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sexta-feira, 30 de março de 2012

Comentário dos Missionários Claretianos



Domingo, 1 de abril de 2012
Domingo de Ramos na Paixão do Senhor -– Missionários Claretianos
Santos do Dia:Catarina Tomás (agostiniana, virgem), Celso (arcebispo de Armagh), Dodolino de Viena (bispo), Gilberto de Caithness (bispo), Hugo de Bonnevaux (abade), Hugo de Grenoble (monge, bispo), Leucono de Troyes (bispo), Macário de Afúsia (abade), Melito de Sardes (bispo), Quintiano e Irineu (mártires da Armênia), Teodorico (príncipe de Glamorgan, eremita), Teodora de Roma (mártir), Valério de Leucone (abade), Venâncio de Spalato (bispo, mártir), Vítor e Estêvão (mártir do Egito).
Primeira leitura: Isaías 50, 4-7
Não desviei meu rosto das bofetadas e cusparadas. Sei que não serei humilhado. 
Salmo responsorial: 21, 8-9.17-18a-20.23-24
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? 
Segunda leitura: Filipenses 2, 6-11
Humilhou-se a si mesmo; por isso, Deus o exaltou acima de tudo. 
Evangelho: Marcos 14, 1-15,47
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos fazer um comentário pensando nas pessoas do povo, com suas preocupações diárias da vida. Pra começar, vale a pergunta: É possível celebrar a semana santa de uma forma alternativa? Comecemos perguntando: o que sentem, o que sentimos, diante da semana santa? Muitos trabalhadores, profissionais dos mais variados setores, e também intelectuais, ou pessoas de alguma cultura, se sentem mal quando, na semana santa, pela significação especial de tais dias, ou para acompanhar a família, e pela lembrança de uma infância e juventude religiosa, entram em uma igreja, captam o ambiente e escutam a pregação.
Sentem-se imersos de novo naquele mundo de conceitos, símbolos, referencias bíblicas, que transmitem uma mensagem em base a uma crença fora do tempo, mas que já não se encontra em nenhum outro setor da vida: o tema é o da “redenção”. Estamos na semana santa, e o que celebramos é o grande mistério de todos os tempos, o mais importante acontecimento: a redenção.
O “homem” foi criado por Deus (só em segundo plano a mulher), porém esta, a mulher, convenceu o varão a comerem juntos uma fruta proibida por Deus. Foi uma queda e o plano de Deus veio abaixo, foi interrompido, e precisou ser substituído por um novo plano, o plano da redenção, para redimir o ser humano em “desgraça com Deus” desde o momento da prática daquele “pecado original”, devido à infinita ofensa que tal “pecado” infringiu a Deus.
Esse novo plano, de redenção, exigiu a “vinda de Deus ao mundo”, mediante sua encarnação em Jesus, para assumir assim nossa representação jurídica diante de Deus e “pagar” por nós a Deus uma reparação adequada por semelhante ofensa infinita. E por isso Jesus sofreu indizíveis tormentos em sua Paixão e Morte, para “reparar” a ofensa, redimindo dessa forma a humanidade, e conseguindo o perdão de Deus e o resgate do poder e domino do pecado.
Esta é a interpretação, a teologia sobre a qual se constroem e giram a maior parte das interpretações em curso durante a semana santa. E este é o ambiente diante do qual muitos crentes de hoje se sentem mal. Diante de tais sensações sentem-se asfixiados. Vêem-se transladados a um mundo que nada tem com o mundo real de cada dia, nem com o da ciência, com a informação, o com o sentido mais profundo de sua vida. Por este mal estar, outros cristãos deixaram a semana santa tradicional e a própria Igreja.
Há outra forma de entender a Semana Santa, que não nos obrigue a transitar pelo mundo dessa teologia na qual tantos já não cremos?
Podemos não crer em tal teologia. Não se trata de nenhum dogma de fé. Trata-se de uma maravilhosa construção interpretativa do mistério de Cristo, graças à genialidade medieval de santo Anselmo de Canterbury, que a partir de sua visão de direito romano, construiu, “imaginou” uma forma de explicar para si mesmo, e conforme o contexto cultural da época, o sentido da morte de Jesus. Condicionado por muitas crenças, próprias da Idade Média, fez o que pode e o fez bem feito: elaborou uma fantástica interpretação que cativou tanto as mentes de seus coetâneos que perdurou até o século XX. Por este feito, é preciso felicitar santo Anselmo, sem dúvida.
O Concílio Vaticano II é o primeiro momento eclesial que supõe um certo abandono da hipótese da Redenção, ou uma interpretação da significação de Jesus para além da redenção. Sem dúvida, nos documentos conciliares aparece a materialidade do conceito, numerosas vezes inclusive, porém a estrutura do pensamento e da espiritualidade conciliar vão muito mais além. O significado de Jesus para a Igreja pós-conciliar deixa passar pela redenção, pelo pecado original, pelos terríveis sofrimentos expiatórios de Jesus e pela genial “substituição penal satisfatória” idealizada por Anselmo de Canterbury.
Desaparecem estas referencias, e quando ouvidas, soam estranhas, incompreensíveis, ou causam rejeição. É o caso do filme de Mel Gibson, que foi rejeitado por muito espectadores crentes, não por outra coisa senão pela imagem do “Deus cruel e vingador” que dava por suposta, imagem que, evidentemente, hoje não somente já não se crê, mas que convida veementemente à rejeição.
Como celebrar a semana santa quando se é um cristão que já não comunga com essas crenças? A pessoa se sente profundamente cristão, admirador de Jesus, discípulo seu, seguidor de sua causa, lutador por sua Utopia... porém sente-se mal nesse outro ambiente asfixiante das representações da paixão ao nove e velho estilo de Mal Gibson, dos via-crúcis, os passos da semana santa, das meditações das sete palavras, das horas santas que retomar repetitivamente as mesmas categorias teológicas de santo Anselmo do século XI... estando como estamos no século XXI.
Por trás da semana santa que celebramos não deixam de estar aí, mesmo que bem longe, as raízes ancestrais, as festa que os indígenas originários já celebravam sobre a base certa do equinócio astronômico. Trata-se de uma festa que evoluiu muito criativamente ao ser herdada de um povo a outro, de uma cultura a outra, de uma religião a outra. Uma festa que foi herdada e recriada também pelos nômades israelitas com a festa do cordeiro pascal, e depois transformada pelos israelitas sedentários como que a festa dos pães ázimos, como lembrança e atualização da Páscoa, pedra angular da identidade israelita... Festa que os cristãos logo cristianizaram como a festa da Ressurreição de Cristo e que somente mais tarde, com o devir dos séculos, na obscura Idade Media, ficou opaca sob a interpretação jurídica da redenção por obra do genial santo já mencionado.
Podemos pensar que “outra semana santa é possível”... e urgente! Mesmo não havendo espaço para desenvolver aqui uma nova interpretação desta festa, podemos por enquanto aliviar aos que se sentiam culpado pelo desejo de que ‘outra semana santa é possível’, e convidar também a todos à criatividade, livre, consciente, responsável e gozosa. Certamente não vai ser possível em todas as partes ou em qualquer contexto, porém o será em muitas comunidades concretas. Se não é possível na minha comunidade, poderá sê-lo em alguma outra comunidade mais livre e criativa que talvez não esteja muito longe da minha... por que não perguntar, por que não buscar essa comunidade?
Oração Comunitária
Deus, pai nosso, tu enviaste teu Filho entre nós, para que descubramos todo o amor que nos tens. E quando nós respondemos a esse amor com nossa rejeição, matando a teu filho, tu não voltaste atrás, mas que seguiste adiante com teu plano de ser nosso melhor amigo. Abranda nossos corações para que saibamos responder a teu amor com o nosso. Por Cristo nosso Senhor.

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