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HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


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domingo, 26 de junho de 2011

Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim

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HOMILIAS PARA O

 PRÓXIMO DOMINGO

26 DE JUNHO – 2011

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Verde. 13º DOMINGO Tempo Comum

Comentários – Prof. Fernando

Introdução

O seguimento de Jesus exige renúncias.

            O seguimento de Jesus sem olhar para trás, sem ficar apegado aos pais e a riqueza, pode ser muito cruel e difícil para quem não consegue se desligar da ânsia de poder diante da sociedade. Porque o seguimento de Jesus não leva a fama ou ao poder terreno, mas sim à vida eterna, que é muito melhor.

            Imitar Cristo e servir a Deus trabalhando para o Reino dos Céus pode ser assustador, se considerarmos que Jesus teve um fim trágico por defender a justiça entre os homens.  Porém, devemos ter em mente que Jesus deu a vida por nós, mas o Pai o resgatou no terceiro dia, ressuscitando-o. Também nós teremos a vida eterna como prêmio, e isso sem falar nos cem vezes mais nesta vida terrena!  E esses cem vezes mais não significam necessariamente riqueza, mas sim, muitas graças, proteção divina, e a  alegria do êxtase da intimidade com Deus.

            Seguir Jesus significa renúncia e sacrifício o qual é o resultado da luta contra nós, contra o nosso egoísmo, contra o nosso desejo de fama e poder, contra as nossas inclinações para o mal, contra o mal no mundo, acrescido do trabalho de levar a palavra de Deus a todos o quanto pudermos. Essa luta é como a semente que morre para brotar uma nova vida.

            Nós temos sede e fome  de poder. Alguns discípulos queriam poder quando impensadamente pediram para se sentarem ao lado de Jesus no trono eterno.  Jesus mostra aos seus amigos, que de fato Ele iria se sentar no trono da glória eterna, porém antes passaria por humilhações, difamações e a morte humilhante de cruz.  Analisando essa passagem da vida de Jesus Cristo, percebemos que até o nosso testemunho cristão mais legítimo, pode ser distorcido, desfigurado, porque podemos estar servindo não ao Reino de Deus e sua justiça, mais para cairmos de novo nas mesmas tentações da injustiça, servindo a nós mesmo, à nossa fome de sermos importantes diante dos demais cristãos. Era só o que nos faltava! Servirmos do altar para nos promover, para nos tornar importantes, famosos, etc.

Prezados irmãos. Precisamos lembrar sempre que a autoridade no Reino de Deus, não é para nos vangloriar, nem tampouco para dominar, mas sim, para SERVIR, A EXEMPLO DE JESUS CRISTO.  Precisamos amar a Deus sobre todas as coisas inclusive nossos familiares. É difícil? Sim. E por que essa dificuldade? Por causa do nosso apego a este mundo e seus atrativos enganosos que nos ilude, nos trai, nos afastam de Deus, como se nossa vida se resultasse apenas no estágio terreno.

Caríssimos. Vamos nos esforçar para tocar a nossa vida terrena, com os pés no chão e o olhar para o céu. Pois é lá que vamos passar a maior parte de nossa vida propriamente dita. Mas infelizmente, seguimos os ensinamentos do mundo que mostra o contrário. Eles nos mostram que a maior parte da nossa vida, ou a nossa vida toda se resulta da fase da vida terrena. Não nos enganemos! Escutemos Jesus. Pois só ele tem palavras de vida eterna.

Viva aqui com seus pensamentos LÁ.   Procurando levar muitos outros irmãos também para a glória eterna. Não seja inútil, não seja como a figueira que não dá frutos. Mas sim como a terra fértil que produzirá muitos frutos. E seja realmente feliz! Amém.

Sal.

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Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a Deus, não é digno de Deus. Quem ama seu filho ou sua filha, seu videogame, seu computador, a moto, o carro, a namorada, o namorado, mais do que a Deus, não é digno de Deus.

            Testemunho: Quarta-feira  é o dia da semana que eu acordo cedo e vou catequizar em outra cidade, numa escola grande, saindo de manhã e voltando a tardinha.  Minha esposa precisou sair, de modo que a minha filha mais nova teria que "se virar" na  cozinha nos poucos minutos do seu almoço, mesmo sem a devida experiência. A menos que eu faltasse ao meu compromisso semanal. Foi então que decidi que servir a Deus é o meu compromisso principal semanal, e deixei a minha filha e fui...

            "Quem não toma a sua cruz e não me segue,  não é digno de mim."  Caro leitor. Quais são as suas cruzes?  Todos nós temos uma ou mais cruzes.  E o pior, é que mesmo sendo cristãos, e por mais que tentamos seguir as palavras de Jesus, por vezes perdemos a paciência com o peso das nossas cruzes, e podemos até explodir, xingar, reclamar, etc. Por alguns minutos esquecemos completamente das palavras do Mestre.

            Confesso que a minha maior cruz são os muitos cachorros existentes em volta de mim, que latem e choram dia e noite tirando-me o sossego, e a tranqüilidade necessária para me concentrar no meu trabalho de servir a Deus lendo e escrevendo para os   Internautas Missionários. 
            Nada contra os animais em si. Eles são criaturas criadas por Deus. Porém, o problema reside no egoísmo dos seus donos.  Uns saem para trabalhar ou para passear e deixam o cão ou os cães em casa sozinhos, latindo continuamente nos nossos ouvidos. Isso se tornou para mim uma tortura e tanta. E têm ainda alguns, que para castigar os seus animais, prende-os no

banheiro  por horas seguidas, deixando os cachorros latindo sem parar.

            Estamos diante de um exemplo típico de egoísmo em alto grau. Cada um pensa: eu gosto de animais, portanto, todos têm de gostar. Eu não me irrito com o barulho que eles fazem, e não me importo se isso está incomodando alguém. Eu, eu, eu. O que importa é o que eu gosto, o que eu quero.  

            Que Deus tenha piedade de mim e me retira desse lugar, transferindo-me para outro que não tenha tanto cachorro. Pois preciso de paz para escrever. Porém, entendo que esta é aminha principal cruz, a qual eu devo carregar, sem reclamar, para me purificar e me santificar. Deus saberá a hora de me livrar dela melhor que eu.  E quanto mais eu me desespero e me revolto contra essa cruz, ela tende a demorar por mais tempo. Que Deus Pai nos ajude a carregar com humildade e paciência as nossas cruzes.

            "Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou."    Jesus está falando do sacerdócio em si. Quem larga a própria família para servir a Deus, será recompensado pois perdendo a sua vida terrena ganhará a vida eterna. 

            Quem ama seus pais mais do que a Deus, não é digno de Deus. Pois para se chegar próximo da perfeição e se aproximar cada vez mais de Deus, é preciso desapegar-se das pessoas queridas, desapegando do amor desregrado aos parentes. Jesus disse: "Se alguém vem a mim e não aborrece seu pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, e até a sua vida, na pode ser meu discípulo" 

            Jesus não está incentivando o desamor familiar. Esse " aborrece", esse ódio, pode ser traduzido por um forte e maduro desapego.  Porque a bem da verdade, no que se refere ao seguimento da vocação, não existe inimigo maior que os próprios familiares, principalmente os pais, os quais desejam para os filhos um futuro melhor que os seus. Um bom emprego, um casamento feliz, etc. A mãe não consegue imaginar o seu filhinho querido tão solitário numa vida de sacerdote... Assim, em nenhum lugar da nossa vida, se perde tanto a espiritualidade tanta vocação, como na nossa própria família. E quando vamos nos manifestar em nome do Evangelho, podemos ser enfrentados com argumentos outros, principalmente pelos jovens. Ou então pensarão ou dirão que santo de casa não faz milagres.

            Prezado jovem. A você que está pensando em ingressar no Seminário e não conta com o apoio dos seus pais,  podemos afirmar aqui com toda segurança, que  nesse caso, você não é obrigado a obedecer aos seus progenitores. É duro ter que dizer isso aqui. Mas muitos pais embora sejam católicos praticantes, já fizeram de tudo para impedir o seu filho de seguir a sua vocação. Com certeza esses pais não agem com o pensamento de Jesus Cristo, mais com os pensamentos seus, do seu ciúme, do seu egoísmo. Não se trata necessariamente de uma maldade, de um grande pecado, mas infelizmente fazendo assim estão atrapalhando o bom andamento Reino de Deus.  Poderíamos ter muito mais padres, se não fosse a falta de colaboração dos próprios pais dos jovens que são chamados por Deus.

Prezado jovem. Você deve preferir seguir a vontade de Deus em vez da vontade de seus pais. Converse com eles. E se não der resultado, siga em frente. Vai. Jesus te ama e te chama! 

            É claro que estamos falando aqui daqueles jovens que são chamados por Deus a uma vocação. Esses se salvarão seguindo o seu estado religioso. Porém, se por um motivo ou outro o vocacionado não seguiu o seu caminho escolhido por Deus, andará errante sem se acertar na vida.  Muitos rapazes que não seguiram a sua vocação por culpa dos pais, não se realizaram na vida, e tiveram um fim lamentável!

            Em nossa própria casa poderemos ter os nossos maiores inimigos em se tratando de seguir uma vocação. Os nossos pais podem se tornar os nossos maios obstáculos, quando queremos seguir o chamado de Deus. Foi por isso que Tomas de Aquino, S. Pedro de Alcântara, S. Luís Bertrand e outros entraram para o convento sem os seus pais o saber.

            Viu porque Jesus disse hoje que quem ama os pais mais do que a Deus não é digno de Deus?

Mostre para seus pais esta reflexão. Catequista. Leia este texto em suas reuniões de catequese. Vamos colaborar pela causa do Reino de Deus.  O que Jesus está nos ensinando hoje, não é  ter ódio ou desprezar os nossos parentes, mais sim a amar a Deus acima de todas as coisas e pessoas.

Um bom e santo domingo a todos, e rezem por nós.

Sal.

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Qual é o primeiro mandamento da Lei de Deus?

                                                   Jesus, neste Evangelho, usa a expressão amor, como para designar uma prova de confiança e dependência. Por isso, Ele se coloca veementemente descontente com as nossas escolhas, quando damos às pessoas da nossa convivência o primeiro lugar na nossa vida. O amor designa confiança, gratidão, dependência, submissão e certeza de que o ser amado tem as condições para nos direcionar.    Podemos, então, considerar que o amor maior precisa ser dado em primeiro lugar a Deus que é o Autor da nossa vida e o único que nos conhece verdadeiramente.

                                          Jesus não quis de maneira nenhuma isolar a nossa família da nossa atenção e estima, mas Ele quer ser o único digno de receber a oferenda da nossa vida,  por amor. Todas as pessoas com quem nos relacionamos podem e devem ser amadas, respeitadas e acolhidas por nós, no entanto, só podemos seguir os ensinamentos de Deus porque Ele é a verdade que nos liberta. Jesus nos salvou na Cruz e pela Cruz nós também aderimos à vida nova que Ele nos entregou. Às vezes, temos a tentação de ter pelas pessoas da nossa família ou a quem admiramos um apego demasiado e as temos como infalíveis, escutamos os seus conselhos e os seguimos, mas nos esquecemos de perseguir a vontade de Deus que Jesus veio nos ensinar a fazer.

                                  Na nossa vida, há momentos em que temos que optar para seguir caminhando.  A melhor maneira de provarmos que verdadeiramente o Senhor foi escolhido e  está em primeiro lugar nas nossas preferências é vivenciar a Sua Palavra. Pela Palavra nós aderimos ao Projeto de Deus, por meio dos profetas, aprendemos a viver a caridade e a servi-Lo através dos irmãos, como Jesus nos ordenou. Reflitamos:– A quem você tem dado mais crédito: à Palavra de Deus ou aos conselhos das pessoas a quem você ama? – Você é muito apegado  às pessoas com quem você convive?­ Você acha que elas poderão resolver todos os seus problemas? – Você ama mais a seu pai e à sua mãe que a Deus? – Qual é o primeiro mandamento da Lei de Deus?

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

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XIII DO TEMPO COMUM

1ª Leitura = 2reis 4,8-11.14-16

Sl = 88 (89)

2ª Leitura = Rm 6,3-4.8-11

Evangelho = Mateus 10,37-42

A liturgia de hoje nos chama a atenção para a hospitalidade. Pois quando acolhemos alguém em nome de Jesus isto se transforma em bênçãos para nós.

Na primeira leitura uma senhora rica acolhe o profeta Eliseu, prepara para ele um lugar em sua casa se preocupa em acolhê-lo bem. Por causa do carinho e atenção que dela recebe Eliseu lhe concede a graça de gerar um filho mesmo sendo seu marido já velho.

No Evangelho Jesus nos diz que é preciso acolher a ele e sua mensagem mais que qualquer outra coisa. "Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim." Jesus não quer com isso nos afastar de nossos familiares, ele quer sim é que não permitamos que por causa do vínculo que temos com nossos familiares, nós o abandonemos. Sabemos por experiência própria que muitas pessoas de nossa família fazem de tudo para nos afastar dos caminhos de Deus. Às vezes com criticas ou até nos propondo coisas do mundo que acaba por nos levar a renunciar ao evangelho. Não precisamos nos afastar das pessoas que amamos só precisamos nos afastar das práticas que nos levam ao abandono dos ensinamentos do Evangelho.

Amar acima de tudo a Deus é dar a preferência, privilegiar. Se as pessoas queridas são contrarias aos ensinamentos de Jesus é necessário que tenhamos a coragem de fazer nossa opção por Jesus, mesmo que essas pessoas sejam nossos pais ou nossos filhos. Assumir nossas cruzes é assumir a postura de Jesus vivendo o amor o perdão a misericórdia. Aceitando aquilo que não podemos mudar e lutando para mudar aquilo que é possível dentro dos planos de Deus para nós. Ser obedientes ao Evangelho, mesmo se isso nos leva a sofrer injustiças, sofrimentos e até a morte.

