelo prazer, os instintos egoístas, etc.  É por isto que ser cristão pra valer não é coisa fácil. Por que a exigência de Jesus não é brincadeira, não. " Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me".

            Tomar a cruz é aceitar os sofrimentos desta vida, incluindo as nossas renúncias pela causa do Reino, pela causa da nossa família, e pela causa da nossa saúde.  Exemplos: Renunciar a tudo o que nos afasta de Deus, fazer de tudo para evitar uma separação para evitar o sofrimento e a infelicidade dos nossos filhos, e não fazer, comer ou beber nada que venha prejudicar a nossa saúde física e mental.

            O que significa  quando Jesus disse que  "Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la..."  Está  exatamente relacionado à renúncia de si e ao carregamento das nossas cruzes.  O mundo de hoje não quer ouvir falar em auto-renúncia, nem em cruzes. O mundo de hoje quer mais é curtir a vida com todo o prazer pelo prazer, para APROVEITAR A VIDA. E por incrível que pareça, acabam com suas vidas bem mais cedo do que esperam. Pela prisão (cadeia), pelas Doenças  Sexualmente Transmissíveis, (como a AIDS, gonorréia, entre outras),  pelo envelhecimento precoce, ("embruacamento " do próprio corpo), etc., e, principalmente pela PERDA DO DIREITO À VIDA ETERNA  e o merecimento do inferno.

            Não basta admirar Jesus e seus feitos espetaculares. É preciso imitá-lo, é preciso segui-lo. Seguir e imitar Jesus é incorporar ou assumir  a sua vida de auto-renúncia, de aceitação dos sofrimentos que não podemos alterar, e  de ajuda aos que sofrem, etc.

            Quem critica aquele que defende os pobres, os pequenos, fracos, oprimidos  e excluídos, é o mesmo que assumir o partido dos ricos e poderosos. É o mesmo que se posicionar contra o plano de Jesus Cristo, o Filho de Deus.  

            Caríssimos, cuidado com aqueles que se vestem de cordeiros, mas no fundo são verdadeiros lobos. Vamos seguir Jesus sinceramente, sem "amarelar", sem fazer como os sumos sacerdotes que "comiam junto"  com o poder romano dominante, em troca de vantagens político-religiosas. Amém.

Sal.

 

CONCLUSÃO.

 

Um dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez melhor.(CNBB).

 

 

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