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HOMILIAS PARA DOMINGO
28 DE NOVEMBRO DE 2010
Ano A-Mateus
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SEJAM BEM VINDOS AOS BLOGS DOS
INTERNAUTAS MISSIONÁRIOS
Fiéis à Doutrina da Igreja Católica, porque somos católicos.
Respeitamos todas as religiões.
Comentários do Prof. Fernando
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NÃO SABEMOS O DIA NEM A HORA QUE VIRÁ O SENHOR
Domingo, 28 de novembro de 2010
ANO A - MATEUS
1º Domingo do Advento
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PRONTOS PARA RECEBER O SENHOR
Mt 24,37-44
Neste primeiro domingo do Advento inicia-se o novo ano litúrgico (A), que terá nas leituras dominicais do Tempo Comum o evangelho de Mateus. No encerramento do ano litúrgico, cujo último dia foi ontem, são lidos textos escatológicos, com a exortação à vigilância. Hoje, ao iniciar-se um novo ano, é retomado este tema escatológico, selecionando-se o anúncio da parusia, a vinda do Filho do Homem, também com a exortação à vigilância. O Advento é um tempo de encontro com Jesus. A memória de seu nascimento aponta para a realidade de sua presença eterna entre nós. A recapitulação da vida de Jesus, com as leituras seqüenciais dos evangelhos ao longo do ano litúrgico, ajuda-nos, cada vez mais, a reconhecer hoje a sua presença no mundo, na comunidade e entre os pobres e excluídos. Jesus, Filho do Homem, é o Jesus Filho de Deus, Pai e Mãe, nascido de Maria, que viveu com seus pais em Nazaré e que, depois do batismo de João, envolveu-se no ministério da libertação dos oprimidos, comunicando sua vida divina e eterna a todos que nele crêem e a todos que amam, respeitam e promovem a vida. Estar vigilantes, despertos do sono, é estar atentos e zelosos pela promoção da vida onde ela é ameaçada, fiéis à vontade do Pai que quer vida plena para todos. O Jesus humano não é um rei poderoso e guerreiro violento da estirpe davídica. Ele é o homem manso e humilde de coração, que inaugura um mundo novo, no qual se deve "fundir suas espadas, para fazer bicos de arado, fundir as lanças, para delas fazer foices". É o mundo novo no qual as fabulosas e escandalosamente imensas riquezas que são gastas com as mais sofisticadas armas de destruição, pontual ou de massa, usadas pelo império norte-americano e seus aliados, agentes da morte lenta pela miséria ou violenta pela guerra, serão aplicadas para acabar com a fome, com a ignorância, com o desemprego, com a morte prematura, seja a infantil, seja a por falta de atendimento clínico. É o desabrochar da vida, na comunhão do amor, na justiça, na fraternidade e na partilha, com a participação na vida eterna de Deus. Vera Lúcia.
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Inesperada e surpreendente será a vinda de Jesus. o importante é que estejamos preparados.
Jesus Cristo nos conscientiza da brevidade da nossa vida bem como da transitoriedade dos nossos empreendimentos e da nossa experiência com as coisas terrenas. A nossa existência aqui na terra tem prazo determinado e a porta será fechada como no tempo de Noé “quando todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”. Noé entrou na arca, fechou a porta e ninguém percebeu até que veio o dilúvio e arrastou a todos.
Não podemos cultivar em nós a teoria de que as coisas com as quais nos ocupamos aqui nesse mundo são eternas e podem tomar o lugar sagrado de Deus no nosso coração. A Ele, pertencem a nossa vida e o nosso viver, por isso, enquanto estivermos “casando”, “trabalhando”, “bebendo”, de uma forma exclusivamente humana, nós estaremos correndo o risco de sermos pegos de surpresa quando o “Filho do homem” vier. O tempo do Advento nos é propício para que tenhamos consciência da nossa realidade existencial passageira e, acolhendo Jesus Menino no Natal, nós nos preparemos também, para a Sua a segunda vinda.
Agora, enquanto temos vida ou na hora da nossa morte, não importa quando, o importante é que estejamos preparados, “porque, na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá!”. Teremos acesso à arca se, como Noé, nós estivermos dispostos a fazer tudo por amor com o intuito de realizar aqui na terra, não a nossa vontade, mas a vontade de Deus, assim como Ela acontece no céu.
Inesperada e surpreendente será a vinda de Jesus. Com um exemplo tirado do cotidiano, Jesus mostra que as circunstâncias da vida terrena são iguais para todos (os homens trabalham nos campos e as mulheres moem no moinho). Com a vinda do Senhor, haverá uma radical separação: aqueles que estão preparados para ela serão acolhidos na sua comunhão, os outros serão excluídos. A mensagem do Evangelho nos motiva a amar. É uma mensagem encorajadora e não ameaçadora. Devemos levar em conta que o nosso destino final depende do nosso comportamento, que não é o de desperdiçar a graça de Deus, mas de preservá-la com a nossa prática do amor. Se soubéssemos o dia e a hora da vinda do Senhor, poderíamos nos preparar mais adequadamente.Mas o Senhor virá como um ladrão :inesperado, de surpresa.
Portanto, devemos estar preparados para sua vinda sempre. È preciso amar. Recuse deixar que o seu amor esfrie. Aqueça o amor em sua vida para com o seu marido, para com sua esposa, a sua família, amigos, vizinhos, e colegas de trabalho. Estenda a mão para os que estão sofrendo e na necessidade.Reze pelas pessoas e as abençoe.Cultive a idéia de que você deve ter sempre no seu coração o desejo ardente de amar e abençoar mais alguém.
Amém
Abraço carinhoso
MARIA REGINA
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NÃO SABEMOS O DIA, POR ISSO ESTEJAMOS PREPARADOS PARA O REINO
No último domingo comemoramos a festa de Cristo rei. Jesus é rei sim, rei do universo, de todos os seres humanos, especialmente dos pobres. Nasceu pobre, optou pela defesa dos pobres discriminados e oprimidos pela classe dominante do seu tempo e de todos os tempos, especialmente dos tempos presentes. Porém, Jesus deixou bem claro quando lhe perguntaram se Ele era Rei, dizendo: “Meu reino não é desse mundo”. Isso significa que Jesus não era um político, ávido por poder e dinheiro, mas sim o próprio Deus que assumiu a natureza humana para nos salvar do pecado, para que estejamos preparados no dia que O Filho do Home virá, e então sejamos perdoados e merecedores da VIDA ETERNA.
Jesus deixou também claro com palavras e ação que o melhor meio de nos prepararmos para a sua vinda é participando da vida do seu reinado. Por isso, na sua imensa bondade, Ele não excluiu ninguém, afirmando que todos os homens são chamados a entrar no seu Reino que foi anunciado primeiro aos filhos de Israel, e em seguida para todos os homens e mulheres. Jesus sendo o Messias prometido pelos profetas, explicou que Este Reino messiânico está destinado a acolher os homens de todas as nações, e não somente aos judeus, como eles pensavam e ou queriam que fosse. E a porta de entrada para o seu Reinado, para ter acesso a ele, é o acolhimento a palavra de Jesus, coisa que muitos judeus não o fizeram, assim como muitos hoje não estão fazendo: Palavra essa que Jesus comparou-a com a semente semeada no campo: os que a ouvem com fé e são contados no número da pequena grei de Cristo receberam o próprio Reino; depois, por sua própria força, a semente germina e cresce até o tempo da messe.
