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domingo, 6 de maio de 2012

JESUS É A VIDEIRA NÓS SOMOS OS RAMOS





V DOMINGO  DA PÁSCOA

DIA 06 DE MAIO

Comentários-Prof.Fernando



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JESUS É A VIDEIRA NÓS SOMOS OS RAMOS

Introdução


Caríssimos. Jesus é a videira da qual nós absorvemos a seiva nutritiva que dá alimento e sentido à nossa vida.  Quando nos desligamos dessa árvore, nossa vida vira de cabeça para baixo, e tudo fica em preto e branco, nada tem mais sentido. Porque somente ligados a Cristo, nós somos ramos vivos que produzem frutos.
Caro leitor. Como está a sua vida? Neste momento você está ligado na videira? Você tem deixado Deus  administrar a sua vida? Você deixa a luz de Deus entrar em sua vida? As portas de sua casa estão sempre abertas para Jesus? ou você as fecha através do desamor com os seus familiares? Você tem falado com Jesus diariamente através da oração? Ou você alega não ter tempo para isso? Os jovens dizem: “tá ligado na parada?” Você tá ligado na Videira? Meu irmão, minha irmã. Como você tem administrado a sua ligação com Jesus? Quando se desliga dele pelo pecado corre imediatamente para reatar, para religar-se ao tronco mestre da videira que é a fonte da vida?

            Somente quando estamos ligados em Cristo é que vamos produzir frutos saborosos e férteis de amor abundante.  Porque  somente Jesus é a nossa ligação com o Pai, e se permanecermos unidos a Cristo, permanecemos como ramos vivos que fazem sombra, abrigo aos passantes cansados e desanimados pela fadiga da caminhada, principalmente por não estar ligados à videira.
            Caríssimos. Vamos testemunhar a fé no Cristo ressuscitado, e praticar o amor fraterno. Mais para conseguirmos fazer isso, precisamos permanecer unidos a Cristo Jesus como os ramos  ligados à videira.
            Os apóstolos pregavam com firmeza em nome do Senhor, porque permaneciam ligados a Cristo.  Nós também, se estamos com Cristo, podemos fazer coisas maravilhosas, principalmente em se tratando de evangelização. Estudar a palavra é indispensável.  Porém, só isso não basta. É preciso estar ligado a Jesus Cristo.  O intelectual puro, acaba escrevendo ou falando palavras difíceis, ou mesmo bonitas, porém  vazias.  Pois tais palavras não contém a seiva nutritiva  proveniente da videira!
            Aquele que permanece ligado ao Cristo que venceu a morte, não ama com palavras e de boca, mas com ações, e de verdade.  Assim, vivendo na presença de Deus por Jesus, fazendo o que é do seu agrado, guardando e praticando seus mandamentos,  nossos pedidos serão atendidos desde que estejam de acordo com a vontade do Pai. 
            E o seu mandamento é que creiamos no Pai e no Filho que Ele nos enviou, e que amemos uns aos outros não só teoricamente, mais com vida e verdade.
            Para que possamos produzir frutos, precisamos estar ligados à videira. Caso contrário, seremos ramos cortados e lançados à fornalha onde haverá choro e ranger de dentes. Portanto, permanecer unidos a Cristo, é condição única. Não existe segunda ou terceira opção.  É para o nosso próprio bem.  E a decisão é puramente sua!
            Então, decida, escolha o melhor. Escolha permanecer em Cristo, com Cristo e por Cristo. Amém.

Sal.

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"NOSSA QUERIDA VIDEIRA!" - Diac. José da Cruz


5º DOMINGO DA PÁSCOA
Evangelho João 15, 1-8


Há muita gente que, por mera falta de conhecimento, interpreta de maneira equivocada esse evangelho de São João, onde Jesus se apresenta como a Videira. Talvez porque seja mais fácil entender que se trata de algo pessoal: falando da minha espiritualidade, minha intimidade com o Cristo, minha permanências nele, através das minhas orações e da minha sacramentalidade, pois só assim irei produzir os “meus frutos”. Não há dúvidas de que o texto traz um apelo à conversão pessoal, possível a partir da permanência, isso é, em comunhão com Jesus Cristo mediante a graça santificante, mas o evangelho também apresenta indícios de uma relação bem mais ampla e complexa, basta ver a conclusão lógica: Fora da videira, além de não produzir nenhum fruto, também iremos morrer e ser destruídos para sempre, nas chamas do fogo eterno.
Se entendermos a expressão joanina ao pé da letra, esse fogo se apresenta como um castigo, e nesse caso, permanecer com Cristo seria uma obrigação e não uma opção pessoal por esta vida, totalmente nova que ele nos oferece. A estrutura de um vegetal é algo muito complexo: raiz, tronco, ramos, folhas, flores e frutos. A esse respeito, lembrei-me de uma história muito interessante, que ilustra bem a reflexão.
Ao passar o final de semana na chácara da família, o menino disse ao pai, que queria fazer um discurso de agradecimento a uma árvore, pelo fruto adocicado que acabara de saborear, mas que queria saber, por onde começar “A quem agradeço primeiro, a raiz, ao tronco ou ao galho, onde apanhei o fruto?” O pai sorrindo, explicou que o fruto saboroso foi produzido pela árvore toda em seu conjunto, e não apenas por uma de suas partes. É João também, o autor da célebre afirmação de que, “Quem diz que ama a Deus que não vê, mas não ama o irmão que vê, é mentiroso, pois a verdade não está nele” .
Então o evangelho da Videira fica bem mais claro para todos nós, sem essa comunhão com Cristo e com os irmãos da comunidade, não iremos produzir frutos, ou os frutos não serão de boa qualidade. É na Igreja comunidade, que vivemos e celebramos essa comunhão. Permanecer, não significa um encontro casual ou acidental, nem tão pouco quer dizer fechar-se dentro do seu grupo, da sua equipe, pastoral ou movimento, quando temos essa atitude, de só se sentir bem no “meu grupo”, o horizonte se apequena, porque se trata de uma fuga das relações complexas e assim, eu acabo-me “escondendo” no meu grupo, ali não serei questionado, não precisarei buscar mais nada, pois terei enfim encontrado a sonhada paz, a comunidade perfeita.
Um ramo assim, está fadado a secar, irá perder a vitalidade e acabará caindo ou sendo arrancado por algum vento impetuoso que sopra contrário, pois não é função do tronco conduzir a seiva a um ramo em particular, mas a todos os ramos. Fechar-se no grupo significa uma tentativa infrutífera de monopolizar a seiva da graça de Deus, só para nós, com exclusividade. Há igrejas cristãs que pensam assim, há grupos cristãos que também pensam desta forma, alimentando a ilusão de que o cristianismo fechado em um grupo, é uma maravilha, uma bênção e uma grande graça. Quanto engano!
O evangelho desse domingo, escrito por São João, desmonta toda essa “fantasia colorida”. A ameaça de ruptura e destruição no fogo, não é para os que não pertencem á Videira, mas sim para os de dentro, que insistem em caminharem sozinhos, sem uma inserção na vida comunitária. São Paulo usa a mesma linguagem da videira, quando vislumbra a Igreja como um Corpo, onde nós somos os membros e Cristo é a Cabeça, o pé não tem nenhuma importância em si mesmo, se não considerarmos sua relação com o corpo, um membro separado do corpo, não serve para nada, não tem função alguma, ele só se torna valioso e importante, quando unido permanentemente com o corpo todo.
Nossa caminhada enquanto igreja, não pode ser alimentada por essas fantasias e mentiras inebriantes, pois elas não resistirão ao Fogo da Verdade Divina. 

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Evangelhos Dominicais Comentados 

06/maio/2012  --  5o Domingo da Páscoa

Evangelho: (Jo 15, 1-8)


Estamos no Quinto Domingo da Páscoa. Hoje Jesus nos fala da videira e dos seus ramos. Um exemplo muito fácil de ser entendido, principalmente porque Jesus estava falando para agricultores, pessoas que sabiam muito bem porque a videira devia ser podada. Eles sabiam o quanto a poda é benéfica para a planta.

Ao podar a planta, o agricultor não corta somente os galhos secos, ele corta também galhos sadios, vistosos e verdinhos. Ramos que têm tudo para produzir muitos frutos, mas que não estão dispostos a fazê-lo. Esses são cortados e queimados.

Jesus é a Videira e nós, somos os ramos. O agricultor, aquele que cultiva a videira e que também a poda, é o Pai. Jesus repete isso muitas vezes, só não entende essa comparação quem não quer, pois ela é muito clara.

A nossa união com Jesus é sinal de vida. Não existe vida estando separado do tronco. O ramo que se separa da cepa, seca e morre sem produzir frutos. É lançado ao fogo como qualquer lenha inútil.

Em compensação, os ramos que se mantêm unidos ao tronco recebem a seiva da vida que os torna fortes, vigorosos e férteis. Produzem muitos frutos e de excelente qualidade.

Essa é a proposta do evangelho de hoje. Jesus ressalta a união. Por mais dolorido que possa parecer, esse é o único caminho para a felicidade. A poda por si só é algo que machuca, é um corte que deixa suas cicatrizes.

Se a parreira fosse humana e pudesse falar, certamente reclamaria e não entenderia o porquê da poda no momento em que está sendo podada. Assim como, nós não entendemos a dor no momento da dor.

Só mais tarde, muito mais tarde, a parreira entenderia a importância da poda. Ao ver-se toda florida, ao presenciar seus próprios frutos, certamente agradeceria a Deus pelos sofrimentos daquele dia.

Assim é o nosso dia-a-dia. Os obstáculos, os sofrimentos e a luta pela sobrevivência nos fazem crescer, são as podas que nos tornam férteis. Em geral choramos de dor, não compreendemos e não os aceitamos, mas um dia veremos os frutos. Os frutos da verdade e da partilha.

É preciso resignação para aceitar e tentar encobrir as cicatrizes. Toda dor é amenizada pelo amor. O amor mantém o ramo unido ao Tronco, o amor é a flor mais bela, é o fruto maior, o mais colorido e o mais perfumado.

O amor frutifica através de obras, ele é produto de quem se deixa alimentar pela Seiva da Vida que é o próprio Jesus.

(4346)

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"Jesus ,a árvore da vida." - Maria Regina

                                    Jesus sempre se valia de figuras inerentes à vida cotidiana daquele povo, na maioria, agricultores e pescadores, para fazer com que eles compreendessem a Sua mensagem. Hoje, também, nós podemos usar a parábola da videira como mensagem para a nossa vida baseados nas figuras que Jesus usou. Para isso, nós também precisamos nos amoldar à mensagem da Palavra nos situando no contexto proposto por Jesus. Nós sabemos que toda árvore precisa ter raiz, tronco e galhos que dão suporte às folhas e aos frutos.
                           A videira é uma trepadeira, planta que cresce apoiando-se sobre outra ou sobre qualquer superfície. Sabemos também que a árvore é uma semente que foi plantada na terra e precisa ser cuidada para permanecer bonita. Jesus faz então uma comparação belíssima entre a figura da videira, com o Pai, o Filho, o Espírito Santo e todos nós que estamos unidos num só Amor.
                        O Pai é o agricultor, Jesus, a árvore verdadeira, o Espírito Santo é a seiva do amor do Pai que alimenta a árvore e nós, os galhos que precisamos de um apoio para crescer e, por isso, devemos estar unidos à arvore a fim de recebermos o nutriente que nos faz produzir frutos bons. O Pai cuida de nós a fim de que permaneçamos na árvore, no entanto, não podemos estar na árvore somente por estar. Necessitamos crescer em beleza e proficuidade.
                                Quando estamos com aparência feia, isto é, quando exibimos as deficiências por causa do pecado, o Pai, então, como faz o agricultor, nos poda, nos purifica e lança fora tudo o que estava nos tornando feios e nos impedindo de dar frutos. O galho que não permanece preso à árvore é jogado fora. Portanto, quando não estamos em Jesus, unidos a Ele em espírito e em verdade, nós nos tornamos galhos secos, sem utilidade.
                                Vivemos a desesperança, a frustração, a tristeza, o desânimo e acabamos sós. Assim, nunca seremos felizes porque nos falta a seiva do Espírito que nos alimenta e fecunda o nosso coração. Dentro de nós foi plantada a semente do Amor do Pai, que é o Espírito Santo, porém só permaneceremos nesse Amor, se conservarmo-nos ligados ao Seu Filho, Jesus Cristo. Reflita – Você se sente como um ramo ligado à árvore que é Jesus? – Você tem intimidade com Deus? – Os frutos que você tem oferecido ao mundo são frutos doces ou amargos? – O que precisa acontecer para que você dê frutos melhores? – Você acha que tem permanecido em Jesus e Ele em você?
amém
abraço carinhoso

Maria Regina
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Eu sou a videira, vós sois os ramos – José Salviano