Para ser discípulo missionário de Jesus Cristo é preciso coragem e perseverança, pois as perseguições virão e temos que estar preparados. Não devemos ficar com medo, pois isso nos levará a negar Jesus diante do mundo. Mas se tivermos coragem e amor pela missão que ele nos confiou iremos até as ultimas conseqüências sem medo de desagradar nossos familiares, se eles não aceitam nosso modo de ser cristão rezemos por eles e sigamos em frente, pois Deus nos recompensará. Aderir a Jesus e ao seu projeto de salvação acima de qualquer outro vínculo seja familiar, ou com o mundo suas falsas seguranças e sucessos que não podem nos fazer totalmente felizes. Quem entende isso se torna livre para seguir a Jesus. Pois ele próprio nos diz: "Conhecereis a verdade e a verdade vós libertará". Quem aceita a proposta de Jesus de todo coração se sente livre de qualquer laço seja de sangue ou de amizade e pode se entregar totalmente a Deus como o absoluto em sua vida. E Deus que nos ama nos dará tudo o mais que precisamos. Tomar a cruz e seguir Jesus, pois ele estará sempre ao nosso lado.

Em Cristo Rita Leite

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"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim"

O grande discurso missionário de Mateus termina com as palavras do texto de hoje. De novo, deve ser colocado dentro do contexto sócio-histórico da comunidade de Mateus. Mais uma vez - como nos domingos passados - o autor enfrenta o problema de uma comunidade em situação de conflito e perseguição. E o pior, este conflito e a perseguição aconteciam também dentro do seio das famílias, onde alguns membros aderiam à comunidade cristã e outros não. De novo Mateus liga a perseguição à mística do seguimento de Jesus quando em v. 34: ele diz: "Não pensem que vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada". Aqui retoma a imagem da Palavra de Deus como "espada de dois gumes", que exige opções concretas, muitas vezes com consequências dolorosas. O seguimento de Jesus exige frequentemente decisões duras e nada pode ser mais importante do que o Reino. Por isso, Mateus diz que nem o amor ao pai ou à mãe pode ter mais importância do que o amor a Jesus (Mateus suaviza a frase de Lucas 12, 26, que diz que quem não "odeia seu próprio pai, mãe, mulher, filhos, irmãs e até a própria vida não pode ser meu discípulo". Na língua aramaica, pobre em vocábulos, a frase de Lucas quer dizer de uma maneira coloquial o que Mateus expressa como "amar mais". Não é "odiar" conforme se entende a palavra em português).

A vivência dessas opções é, na prática, o que significa "tomar a sua cruz". Tomar a cruz não é sofrer por sofrer. É a consequência da coerência com a opção por Jesus. Mas, não é para nos assustarmos, pois temos a garantia que a busca de coerência com essas opções nos darão como herança "encontrar a vida" - a verdadeira vida em Deus.

O discipulado não é somente dureza. Teremos muitas oportunidades de experimentarmos as suas recompensas - de sermos acolhidos exatamente por causa d'Ele (o sentido da "copa de água"). Quantas vezes a pregação da "cruz" tem trazido conotações negativas, como se seguir Jesus fosse um sofrimento sem fim. Pelo contrário, exige dedicação, sacrifício e desprendimento - que acarreta também sofrimento – mas, as suas alegrias são muito maiores.

O seguimento de Jesus deve ser uma alegria - não somente um obedecer de leis, a prática de uma moral ou ética, um acreditar em dogmas, que muitas vezes parecem ter pouca coisa a ver com as nossas vidas! É uma experiência de seguir as pegadas do mestre, de ser colaborador(a) na sua missão, de sentirmo-nos realizados como pessoas e cristãos por termos procurado colaborar na construção do Reino, com todas as nossas limitações e erros. É um privilégio e não um peso!

 E-mail: thughes@netpar.com.br

Pe. Tomaz Hughes, SVD

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Seguir Jesus

No há cristianismo sem missão. Toda pessoa batizada é portadora de uma missão, a mesma missão de Jesus.

Temos medo de dar testemunho. Parece-nos que é um atentado contra a liberdade dos demais. Inclusive, às vezes, julgamos que dar testemunho torna-nos fundamentalistas.

Não é assim! Quem dá testemunho oferece o melhor de si mesmo à pessoa com a qual se encontra. Leva um tesouro, capaz de estabelecer relações de grande proximidade.

As testemunhas de Jesus não se envergonham de seu Senhor. Quem cultiva dia a dia sua relação amorosa com Jesus, não pode impedir que lhe percebam, que sua experiência contagie.

Este domingo pede-nos que estejamos de pé, em missão, a todo o momento, no espaço geográfico no qual vivemos. Não esqueçamos que nosso testemunho e serviço podem fazer milagres.

Hospitalidade fértil (2 Reis 4,8-11.14-16a)

A hospitalidade é uma das grandes virtudes. É também sumamente necessária em nosso tempo. Há pessoas que sem sabê-lo, acolheram aos anjos, nos diz a Palavra de Deus.

Era uma mulher importante de Sunam. Era estéril e seu esposo já não podia dar-lhe um filho. Esta mulher não desejava outra coisa que "viver no meio de seu povo". Porém, também tinha uma especial sensibilidade: soube descobrir ao servo de Deus, Eliseu, e o acolheu em sua casa. Primeiro lhe pediu que ficasse para comer. Depois - com o consenso de seu esposo - fez construir um quarto independente - com uma cama, uma mesa, una cadeira e uma lâmpada - para o profeta.

Esta hospitalidade atraiu-lhe a graça de Deus e lhe foi concedido o dom da fertilidade.

Nosso tempo faz difícil a virtude da hospitalidade. Não temos as condições sociais adequadas para ser acolhedores, hospitaleiros com as pessoas que Deus nos envia.

É preciso mudar as estruturas, a visão que temos da sociedade... para poder fazer que se manifeste entre nós a hospitalidade.

Com ela virão todos os bens. Sem hospitalidade a vida não se regenera. Quanta falta de hospitalidade em muitas casas! Que amor tão infecundo! Quanta falta de hospitalidade, que nos faz incapazes de gerar uma nova sociedade!

Morrer para o pecado e viver para Deus (Rm 6,3-4.8-11)

Paulo interpreta a morte de Jesus e a define como "morte ao pecado". Se analisarmos como e porque Jesus morreu, descobriremos o que significa "morte ao pecado".

Jesus morreu porque não quis identificar-se com o sistema do templo de Jerusalém:

"Haveis convertido a casa de meu Pai em cova de bandidos". Jesus morreu porque disse que Ele era o templo vivo de Deus e reivindicou para si mesmo a Presença da Glória de Deus. Jesus morreu porque disse ao governador romano que seu poder vinha de Deus. Jesus morreu porque se colocou do lado dos mais pobres, dos leprosos, dos marginalizados sociais, dos pecadores.

O batismo solidariza-nos com a vida de Jesus, com sua forma de viver e de atuar. O caminho para a Vida, a vida do Reino de Deus, é um caminho de morte. Quem quiser ganhar sua vida devera perde-la. Não é questão de ganhar, mas de perder. E não se trata de perder por perder, mas de perder para ganhar.

Jesus nos diz que, se queremos entrar na Vida, temos de deixar coisas, muitas coisas, dá-las aos pobres e seguí-lo até o Calvário.

A morte ao pecado é muito dolorosa às vezes. Nos faz entrar na noite escura. Porém nos promete que depois da noite escura, começará um longo amanhecer e aparecerá a Vida.

Morrer ao pecado não é uma ação voluntariosa. É, melhor dizendo, aceitar as mortes que nos acontecem por estarmos do lado de Deus e de seu Reino. Nestes momentos de morte não é necessário perder o animo, nem se deprimir... porque chegará a VIDA.

Conselhos evangélicos para o Mensageiro (Mt 10,37-42)

Jesus continua seu discurso apostólico, segundo o Evangelho de Mateus que estamos proclamando nestes domingos. Jesus dá seus conselhos aos seus enviados e enviadas. Em algum momento deste discurso Jesus nos identifica com o grande profeta Eliseu. Ele foi capaz de abandonar a seus pais, de esquecer-se de seus próprios interesses; quem o acolheu, se viu recompensado por Deus. Essa figura de Eliseu, ilumina a identidade de cada cristão ou cristã quando atua como enviado e profeta de Jesus. Estes são os conselhos que o Senhor lhe dá :

Primeiro: "Quem ama a seu pai ou a sua mãe mais que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou a sua filha mais que a mim, não é digno de mim". O missionário, a missionária de Jesus não deve antepor nada, nem ninguém a seu Senhor. Em caso de conflito, o Senhor é o primeiro.

Segundo: "Quem não toma sua cruz e me segue não é digno de mim". Seguir a Jesus implica estar disposto a uma tamanha união tal com Ele que não deverá temer as conseqüências. A cruz de Jesus é como o fardo suportável. Sempre a cruz é levada de uma forma solidária: Jesus e nós. Essa é a experiência dos mártires.

Terceiro: "Quem quiser ganhar sua vida, a perderá; e quem perde-la por mim, a encontrará". Perder é ganhar, e ganhar é perder, quando alguém segue a Jesus.

Quarto: «Quem vos recebe, a mim recebe, e quem recebe a mim, recebe a Aquele que me enviou». Quando atuamos como cristãos Jesus atua em nós. Não faz falta ser hierarquia eclesiástica, para representar a Jesus. Qualquer cristão leva em si mesmo a representação de seu Senhor, sobretudo, quando perde sua vida por Ele.

Pe. José Cristo Rey Paredes

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Homilia do Padre Françoá Costa – XIII Domingo do Tempo Comum – Ano A

Recompensa cristã

Quem recebe um profeta, receberá recompensa de profeta; quem um justo, recompensa de justo (cfr. Mt 10,41); quem a Cristo, recompensa cristã. Esse é o argumento que eu gostaria de desenvolver hoje tendo presente o versículo anterior: "Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe, recebe aquele que me enviou" (Mt 10,40). Em que consiste essa recompensa cristã?

Há uma recompensa temporal e uma eterna. É Jesus quem nos diz: "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna" (Mc 10,29-30). Por tão agradável seguimento está prometido tão grande tesouro! Jesus não quer que abandonemos as pessoas queridas, mas que Deus tenha o primeiro lugar nas nossas vidas; não está fazendo propaganda de uma "teologia da prosperidade" – como tantas seitas atuais –, mas está falando daquelas coisas que não faltam àqueles que amam a Deus: alegria, a pesar dos pesares; não está falando de um tempo eterno, mas simplesmente da eternidade.

O céu, também entre os pagãos, sempre foi descrito de uma maneira bela. Homero, por exemplo, não pode imaginar o Olimpo dos deuses gregos sem pensar na bem-aventurança e nas alegrias eternas: "Tendo assim falado, Atenas de olhos brilhantes retirou-se para o Olimpo, onde dizem ser a morada eternamente estável dos deuses. Nem os ventos a sacodem nem as chuvas a inundam, nem ali cai neve; mas sempre ali reina serenidade sem nuvens, de deslumbrante alvura. Para ali, onde os deuses bem-aventurados passam os dias em perene alegria, se dirigiu a deusa de olhos brilhantes" (Homero, "Odisséia", VI).

Por toda a eternidade… Para sempre… Com Deus, com Nossa Senhora, com o nosso anjo da guarda, com aqueles amigos santos que colaboram com a nossa santificação. Estaremos felizes contemplando a glória de Deus.

Para sempre? Será que não enjoaremos? De fato, na terra, qualquer coisa que fazemos, por prazenteira que seja, entedia quando demasiada. Uma pessoa que gosta de doce deleita-se com uma caixinha de chocolates; mas se lhe derem cem caixinhas do mesmo chocolate, essa pessoa não aguentará, pode até mesmo chegar a não querer comer chocolates na vida.

Será que contemplar a Deus por toda a eternidade não é uma atividade monótona e até mesmo chata? Se assim for, vale a pena ir ao céu? Conta-se que um diabinho disse a um homem que estava indeciso em converter-se ou não ao cristianismo que não valia a pena ser cristão e depois ir ao céu porque ele teria que praticar um montão de virtudes chatas e depois ir ao um céu monótono e enjoado. As virtudes aborrecidas a que se referia era a obediência, a castidade, o desprendimento dos bens materiais, a bondade, o perdão. O diabo, para convencê-lo disse também que enquanto no céu os bem-aventurados contemplam sempre o rosto de Deus, no inferno se contempla sempre coisas diferentes e que, além do mais, existiria muita festa, muito álcool, mulheres, prazeres. O pobre coitado que estava pensando em converter-se tomou uma decisão: "- vou pensar nisso da conversão depois".

Talvez o problema da proposta cristã que poderíamos fazer aos nossos semelhantes seria mostrar um cristianismo chato, enjoado, empenhado na prática dumas virtudes caducas e que, no fim de tudo, nos levaria a um céu mais chato ainda. Se um cristão passa essa imagem aos outros, estaria fazendo um mal apostolado.

As virtudes cristãs são alegres, dão otimismo à vida e nos colocam sempre em disposição de entregar-nos mais e mais aos outros e a Deus por amor aos outros. O céu não pode ser algo monótono. A explicação que mais me convence é aquela que diz que a felicidade inicial que experimentarmos ao ver a Deus permanecerá para sempre, por estarmos na eternidade. Mas, ao mesmo tempo, me inclino muito por aquilo que diz S. Gregório de Nissa: a bem-aventurança eterna saciará todos os nossos desejos, mas não se trata dum estaticismo cuja novidade já não tenha cabida. Não! Deus é infinito e a nossa alegria será sempre a de quem já recebeu todo o necessário para a sua felicidade eterna, mas que parte dessa felicidade é a descoberta de realidades sempre novas. Um teólogo moderno, Jean Daniélou, expressou tudo isso de uma maneira verdadeiramente poética: a nossa viagem terminar-se-á não na ascensão a uma cima definitiva, mas no maravilhoso descobrimento de que os países descobertos são apenas uma promessa de "lugares" ainda mais belos que os conhecidos até então e que estão por descobrir.

Pe. Françoá Costa

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Homilia do Mons. José Maria – XIII Domingo do Tempo Comum – Ano A

Exigências de Jesus

Mons. José Maria Pereira

A Palavra de Deus (Mt 10,37-42) nos convida a meditar nas características do verdadeiro discípulos de Jesus.

Discípulo é todo aquele que, pelo Batismo, se identifica com Jesus, fez de Jesus a sua referência e O segue. A Missão do discípulo é tornar presente na história e no tempo o projeto de salvação que Deus tem para os homens.

