TRANSLATE FOR ALL LANGUAGES

BOM DIA

SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS

INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS

CATEQUESE PELA INTERNET

Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as religiões. Cristãs e não cristãs.

MANDE ESTE BLOG PARA SEUS AMIGOS. ELES TAMBÉM PRECISAM SER SALVOS.

visite o outro blog de liturgia diária

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

..........................................

HOMILIAS PARA O

PRÓXIMO DOMINGO


VEJA AQUI AS LEITURAS DE HOJE





quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Comentários – Prof. Fernando


Comentários – Prof. Fernando – Andando sobre as águas –
-(19ºcomum)-07deagosto2011

1ª leit.: 1Rs 19,9-13 mas o Senhor não estava no vento; não estava no terremoto; não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa.
Salmo: Sl 85 O Senhor nos dará tudo o que é bom: a justiça andará na sua frente e a salvação seguirá seus passos.
2ª leit.: Rm 9,1-5 Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça : Eles são israelitas.
Evang.: Mt 14,22-31 A barca era agitada pelas ondas. Pelas três horas da manhã Jesus veio até eles andando sobre o mar: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!". E Pedro : "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água". E Jesus: "Vem!" Pedro começou a andar sobre a água,  mas quando sentiu o vento ficou com medo começando a afundar gritou: "Senhor, salva-me!". Jesus estendeu a mão segurou Pedro: "Homem fraco na fé, por que duvidaste?"