Imaginem uma árvore frondosa e bonita. Você corta um ramo dela e leva ara casa. Mesmo colocando num vazo com água, o que irá acontecer? Um dia aquele belo ramo vai murchando até secar totalmente, ficando sem aquela viçosidade do dia em que você o pegou, retirando-o da sua fonte de alimentação, que era aquela árvore.
         Jesus se compara a uma árvore, e nos compara com os ramos. Assim como aquele ramo murchou ao ser desligado daquela árvore, também nós, ficaremos murchos, sem graça, sem a vida da graça, se nos separarmos de Deus.  E a nossa separação de Deus acontece pelo pecado. Na verdade, Deus continua do nosso lado, nos guiando, nos protegendo, nos amando. A comunicação Deus-homem, ou Deus-ser humano, existe. Porém, a comunicação homem-Deus foi interrompida pelo mau uso da nossa liberdade, ou seja, o pecado. E dessa forma, nós vamos enfraquecer, perecer, ficar desfigurados, sem vida, sem graça, sem a graça de Deus, indispensável à nossa espiritualidade, a qual nos prepara e nos encaminha para a Vida Eterna.
         E pecamos quando amamos apenas com palavras, em vez de ações de verdade. Quando nosso sorriso é falso, interesseiro, e nossa gentileza for apenas gestos de cortesia visando retorno imediato principalmente econômico, estamos agindo em desacordo com o Plano de Deus, estamos nos desligando da Videira, que Jesus nos fala no Evangelho de hoje.
Porém, se nos fazemos caridosos e justos, compadecendo-nos da miséria do nosso irmão, estamos ligados em Cristo, e com Cristo. E ligados a Ele poderemos produzir muitos frutos. Frutos para o Reino de Deus que é o Reino de justiça.
Nunca se desligue da Videira!  Mas sim esteja sempre ligado. Tá ligado?
Sal.   
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EU SOU A VIDEIRA, E VOCÊS SÃO OS RAMOS. – Olívia Coutinho

 Dia 6 de Maio de 2012

Evangelho de Jo 15,1-8

V DOMINGO DA PÁSCOA

Não viemos do acaso, somos frutos do amor de Deus, plantados aqui na terra para frutificar no mundo!
Deus não nos criou para sermos um simples vivente, fomos criados para relacionar com Ele, e esta relação amorosa,  se faz por meio de Jesus, o único mediador entre o homem e Deus!
Somos felizes porque somos necessitados de Deus,  é  essa necessidade que nos leva ao  encontro com Jesus, Ele  é a seiva que nos une ao Pai!
Nada nos é imposto, Deus nos deixa livres para fazermos as nossas escolhas, Ele quer que cada um de nós, construa a sua própria história!
Podemos  escolher a direção que daremos  a nossa  vida,  se escolhermos  Jesus como nosso  referencial , com certeza, construiremos uma bela história!
Não podemos esquecer nunca, que a vida é a maior expressão do amor de Deus, não conduzi-la para o bem, é a maior ingratidão do homem ao seu Criador!
"Viver" é a mais bela oportunidade que Deus nos oferece para buscarmos através de Jesus, o nosso encontro definitivo com Ele!
Ouvir os ensinamentos de Jesus, não corresponde apenas na nossa audição física, sem entrar no nosso coração, nada fica, tudo que é dito, cai no vazio. 
 As ações vivificantes de Jesus, nos desperta para a responsabilidade que devemos ter para com a vida, não somente com a nossa vida, mas também, com a vida do nosso irmão!
Como seguidores de Jesus, somos co-responsáveis pela vida do outro!
No evangelho de hoje, Jesus se compara com uma  videira, da qual brotam os ramos, ramos  que somos nós: galhos, folhas, flores, sementes, diferentes, mas cada um, exercendo a sua missão, buscando  o mesmo objetivo: produzir frutos!
Com esta comparação, Jesus nos fala claramente da importância  desta ligação entre o humano e o Divino, pois é  desta ligação que nasce os frutos tão necessários para que a vida perpetue.
A nossa ligação com Jesus, que a principio é pessoal, só se consolida quando vivemos o espírito  da partilha, inseridos  na comunidade cristã.
A nossa opção por Jesus, deve ser radical, só assim, permaneceremos Nele, e Ele em nós!
Estar ligados a Jesus é entrar em sua intimidade, e tornar-se seu discípulo, aprender com Ele, imitar as suas ações!
Quanto mais conhecemos os ensinamentos de Jesus, maior é o nosso compromisso com Ele e mais seremos podados! Aceitando as nossas podas, com certeza, produziremos frutos de maior  qualidade.
A palavra de Deus é alimento no nosso cotidiano, devemos buscar sempre nos orientar por ela, colocá-la em pratica e nunca guardá-la só para nós!
Para que a palavra de Deus frutifique em nós, precisamos estar sempre ligados a Jesus, por nós mesmos, não realizamos nada!
Deus nos ama infinitamente,  mas isto não quer dizer que Ele precise de nós, Deus não precisa de nós, pois Ele é Soberano, tudo pode, mas Ele quer contar com cada um de nós, para ser  sinal da sua presença no mundo, quer que sejamos aqui  na terra, os ramos  férteis desta arvore  frondosa que é Jesus!
Viver em sintonia com Jesus, é  ter a certeza de nunca ser  vencido pelas forças contrárias a vida!

FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia
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Domingo, 6-Maio-2012                      Gilberto Silva

Evangelho Jo 15,1-8

“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor.”


Caríssimos irmãos e irmãs vimos no prefácio deste evangelho Jo 15,1 que Jesus se autodenomina a videira – EU SOU. Estas duas palavras somente era usada no Ant.Testamento por Deus Pai quando se revelava a Moisés, seu servo.No quarto evangelho de João, encontramos Jesus utilizando destas duas palavras em várias ocasiões:
-EU SOU o pão da vida. Jo 6,35
-EU SOU o pão vivo que desceu dos céus. Jo 6,33
-EU SOU o caminho, a verdade e a vida. Jo 14,6
-EU SOU a ressurreição e a vida. Jo 11,25
-EU SOU o bom pastor. Jo 10,11
É Jesus nos mostrando que Ele é a presença física, amorosa e espiritual de Deus. Que é através d’Ele, Jesus, que há a plenitude da vida, da experiência autentica do amor e da comunhão com o Pai celestial.
É por meio de Jesus que somos hoje uma raça escolhida, não uma única raça, mas de todas as nações que proclamam que Jesus é o Filho de Deus. Somos nação santa e povo conquistado para a glória do Pai.
Com o fruto da videira se faz o vinho, que transubstanciado é o sangue de Jesus eucarístico na Nova Aliança. É o mandamento do amor derramado por nós e por todos.O seu memorial.
Jesus convida a nos deixarmos “podar“ para que assim purificados, possamos dar os frutos em que o “agricultor” espera de cada um de nós para sua glória, independente da raça, do credo, da cor, da condição de vida, afinal somos todos partes desta videira chamada Jesus Cristo.
Podemos observar nesta leitura do evangelho de hoje, que Jesus pronuncia por 8 vezes o verbo “permanecer”, ou seja, em estar em comunhão com Ele, com o próximo e com Deus. Na primeira carta de Jo 3,24 o apóstolo renova sua pregação: “Aquele que guarda seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e nisto reconhecemos que Ele permanece em nós pelo Espírito que nos deu.”
Caríssimos todas às vezes quer seja em comunidade, grupos ou solitários ajudamos ao próximo impulsionados pelo sentimento de amor, é o seu ramos frutificando. E quanto mais frutifica, mais o Pai, o Agricultor, é glorificado. É o sinal indelével de que estamos colaborando com o plano de Deus em acabar com as injustiças do mundo.
Vejamos, em todos os plantios, os ramos que não dão frutos são cortados e jogados fora, alguns vão para fornalhas e outros deixados, afim que os outros ramos deste plantio possam se fortalecer recebendo mais seivas e conseqüentemente dando mais frutos. Estes ramos que não deram frutos, secaram, morreram. Assim é aquele que vive sem Jesus.
Ficam estas perguntas:Será que sou ramo ou galho seco? Vou dar frutos ou secarei para ser jogado na fornalha? Vou estar a direita do Pai ou colocado à esquerda? Serei carneiro ou cabrito?
São perguntas que tão somente você poderá responder. Estar com Jesus e perpetuando suas palavras e ações é o que efetivamente nos torna ramos limpos, sadios e cristãos.

Que Jesus habite em seu coração para sempre. Amém.

