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domingo, 10 de outubro de 2010

OS NOVE LEPROSOS SOMOS NÓS QUANDO NÃO AGRADECEMOS.

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HOMILIAS PARA DOMINGO

10 DE OUTUBRO – 2010

VAMOS DERRAMAR A LUZ DE DEUS NA ESCURIDÃO DO MUNDO!

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Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.

Respeitamos todas as religiões.

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AGRADECEMOS A TODOS PELOS ELOGIOS E SUGESTÕES

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Comentários do Prof. Fernando

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INTRODUÇÃO

OS NOVE LEPROSOS SOMOS NÓS QUANDO NÃO AGRADECEMOS.

No tempo de Jesus a lepra era uma doença incurável e o leproso era considerado impuro e não podia viver no convívio com as demais pessoas para não contaminá-las. Os leprosos eram condenados ao ostracismo completo, por serem considerados ameaça à sociedade. Jesus mostra seu poder de transpor as proibições so­ciais para ajudar esses renegados. A palavra "lepra" era usada para designar muitas doenças de pele, não só a hanseníase. Era considerada de cura muito difícil. Por isso os portadores da lepra viviam isolados fora da cidade e quando precisassem andar em público, tinham de tocar um sino e avisava aos demais que ali ia passando um impuro para que ninguém se aproximasse dele.

Quando um portador desse tipo de doença de pele parecia curado, tinha de apresentar-se aos sacerdotes, que eram os examinadores designados para proteger os interesses da sociedade. Somente eles poderiam autorizar os indivíduos curados a andar no meio dos demais e conviver socialmente. Jesus não fica afastado como quem teme a con­taminação. Ele toca os leprosos normalmente, sem nenhum receio, sem nenhuma discriminação, mas com muita piedade e muito amor.

A cura dos dez leprosos aconteceu exatamente na Samária, lugar de gente desprezada pelos judeus, por seguirem outra religião. O grupo de leprosos que vem ao seu encontro compõe-se de judeus (galileus) e samaritanos que, por causa da lepra, estavam isolados nas cercanias da cidade. Esse grupo elevou a voz para Jesus à distância apro­priada; tinham ouvido falar de sua compaixão e de seu poder de cura. Jesus desta vez não os toca, simplesmente dá uma or­dem para que eles fossem se apresentar ou mostrar-se aos sa­cerdotes, os quais tinham a responsabilidade de julgar se um leproso tinha permissão de retomar à sociedade, ou não. Eles obedecem à ordem, indo relatar a cura enquanto ainda não estão curados.

Nos dias de hoje, a lepra representa a crise moral, a inversão da escala dos valores, ou a destruição desses mesmos valores. Processo este que vai destruindo a sociedade. É quando a violência entra pelas portas das nossas residências, estuprando, levando todos os nossos pertences, e ainda agredindo-nos.

No último debate dos presidenciáveis das eleições de 2010, os candidatos falaram em várias crises: Crise de segurança, crise econômica, crise política, etc. Só não ouvi nenhum deles falar da principal crise que está assolando a nossa sociedade. A crise moral e dos valores. A crise que é a causa de 85% dos males da nossa sociedade atual. E como combater esta crise? Valorizando as mentes dos nossos jovens, isto é, colocando nelas os valores reais e válidos indispensáveis à uma sobrevivência segura. Porque do jeito que está, não adianta câmeras de segurança, porteiro eletrônico, eletro-choque, fechaduras, alarmes cachorros, nada. O que adiantaria, seria instituir aulas obrigatórias de ensino religioso, não para obrigá-los a seguir esta ou aquela religião, nem tão pouco para dar informações gerais num de verniz cultural, ou seja, conhecimentos sintéticos sobre o budismo, o judaísmo, o catolicismo, o protestantismo, etc. isso provocaria uma confusão mental muito maior na cabeça dos jovens.

Teríamos de descobrir um meio de ministrar aulas de Ensino Religioso, nas escolas, sendo que através das quais pudéssemos mostrar que existe uma Energia necessária, poderosa e invisível a que criou e governa o Universo infinito, ensinar aos jovens a necessidade de respeitar ou amar nos nossos semelhantes, para que também possamos ser respeitados e amados, para que haja paz e harmonia na nossa sociedade.

E andando pelo caminho os leprosos, percebem que a lepra foi desaparecendo dos seus corpos. Quanta alegria! Porém, lamentavelmente, só um do grupo volta para expressar gratidão. Atribui a cura a Deus, cantando abertamente seus louvores. A ingratidão dos outros é uma nota disso­nante, mas talvez o fato de um samaritano ser o único a voltar para agradecer fosse mais chocante naquela época. As palavras finais de Jesus a ele são as mesmas que deu à mulher curada da hemorragia. A tua fé te curou! A fé de todos os leprosos levou a sua cura física; talvez fosse mais que isso para os outros também, mas ao menos para o samaritano, a cura trouxe também a"salvação", por meio da integridade e um relacionamento apropriado com Deus.

A maioria, daqueles leprosos, nove deles, não voltaram para agradecer. Isso representa 90 % dos que foram curados que não agradeceram. Atualmente também continua acontecendo o mesmo. Noventa por cento das pessoas não agradeceram a Deus pelas inúmeras graças recebidas durante o dia de ontem.

Os nove leprosos mal agradecidos, aqueles que nem se importaram em voltar e dizer uma palavra de agradecimento ao autor daquele milagre, da cura do seu sofrimento, representam hoje, todos nós que no final do nosso dia, nos esquecemos ou nem nos importamos em agradecer a Deus pelas inúmeras graças recebidas no dia que se passou e em toda a nossa vida até o presente momento. Agradecer pela vida, por ainda estar respirando, agradecer pelo dom da fé, ou melhor, por termos respondido ao chamado de Jesus...

Uma vez, perguntei a um aluno se ele tinha agradecido a Deus na oração da noite anterior. Ele me disse o seguinte: Mas não aconteceu nada! Eu nem ganhei o videogame que meu pai me prometeu... Então eu lhe perguntei: Você foi assaltado? Não. Você foi atropelado? Também não. Você Almoçou? Claro. Você teve febre? Não, né? Viu? Eu disse. Viu como você tinha um montão de coisas para agradecer, mas você fez igualzinho aos nove leprosos? Ingrato! Mais Deus te perdoa porque Ele é puro Amor desinteressado.

Prezada irmã, prezado Irmão. Não se esqueça de agradecer todo dia. Mesmo quando nada de extraordinário lhe aconteceu, ou mesmo quando algo errado ou mesmo ruim tenha acontecido. Temos sempre muita coisa para agradecer. Aliás, se você reparar, nós temos muito mais o que agradecer do que pedir. Por que eu enxergo, obrigado. Porque tive o alimento para o meu sustento, obrigado. Porque não fui assaltado, obrigado. Por todas as graças recebidas no doa de hoje, obrigado...