E ao contrário do que os judeus pensavam e queriam, o Reino de Deus pertence aos pobres e aos pequenos, isto é, aos que o acolheram com humildade, ao contrário dos judeus que o rejeitaram com ironia e arrogância, como fazem hoje aqueles que preferem o poder do dinheiro. Jesus foi o enviado para "evangelizar os pobres". E no seu famoso sermão da montanha, Jesus declara-os bem-aventurados, pois "o Reino dos Céus é deles"; foi aos "pequenos" que o Pai se prontificou a revelar o que permanece escondido aos sábios e aos entendidos e poderosos. Jesus compartilha a vida dos pobres desde o seu nascimento na humilde manjedoura até a o momento da morte de cruz; conheceu a fome, a sede e a indigência, o sofrimento, o estresse momentos antes do martírio ao ponto de “suar sangue”. Mais ainda: Cristo Jesus identificou-se com os pobres de todos os tipos, indo ao seu encontro, almoçando com eles, perdoando-lhes, curando-os, libertando-os das suas opressões, convidando-os a segui-lo. Demonstrou que a condição principal para se ingressar no Reino de Deus, é a fé. Basta só lembrar aqui que os apóstolos não eram pessoas perfeitas sem nenhum defeito, mas sim homens de muita fé.
Jesus foi criticado por comer com os pecadores. Mas ao fazer isso, esse gesto significa que os pecadores foram convidados à mesa do Reino: "Não vim chamar justos, mas pecadores". Primeiro Jesus convida os pecadores à conversão, pois sem a qual não se pode entrar no Reino. Ao fazer isso Jesus mostrou com palavras e atos, a infinita misericórdia e a ausência total de discriminação do Pai por eles e a imensa "alegria no céu por um único pecador que se arrepende". E a prova suprema deste amor de Deus por nós foi o sacrifício de sua própria vida "em remissão dos nossos pecados".
Jesus convida a todos sem distinção a entrar no Reino antes que seja tarde. E Ele faz isso por meio das parábolas, nas quais Ele usando um palavreado simples a altura dos seus ouvintes, e baseado nas suas experiências vitais. Pelas parábolas, Jesus nos convida ao festim do Reino, mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino é preciso dar tudo de si; as palavras não bastam, é necessário juntar ao ato da entrega, ou da admissão, a prática do amor a Deus e ao próximo pela caridade. Ou seja, a prática dos seus ensinamentos.
Prezados irmãos, prezadas irmãs. No Evangelho de hoje Jesus nos adverte sobre o perigo de ficarmos por fora, ou de fora do Reino de Deus. Ele nos avisa que a sua segunda vinda será inesperada. E para que não tenhamos uma surpresa decepcionante, precisamos estar inseridos no Reino de Deus anunciado por Ele. Jesus explica que nem todos se salvarão. E, por incrível que nos pareça, dentro da nossa própria família uns poderão se salvar e outros não. É muito triste saber disso. “Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho:
uma será levada e a outra será deixada.” E para que isso não aconteça a nenhum de nós, para que não sejamos pegos de surpresa, vamos estar em sintonia com Deus e com o irmão, e trabalhar pela causa do Reino de Deus. Anunciando-o pela palavra e pelo exemplo.
Sal.
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I Domingo do Advento – Mateus (ano A)
NÃO SABEMOS QUANDO VIRÁ O SENHOR
A liturgia deste I Domingo do Advento apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.
A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.
Primeira Leitura - Livro de Isaías (Isaías 2, 1-5)
Salmo Responsorial - Salmo 121
Evangelho, segundo Mateus (Mateus 24, 37-44)
Comentário - Vem Senhor Jesus!
Advento
Iniciamos um novo Ano Litúrgico, iniciamos o tempo do Advento. Primeiramente, Advento nos evoca: espera, conversão, promessas, libertação, Salvador, esperança e Maria Virgem grávida. Isto é, uma mensagem feliz. Recorda-nos os hinos litúrgicos: “Céus, chove a vossa justiça”, porque o mundo “envolvido em sombria noite, procurando vai uma esperança”.
Os seguidores de Jesus possuem uma capacidade infinita de Advento. Cremos num futuro ditoso marcado por Deus para o homem. Que estranho é que entre nós tenha tanta gente sonhando e lutando por um mundo melhor? Com o Evangelho na mão, as utopias são criveis.
Palavra do Advento
Sem adentrarmos em caminhos teológicos, distinguimos “três vindas do Senhor”: a vinda primeira para fazer-se carne entre nós; a vinda ao final da história; a vinda da cada hora e a cada acontecimento da graça.
No primeiro domingo de Advento, adquire relevo a vinda que chamamos do “final dos tempos”. Fica, todavia velado o gozo da vinda no Natal. Duas imagens - o ladrão e o tempo de Noé - ilustram a necessária atitude de vigilância ante a vinda: o momento é incerto e estamos a caminho. Os tempos de Noé, na Bíblia, eram exemplos de despreocupação, de frivolidade, de geração corrompida. Enquanto, o alerta ante o ladrão ilumina o tempo de preparação, de vigilância, de preocupação. Estar sempre vigilantes nos permite ter bom tino em nossas decisões vitais.
De São Paulo recebemos a sacudida. “É hora de despertar, como em pleno dia”. O motivo é insistente: “a salvação está perto”. E o rubrica o profeta: “Ao final dos dias, estará firme a casa do Senhor”. Tão feliz será tudo que “das espadas forjarão arados e das lanças, foices”. Que reconfortante resulta contemplar estas palavras de Isaías na porta do edifício central da ONU. Cabe utopia mais sugestiva?
Para a vida
Toda uma mensagem de esperança.
Por que a agonia, o tempo final, tem dado suporte à pregação do medo, do temor, da angustia? Porém se o que esperamos é o que nos foi prometido pelo Senhor. Se Cristo já veio, e está conosco; se caminhamos para um momento último que já possuímos e para o qual já nos dirigimos, em esperança, para o êxito total.
Como Maria, ouvimos que nos é dito: “O que te disse o Senhor cumprir-se-á”. Ou escutamos do Mestre: “Quero que onde eu estou estejam também os que me deste”. Como não esperar que Deus nos diga ao final: “Vinde, benditos”?
Esta graça não é graça barata
Como na espreita do ladrão, devemos estar vigilantes. Vigiar é estar acordado, procurar, cair em conta. O contrário é cansar, adormecer, cair na preguiça, na frivolidade. Não estamos na apatia de uma “sala de espera” senão na tensão prazerosa do encontro, a ponto de tocar às pessoas queridas, tão desejadas.
Não basta passar a vida, mais passa-la bem: sempre atentos na oração, na escuta dos que sofrem, sabendo discernir o que Deus quer de nós. Como não nos vai molestar, por exemplo, que tantos filhos de Deus estejam naufragados na dor, na solidão, na exploração, na miséria? Não podemos permanecer como abatidos enquanto cresce a maré dos que se afastam de Deus, às vezes, até, entre os nossos. Não é possível que sigamos adormecidos - ou procurando explicações ideológicas - quando as pesquisas produzem dados arrepiantes: a Igreja, em países do ocidente, está no nível mais baixo de credibilidade.
Diz-nos São Paulo: “É hora de despertar”.
Apesar de tudo, é hora de utopias.
Claro que o mal, a morte, o medo, o fracasso nos acossam por todas as partes. Desde outro ângulo, inclusive nos os cristãos estamos, com freqüência, metidos em preocupações frívolas ou em inquietudes legítimas, sim, mas elementares: o trabalho, a economia, os meus, a saúde.
No entanto, a esperança cristã no Advento se lança acima: procura o excelente, o que mais se adapta ao que Deus quer. No cristão, as utopias tornam-se possíveis; há muitos crentes que sonham e lutam, que confiam num futuro mais justo. Que instituição pode apresentar, como a Igreja, um plantel de pessoas generosas, entregues, lutadoras, mártires? Quem disse que não é possível sonhar e alargar a esperança? Diz a Palavra e repete a liturgia: “Se aproxima nossa salvação”.
Vamos celebrar a Eucaristia. Vinda real, misteriosa, do Senhor a nós. E o faremos como nos indica São Paulo: “até que o Senhor volte”, até o final da história.
Pe. José Cristo Rey García Paredes
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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – I Domingo do Advento (Ano A)
Is 2,1-5
Sl 121
Rm 13,11-14
Mt 24,37-44
Com esta santa Eucaristia, estamos iniciando o novo ano litúrgico de 2010. É este o primeiro Domingo do Advento, o tempo de quatro semanas que nos prepara para o Natal do Senhor. Tudo, na Liturgia nos ajudará nessa santa preparação, na santa espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda, a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem, o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo “cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías profetizou… Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias!
Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos… Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, mas não busca naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência. O homem tem sede e Deus, misericordiosamente envia-lhe a água, que é o Messias… e o nosso mundo não o reconhece; antes, renega-o! Vejamos se não é assim; recordemos a palavra do Profeta: “Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para lá irão povos numerosos.. porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”. Vejamos bem: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e auto-suficiente. À nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e argüir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegaram em armas uns contra os outros em não mais travarão combate”.Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz!
No nosso mundo, ferido, cansado, incerto… mundo que já não mais crê de verdade em nada, a promessa do Senhor é como um alento. Acreditemos, irmãos! Quão triste o mundo se os cristãos viverem sem esperança, sem certeza, sem ânimo, como os pagãos… Este Tempo do sagrado Advento quer levantar nosso ânimo: o Senhor, cujo Natal celebraremos dentro de quatro semanas, é o mesmo que virá um dia, na sua manifestação gloriosa! Nossa vida tem rumo e sentido. Vigiemos: “Vós sabeis em que tempo estamos! Já é hora de despertas. Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noitedeste mundo já vai adiantada, o Dia vem chegando” – o Dia é Cristo, Salvação que Deus nos prometeu e nos preparou! Então:“Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia” – como quem vive já agora, durante a noite deste mundo, no Dia, que é Cristo-Deus: “nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário: revesti-vos do Senhor Jesus”. Eis o modo de vigiar na noite deste mundo, eis o modo de testemunhar que esperamos, na vigilância, o Salvador que nos foi prometido e virá. É oportuno recordar que este texto da Carta aos Romanos, foi o que provocou a conversão de Santo Agostinho, lá no distante século V. A Palavra de Deus é sempre um apelo gritante e forte para nós! Que ela nos converta também agora!
A grande tentação para os discípulos de Cristo, hoje, é conformar-se com o marasmo do pecado do mundo, é viver burguesamente, uma vida cômoda e sem uma fé verdadeira e operante, sem aquela atitude de alegre expectativa por aquilo que o Senhor nos prometeu. Vamos nos ocupando e distraindo com uma vida fútil, dispersa em mil bobagens, esquecendo daquilo que realmente importa! Vale para nós a advertência seríssima do Senhor Jesus: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé”: Naquele então, todos vivam tranquilamente: “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca e eles nada perceberam…” Como agora: vive-se na farra do paganismo, do consumismo, do relaxamento moral, de tantos absurdos contrários ao Evangelho… e não percebemos que haverá um juízo decisivo de Deus para nós e para o mundo, um juízo no qual o bem e o mal, o santo e o pecador, serão separados: “um será levado e o outro será deixado”… Triste de quem for deixado, triste de quem perder a companhia do Senhor, nossa paz! Pois bem: logo neste iniciozinho de Advento, a advertência do Senhor é dramática: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! Na hora em que menos pensais, o Filho do homem virá!”
Então, enquanto o mundo dorme no seu pecado, na sua auto-satisfação, elevemos, humildemente nosso olhar e nosso coração para Aquele que vem: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meu inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera!” – Marana thá! Vem, Senhor Jesus!
Dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria – I Domingo do Advento (Ano A)
Nesse domingo, inicia mais um Ano Litúrgico, no qual relembramos e revivemos os Mistérios da História da Salvação. A Igreja nos põe de sobreaviso com quatro semanas de antecedência a fim de que nos preparemos para celebrar de novo o Natal e, ao mesmo tempo, para que, com a lembrança da primeira vinda de Deus feito homem ao mundo, estejamos atentos a essas outras vindas do Senhor: no fim da vida de cada um e no fim dos tempos. Por isso o Advento é o tempo de preparação e de esperança.
A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: nos faz relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.
Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2, 5).
O Evangelho (Mt 24, 37 – 44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.
Preparemos o caminho para o Senhor que chegará em breve; e se notarmos que a nossa visão está embaçada e não distinguimos com clareza essa luz que procede de Belém, é o momento de afastar os obstáculos. É tempo de fazer com especial delicadeza o exame de consciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a Deus. É o momento de discernir as coisas que nos separam do Senhor e de lançá-las para longe de nós. Um bom exame de consciência deve ir até as raízes dos nossos atos, até os motivos que inspiram as nossas ações. E logo buscar o remédio no Sacramento da Penitência (Confissão)!
“Vigiai, não sabeis em que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).
Para manter este estado de vigília, é necessário lutar, porque a tendência de todo homem é viver de olhos cravados nas coisas da terra.