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No passado domingo escutamos o Senhor Jesus, vencedor da morte, Autor da Vida, que nos revelava com doçura e profundidade: “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10,11). Hoje, novamente, voltamos nosso olhar para o Senhor, imolado por nós e, por nós, ressuscitado; escutemo-lo mais uma vez: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor!” Caríssimos, para compreender esta palavra de Jesus é necessário recordar o povo de Israel, a vinha eleita de Deus, vinha que o Senhor arrancou do Egito e plantou na terra santa; vinha que o Senhor cercou de cuidados e de carinho. Vinha que, no entanto, não deu os frutos esperados! Escutemos as queixas do Senhor pela boca do Profeta Isaías: “Que me restava fazer à minha vinha que eu não tenha feito? Por que, quando eu esperava que ela desse uvas boas, deu apenas uvas azedas? Agora vos farei saber o que vou fazer da minha vinha! Arrancarei a sua cerca para que sirva de pasto, derrubarei seu muro para que seja pisada... A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; e os homens de Judá são a sua plantação preciosa. Deles esperava o direito, mas o que produziram foi transgressão; esperava a justiça, mas o que apareceu foram gritos de desespero” (Is. 5,4-5.7). Israel foi a vinha infiel; pois bem, agora surge Aquele que é o Israel verdadeiro, a verdadeira videira que dá o bom fruto, o fruto doce da obediência ao Pai até a morte e morte de cruz! Eis, meus caros: Jesus é o Israel fidelíssimo, a verdadeira vinha plantada pelo Pai. Na obediência e na fidelidade, ele deu fruto de vida eterna. O salmo de meditação da Missa de hoje, um trecho do Salmo 21, aquele mesmo que Jesus rezou na cruz e que começa com a súplica “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” – este Salmo recorda bem o preço da obediência do nosso Senhor... - Jesus amado, tu és a Vinha verdadeira! Na obediência ao teu Pai, divino Agricultor, deste para nós fruto de vida eterna. Morreste, mas estás vivo para sempre! Bendito sejas tu! A ti a glória!
Essa Videira viva e verdadeira, plena do Santo Espírito, que é a vida do Pai, nos vivifica. Foi por nós que Jesus, a Videira, morreu; foi por nossa causa que ele ressuscitou! Escutemo-lo ainda: Todo ramo que em mim não dá fruto o Pai o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Permaneci em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode dá fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós sois os ramos”. Eis, amados irmãos, fomos enxertados na videira verdadeira: em Jesus, somos a Igreja, o novo Israel, a vinha eleita do Senhor. Somo-lo, porque, pelo batismo, fomos enxertados em Cristo e, agora, vivemos da sua seiva bendita, que é o Santo Espírito. São João nos disse na segunda leitura, que sabemos que Deus permanece conosco e nós nele porque temos o seu Espírito... Que realidade bela e misteriosa: estamos unidos a Cristo de verdade, de verdade vivemos a sua vida nova, vida que ele adquiriu na ressurreição. O que o Senhor espera de nós? Que não sejamos como o povo da Antiga Aliança, que produziu uvas azedas! O Senhor espera de nós frutos doces; doces da doçura do Cristo que, por nosso amor, fez-se obediente até a morte e morte de cruz!
Que devemos fazer para produzir frutos no Senhor? São João nos diz na segunda leitura que o fruto que podemos produzir é crer no Filho amado e nos amar uns aos outros, como ele nos mandou. Compreendamos que ser cristão é viver enxertados em Cristo e nos tornamos ramos da mesma videira. Podemos dizer a mesma coisa de outro modo, usando as palavras de São Paulo: Cristo é a Cabeça, nós somos os membros do corpo que é a Igreja. Os membros vivem da vida da Cabeça como os ramos vivem da seiva que brota do tronco. Compreendeis, irmãos? A Igreja não é simplesmente a soma dos crentes... Não somos nós que fazemos a Igreja... Ela nasce de Cristo, ela nos é anterior; e nós, pela graça de Deus, somos nela enxertados pelo batismo e a eucaristia. Ser cristão é ser Igreja; e ser Igreja é estar profundamente unido a Cristo e, em Cristo, unidos uns aos outros. Nunca esqueçamos: vivemos a mesma vida, nutrimo-nos da mesma seiva: esta vida, esta seiva é o Santo Espírito do Ressuscitado! Fora de Cristo, que fruto daríamos? Separados do tronco, fora da videira, como permaneceríamos vivos da vida divina? Como poderíamos produzir frutos de vida eterna? É permanecendo em Cristo, cabeça e tronco da Igreja, que viveremos da sua energia, da sua seiva, isto é, do seu Espírito Santo.
Mas, isso não nos livra das dificuldades. Desde os inícios, a vida dos cristãos é marcada por provações interiores e exteriores; desde as origens há dificuldades mesmo entre os irmãos na fé. Recordai a situação da primeira leitura de hoje: a desconfiança da comunidade em relação a São Paulo... Então: tribulações exteriores, tribulações interiores; momentos de dor, momentos de escuridão... Onde está Cristo? Não é ele a videira? Nele não estamos seguros? Sim! Mas, não seguros de seguranças humanas! Jesus nos previne no Evangelho de hoje para as podas da vida, podas que o Pai consente, para que demos fruto de vida eterna, fruto de uma vida totalmente enxertada em Cristo e, com Cristo, em Deus: “Todo ramo que em mim não dá fruto o Pai o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda”. Eis: batizados em Cristo, nele permaneçamos enxertados; alimentemo-nos da sua seiva na eucaristia; suportemos com absoluta confiança nele as podas e purificações da vida... Se o fizermos, produziremos verdadeiro fruto, fruto de vida eterna.
dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria – V Domingo de Páscoa – Ano B
Permanecer em Cristo…
No Evangelho (Jo 15,1-8), Jesus afirma:“Eu sou a videira verdadeira”. Essas palavras, numa ceia de despedida, representam o seu “Testamento”.
Israel era considerado uma vinha planta pelo próprio Deus, mas que não produziu os frutos esperados.
Jesus se apresenta como a “videira verdadeira”, capaz de produzir frutos que Israel não produziu.
Jesus é o tronco e nós somos os ramos! O ramo que não der frutos é cortado e lançado ao fogo. O ramo que dá frutos é podado para que dê mais frutos. Jesus convida os apóstolos a permanecerem n’Ele:” permanecei em Mim, como Eu em vós”. Como o tronco da videira transmite a vida aos ramos e os ramos são vivificados quando permanecem ligados ao tronco, assim se dá com Cristo e os cristãos. Os ramos assim ligados ao tronco é que produzem fruto. Para produzir frutos, os ramos precisam de seiva da videira e da poda.
Precisa da seiva da videira, que é Cristo, pois “sem Mim nada podeis fazer”. O texto fala oito vezes em “permanecer em Cristo” e sete vezes em “dar frutos”. Se não permanecermos unidos a Cristo, recebendo essa seiva, nos tornaremos ramos secos e estéreis, que serão cortados e lançados ao fogo.
Os nossos trabalhos pastorais não serão eficazes se não houver a seiva dessa videira e o contato com Jesus, através da Oração.
Só unidos ao tronco podem viver e frutificar os ramos; do mesmo modo, só permanecendo unido a Cristo pode o cristão viver na graça e no amor e produzir frutos de santidade. Isto manifesta a impossibilidade do homem em tudo o que se relaciona com a vida sobrenatural e a necessidade da sua total dependência de Cristo; mas manifesta também a vontade positiva de Cristo de fazer com que o homem viva a Sua própria vida.
Quem não está unido a Cristo por meio da graça terá, o mesmo destino que as varas secas: o fogo. Diz Santo Agostinho:”os ramos da videira são do mais desprezível se não estão unidos ao tronco; e do mais nobre se o estão(…) Se se cortam não servem de nada nem para o vinhateiro nem para o carpinteiro. Para os ramos há duas opções: ou a videira ou o fogo:para não irem para o fogo, que estejam unidos à videira”.
Estejamos atentos! O Senhor nos faz um apelo:”produzir frutos…”.
Porém impõe uma condição: “permanecer unido a Ele”. Para isso precisa: gastar tempo com Ele! Nenhum trabalho, mesmo pastoral, justifica o abandono do encontro pessoal com Cristo, na Oração. Jesus nos adverte:”sem mim nada podeis fazer”.
Devemos antes falar com Deus… para depois falar de Deus…
Alimentar a nossa espiritualidade com esta “seiva divina”, que é a graça de Deus, na escuta da Palavra, na pratica sacramental… Dizia o Beato Papa João Paulo II:”A oração é para mim a primeira tarefa, como o primeiro anúncio; é a primeira condição de meu serviço à igreja e ao mundo”.
São Francisco de Assis ensinava que “do homem que não reza não se pode esperar nenhum bom fruto”.
“A senda que conduz à santidade é a senda da oração; e a oração deve vingar, pouco a pouco, como a pequena semente que se converterá mais tarde em árvore frondosa”.(São Josemaría Escrivá).
O senhor nos adverte:”se não permanecerdes em mim, não podeis dar frutos”. Tornar-se-à “um galho seco” que será cortado e jogado ao fogo… Isso acontece com aqueles que se separam de Cristo. “A vida de união com Cristo transcende necessariamente o âmbito individual do cristão para se projetar em benefícios dos outros: daí brota a fecundidade apostólica, já que o apostolado, seja ele de que tipo for, consiste numa superabundância da vida interior”(Amigos de Deus,239).
Intensifiquemos a nossa vida de oração, pois sem uma profunda relação de amor com Jesus seremos um sal que não dá sabor, uma comunidade cristã estéril, sem alegria e sem vida.
“Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós”(Jo 15,4).
Mons. José Maria Pereira

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Homilia do Pe. Françoá Costa – V Domingo da Páscoa – Ano B
Crescer devagar, porém sempre!

Essa é uma das leis de vida nesta terra: sempre estamos nos desenvolvendo! Em efeito, todos os viventes estão em constante crescimento até o momento cume da própria vida, depois começa a senectude que, pouco a pouco, vai levando as nossas forças. Contudo, enquanto estivermos bem pegados à raiz da vida, estaremos aqui com os nossos amigos e companheiros celebrando a vida e tantas coisas boas que ela nos oferece.  Também é verdade: bem unidos a Jesus, conservaremos sempre a jovialidade do nosso existir cristão.
” Disse-me ele: – “ainda bem que é a pequena”.?Faz tempo, um padre, amigo meu, ligava e dizia-me que estava com a minha cruz. O que acontece é que eu uso uma pequena cruz quando estou no confessionário. Chamou-me a atenção a maneira como ele se expressou e começamos a brincar. Dizia eu: – “eu esqueci a minha cruz, a deixei com você. É uma pequena, não é
Eu fiquei pensando depois como é bom ter um irmão que nos ajuda a carregar a cruz, nem que seja a pequena: é ótimo ter alguém que nos ajude! “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade” (1 Jo 3,18). Amamos por atos e em verdade quando as nossas palavras são vivas, são vida; explicam aquilo que fazemos ao mesmo tempo em que as ações mostram aquilo que falamos. A coerência… como falta na nossa vida de cristãos! Um discípulo de Cristo tem que semear a paz, o amor, a alegria por onde passa; um discípulo de Cristo por vezes incomodará, é normal! A sua vida santa será para muitos um martelo na própria consciência.
Para que possamos viver assim, tão fiéis a Cristo, é necessário que estejamos muito unidos a ele. “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Nós somos os ramos na videira. Isso significa que não temos vida por nós mesmos, a temos daquele que é a Vida, a seiva nos vem da videira, que é Cristo. A graça é o que nos vivifica, que nos anima e nos capacita para que possamos dar frutos de vida eterna. SEM JESUS NÃO PODEMOS FAZER NADA. Seríamos inúteis, sobrenaturalmente falando, sem a graça que nos vem do alto. Se não estivéssemos unidos ao Senhor, seríamos ineficazes, já que toda a nossa eficácia vem de Deus.
 São Paulo escreve aos gálatas falando da diferença das obras da carne e dos frutos do Espírito; “as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. [...] os que as praticarem não herdarão o Reino dos céus!” (Gl 5,19-21). Continua o mesmo apóstolo: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gl 5,22-23). Como são contrárias as obras da carne dos frutos do Espírito! As primeiras são para escravizar-nos, trazem a infelicidade, ainda que no começo pareçam dar a felicidade. Enganam-se aqueles que pensam assim! Apenas por um momento trazem algum prazer, depois… O que fica senão a dor de consciência, a angústia, a escravidão no vício, a infelicidade? Os frutos do Espírito Santo aparecem em todo bom cristão consciente de sua vocação à santidade e que se esforça para estar unido ao Senhor. A nossa vida será muito mais saborosa com esses frutos de caridade, paz, alegria etc. Como as pessoas desejam a paz, desejam ser alegres, desejam a felicidade! O problema é que vão buscar tudo isso em “outras árvores” que não são videiras verdadeiras. Jesus é a verdadeira videira, para dar bons frutos que sirvam para a vida eterna é preciso estar unido a ele.?Nós precisamos dar frutos. Quais
A paciência é uma virtude importante na vida espiritual. Não esperemos que uma semente de abacate plantada ontem venha a florescer e produzir abacates hoje. Não podemos entregar-nos ao desalento na vida interior. Precisamos lutar para viver o plano de Deus nas nossas vidas. Se quisermos produzir frutos para a vida eterna é preciso que sejamos podados, que recebamos o adubo; que resistamos a várias temperaturas, a aridez do vento, as chuvas torrenciais e o sol que chega a queimar. Virá a primavera, sairão as folhas e as flores, virão os frutos. Só quem persevera até o fim receberá a salvação, isto é, quem permanece no Senhor.
Pe. Françoá Costa
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A comunidade e o mundo
As leituras deste domingo nos apresentam teologicamente o Jesus homem que fez história conosco, veio morar no meio de nós. Por ele, Paulo se converteu e tudo deixou, para anunciar a sua ressurreição. Em Jesus histórico, Deus nos visitou. No simbolismo da videira e seus ramos, unimo-nos todos em Jesus para levar adiante o seu projeto de salvação a toda a humanidade. Na fé em Jesus, professada pela comunidade da primeira epístola de João, somos impelidos a afirmar: “Deus que tudo conhece é maior do que o nosso coração” (1Jo 3,20). Jesus é maior do que o mundo que o acolheu. Sem ele, nada podemos fazer.
1ª leitura At 9,26-31
A Igreja é missionária como Paulo
Uma das polêmicas do início do cristianismo foi a aceitação de Saulo – primeiro nome desse fariseu convertido ao cristianismo após um contato com o Ressuscitado a caminho de Damasco (At. 9,1-2), de onde prometera trazer presos para Jerusalém os seguidores do Caminho (Jesus), o qual passou desde então a se chamar Paulo. A primeira leitura de hoje nos mostra, por meio da habilidade da pena de Lucas, a argumentação necessária para convencer os irmãos de Jerusalém – os quais tinham motivos de sobra para não acreditar naquele que havia perseguido até a morte o irmão Estêvão (At 7,58) – de que Paulo era apóstolo do mestre ressuscitado Jesus de Nazaré. A descrição de Lucas mostra como Barnabé, o irmão de confiança da comunidade, oferece argumentos confiáveis sobre a pessoa de Paulo. Ele havia visto o Senhor ressuscitado, ouvido suas palavras e se convertido (At. 9,3-9). Ver para crer era de fundamental importância para os cristãos. Os judeus preferiam o ouvir. Ademais, Paulo havia pregado em Damasco e sido perseguido pelos judeus, que tramaram a sua morte (At 9,23). Paulo teve de fugir escondido. O testemunho de Barnabé convenceu os irmãos de Jerusalém. Paulo foi aceito e confirmado pela comunidade-mãe, onde logo iniciou sua pregação. Não tardou muito e os judeus o perseguiram. Paulo, agora evangelizador reconhecido, teve de fugir novamente. Foi para a sua terra natal, Tarso, para dar continuidade à sua missão.
Evangelho Jo 15,1-8
Jesus é a videira, crescida no meio de nós para revelar Deus
Estamos no Tempo Pascal. Nada melhor para confirmar a nossa fé em Jesus ressuscitado que as imagens da videira da comunidade joanina. De forma figurativa, como em tantas outras passagens, o Evangelho de João nos oferece a imagem do “eu sou” de Jesus, o qual se revela como: pão da vida (6,35); luz do mundo (8,12); porta das ovelhas (10,7); bom pastor (10,11); ressurreição e a vida (11,25); caminho, verdade e vida (14,6). 
Tomemos para a nossa reflexão o “eu sou a videira”. No Oriente, o vinho era a bebida dos deuses; Baco ou Dionísio, o deus do vinho, era celebrado na Roma antiga com grandes festas, no período da vindima, que se transformaram em festas orgiásticas à base de vinho. Em Israel, a videira era e é planta comum nas casas do povo. Israel se considerava a vinha escolhida por Deus para levar a santificação a todos os povos. Cada israelita é um vinhateiro, um cuidador da aliança (vinha) que Deus, o grande Senhor da vinha, tinha feito com Israel. O livro do Gênesis mostra mitologicamente que o ser humano perdeu o paraíso e passou a viver numa terra infértil (Gn 3,17-18). Após o dilúvio, Noé começou a plantar uma vinha (Gn 9,20). Vieram a uva e o vinho como símbolos eternos de bênção para Israel. Noé chega a beber muito vinho e fica embriagado. Os profetas condenaram os israelitas infiéis que levavam o povo a perder o direito de poder beber vinho, usufruir das benesses da aliança com Deus (Am 5,11-12; Sf 1,13). Mais tarde, no tempo do Segundo Testamento, as lideranças do povo judeu se julgavam senhores da vinha, no comando e na manutenção da fé israelita. Ocorreu, no entanto, que eles perderam o controle e desvirtuaram o povo do caminho. Acabaram, em conchavo com as lideranças romanas, condenando Jesus, o Filho de Deus, a morrer fora da vinha (Jerusalém).
No contexto acima apresentado, podemos entender a mensagem de Jesus: “Eu sou a videira, e vós, os ramos” (Jo 15,5). Antes, Jesus dissera: “Vós estais podados [puros] por causa da palavra que vos ensinei” (15,3). De forma incisiva, Jesus chama seus discípulos a permanecer nele, no anúncio de sua palavra. Permanecer nele é o mesmo que renovar a aliança de outrora, no seu sangue derramado. E Jesus é ainda mais contundente: sem mim nada podeis fazer (15,5), ou melhor, sem Deus nada podemos fazer. Os frutos a serem produzidos pela comunidade são os do reino de Deus. O novo judeu-cristão é aquele que deixa Jesus morar dentro dele. O cristão passa a ser um novo Jesus ressuscitado.
2ª leitura 1Jo 3,18-24
Como reconhecer que Jesus mora  dentro de nós?
Esse belíssimo texto poético e afetuoso da comunidade joanina parece ser uma continuidade do evangelho de hoje. Os sinais que demonstram que o seguidor de Jesus age conforme os ensinamentos do mestre são: a) amar com ações de verdade, e não com palavras e língua; b) rezar de forma verdadeira; c) consciência tranquila; d) guardar os mandamentos; e) crer no nome do Filho Jesus Cristo; f) amar os outros como ele nos amou. Agindo assim, os cristãos se tornavam morada de Deus, e Deus morava neles. Deus permanece nos discípulos de Jesus pelo Espírito enviado por Deus (v. 24). Assim, cada discípulo demonstra que Deus mora nele e se torna forte. Ninguém poderá vencê-los, como afirmara Paulo em Rm 8,21: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Essa convicção dos cristãos os levou ao martírio como testemunho da ressurreição de Jesus. Desse modo, as raízes do cristianismo ganharam força, e ele ganhou o mundo.
Pistas para reflexão
– Levar a comunidade a se perguntar pelos frutos que ela produz, unida ao projeto de Jesus. 
– É possível viver a fé sem vínculo com uma comunidade? É possível ser cristão sem estar em comunhão com a proposta de Jesus? 
– Paulo, após o encontro com o Ressuscitado, logo iniciou a sua caminhada de evangelizador do reino. Esse episódio mudou a vida de Paulo, e ele mudou a vida de muitas pessoas. Diante disso, perguntemo-nos: as palavras de Jesus, de fato, permanecem, isto é, fizeram morada em nós, transformando-nos por inteiro? 
– Que sentido tem a frase do evangelho de hoje: “Sem mim nada podeis fazer”, nas culturas que pouco conhecem de Jesus e de seus ensinamentos? Qual deveria ser a nossa atitude pastoral, nesse caso?
– Na hora do abraço da paz, explicar que desejar a paz de Cristo é o mesmo que afirmar: que você seja qual outro Jesus ressuscitado que mora dentro de você.
padre Jacir de Freitas Faria, ofm