Jesus nos ensina, em muitas ocasiões, que Deus deve ser o nosso principal amor, e que as criaturas devem ser amadas de modo secundário e subordinado.Diz Jesus:"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim.Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la" (Mt 10, 37.39).

Só Deus merece ser amado de modo absoluto e sem condições; tudo o mais deve ser amado na medida em que é amado por Deus. O Senhor pede-nos, sem dúvida, que amemos a família e o próximo mas nem mesmo estes amores devem ser antepostos ao amor de Deus, que deve ocupar sempre o primeiro lugar.Amando a Deus, os demais amores da terra purificam-se e crescem, o coração dilata-se e torna-se verdadeiramente capaz de amar, superando os obstáculos e as reservas de egoísmo, sempre presentes na criatura humana. Quando se ama a Deus em primeiro lugar, os amores limpos desta vida elevam-se enobrecem-se ainda mais.

Para amar a Deus, como Ele pede, é necessário, além disso, perder a própria vida, a do homem velho. Torna-se necessário eliminar as tendências desordenadas que inclinam a pecar, destruir o egoísmo, às vezes brutal, que leva o homem a procurar-se a si próprio em tudo o que faz

O cristão que luta por negar-se a si próprio encontra uma nova vida: a de Jesus.Respeitando o que é próprio de cada um, a graça nos transforma até nos fazer adquirir os mesmos sentimentos de Cristo em relação aos homens e aos acontecimentos; vamos imitando as suas atitudes, de tal maneira que surge em nós uma nova maneira de pensar e de agir, simples e natural; passamos a ter os mesmos desejos de Cristo: cumprir a vontade do Pai, que é expressão clara do amor.

Não há peso nem medida para amar a Deus. Ele espera que O amemos com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente (Mt 22, 37-38). O amor a Deus sempre pode crescer. O Senhor diz aos seus filhos, a cada um em particular: "Eu te amo com amor eterno; por isso, compadeço de ti e te atraí a Mim" (Jer. 31,3). Peçamos-Lhe que nos convença desta realidade; só existe um amor absoluto, que é a fonte de todos os amores retos e nobres.

O caminho do discípulo é acolher e seguir Cristo no caminho do amor e da entrega; significa arriscar esta vida para ganhar a eterna!

Ensina São Josemaria Escrivá: "As pessoas que estão debruçadas sobre si mesmas, que agem procurando, antes de mais, a sua própria satisfação, põem em jogo a sua salvação eterna e, mesmo aqui na terra, são inevitavelmente infelizes e desgraçadas. Só quem se esquece de si e se entrega a Deus e aos outros, também no matrimônio, pode ser feliz na terra, com uma felicidade que é preparação e antecipação do Céu" (Cristo que passa, nº24). Assim podemos entender que a vida cristã se fundamenta na abnegação: sem Cruz não há cristianismo:"Quem não toma  sua cruz e não me segue não é digno de mim" (Mt 10,38). Aqui temos as exigências que Jesus propõe para seus seguidores. Exige uma atitude radical. O nosso compromisso para com Ele deve estar acima de tudo, mesmo do amor sagrado para com nossos pais.

Todos os cristãos têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus

Temos, portanto, de converter toda a nossa vida numa procura constante de Jesus: nas horas boas e nas que parecem más, no trabalho e no descanso, na rua e no seio da família.

Amamos a Deus quando convertemos a nossa vida numa procura incessante da união com Ele.

Possamos fugir, ou morrer a tudo quanto nos afasta de servir generosamente ao Senhor, renunciar a tudo quanto compreende a preferência absoluta e o primado do amor que Lhe pertencem inteiramente. Só assim, associado inteiramente à morte e à vida de Cristo, é que o cristão é verdadeiro discípulo de Cristo.

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Domingo, 3 de Julho

Evangelho - Mt 16,13-19

 

Homens e fé

 ENTENDO O EVANGELHO

 

Olá querido leitor. Hoje vamos fazer uma caminhada muito rica e gratificante pelo Evangelho. Após muitos milagres e conversas de Jesus o povo já tinha uma pré-visão de quem ele poderia ser. Todavia, eram várias as opiniões e muitas divergências. Por isso, temos o questionamento de Jesus aos discípulos: "Quem dizem os homens que é o Filho do homem."

As respostas foram diversas. Desde os profetas passados Elias e Jeremias até o mais recente João Batista. O que podemos observar é que o povo não tinha claramente a ideia de quem era Jesus. Entretanto, no contexto da época era muito forte a esperança de um salvador.

Os discípulos não tinham dúvida de quem era Jesus. Por isso, Simão, em nome de todos irá dizer: "tu és o Cristo, o filho do Deus vivo". Geralmente Pedro é o porta-voz dos discípulos.

Mateus quer deixar bem claro, nesta passagem, que Jesus era o Filho de Deus. Mateus mostra que Pedro é o iluminado. Todavia, esses fatos não irão impedir Pedro de negar Jesus, mais tarde.

Pedro afirma quem era Jesus. Jesus, por sua vez, afirma quem seria Pedro. Pedro seria a pedra sobre a qual a Igreja seria edificada. Por isso Pedro, até então Simão, passa a ter o "apelido" de pedra. "Kefas", em hebraico quer dizer pedra ou rocha. A palavra pedra, feminino, não seria apropriada para o "apelido" de Simão. Por isso foi mudada para Petrós, Petrús, Pedro.

Quando Jesus quer edificar a Igreja, ele quer reunir o povo de Deus. Essa comunidade é formada por todos aqueles que querem seguir a Jesus. Você e eu fazemos parte desta comunidade edificada.

 VIVENDO O EVANGELHO

 Celebramos hoje a festa de são Pedro e São Paulo. Esses dois homens são a coluna de nossa Igreja. Eles foram homens que amaram Jesus até o fim. Amaram mais do que podiam. O próprio Evangelho nos revela a importância da figura de Pedro.

São Paulo é o nosso grande missionário. Paulo era possuidor de uma boa base educacional. Conhecia de forma espetacular a religião judaica e as religiões gregas. Além disso, era cidadão romano. Os cidadãos romanos eram bem vistos pelo Império Romano. Todos esses motivos foram de extrema importância para a propagação da Boa Nova.

No anuncio do Evangelho, Paulo, alerta contra os valores e desvalores da cultura de sua época. Ele estava pronto para debater com quem era diferente, era corajoso. Diante de um contexto onde a escravidão era o principal meio de dominação ele mostrou que Cristo veio trazer a liberdade. Uma liberdade plena, total. Em Jesus não há distinção e nem diferença de pessoas. Todos somos iguais.

Devemos ter um amor especial por Cristo e pelo seu Evangelho. Amor ao povo que ainda não teve a experiência de viver em Cristo e por Ele. Devemos sentir o chamado para anunciar a Boa Nova. Mesmo vivendo em uma cultura onde a anuncio do Evangelho se torna cada vez mais audacioso, é sempre possível propagar a proposta de Jesus. As orientações paulinas são necessárias para fortalecer a nossa caminhada em comunidade. Quando nos inspiramos em São Paulo conseguimos testemunhar Jesus Cristo em nossa missão Evangelizadora.

Como Pedro e Paulo, somos convidados a sermos trabalhadores na messe do Senhor. Trabalhar na messe exige atenção. Pois, há muitos lobos que querem devorar o que temos para expor. O mundo precisa de você. Você é muito mais importante do que imagina, por isso a messe quer o seu trabalho.

E mais uma vez e lhe digo. Isso não é coisa do outro mundo. Você pode, você consegue.

 Professor Isaías da Costa    isaiasdacosta@hotmail.com

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Acolher o irmão é acolher Jesus

A primeira leitura deste domingo nos conta a história de uma mulher que acolheu em sua casa um caminhante. Não é dito que a mulher soubesse se tratar de um profeta. Eliseu simplesmente passava por lá. A mulher lhe ofereceu aquilo que tinha: um quarto para descansar e comida para repor as forças. A lei da hospitalidade é uma antiga lei em muitas culturas e também na nossa. É um valor que não devemos perder, mas sim cultivar e reforçar.

As palavras de Jesus no Evangelho nos dão a razão profunda pela qual a hospitalidade converteu-se para o cristão em algo mais do que uma norma, ou uma tradição. Jesus nos diz que receber aquele que está próximo de nós, abrir-lhe a nossa casa e oferecer-lhe a nossa amizade é o mesmo que receber a Ele. Esta é a chave. É o próprio Jesus quem passa em frente da nossa porta e da nossa vida. Jesus é aquele que nos chama e pede abrigo.

No nosso mundo, no entanto, a hospitalidade está sendo perdida. Os outros, os desconhecidos, que são a imensa maioria, nós os vemos, quase de princípio, como uma ameaça para nossa tranquilidade e para a nossa paz. Os jornais estão cheios de notícias de assassinatos, roubos e outras más ações. A televisão, igualmente, nos traz quase diariamente imagens preocupantes. Tudo contribui para criar um ambiente em que desconfiar do desconhecido que está próximo a nós passa a ser algo natural. Valorizamos muito, até mesmo de uma maneira exagerada, nossa segurança, nossa paz e nossas coisas. Acabamos por adquirir armas e alarmes para nos protegermos e cercamos nossas casas com muros. Os países agem da mesma forma. Reforçam suas fronteiras e seus exércitos armam-se até os dentes. Não percebemos que, no fundo, agindo assim, afirmamos com clareza a nossa insegurança, e o que fazemos, de fato, é gerar mais violência. De alguma maneira, nos parecemos com os animais que atacam quando sentem medo.

Jesus nos convida a não vivermos tão dentro de nós mesmos. É isso que Ele deseja dizer quando fala que não devemos "perder a nossa vida". Jesus nos pede que deixemos de olhar para a ponta do nosso nariz, para nossos problemas e estendamos a mão ao nosso vizinho, ainda que ele pense de maneira diversa, seja de outra etnia, língua ou religião. Encontrar-nos-emos com uma pessoa cujos problemas são parecidos com os nossos e descobriremos que juntos podemos ser mais felizes que separados pelas barreiras e pelas armas. E há algo mais. Segundo a nossa fé, sabemos que este que temos na nossa frente, por mais ameaçador que nos pareça, é nosso irmão. É o próprio Cristo. Nós o esperaremos com uma arma na mão?

Estou aberto ao diálogo e ao encontro com os demais? Sinto-me ameaçado por aqueles que pensam e são diferentes de mim? O que Jesus me diz no Evangelho? Que atitudes devo mudar para agir como um cristão?

Victor Hugo Oliveira

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"Quem vos recebe..."

A liturgia de hoje reflete alguns aspectos do discipulado. Discípulo é todo aquele que, pelo batismo, se identifica com Jesus, fez de Jesus a sua referência e o segue. A missão do discípulo é tornar presente na história e no tempo o projeto de salvação que Deus tem para os homens.

A 1ª leitura mostra como todos podem ser discípulos, colaborando na obra da  salvação. (2Rs. 4,8-11.14-16ª)

Um casal sem filhos de Sunam convida com insistência o profeta Eliseu a tomar refeição na casa deles e acabaram preparando-lhe até um quarto para hospedá-lo sempre quando ele passasse por ali. Fizeram isso por reconheceram em Eliseu um "Homem de Deus". E o profeta em recompensa daquela generosa hospitalidade, prometeu-lhes, que apesar da idade avançada, iriam ter um filho, que foi para os pais um  motivo de profunda alegria... Alguns anos depois, esse filho, na ausência do profeta, veio a falecer. Podemos imaginar a profunda dor dos pais. O Profeta se dirige para lá e restitui àquela mãe hospitaleira o filho novamente com vida.

A hospitalidade e a acolhida são uma fonte de Vida e de Bênção. Deus não deixa de recompensar todos aqueles que com ele colaboram.

Como recebemos em nossa casa, em nossas comunidades aqueles que vem em nome de Deus ? Procuramos ver neles um "Homem de Deus", que também precisam de nossa hospitalidade, um lugar em nossa vida, em nosso coração, em nossa amizade?

Na 2ª leitura, Paulo exorta a viver a plenitude do batismo, morrendo para o pecado e vivendo para Deus em Cristo. (Rm. 6,3-4.8-11)

O Evangelho é uma catequese sobre o discipulado (Mt. 10,37-42): é o final do Discurso do envio dos discípulos em "missão". É uma espécie de "manual do missionário cristão", destinado a revitalizar a ação missionária da comunidade.

O Caminho do discípulo é acolher e seguir Cristo no caminho do amor e da entrega.

Na 1ª parte, aparecem as exigências que Jesus propõe para seus seguidores. Exige uma atitude radical. O nosso compromisso para com ele deve estar acima de tudo, mesmo do amor sagrado para com nossos pais.

Para entender melhor, é bom lembrar a situação vivida pelos cristãos da comunidade de Mateus... Para serem fiéis a Cristo, deviam enfrentar perseguições.

Eram expulsos da Sinagoga, ficavam excluídos do povo de Israel e deviam ser repudiados até pelos próprios familiares. Jesus já tinha alertado que o discípulo devia estar disposto a tudo: "Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim..."

Ainda hoje, diante de certas resistências, muitas pessoas acham que, para garantir grandes números nas suas atividades, a Igreja deveria facilitar as coisas, e suavizar a radicalidade do evangelho e dos valores de Cristo? E Cristo será que prefere quantidade ou qualidade?

Na 2ª parte Mateus sugere que toda Comunidade deve anunciar Jesus e haverá uma recompensa aos que acolherem os mensageiros do Evangelho: "Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".

"Nem um copo de água fresca dado a um pobre sedento ficará sem recompensa".

Todos os cristãos têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus. E esses "missionários" que testemunham a Boa Nova e que entregam a vida ao serviço do "Reino" devem ser acolhidos com entusiasmo, com generosidade e amor.

Quem são os enviados de Deus, hoje?

Conhecemos muitas pessoas que em nossas comunidades se dedicam com generosidade e gratuidade a serviço dos irmãos, visitando enfermos, no serviço da catequese, da liturgia e outras pastorais.

Essas pessoas generosas também têm família, têm um emprego...

Será que elas se sentem reconhecidas e apoiadas na comunidade ou são injustamente criticadas, vítimas de invejas, de ciúmes, de fofocas?

Conhecemos também padres e irmãs que atuam em nosso meio.