Percebe-se uma dificuldade de se dizer muito obrigado. Por vergonha, por esquecimento, por falta de reconhecimento, por desamor. Quantas vezes constatamos o brilho nos olhinhos de uma criança quando ela ganha um brinquedo! Ela fica tão contente com aquele presente, que até se esquece da pessoa que lhe deu! Nós os adultos somos assim também. Esquecemos da pessoa que nos proporciona ou nos dá tudo nesta vida. Deus Pai. Deixamos de agradecer a Deus por tudo o que Ele nos dá. Ficamos admirando o carro, a moto, o novo aparelho de som e nos esquecemos que tudo que temos vem de Deus. Não que tenha caído do céu, mais Deus nos deu inteligência, emprego, disposição para trabalhar e adquirir tudo o que temos. Já reparou no mendigo que ganha um prato de comida: A fome é tão grande que ele olha a comida já salivando e se vendo engolindo-a com tanta intensidade que nem se lembra de olhar no rosto da pessoa que lhe fez tal caridade, e de dizer obrigado. Porém, nesse caso, é até bom que ele não nos agradeça, pois maior será a nossa recompensas nos céus.

Quando rezamos a primeira coisa que nos vem à mente é pedir, e pedir. Pedimos emprego, pedimos uma namorada, um namorado, pedimos saúde, paz e tranqüilidade, etc. Dificilmente lembramos de agradecer. Devemos começar a nossa oração pedindo, sim. Mas pedindo perdão pela nossa falta de amor, pela falta de reconhecimento, pelo nosso egoísmo, etc. Em seguida devemos agradecer por todas as graças recebidas, agradecer por tudo o que Deus nos deu.

Vamos agradecer ao irmão, à irmã. Pela sua existência, por fazerem parte da nossa vida, pela sua companhia, pelos favores que dela recebemos, pelo apoio e pelo carinho recebido. Aos nossos pais, aos nossos irmãos de sangue, aos seus padrinhos, ao seu colega, às suas amigas.

Você já agradeceu a Deus pelo dia de hoje? Agradeça até pelo sofrimento permitido por Deus. Pois ele é importante para a nossa purificação.

Você já agradeceu a Deus por estar com saúde e por tudo que Deus lhe deu? Então agradeça.

Amém, e bom domingo a todos vocês.

Sal.

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“Necessitamos do perdão e da misericórdia de Deus e com humildade e contrição expor à ele o desejo de mudar nosso coração.”

Podemos tirar do Evangelho, três mensagens para a nossa vida. Primeiramente, não basta para nós, somente, reconhecer a nossa miséria e ter consciência de que somos pecadores necessitados do perdão e da misericórdia de Deus. Precisamos de coração, também suplicar a Ele, confessar e expor o nosso desejo de conversão, com humildade e contrição: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” Depois, necessitamos nos pôr de prontidão para obedecer ao que o Senhor nos propõe.

As coisas acontecem quando nós obedecemos e damos o primeiro passo. Quando Jesus avistou os dez leprosos que gritavam em sua direção, Ele apenas deu a eles uma ordem: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Era costume daquela época, quando um leproso ficava curado apresentar-se ao sacerdote para que fosse reintegrado no meio da sociedade. Os leprosos não duvidaram e obedeceram e “enquanto caminhavam, foram curados”. Finalmente, necessitamos ter gratidão e saber expressá-la em gestos e atitudes concretos e não somente com palavras ou intenções.

Quantas vezes nós, cada um com as suas doenças e problemas, imitamos esses homens cheios de defeitos e erros; cheios de orgulho e vaidades; vivendo brigados dentro das nossas próprias famílias, com raiva e até ódio às vezes, criando na nossa vida “uma lepra” que destrói a alma e, quando nos encontramos com a Verdade e queremos retomar a vida normal, a vida que nos realiza como filhos e filhas do Criador; rogamos e imploramos que Ele nos salve e. . . Ele salva! Voltamos para agradecer como fez aquele leproso? Ou fazemos como os nove que foram embora sem agradecer? Acostumemo-nos a fazer, sempre que estivermos à beira de falarmos ou fazermos coisas que nos afastam dos caminhos do Senhor, uma revisão de vida e percebermos o quanto somos felizes, mesmo com as dificuldades que todos temos. É importante observarmos em cada reflexão, que não é Deus que nos dá as doenças, os problemas e tantas outras coisas que nos afligem durante a nossa caminhada na terra. Ele só quer o nosso bem; Ele nos criou para sermos infinitamente felizes. Nós é que criamos ou outros nos criam tudo aquilo que nos afligem.

Um coração agradecido é reconhecido por Deus. O leproso agradecido era um estrangeiro, isto é, não fazia parte do povo de Israel. Mas, mesmo assim, ele foi mais autêntico do que os outros e voltou, glorificando a Deus em voz alta a fim de agradecer pela sua cura. Assim, ele atirou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra e prostrou-se diante do Senhor numa atitude concreta de profunda reverência e reconhecimento. Por isso, Jesus elogiou o seu gesto e o exaltou, admirando-se dos outros nove leprosos que não haviam voltado. Isto significa dizer que aqueles que nem são considerados como parte do “povo de Deus” são acolhidos da mesma forma pela Sua misericórdia e têm seu lugar reservado no reino dos céus.

Deus é Amor e o Amor é a essência do bem e, portanto, jamais comungará com a maldade, com o erro, com a desgraça, com o castigo ou qualquer ato que contradiga as suas qualidades.Pai amado, Pai querido que o nosso coração, repleto de fé, reconheça Jesus como a mediação de todas as graça e favores que recebemos de ti

Amém

Abraço carinhoso

Maria Regina

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Domingo, 10 de outubro de 2010

28º Domingo do Tempo Comum

NÃO HOUVE QUEM VOLTASSE PARA DAR GLÓRIA A DEUS, A NÃO SER ESTE ESTRANGEIRO?

Santos do Dia: Alderico de Sens (bispo), Cerbônio de Populônia (bispo), Cerbônio de Verona (bispo), Claro de Nantes (bispo), Daniel Comboni (presbítero, fundador), Daniel, Samuel, Agnelo, Leão, Nicolau, Hugolino e Domne (franciscanos, mártires de Ceuta), Eulâmpio e Eulâmpia (mártires da Nicomédia), Francisco de Bórgia (superior geral dos Jesuítas), Gereão, Cassiano, Florêncio, Maloso, Vitor e seus companheiros (mártires de Colônia), João de Bridlington (presbítero), Tomás de Vilanova (bispo).

Primeira leitura: 2 Reis 5,14-17
Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.
Salmo responsorial: 97,1.2-3ab.3cd-4
O Senhor fez conhecer a salvação e às nações revelou sua justiça.
Segunda leitura: 2 Timóteo 2, 8-13
Se com Cristo ficamos firmes, com ele reinaremos.
Evangelho: Lucas 17, 11-19
Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?

Entre samaritanos e judeus – habitantes do centro e sul de Israel respectivamente – existe uma antiga inimizade, uma forte rivalidade que remontava ao ano 721 a. C. quando o imperador Sargon II tomou militarmente a cidade de Samaria e deportou para a Assíria a mão de obra qualificada, povoando a região conquistada com colonos assírios, como nos conta o segundo livro dos Reis (c.17).

Com o correr do tempo, estes uniram seu sangue com a da povoação de Samaria, dando origem a uma raça mista que naturalmente acabou misturando também as crenças. “Quem come pão com um samaritano é como quem come carne de porco (animal proibido na dieta judaica), diz a Misná (Shab 8,10).

A relação entre judeus e samaritanos havia experimentado nos dias de Jesus uma dureza especial, depois que estes, sob o procurador Coponio (6-9 d. C.), terem profanado os pórticos do templo e o santuário semeando, durante a noite, ossos humanos, como refere o historiador Flavio Josefo em sua obra Antiguidades Judaicas (18, 29ss); entre ambos os grupos dominava um ódio irreconciliável desde que se separaram da comunidade judaica e construíram seu próprio templo sobre o monte Garizin (no século IV a. C. o mais tardar). Havia no século II a. C. o livro do Eclesiástico (50,25-26) que diz: “Duas nações eu detesto e a terceira não é povo: os habitantes de Seir e Foçosteoa e o povo néscio que habita em Siquém (Samaria)”.

A palavra “samaritano” constituía uma grave injuria na boca de um judeu. Segundo Jo 8,48, os dirigentes dizem a Jesus em forma de insulto: Não temos razão em dizer que és um samaritano e que estás louco? Esta era a situação nos tempos de Jesus, judeu de nascimento, quando tem lugar a cena do evangelho de hoje.

Os leprosos viviam fora dos povoados; se habitassem dentro, residiam em bairros isolados do resto da população, sem poder entrar em contato com ela, nem assistir ou participar das cerimônias religiosas.


O livro do Levítico prescreve como haviam de se comportar: “O que foi declarado enfermo com doença contagiosa cutânea, andará esfarrapado e despenteado, com a barba tapada e gritando: Impuro, impuro! Enquanto dure a enfermidade continuará impuro.

Viverá afastado e terá sua morada fora do acampamento” (Lv 13, 45-46). O conceito de lepra na Bíblia dista muito da concepção que a medicina moderna dá a esta palavra, tratando-se em muitos casos de enfermidades curáveis da pele.


Jesus, ao ver os dez leprosos, os envia a apresentar-se aos sacerdotes cuja função, entre outras, em princípio era diagnosticar certas enfermidades que, por serem contagiosas, exigiam que o enfermo se retirasse por um tempo da vida pública.

Uma vez curados, deviam apresentar-se ao sacerdote para que lhe desse uma espécie de certificado de cura que lhe permitisse sua reinserção na sociedade. Porém, o relato evangélico não termina com a cura dos dez leprosos, pois anota que um deles, precisamente um samaritano, retorna a Jesus para agradecer-lhe.


Algo parecido havia acontecido no livro dos Reis. Naaman, general do exército do rei sírio, acometido de uma enfermidade da pele, foi ver o profeta de Samaria, Eliseu, para que o livrasse de sua enfermidade. Eliseu, em lugar de recebê-lo, pediu que Fosse banhar-se sete vezes no rio Jordão e ficaria limpo. Naaman, ainda que contrariado por não ter sido recebido pelo profeta, fez o que este lhe disse e ficou limpo.

Quando se viu limpo, apesar de não pertencer ao povo judeu, voltou ao profeta para agradecer-lhe o presente, reconhecendo o Deus de Israel como o verdadeiro Deus, capaz de dar vida. Este Deus, além de tudo, se manifesta em Jesus como o sempre fiel apesar da infidelidade humana.


O acontecido ao leproso do evangelho não se tornaria uma notícia muito boa para os judeus. Dos dez leprosos, nove eram judeu e um samaritano. Este, quando se viu curado, voltou louvando a Deus em grandes gritos e se prostrou por terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças. Estar aos pés de Jesus é a postura do discípulo que aprende do mestre.

Os outros nove, que eram judeus, demonstraram com seu comportamento, o esquecimento de Deus que tinham e a falta de educação que impede a atitude de agradecimento. Somente um samaritano – oficialmente heterodoxo, herege, excomungado, desprezado, marginalizado – voltou para dar graças. Somente este passou a fazer parte da comunidade de seguidores de Jesus; os outros ficaram desqualificados.


Talvez nós cristãos estejamos demasiadamente convencidos de que somente os de dentro, os da comunidade, “os da paróquia”, ou “os católicos”... somos os que adotamos os melhores comportamentos. Com freqüência encontramos pessoas tão boas fora, ou em nossas igrejas, em outras religiões, inclusive entre aqueles que se dizem “não crentes”. No evangelho de hoje é precisamente o dom recebido de Deus, dando uma lição magistral a quem não soube agradecer. Aprendamos a lição do samaritano.

COMENTÁRIO CRÍTICO

Utilizar na liturgia relatos bíblicos sobre a realização de milagres e, portanto, tomá-los como plataforma sobre a qual montar uma reflexão cristã que oriente nossa vida atual, se torna problemático por várias razões. Em primeiro lugar porque hoje duvidamos seriamente de sua veracidade histórica, inclusive da veracidade de muitos milagres atribuídos a Jesus.

Porém, também e sobretudo porque, ainda que fossem muito menos os milagres que os especialistas bíblicos consideram “históricos”, os milagres em si se tornam incompreensíveis para a mentalidade moderna, posterior a Newton, na qual se abandona a visão pré-científica de um mundo com um segundo piso superior, a partir do qual os deuses vigiam e intervêm alterando a ordem natural das coisas. Na mentalidade moderna, os relatos religiosos sobre milagres têm algo em comum com a literatura de ficção.


Somente simbolicamente – somente além ou à margem da historicidade da ficção – se pode extrair alguma mensagem proveitosa sobre o relato da cura de Naaman (lendo-o inteiro, no extrato da liturgia deste domingo). E o mesmo ocorre com o relato de hoje em relação à cura dos leprosos: fora do valor exemplarizante do agradecimento, precisamente do samaritano, pouco acrescenta ver Jesus fazendo este tipo de milagre, pois é retirado da realidade de sua inteira e perfeita humanidade. Isto sugere o que tantos estão dizendo: Não é necessário outra seleção litúrgica dos textos bíblicos no atual ordenamento do ano litúrgico?

Certo é que o atual, que não tem ainda cinqüenta anos, melhorou muito a seleção anterior, porém os tempos mudam – e nós com eles – e fica a sensação de que a atual seleção necessita de uma atualização importante. Não se trata somente de selecionar textos bíblicos melhores, mas de ampliar os critérios de seleção (somente dos textos bíblicos?), de superar a uniformidade obrigatória (todos na Igreja cada domingo e cada dia com os mesmos textos?), de utilizar inteligentemente a liturgia também como veículo de formação (com um ordenamento sistemático que permita um desenvolvimento orgânico teológico, por exemplo), de abrir a possibilidade de uma liturgia experimental com símbolos e linguagens novos (para muitos, sobretudo os jovens, já que já não têm a mínima tolerância à simbologia litúrgica atual), de abrir a possibilidade de enriquecimento inter-religioso de forma de cultivo da espiritualidade.


Se ninguém o diz, se ninguém dá voz ao mal-estar que se percebe a respeito, seguiremos indefinidamente como estamos. Nós queremos expressar nosso parecer, ao menos expressá-lo. Em todo caso, é uma forma de colaborar e fazer saber a quem corresponde, é a forma de ter a liberdade de realizar mudanças onde as condições da comunidade o permitam ou o aconselhem. A organização ou ordenamento litúrgico é para a comunidade e não a comunidade para o ordenamento litúrgico.

Missionários Claretianos

Os dez leprosos

(Pedro Casaldáliga)

Eram dez os leprosos. Era

essa infinita legião

que sobrevive à margem

de nossa desatenção.

Te esperam e nos espera

neles tua compaixão.

Feita a conta sincera,

quantos somos? Quantos são?

Leproso Tu e companhia,

Carta de cidadania

nunca se acabam de dar

Que Francisco ainda os beija?

Que Clara os senta à mesa?

Que Igreja lhes serve de casa?

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OS DEZ LEPROSOS VIERAM AO SEU ENCONTRO.

A Palavra de Deus deste XXVIII Domingo do Tempo Comum mostra-nos, com exemplos concretos, como Deus tem um projeto de salvação para oferecer a todos os homens, sem exceção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos e chegar à vida plena.

A primeira leitura apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Jahwéh oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites nem exceções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-l’O como o único salvador e manifestar-Lhe gratidão.

O Evangelho apresenta-nos um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão.

A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.

Primeira Leitura - Leitura do Segundo Livro dos Reis (2Rs 5,14-17)

Salmo Responsorial - Salmo 97

Segunda Leitura - Segunda Carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 2,8-13)

(Lc 17,11-19)

Comentário - A fé, dom e salvação nossa

Há dois aspectos nas leituras deste domingo que podem fazer que centremos a atenção em um e nos esqueçamos do outro. Tanto na primeira leitura como no evangelho aparece a figura do leproso. Nas duas produz-se a cura. Esse é um primeiro ponto no que nos fixaremos: Deus cura ao que está doente de lepra. Mas há um segundo aspecto não menos importante: nas duas leituras sublinha-se que um dos curados dá obrigado pelo favor recebido. Cura por parte de Deus ou de Jesus e ação de obrigado por parte do que tem sido curado. E uma conclusão surpreendente de Jesus: “Vai, tua fé te salvou”.

O primeiro é o milagre, a cura. Não é casualidade que Jesus cure os leprosos. É muito importante ver os tipos de doença que cura Jesus. Neste caso, curar a um leproso significa devolver à sociedade ao que tinha sido marginalizado e afastado. A lepra era então uma doença temida como contagiosa. Isso fazia que as pessoas doentes de lepra fossem afastadas da vida social e condenadas à marginalização total. Tanta era a marginalização que na linguagem atual se diz de uma pessoa que é como um leproso para expressar que essa pessoa é desprezada pelas demais, que ninguém quer tratar com ela.

Para além do milagre físico

Jesus, ao curar aos leprosos, vai bem mais lá de fazer um puro milagre físico. Os reintegra na sociedade, converte-os em membros ativos da sociedade. Indica-lhes que se apresentem ao sacerdote – era o que certificava a cura e sua volta à normalidade – com o fim de que sua cura seja também uma cura “social”. O mesmo pode-se dizer de Naamán, o sírio. Também ele, apesar de ser uma personagem importante em seu país, corre o risco do perder tudo, de deixar de ser alguém, por ter contraído a odiada doença. A cura devolve-lhe a sua posição social, faz-lhe voltar a ser uma pessoa, sujeito de direitos e deveres.

Não podemos curar a lepra de um modo rápido, mediante um milagre. Não temos esse poder. Mas podemos fazer esforços para integrar, para acolher, para lutar contra qualquer forma de marginalização, uma das atitudes principais de nossa vida cristã. Então, nos pareceríamos a Jesus que acolhe todos, que integra que não marginaliza ninguém, que com todos fala, com todos se senta e dialoga que não tem medo de freqüentar as más amizades porque a todos oferece o reino, a presença viva do amor de Deus que quer sentar a todos seus filhos e filhas em torno da única mesa do banquete da vida, sem excluir a ninguém, sem que ninguém, por nenhuma razão, fique fora.

Agradecidos

Mas há outro tema nestas leituras que também é importante para nossa reflexão e para levar à prática em nossa vida cristã. É o agradecimento. Naamán, o sírio, sente-se curado e de seu coração brota a necessidade de voltar a apresentar-se ante o profeta e oferecer-lhe um presente, um sinal não só do bem que sente senão de seu reconhecimento ao que o profeta tem feito por ele. A resposta do profeta leva-lhe a dar-se conta de que tem sido Deus mesmo, sua graça, sua força, quem fez o milagre. E a ele se volta agradecido: de agora em diante não reconhecerá a outro Deus mais que ao Senhor. Naamán deu-se conta de que a vida, e tudo o que ela implica, é dom de Deus.