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Permanecer no Senhor
Todos conhecem a alegoria da videira e seus ramos.  Esse capítulo quinze de João faz parte das lembranças mais queridas de nossos primeiros dias de encantamento com Cristo.  Quando somos chamados ao seguimento do Senhor Jesus  sentimos que estávamos sendo convidados a uma intimidade de vida.  Compreendemos que o discípulo vive suspenso ao seu Mestre.  Permanecer, permanência lembra intima união.  Permanecemos alegremente fieis a compromissos que assumimos.  Permanecer é estar ligado, não cortar os canais entre pessoas que se estimam.  Permanecer um no amor do outro.
Ora, os discípulos de Jesus estão unidos ao Senhor.  Esta união vai se fazendo de múltiplas maneiras ao longo do tempo da vida.
Ficamos presos à sua palavra.  Na juventude, no começo da idade adulta,  no tempo das coisas maduras e no outono da vida estamos sempre em contato com  sua palavra, sempre, todo dia, toda a vida.  Nas leituras da liturgia, nas horas de reflexão bíblica, no ofício divino.  Estamos sempre unidos a ele. Um dia essa palavra nos enleva, outro dia ela alerta para o pecado que mora em nós,  outro dia ainda dá coragem no desalento.  Estamos sempre escutando com nosso interior a Palavra daquele que quer morar em nossa intimidade. Quando respondemos à Palavra  alimenta-se a permanência dele em nós.
Permanecemos nele quando deixamos a porta de nossa história e de nossa vida aberta para suas visitas.  Ele está à porta e bate e quer cear conosco, quer viver esse intimidade esponsal de que falam os místicos.  Não  queremos ser discípulos apressados. Damos tempo ao tempo.
Na primeira epístola de João proclamada na liturgia deste domingo aparece também o tema da permanência:   Deus tem seu olhar sobre nós… “este é o seu mandamento: que creiamos no nome do Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu.  Quem guarda seus mandamentos permanece com Deus e Deus  permanece com ele”
Permanece unido ao Senhor aquele que vive da Eucaristia. Não se trata apenas de  receber o sacramento do Corpo do Senhor mas de se fazer oferenda, dom, pão com o ele.  Os que dão a vida pelos outros, os que fazem o êxodo de si mesmos, os que se unem à oferenda de Cristo renovada no mistério da Eucaristia  permanecem nele porque se fazem um com  ele no dom. Fazem-se eucaristia.
Permanece no Senhor aqueles que, nas  curvas e voltas da vida, vão sempre  dizendo seu sim, o sim de sua participação da construção desse mundo novo que nasceu do dom de Jesus no alto da cruz e na manhã da ressurreição.
frei Almir Ribeiro Guimarães
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Cristo a Videira, nós os ramos
No A.T., a “vinha de Javé” era Israel. Mas não produziu seu fruto. O NT traz uma parábola de Jesus, dizendo que foram os vinhateiros que não quiseram dar a devida parte do produto ao proprietário; este, depois de ter mandado servos, enviou finalmente seu próprio filho, mas os vinhateiros o mataram, e a vinha foi dada a outros arrendatários. Assim, a vinha se tornou imagem do novo povo de Deus. É nesse sentido que Jo recorre à imagem da videira (evangelho). Decerto, ela se aplica em primeiro lugar a Jesus mesmo: “A verdadeira videira sou eu”(em oposição à videira provisória ou tipológica, que era Israel). Mas trata-se de Jesus unido aos seus: naqueles que estão unidos a  ele é que Jesus produz os frutos que glorificam o Pai, os frutos da caridade (cf. próximo domingo).
Além da idéia principal – produzir frutos pela união vital com Cristo -, encontramos também algumas aplicações secundárias da imagem: a poda, que significa a purificação pela palavra de Cristo, pela opção que esta nos impõe; ou, no caso dos ramos secos, a condenação.
Em que  consiste essa união vital com Cristo? Em permanecer em sua palavra, o mandamento do amor fraterno. É o “amar, não só com palavras, mas em atos e verdade”, de que fala a 2ª leitura. Esse “amor eficaz” faz com que reconheçamos que “somos da verdade” e tenhamos paz em nosso coração. Para João, a verdade se mostra em gestos concretos. Com seu estilo associativo, Jo passa a outra idéia: se  nosso coração não tem paz, mas nos condena, que fazer então? Então devemos crer que Deus é maior que nosso coração. Se nosso coração nos acusa, devemos confia-lo a Deus: conversão. E se não nos acusa, podemos viver da comunhão com Deus, pedindo o que um filho pode pedir do Pai (1Jo 3,22; cf. Jo 15,7).
Na 1ª leitura continua a história da primeira comunidade cristã. Traz o relato de Lucas referente às primeiras atividades apostólicas de Paulo, seu contato com os apóstolos de Jerusalém, mediante Barnabé, suas discussões com os judeus do helenismo (Paulo e Barnabé eram judeu-helenistas), sua missão a Tarso. Na Carta aos Gálatas, Paulo descreve este período, dizendo que “viu” somente a Pedro; mas isso não contradiz o que Lc aqui escreve. Quer dizer que Paulo só submeteu seus  planos ao chefe dos apóstolos, Pedro, e não está sob a jurisdição do chefe da igreja de Jerusalém, Tiago, para o qual apelam os “judaizantes”, que Paulo combate na carta. Podemos, portanto, dizer que, desde a sua primeira atividade, existe harmonia dos principais apóstolos em torno da missão de Paulo. A comunhão preconizada pela imagem da videira é uma realidade.
A liturgia de hoje oferece ensejo para realçar a unidade da “mesa da Palavra” e da “mesa eucarística”. O canto da comunhão sugere essa ligação. A linguagem dos símbolos poderá visualizar que a “videira verdadeira” (cf. liturgia da Palavra) produziu, como primeiro de seus frutos, o “vinho da salvação”, ou seja, o sangue derramado na cruz (cf. liturgia eucarística). Os nossos frutos deverão ser da mesma natureza!
Johan Konings "Liturgia dominical"
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A imagem da Videira e da vinha é um dos símbolos importantes e muito usado no Antigo Testamento para se referir ao povo eleito de Deus.
Jesus novamente diz: ‘Eu Sou’ (aquele que liberta para a vida). O Evangelho de João nos mostra quem é Jesus, e aqui Ele se apresenta como a verdadeira videira.
Jesus é o início da nova vida com justiça e liberdade, fidelidade e aliança ao Pai, Aquele que dá vida e fertilidade aos ramos que é a Igreja que permanece Nele.
Deus é o lavrador que cuida da videira e corta ou poda os galhos para que deem frutos. A poda significa o chamado a viver junto de Jesus e ficar com Ele, comprometer-se com a prática de vida nova que Ele veio trazer.
Desde o início, Jesus aproxima seus discípulos e seus futuros seguidores à Sua Vida, e fala em uma comunhão ainda mais íntima com eles: ‘Permanecei em mim como eu em vós… Eu sou a videira e vós os ramos.’ Ele os associa à missão que recebeu do Pai, pois o Filho não pode fazer nada por si mesmo, mas recebe do Pai que o enviou, assim também acontece com aqueles que Jesus envia e que precisam estar unidos a Ele, pois nada podem fazer sozinhos.
Aqueles que não estão em sintonia com este comprometimento se afastam Dele. Os galhos secam naturalmente.
Jesus é a videira, o Espírito Santo é a seiva da videira do Pai que produz seus frutos nos ramos, e os homens são os ramos que dependem da videira, fonte e origem do apostolado na Igreja, para produzir os frutos. ‘O fruto indicado nesta Palavra é a santidade de uma vida fecunda pela união com Cristo’.
Quando Jesus diz aos discípulos que estão limpos e podados, é porque já participam desta união total com Ele e sendo assim podem dar frutos, tornam-se imitadores de Jesus como filhos amados que andam no amor. A Videira não dá frutos, mas, seus ramos sim. E aí está a responsabilidade de todo cristão: de permanecer unido a Cristo para que o Projeto Dele não pereça, mas dê frutos através do comprometimento de cada um de viver no amor e produzir frutos de santidade e justiça.
A comunidade de seguidores de Jesus deve ser uma comunidade de iguais, sem privilégios e sem hierarquias, incorporados a Cristo pelo Batismo. Ali todos os ramos estão na mesma condição: dependentes de Cristo para produzirem frutos, permanecendo Nele como os ramos permanecem na videira.
Ao final do Evangelho, Jesus faz a promessa aos discípulos de que serão ouvidos nas suas orações. Unidos ao Espírito Santo, que é o amor do Pai para com o Filho, através da oração, cada um se move também para a união com o Pai nos seus pedidos que são ouvidos e atendidos.
Ninguém produz fruto sozinho! Isto mostra a impotência do homem na vida sobrenatural e a sua total dependência de Cristo e, da mesma forma, mostra a vontade de Cristo de dar ao homem a sua própria vida.
No Primeiro Testamento, o deus de Moisés se revelara como "Eu Sou". As autoproclamações de divindades já eram encontradas no Egito. No Evangelho de João são inúmeras as autoproclamações de Jesus: Eu sou... o pão da vida, o pão descido do céu, a luz do mundo, a porta das ovelhas, o bom pastor, a ressurreição, o caminho, a verdade e a vida, a videira, entre outras. Com elas, Jesus revela- se como o Deus intimamente presente no mundo, na vida das pessoas, relacionando-se de maneira simples e comum com homens, mulheres e crianças. Jesus se autoproclama como a videira verdadeira. A videira, na tradição do Antigo Testamento, representa o povo de Israel. Jesus lhe dá um novo sentido, no qual todos, sem discriminações de raça, religião ou condição social, em todos os tempos, são seus ramos. É a perspectiva universalista do dom do amor divino e da vida eterna. Aos ramos cabe dar os frutos. Os ramos sem frutos serão separados da videira. O ramo unido à videira é o discípulo que permanece em Jesus, e Jesus nele. Os ramos unidos à videira são a comunidade unida a Jesus, que ora ao Pai e é ouvida. A primeira carta de João (segunda leitura) desenvolve o tema da permanência em Jesus. Quem ama com ações e de verdade permanece em Deus. E é permanecendo em Jesus que os discípulos produzirão os frutos que são do agrado do Pai. E a seiva do amor que une Jesus e os discípulos cria laços entre as pessoas, leva à fraternidade, à solidariedade e comunica a vida. Na primeira leitura, vemos como a conversão de Saulo levou-o, logo de início, a uma pregação corajosa. Em continuidade, sua missão frutificou em inúmeras comunidades de fé.
padre Jaldemir Vitório
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A comunidade que dá frutos de amor
João, no seu evangelho, apresenta mais uma autoproclamação de Jesus na qual diz ser, ele próprio, a videira verdadeira. No Primeiro Testamento a divindade se revelara a Moisés com o nome: "Eu Sou". As autoproclamações de divindades já eram encontradas nas tradições religiosas da cultura egípcia. No evangelho de João são inúmeras as autoproclamações de Jesus: eu sou... o pão da vida, o pão descido do céu, a luz do mundo, a porta das ovelhas, o bom pastor, a ressurreição, o caminho, a verdade e a vida, e, agora, a videira. Enquanto o deus de Moisés permanecia um deus invisível e nas alturas, agindo a distância, as autoproclamações do evangelho de João revelam Jesus como sendo Deus intimamente presente no mundo, convivendo com as pessoas, relacionando-se de maneira simples e comum com homens, mulheres e crianças.
Com esta última autoproclamação, Jesus acentua a íntima relação que existe entre seus discípulos e ele. A imagem usada é a da videira, cujo cultivo era comum nas civilizações antigas em vista da produção do vinho. A poda dos ramos nos quais não brotaram frutos, a fim de fortalecerem os ramos carregados, era uma prática comum no seu cultivo. A simbologia da videira é muito usada no Antigo Testamento, representando o povo de Israel. Jesus lhe dá um novo sentido. Todos, sem discriminações de raça, religião ou condição social, em todos os tempos, são seus ramos. É a perspectiva universalista do dom do amor divino e da vida eterna. Aos ramos cabe dar os frutos. Os ramos sem frutos serão separados da videira. Podemos perceber estes ramos sem frutos em Atos dos Apóstolos (primeira leitura), naqueles judeus de língua grega que rejeitavam a pregação de Paulo e procuravam matá-lo. O ramo que dá fruto é limpo para que dê mais frutos ainda. O ramo unido à videira é o discípulo que permanece em Jesus e Jesus, nele. É o ramo que é tornado limpo pela acolhida e prática da palavra de Jesus.
A íntima inserção dos ramos ao tronco da videira é uma sugestiva imagem da permanência dos discípulos em Jesus. O verbo "permanecer" aparece oito vezes no texto. O permanecer em Jesus significa permanecer em comunhão de amor com o próximo e com Deus, já participando da vida eterna. Na Primeira Carta de João (segunda leitura) é destacado que, quem vive o mandamento de amor, permanece em Deus e Deus permanece nele, o que significa a participação em sua vida divina e eterna.
A comunidade unida, em comunhão com Jesus e praticando sua palavra, tem como fundamento de sua oração pedir que seja feita a vontade do Pai. E o Pai é glorificado pela comunidade que dá frutos de amor, no empenho em remover a injustiça do mundo e promover a vida para todos.
José Raimundo Oliva
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A liturgia do 5º domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo – o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente.
A segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a “verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.
1ª leitura – At. 9,26-31 - AMBIENTE
A secção de At. 9,1-31 é dedicada a um acontecimento muito importante na história do cristianismo: a vocação/conversão de Paulo. Tal facto é o ponto de partida para o caminho que o cristianismo vai percorrer, desde os limites geográficos do mundo judaico, até ao coração do mundo greco-romano.
A primeira parte da secção (cf. At. 9,1-9) apresenta os acontecimentos do “caminho de Damasco” e o decisivo encontro de Paulo com Jesus ressuscitado; a segunda (cf. At. 9,10-19a) descreve o encontro de Paulo com a comunidade cristã de Damasco; a terceira (cf. At. 9,19b-25) fala da atividade apostólica de Paulo em Damasco; e, finalmente, a quarta (cf. At. 9,26-30) mostra a forma como Paulo, depois de deixar Damasco, foi recebido pelos cristãos de Jerusalém.
A maior parte dos autores pensa que a conversão de Paulo aconteceu por volta do ano 36. Depois da sua conversão, Paulo ficou três anos em Damasco, colaborando com a comunidade cristã dessa cidade. Após esse tempo, a oposição dos judeus forçou Paulo a abandonar a cidade. Uma vez que as portas da cidade estavam guardadas, os cristãos desceram Paulo pelas muralhas abaixo, dentro de um cesto (cf. At. 9,23-25). Depois, Paulo dirigiu-se para Jerusalém. A chegada de Paulo a Jerusalém deve ter acontecido por volta do ano 39 (cf. Gl. 1,18).
O texto que nos é proposto é a quarta parte desta secção dedicada a Paulo e refere-se à estadia de Paulo em Jerusalém, depois de ter abandonado Damasco (inclui, além disso, num versículo final, um breve sumário da vida da Igreja: é um dos tantos sumários típicos de Lucas, através dos quais ele faz um balanço da situação e prepara os temas que vai tratar nas secções seguintes).
MENSAGEM
A narração de Lucas mistura elementos de caráter histórico com outros elementos de caráter teológico. Para simplificar a apresentação, vamos apontar as coordenadas principais da catequese apresentada por Lucas em vários pontos:
1. A desconfiança da comunidade cristã de Jerusalém em relação a Paulo (“todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo” – v. 26) é um dado verosímil e que é, muito provavelmente, histórico. Mostra-nos o quadro de uma comunidade cristã que tem alguma dificuldade em lidar com o risco, que antes quer esconder-se atrás de procedimentos prudentes e perder oportunidades, do que aceitar os desafios de Deus. No entanto, como o exemplo de Paulo comprova, a capacidade para correr riscos e para acolher a novidade de Deus é, muitas vezes, uma fonte de enriquecimento para a comunidade.
2. O esforço de Paulo em integrar-se (“chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos” – v. 26) mostra a importância que ele dava ao viver em comunidade, à partilha da fé com os irmãos. O cristianismo não é apenas um encontro pessoal com Jesus Cristo; mas é também uma experiência de partilha da fé e do amor com os irmãos que aderiram ao mesmo projeto e que são membros da grande família de Jesus. É só no diálogo e na partilha comunitária que a experiência da fé faz sentido.
3. O papel de Barnabé na integração de Paulo é muito significativo: ele não só acredita em Paulo, como consegue que o resto da comunidade cristã o aceite (v. 27a). Mostra-nos o papel que cada cristão pode ter na integração comunitária dos irmãos; e mostra, sobretudo, que é tarefa de cada crente questionar a sua comunidade e ajudá-la a descobrir os desafios de Deus.
4. Outro elemento sublinhado por Lucas é o entusiasmo com que Paulo dá testemunho de Jesus e a coragem com que ele enfrenta as dificuldades e oposições (vs. 27b-28). Trata-se, aliás, de uma atitude que vai caracterizar toda a vida apostólica de Paulo. O apóstolo está consciente de que foi chamado por Jesus, que recebeu de Jesus a missão de anunciar a salvação a todos os homens; por isso, nada nem ninguém será capaz de arrefecer o seu zelo no anúncio do Evangelho.
5. A pregação cristã suscita, naturalmente, o conflito com os poderes de morte e de opressão, interessados em perpetuar os mecanismos de escravidão. A fidelidade ao Evangelho e a Jesus provoca sempre a oposição do mundo (v. 29). O caminho do discípulo de Jesus é sempre um caminho marcado pela cruz (não é, no entanto, um caminho de morte, mas de vida).
6. O sumário final (v. 31) recorda um elemento que está sempre presente no horizonte da catequese de Lucas: é o Espírito Santo que conduz a Igreja na sua marcha pela história. É o Espírito que lhe dá estabilidade (“como um edifício”), que lhe alimenta o dinamismo (“caminhava no temor do Senhor”) e que a faz crescer (“ia aumentando”). A certeza da presença e da assistência do Espírito Santo deve fundamentar a nossa esperança.
ATUALIZAÇÃO
• O cristão não é um ser isolado, mas uma pessoa que é membro de um corpo – o corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. Por isso, a vivência da fé é sempre uma experiência comunitária. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente. A comunidade, contudo, é constituída por pessoas, vivendo numa situação de fragilidade e de debilidade… Por isso, a experiência de caminhada em comunidade pode ser marcada por tensões, por conflitos, por divergências; mas essa experiência não pode servir de pretexto para abandonar a comunidade e para passar a agir isoladamente.
• A dificuldade da comunidade de Jerusalém em acolher Paulo (e que é compreensível, do ponto de vista humano) pode fazer-nos pensar nesses esquemas de fechamento, de preconceito, de instalação, que às vezes caracterizam a vida das nossas comunidades cristãs e que as impedem de acolher os desafios de Deus. Uma comunidade fechada, com medo de arriscar, é uma comunidade instalada no comodismo e na mediocridade, com dificuldade em responder aos desafios proféticos e em descobrir os caminhos nos quais Deus se revela. Há, neste texto, um convite a abrirmos permanentemente o nosso coração e a nossa mente à novidade de Deus. Como é a nossa comunidade? É uma comunidade fechada, instalada, cheia de preconceitos, criadora de exclusão, ou é uma comunidade aberta, fraterna, solidária, disposta a acolher?
• Barnabé é o homem que questiona os preconceitos e o fechamento da comunidade, convidando-a a ser mais fraterna, mais acolhedora, mais “cristã”. Faz-nos pensar no papel que Deus reserva a cada um de nós, no sentido de ajudarmos a nossa comunidade a crescer, a sair de si própria, a viver com mais coerência o seu compromisso com Jesus Cristo e com o Evangelho. Nenhum membro da comunidade é detentor de verdades absolutas; mas todos os membros da comunidade devem sentir-se responsáveis para que a comunidade dê, no meio do mundo, um verdadeiro testemunho de Jesus e do seu projeto de salvação.
• O encontro com Jesus ressuscitado no “caminho de Damasco” constituiu, para Paulo, um momento decisivo. A partir desse encontro, Paulo tornou-se o arauto entusiasta e imparável do projeto libertador de Jesus. A perseguição dos judeus, a oposição das autoridades, a indiferença dos não crentes, a incompreensão dos irmãos na fé, os perigos dos caminhos, as incomodidades das viagens, não conseguiram desencorajá-lo e desarmar o seu testemunho. O exemplo de Paulo recorda-nos que ser cristão é dar testemunho de Jesus e do Evangelho. A experiência que fazemos de Jesus e do seu projeto libertador não pode ser calada ou guardada apenas para nós; mas tem de se tornar um anúncio libertador que, através de nós, chega a todos os nossos irmãos.
• A Igreja é uma comunidade formada por homens e mulheres e, portanto, marcada pela debilidade e fragilidade; mas é, sobretudo, uma comunidade que marcha pela história assistida, animada e conduzida pelo Espírito Santo. O “caminho” que percorremos como Igreja pode ter avanços e recuos, infidelidades e vicissitudes várias; mas é um caminho que conduz a Deus, à realização plena do homem, à vida definitiva. A presença do Espírito dirigindo a caminhada dá-nos essa garantia.
2 leitura – 1Jo 3,18-24 - AMBIENTE
Já vimos, nos domingos anteriores, que a Primeira Carta de João é um escrito polêmico surgido nas Igrejas joânicas da Ásia Menor, destinado a intervir na controvérsia levantada por certas seitas heréticas pré-gnósticas a propósito de pontos fundamentais da teologia cristã (nomeadamente, a propósito da encarnação de Cristo e de alguns elementos essenciais da moral cristã). Nesse contexto, o autor da Carta procura fornecer aos cristãos (algo confusos diante das proposições heréticas) uma espécie de síntese da vida cristã autêntica.
Uma questão essencial abordada na Primeira Carta de João é a questão do amor ao próximo. Os hereges pré-gnósticos, cujas doutrinas este escrito denuncia, afirmavam que o essencial da fé residia na vida de comunhão com Deus; mas, ocupados a olhar para o céu, negligenciavam o amor ao próximo (cf. 1Jo 2,9). A sua experiência religiosa era uma experiência voltada para o céu, mas alienada das realidades do mundo. Ora, de acordo com o autor da Primeira Carta de João, o amor ao próximo é uma exigência central da experiência cristã. A essência de Deus é amor; e ninguém pode dizer que está em comunhão com Ele se não se deixou contagiar e embeber pelo amor. Jesus demonstrou isso mesmo ao amar os homens até ao extremo de dar a vida por eles, na cruz; e exigiu que os seus discípulos O seguissem no caminho do amor e do dom da vida aos irmãos (cf. 1Jo 3,16). Em última análise, é o amor aos irmãos que decide o acesso à vida: só quem ama alcança a vida verdadeira e eterna (cf. 1Jo 3,13-15). A realização plena do homem depende da sua capacidade de amar os irmãos.
MENSAGEM
No versículo que antecede o texto que nos é hoje proposto como segunda leitura (um versículo que a liturgia deste domingo não apresenta), o autor da Carta coloca aos crentes uma questão muito concreta: “se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele?” (1Jo 3,17). E, logo de seguida, o nosso “catequista” conclui (e é aqui que começa o nosso texto): o amor aos irmãos não é algo que se manifesta em declarações solenes de boas intenções, mas em gestos concretos de partilha e de serviço. É com atitudes concretas em favor dos irmãos que se revela a autenticidade da vivência cristã e se dá testemunho do projeto salvador de Deus (v. 18).
Quando, efetivamente, deixamos que o amor conduza a nossa vida, podemos estar seguros de que estamos no caminho da verdade; quando temos o coração aberto ao amor, ao serviço e à partilha, podemos estar tranqüilos porque estamos em comunhão com Deus. Na verdade, a nossa consciência pode acusar-nos dos erros passados e reprovar algumas das nossas opções; mas, se amarmos, sabemos que estamos perto de Deus, pois Deus é amor (v. 19). O amor autêntico liberta-nos de todas as dúvidas e inquietações, pois dá-nos a certeza de que estamos no caminho de Deus; e se Deus “é maior do que o nosso coração e conhece tudo” (v. 20), nada temos a recear. Viver no amor é viver em Deus e estar entregue à bondade e à misericórdia de Deus.
Com a consciência em paz, e sabendo que Deus nos aceita e nos ama (porque nós aceitamos o amor e vivemos no amor), podemos dirigir-Lhe a nossa oração com a certeza de que Ele nos escuta. Deus atende a oração daquele que cumpre os seus mandamentos (v. 21-22).
Os dois versículos finais apenas recapitulam e resumem tudo o que atrás ficou dito… A exigência fundamental do caminho cristão é “acreditar em Jesus” e amar os irmãos (v. 23). “Acreditar” deve ser aqui entendido no sentido de aderir à sua proposta e segui-l’O; ora, seguir Jesus é fazer da vida um dom total de amor aos irmãos. “Acreditar em Jesus” e cumprir o mandamento do amor são a mesma e única questão.
Quem guarda os mandamentos (especialmente o mandamento do amor, que tudo resume) vive em comunhão com Deus e já possui algo da natureza divina (o Espírito). É o Espírito de Deus que dá ao crente a possibilidade de produzir obras de amor (v. 24).
ATUALIZAÇÃO
• Na perspectiva do autor do texto que nos é hoje proposto como segunda leitura, ser cristão é “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. Jesus “passou pelo mundo fazendo o bem” (At. 10,38), testemunhou o amor de Deus aos pobres e excluídos, foi ao encontro dos pecadores e sentou-Se à mesa com eles (cf. Lc. 5,29-30; 19,5-7), lavou os pés aos discípulos (cf. Jo 13,1-17), assegurou a todos que “o Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida” (Mt. 20,28), deixou-Se matar para nos ensinar o amor total, morreu na cruz pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos (cf. Lc. 23,34)… Quem adere a Jesus e à sua proposta de vida, não pode escolher um outro caminho; o caminho do cristão só pode ser o caminho do amor total, do dom da própria vida, do serviço simples e humilde aos irmãos ao jeito de Jesus. O amor aos irmãos é o distintivo dos seguidores de Jesus.
• O autor da carta observa ainda que o amor não se vive com “conversa fiada”, mas com ações concretas em favor dos irmãos. Não chega condenar a guerra, mas é preciso ser construtor da paz; não chega fazer discursos sobre justiça social, mas é preciso realizar gestos autênticos de partilha; não chega assinar petições para defender os direitos dos explorados, mas é preciso lutar objetivamente contra as leis e sistemas que geram exploração; não chega fazer discursos contra as leis que restringem a imigração, mas é preciso acolher os irmãos estrangeiros que vêm ao nosso encontro à procura de uma vida melhor; não chega dizer mal de toda a gente que trabalha na nossa paróquia, mas é preciso um empenho sério na construção de uma comunidade cristã que dê cada vez mais testemunho do amor de Jesus…
• Às vezes sentimo-nos frágeis e pecadores e, apesar do nosso esforço e da nossa vontade em acertar, sentimo-nos indignos e longe de Deus. Como é que sabemos se estamos no caminho certo? Qual é o critério para avaliarmos a força da nossa relação e da nossa proximidade com Deus? A vida de uma árvore vê-se pelos frutos… Se realizamos obras de amor, se os nossos gestos de bondade e de solidariedade transmitem alegria e esperança, se a nossa ação torna o mundo um pouco melhor, é porque estamos em comunhão com Deus e a vida de Deus circula em nós. Se a vida de Deus está em nós, ela manifesta-se, inevitavelmente, nos nossos gestos.
• Muitas vezes somos testemunhas de espantosos gestos proféticos realizados por pessoas que fizeram opções religiosas diferentes das nossas ou até por parte de pessoas que assumem uma aparente atitude de indiferença face a Deus… No entanto, não tenhamos dúvidas: onde há amor, aí está Deus. O Espírito de Deus está presente até fora das fronteiras da Igreja e atua no coração de todos os homens de boa vontade. De resto, certos testemunhos de amor e de solidariedade que vemos surgir nos mais variados quadrantes constituem uma poderosa interpelação aos crentes, convidando-os a uma maior fidelidade a Jesus e ao seu projeto.