Fiquemos alertas! Assim será se cuidarmos com atenção da oração pessoal, que evita a tibieza e, com ela, a morte dos desejos de santidade; estaremos vigilantes se não abandonarmos os pequenos sacrifícios, que nos mantêm despertos para as coisas de Deus. Diz-nos São Bernardo: “Irmãos, a vós, como às crianças, Deus revela o que ocultou aos sábios e entendidos: os autênticos caminhos da salvação. Aprofundai no sentido deste Advento. E, sobretudo, observai quem é Aquele que vem, de onde vem e para onde vem; para quê, quando e por onde vem. É uma curiosidade boa. A Igreja não celebraria com tanta devoção este Advento se não contivesse algum grande mistério”
Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor:
– os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada… No domingo, dorme… passeia… pratica esportes… mas não sobra tempo para a Missa.
– trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde…
Como desejo me preparar para o Natal desse ano?
Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
Preparemos numa atitude de humildade e vigilância a chegada de Cristo que vem.
Mons. José Maria Pereira
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Homilia do Padre Françoá Costa – I Domingo do Advento (Ano A)
Noé do século XXI
Não faz muito tempo, um amigo enviou-me uns conselhos interessantíssimos para recristianizar a sociedade. São verdadeiramente divertidos! Vamos aproveitá-los no dia de hoje de uma maneira bastante prática. Por outro lado, falando em recristianizar o nosso mundo, o nosso Brasil, vêm à mente as alegrias e as dificuldades que essa missão leva consigo.
Escutamos a comparação entre os tempos de Noé e os tempos da segunda vinda de Cristo: assim como, nos tempos de Noé, as pessoas, além de viver bem ordinariamente, estavam bastante distraídas, “assim será também na volta do Filho do homem” (Mt 24,39). Assim como os seres humanos que precederam o dilúvio universal, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mt 24,38), assim também estará a humanidade que precederá o juízo universal. Além da exortação que o Senhor faz para que estejamos vigilantes porque ele pode voltar a qualquer momento, não surpreende o fato de que nós frequentemente vivemos distraídos para essas coisas de dilúvios e de juízos. É normal, pois nos parece de grande proveito comer, beber e divertir-nos. E é verdade! Mas é preciso que unamos essas coisas ordinárias com as realidades sobrenaturais fazendo com que sejam uma só coisa na nossa vida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).
O critério está bem claro: se fizermos todas as coisas ordinárias tendo presente a glória de Deus não seremos surpreendidos no dia do juízo, estaremos sempre preparados para esse acontecimento. Mas, como ter sempre presente a glória de Deus? Como não andar frequentemente distraídos?
É nesse contexto que eu acho que se encaixa como uma luva à mão os conselhos do meu amigo para recristianizar a sociedade. São também bastante práticos para que tenhamos sempre presente a glória de Deus e não andarmos tão distraídos. Dos vinte e cinco conselhos formulados pelo meu amigo, vou mencionar somente alguns:
Reze antes das refeições, também ao comer em restaurantes ou em qualquer outro lugar. Ser cristão não é ter AIDS!
Escreva aquilo que você sabe, mas com sentido cristão. Não se preocupe! Aqueles que escrevem sem sentido cristão tampouco são escritores.
Se for comer num restaurante numa sexta-feira, pregunte ao garçom pelos menus de abstinência. Caso ele fique um pouco admirado, é simples, explique o porquê.
Se você é religioso, lembre-se que o hábito é um grande testemunho e é fera demais! Retire a poeira dele e use-o desde a manhã até a noite. Não se preocupe: os jovens também chamam a atenção com as roupas que eles utilizam.
Não tenha vergonha de apresentar aos amigos os seus oito filhos.
Se você é sacerdote passe cinco horas diárias no confessionário. Se não é, passe cinco minutos semanais pelo confessionário.
Seja pós-moderno e atreva-se a elogiar diante dos seus amigos a santa pureza, a mortificação corporal, a virgindade e a obediência ao Papa; não se preocupe: aqueles que têm complexos irão ao psiquiatra.
No tempo de calor, não se comporte como índio antes da colonização. Um pouco de decência, né!?
Pela rua, vá de mãos dadas com a sua namorada; e se ela tiver frio, é só dar-lhe de presente um cachecol.
Com idêntica soltura com que você cita a Maomé, Gandhi o Martin Luther King, faça o mesmo com a Epístola aos Filipenses, o Evangelho segundo São Mateus ou São Cirilo de Jerusalém. Experimente!
Sorria. Um Brasil mais cristão é um Brasil mais alegre.
Não se queixe. Faça alguma coisa.
Sem dúvida, o meu amigo tem razão! Dizia um santo que nós temos que passar despercebidos quando está de moda chamar-se católico e ser valentes e aparecer quando os católicos desaparecem. Não precisamos vestir-nos como Noé, nem usar barba como ele, mas podemos despertar a sociedade: Jesus voltará!
Já que com esse primeiro domingo do Advento a Igreja inicia mais um Ano Novo Litúrgico, aproveito para felicita-lo também: felicidades neste Ano Novo e que seja de abundantes graças do Senhor.
Pe. Françoá Costa
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VIGIAI, PORQUE NÃO SABEIS A QUE HORAS VIRÁ O SENHOR
Missionários Claretianos
Domingo, 28 de novembro de 2010
ANO A - MATEUS
1º Domingo do Advento
Santos do Dia: Catarina Labouré (virgem), Estêvão, o Grande, com Basílio, Pedro, André e Companheiros (monges mártires), Estêvão, o Jovem (mártir de Constantinopla), Gregório III (papa), Hipólito de Saint-Claude (monge, bispo), Honesto de Nimes (presbítero), José Pignatelli (religioso jesuíta), Papiniano e Mansueto (bispos africanos, mártires), Rufo e Companheiros (mártires), Sóstenes (companheiro do Apóstolo Paulo, citado em At 18,17 e 1Cor 1,1), Tiago de Marca (franciscano), Valeriano, Urbano e Companheiros (bispos).
Primeira leitura: Isaías 2,1-5
Vinde! Subamos à montanha do Senhor, à cada do Deus de Jacó.
Salmo responsorial: Sl 121(122)
Feliz fiquei quando me disseram: vamos à casa do Senhor!
Segunda leitura: Romanos 12,11-14a
Abençoai os que vos persegue.
Evangelho: Mateus 24,37-44
Vigiai, porque não sabeis a que horas virá o Senhor.
Hoje começa o ano litúrgico, que não coincide com o ano civil. O ano litúrgico é uma periodização própria da Igreja católica. Começa com o tempo do “advento”, um dos vários tempos de que é composto o ano litúrgico ... “Ad-vento”, significa vinda, e alude à vinda de Cristo, que, biblicamente falando, acontece de duas formas: a que já aconteceu em lugar histórico, que celebramos no Natal, e a futura, a chamada “segunda vinda” de Jesus, em poder e majestade, que colocará fim ao mundo e inaugurará o “juízo final”, o juízo das nações, e abrirá a era definitiva, o “novo eon”, a vida eterna beatifica para os que são salvos, e o sofrimento no inferno para os condenados. Tudo isso, dito em linguagem clássica tradicional, para nos situarmos perante o tema.
Porém, qual a nossa crença em relação a tudo isso? Ou cremos que tudo isso talvez não passe de simbologia?