O mesmo pode-se dizer do leproso, só um dos dez, que volta a Jesus para lhe dar obrigado. Experimentou igualmente que sua cura foi um dom gratuito de Deus, que o recriou e o devolveu à vida, à sociedade, para ser uma pessoa como os demais. Diz o evangelho que voltou “louvando a Deus aos gritos”. Devia pensar que Jesus era um grande profeta, mas seu ponto de referência estava centrado em Deus, o criador, o todo-poderoso, que em lugar de destruir e aniquilar se alegra em presentear vida e esperança, amor e misericórdia. O mesmo Jesus confirma-o em suas palavras finais. Este leproso é o único que voltou “para dar glória a Deus”. Ante ele, ante Deus, não há pagamento possível. Não se podem comprar os dons de Deus. Só fica a ação de obrigado, viver agradecidos.

E para concluir, as últimas palavras de Jesus. A salvação não é fruto do milagre. O milagre é a ação de Deus que transforma a pessoa. Mas a salvação não se produz automaticamente. Precisa da colaboração da pessoa. Precisa que a pessoa acolha a ação de Deus e reconheça nele o que lhe deu a vida e tudo o que tem. A salvação produz-se nessa misteriosa cumplicidade entre a ação de Deus e a resposta da pessoa. Aí brota a fé e a salvação. Nem é só ação de Deus nem é só fruto do compromisso ou esforço humano. São os dois, Deus e a cada pessoa, cara a cara, os que fazem a salvação.

Pe. Fernando Torres Pérez cmf

Fonte: http://www.ciudadredonda.org/

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Homilia do Mons. José Maria – XXVIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Em Tudo Dai Graças!

Vivemos num mundo em que a vida humana transformou-se num grande comércio onde tudo se compra e tudo se paga… É a época do descartável! Diante dessa realidade, muitos perderam o valor da gratuidade e da gratidão.

“Obrigado” é uma palavra tão simples, mas tão esquecida por muitos!

No Evangelho (Lc. 17, 11-19) Jesus cura dez leprosos, mas apenas um volta para agradecer.

Na sua última viagem a Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia; saíram-Lhe ao encontro dez leprosos que se detiveram a certa distância do lugar em que se encontravam o Mestre e o grupo que o acompanhava, pois a lei proibia que esses doentes se aproximassem das pessoas. Entre os leprosos contava-se um samaritano, apesar de não haver trato entre os judeus e os samaritanos, dada a inimizade secular que separava os dois povos; mas a desgraça unira-os, como acontece tantas vezes na vida.

Eles gritam de longe: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós…”

Jesus se compadece e os manda se apresentarem aos sacerdotes, que eram os responsáveis para comprovar a cura e liberar a reintegração na Comunidade.

Os dez obedecem e no caminho se vêem curados; mas só um volta para agradecer… e era um samaritano, considerado estrangeiro e desprezado pelos judeus…

Cristo questiona: “Não foram dez os curados? Onde estão os outros nove? E acrescenta: Levanta-te e vai. TUA FÉ te salvou.”

Estes leprosos ensinam-nos a pedir: recorrem à misericórdia divina, que é fonte de todas as graças. E mostra-nos o caminho da cura, seja qual for a lepra que tenhamos na alma: ter fé e sermos dóceis àqueles que, em nome do Mestre, nos indicam o que devemos fazer.

Imaginemos o samaritano correndo, glorificando a Deus em voz alta; e foi prostrar-se aos pés do Mestre, dando-lhe graças.

Foi uma ação profundamente humana e cheia de beleza. Dizia Santo Agostinho: “Que coisa melhor podemos trazer no coração, pronunciar com a boca, escrever com a pena, do que estas palavras: “graças a Deus”? Não há nada que se possa dizer com maior brevidade, nem ouvir com maior alegria, nem sentir com maior elevação, nem realizar com maior utilidade.” A gratidão é uma das virtudes que enobrecem a pessoa humana. Desde criança, fomos educados a agradecer os favores recebidos. A gratidão é uma atitude que brota do coração de quem se sente amado pelo amor de Deus…

“Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” Quantas vezes Jesus não terá perguntado por nós, depois de tantas graças!

Com freqüência, temos melhor memória para as nossas necessidades e carências do que para os nossos bens. Vivemos pendentes daquilo que nos falta, e reparamos pouco naquilo que temos, e talvez seja por isso que ficamos aquém no nosso agradecimento. Pensamos que temos pleno direito ao que possuímos e esquecemo-nos do que diz Santo Agostinho: “Nada é nosso, a não ser o pecado que possuímos. Pois que tens tu que não tenhas recebido? (1Cor 4, 7).”

Toda a nossa vida deve ser uma contínua ação de graças. Lembrai-vos das maravilhas que Ele fez, exorta o salmista. O samaritano, através do seu mal, pôde conhecer Jesus Cristo e por ser agradecido conquistou a sua amizade e o incomparável dom da fé: …Tua fé te salvou.

Saibamos agradecer a tantas pessoas que tornaram nossa vida mais feliz: nossos pais, nossos professores, o padre, o médico, o catequista, os colegas de estudo, de trabalho, de esporte e de tantos outros.

Também é significativo que fosse um estrangeiro quem voltasse para agradecer. Isso recorda-nos que, por vezes, cuidamos de agradecer um serviço ocasional prestado por uma pessoa desconhecida, e ao mesmo tempo não sabemos dar importância às contínuas delicadezas e atenções que recebemos dos mais próximos.

Não existe um só dia em que Deus não nos conceda alguma graça particular e extraordinária! Em todos os momentos saibamos dizer: “Obrigado, Senhor, por tudo.”

Não podemos esquecer-nos de que na vida das criaturas humanas tudo é dom de Deus, tudo é graça, tudo é benção de Deus.

Ensina São Paulo: “Em todas as circunstâncias dai graças…” (1Ts 5, 18).

Já dizia Sêneca: “Só os espíritos bem formados são capazes de cultivar a gratidão.”

Importantíssimo é educar-nos para esta atitude de ação de graças.

Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Padre Françoá Costa – XXVIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Justificados pela fé

Na semana passada, refletimos sobre a fé. Gostaria de continuar com o mesmo tema, mas dessa vez desde outra perspectiva. O que acontece é que eu também, como você, escutei na passagem do Evangelho oferecido pela liturgia de hoje o seguinte: “Levanta-te a tua fé te salvou” (Lc 17,10). Ou seja, a fé salva!

Martinho Lutero foi um sacerdote agostiniano alemão que viveu no século XVI, homem de grande inteligência e de uma fina sensibilidade. Atormentado pelos seus escrúpulos de consciência e sentindo-se oprimido pelas normas da religião, passou por uma experiência que mudaria a sua vida. Leu Rm 1,17: “o justo viverá da fé”. Lutero entendeu que bastaria a fé, somente a fé, para salvar-se; as obras não contariam para nada nesse processo de salvação. A partir daquele momento, seria clássico o tripé luterano: Sola fides! Sola gratia! Sola Scriptura! A tradução é fácil: Somente a fé! Somente a graça! Somente a Bíblia! Com exclusão das obras, do esforço ascético e da Tradição da Igreja. Logicamente, a partir daquele momento, Lutero já não se sentia ligado à autoridade da Igreja Católica para interpretar a Sagrada Escritura. Curiosamente, parece que Lutero não leu muito bem o seguinte capítulo da Carta aos Romanos que, entre outras coisas, nos diz que Deus “retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Rm 2,6), nem tampouco o que escreveu o mesmo Apóstolo aos gálatas: que a fé “opera pela caridade” (Gl 5,6).

Enfim, o Concilio de Trento teve que tratar dessa questão e fê-lo magistralmente no ano 1547. O fruto daquela Sessão VI do Concilio foi o valiosíssimo Decreto sobre a justificação. É interessante observar que, desde o começo, o Concilio não se preocupou em dar uma interpretação imediata a uma passagem concreta, como poderia ser Rm 1,17, mas primeiramente quis conhecer profundamente o que significa ser justificado, ser justo, o que quer dizer “justificação”. Depois de deixar claro até que ponto chegou o drama do ser humano – pecador, imundo, separado de Deus, com uma vontade e uma liberdade enfermas, incapaz de salvar-se a si mesmo –, nos explica que a salvação nos vem de Jesus Cristo. Ele nos salvou, mas cada de um nós tem que deixar-se lavar pelo seu sangue purificador. Finalmente, o Concilio nos diz que a justificação não é somente remissão dos pecados, mas também santificação e renovação do homem interior pela voluntária recepção da graças e dos dons. E qual é o papel da fé na justificação já que a Escritura afirma que o somos justificados pela fé (cfr. Rm 1,17; 3,28)? O Concilio interpreta essas palavras da Escritura com outras: “sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,6). Ser justificado pela fé, ser salvado e santificado pela fé, significa que para ser justo diante de Deus é preciso antes crer que ele existe e que é a causa da nossa santificação. Com efeito, como estar inserido em Cristo se não cremos nele e se não permitimos, livremente, que ele entre nas nossas vidas? Deus é muito cortês, se nós não permitimos que ele entre na nossa casa, ele não entrará, mas continuará insistindo.

“Levanta-te a tua fé te salvou” (Lc 17,10). Abracemos cada vez mais a salvação doada por Cristo a cada um de nós, mas não nos esqueçamos de que é importante voltar para agradecer com obras e na verdade. Aquele samaritano, que antes era leproso como os outros, quis percorrer o caminho de volta para agradecer a Jesus pessoalmente prostrando-se aos seus pés. A sua fé foi acompanhada por umas quantas obras que mereceram um elogio e uma exclamação de Jesus: “Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!” (Lc 17,18). Agradeçamos ao Senhor “opere et veritate”, com obras e na verdade, pois, salvados em Cristo Jesus, “esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade. (…) Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição” (2 Pd 1,5-10). Sim, a nossa fé nos salvou, mas é preciso continuar cuidando – por uma vida santa – essa salvação para que aumente em nós e para que um dia seja eterna e vejamos, face a face, a Deus Pai e Filho e Espírito Santo.

Pe. Françoá Costa

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – XXVIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

2Rs 5,14-17
Sl 97
2Tm 2,8-13
Lc 17,11-19

Salta aos olhos a mensagem da Palavra de Deus neste Domingo: a gratidão, o reconhecimento cheio de amor pela ação benéfica de Deus na nossa vida. Gratidão e ingratidão – eis o que aparece nas leituras de hoje. Primeiro, a gratidão de Naamã, um pagão, inimigo de Israel, que, no entanto, sabe ser agradecido a Deus. Curado de sua lepra, voltou para agradecer ao profeta Eliseu e, como sinal de conversão ao Deus verdadeiro, levou terra de Israel para Damasco, sua cidade, para, sobre essa terra, adorar a Deus. O reocnhecimento pelo benefício de Deus fez desse pagão um amigo do Senhor e salvou a sua existência de um caminho sem sentido. Também a gratidão de outro pagão, o leproso samaritano que soube, reconhecido, voltar a Jesus “para dar glória a Deus”. Mas também, hoje, aparece a ingratidão. Nove leprosos, filhos do povo de Israel, que curados, não retornam para agradecer o dom… Dez foram curados, somente um foi salvo, o leproso pagão e estrangeiro:“Levanta-te e vai! Tua fé te salvou!”

Estejamos atentos! Hoje, temos tudo… Chegamos a um alto grau de desenvolvimento tecnológico e científico, compreendemos tantos dos processos e dinamismos da natureza e, num mundo ativista e auto-suficiente, temos a sensação ilusória que nos bastamos, que tudo é nosso, que tudo é fruto de nossos esforços, que tudo foi conquista nossa, simplesmente. Vamos nos tornando cegos para a presença cuidadosa, providencial e cheia de amor de um Deus que sempre vela por nós. Vamos nos tornando gravemente insensíveis para perceber a vida como dom, como graça, como presente. É impressionante como o mundo nos vai tornando dormentes, insensíveis mesmo, para Deus! Se avida já não mais é percebida como um dom, também do nosso coração já não mais brota a ação de graças. Mas, uma vida assim é ela mesma, sem graça, ela mesma uma “des-graça”! Somente quando abrimos o coração e os olhos da fé, podemos perceber que tudo é graça, imenso dom de um Amor sem fim e, então, seremos realmente curados de uma vida sem sentido e libertos para correr livres nos caminhos da existência. Poderemos ouvir a palavra de Jesus: “Levanta-te e vai! A tua fé te salvou! Salvou-te de uma vida mesquinha, fechada, incapaz de olhar as estrelas, incapaz de comunhão com o Pai do céu, incapaz de dizer “Pai nosso” e de reconhecer nos outros teus irmãos…” Mas, para isso – nunca esqueçamos – é necessário um coração de pobre, um coração humilde, que reconheça que tudo quanto possuímos foi recebido de Deus.