Evangelho – Jo 15,1-8 - AMBIENTE
O Evangelho do 5º domingo da Páscoa situa-nos em Jerusalém, numa noite de quinta-feira, um dia antes da festa da Páscoa do ano 30. Jesus está reunido com os seus discípulos à volta de uma mesa, numa ceia de despedida. Ele está consciente de que os dirigentes judaicos decidiram dar-Lhe a morte e que a cruz está no seu horizonte próximo.
Os gestos e as palavras de Jesus, neste contexto, representam as suas últimas indicações, o seu “testamento”. Os discípulos recebem aqui as coordenadas para poderem continuar no mundo a missão de Jesus. Nasce, assim, a comunidade da Nova Aliança, alicerçada no serviço (cf. Jo 13,1-17) e no amor (cf. Jo 13,33-35), que pratica as obras de Jesus animada pelo Espírito Santo (cf. Jo 14,15-26). O “discurso de despedida” de Jesus vai de 13,1 a 17,26.
O texto que a liturgia deste domingo nos propõe apresenta-nos uma instrução de Jesus sobre a identidade e a situação da comunidade dos discípulos no meio do mundo.
MENSAGEM
Para definir a situação dos discípulos face a Jesus e face ao mundo, Jesus usa a sugestiva metáfora da videira, dos ramos e dos frutos… É uma imagem com profundas conotações vétero-testamentárias e com um significado especial no universo religioso judaico.
No Antigo Testamento (e de forma especial na mensagem profética), a “videira” e a “vinha” eram símbolos do Povo de Deus. Israel era apresentado como uma “videira” que Jahwéh arrancou do Egito, que transplantou para a Terra Prometida e da qual cuidou sempre com amor (cf. Sl. 80,9.15); era também apresentado como “a vinha”, que Deus plantou com cepas escolhidas, que Ele cuidou e da qual esperava frutos abundantes, mas que só produziu frutos amargos e impróprios (cf. Is. 5,1.7; Jr. 2,21; Ez. 17,5-10; 19,10-12; Os. 10,1). A antiga “videira” ou “vinha” de Jahwéh revelou-se como uma verdadeira desilusão. Israel nunca produziu os frutos que Deus esperava.
Agora, Jesus apresenta-Se como a verdadeira “videira” plantada por Deus (v. 1). É Jesus que irá produzir os frutos que Deus espera. E, de Jesus, a verdadeira “videira”, irá nascer um novo Povo de Deus. Hoje, como ontem, Deus continua a ser o agricultor que escolhe as cepas, que as planta e que cuida da sua vinha.
Qual é o lugar e o papel dos discípulos de Jesus, neste contexto? Os discípulos são os “ramos” que estão unidos à “videira” (Jesus) e que dela recebem vida. Estes “ramos”, no entanto, não têm vida própria e não podem produzir frutos por si próprios; necessitam da seiva que lhes é comunicada por Jesus. Por isso, são convidados a permanecer em Jesus (v. 4). O verbo permanecer (“ménô”) é a palavra-chave do nosso texto (do v. 4 ao v. 8, aparece sete vezes). Expressa a confirmação ou renovação de uma atitude já anteriormente assumida. Supõe que o discípulo tenha já aderido anteriormente a Jesus e que essa adesão adquira agora estatuto de solidez, de estabilidade, de constância, de continuidade. É um convite a que o discípulo mantenha a sua adesão a Jesus, a sua identificação com Ele, a sua comunhão com ele… Se o discípulo mantiver a sua adesão, Jesus, por sua vez, permanece no discípulo – isto é, continuará fielmente a oferecer ao discípulo a sua vida.
O que é, para o discípulo, estar unido a Jesus? Em Jo 6,56 Jesus avisou: “Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele”… A “carne” de Jesus é a sua vida; o “sangue” de Jesus é a sua entrega por amor até à morte; assim, “comer a carne e beber o sangue” de Jesus é assimilar a existência de Jesus, feita serviço e entrega por amor, até ao dom total de si mesmo. Está unido a Jesus e permanece n’Ele quem acolhe no coração essa proposta de vida e se compromete com uma existência feita entrega a Deus e aos irmãos, até à doação completa da vida por amor. A união com Jesus não é, no entanto, algo automático, que de forma automática atingiu o homem e que foi adquirida de uma vez e para sempre; mas é algo que depende da decisão livre e consciente do discípulo – uma decisão que tem de ser, aliás, continuamente renovada (v. 4).
Para os discípulos (“os ramos”), interromper a relação com Jesus significa cortar a relação com a fonte de vida e condenar-se à esterilidade. Quem se recusa a acolher essa vida que Jesus propõe e prefere conduzir a sua existência por caminhos de egoísmo, de auto-suficiência, de fechamento, é um ramo seco que não responde à vida que recebe da “videira”. Não produz frutos de amor, mas frutos de morte.
Ora, a comunidade de Jesus (os “ramos”) não pode condenar-se à esterilidade. A sua missão é dar frutos. Por isso, o “agricultor” (Deus) actua no sentido de que o “ramo” (o discípulo) se identifique cada vez mais com a “videira” (Jesus Cristo) e produza frutos de amor, de doação, de serviço, de libertação dos irmãos. A acção de Deus vai no sentido de “limpar” o “ramo” a fim de que ele dê mais fruto. “Limpar” significa chamá-lo a um processo de conversão contínua que o leve a recusar caminhos de egoísmo e de fechamento, para se abrir ao amor. Dito de outra forma: a limpeza dos “ramos” faz-se através de uma adesão cada vez mais fiel a Jesus e à sua proposta de amor (v. 2b). Os discípulos de Jesus estão “limpos” (v. 3), pois aderiram a Jesus, são a cada instante confrontados com a sua proposta de vida e respondem positivamente ao desafio que lhes é feito.
Se, apesar do esforço de Deus e do seu contínuo chamamento à conversão, o “ramo” se obstina em não produzir frutos condizentes com a vida que lhe é comunicada, ficará à margem da comunidade de Jesus, da comunidade da salvação. É um “ramo” que não pertence a essa “videira” (v. 2a).
ATUALIZAÇÃO
• Jesus é “a verdadeira videira”, de onde brotam os frutos da justiça, do amor, da verdade e da paz; é n’Ele e nas suas propostas que os homens podem encontrar a vida verdadeira. Muitas vezes os homens, seguindo lógicas humanas, buscam a verdadeira vida noutras “árvores”; mas, com frequência, essas “árvores” só produzem insatisfação, frustração, egoísmo e morte… João garante-nos: na nossa busca de uma vida com sentido, é para Cristo que devemos olhar. Temos consciência de que é em Cristo que podemos encontrar uma proposta de vida autêntica? Ele é, para nós, a verdadeira “árvore da vida”, ou preferimos trilhar caminhos de auto-suficiência e colocamos a nossa confiança e a nossa esperança noutras “árvores”?
• Hoje, Jesus, “a verdadeira videira”, continua a oferecer ao mundo e aos homens os seus frutos; e fá-lo através dos seus discípulos. A missão da comunidade de Jesus, que hoje caminha pela história, é produzir esses mesmos frutos de justiça, de amor, de verdade e de paz que Jesus produziu. Trata-se de uma tremenda responsabilidade que nos é confiada, a nós, os seguidores de Jesus. Jesus não criou um gueto fechado onde os seus discípulos podem viver tranquilamente sem “incomodarem” os outros homens; mas criou uma comunidade viva e dinâmica, que tem como missão testemunhar em gestos concretos o amor e a salvação de Deus. Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos arautos da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou. A vida de Jesus tem de transparecer nos nossos gestos e, a partir de nós, atingir o mundo e os homens.
• No entanto, o discípulo só pode produzir bons frutos se permanecer unido a Jesus. No dia do nosso batismo, optamos por Jesus e assumimos o compromisso de O seguir no caminho do amor e da entrega; quando celebramos a eucaristia, acolhemos e assimilamos a vida de Jesus – vida partilhada com os homens, feita entrega e doação total por amor, até à morte. O cristão tem em Jesus a sua referência, identifica-se com Ele, vive em comunhão com Ele, segue-O a cada instante no amor a Deus e na entrega aos irmãos. O cristão vive de Cristo, vive com Cristo e vive para Cristo.
• O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos ramos secos e estéreis? Tudo aquilo que nos impede de responder positivamente ao desafio de Jesus no sentido do O seguir provoca em nós esterilidade e privação de vida… Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça, estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece; quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo e de instalação, estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida plena que Jesus oferece; quando para nós o dinheiro, o êxito, a moda, o poder, os aplausos, o orgulho, o amor próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus, estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós… Para que não nos tornemos “ramos” secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso “sim” a Jesus e às suas propostas.
• A comunidade cristã é o lugar privilegiado para o encontro com Cristo, “a verdadeira videira” da qual somos os “ramos”. É no âmbito da comunidade que celebramos e experimentamos – no batismo, na eucaristia, na reconciliação – a vida nova que brota de Cristo. A comunidade cristã é o Corpo de Cristo; e um membro amputado do Corpo é um membro condenado à morte… Por vezes, a comunidade cristã, com as suas misérias, fragilidades e incompreensões, decepciona-nos e magoa-nos; por vezes sentimos que a comunidade segue caminhos onde não nos revemos… Sentimos, então, a tentação de nos afastarmos e de vivermos a nossa relação com Cristo à margem da comunidade. Contudo, não é possível continuar unido a Cristo e a receber vida de Cristo, em ruptura com os nossos irmãos na fé.
• O que são os “ramos secos”? São, evidentemente, aqueles discípulos que um dia se comprometeram com Cristo, mas depois desistiram de O seguir… Mas os “ramos secos” podem também ser aquelas pequenas misérias e fragilidades que existem na vida de cada um de nós. Atenção: é preciso “limpar” esses pequenos obstáculos que impedem que a vida de Cristo circule abundantemente em nós. Chama-se a isso “conversão”.
• Como podemos “limpar” os “ramos secos”? Fundamentalmente, confrontando a nossa vida com Jesus e com a sua Palavra. Precisamos de escutar a Palavra de Jesus, de a meditar, de confrontar a nossa vida com ela… Então, por contraste, vão tornar-se nítidas as nossas opções erradas, os valores falsos e essas mil e uma pequenas infidelidades que nos impedem de ter acesso pleno à vida que Jesus oferece.
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
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Evangelho: Jo 15,1–8
1. O trecho de hoje faz parte dos acontecimentos da despedida de Jesus na última Ceia (13-17). E é sob a ótica de um testamento que podemos entender melhor o texto.
2. O testamento de Jesus abraça diversos temas:
- no caso de Jo 15, 1-8, Jesus fala do segredo ou condições para a expansão da comunidade cristã;
- os capítulos 15-17 (provavelmente foram acrescentados mais tarde, não pertenciam ao corpo primitivo desse evangelho) tentam responder a algumas questões: a “comunidade dos iguais”, sem hierarquias (= ramos); a missão (= produzir frutos) ; e a presença do Espírito nos conflitos das comunidades joaninas.
3. Veremos:
- a. as raízes da comunidade cristã – vv. 1-2
- b. credenciais para ser da comunidade cristã – vv. 3-7
- c. a glória do Pai – v. 8
- a. as raízes da comunidade cristã – vv. 1-2
4. A videira. Recuperando do AT a imagem da videira, Jesus se declara a videira verdadeira, cujo agricultor é o Pai (v.1). No passado, Israel fora comparado à vinha (cf. Jr 2,21; Is 5,1), que não correspondera às expectativas de Javé, que a plantara na esperança de vê-la produzir frutos de direito e de justiça. Ao contrário, os frutos foram transgressão do direito e violência (cf. Is 5,7).
5. Jesus se apresenta como “a verdadeira videira”, ou seja, só ele é capaz de produzir os frutos que Deus espera (ou se quisermos: só nele é que poderemos realizar o que o Pai anseia). Assim ele é a única alternativa para a realização do direito e da justiça. Só ele é verdadeiro, isto é, autêntico e fiel: a verdadeira videira!
6. O Pai é o agricultor que cuida da videira. Ele põe em ação o seu projeto de instaurar na terra o direito e a justiça, a liberdade e a vida para todos. Portanto, as raízes da comunidade são Jesus e o Pai (só assim podem dar frutos).
7. O agricultor cuida e quando necessário poda a videira com o intuito de fazê-la frutificar. A poda é o cuidado do Pai. No início da primavera, o viticultor seleciona os melhores ramos, podando-os e eliminando os que não serão produtivos. É a poda seca (quando os ramos ainda não brotaram).
8. Algum tempo depois, com os ramos já desenvolvidos e com alguns cachos pequenos, procede à poda verde, eliminando os ramos que não apresentam frutos. É importante lembrar que – sem a poda, – a videira, em alguns anos, morre. Portanto, podar não é fazer a videira sofrer, e sim dar-lhe condições de produzir em abundância. A poda é um reforço indispensável: sem ela a videira morrerá. Em termos teológicos, a poda não se traduz em provação, e sim em graça.
9. Temos assim, nos vv. 1-2, um Deus extremamente zeloso que cuida da comunidade cristã, – enraizada em Cristo, – para que produza frutos. Importante ainda notar que, sem a comunidade (ramos), o projeto do Pai arrisca perder-se. Jesus é a videira, mas os frutos de justiça e direito nascem dos ramos, da comunidade que a ele aderiu.
- b. credenciais para ser da comunidade cristã – vv. 3-7
10. De acordo com a mentalidade da época, as pessoas se tornavam puras à custa de ritos de purificação. Jesus, ao contrário, garante que a verdadeira pureza da comunidade consiste em acolher a Palavra que ele comunica. É ela quem purifica, liberta, e capacita para a missão. Portanto, a primeira credencial da comunidade é: ter ouvido a Palavra de Jesus (“vocês já estão limpos por causa da Palavra que lhes falei” – v.3). É a Palavra que põe em contato com Jesus e estabelece comunidade e unidade (como videira e ramos).
11. A segunda credencial é permanecer em Jesus. O verbo permanecer aparece sete vezes nos vv. 4-7 (cf. também 1,39). O cimento do verbo permanecer é o amor. Amor que se traduz em união, comunhão e sintonia da comunidade com o projeto do Pai: formam uma só coisa com Cristo.