Qual a nossa atitude para com eles? Damos condições para que seu trabalho seja proveitoso? Damos colaboração e ajuda sem interesses particulares, vendo neles, além de suas qualidades e defeitos de toda pessoa, simplesmente um homem de Deus, para ser um instrumento de salvação?

Será que se sentem de fato membros de todas as famílias cristãs ou talvez pessoas estranhas?

A nossa hospitalidade e colaboração não têm sentido quando o fazemos por critérios puramente humanos, ou pior, por  interesse pessoal...

Só tem sentido quando animada por espírito de fé, como o casal da 1a leitura: porque viram no profeta Eliseu um "Homem de Deus..."

Cristo nos garante: "Quem vos recebe, a mim recebe; quem me recebe, recebe o Pai que me enviou".

padre Antônio Geraldo Dalla Costa

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O seguimento de Jesus é exigente

Quem respeita o bispo, trata bem o pároco, apóia o diácono, colabora e se alegra com todos os que exercem alguma função na comunidade não ficará sem a sua recompensa. O seguimento de Jesus é exigente e não é fácil. Os que se dedicam sofrem incompreensões, muitas vezes no seu próprio meio. Daí a palavra de Jesus: "Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta".

A família que acolheu o profeta Eliseu recebeu a graça de um filho muito desejado. Essa atitude de acolhida e compreensão é resultado da vida nova iniciada no nosso batismo. Da mesma forma a coragem de tomar a cruz, deixar tudo e seguir Jesus em seu caminho é também resultado do nosso batismo.

No batismo se descortina o horizonte da eternidade. Num mundo de morte, vemos a ressurreição e tomamos impulso. Não deixamos de forma alguma que as forças da morte nos dominem. Se nos matam, saímos ressuscitados sempre de novo: acolhemos, perdoamos, apoiamos, enfrentamos, controlamos as adversidades. Temos coragem de deixar até os entes queridos por uma causa maior, para a realização do que já vemos no horizonte.

2Rs. 4,8-11.14-16a – O Segundo Livro dos Reis conta que o profeta Eliseu foi muito bem recebido na cidade de Sunam, que ficava no norte, na direção do Monte Carmelo. A família que o recebeu não tinha filhos e fez para ele um quarto onde podia se hospedar em suas viagens por aquela região. Em recompensa por sua hospitalidade, Deus concedeu um filho ao casal.

Sl. 88 (89) – Temos sempre muitas razões para cantar o amor de Deus para conosco. Seu amor é constante e sua fidelidade é firme. Vivemos na alegria, iluminados pela face do Senhor. Ele é o Santo de Israel.

Rm. 6,3-4.8-11 – Quem foi batizado se batizou na morte de Jesus Cristo, ensina São Paulo na Carta aos Romanos. Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou. Assim também nós. Mergulhamos nas águas do batismo como quem desce à sepultura, mas não ficamos lá. Saímos logo, ressuscitados. Lá ficou a velha criatura com o seu pecado. Ressuscitados, iniciamos uma vida nova, diferente da anterior. Morremos para o pecado e estamos vivos para Deus em Cristo. A morte não tem poder sobre Cristo, por isso não terá poder sobre quem está em Cristo.

Mt. 10,37-42 – Amar pai e mãe é um mandamento de Deus, além de ser natural em nossa vida. No entanto, quem descobriu Jesus Cristo de verdade o ama acima de tudo, até dos próprios pais. Isso não significa que deixe de amar os pais. O mesmo vale para os filhos. Podemos deixar pai e mãe, esposo e esposa, irmãos e irmãs, filhos e filhas, e partir por uma causa ampla e abrangente, como seria o amor pela pátria ou pela sobrevivência e liberdade de uma população. Para quem tem fé, a causa de Cristo e de seu Evangelho é maior. Estabelecer o Reino de Deus vem em primeiro lugar.

Quem se entregou a Jesus Cristo toma a sua cruz e o segue corajosamente, sem medo de perder a própria vida. A identificação do discípulo com Cristo leva a crer que tudo o que se faz ao discípulo é feito também ao próprio Senhor. Não ficará sem recompensa quem acolher e tratar bem um discípulo de Jesus, militante do Reino.

cônego Celso Pedro da Silva

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O amor a Jesus deve ser prioritário

Mateus, no capítulo 10 de seu evangelho, reúne ditos e sentenças esparsas de Jesus que orientam as comunidades em sua ação missionária, em suas varias situações. O capítulo inicia-se com o chamado dos doze apóstolos por Jesus, seguindo-se as instruções sobre a ação missionária, e termina com a advertência sobre a renúncia aos interesses do mundo e o encontro de sua vida em Deus. Jesus trouxe a paz a seus discípulos, porém os poderosos da terra não a aceitaram, respondendo com a violência. Com um versículo isolado do profeta Miquéias (Mi 7,6), Mateus aponta rejeições dentro da própria família (Mt 10,35-36). A seguir vem o acento sobre a adesão a Jesus acima de qualquer outro vínculo, seja o familiar, sejam os vínculos com o mundo, com seus critérios de segurança e sucesso. Finalmente a característica da missão: o discípulo que anuncia todas estas coisas é o próprio Jesus presente no mundo. O amor a Jesus deve estar acima do amor à família. Os laços familiares representam os vínculos mais fortes do amor-fidelidade. O amor a Jesus deve ser prioritário em relação a estes laços familiares. Ele não vem abolir o afeto familiar. Contudo vem libertar dos laços familiares tradicionais, que refletem mais os interesses terrenos do que o projeto de Deus, pela comunicação do amor divino abrangente, alem dos limitados laços consanguíneos. O seguimento de Jesus supõe um compromisso destemido, na libertação dos vínculos com o mundo submisso aos poderosos. Tomar sua cruz significa o testemunho de amor e libertação que não se intimidará mesmo diante das ameaças de morte da parte dos poderosos que oprimem e exploram o povo. A cruz é o suplício mortífero que o império romano aplicava com frequência àqueles que eram tidos como ameaça à sua estabilidade e à sua "paz". O próprio Cícero, orador, filósofo, e escritor romano, referia-se à cruz como um "crudelíssimo suplício".

Esta opção de seguimento de Jesus é "perder a vida" neste mundo, para inseri-la na eternidade, vivendo para Deus (primeira leitura). O caminho contrário é o daquele que encontra sua vida correndo atrás do status social, do sucesso e da segurança do dinheiro, perdendo sua vida de comunhão com Deus. Na fala de Jesus, as três referências ao "receber" referem-se à ação missionária. "Quem vos recebe..." é dirigida ao próprio missionário que deve ir consciente de que representa o próprio Jesus que o envia. "Quem receber..." um profeta ou um justo, ou um pequeno, são dirigidas às comunidades destinatárias. Devem acolher com confiança ao missionário que vai como profeta ou justo/fiel ao seu compromisso. A primeira leitura, em estilo bem semítico, narra como uma senhora rica acolheu Eliseu e foi gratificada com a promessa de gerar um filho. A conversão ao Reino de Deus supõe profundas mudanças de valores e costumes tradicionais que se estratificaram culturalmente e que fazem o perfil de uma sociedade comprometida com o sucesso pessoal e com a ânsia do enriquecimento.

José Raimundo Oliva

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É preciso saber renunciar ao conforto

Nós que crescemos na escola de Jesus vamos nos acostumando cada vez mais a ter os critérios que Ele nos ensinou, bem diferentes dos critérios do mundo. Aprendemos, por exemplo, que é preciso amar mais a Cristo do que aos próprios pais, pois Ele está acima de qualquer amor terreno, por nobre e digno que seja. Foi o que fez - se quisermos lembrar um santo do calendário destes dias - o jovem príncipe da família dos marqueses Gonzaga, de Castiglione, que deixou os pais, o castelo, a herança e o título de nobreza, para se fazer religioso da companhia de Jesus: são Luís Gonzaga.

Aprendemos que é preciso saber renunciar ao conforto, para buscar os bens maiores do espírito, para socorrer os que precisam de ajuda, para realizar o grande programa de Jesus: Não vim para ser servido, mas para servir (cf. Mt. 20,28). Vivemos num mundo em que a preocupação dominante é o bem-estar, o conforto, o desfrutar todas as regalias que o progresso nos oferece, e ninguém se sacrificar pelo bem-estar dos outros.

E aprendemos principalmente que para alguém seguir a Jesus, isto é, para ser seu discípulo de verdade, é preciso estar disposto a carregar a cruz: "Aquele que não toma sua cruz e não me segue, não é digno de mim" (Ibid. 10,38). Não sei se todos percebem que essa expressão "carregar a cruz" se tornou proverbial desde quando Jesus a usou, tomando como ponto de referência sua própria condenação à morte de cruz. A expressão não vem do Antigo Testamento, porque nem existia no povo hebreu o suplício da cruz. Foram os romanos que lá introduziram esse terrível gênero de morte, ao qual foi submetido o Divino Salvador, consagrando-o para sempre com seu sangue, e transformando o ignominioso patíbulo em símbolo do triunfo do amor.

Hoje a cruz está em toda parte. Nas igrejas e nos objetos de culto, nas escolas, nos tribunais, em pontos característicos da paisagem das montanhas, e até sobre os túmulos dos cristãos. Muitos a trazem sobre o peito, como sinal de fé, com o risco até de algumas pessoas a transformarem em objeto de vaidade, quando a cruz é de matéria preciosa. Mas não nos preocupemos, nem condenemos. No fundo, a mensagem escondida na pequena jóia um dia há de falar ao coração. Como uma semente que um dia há de germinar.

A cruz que todos temos de carregar no caminho de nossa vida, como Cristo carregou a sua no caminho do Calvário, pode ser das mais variadas formas. Será uma enfermidade, será um contratempo em nossos planos, será uma companhia desagradável que temos às vezes de suportar. Será o peso do próprio trabalho em casa ou fora de casa. O cuidado de uma mãe de família cuidando de seu lar, o de uma enfermeira cuidando de seus doentes; de um operário da indústria, da lavoura, ou dos mil serviços exigidos pelo bem da comunidade; de um mestre empenhado na séria tarefa de ensinar a uma classe de jovens. E se poderia falar do trabalho de dirigir uma empresa ou um setor do governo. Em tudo há sempre uma cruz que será preciso suportar. E eu preferiria substituir essa palavra "suportar" pela palavra "abraçar". E preciso abraçara cruz. E tomá-la em nossos braços com a mesma disposição de amor com que Cristo tomou a sua para a salvação do mundo. E podemos ter certeza de que a cruz se nos tornará mais leve, se a soubermos carregar, não arrastando pesadamente entre reclamações e maldições, mas sabendo fazer dela uma oferenda generosa de nossas forças para o bem da comunidade. Seria muito melhor o mundo, se houvesse menos gente reclamando da sorte, e mais corações abertos para a grandeza do sacrifício.

Uma graciosa lenda conta que, ao se instalar em Roma a violenta perseguição de Nero contra os cristãos, o apóstolo Pedro, que era o chefe da nascente comunidade, teve medo. E decidiu fugir de Roma. E já ia numa boa altura da via Ápia, quando lhe apareceu o próprio Cristo, caminhando no sentido da cidade. Pedro, entre alegre e perplexo, perguntou: "Quo vadis, Domine?" "Para onde vais, Senhor?"

Jesus respondeu: "Vou para Roma, para ser de novo crucificado por ti."

Pedro, humilhado e envergonhado, tomou o caminho de volta para a cidade eterna, onde morreu mártir de Cristo.

Uma pequenina igreja à beira da via Ápia perpetua a lembrança da lenda. E o romancista polonês Henrique Sienkiewicz construiu sobre ela seu belo romance "Quo vadis?" Talvez a lição da lenda possa valer para todos os cristãos!

 

Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim

O grande discurso missionário de Mateus termina com as palavras do texto de hoje. De novo, deve ser colocado dentro do contexto sócio-histórico da comunidade de Mateus. Mais uma vez o autor enfrenta o problema de uma comunidade em situação de conflito e perseguição. E o pior, este conflito e a perseguição aconteciam também dentro do seio das famílias, onde alguns membros aderiam à comunidade cristã e outros não. De novo Mateus liga a perseguição à mística do seguimento de Jesus quando em v. 34: ele diz: Não pensem que vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada. Aqui retoma a imagem da Palavra de Deus como espada de dois gumes, que exige opções concretas, muitas vezes com conseqüências dolorosas.

O seguimento de Jesus exige freqüentemente decisões duras e nada pode ser mais importante do que o Reino. Por isso, Mateus diz que nem o amor ao pai ou à mãe pode ter mais importância do que o amor a Jesus (Mateus suaviza a frase de Lucas 12,26, que diz que quem não odeia seu próprio pai, mãe, mulher, filhos, irmãs e até a própria vida não pode ser meu discípulo. Na língua aramaica, pobre em vocábulos, a frase de Lucas quer dizer de uma maneira coloquial o que Mateus expressa como amar mais. Não é odiar conforme se entende a palavra em português).

A vivência dessas opções é, na prática, o que significa tomar a sua cruz. Tomar a cruz não é sofrer por sofrer. É a conseqüência da coerência com a opção por Jesus. Mas, não é para nos assustarmos, pois temos a garantia que a busca de coerência com essas opções nos darão como herança encontrar a vida - a verdadeira vida em Deus.

O discipulado não é somente dureza. Teremos muitas oportunidades de experimentarmos as suas recompensas - de sermos acolhidos exatamente por causa dEle (o sentido da copa de água). Quantas vezes a pregação da cruz tem trazido conotações negativas, como se seguir Jesus fosse um sofrimento sem fim. Pelo contrário, exige dedicação, sacrifício e desprendimento - que acarreta também sofrimento mas, as suas alegrias são muito maiores.

O seguimento de Jesus deve ser uma alegria - não somente um obedecer de leis, a prática de uma moral ou ética, um acreditar em dogmas, que muitas vezes parecem ter pouca coisa a ver com as nossas vidas! É uma experiência de seguir as pegadas do mestre, de ser colaborador(a) na sua missão, de sentirmo-nos realizados como pessoas e cristãos por termos procurado colaborar na construção do Reino, com todas as nossas limitações e erros. É um privilégio e não um peso!

padre Lucas de Paula Almeida, CM

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Seguir Jesus

Nas leituras deste 13º domingo do tempo comum, cruzam-se vários temas. No geral, os três textos que nos são propostos apresentam uma reflexão sobre alguns aspectos do discipulado. Fundamentalmente, diz-se quem é o discípulo (é todo aquele que, pelo batismo, se identifica com Jesus, faz de Jesus a sua referência e O segue) e define-se a missão do discípulo (tornar presente na história e no tempo o projeto de salvação que Deus tem para os homens).