Vale, então, para nós, no corre-corre da vida, a advertência de São Paulo, na segunda leitura de hoje: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos!” Lembrar-se de Cristo é tê-lo como palavra última e total de amor que o Pai nos pronunciou. Lembrar-se de Jesus é nunca esquecer que Deus está conosco, amando-nos, perdoando-nos e acolhendo-nos como Deus providente e misericordioso. Lembrar-se de Jesus morto e ressuscitado é nunca duvidar da misericórdia de Deus e de seu compromisso na nossa existência e na existência do mundo. “Lembra-te de Jesus Cristo ressuscitado! Merece fé esta palavra: se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o renegarmos, também ele nos negará. Se lhe formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo!” Aqui está o motivo último e irrevogável de toda a nossa gratidão a Deus: Jesus Cristo, dado-nos como carinho e fidelidade do Pai! É de tal modo este dom, tão irrevogável, tão absoluto, que vale a pena morrer com ele para, nele, viver uma vida nova; vale a pena sofrer com ele para, nele, reinarmos. É interessante como o Apóstolo sublinha a fidelidade amorosa de Deus em Jesus: “Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel!” Eis um Deus que não se escandaliza com nossas debilidades, mas é sempre disposto a recomeçar conosco. “Se nós o negamos, também ele nos negará”… Esta é a única atitude que nos faz perdê-lo para sempre: a ingratidão de negá-lo em nossa vida, de fechar-se de tal modo para ele, que já não mais o reconheçamos, que já não mais deixemos que ele seja o Senhor de nossa existência, que já não mais percebamos que tudo é graça, tudo é presente de amor.

Cuidemos, então do modo como estamos construindo a nossa existência: como um fechar-se sobre nós mesmos, na auto-suficiência, ou como uma abertura livre e filial, pronta a acolher e viver a vida como um dom do Senhor. Como cantam os focolares: “Se um dia perguntares quem sou, não direi o meu nome. Direi: ‘Obrigado’, por tudo e pra sempre, ‘obrigado, obrigado’”!

Dom Henrique Soares da Costa

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JESUS CURA DEZ LEPROSOS

Lc 17,11-19

Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro.

Este Evangelho nos trás a cena da cura dos dez leprosos. Eles estavam fora do povoado porque uma lei obrigava os leprosos a viverem separados da sociedade.

Só um deles voltou para agradecer a Jesus. Os outros ficaram felizes com a cura, mas se esqueceram de dizer muito obrigado a quem os curou. Já aquele que agradeceu recebeu outra graça muito maior: a salvação: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

Como é bom ser agradecido, ter a virtude do reconhecimento e da gratidão! De manhã até a noite recebemos benefícios de Deus e nem tomamos consciência disso. Não existe o tal “por acaso”.

A própria sociedade pecadora nos ensina a ser ingratos e não reconhecidos. Ela destaca as pessoas erradas, publicando o que elas fazem pelos meios mais modernos de comunicação. Já as que fazem o bem, mesmo com heroísmo, ficam desconhecidas. Seguindo essa “escola”, nós costumamos comentar entre nós sobre os crimes, esquecendo-nos dos bons gestos que vemos. Se na nossa rua existem vinte famílias que andam certinho e uma que é errada, é desta que falamos. Que coisa triste!

De modo geral, a proporção é a mesma da cena da cura dos leprosos: de cada dez pessoas, só uma agradece, e mesmo esta, cada dez benefícios que recebe, agradece um só, e olhe lá.

A Bíblia toda, tanto o Antigo como o Novo Testamento, segue o caminho contrário, destacando os benefícios recebidos de Deus e as pessoas exemplares. Veja Hb 11, que bela lista de pessoas que são para nós modelos de fé.

Nossas orações geralmente ficam no pedir, pedir, pedir... E agradecer, nada. Nos Salmos nós encontramos as quatro espécies de oração: o louvor a Deus, a súplica, o pedido de perdão e o agradecimento. Os Salmos de ação de graças estão entre as páginas mais belas da Sagrada Escritura.

Jesus gostava de agradecer. Antes da ressurreição de Lázaro, ele disse: “Pai, eu te agradeço porque sempre me ouves!” (Jo 11,41). Na parábola da ovelha perdida, o pastor fez uma festa para agradecer o encontro do animal. O mesmo faz a mulher que encontrou a moeda. O pai do filho pródigo fez um banquete para festejar a chegada do filho querido...

Contemplando todos os presentes que ganhamos de Deus, o nosso sentimento devia ser como o de S. Paulo: “Por isso dobro os joelhos diante do Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo...” (Ef 3,14).

“Irmãos, sede agradecidos. Cantai a Deus, em vossos corações, com Salmos, hinos e cânticos inspirados pelo Espírito. E tudo o que disserdes ou fizerdes, que seja sempre no nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus Pai” (Cl 3,16-17).

Também S. Paulo reclama da humanidade pecadora, que é ingrata a Deus: “Apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu. Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos” (Rm 1,21-22).

Quem é grato a Deus, é também grato às pessoas pelos benefícios que recebe. Por outro lado, quem é ingrato a Deus, é ingrato também ao próximo.

Certa vez, um garoto surpreendeu sua mãe com uma listinha. Esta listinha dizia assim: A mamãe me deve: levar o recado para a tia Anita: R$2,00; comprar o pão: R$0,50; tirar o lixo: R$0,50; varrer o chão: R$3,00. Total: R$6,00.

A mãe não deixou por menos. Pegou na hora um papel e escreveu: carregar você dentro de mim durante nove meses: R$000; dar banho e cuidar de você quando criança: R$0,00; fazer a comida e lavar a roupa: R$0,00 Total que você me deve: R$0,00. A sociedade moderna nos ensina a cobrar tudo. Mas Jesus nos ensina a gratuidade, o reconhecimento, a gratidão.

Maria Santíssima era uma pessoa agradecida a Deus. O Magnificat é o mais belo hino de ação de graças existente na Bíblia. Ali, ela agradece até coisas que ainda não tinham acontecido, como Jesus fez na ressurreição de Lázaro. De fato, “a fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem” (Hb 11,1). Que Maria nos ajude a ser sempre gratos.

Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro.

Padre Queiroz

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O PECADO DA INGRATIDÃO

O modo como os leprosos agem em relação ao benefício recebido de Jesus corresponde às nossas atitudes perante a misericórdia divina.
No seu desespero, os leprosos recorrem a Jesus, implorando piedade. Era insuportável a situação em que se encontravam, vítimas da doença. Mesmo para recorrer ao Mestre, deviam manter-se à distância, como mandava a Lei. Esta os obrigava a andar com as vestes rasgadas, com os cabelos desgrenhados e a barba coberta. E mais, deveriam habitar fora da cidade, e gritar: "impuro, impuro!", quando alguém se aproximasse, para evitar a contaminação. Situação dolorosa!
A súplica pungente do grupo de doentes encontra guarida no coração de Jesus. Ele os atende imediatamente, ordenando que se apresentem aos sacerdotes, como se já estivessem curados.
Só um sentiu-se motivado a voltar atrás e agradecer a quem o havia curado. Jogou-se aos pés de Jesus, dando gritos de louvor a Deus. E este era um samaritano, membro de um povo inimigo dos judeus, visto com desprezo. A gratidão brotou-lhe espontânea do coração.
Já os outros nove, judeus de origem, esqueceram-se de agradecer. Assim, deram mostras de não ter dado o passo da fé, reconhecendo a condição messiânica de Jesus. E perderam a chance de receber os benefícios da salvação.

Prece
Espírito de agradecimento, torna-me sensível aos benefícios que eu recebo cada dia, e dá-me um coração que seja sempre capaz de agradecer.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE )

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SOMENTE UM LEPROSO AGRADECEU!

A Palavra de Deus deste XXVIII Domingo do Tempo Comum mostra-nos, com exemplos concretos, como Deus tem um projeto de salvação para oferecer a todos os homens, sem exceção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos e chegar à vida plena.

A primeira leitura apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Jahwéh oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites nem exceções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-l’O como o único salvador e manifestar-Lhe gratidão.

O Evangelho apresenta-nos um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão.

A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.

A história do sírio Naamã levanta a questão da gratidão… É necessário que nos apercebamos que tudo é dom do amor de Deus e não uma conquista nossa ou a recompensa pelos nossos méritos ou pelas nossas boas obras. Estou consciente de que é de Deus que recebo tudo e manifesto-Lhe a minha gratidão pela sua presença, pelos seus dons, pelo seu amor?

A sociedade do nosso tempo está convencida de que uma vida gasta no serviço simples e humilde em favor dos irmãos é uma vida fracassada; mas o autor da segunda Carta a Timóteo garante que uma vida de amor e de serviço é uma vida plenamente realizada, pois no final da caminhada espera-nos a ressurreição, a vida plena (são os efeitos da nossa identificação com Cristo). O que é que, para mim, faz mais sentido? No meu dia a dia domina o egoísmo e a auto-suficiência, ou o amor, a partilha, o dom da vida?

A “lepra” que rouba a vida a esses “dez” homens que o Evangelho nos apresenta representa o infortúnio que atinge a totalidade da humanidade e que gera exclusão, marginalidade, opressão, injustiça. É a condição de uma humanidade marcada pelo sofrimento, pela miséria, pelo afastamento de Deus e dos irmãos, que aqui nos é pintada… Lucas garante, no entanto, que Deus tem um projeto de salvação para todos os homens, sem exceção; e que é em Jesus e através de Jesus que esse projeto atinge todos os que se sentem “leprosos” e os faz encontrar a vida plena, a reintegração total na família de Deus e na comunidade humana.

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”
14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.

Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.
Palavra da Salvação

Se o samaritano da parábola caracterizava-se pela "compaixão intima e efetiva", o samaritano leproso - curado por Jesus - caracteriza-se pelo agradecimento. São dois personagens estrangeiros, um ideal e outro real, beatificados por Jesus.

Algo estranho ocorre numa comunidade quando os exemplos de boa conduta se encontram fora dela. Algo ocorria no povo judeu, quando Jesus se via obrigado a propor samaritanos ou samaritanas como exemplo de compaixão, de fé, de agradecimento.

Somos agradecidos? A gratidão é uma das virtudes da cortesia, cada vez mais estendida na sociedade. Mas uma coisa são as palavras e outra o coração. Temos um coração agradecido?

Quando nos pomos em um plano reivindicativo, crítico, quando suspeitamos dos demais e até nos tornamos suspeitos, quando utilizamos só a medida do legal, como ficamos longe da gratidão!

Agradecera quem pensa que tudo se deve a si mesmo? A quem nada agradece. Tudo consegue a base de luta, de voluntarismo. Ao final... só a si mesmo se dá obrigado e glória!

No debate político evitam-se intencionalmente os agradecimentos. Nada do que diz ou faz a oposição "se agradece"... No debate religioso ocorre o mesmo. Não há "agradecimento" nos oponentes; só má vontade, perseguição, tendenciosidade!

Não há pessoa mais infeliz que aquela a que "nada agradece".

Naamã o sírio, após ser curado - depois de muita resistência -, converteu sua vida posterior numa ação de agradecimento. O leproso, número dez, isto é, "o outro samaritano" foi o único que voltou para agradecer a Jesus e louvar a Deus.

A paz no mundo, na sociedade, entre as religiões, entre o cristianismo e a sociedade, entre os grupos, as famílias e as pessoas, só chegará através do agradecimento.

O agradecimento autêntico não é uma simples cortesia, nem uma adulação, nem um interesse hipócrita. O agradecimento é verdadeiro só quando responde a uma experiência da Graça, quando se tem a capacidade de descobrir o presente divino que nos chega através dos demais. O agradecimento nasce do poder de descobrir a verdade, a Graça que circula pelo mundo, apesar de todos os sofrimentos.

Graças a Deus a Graça está muito presente. Os agradecidos manifestam que a encontraram. Os que não agradecem têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem.

Sinto falta em muitos países da terra, em muitos de nossos grupos a celebração de um dia de “ação de graças”, como o que é celebrado, por exemplo, nos Estados Unidos da América. Nós os cristãos temos uma celebração diária ou semanal da Ação de Graça: a Eucaristia. Mas entendemos esta celebração? Vivemos esta celebração? Nossa participação na Eucaristia nos torna mais agradecidos?

Temos muito que agradecer. E convém que não nos vá a vida, sem ter “agradecido” por toda a graça que recebemos. Graças à vida, que me deu tanto! Que belo seria morrer dando obrigado!

Se verdadeiramente estamos abertos à Graça, veremos como a graça nos vem da direita e da esquerda, de acima e de abaixo; como a graça está em nós e fora de nós, na natureza e na história, em nossa religião e nas demais religiões, em nosso partido e no partido político de oposição.

Sobretudo, na Igreja deveríamos ser modelos de agradecimento, de um agradecimento verdadeiro. O que se considera um erro ou defeito, não deveria servir para manchar o valor de toda uma vida. Devemos ser generosos e agradecidos também com os adversários, com os que pensam de outra maneira. Só quem experimenta a graça pode ser agradecido. Quem está fechado à graça, suspeita, vê inimigos, se sente ameaçado. Ao final, é um infeliz!

Mas quem é capaz de descobrir a Graça presente, onipresente em nosso mundo, não será em verdade quem está na Graça de Deus? O outro samaritano ensina-nos a viver em graça e desde a graça.

José Cristo Rey Garcia Paredes.

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FIM DAS HOMILIAS SOBRE OS DEZ LEPROSOS

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