12. O texto não fala de amor, mas sim de permanecer (metáfora da videira-ramos). Ramos unidos à videira e que se alimentam da sua seiva. Assim é a comunidade cristã: unida ao seu fundador e raiz, pelo amor.
De fato: o que se deseja quando se ama alguém ? Basicamente duas coisas:
1. estar sempre com a pessoa amada (sem separações = ramos à videira);
2. que essa união dure para sempre, num crescimento constante, procurando o bem do outro (permanecer na videira, no amor).
13. Os vv. 5-6 dizem que não basta dizer estar unido a Jesus, é preciso produzir frutos de justiça e direito. Quem permanece nele produz muito fruto (v. 5); quem não permanece nele (ou seja, é estéril), é jogado fora, seca e será queimado (v. 6). Em outras palavras: quem não luta pelo direito e pela justiça incorre no julgamento, como aconteceu com a videira de Isaías 5.
14. Portanto, o critério para saber se a comunidade está de fato unida a Cristo são os frutos da justiça e do direito que produz, os frutos do amor. São eles que a identificam como comunidade cristã.
15. O v. 7 diz o que é rezar. Jesus afirma: “se permanecerem em mim, e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem, e isto lhes será concedido”. Isso nos leva ao cerne do que é rezar: estar em perfeita sintonia com Jesus e seu projeto, fazendo-lhe a vontade, sentindo-o como o impulsionador na execução do projeto de Deus. Nesse clima, nenhum pedido ficará sem resposta, nenhum esforço será inútil.
- c. a glória do Pai – v. 8
16. A alegria do agricultor é ver a videira carregada de frutos. A glória do Pai é uma comunidade – comprometida com seu projeto, – unida fortemente a Jesus – e cujos frutos são justiça, direito, solidariedade, fraternidade e amor. Uma comunidade assim entendeu sua vocação e sua missão no meio da humanidade.
1ª leitura: At. 9,26–31
17. O capítulo 9 dos Atos praticamente descreve a vida de Paulo: -sua conversão (vv.1-19a); -estada em Damasco, anúncio e fuga (vv. 19b-25) e -visita a Jerusalém (vv. 26-30).
18. O trecho de hoje fala da visita a Jerusalém. Paulo era bem conhecido na cidade. Foi aí que se formou rabino. Foi aí que, – com ódio dos cristãos, – foi cúmplice da morte de Estevão (cf. At. 7,58). Assim, não era sem razão que os cristãos de Jerusalém tinham medo e mantinham certa distância e desconfiança dele (v. 26).
19. A intervenção de Barnabé em favor do convertido é decisiva: ele o apresenta aos apóstolos. E ao fazê-lo mostra quais as características de um discípulo de Jesus (v.27):
1. ter-se encontrado com o Senhor, mudando o rumo da própria vida (Saulo viu o Senhor);
2. ter entrado em comunhão com Jesus (o Senhor lhe falara);
3. ter-se comprometido decisivamente com Jesus (Saulo pregara o nome de Jesus em Damasco).
20. Como acontecera em Damasco, Saulo prega com firmeza, com ousadia (parresia, em grego) também em Jerusalém. E o que acontece? Como em Damasco a pregação acarretara ameaças de morte (vv. 23-24), também em Jerusalém o anúncio de Jesus provocou conflitos e ameaças de morte por parte dos judeus de língua grega (v. 29). Quando o evangelizador é ameaçado, a solidariedade da comunidade o defende e o leva para Cesareia e depois o mandam para Tarso, sua terra natal.
21. O v. 31 fala da paz vivida pelas comunidades na Judeia, Galileia e Samaria. Essa paz não é fruto da ausência momentânea de Paulo no cenário da evangelização, nem é devida à pretensa paz do império romano. É, sim, a paz que vem do temor do Senhor: é a partir dele, – com o auxílio do Espírito Santo, – que a comunidade se fortalece e cresce em número.
2ª leitura: 1Jo 3,18–24
22. Recordemos que a 1ª. carta de João se dirige às comunidades da Ásia Menor, que passavam por uma grave crise provocada pelos carismáticos. Eles diziam que o homem se salva graças a um conhecimento religioso especial e pessoal, negando assim Jesus como Messias. Afirmavam ainda serem iluminados, livres do pecado e não davam importância ao amor ao próximo.
23. João vai insistir que o amor autêntico se traduz em obras e em verdade (v. 18). Isso quer dizer que o amor entre os membros da comunidade precisa reproduzir o amor de Jesus, fiel ao Pai e misericordioso com as pessoas, e levado até às últimas consequências. Essa é a prova cabal de pertencermos à verdade de Deus (v. 19).
24. O autor apresenta a condição fundamental para sermos atendidos na oração: quando guardamos os mandamentos de Deus (v. 22), sintetizados num só: a fé em Jesus, traduzida em relações comunitárias fraternas. Isso demonstra que se não existe amor, também não há fé no nome de Jesus. Portanto, o amor é a expressão visível da fé em Deus. Sem ele não há cristianismo, nem religião, nem fé (vv. 23-24). Quem garante isso? O Espírito que ele nos deu, que nos impulsiona a viver o mesmo amor que ele viveu (v. 24).
R e f l e t i n d o
1. A liturgia de hoje realça a unidade da “mesa da Palavra” e da “mesa Eucarística. A linguagem dos símbolos pode visualizar que a “videira verdadeira” produziu como primeiro de seus frutos, o “vinho da salvação”, ou seja, o sangue derramado na cruz. Participemos intensamente para que nossos frutos também sejam da mesma natureza.
2. “A verdadeira videira sou eu” diz Jesus. Mas os seguidores devem estar unidos a esse tronco, devem nutrir desta seiva, que só pode gerar frutos de justiça, fraternidade e amor. Além da ideia principal – produzir frutos pela união vital com Cristo, – encontramos também outra aplicação da imagem: a poda, que significa purificação pela Palavra de Cristo, pela opção que esta nos impõe.
3. Em que consiste essa união vital com Cristo? Em permanecer em sua Palavra, o mandamento do amor fraterno. E “amar, não só em palavras, mas em atos e em verdade”. Esse “amor eficaz” faz-nos reconhecer que “somos da verdade”. Para João a verdade se mostra em gestos concretos.
4. Hoje (como nos domingos após a Páscoa) aprofundamos o mistério do Senhor Jesus Ressuscitado e glorioso, em quem transparece o amor do Pai, fonte do seu amor por nós e de nosso amor aos irmãos. Isso fica claro na parábola da videira.
5. No AT a vinha de Deus era o povo de Israel. Diz o profeta Isaías que Deus esperava dessa vinha frutos de justiça, mas só produziu fruto ruim (Is 5). Jesus mesmo contou uma parábola acusando, não a vinha, mas os administradores, porque não queriam entregar ao “Senhor” (=Deus) a parte combinada e quiseram apropriar-se da vinha (=o povo), matando o Filho (=Jesus). Assim escreve Marcos 12.
6. No evangelho de João , Jesus modifica um pouco essa imagem. Não fala de uma plantação inteira, mas de um pé de uva, uma videira. Ele mesmo é essa videira. O Pai é o agricultor que espera bons frutos, e nós somos os ramos que devemos produzir esses frutos (no fato de nos amarmos uns aos outros como Jesus amou). Pois Jesus recebeu esse amor do Pai, e o fruto que o Pai espera é que partilhe-mos esse amor com os irmãos.
7. A vinha verdadeira sou eu – Jesus, unido aos seus em união vital. Essa união consiste em que permaneçamos ligados a ele, atentos e obedientes à sua Palavra, ao seu mandamento de amor fraterno. E também, unidos entre nós, pois todos os ramos da videira recebem sua seiva do mesmo tronco, que é Jesus.
8. A 2ª. leitura explica melhor: fala do amor eficaz, o amor que produz fruto, não só “em palavras”, mas “em ações e em verdade”. Tal amor eficaz faz com que tenhamos certeza de sermos “da verdade”. Por isso, podemos ter paz no coração, pois sabemos que Deus se alegra com os nossos “frutos” e vence o medo e a incerteza de nosso coração (= consciência), mesmo que este se inquiete por nossas imperfeições. Deus é maior que tudo!
9. Esse modo de falar nos faz ver a Igreja de outra maneira. Já não aparece como um “poder” ao lado do poder político, como uma “organização” burocrática, mas como um “organismo vivo” de amor fraterno. Na Igreja, Jesus e nós somos uma realidade. Vivemos a mesma vida. Ele é o tronco, nós os ramos (mas é o mesmo pé de uva).
10. Somos hoje os produtores dos frutos de Jesus no mundo. Para não comprometermos a produtividade, devemos cuidar de nossa ligação ao tronco, nossa vida íntima de união com Jesus, nossa espiritualidade cristã – na oração, na celebração e na prática da vida. Produzir os frutos da justiça e do amor fraterno e unirmo-nos a Cristo na oração e na celebração são os dois lados inseparáveis da mesma moeda. Não existe oposição entre a mística e a prática. Importa “permanecer em Cristo”. A Igreja ama Jesus, que ama os seres humanos até o fim, e por isso ela produz o mesmo fruto de amor. A Igreja vive do amor que ela tem ao amor de Jesus para o mundo.
11. Algumas perguntas:
11.1. O que nos caracteriza hoje, como discípulos do Senhor?
O que fazemos pelos cristãos que são perseguidos e marcados para morrer?
11.2. Quais os frutos que nossa comunidade produz? Elenque alguns.
É possível (hoje também) ser cristão sem lutar pela justiça e pelo direito?
11.3. Os cristãos (= nós) se reúnem para celebrar a fé? Qual fé?
Qual é a expressão visível dessa fé?
Damo-nos conta de que sem amor não há cristianismo, nem religião, nem fé?
12. Outras perguntas:
12.1. Perseguição? É parte constitutiva da missão da Igreja neste mundo. Períodos de paz são sinais e momentos de reanimação para continuar o caminho, e não razões para acomodação. Vivemos acomodados? A proposta de Jesus Cristo – vivida por nós – incomoda o modo de viver da nossa sociedade? (… por acaso, você leva alguma boa nova?)
12.3. Que participamos da verdade de Deus verifica-se no amor fraterno, não em palavras, mas “em obras e em verdade”. O amor exige o homem na sua totalidade. Também a fé exige o homem em sua integralidade. Respondendo com sinceridade, somos da verdade? Podemos dizer a nós mesmos (e a Deus) que vivemos nossa fé com totalidade, com integralidade?
12.4. Temos a certeza de estar em comunhão com Deus, de poder contar com ele, sempre … pois Deus é maior que o nosso coração?
12.5. Reconhecer, acreditar, ter fé, estar com, estar unido, caminhar com, seguir seu projeto = significa permanecer com ele… e não dá para permanecer sem amar! Podemos dizer a nós mesmos com sinceridade que “permanecemos” com Deus, com Jesus Cristo, com sua mensagem? Podermos dizer que reina em nós, em nossos atos e atitudes o Espírito de Deus? ( … ou reina o espírito de “porco”?).
13. Os vv. 11-17 de 1 Jo 3 antecedem a leitura de hoje mas completam a reflexão:
v. 11 – Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é que vos ameis uns aos outros.
v. 12 – Não como Caim, que vinha do Maligno e assassinou seu irmão. E por que o assassinou? Porque suas ações eram más e as de seu irmão eram boas.
v. 14 – Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.
v. 15 – Quem odeia seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum homicida conserva dentro de si vida eterna.
v. 16 – Nisto conhecemos o AMOR: ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar a vida pelos irmãos.
v. 17 – Se alguém possui bens deste mundo e vê seu irmão necessitado e lhe fecha as entranhas e não se compadece dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?
prof. Ângelo Vitório Zambon
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“Permanecei em mim e Eu permanecerei em vós”
O capitulo 15 do evangelho de João faz parte do grande discurso de despedida que precede a narração da paixão morte e ressurreição de Jesus. Sem paralelo nos outros evangelhos, este texto do discurso apresenta a preocupação de Jesus em preparar seus discípulos para saberem enfrentar o acontecimento importante da sua morte na cruz.
Sem perder o norte, eles são convidados a entrar num novo tempo, aquele do ressuscitado. Tendo interpretado a morte de Jesus como a volta dele para o Pai, a comunidade dos discípulos se encontra agora diante da difícil missão de ocupar no mundo o lugar deixado por Jesus e sua função mediadora, permitir aos homens e seus irmãos a possibilidade de viver uma verdadeira experiência aqui na terra das realidades do céu.
O amor misericordioso de Deus Pai transmitido por Jesus através de suas atitudes e dos seus gestos humanos narrados nos evangelhos, terá agora que aparecer da mesma maneira na comunidade da Igreja, sinal por excelência do Cristo vivo. O ressuscitado agindo no coração de cada um dos cristãos e reproduzindo neles os sinais indistinguíveis da salvação.  A Boa Nova perceber-se-á, portanto, no seu modo de viver e de estar no mundo.
O livro dos atos dos apóstolos narra precisamente a vida da primeira comunidade cristã e do modo como ela vai se conformando. Todos aqueles que passam de uma ou de outra maneira pela experiência do Cristo vivo e ressuscitado agindo na vida e na historia cada um, acrescentam-se à comunidade e dão testemunho nela do acontecido. Dali surgirá, assim, grandes missionários, que como é o caso do Paulo, serão enviados à comunicar esta Boa Nova. A maior parte deles como testemunho da evidente transformação desencadeada a partir do encontro que tiveram com o ressuscitado.
É neste contexto que João se sente impelido a exortar a comunidade para quem escreve: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade”... “Eis o seu mandamento que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou”. E Nesta exortação o apostolo deixara em evidência a importância de levar até o fim a sua proposta: “Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. É nisto que reconhecemos que ele permanece em nós pelo Espírito que nos deu”.
A condição da comunidade pós-pascal aparece bem descrita, por conseguinte na famosa alegoria da videira que se proclama neste quinto domingo de páscoa. Nada de estranho que ela proceda do ambiente joanino que envolve o quarto evangelho e que este último a situe no centro mesmo do discurso de Jesus. Não tem melhor exortação do que esta ao momento de partir: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto se não permanecerdes em mim, Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer”.
padre Jorge Humberto Pacheco Rojas. p.s.s.