Os últimos capítulos do evangelho de Mateus foram o chamado “discurso escatológico” de Jesus. O evangelista agrupa os seus discursos “escato-logicos”, ou seja, os que se referem ao final (do mundo). Já sabemos o que diz a hermenêutica bíblica e não vamos entrar no tema da historicidade dessas palavras ou ditos enquanto efetivamente pronunciados por Jesus. Bem que Jesus poderia ter expressado estas ou outras idéias semelhantes, porque Jesus esteve imerso na mentalidade religiosa e cultural de seu tempo – da mesma forma como Deus “faz nascer do sol” sobre os justos e sobre os injustos, parque participava da visão cosmológica pré-copernicana. Porém, a pergunta importante para nós é: devemos crer hoje na “descrição do fim dos tempos”, descrição própria dessa visão apocalíptica? Cremos efetivamente que Jesus virá de novo, talvez em breve, e com semelhantes conseqüências?
O popular Richard Dawkins, que se tornou muito popular com seu combate crítico às crenças religiosas, confessa que fica “impressionado ao constatar que 50% dos americanos acredita que o mundo tem apenas 6 mil anos”, e acrescenta: “A única superpotência mundial atual está a ponto de ser dominada por eleitores que acreditam que o universo inteiro começou depois da domesticação do cachorro. Acreditam também que serão pessoalmente “arrebatados” às alturas celestes, ainda estando em vida, fato que será seguido por um Armagdon, muito bem-vindo como arauto da segunda vinda de Cristo”.
Sam Harris, por sua vez (Letter to a Christian Nation), aduzindo questões do Instituto Gallup, sustenta que “nada menos que 44% da população dos Estados Unidos está convencida de que Jesus vai voltar para julgar os vivos e os mortos, em algum momento dos próximos cinqüenta anos”. “Imaginem vocês as conseqüências, se algum membro significativo do governo dos Estados Unidos realmente acreditasse que o mundo está pronto para acabar desta maneira... O fato de que quase a metade da população dos “eus” creia nisso, baseada simplesmente em um dogma religioso, deve ser considerado uma emergência moral e intelectual”. Dawkins, que assina o prefacio de Harris, acrescenta que falar de uma “emergência moral e intelectual” talvez seja ainda muito moderado.
Efetivamente, ainda que tenhamos esquecido histórias de muitos movimentos milenaristas de séculos passados, hoje sabemos bem as conseqüências terríveis atuais das crenças religiosas que derivam em violência e terrorismo por motivações religiosas verdadeiramente apocalípticas. As crenças religiosas, sobretudo sua interpretação, não são mero “assunto privado” de cada um.
A crença dos norte-americanos, eleitores da maior potencia militar do mundo, para mim não é simplesmente “assunto privado” deles. O que pensam sobre o fim do mundo e sobre a intervenção e o domínio que Deus exerce sobre o nosso modo de gerir este mundo; não é um assunto religioso privado do qual a sociedade não deva preocupar-se porque, em determinadas circunstancias, pode chegar a ser, verdadeiramente “uma emergência moral e intelectual”.
Pensemos também na quantidade de crentes de pequenas igrejas “livres” que se multiplicam em meio a uma massa da população que vive em setores de pobreza e miséria e nas crenças fundamentalistas que difundem. Não são realidade de interesse público, talvez de saúde pública, ou inclusive de “emergência moral e intelectual”?
Quase com toda segurança, os leitores deste comentário bíblico não estarão nessas penosas situações religiosas que acabamos de aludir. Porém, é bem provável que não saibam bem o que dizer diante do evangelho de hoje: continuamos ou não crendo na “segunda vinda de Cristo?” Provavelmente não creiam em sua vinda iminente, nem em seu caráter “apocalíptico”, nem em um Armagedon e suas ameaças.
Porém não decidiram se continuam crendo ou não na “segunda vinda de Cristo”. Enquanto não decidirem criticamente – enquanto não personificam sua fé nesse sentido – continuarão crendo com uma crença tradicional (confiarão uma parte importante de sua vida a essa crença), que o mais profundo da realidade é a existência de um plano de um Deus que quis criar-nos e colocar-nos à prova e que essa “segunda vinda” será a passagem para a vida eterna definitiva. Isso é o que significa a “segunda vinda”.
Ocasiões como estas, do domingo que inaugura o Advento (vinda), que coloca diante de nossos olhos meditativos essa segunda vinda, são, deveriam ser, uma ocasião para “pegar o touro pelos chifres” e abordar esses temas, sem contentar-se em fazer uma homilia “genérica”, com referencias litúrgicas direcionadas ao simbólico, sem responder a nenhuma das perguntas que estão na mente dos ouvintes.
A esperança foi considerada classicamente como a virtude típica do Advento, a dimensão da nossa vida na qual meditar, a força pessoal para ser cultivada especialmente em quatro semanas. Como o povo de Israel e tantos outros povos viveram a história como um caminhar iluminado pela esperança do encontro com Deus, o advento nos convida a considerar nossa vida como um caminhar que somente podemos conduzir bem com a força da esperança. Qual o peso da esperança em nossa vida?
Em ambientes de nossa cidade e nos meios de comunicação... já se vê instalada a publicidade de natal. Para o comercio, advento significa bombardeio publicitário que antecede o natal, um natal que, para esse segmento da sociedade, não seria tal sem um aumento do consumo em todos os campos. Um cristianismo coerente não deve cair na armadilha da mensagem de tantos sinais aparentemente religiosos para a pretensão de tão somente fazer-nos consumir.
Na primeira leitura de Isaías, uma das frases – a da conversão das lanças em foices – figura no vestíbulo do edifício das Nações Unidas em Nova York, expressa bem a dimensão terrena da utopia da esperança que animava os profetas: um mundo reconciliado, de paz na convivência e no trabalho, um mundo onde seriam superadas as guerras e os arsenais de armas e as manobras militares.
Por pertencer ao Primeiro Testamento, falta a Isaías a visão universalista: não podemos pensar que o “final dos tempos ou o fim da humanidade” sejam a sua caminhada para o monte Sião, mas para a Utopia de Deus, seja qual for o monte sagrado de cada religião.
Oração comunitária
Pai de bondade e de amor, tu nos prometeste uma vida plena de felicidade. Aumenta em nós a fé e faze que, animados pela esperança de receber o premio prometido, saibamos manter-nos sempre ativos e dispostos a trabalhar contigo no cumprimento de tuas promessas. Isto te pedimos por Jesus Cristo, teu filho, nosso irmão e mestre. Amém
Missionários Claretiano
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NÃO SABEIS A HORA EM QUE VIRÁ O SENHOR.
A liturgia deste I Domingo do Advento apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.
A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.
O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.
Leituras Primeira Leitura - Livro de Isaías (Isaías 2, 1-5)
Um olhar, ainda que desatento, para o mundo que nos rodeia, revela que estamos muito longe da terra ideal de justiça e de paz, construída à volta de Deus e da sua Palavra – apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter vindo ao nosso encontro há já dois mil anos… O que é que nos impede ou, pelo menos, atrapalha a chegada desse mundo de justiça e de paz? Que eu posso fazer para que o sonho de Isaías – o sonho de todos os homens de boa vontade – se concretize?
1Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém.
2No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, 3e os povos virão em multidão: Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas. Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra.
5Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor. - Palavra do Senhor.
Palavra do Senhor
Salmo Responsorial - Salmo 121
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Que alegria quando me vieram dizer:
Vamos subir à casa do Senhor...
Eis que nossos pés se estacam diante de tuas portas,
ó Jerusalém!
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo a lei de Israel,
para celebrar o nome do Senhor.
Lá se acham os tronos de justiça,
os assentos da casa de Davi.
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Pedi, vós todos, a paz para Jerusalém,
e vivam em segurança os que te amam.
Reine a paz em teus muros,
e a tranquilidade em teus palácios.
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Por amor de meus irmãos e de meus amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
nosso Deus, pedirei para ti a felicidade.
Que alegria quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
Segunda Leitura - Carta de São Paulo aos Romanos (Romanos 13, 11-14)
A questão fundamental que está em jogo na Segunda Leitura é a da conversão: os crentes são convidados a deixar a vida das trevas e embarcar, decididamente, na vida da luz… As “trevas” caracterizam essa realidade negativa que produz mentira, injustiça, opressão, medo, cobardia, materialismo; a “luz” é a realidade de quem vive na dinâmica de Deus… Falar de “conversão” implica falar de uma transformação profunda das estruturas e dos corações… Quais são, na sociedade, as estruturas que são responsáveis pelas “trevas” que envolvem a vida de tantos homens? O que é que na Igreja é menos “luminoso” e necessita de conversão? O que é que em mim próprio é necessário transformar com urgência?
Irmãos,
11Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé.
12A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.
13Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes.
14Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.
Palavra do Senhor.
Proclamação do Evangelho, segundo Mateus (Mateus 24, 37-44)
O Evangelho que nos é proposto apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”… Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios (quanta gente, ao domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade cristã); fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais (quanta gente trabalha quinze horas por dia e esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor); fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais (quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso: é o governo ou o Papa que têm que resolver a situação)… E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos:
37Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem.
38Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca.
39E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem.
40Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado.
41Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada.
42Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa.
44Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.
Palavra da Salvação.
Vem Senhor Jesus!
Advento
Iniciamos um novo Ano Litúrgico, iniciamos o tempo do Advento. Primeiramente, Advento nos evoca: espera, conversão, promessas, libertação, Salvador, esperança e Maria Virgem grávida. Isto é, uma mensagem feliz. Recorda-nos os hinos litúrgicos: “Céus, chove a vossa justiça”, porque o mundo “envolvido em sombria noite, procurando vai uma esperança”.
Os seguidores de Jesus possuem uma capacidade infinita de Advento. Cremos num futuro ditoso marcado por Deus para o homem. Que estranho é que entre nós tenha tanta gente sonhando e lutando por um mundo melhor? Com o Evangelho na mão, as utopias são criveis.
Palavra do Advento
Sem adentrarmos em caminhos teológicos, distinguimos “três vindas do Senhor”: a vinda primeira para fazer-se carne entre nós; a vinda ao final da história; a vinda da cada hora e a cada acontecimento da graça.
No primeiro domingo de Advento, adquire relevo a vinda que chamamos do “final dos tempos”. Fica, todavia velado o gozo da vinda no Natal. Duas imagens - o ladrão e o tempo de Noé - ilustram a necessária atitude de vigilância ante a vinda: o momento é incerto e estamos a caminho. Os tempos de Noé, na Bíblia, eram exemplos de despreocupação, de frivolidade, de geração corrompida. Enquanto, o alerta ante o ladrão ilumina o tempo de preparação, de vigilância, de preocupação. Estar sempre vigilantes nos permite ter bom tino em nossas decisões vitais.
De São Paulo recebemos a sacudida. “É hora de despertar, como em pleno dia”. O motivo é insistente: “a salvação está perto”. E o rubrica o profeta: “Ao final dos dias, estará firme a casa do Senhor”. Tão feliz será tudo que “das espadas forjarão arados e das lanças, foices”. Que reconfortante resulta contemplar estas palavras de Isaías na porta do edifício central da ONU. Cabe utopia mais sugestiva?
Para a vida
Toda uma mensagem de esperança.
Por que a agonia, o tempo final, tem dado suporte à pregação do medo, do temor, da angustia? Porém se o que esperamos é o que nos foi prometido pelo Senhor. Se Cristo já veio, e está conosco; se caminhamos para um momento último que já possuímos e para o qual já nos dirigimos, em esperança, para o êxito total.
Como Maria, ouvimos que nos é dito: “O que te disse o Senhor cumprir-se-á”. Ou escutamos do Mestre: “Quero que onde eu estou estejam também os que me deste”. Como não esperar que Deus nos diga ao final: “Vinde, benditos”?
Esta graça não é graça barata
Como na espreita do ladrão, devemos estar vigilantes. Vigiar é estar acordado, procurar, cair em conta. O contrário é cansar, adormecer, cair na preguiça, na frivolidade. Não estamos na apatia de uma “sala de espera” senão na tensão prazerosa do encontro, a ponto de tocar às pessoas queridas, tão desejadas.
Não basta passar a vida, mais passa-la bem: sempre atentos na oração, na escuta dos que sofrem, sabendo discernir o que Deus quer de nós. Como não nos vai molestar, por exemplo, que tantos filhos de Deus estejam naufragados na dor, na solidão, na exploração, na miséria? Não podemos permanecer como abatidos enquanto cresce a maré dos que se afastam de Deus, às vezes, até, entre os nossos. Não é possível que sigamos adormecidos - ou procurando explicações ideológicas - quando as pesquisas produzem dados arrepiantes: a Igreja, em países do ocidente, está no nível mais baixo de credibilidade.
Diz-nos São Paulo: “É hora de despertar”.
Apesar de tudo, é hora de utopias.
Claro que o mal, a morte, o medo, o fracasso nos acossam por todas as partes. Desde outro ângulo, inclusive nos os cristãos estamos, com freqüência, metidos em preocupações frívolas ou em inquietudes legítimas, sim, mas elementares: o trabalho, a economia, os meus, a saúde.
No entanto, a esperança cristã no Advento se lança acima: procura o excelente, o que mais se adapta ao que Deus quer. No cristão, as utopias tornam-se possíveis; há muitos crentes que sonham e lutam, que confiam num futuro mais justo. Que instituição pode apresentar, como a Igreja, um plantel de pessoas generosas, entregues, lutadoras, mártires? Quem disse que não é possível sonhar e alargar a esperança? Diz a Palavra e repete a liturgia: “Se aproxima nossa salvação”.
Vamos celebrar a Eucaristia. Vinda real, misteriosa, do Senhor a nós. E o faremos como nos indica São Paulo: “até que o Senhor volte”, até o final da história.
Fonte: Ciudad Redonda |
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“A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera” (Sl 23,1ss.)