O Evangelho é uma catequese sobre o discipulado, com vários passos. Num primeiro passo, define o caminho do discípulo: o discípulo tem de ser capaz de fazer de Jesus a sua opção fundamental e seguir o seu mestre no caminho do amor e da entrega da vida. Num segundo passo, sugere que toda a comunidade é chamada a dar testemunho da Boa Nova de Jesus. No terceiro passo, promete uma recompensa àqueles que acolherem, com generosidade e amor, os missionários do "Reino".

Na primeira leitura mostra-se como todos podem colaborar na realização do projeto salvador de Deus. De uma forma directa (Eliseu) ou de uma forma indireta (a mulher sunamita), todos têm um papel a desempenhar para que Deus se torne presente no mundo e interpele os homens.

A segunda leitura recorda que o cristão é alguém que, pelo batismo, se identificou com Jesus. A partir daí, o cristão deve seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida e renunciar definitivamente ao pecado.

1ª leitura – 2Re 4,8-11.14-16ª - AMBIENTE

Após a morte de Salomão (932 a.C.), o Povo de Deus dividiu-se em dois reinos: Israel, a norte, e Judá, a sul. Os dois reinos viveram, a partir daqui, histórias separadas e, quase sempre, antagônicas.

O nosso texto situa-nos no reino de Israel, em meados do séc. IX a.C., durante o reinado de Jorão (853-842 a.C.). As relações econômicas, políticas e culturais que Israel insiste em estabelecer com outros países da zona tornam-no vulnerável às influências religiosas estrangeiras e favorecem a entrada no país de cultos diversos. É, portanto, uma época de sincretismo e de confusão religiosa.

Eliseu é um profeta, discípulo de Elias (cf. 1Re 19,16b.19-21) que, continuando a obra do mestre, luta contra o sincretismo religioso e procura trazer de novo os israelitas aos caminhos da fidelidade à aliança. Faz parte, segundo parece, de uma comunidade de "filhos de profetas" (cf. 2Re 2,3; 4,1), isto é, de seguidores incondicionais de Jahwéh, que vivem na absoluta fidelidade aos mandamentos de Deus e não se deixam contaminar pelos valores religiosos estrangeiros. Estes "filhos de profetas" vivem pobremente (cf. 2Re 4,1-7) e são regularmente consultados pelo Povo, que neles busca apoio face aos abusos dos poderosos.

Eliseu é chamado, com muita frequência (29 vezes), o "homem de Deus". O título designa um homem que é intérprete da Palavra de Jahwéh junto dos outros homens; mas a Palavra que o "homem de Deus" transmite é, sobretudo, uma Palavra poderosa, que opera maravilhas e que tem a capacidade de transformar a realidade. Os "milagres" atribuídos a Eliseu (o grande "milagreiro" do Antigo Testamento") são a expressão viva da força de Deus, que através do profeta intervém na história e salva os pobres.

Este episódio situa-nos em Sunam, uma pequena cidade situada no sul da Galileia, não longe de Meggido, à entrada da planície de Yezre'el, em casa de uma mulher rica e sem filhos. A história da sunamita tem duas partes distintas: a descrição da hospitalidade que a mulher oferece ao profeta e que é recompensada por este com o anúncio do nascimento de um filho (cf. 2Re 4,8-17) e a repentina doença e morte desse filho, que exigirá uma nova intervenção do profeta no sentido de devolver a vida ao menino (cf. 2Re 8,18-37). A nossa leitura apresenta-nos apenas a primeira parte.

MENSAGEM

O episódio que a leitura nos relata descreve, portanto, a generosa hospitalidade que Eliseu encontra em casa desta mulher sunamita. A mulher não se limita a oferecer a Eliseu uma refeição, sempre que este passava por Sunam, nas suas idas e vindas ao monte Carmelo; mas manda construir, expressamente para o profeta, um quarto no terraço da sua casa e mobila-o adequadamente.

O gesto da mulher não é apenas o levar até às últimas consequências o sagrado "sacramento da hospitalidade", tão importante para os povos do Crescente Fértil… Mas é ainda mais: é o reconhecimento de que Eliseu é um "homem de Deus", através de quem Deus age no mundo. Ajudando Eliseu, a mulher mostra a sua adesão a Jahwéh e manifesta a sua disponibilidade para colaborar com Deus no projeto de salvação que Deus tem para o mundo e para os homens.

Em resposta à generosidade da mulher, Eliseu anuncia-lhe o nascimento de um filho. A promessa tem um valor especial, dada a quase impossibilidade de ter filhos que pesa sobre o casal, devido à avançada idade do marido.

A história procura ensinar que colaborar com Deus na realização do plano de salvação/libertação que ele tem para os homens é uma fonte de vida e de bênção. Deus não deixa de recompensar todos aqueles que com ele colaboram.

ATUALIZAÇÃO

• Antes de mais, o texto sugere que o projeto de salvação que Deus tem para os homens e para o mundo envolve toda a gente e é uma responsabilidade que a todos compromete. Uns são chamados a estar mais na "linha da frente" e a desenvolver uma ação mais exclusiva e mais exposta; outros são chamados a desenvolver uma ação menos exclusiva e mais discreta, mas nem por isso menos importante. Mas uns e outros têm de sentir a responsabilidade de colaborar com Deus. Estou consciente disso? Empenho-me verdadeiramente em descobrir o papel que Deus me confia no seu projeto e em cumpri-lo com generosidade?

• Numa altura em que a Europa se tornou uma espécie de condomínio fechado, do qual é excluída essa imensa multidão de pobres sem futuro e sem esperança, que mendigam a possibilidade de construir um futuro sem miséria, este episódio convida-nos a refletir sobre o sentido da hospitalidade e do acolhimento. É evidente para todos que não temos os recursos suficientes para acolher, de forma indiscriminada, todos aqueles que batem à nossa porta; mas a política que o nosso mundo segue em relação aos imigrantes não esconderá também uma boa dose de egoísmo e de falta de vontade de partilhar? Como nos situamos face a isto?

• A nossa leitura deixa também claro que o dar não nos despoja, nem nos faz perder seja o que for. O dar é sempre uma fonte de vida e de bênção. A dádiva não deve, no entanto, ser interesseira, mas desinteressada e gratuita.

• Há pessoas que são chamadas por Deus a deixar a terra, a família, os pontos de referência culturais e sociais, a fim de dedicar a sua vida ao anúncio da Palavra. Não são super-homens ou super-mulheres, mas são homens e mulheres como quaisquer outros, com as mesmas necessidades de afeto, de apoio, de solidariedade, de compreensão. É nossa responsabilidade ajudá-los, não apenas com meios materiais, mas também com compreensão, com solidariedade, com amor.

2ª leitura – Rm. 6,3-4. 8-11 - AMBIENTE

Continuamos a explorar essa carta aos romanos, na qual Paulo propõe a todos os crentes – judeus e não judeus – o essencial da mensagem cristã… Fundamentalmente, Paulo está interessado em sugerir aos crentes (divididos pela discussão acerca do caminho mais correto para "conquistar" a salvação) que a salvação é sempre um dom de Deus e não uma conquista do homem. Apesar do pecado dos homens (cf. Rm. 1,18-3,20), Deus a todos justifica e salva de forma gratuita e incondicional (cf. Rm. 3,1-5,11). Essa salvação é oferecida aos homens através de Jesus Cristo.

O texto que nos é proposto faz parte desse bloco em que Paulo descreve como é que a vida de Deus se comunica aos homens através de Jesus Cristo (cf. Rm. 5,12-8,39). De acordo com a perspectiva de Paulo, Cristo – ao contrário de Adão, o homem do orgulho e da auto-suficiência – escolheu viver na obediência a Deus e aos seus planos; e foi a obediência de Cristo – isto é, o seu cumprimento incondicional da vontade do Pai – que fez chegar a todos os homens a graça da salvação (cf. Rm. 5,12-20).

Isso significará, então, que pecar ou não pecar é indiferente, pois a obediência de Cristo a todos salva, de forma incondicional? O cristão pode pecar tranquilamente (cf. Rm. 6,1-2), porque a graça da salvação oferecida por Cristo irá sempre derramar-se sobre o pecador?

MENSAGEM

Ao ser batizado (isto é, ao aderir a Cristo e ao aceitar a oferta de salvação que Cristo faz), o cristão renuncia ao egoísmo e ao pecado, a fim de viver numa dinâmica de vida nova. O pecado passa a ser algo absolutamente incoerente e absurdo pois, pelo batismo, o cristão enxertou-se em Cristo, isto é, passou a receber de Cristo a vida que o anima e alimenta.

Como é que foi a vida que Cristo viveu? A vida de Cristo foi marcada pelo egoísmo, pelo orgulho, pela auto-suficiência? Não. A vida de Cristo foi vivida no amor, na partilha, no dom total de si a Deus e aos homens. Cristo "matou" o pecado, ao viver uma vida segundo Deus. A cruz, sobretudo como expressão última de uma vida totalmente liberta do egoísmo e feita dom radical, é o "golpe final" no pecado (que é egoísmo, que é auto-suficiência, que é fechamento em si próprio). A ressurreição mostra essa vida nova que brota de um "não" decidido ao egoísmo e ao pecado.

Ora os cristãos, pelo batismo, são "enxertados" em Cristo. Quer dizer: entram a fazer parte do Corpo de Cristo e passam a receber de Cristo a vida que os alimenta. Se neles circula a mesma vida de Cristo, o pecado já não tem aí lugar: só tem aí lugar essa vida de dom, de amor, de entrega, de serviço que conduz à ressurreição, à vida definitiva. Ser batizado é "sepultar o pecado" e ressuscitar para uma dinâmica de vida nova, de onde o pecado está – tem de estar – ausente.

ATUALIZAÇÃO

• Nesta leitura sugere-se, antes de mais, que o cristão é aquele que se identifica com Cristo. Enxertado em Cristo pelo batismo, o cristão faz de Cristo a sua referência e segue-O incondicionalmente, renunciando ao pecado e escolhendo o amor e o dom da vida. Ora, todos os discípulos estão conscientes que ser cristão passa por aqui; mas, dia a dia, são desafiados por outras referências, por outros valores, por outros modelos de vida… Qual é o modelo e a referência fundamental à volta da qual a minha vida se ordena e se constrói?

• Em termos concretos, o que é que implica a nossa adesão a Cristo? Paulo responde: significa morrer para o pecado e viver para Deus. O que é que significa "pecar"? Significa fechar-se no próprio egoísmo e recusar Deus e os outros. "Pecar" é recusar a comunhão com Deus e ignorar conscientemente as suas propostas; é recusar fazer da vida um dom, um serviço, uma partilha de amor com os irmãos… Os homens do nosso tempo acham que falar de "pecado" não faz sentido e que o discurso sobre o pecado é um discurso antiquado, repressivo, alienante. No entanto, o "pecado" existe: é o egoísmo que gera injustiça e exploração; é o orgulho que gera conflito e divisão; é a vingança que gera violência e morte. O que se pede ao discípulo de Jesus é que renuncie a esta realidade e oriente a sua vida de acordo com outros critérios – os critérios e os valores de Jesus.

Evangelho – Mt. 10,37-42 - AMBIENTE

O Evangelho deste domingo apresenta-nos a parte final de um discurso atribuído a Jesus e que teria sido pronunciado pouco antes do envio dos discípulos em missão (é chamado, por isso, o "discurso da missão"). Mais do que um discurso histórico, que Jesus pronunciou de uma única vez e num único lugar, é uma catequese que Mateus compôs a partir de diversos materiais (o autor combina aqui relatos de envio, "ditos" de Jesus acerca dos "doze" e várias outras "sentenças" que, originalmente, tinham um outro contexto).

Qual o objetivo de Mateus, ao compor este texto e ao pô-lo na boca de Jesus?

Estamos na década de 80. Mateus escreve para uma comunidade onde a tradição missionária estava bem enraizada (a comunidade cristã de Antioquia da Síria?). No entanto, as condições políticas do final do séc. I (reinado de Domiciano e hostilidade crescente do império em relação ao cristianismo) trazem a comunidade confusa e desorientada. Vale a pena "remar contra a maré"? Não é um risco imprudente continuar a anunciar Jesus? Vale a pena arriscar tudo por causa do Evangelho, quando as condições são tão desfavoráveis?

Mateus compõe então uma espécie de "manual do missionário cristão", destinado a revitalizar a opção missionária da sua comunidade. Nele sugere que a missão dos discípulos é anunciar Jesus e continuar a percorrer o caminho de Jesus – mesmo que esse caminho leve ao dom total da vida. Apresenta, nesse sentido, um conjunto de valores e atitudes que devem orientar a ação dos missionários cristãos.

MENSAGEM

O nosso texto pode dividir-se em duas partes. Na primeira parte (vs. 37-39), Mateus apresenta um conjunto de exigências radicais para quem quer seguir Jesus; na segunda parte (vs. 40-42), Mateus sugere que toda a comunidade deve anunciar Jesus e põe na boca de Jesus o anúncio de uma recompensa, destinada àqueles que acolherem os mensageiros do Evangelho.

O seguimento de Jesus não é um caminho fácil e consensual, ladeado por aplausos e encorajamentos. Mas é um caminho radical, que obriga, muitas vezes, a rupturas e a opções exigentes. Quando se trata de escolher entre Jesus e outros valores, qual deve ser a opção do cristão?

Mateus não admite "meias-tintas": a primeira lealdade deve ser sempre com Jesus. Se a alternativa for escolher entre Jesus e a própria família (v. 37), a escolha do discípulo deve recair sempre em Jesus (recorde-se que, então, a família era a estrutura social que dava sentido à vida dos indivíduos; a ruptura com a família era uma medida extrema, que supunha um desenraizamento social quase completo). O discípulo tem necessariamente que cortar relações com a própria família para seguir Jesus? Não. No entanto, não pode deixar que a família ou os afetos o impeçam de responder, com coerência e radicalidade, ao desafio do "Reino".

