quinta-feira, 17 de março de 2011
Comentários – Prof. Fernando
Comentários – Prof. Fernando 20 de março, 2°Domingo da Quaresma 2011
Da 1ª leitura – Gn 2,7-9.3,1-7
Sai da tua terra da tua família e da casa do teu pai e vai para a terra que eu te vou mostrar
Do Salmo de resposta – Sl 33
Deus ama o direito e a justiça – transborda em toda a terra a sua graça
Da 2ª leitura – 2Tm 1,8b-10
Deus nos chamou com uma vocação santa por nossas obras mas em virtude do seu desígnio e da sua graça
Da leitura do Evangelhor – MT 17,1-9
Este é o meu Filho amado no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o
[ 1ª leit.: Gn 12,1-4a Salmo: Sl 33 2ª leit.: 2Tm 1,8b-10 Evang.: Mt 17,1-9 ]
“Sobre uma alta montanha” = lugar de revelação de algum segredo divino, assim foi com Moisés, com Elias; sobre a “montanha” também Jesus faz o grande anúncio de um novo modo de viver a vida.
Moisés e Elias representam colunas básicas da religião judaica, símbolos da Lei e dos Profetas (os dois “lugares” onde se pode ler a Palavra do próprio Deus). No episódio contado no Evangelho de hoje, Jesus leva Pedro à montanha. A ele tinha sido dada uma missão especial para a qual nunca estará sozinho (aqui é acompanhado pelos dois irmãos Tiago e João). Esses dois serão também – como o foram Moisés e Elias na contexto do Antigo Testamento – “colunas” da Igreja nascente. São escolhidos como testemunhas privilegiadas da grande revelação (a Transfiguração) da ternura de Deus encarnada em Jesus.
Essa revelação servirá para fortificar sua fé antes de serem sacudidos pelo terremoto que será a Paixão e Morte do seu Mestre. Jesus pede que não divulguem até depois da ressurreição, isto é: os discípulos só conseguirão dar testemunho do Evangelho após a experiência de reencontrar seu Mestre ressuscitado. O evangelho e o cristianismo não nascem apenas do que conhecemos historicamente: a morte de um Galileu, crucificado sob Pôncio Pilatos. Trata-se do “Messias” (o escolhido para reinar sobre a terra e reconduzir seu povo), aquele que vai vencer a Morte. Pedro recordará em sua primeira carta cap.1, vv 16-19 que é testemunha ocular da glória de Deus (viu na montanha da transfiguração o esplendor do próprio Deus e escutou a mensagem que revelou a identidade de Jesus de Nazaré).
O mistério revelado está resumido nos três momentos de uma declaração solene: 1) Este é meu filho; 2) Ele é “muito amado”, especial, meu “preferido”, e ainda acrescenta – como quem diz “eu me orgulho dele” – “em quem tenho toda minha alegria e satisfação”; 3) Escutai-o.
Para os primeiros ouvintes do Evangelho, de origem judaica, eram uma clara alusão aos títulos messiânicos: Filho; “amado” de modo especial; “o profeta” a quem se deve escutar.
1) O rei prometido como descendente de Davi era conhecido habitualmente como o “filho”.
2) A segunda afirmação remete aos “cantos do Servo” contidos no livro de Isaías que anunciam a vinda do rei libertador mas como o Servidor sofredor.
3) E o Messias é Profeta (que fala em nome de Deus, que traz as revelações sobre Deus e sobre a vida humana). Já no livro do Deuteronômio (cap.18,v.15) Deus prometia suscitar um profeta que os irmãos deveriam escutar.
Em Jesus, como tantas vezes nos lembra Paulo, todos os seres humanos receberão essa realeza do Messias e todos serão eternamente transfigurados.
A nós cabe aprender a ver sob as aparências. À luz da ressurreição acreditamos que sob a rotina da vida está coberta a “glória” que foi revelada por alguns instantes a Pedro, Tiago e João, como a muitas outras pessoas de quem dizemos tiveram “experiências místicas” ou “visões” dadas por Deus.
As duas grandes afirmações de hoje são: sim, este Jesus de Nazaré é o Filho de Deus; em segundo lugar é preciso escutá-lo, prestar atenção em sua mensagem (que nos foi entregue pelo testemunho dos primeiros discípulos e, por escrito, nos resumos dos evangelhos e nas cartas que a comunidade cristã depois canonizou como Palavra de Deus.
Na primeira leitura também encontramos duas propostas que nos são feitas como foram a Abraão: sai dos limites da cerca que envolve você pois Eu vou mostrar horizontes mais amplos (sai da tua casa e vai para um lugar que eu vou mostrar).
A carta a Timóteo recorda também que só mudando de “registro”, em outro “tom” podemos crer: nossa vocação (isto é, somos chamados, convocados à fé, à esperança e à caridade) não por esforço nosso mas foi de graça que recebemos tantos dons.
( Prof. FernandoSM. – Rio de Janeiro – fesomor2@gmail.com )
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