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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Comentários – Prof. Fernando

Comentários – Prof. Fernando  17 de abril = Domingo da Quaresma 2011

Da Leitura de Mt 21, 1-11 (Procissão) As multidões gritavam: Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus! Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou e diziam: Quem é este homem?

Da 1ª.Leitura Is 50,4-7

para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida...para prestar atenção como um discípulo o Senhor abriu-me os ouvidos ... não desviei o rosto de bofetões e cusparadas

Do Salmo  Sl 22

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? Riem de mim os que me vêem... Numerosos cães me rodeiam furiosos... furaram minhas mãos e pés... entre si repartem minhas vestes

Da 2ª.Leitura Fl 2,6-11

Jesus Cristo, de condição divina...ele esvaziou-se a si mesmo  assumindo a condição de escravo tornando-se igual aos homens... humilhou-se fez-se obediente até a morte e morte de cruz.

 

INTRODUÇÃO – A SEMANA SANTA

O "Domingo de Ramos" abre a "Semana Santa" que é a celebração mais importante do culto cristão, recordando a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

A Paixão começa na Quinta-feira quando recordamos o Sinal da entrega de Cristo em dois gestos interligados:

1)    o Serviço ("lavar os pés" dos discípulos em vez de "ser servido" como Mestre).

2)    a entrega (Eucaristia) é o dar-se de corpo e alma, como se diz, chegando a se tornar alimento a ser consumido pelos outros. Afinal, maior não tem senão aquele que entrega a vida pelos amigos –Jo15,13)

Essa entrega do Filho de Deus feito Homem, fez daquela "Última Ceia" uma Páscoa que não é mais apenas a memória da saída do Egito e passagem para a Terra Prometida mas da Passagem do Filho do Homem retomando o convívio com o Pai e uma vida que não mais lhe será tirada (Ressurreição) garantia de nossa própria esperança de vencer a morte.

Na Sexta-feira a Paixão de Jesus atinge seu clímax na morte de cruz.

A partir da "Vigília do Sábado Santo", iniciado com a bênção da Água e do Fogo, entramos na alegria da Ressurreição do "Domingo de Páscoa. O primeiro dia da semana, quando o túmulo foi encontrado vazio, passou a chamar-se no cristianismo "Domingo" (do latim dia do Senhor).

 

"DOMINGO DE RAMOS" – Da ENTRADA NA CIDADE à A PAIXÃO, segundo MATEUS

            Agitando ramos pelas ruas, o povo aplaude Jesus em sua entrada na tradicional capital do reino judaico. O que faziam era uma espécie de passeata política: sabemos que a multidão esperava era um a entronização do rei (messias) que viria restaurar a nação, então sob a ocupação romana. Na verdade eles continuavam perguntando conforme conta Mateus (21,10 na procissão dos Ramos): Quem é este homem?

            A leitura da Paixão segundo Mateus mostra o outro lado da medalha. O mesmo povo que aclamou o suposto futuro rei dos judeus será manipulado para pedir a morte de Jesus. Orientada pelos seus próprios chefes religiosos e políticos (que precisam bajular Pilatos pois só ele detinha o poder de sentença final) a multidão prefere seguir os políticos mentirosos e hipócritas, tantas vezes acusados pelo Mestre por causa da falsidade de comportamento e dos "pesados fardos" jogados sobre os ombros dos outros. Afinal essa é a "hora do poder das trevas". Muitos queriam vingar-se do Nazareno que condenava a dominação religiosa, econômica e social das massas.

            Na Sexta-feira, a leitura da Paixão seguirá o texto de João, que poderíamos considerar mais "existencial" e intimista. Ali, Jesus revela o seu sofrimento, de inocente injustiçado. Ali, Jesus só tem o conforto da presença de sua mãe e de poucos amigos e amigas. Ali, o carinho expresso na última ceia se cobre de sangue do justo injustamente torturado e assassinado.

            Mas, no domingo de Ramos, a leitura da Paixão segue o texto de outro evangelista (nesse ano de 2011: a narração segundo Mateus).

            Parece que a história de cada Homem se dá entre três relações fundamentais:

Primeiramente, fomos inseridos logo ao nascer numa cultura, numa comunidade cujos costumes e língua pátria aprendemos. É o universo das relações sociais e políticas dentro de uma "nação".

Também desde a infância, procuramos uma identidade pessoal e vamos construindo uma personalidade e, embora continuemos na interação social de uma Educação, buscamos mais liberdade e autonomia pessoal.

Transpassando esses dois mundos, o social e o pessoal, podemos dizer que cada um se defronta inevitavelmente com o mistério maior a que chamamos "Deus", que Santo Agostinho dizia constituir o núcleo "mais íntimo que nosso próprio íntimo". Era esse (nível) Deus que Jesus buscava no silêncio, retirando-se para a montanha, na experiência a que chamamos "oração".

 

            Os sofrimentos de Jesus na Paixão foram mais profundos do que pretende representar a piedade tradicional (vias-sacras ou procissão do Senhor morto). Nem a violência apresentada no cinema (nem as cenas mais realistas do filme de Mel Gibson) dá conta do sofrimento íntimo de Jesus. Hoje meditamos sobre o que teria sentido Jesus, abandonado pelo seu próprio povo e pelas multidões no meio das quais fez curas e sobre as quais chorava vendo que "eram como ovelhas sem pastor". A perseguição política e o sentimento de abandono daquela que deveria ser a "Cidade Santa" levam Jesus a gritar o Salmo que é a melhor expressão da sensação de se sentir esquecido pelo próprio Deus: Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?.

            Mais do que qualquer comentário, a seguinte seleção, feita sobre a leitura da Paixão, talvez possa conduzir hoje a nossa meditação e a nossa oração :

Do Evangelho Mt 26,14 até 27,66

31Jesus disse-lhes: Esta noite todos vós vos escandalizareis por minha causa como está escrito: 'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão'

 

50Jesus respondeu- lhe: Amigo, a que vieste?

55 Viestes com espadas e varapaus para Me prender como se fosse um salteador!

Eu estava sentado no templo a ensinar todos os dias e não Me prendestes...

56 …Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram.

 

75Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: Antes do galo cantar, tu Me negarás três vezes. E, saindo, chorou amargamente

 

20os sumos sacerdotes e anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás 21...Eles gritaram "Barrabás".

22...Todos gritaram "Seja crucificado!"

23...Eles gritaram com mais força "Seja crucificado"

25O povo respondeu: "Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos".

 

29Então se ajoelharam diante de Jesus e zombavam dizendo: "Salve, rei dos judeus!"

 

39 Os que passavam o insultavam balançando a cabeça

40 "Se és o Filho de Deus desce da cruz!"

41Do mesmo modo os sumos Sacerdotes, Mestres da Lei e Anciãos

também zombavam...

44Do mesmo modo os dois ladrões que foram crucificados com Jesus também o insultavam.

46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:

"Eli, Eli, lamá sabactâni?" que quer dizer

"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

 

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( Prof. FernandoSM. – Rio de Janeiro – fesomor2@gmail.com )

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