Se a alternativa for escolher entre Jesus e as próprias seguranças (v. 38), a escolha do discípulo deve ser tomar a cruz e seguir Jesus (o fazer da vida um dom total a Deus e aos homens, significa o rompimento com todos os esquemas que, na perspectiva dos homens, dão comodidade, bem estar, realização, felicidade, êxito).

De resto, escolher Jesus e segui-l'O até à cruz não é um caminho de fracasso e de morte, mas é um caminho de vida. Na verdade, quando o homem está muito preocupado em proteger os seus esquemas de seguranças humanas e se fecha no seu egoísmo e na sua auto-suficiência, acaba por perder a vida verdadeira; mas, quando o homem aceita viver na obediência aos projetos de Deus e fazer da sua vida um dom de amor aos irmãos, encontra a vida definitiva (v. 39).

Na segunda parte do nosso texto, Mateus refere-se à recompensa destinada àqueles que acolhem os mensageiros da Boa Nova de Jesus.

Mateus refere-se a quatro grupos de pessoas, que integram a comunidade cristã e que têm a responsabilidade do testemunho: os apóstolos (v. 40), os profetas (v. 41a), os justos (v. 41b) e os pequenos (v. 42). Todos eles têm por missão anunciar a Boa Nova de Jesus. Os apóstolos – os que acompanharam sempre Jesus – são as testemunhas primordiais de Jesus, pois diz-se deles que quem os recebe, recebe Jesus. Os profetas são aqueles pregadores itinerantes que, em nome de Deus, interpelam a comunidade e que a ajudam a ser coerente com os valores do Evangelho. Os justos são provavelmente os cristãos procedentes do judaísmo, que procuram viver, no seio da comunidade cristã, em coerência com a Lei de Moisés. Os pequenos são os discípulos que ainda não integram de forma plena a comunidade, pois estão em processo de amadurecimento da sua opção (podiam ser os catecúmenos que estão a descobrir a fé, à espera do compromisso pleno com Cristo e com a Boa Nova). De qualquer forma, todos estes grupos que formam a comunidade cristã, têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus.

A questão é fundamentalmente esta: a tarefa de anunciar o Evangelho pertence a todos os membros da comunidade cristã; e esses "missionários" que testemunham a Boa Nova e que entregam a vida ao serviço do "Reino" devem ser acolhidos com entusiasmo, com generosidade e amor.

ATUALIZAÇÃO

• Jesus não é um demagogo que faz promessas fáceis e cuja preocupação é juntar adeptos ou atrair multidões a qualquer preço. Ele veio ao nosso encontro com uma proposta de salvação e de vida plena; no entanto, essa proposta implica uma adesão séria, exigente, radical, sem "paninhos quentes" ou "meias tintas". O caminho que Jesus propõe não é um caminho de "massas", mas um caminho de "discípulos": implica uma adesão incondicional ao "Reino", à sua dinâmica, à sua lógica; e isso não é para todos, mas apenas para os discípulos que fazem, séria e conscientemente, essa opção. Como é que eu me situo face a isto? O projeto de Jesus é, para mim, uma opção radical, que eu abracei com convicção, a tempo inteiro e a "fundo perdido", ou é um projeto em que eu "vou estando", sem grande esforço ou compromisso, por inércia, por comodismo, por tradição?

• Dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta aos discípulos, sobressai a exigência de preferir Jesus à própria família. Isso não significa, evidentemente, que devamos rejeitar os laços que nos unem àqueles que amamos… No entanto, significa que os laços afetivos, por mais sagrados que sejam, não devem afastar-nos dos valores do "Reino"? As pessoas têm mais importância, para mim, do que o "Reino"? Já me aconteceu renunciar aos valores de Jesus por causa de alguém?

• Outra exigência que Jesus faz aos discípulos é a renúncia à própria vida e o tomar a cruz do amor, do serviço, do dom da vida. O que é mais importante para mim: os meus interesses, os meus valores egoístas, ou o serviço dos irmãos e o dom da vida?

• A forma exigente como Jesus põe a questão da adesão ao "Reino" e à sua dinâmica, faz-nos pensar na nossa pastoral – vocacionada para ser uma pastoral de "massas" – e na tentação que sentem os agentes da pastoral no sentido de facilitar as coisas, de não ser exigentes… Às vezes, interessa mais que as estatísticas da paróquia apresentem um grande número de batizados, de casamentos, de crismas, de comunhões, do que propor, com exigência, a radicalidade do Evangelho e dos valores de Jesus… O caminho cristão é um caminho de facilidade, onde cabe tudo, ou é um caminho verdadeiramente exigente, onde só cabem aqueles que aceitam a radicalidade de Jesus? A nossa pastoral deve facilitar tudo, ou ir pelo caminho da exigência?

• Às vezes, as pessoas procuram os ritos cristãos por tradição, por influências do meio social ou familiar, porque "a cerimônia religiosa fica bonita nas fotografias…". Sem recusarmos nada devemos, contudo, fazê-las perceber que a opção pelo batismo ou pelo casamento religioso é uma opção séria e exigente, que só faz sentido no quadro de um compromisso com o "Reino" e com a proposta de Jesus.

• Integrar a comunidade cristã é assumir o imperativo do testemunho. Sinto verdadeiramente que isso é algo que me diz respeito – seja qual for o lugar que eu ocupo na organização da comunidade?

• Como é que, na minha comunidade, são vistos aqueles que se dão, de forma mais plena e mais total, ao anúncio do Evangelho: são reconhecidos e apoiados, ou são injustamente criticados e vítimas de maledicência, de invejas e de ciúmes?

P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho

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O seguimento de Jesus

O evangelho deste domingo é ainda do capítulo décimo de Mateus, sobre a missão. Somos Igreja, somos enviados de Jesus. Pois, qual é o núcleo de nossa identidade? Qual a inspiração, o regulador dos nossos procedimentos e do nosso modo de pensar? Somente pode ser um, caríssimos: Jesus Cristo, nosso Senhor! É por ele e nele que somos o que somos; é a ele a nossa adesão absoluta, incondicional e inquestionável. Estejamos atentos, nós, Igreja no mundo e enviada ao mundo – seja em casa, no trabalho, na escola, nos negócios – estejamos atentos ao que o Senhor diz: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la!" Eis o critério, o plano da ação missionária da Igreja, do nosso diálogo com o mundo: não ter medo de anunciar Jesus e suas exigências, não barganhar para parecermos atuais ou simpáticos! Espírito de serviço ao mundo, sim; respeito, sim; abertura de coração, sim! Deturpação do Evangelho, não; acomodação e negociação com as exigências do Senhor, jamais! Uma Igreja que não esteja disposta a perder prestígio por causa de Cristo, não seria digna dele! Uma Igreja que capitulasse diante do mundo para parecer atual perderia sua vida – pois sua vida é Cristo! Eis, portanto, a condição para que a relação da Igreja com o mundo seja fiel ao pensamento do Senhor: absolutizar Jesus na nossa vida, fazer dele o critério da nossa existência, viver sem reservas e apresentar sem medo a sua Verdade!

Esta atitude que o Senhor espera de nós, caríssimos, não se fundamenta simplesmente num sentimento de afeto que nós tenhamos em relação a ele. Não! Nossa relação com Jesus Cristo é muito mais profunda, muito mais abrangente: nós recebemos a vida do Senhor, nós vivemos, já agora, neste mundo, sua nova vida, que nos foi dada realmente no sacramento! Escutemos o Apóstolo: "Irmãos, será que ignorais que todos nós batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo na sua morte, fomos ressuscitados com ele, para que como Cristo ressuscitou dos mortos, assim também nós levemos uma vida nova! Considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo". Eis: porque somos realmente criaturas novas, renascidos pelo Batismo no Espírito de Cristo; porque somos os ramos que vivem da seiva da videira, que é Cristo, devemos exprimir essa realidade em nossa vida e no nosso testemunho de Cristo diante do mundo. É esta a realidade que nos envia ao mundo, mas também nos torna diferentes do mundo e dele nos separa! É uma triste ilusão pensar que poderíamos servir ao mundo apoiando suas manhas, seus egoísmos, seu pecado... A graça de viver em Cristo, recebida no Batismo e alimentada na Eucaristia, deve fazer que sejamos realmente testemunhas do Senhor nosso sem medo e sem máscaras!

É esta realidade tão maravilhosa e tão grande que nos faz vigários de Cristo, seus representantes ante o mundo: "Quem vos recebe, a mim recebe; quem der um copo de água fresca a um desses pequeninos por ser meu discípulo não perderá a sua recompensa". Eis! O Senhor não espera que o mundo nos dê um copo d'água ou nos receba porque dizemos e defendemos o que ele deseja. Cristo espera que o mundo nos respeite e acolha porque somos dele, porque o testemunhamos por inteiro, sem medo, sem máscaras, sem covardia! É esta a condição para que a aceitação do mundo em relação a nós não seja sinal da nossa infidelidade e da nossa rendição! Recordermos, nesse sentido, a encantadora primeira leitura deste hoje: a mulher sunamita que acolhe Eliseu não porque ele é simpático ou lhe diz o que ela gostaria, mas porque é um homem de Deus! Como é bonita esta leitura: ele um homem de Deus; ela, uma mulher sensível às coisas de Deus, prepara-lhe um quartinho tão simples, mas cheio de amor e respeito; ele, agradecido dá-lhe um presente, a ela, que não esperava nada em troca de sua atenção! Ah, irmãos! Eis a dinâmica do amor: amor que suscita amor; amor que suscita vida; vida que é sinal da presença de Deus! A Igreja somente será sinal desse amor de Deus presente no mundo se ao tiver medo de colocar o Cristo lá no alto do seu estandarte, apresentando-o a todos, sem exceção, como seu Esposo, seu Senhor, sua Esperança, seu Salvador!

Não queremos nos enganar, pensando servir ao mundo aprovando o que Cristo reprova; não queremos ser infiéis, calando por medo de desagradar ao mundo o que Cristo nos mandou proclamar! Lembrem: somos todos testemunhas, somos todos enviados! Se formos infiéis, se nos vendermos para conquistar aplauso fácil, se calarmos, então já não serviríamos para mais nada e terminaríamos sozinhos, pois ninguém mais acreditaria em nós! Sirva-nos, para finalizar, as palavras do Salmista hoje: "Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face: exultará de alegria em vosso nome dia a dia!" – Sejamos esse povo santo que caminha à luz da face de Deus que resplandece e resplandecerá para sempre na face do Cristo ressuscitado.

dom Henrique Soares da Costa

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Regras de ouro para o discipulado

 

A liturgia deste domingo começa com um relato encantador!  Uma senhora hospedava em sua casa Eliseu, o profeta. Ali o profeta fazia suas refeições. A mulher admirava tanto o profeta que disse ao marido: "Tenho observado que este homem, que tantas vezes passa por nossa casa, é um santo homem de Deus. Façamos para ele, no terraço, um pequeno quarto de alvenaria onde colocaremos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro. Assim, quando ele vier à nossa casa, poderá acomodar-se ai". Que cena delicada de corações hospitaleiros. E como recompensa aquela mulher que não tinha filhos pela intercessão de Eliseu  veio a "ter um filho nos braços".

A temática da hospitalidade aparece também no texto do evangelho de  Mateus hoje proclamado: "Quem vos recebe a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta....". Por detrás dos  hóspedes se escondem enviados de Deus, como que anjos do Senhor.  Um copo de água fria dado a um sedento peregrino terá sua recompensa nos céus...

O texto de Mateus tem ainda outras regras para o seguimento do Mestre. Os discípulos de Jesus não podem amar nada e ninguém mais do que o Mestre. Este reclama dedicação exclusiva e total. É um Mestre exigente.

Os que amam  prioritariamente pai e mãe não podem ser discípulos. Os que colocam os filhos acima de tudo não podem ser dignos discípulos.

Será necessário tomar a cruz... Tema duro e luminoso. Os que abraçam a cruz chegam à luz. Paulo aos Romanos,  texto lido como segunda leitura, lembra a graça do batismo: "Na Epístola aos Romanos, Paulo não descreve apenas um rito sacramental: o gesto do rito é sinal e iniciação a um estado de vida batismal.  O cristão prolonga, em cada momento de sua vida, o significado e a realidade do batismo, no dinamismo pascal da morte e ressurreição. A cada momento ele, ele morre ao pecado, ao egoísmo, à carne, ao homem velho,  e ressurge para a vida nova de amor e de graça e para o Espírito, para o homem novo" (Missal dominical da Paulus, p. 730).

"Tomar a cruz, desapegar-se às vezes dolorosamente, perder a própria vida são sinônimos de morte ao pecado e de abertura aos apelos da graça. O cristianismo "pascal" não é sinônimo de  facilidade e fuga ao sofrimento. O esplendor da manhã de Páscoa é sempre precedido pelas trevas da sexta-feira santa... Para seguir Jesus é necessário passar inevitavelmente pelo caminho estreito. Mas só percorrendo esse caminho é que se chega à vida, como só quem tiver perdido a vida por Cristo a encontrará" (Idem, ibidem).

frei Almir Ribeiro Guimaeães

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Acolher um profeta

O tema principal de hoje, presente na 1ª leitura e no evangelho, é o tema do acolhimento do profeta e sua recompensa.

Como exemplo nos é narrada a história da mulher sunamita, que preparou um quarto para hospedar o profeta Eliseu, cada vez que estivesse de passagem. Com as mesmas palavras dos hóspedes de Abraão (Gn. 18,14 – também uma narração sobre a hospitalidade), Eliseu lhe diz: "Por este tempo, daqui um ano, terás um filho" (2Rs. 4,16). Duas coisas altamente estimadas no Oriente: hospitalidade e ter um filho.

Também o N.T. valoriza a hospitalidade para com o profeta. Porém, o caso apresenta-se de modo bem diferente. Eliseu era visivelmente um profeta, um "homem de Deus", com uma turma de discípulos. Os profetas do N.T., os missionários cristãos, são gente simples, os "pequenos", que deixaram tudo e que já não têm lugar na sociedade (Mt. 10,37-39). Impulsionados pela urgência de levar o evangelho a todas as nações (Mt. 28, 16-20), antes que venha o Filho do Homem (Mt. 10,23), percorrem campos e cidades, vivendo em extrema pobreza, como foram depois os primeiros franciscanos. Ora, se já não era fácil para a sunamita acolher um profeta "institucional" de Israel, tanto mais difícil era para o povo do tempo de Jesus acolher esses estropiados missionários errantes que eram os profetas cristãos. Entre eles e seu Mestre existe tal semelhança - inclusive, no sofrimento - que Jesus se identifica com eles: "Quem vos recebe, a mim recebe ... e àquele que me enviou". Ora, por isso mesmo, grande é a recompensa: a recompensa de ter recebido um profeta (cf. a sunamita), de ter recebido um justo... Nem mesmo um copo d'água oferecido com este espírito ficará sem recompensa.

Qual será a recompensa não se diz. Mas, olhando para o capo 25 de Mt, notamos que grande é a recompensa por uma boa obra feita ao mais insignificante, mesmo sem saber que se está servindo a Cristo nele: a recompensa é a alegria eterna (Mt. 25,31-46). E aí está uma experiência bem específica, que a comunidade de Mt. legou no seu evangelho: no séquito de Cristo, os profetas e missionários são pequenos, despojados como ele; mas ele se identifica com o homem despojado, pobre, pois esta é a medida de nossa bondade gratuita. O pobre nada pode retribuir. Na atitude adotada face ao pobre (missionário ou não), mostramos a verdadeira generosidade de nosso coração.

O profeta cristão deve ser um "pequenino", alguém que, por seu despojamento, aciona as comportas mais remotas da gratuidade no coração das pessoas. Aí está o segredo de sua missão: ele não vem proclamar belas teorias, mas transformar o coração das pessoas. Para isso, segue o caminho que Jesus mesmo trilhou: tomar-se pobre e escravo, para suscitar no homem uma verdadeira resposta "de graça", que corresponda à graça do Pai. O evangelho não se prega com ostensão e brilho, diz Paulo, mas com loucura e fraqueza aos olhos dos homens (1Cor. 2,1-5). O verdadeiro brilho da verdade (cf. oração do dia) está em nossa fraqueza, quando não mais escurecemos a luz de Deus em nós e, por nossa fraqueza, nos tornamos um convite à generosidade mais profunda do nosso semelhante. Quanta insensatez é pensar que abriremos os corações com grandes organizações, que quase inevitavelmente estragam as pessoas que nelas "funcionam". Melhor é o método dos antigos missionários mendicantes: abriam os corações, não oferecendo, mas pedindo...

A 2ª leitura comenta o mistério da participação no grande "ato de graça" do Cristo, participação que é expressa pelo sinal do batismo: morrer e ressuscitar com ele . Morrer ao pecado, viver a vida nova de Cristo, com Cristo (cf. 8ª leitura da vigília pascal). Viver para Cristo é doar-se na caridade. Morrer ao pecado é extirpar da nossa vida tudo o que for inspirado por vil egoísmo, vontade de poder, opressão dos semelhantes etc. A tarefa não é fácil. Não pensemos que a vida nova cai prontinha do céu. O batismo dá a graça, sim, mas a graça só frutifica por nosso esforço. Devemos até "agir contra" a natureza meio degenerada que nos possui mais do que nós a possuímos. Contudo, não conseguimos isso na base do mero esforço voluntarista, mas somente movidos por um profundo amor a Cristo e àqueles por quem ele empenhou sua vida. A oração final sintetiza o tema da vida nova.

Johan Konings "Liturgia dominical"

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PARA SEGUIR JESUS

Jesus nos fala das exigências necessárias para quem quer segui-lo. São palavras duras, mas Jesus não veio para destruir os laços de família. Veio para dar aos laços familiares um novo sentido, tendo em vista a missão.

Com suas palavras, Jesus quer dizer que, embora amando nossos familiares com todo afeto, a missão está acima desse amor. E, se houver conflito entre a família e a missão, é a missão que deve prevalecer.

O amor de Jesus é exigente. Requer liberdade plena, porque só na liberdade existe amor. O amor de Jesus não é uma doutrina, é uma missão que dá sentido à vida. Jesus exige total desapego, até mesmo dos afetos mais íntimos e mais naturais, tais como o amor pelos pais e pelos filhos.

Seguir a Jesus supõe intimidade e comunhão com ele. Significa carregar a cruz, isto é, os sofrimentos próprios de quem se dispõe a trabalhar na construção do Reino.

Carregar a cruz não deve ser interpretado como uma renúncia ou como morte, mas sim como vida. Carregar a cruz é uma oblação, é a oferta que agrada a Deus e nos realiza plenamente.

A missão do discípulo é levar a paz. Portanto, não pode levar a divisão nas famílias. Ao relatar essas palavras de Jesus, Mateus está se dirigindo às comunidades de seu tempo, que estão vivendo momentos difíceis. 

Porém, convém lembrar que pouco mudou de lá, para cá. Ainda hoje vivemos momentos parecidos. As barreiras são enormes, principalmente com a disseminação da teologia da prosperidade. Na procura de facilidades, poucos procuram a verdadeira felicidade.

Mateus dirige estas palavras para aquele membro da família que se converte ao cristianismo e tem que enfrentar a oposição dos familiares não convertidos. É exatamente aqui que se aplicam as palavras de Jesus, que exige amor maior para com ele. Quem abraça a fé tem que estar disposto a renunciar até a própria vida.

"Quem não toma sua cruz e não me segue, não é digno de mim". A cruz é o símbolo de todos os sofrimentos que recaíram sobre Jesus. A cruz faz parte do dia-a-dia de todos aqueles que se propõem apresentar Jesus. A cruz é uma decorrência da missão, porque a missão prega a verdade que é Deus.

 Em compensação, neste evangelho encontramos promessas extraordinárias: Tudo o que for feito aos enviados de Cristo é como se fosse feito ao próprio Cristo. "Quem vos recebe, a mim recebe. Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa".

Essa recomendação para viver a partilha e o amor, não é dirigida somente para assistentes sociais, sacerdotes ou religiosos. Independente da idade, isso vale para as crianças, idosos, pobres marginalizados e doentes. Acolher a todos, sem distinção são exigências do amor cristão.

Jorge Lorente

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O envio

O texto que nos é proposto é um trecho tirado do discurso feito por Jesus por ocasião do envio em missão dos apóstolos. Divide-se em duas partes que tratam de dois aspectos diferentes da missão.

A primeira parte (vv. 37-39) apresenta as exigências que Jesus propõe para quem quer segui-lo. Observe-se a dureza da linguagem usada nestes versículos. Jesus, em primeiro lugar, exige renúncias de uma radicalidade inaudita e, como se isso não fosse suficiente, conclui cada exigência com um estribilho: "não é digno de mim!".

Daquele que pretende ser seu seguidor, Ele exige o desapego até dos afetos mais íntimos e mais naturais, quais sejam o amor pelos pais e pelos filhos. Pode-se compreender o motivo pelo qual os judeus, certo dia, lhe disseram: "Mas tu, quem pensas que és?" (Jo 8,53); nenhum rabino exigiu tanto de quem o quisesse seguir.

Como conciliar as exigências de Jesus com o mandamento de Deus que obriga a amar os próprios familiares?

Para permanecerem fiéis a Cristo, os discípulos são convocados frequentemente a suportar até a ruptura dos laços com as pessoas mais queridas.

Jesus não está contrariando o mandamento, mas afiram que ele não aceita as pessoas que se comprometem pela metade, ou somente por um certo tempo ou sob determinadas condições. Exige a coragem de permanecer sem apoios e sem garantias materiais por amor ao evangelho. O discípulo deve estar disposto não só a perder tudo, mas a renunciar até à própria vida.

A segunda parte do evangelho contém uma promessa extraordinária: tudo o que for feito aos enviados de Cristo é como se fosse feito ao mesmo Cristo.

Todos nós temos as mesmas qualidades e os mesmos dons. Todavia, se a causa do evangelho é de fato a preocupação principal da nossa vida, devemos estar dispostos a colaborar, dando o nosso apoio àqueles que se dedicam mais diretamente ao anúncio da palavra de Deus.

Também nós temos a possibilidade de praticar tudo o que o evangelho de hoje ensina. Conhecemos muitos irmãos que se dedicam com todo o coração e se empenham gratuitamente dando boa parte do próprio tempo ao serviço da comunidade: visitam enfermos, preparam a catequese, acompanham os que se preparam para o batismo ou para o casamento. Essas pessoas generosas também têm família, têm lavoura para cuidar. Não será bom que os outros membros da comunidade mostrem a própria estima e a própria gratidão ajudando-os um pouco em certas épocas do ano?

Como se sentem na comunidade os responsáveis pelos vários ministérios: reconhecidos, apoiados, ou então injustamente criticados e vítimas de invejas, de ciúmes, de fofocas?

Os padres e as irmãs, de modo particular, são os que escolheram ser plenamente disponíveis para Cristo e para os irmãos. De que forma é valorizado o seu serviço? Como se empenham em nossa comunidade? Sentem-se de fato membros de todas as famílias cristãs, ou são considerados pessoas estranhas? Estão plenamente inseridos na vida concreta da comunidade?

"O Mílite"

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Mt 10,37-42

Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim.

Gilberto Silva

Caríssimos irmãos e irmãs.

 

Jesus veio em paz para reconciliar a humanidade pecadora com um Deus todo-misericordioso e amoroso. Jesus também veio para fazer a guerra, para derrubar os principados e potestades dispostas contra Deus e seu reino. Quais são estes poderes? Jesus descreve o maligno como príncipe deste mundo a quem o lançarei fora (João 12,31)."Agora é o juízo deste mundo; agora será lançado fora o príncipe deste mundo."

A batalha Jesus tinha em mente não era um conflito de terra entre as nações, mas uma guerra espiritual entre as forças do maligno e os exércitos de Deus. As escrituras deixam claro que há, em última análise, apenas dois poderes ou reinos - o reino de Deus e o reino das trevas. João contraste esses dois reinos de uma forma gritante: Sabemos que somos de Deus, e o mundo inteiro está sob o poder do maligno (1 João 5,19). 
 O que o inimigo procura? O inimigo se opõe a Deus e a todos os que seguem a Cristo. O maligno tem apenas um objetivo - o domínio completo do nosso coração e da nossa mente, afim de levar-nos para o seu reino. E ele vai usar todos os meios para chamar-nos do bem para o mal, da verdade para a decepção, da luz à escuridão, e da vida para a morte. Não há partidos neutros nesta batalha espiritual.
Estamos a favor ou contra o reino de Deus. A escolha é nossa e a graça de Deus está disponível para escolher o que queres para governar suas vidas.
Quando Jesus falou sobre a divisão Ele provavelmente tinha em mente a profecia de Miquéias e dar-lhe o cumprimento: os inimigos do homem são os homens da sua própria casa (Mq 7,6).
"Agradar-se-á, porventura, o Senhor com milhares de carneiros, ou com milhões de torrentes de óleo? Sacrificar-lhe-ei pela minha maldade o meu primogênito, o fruto de minhas entranhas por meus próprios pecados? O amor de Deus nos leva a escolher quem vai ser o primeiro em nossas vidas."

Colocar qualquer relacionamento ou qualquer outra coisa, acima de Deus é uma forma de idolatria. Jesus desafia seus discípulos a examinar quem eles amam em primeiro lugar. Um verdadeiro discípulo ama a Deus acima de tudo e está disposto a abandonar a tudo por Jesus Cristo. Jesus insiste que seus discípulos lhe devem a lealdade que só é devida a Deus. Uma lealdade que é superior ao cônjuge ou parentes. É possível que a família e amigos podem se tornar nossos inimigos, se o pensamento deles nos impede de fazer o que sabemos que Deus quer que façamos.Cristo é simultaneamente o nosso redentor e o preço do nosso resgate. 

O verdadeiro amor de Deus nos leva a expressar a caridade para com o próximo nosso irmão e irmã, que são criados à imagem e semelhança de Deus. Jesus declarou que qualquer bondade mostrada e qualquer ajuda dada ao povo do Cristo não perderá a sua recompensa. Jesus nunca se recusou a dar a quem precisou, e que pediu a Sua ajuda. Como seus discípulos, somos chamados a sermos bons e generosos como Ele é.

Jesus coloca diante de seus discípulos o único objetivo na vida: Que vale a pena qualquer sacrifício e que o objetivo é realizar a vontade de Deus, que produz vida real e de paz definitiva e completamente satisfatória. Será que o amor de Jesus Cristo obriga você a colocar Deus em primeiro lugar em tudo que você faz (2 Coríntios 5,14)?
"Senhor, os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração tem se apercebido das coisas que você preparou para aqueles que te amam. Enchei-nos do fogo do Espírito Santo, para que possamos amá-Lo acima de tudo e
para receber as recompensas que Você nos prometeu através de seu Filho e nosso Senhor".

 

Gilberto Silva

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DOMINGO 26/06/2011

Mt 10,37-42

 

"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim"

 

O grande discurso missionário de Mateus termina com as palavras do texto de hoje. De novo, deve ser colocado dentro do contexto sócio-histórico da comunidade de Mateus. Mais uma vez - como nos domingos passados - o autor enfrenta o problema de uma comunidade em situação de conflito e perseguição. E o pior, este conflito e a perseguição aconteciam também dentro do seio das famílias, onde alguns membros aderiam à comunidade cristã e outros não. De novo Mateus liga a perseguição à mística do seguimento de Jesus quando em v. 34: ele diz: "Não pensem que vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada". Aqui retoma a imagem da Palavra de Deus como "espada de dois gumes", que exige opções concretas, muitas vezes com consequências dolorosas. O seguimento de Jesus exige frequentemente decisões duras e nada pode ser mais importante do que o Reino. Por isso, Mateus diz que nem o amor ao pai ou à mãe pode ter mais importância do que o amor a Jesus (Mateus suaviza a frase de Lucas 12, 26, que diz que quem não "odeia seu próprio pai, mãe, mulher, filhos, irmãs e até a própria vida não pode ser meu discípulo". Na língua aramaica, pobre em vocábulos, a frase de Lucas quer dizer de uma maneira coloquial o que Mateus expressa como "amar mais". Não é "odiar" conforme se entende a palavra em português).