            Suas características são Bondade e Justiça, lembra-nos o poeta salmista.
            Paulo, por sua vez, numa carta doutrinal que serve como um resumo riquíssimo dos ensinamentos deixados por Jesus se entristece quando pensa nos seus irmãos de sangue, os israelitas (um tempo chamados hebreus, hoje mais conhecido o nome de judeus). Paulo daria tudo para que seus irmãos compreendessem que todas as tradições e costumes de uma religião (como ocorre em todas as culturas, diríamos hoje) são coisas boas mais não podem abafar o que é central na fé: a misericórdia e amor divinos que é o que importa.
            Estamos novamente à procura de uma “pedra filosofal”, daquela “poção mágica”, do antídoto que cura, do centro de gravidade, do foco de todas as parábolas. Numa palavra: daquilo que realmente importa e nos deixa livres para relativizar os adereços mutáveis de qualquer hábito, costume ou tradição, coisas boas mais de menor valor que aquele tesouro escondido das parábolas do Reino.
            Santo Agostinho foi talvez o maior filósofo dos primeiros cinco séculos do cristianismo pelo fato de ter deixado uma obra não só imensa mais que se tornou a grande síntese desse período tomada e retomada como uma base para influenciar grandes filósofos e teólogos, alimentando inclusive a produção de pensadores não cristãos.
            Ele comenta sobre o evangelho de hoje (Jesus e Pedro caminhando sobre as águas) o que passamos a resumir (cf. Sermão 76, PL38) mais adiante.
            A narrativa “caminhando sobre as águas” apresenta um esquema bem didático: a tempestade traz o medo. Jesus traz a coragem para vencer o medo e prova seu poder ao caminhar sobre as ondas. Pedro, como sempre carregando sua ambigüidade de rompantes e fugas, alterna fé ou confiança no Mestre com medo e começa a se afogar. O Mestre logo segura sua mão e Pedro supera a crise. Agostinho comenta:
Considerando esse membro da Igreja, distingamos entre o que vem de Deus e o que provém de nossos sentimentos. Então não vacilamos porque ficamos no fundamento da pedra [em outro Sermão, Agostinho lembra que “Pedro” deriva de “pedra” e não Pedra de Pedro, pois a Pedra é Cristo]. Se temos os pés firmes sobre a pedra resistimos aos ventos e provas da vida.
E continua Agostinho [em tradução livre]:
“observai, porém, que o grande apóstolo que era Pedro, é aqui prefiguração simbólica de todos nós: ora confiante, ora hesitante; num momento proclama Cristo imortal Messias, depois tem medo da anunciada morte de Jesus. Eis porque a  Igreja de Cristo tem fiéis arraigados firmemente na fé, mas tem também fiéis titubeando e não pode existir sem os estáveis nem sem os instáveis. Por isso diz o apóstolo Paulo: Nós que estamos fortes na fé temos o dever de sustentar a fragilidade dos que estão debilitados-Rom15,1”. “Quando Pedro proclamou Tu és o Cristo o Filho do Deus-Mateus16,15 simboliza os fortes na fé; ao contrário, quando fica titubeando e hesitante não admite que o Cristo venha a sofrer, aí ele tem medo da morte e – não reconhecendo Cristo como a Vida – Pedro se torna a figura dos fiéis da Igreja fracos na fé.
     Era, pois, necessário que num mesmo apóstolo, ou seja, em Pedro (o primeiro e mias importante no grupo) no qual estava simbolicamente representada a Igreja, fossem representados os dois gêneros de fiéis, ou seja, os fortes e os fracos, pois a Igreja não pode existir sem uns e outros.
     Pedro diz: manda-me ir ao teu encontro sobre as águas-Mt14.28- Ouso fazer isso como homem mas não estou pedindo a um homem. Possa comandar-me o Deus homem para que eu possa realizar o que o home não consegue fazer. Como a resposta foi Vem! então Pedro (figura simbólica dos fortes e dos fracos) desceu da barca e começou a andar sobre a água. Pôde fazê-lo porque assim o tinha ordenado a Pedra. Foi capaz de fazê-lo por graça do Senhor: o que poderia fazer com suas forças? Vendo a força do vento teve medo e, porque começava a afundar, gritou: Senhor, estou perdido, salva-me -Mt14,30- Teve confiança no Senhor, conseguiu graças ao Senhor. Ao contrário vacilava enquanto homem e recorreu ao Senhor. Se o salmista (93,18) diz: se o meu pé tremia a tua misericórdia me vinha ajudar (não a minha força mais a tua misericórdia!) o Eclesiastes (2.12) lembra: quem invocou e foi abandonado? E Joel 2,32: aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. l Por isso Jesus disse homem de pouca fé por que duvidaste? –Tiveste confiança em mim e depois duvidaste do meu poder!
     Meus irmãos, para finalizar esse sermão: considerai o mundo como se fosse um mar, um vento furioso e uma grande tempestade. Para cada um sua própria concupiscência [=o furacão dos desejos desorganizados] é a sua tempestade. Se amares a Deus caminharás sobre o mar e manterás debaixo dos teus pés a soberba do mundo. Se amas o “mundo” La tempestade te engole. Ela devora seus amantes não pode sustentá-los...
     Então, quando teu coração for agitado pela concupiscência [ou cobiça] – para vencê-la – invoca a divindade de Cristo. O vento contrário, quando há guerra, desordem, fome ou peste ou então quando a um indivíduo acontece uma desgraça pessoal – Deus deve ser invocado. Quando, ao contrário o mundo te agrada com a felicidade no tempo, parece que não há vento contrário. Mas, nesses momentos não deves perguntar pela tranqüilidade do mundo mais a tua “cobiça”: cuida que haja tranqüilidade no teu coração, que não caias pelo vento interior! Aprende a vencer o mundo, lembra-te de ter confiança em Cristo quando o teu pé vacila, hesitas, e não te ergues acima de tudo, se começas a afundar, diz: Senhor me sinto perdido, salva-me!
     Diz “me sinto perdido” para não se perder. Pois da morte completa só te livrará aquele que morreu na Carne, por ti.”

Talvez a meditação de Agostinho e, sobretudo, olhando para nós mesmos, nos lembre que não se pode evitar o “afogamento” se não reservamos ao menos alguns minutos diários (pode ser de olhos fechados no metrô ou sonolentos no ônibus que leva ao trabalho...) para a oração e, como não somos místicos com experiências de grandes contemplações podemos ao menos “invocar o Senhor” como os salmistas ou como Pedro no mar da vida. Talvez continuemos no meio da agitação e do barulho mas sentiremos “o murmúrio de uma leve brisa” dentro do coração que encontrará assim uma nova paz em meio à luta diária.
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

Prof. Fernando S.M. (Rio de Janeiro- USU)  para  http://homiliadominical.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário