sábado, 12 de maio de 2012
Comentários-Prof.Fernando
Comentários-Prof.Fernando(*) 6°dom.PÁSCOA 13maio2012 (Dia das
mães)
RESUMOS At
10,25-26.34-35.44-48 Deus aceita quem o teme e
pratica a justiça qualquer que seja a nação a que pertença. O Espírito
Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra. Os de origem judaica ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo
fosse derramado também sobre os pagãos.
Jo 15,9-17 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos
amei. Já não vos chamo servos, mas vos
chamo amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas
fui eu que vos escolhi
PERMANECER dentro DO AMOR
·
No
domingo passado vimos que no texto de João há uma repetição ou insistência na
palavra permanece. Ao permanecer unidos à videira, os ramos
têm sua condição de viver. Agora se diz para quem quiser permanecer “no amor” do Pai (comunicação ou comunhão entre Deus e o
ser humano): “permanecei em mim”.
·
Sabemos
que nem todos sabem quem é Jesus Cristo. Então, como a maioria das pessoas poderá
nele permanecer? A resposta é dada
por Pedro, em Atos, no episódio de uma extraordinária experiência no Espírito, o
qual “também é derramado sobre pagãos”.
Talvez hoje o redator usasse em vez do termo “pagãos” outros como: agnósticos, não crentes, pessoas secularizadas
(isto é, que não se preocupam com nenhuma religião ou Deus), ou outros.
·
O
Espírito é derramado. Ele não está amarrado. Nem a instituições nem ao
nosso esforço moral ou religioso. A fé cristã se define pela aceitação de um
resgate feito pelo próprio Deus. Não temos um preço a pagar. Ele já pagou
o resgate por nós. Por isso somos salvos de
graça. Infelizmente nossa linguagem desgastou a palavra “Graça”, que virou uma espécie de
“fluido” mágico que desce do céu sobre nós. Graça, o Espírito derramado em
nosso coração, Amor, Justiça de Deus: esses e outros termos são encontrados nos
textos bíblicos – sentido que Paulo resume no verbo “justificar”. Ele quer dizer que Salvação não depende de nossos
méritos: é Deus que justifica (Rom 8,33, citando Isaías 50,8)
·
Esse é o
paradoxo da fé cristã: de um lado, permaneceremos
no Amor se (somente se) guardarmos o
mandamento do “amai-vos uns aos outros (assim como.eu...)”. De outro lado, só
conseguimos realizar essa utopia porque ele
nos trata como amigos, ele nos escolhe. O que temos em nós a
não ser um “DNA” divino” (talvez hoje Paulo usasse essa comparação) – ver carta
1ª.Coríntios4,7 :O que há
de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido?
TEMPO E
ETERNIDADE, Místicos e Atuantes
·
Por isso
nossa primeira oração é de agradecimento.
Pela Fé que recebemos, pela certeza de que ele é Salvador e, portanto, garantia
de nossa ressurreição.
·
Nossa
segunda oração será suplicar que
tenhamos coragem de tirar a crosta que impede de ver dentro de nós a inspiração
de quem aí habita. Essa força “interior” (hoje em dia o termo Espiritualidade se tornou muitíssimo
amplo, mas ainda serve) nos orienta a fazer o bem (a permanecer no Amor). Só pela presença do Espírito de Deus, que,
afinal, resolveu estabelecer sua morada dentro de nós, chegamos a poder “amar
uns aos outros”.
·
Em outras
palavras: o famoso “Novo Mandamento” é a meta (entolé, “mandamento” em grego tem sua raiz no termo “télos” = fim,
objetivo, meta, propósito, realização final).para a qual se dirige toda a vida
humana. Lá encontra seu acabamento ou consumação, no Amor. Nada é mais importante do que isso. Como consideramos na semana
passada, poucos recebem as experiências místicas na oração de contemplação,
quando se vislumbra como por uma fresta de luz e ar, o Mistério do Deus
invisível. Mas é um místico do século XX, Thomas Merton que nos ensina: Caminhar pela rua,
varrer o chão, lavar a louça, escolher feijão, ler um livro, passear pelo
bosque - tudo pode ser enriquecido pela contemplação e pela obscura percepção
da presença de Deus.(A experiência interior, SP, Martins Fontes,
2007, 94]. De acordo com uma das tradições mais antigas do
cristianismo, o Criador é um “Deus escondido” (Deus abscónditus). Essa dimensão é aqui retomada na expressão “obscura
percepção da presença”. Se a contemplação em nível “místico” é restrita, ela está
à disposição de todos. Assim como está ao alcance de todos a possibilidade de andar em busca do Amor.
·
De um
lado, é preciso procurar o rosto de Deus
mesmo no silêncio da oração dirigida ao Pai (que não se vê) ou na liturgia (comunidade
visível). De outro lado, é preciso procurar
sempre fazer o bem. Numa Carta a
todos os fiéis, disse Francisco
de Assis (1182-1226) ao comentar o resumo da lei feito por Cristo: Amemos,
portanto, a Deus e adoremo-lo com um coração e um espírito puros. [...] Em seguida,
amemos o nosso próximo como a nós mesmos. E se alguém não quiser ou não puder
amar o seu próximo como a si mesmo, que ao menos não lhe faça mal, pelo
contrário lhe faça bem.
·
Francisco,
como nós, também foi educado conforme a palavra da 1ª carta de João, c.4. Ali
se explica como ficamos sabendo (conhecemos)
que estamos no caminho do Amor (essa tensão entre o visível no Tempo de nossa
vida e o Invisível da Eternidade divina: se Deus assim nos amou,
também nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus
permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. Nisto é que conhecemos que
estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.
·
Ninguém
jamais viu a Deus. Sabendo disso ele está interessado em que nos amemos, em
certo sentido mais do que em receber nossos louvores, como diziam os profetas
(cf.Os6;Am5;Is1): a misericórdia é mais importante que os sacrifícios e
holocaustos. Em Mt 22,40 Jesus já tinha respondido ao falso dilema a respeito
de qual seja o maior mandamento: amarás
aos Senhor teu Deus... amarás o próximo... nesses
dois se resumem toda a lei e os profetas. Não significa: “é a mesma
coisa” ou: “dá no mesmo”. Cada um dos dois movimentos não existe sem o outro. O
que permite Pedro afirmar: Deus não faz acepção (discriminação) de pessoas (não
é parcial nem julga com preconceito).
E Pedro continua: em qualquer nação aceita quem o respeita como Deus e pratica
a justiça ,(que, afinal, significa na bíblia, tudo que está de acordo
com a matriz original de todo Bem e que dá fundamento a toda equidade).
·
As
mães têm uma espécie comunhão mística de Amor e conseguem traduzir esse amor em
gestos concretos. Nesse dia das Mães, nesse 2ºdomingo de maio, oremos com
gratidão na intercessão por aquelas que ensinam à raça humana como viver a
Eternidade no Tempo.
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(*) Prof. (USU-Rio) mestre (educação/ teologia/ t.moral. Administração
universitária e consultoria: fesomor2@gmail.com
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