A vivência dessas opções é, na prática, o que significa "tomar a sua cruz". Tomar a cruz não é sofrer por sofrer. É a consequência da coerência com a opção por Jesus. Mas, não é para nos assustarmos, pois temos a garantia que a busca de coerência com essas opções nos darão como herança "encontrar a vida" - a verdadeira vida em Deus.

O discipulado não é somente dureza. Teremos muitas oportunidades de experimentarmos as suas recompensas - de sermos acolhidos exatamente por causa d'Ele (o sentido da "copa de água"). Quantas vezes a pregação da "cruz" tem trazido conotações negativas, como se seguir Jesus fosse um sofrimento sem fim. Pelo contrário, exige dedicação, sacrifício e desprendimento - que acarreta também sofrimento – mas, as suas alegrias são muito maiores.

O seguimento de Jesus deve ser uma alegria - não somente um obedecer de leis, a prática de uma moral ou ética, um acreditar em dogmas, que muitas vezes parecem ter pouca coisa a ver com as nossas vidas! É uma experiência de seguir as pegadas do mestre, de ser colaborador(a) na sua missão, de sentirmo-nos realizados como pessoas e cristãos por termos procurado colaborar na construção do Reino, com todas as nossas limitações e erros. É um privilégio e não um peso!

Pe. Tomaz Hughes, SVD

 

 

E-mail: thughes@netpar.com.br

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TRATE O SEU PADRE COM O CARINHO QUE ELE MERECE

 

"Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim"    Viu? Quando você convida o padre para almoçar na sua casa, é a Jesus que você receberá. Maravilhoso, Não é?

 

E Jesus repete "Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim;  e acrescenta:  ...e quem me recebe,recebe aquele que me enviou."

            É importante entender que esse receber,  envolve também o aceitar, o respeitar, o defender das más línguas, contribuir financeiramente para o seu sustento, etc.  E não só o sacerdote, como todos os que compõem a Igreja da qual fazemos parte, não só aos domingos, mais durante todo o desenrolar da nossa vida diária.  Portanto, quando estamos na festa, no trabalho, na praia, na rua, é bom não nos esquecer que somos Igreja, que precisamos pensar e agir como tal.

            Por falar em padre, reparou como é triste a falta de sacerdotes em áreas distantes? No Brasil temos as macro-Regiões como a Amazônia, o Centro-Oeste e mesmo a Região Nordeste onde a figura de um sacerdote é coisa muito rara.  Viajando por esses lugares, nos preocupamos em nos manter em estado de Graça, pois é difícil encontrar um sacerdote, no caso de precisarmos de uma confissão.  Em muitos lugares, as igrejas, ou templos, estão vazios aos sábados, e nos domingos em vez da pessoa de um padre, temos um leigo efetuando a celebração da palavra.

            Que fazer além de rezar pelas vocações sacerdotais? Podemos criar ou intensificar as pastorais vocacionais nas nossas paróquias, incentivar e montar cursos de preparações de novos leigos para atuar nas celebrações da palavra, e rezar para que o Vaticano aprove o celibato voluntário dos sacerdotes. Isto é, o padre que quiser constituir uma família, teria a permissão e bênção para tal. Assim, teríamos muito mais padres, e não teríamos mais problemas de pedofilia, tão degradante para a nossa Igreja!  Repito que não estou criticando a minha Igreja. Só estou lembrando um grave problema que todos sabem por estar na mídia. Estou dando também a minha humilde sugestão para a solução desse problema.

Sal.

 

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TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

 

        Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me."

        Talvez seja  esta afirmação de Jesus, o segundo motivo pelo qual os sacerdotes são celibatários. Negar a si mesmo. O primeiro motivo talvez seja porque Jesus disse. "Quem deixar mulheres e filhos para me seguir terá cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna, com direito a perseguições"; e o terceiro motivo dos padres não se casarem talvez seja pelo fato de Jesus não ter se casado. O sacerdote imitando a Cristo, não se casa.

Por favor, se estou errado, se não é exatamente isso, alguém que me corrija, mas me dê a resposta certa. Não faça somente critica. Apresente a solução.

        "Tome cada dia a sua cruz..." Que dureza! Cada um de nós tem a sua cruz para carregar. É o cheiro da fumaça do cigarro do marido, é a sogra monopolizando a família, é a esposa reclamando de tudo e de todos que desarrumam a casa (mas ela está certa), é o cachorro do vizinho que não pára de latir nos nossos ouvidos quando precisamos estudar, etc.

        Temos vários tipos de cruzes. Algumas cruzes são produzidas ou feitas por nós mesmo. Aquele jovem cheio de vida, apostando corrida na madrugada com seus amigos, bateu com o carro e hoje tem de carregar uma merecida cruz! Uma perna mecânica.

        Ele é jovem, cheio de saúde, de boa aparência e por isso vive rodeado de muitas garotas, bom emprego, arrasa nas madrugadas, e na praia só dá ele, não tem pra ninguém... "peraí." Adianta a fita, digo o DVD. Vamos ver como é o final desse filme, o final da vida deste campeão.       

        ...Hoje, aposentado, ele tem de pagar 3 pensões alimentícias para suas ex-esposas. Não é que ele fosse um mau marido, um traidor, mas acontece que as garotas não o deixava respirar, dando em cima dele, e exigindo que deixasse a sua esposa e se casasse com elas. E isso aconteceu por três vezes.

        Hoje esse ex-campeão mora sozinho na casa de sua falecida mãe, e está carregando várias cruzes, pois o que ganha, já descontado na fonte as pensões, mal dá para se alimentar. Como se não bastasse, agora surgiu mais uma dolorosa cruz, uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), deixando-o magro, desanimado e sem os amigos das horas boas.

        Depois de comentar algumas cruzes adquiridas, vamos tentar examinar algumas cruzes acidentais. Aquelas em que dizemos que não tivemos culpa de nada.

        Ela ia passando pela praça, surge de repente um tiroteio, uma bala atinge sua coluna, e hoje sua cruz é uma cadeira de rodas.  Porque aconteceu aquilo? Uma fatalidade? É muito complicado, e apesar de que Jesus disse que não cai uma folha da árvore sem a vontade de Deus, neste caso é bom a gente não emitir nenhuma opinião.  Até que ponto ela mereceu aquilo? Não nos cabe julgar. Simplesmente dizemos que aconteceu, sem mais comentários. 

        As cruzes são importantes, pois elas nos purificam e nos santificam, desde que não reclamamos do seu peso, e o pior, desde que não nos revoltemos com elas, ou contra Deus, carregando-as com paciência como o fez o Filho de Deus, e oferecendo diariamente aquele sofrimento a Deus..

        Cruzes injustas. É importante não generalizar, atribuindo a todo tipo de sofrimento, a denominação de cruz. Não  confundir cruz  com injustiça. O seu vizinho abusado e injusto, para não dizer louco, começa a dar tiros da sua janela aterrorizando os vizinhos.  Alguém muito beata diz. Não chame a polícia. É  a nossa cruz...

        Aí, realmente é um caso de injustiça que produz conflito, e, portanto é um caso de polícia imediatamente.

        Outro exemplo. Sua vizinha liga seu possante aparelho de som na maior altura por volta de meia noite, e você precisa dormir. Isso é uma cruz que você vai ter de engolir, digo, carregar?  Acho que não! Vai ter  de tomar providências, reclamando os seus direitos. Por ser cristão, não é ser bobinho.

        Prezados irmão. Cruz é um assunto complicado e longo, mas o espaço acabou. Vamos rezar para Deus perdoa os nossos pecados, nos tornando assim, merecedores da redução do peso das nossas cruzes. Vamos pedir também para Ele nos livre das cruzes acidentais e das cruzes injustas. Amém.

 

Sal.

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Pegar a cruz e seguir Jesus

Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!

O nome de cristão é motivo de orgulho para muita gente e muitos usam esse nome e fazem propaganda do fato de serem cristãos. Mas muitos são cristãos de apenas de nome e de conversa, porque quando surgem as exigências da vivência coerente com o evangelho, são os primeiros a recuarem e a ficarem teorizando formas de religião que justifiquem a sua incoerência evangélica e outros valores nada cristãos que marcam as suas vidas. A exigência de Jesus é clara: renunciar a todos os valores que são contrários ao evangelho e fazer do seu seguimento o centro da própria vida. O resto e conversa fiada de quem quer usar do discurso para legitimar os próprios erros. (CNBB)

Tome a sua cruz e siga-me

Negar a si mesmo.

 "Quem deixar mulheres e filhos para me seguir terá cem vezes mais nesta vida e mais a vida eterna, com direito a perseguições"

        "Tome cada dia a sua cruz..." Que dureza! Cada um de nós tem a sua cruz para carregar. É o cheiro da fumaça do cigarro do marido, é a sogra monopolizando a família, é a esposa reclamando de tudo e de todos que desarrumam a casa (mas ela está certa), é o cachorro do vizinho que não pára de latir nos nossos ouvidos quando precisamos estudar, etc.

        Temos vários tipos de cruzes. Algumas cruzes são produzidas ou feitas por nós mesmo. Aquele jovem cheio de vida, apostando corrida na madrugada com seus amigos, bateu com o carro e hoje tem de carregar uma merecida cruz! Uma perna mecânica.

        Ele é jovem, cheio de saúde, de boa aparência e por isso vive rodeado de muitas garotas, bom emprego, arrasa nas madrugadas, e na praia só dá ele, não tem pra ninguém... "peraí." Adianta a fita, digo o DVD. Vamos ver como é o final desse filme, o final da vida deste campeão.       

        ...Hoje, aposentado, ele tem de pagar 3 pensões alimentícias para suas ex-esposas. Não é que ele fosse um mau marido, um traidor, mas acontece que as garotas não o deixava respirar, dando em cima dele, e exigindo que deixasse a sua esposa e se casasse com elas. E isso aconteceu por três vezes.

        Hoje esse ex-campeão mora sozinho na casa de sua falecida mãe, e está carregando várias cruzes, pois o que ganha, já descontado na fonte as pensões, mal dá para se alimentar. Como se não bastasse, agora surgiu mais uma dolorosa cruz, uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), deixando-o magro, desanimado e sem os amigos das horas boas.

        Depois de comentar algumas cruzes adquiridas, vamos tentar examinar algumas cruzes acidentais. Aquelas em que dizemos que não tivemos culpa de nada.

        Ela ia passando pela praça, surge de repente um tiroteio, uma bala atinge sua coluna, e hoje sua cruz é uma cadeira de rodas.  Porque aconteceu aquilo? Uma fatalidade? É muito complicado, e apesar de que Jesus disse que não cai uma folha da árvore sem a vontade de Deus, neste caso é bom a gente não emitir nenhuma opinião.  Até que ponto ela mereceu aquilo? Não nos cabe julgar. Simplesmente dizemos que aconteceu, sem mais comentários. 

        As cruzes são importantes, pois elas nos purificam e nos santificam, desde que não reclamamos do seu peso, e o pior, desde que não nos revoltemos com elas, ou contra Deus, carregando-as com paciência como o fez o Filho de Deus, e oferecendo diariamente aquele sofrimento a Deus..

        Cruzes injustas. É importante não generalizar, atribuindo a todo tipo de sofrimento, a denominação de cruz. Não  confundir cruz  com injustiça. O seu vizinho abusado e injusto, para não dizer louco, começa a dar tiros da sua janela aterrorizando os vizinhos.  Alguém muito beata diz. Não chame a polícia. É  a nossa cruz...

        Aí, realmente é um caso de injustiça que produz conflito, e, portanto é um caso de polícia imediatamente.

        Outro exemplo. Sua vizinha liga seu possante aparelho de som na maior altura por volta de meia noite, e você precisa dormir. Isso é uma cruz que você vai ter de engolir, digo, carregar?  Acho que não! Vai ter  de tomar providências, reclamando os seus direitos. Por ser cristão, não é ser bobinho.

        Prezados irmão. Cruz é um assunto complicado e longo, mas o espaço acabou. Vamos rezar para Deus perdoa os nossos pecados, nos tornando assim, merecedores da redução do peso das nossas cruzes. Vamos pedir também para Ele nos livre das cruzes acidentais e das cruzes injustas. Amém.

Ter fé é acreditar no Pai e no mistério de seu Filho Jesus Cristo, e não precisamos de mais nada, mesmo por que não interessa ficar acumulando tesouros nesta vida, onde a traça e os ladrões podem destruir e roubar. Mais sim, interessa acumular tesouros no céu.  Já sei o que você pensou. Você está imaginando que eu sou um franciscano descalço com uma túnica marrom e mais nada. Não. Eu sou um pecador igual a todo mundo, que preciso vigiar-me dia e noite, para  desapegar-me dos bens materiais, e dos enganos desse mundo cheio de ofertas nos comerciais de televisão. Precisamos das coisas materiais, que são como ferramentas que nos facilitam a sobrevivência, e a nossa atuação como missionários na divulgação do Reino de Deus. E veja. Como eu poderia escrever  estas reflexões e postá-las na internet se não tivesse um computador?

Então não se trata de não possuir absolutamente nada e viver "franciscanamente".  Porque assim, não poderemos evangelizar em grande escala.  Então como devemos ser  para imitar a Cristo?  Desapego, meu caro, minha cara! Desapego. Precisamos de um carro, podemos comprá-lo mais vamos usá-lo como se não estivesse usando, sem nos apegar a ele mais do que nos apegamos a Deus e nos dedicamos às pessoas. Jesus não tinha onde encostar a cabeça, e não precisava de mais nada nas circunstâncias, daquela época. Hoje, se Jesus estivesse aqui, Ele teria que andar de Carro, de avião, almoçar em restaurantes, a menos que usasse os seus poderes infinitos. 

Tentando concluir, é o seguinte: Ter fé é confiar em Deus, e não nos bens materiais. Fazer a nossa parte, e confiar no  poder de Deus e no seu amor para conosco, e usar as coisas que possuímos com se fossem apenas ferramentas para conseguirmos os nossos objetivos existenciais, sem nos apegar a elas.

 

Oração: Jesus ajude-me a não me iludir com as coisas materiais, e a amar a Deus sobre todas as coisas e o meu próximo como a mim mesmo. Amém.

Sal.

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