Irmãos e irmãs,
Iniciamos, hoje, o Tempo do Advento. Iniciamos, hoje, a meditação de mais um ciclo dos Mistérios da Redenção, denominado Ano B, pela Liturgia da Igreja. Iniciamos, hoje, um novo Ano Litúrgico.
O Advento é o tempo de espera, de esperança, de atenção e de vigilância, à espera da alegre e amorosa chegada do Emanuel - Deus Conosco. Este período reveste-se de dupla característica: tempo de preparação para as solenidades do Natal, nas quais se recorda a primeira vinda do Filho de Deus ao meio dos homens e das mulheres. Concomitantemente, com esta recordação, neste Tempo os espíritos se postam na expectativa da segunda vinda de Cristo, no final dos tempos. Nesta dupla perspectiva, portanto, o Tempo do Advento apresenta-se como tempo de devota e de jubilosa espera.
Advento é um tempo forte de esperança e de conversão.
Conversão e mudança de vida geram um sentimento muito caro em nossa vida: a esperança cristã.
Este Advento é enriquecido com duas opções muito fortes na vida da Igreja no Brasil: a Novena de Natal e a coleta para a Campanha da Evangelização, que financia a vida pastoral das nossas igrejas irmãs, pobres e sofredoras, do Norte, do Nordeste e da Amazônia. A Campanha auxilia, também, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e as Dioceses e Arquidioceses em suas ações pastorais específicas. Esses irmãos aguardam o nosso gesto concreto para que o Evangelho do Deus Menino seja proclamado e difundido naquelas regiões de missão e de miséria deste país continente.
O Advento é composto de quatro semanas. Nas duas primeiras, todos somos convidados a ficar vigilantes e alertas, esperando com grande entusiasmo e alegria a chegada gloriosa do Cristo Salvador. Nas duas últimas semanas, lembramos o que falavam os profetas a respeito da Bem-aventurada Virgem Maria. Preparamo-nos, assim, mais de perto para o nascimento do Redentor na cidade de Belém.
O Advento nos relembra uma realidade muito presente em nossas vidas: a permanente espera da vinda do Senhor Jesus. É o Cristo que vem ao nosso encontro no presente e no futuro, como veio no dia de ontem. É uma peregrinação em direção ao Absoluto.
E ao iniciarmos o novo Ano Litúrgico, passaremos a estudar o Evangelho de São Marcos. Cognominado o “intérprete de Pedro”, Marcos nos apresenta Jesus como Messias, o Filho de Deus, também como o Filho do Homem, o enviado de Deus no fim dos tempos, convidando a todos para a vigilância e para a vida digna.
Todos nós esperamos, todos nós vivemos adventos, aguardando a manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus, em que justiça e a paz se abraçarão e todos os povos e culturas se desabrocharão felizes e reconciliados, contemplando o Deus que vem conosco – EMANUEL -, NUMA TERRA SEM MALES, que a todos acolhe, especialmente aqueles que precisam de paz para viver fraternalmente.
Irmãos e irmãs,
Primeiro domingo do Advento, tempo em que exclama a Antífona de Entrada da Sagrada Eucaristia: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera” (Sl 23,1ss.).
Vivemos um momento de clímax neste tempo. Neste domingo, o primeiro dos quatro que compõem esse período de preparação, somos convocados para uma preparação geral, para o encontro com o Senhor no último dia.
Este é o domingo da confiança na Misericórdia de Deus.
A vinda do Senhor Jesus não é para o cristão motivo de medo ou de angústia. Muito pelo contrário, a vinda de Jesus deve ser esperada com a doce esperança cristã.
Neste sentido, a Primeira Leitura nos alerta sobre este desejo, clamando que, se necessário, iremos rasgar os céus, para o encontro do Senhor com o seu povo humilhado, povo que peregrina, povo que está na terra de Judá, desarticulado nos anos imediatamente subseqüentes ao exílio, esperando a restauração de sua Nação. Todos estão cansados do castigo, cansados de injustiça, clamando por paz e por esperança.
O encontro definitivo com o Senhor está próximo. Isso tem uma conexão com o ensinamento da Segunda Leitura, da carta dirigida por Paulo aos Coríntios: a tudo devemos dar graças a Deus e nos mantermos firmes na fidelidade ao projeto de Deus e à sua obra redentora.
Irmãos e irmã,
Cristo veio inaugurar a presença do Reino de Deus. Seus discípulos, iluminados pelo Espírito de Amor, entenderam que, depois de Sua elevação à glória, ficava para eles a missão de continuar o que Ele fundara.
Ao sermos convidados a ficar vigilantes pelo Evangelho de hoje, todos nós somos convidados a tornarmo-nos co-responsáveis pela realização e pelo acontecimento entre nós do Reino de Deus. Cristo veio pela primeira vez, para nos revelar o sentido verdadeiro dessa espera; revelou que a causa do Reino de Deus é a causa dos homens e das mulheres deste mundo e que esse Reino se realiza entre nós pela prática do amor fraterno e da caridade benfazeja, repartindo tudo, mesmo que seja um simples sorriso e um aperto de mão ao irmão excluído ou ao favelado.
Enquanto construímos esse Reino no mundo, todos nós, sem distinção, devemos assumir como nossa a causa de Deus. Trata-se de uma vigilância escatológica, estarmo-nos ocupados, com diligência, à missão de construtores do Reino. Cristo se mostra presente, enquanto vnos preparamos para o encontro com Ele, com Sua glória, advinda das boas obras de caridade e da misericórdia.
O trecho do Evangelho de hoje faz um forte apelo para a vigilância. Mas, o que significa vigiar? Esta história de que temos que esperar uma solução miraculosa para os problemas do mundo não é mais admissível. O homem e a mulher devem estar engajados na realização dos projetos e do Reino de Deus na vida concreta do dia-a-dia. Jesus está vivo em nosso meio, até o fim dos tempos. Por isso, devemos interpretar a “volta de Cristo” como sendo um fato isolado que acontecerá num dia e numa hora específicos do calendário que a Ele cabe dentro do tempo de Deus.
O importante, hoje, é a responsabilidade que Deus nos confia: fazer acontecer o seu Reino no dia-a-dia de nossa vida pessoal, espiritual, paroquial, comunitária, em todas as nossas relações, sejam elas pessoais ou profissionais, praticando o bem, promovendo a paz e a justiça.
Cristo resolverá nossos problemas na medida em que permitirmos ao Cristo presente em cada um, pelo Batismo, agir na comunicação das bem-aventuranças da vida cristã. Tudo isso para ajudar a edificar, aqui e agora, um novo tempo, tempo de graça e de paz.
Meus irmãos e minhas irmãs,
Este domingo nos deixa uma reflexão importante sobre a presença permanente de Deus como sentido último de nossa existência e atuação em cada momento, principalmente no testemunho público e social de nossa fé, perante o mundo cada dia mais secularizado e mais longe da santidade pedida pelo Menino encarnado no Seio Virginal e concebido em Belém. Essa presença é de alegria e esperança; é a presença deste Deus que se alegra com nosso compromisso evangelizador e nosso engajamento no encontro com o Senhor que vem, carregando as sementes da Esperança cristã.
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I Domingo do Avento
O Senhor nos pede repetidamente para que possamos permanecer atentos. Ele sabe como é fácil se distrair e perder de vista o objetivo. Então esteja preparado, porque quando você menos esperar o Filho do Homem virá.
O cristão vê a vida como uma oportunidade de amar e se preparar para a eternidade com Deus. Isso não significa que desprezam o mundo e as suas responsabilidades, mas, pelo contrário. O cristão sabe que ele tem uma missão, uma vocação, esta irá determinar a sua vida eterna. Então, Jesus adverte: “preparem seus corações (velas)”. Quem prepara a vela deve colocar a sua atenção no que realmente interessa. O que importa é o amor, mesmo nas pequenas coisas. Faça tudo com amor.
O amor é a única coisa que chega ao céu. Tudo o resto permanece. "O mundo passa, mas quem faz a vontade de Deus permanece eternamente" Pense que você se importa. Quão importante será em 50 anos? Em 500 anos?. Contudo 500 anos não é nada na eternidade.
Jesus salvou o mundo apesar de ser um carpinteiro. Ou seja, viver uma humilde escondida, mas sempre ligado ao seu Pai em perfeita obediência e amor. Santa Teresa de Ávila nos deixa um pensamento muito oportuno "Nada o perturba, nada o espante. Tudo passa. Só Deus basta.
E ao começarmos este novo ano litúrgico não se esqueça: você pode, você consegue.
SEJAMOS SIMPLESMENTE FELIZES.
Professor Isaias da Costa
isaiasdacosta@hotmail.com
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Evangelho (Mateus 24, 42-51)
Orai e vigiai!
O evangelho de hoje, nos fala do dia em que virá o Senhor, o fim dos tempos, e nos alerta para estarmos sempre vigilantes, pois o dia e a hora em que o Senhor virá, ninguém sabe, somente o Pai.
Porque o Jesus nos chama, nos pede para estarmos atentos, vigilantes? Não adianta demonstrar preocupação com o fim do mundo, com datas que alguém ou outras religiões divulgam, às vezes para amedrontar, que o fim está próximo, de tal ano não passará. Ninguém sabe nada a respeito do fim do mundo, pois isso, “Ficai atentos!” Esperar ou ficar tentando adivinhar, querendo saber quando a vinda do Senhor acontecerá, não vai mudar nada, devemos sim agir, nos colocar a disposição do próximo. Perceber que Jesus está no nosso meio todos os dias. “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). E seguindo o exemplo do bom empregado do evangelho, sejamos fiéis, prudentes, tendo responsabilidade com os bens que o Pai nos confiou. Com esperança e sinceridade anunciar o Reino de Deus, trabalhar para construção do Reino.
Somos chamados a refletir sobre como estamos realizando o serviço que assumimos em nossas comunidades. Faço por amor a Deus e ao próximo? Ou por uma satisfação pessoal, por vaidade? Disponho dos dons, dados a mim por Deus, com generosidade, humildade e mansidão de coração, para servir a quem necessita? Se não for assim, devemos ter cuidado, para não cair em tentação. Por isso devemos orar e vigiar, para não agirmos como o empregado mau, e ter a mesma sorte dos hipócritas. Então é prudente, orarmos e agradecermos ao Pai, todos os dias, a sua generosidade, os dons que recebemos, por sermos abençoados e estarmos servindo a Deus e o próximo, com ações agradáveis ao Pai.
Oração
Pai, faze de mim um servo fiel e prudente, disposto a pautar toda a sua vida pelos ensinamentos de teu Filho Jesus. Que eu jamais seja insensato!
Maria Elian
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A SEGUNDA VINDA DE JESUS
Estejamos preparados para a volta de Jesus
Esta é a nossa profissão de fé, cremos em Deus Pai todo poderoso criador do céu e da terra e em Jesus Cisto seu único filho nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, morreu e foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos Céus. Está assentado à direita de Deus Pai todo poderoso de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos... Assim professamos em todas as celebrações, baseada no que está escrito na Bíblia sagrada, que é a palavra de Deus por excelência, e, ainda há quem tenha dúvida ou não dê muita importância ao fato.
Nós professamos esta fé, porque cremos no que está escrito, portanto não há como duvidar, ou ignorar a segunda vinda de Jesus Cristo, e também não é para que fiquemos perturbados, pois está escrito: Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. João 14.
Não é para ficarmos perturbados, porém é para que fiquemos preparados conforme nos relata o evangelho de hoje, e em muitas outras passagens do evangelho. O fato de achar que Deus é misericordioso, e que Jesus é justo (isto é verdade fundamental), não pode fazer com que caiamos em tentação de nos acomodar, ficando na omissão dos nossos compromissos com a verdade e a fé que professamos. Devemos, portanto, tomar cuidado, e é por isto que Jesus nos adverte que devemos estar vigilantes, acordados pois não sabemos a hora em que Ele virá. O evangelho de hoje nos deixa bem claro esta situação.
O comodismo, a preguiça, a omissão, podem nos levar a afastar da nossa fé, e quando nos afastamos da nossa fé, nos tornamos fracos e sujeitos ao pecado. Para que estejamos preparados para este grande dia, devemos praticar o exercício da oração e do estudo do evangelho, cumprindo a nossa missão de discípulos e missionários de Jesus.
Amém!
Newton.
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A VINDA DE JESUS- A PARUSIA
Evangelho: Mateus 24, 42-51
Este texto fala sobre a nova vinda de Jesus à terra, que denominamos "parusia". Muitos são os relatos sobre isso, nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), que evidenciam uma vinda repentina, gloriosa, cercada por anjos, uma aparição esplendorosa e precedida por sinais nos céus.. Entretanto, ninguém conhece a hora, nem mesmo o Filho do Homem, Aquele que virá. É um segredo que o Pai reservou para si mesmo.
Como o tempo da parusia é indefinido, Jesus adverte seus discípulos, e a nós, que a única atitude apropriada é a vigilância constante, estar sempre prontos para essa hora. Essa atitude é ainda mais reforçada pela história do dono da casa, que se soubesse quando o ladrão ia chegar, vigiaria naquela hora. Mas, como o ladrão que age à noite, sem avisar, Ele virá sem aviso prévio e a única forma de estar preparado é vigiar constantemente.
Continuando seu ensinamento, Jesus conta a parábola dos dois servos, onde compara a vigilância com a falta de vigilância. Vigilante, é o servo fiel, prudente, cumpridor do seu dever. O servo mau, aproveitando-se da ausência prolongada do senhor, maltrata os outros servos e desperdiça seu tempo com prazeres frívolos. É certo que um dia o senhor chegará e quando isso acontecer, o servo bom será generosamente recompensado, enquanto que o servo mau, será castigado.
A lição que Jesus nos dá, é que a vigilância constante será recompensada, e a falta de vigilância será castigada, quando o Filho do Homem vier.
Maria Cecilia
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