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Domingo, 6 de maio de 2012

5º Domingo do Páscoa

Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto.

 Missionários Claretianos



Santos do Dia: 
Benedita de Roma (virgem), Edberto de Lindisfarne (monge, bispo), Evódio de Antioquia (bispo, mártir), Heliodoro, Venusto e Companheiros (mártires da África), Lúcio de Cirene (bispo, citado em At 13,1), Petronax de Monte Cassino (abade), Protógenes da Síria (bispo), Teódoto de Chipre (bispo).

Primeira leitura:
Atos dos Apóstolos 9, 26-31
Contou-lhes como tinha visto o Senhor no caminho. 
Salmo responsorial: 21, 26-28.30.32
Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembléia! 
Segunda leitura: 1João 3, 18-24
Este é o seu mandamento: que creiamos e nos amemos uns aos outros. 
Evangelho: João 15, 1-8
Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto.

Para entender bem este texto é necessário saber que tanto a videira (ou as uvas) como a figueira (ou os figos) são símbolos do povo de Deus no AT. Assim o profeta Oséias (9,10), referindo-se ao povo diz: “Como uvas no deserto encontrei Israel, como fruto temporão descobri vossos pais”. Jeremias (24,1-10) conta uma visão com estas palavras: “O Senhor me mostrou duas cestas de figos... uma tinha figos saborosos; outra tinha figos muito passados, que não serviam para alimentação”. Os figos saborosos aparecem como figura dos desterrados fiéis a Deus; os figos passados que não serviam de alimentoi, são a figura do rei, seus dignitários e o resto de Jerusalém que ficou na Palestina ou residem no Egito (v. 8).

Porém, tanto a videira (que somente dá uvas amargas) como a figueira (abundante em folhas, porém sem frutos), são figura do povo judeu e de seus governantes, que não se mantiveram fieis a Deus. O fruto que Deus esperava de Israel era o cumprimento das exigências fundamentais da Lei: o amor a Deus e o amor ao próximo como a si mesmo (12, 28-31).

Praticar esse amor, encarnado, segundo Is 5,7 (cf. Mc 12,1-2), na justiça e no direto, era a tarefa preparatória da antiga aliança em relação com o reinado de Deus prometido. Contudo, esse povo não deu os frutos desejados ao longo da historia. Assim Jeremias (8, 4-13) depois de constatar a corrupção de Jerusalém, que, apesar de tudo, se gloria na Lei, termina insensivel dizendo: “Na hora da colheita, oráculo do Senhor, não há ramos na videira nem figos na figueira”.

O profeta ilumina o sentido da esterilidade com o texto completo desta passagem: “Assim diz o Senhor: Não se levanta o que caiu? Não retorna o que se foi? Então, por que este povo de Jerusalém apostatou irrevogavelmente? Firma-se na rebelião, nega-se a converter-se; escutou atentamente: não diz a verdade, ninguém se arrepende de sua maldade dizendo: “Que fiz?”

Todos voltam para sua vida de perdição... meu povo não compreende o mandamento do Senhor. Por que dizeis: “Somos sábios, temos a Lei do Senhor?” Se ela foi falsificada pela falsa caneta dos escribas... Do primeiro ao último somente buscam prosperar; profetas e sacerdotes se dedicam á fraude”.

Semelhante é o lamento de Miquéias 7,1ss: “Ai de mim! Acontece comigo como aquele que rebusca, terminada a vindima: não ficam uvas para comer, nem figo temporão de que tanto gostam”. A decepção do profeta provém de que os piedosos e justos desaparecem da terra e todos cometem más ações. A figueira-Israel é comentada por Jesus no evangelho de Marcos deste modo: “Ninguém jamais coma fruto de ti”. Não lhe lança uma maldição quem lhe deseja diretamente a morte ou algum mal.

Jesus não expressa ódio ou aborrecimento para com a figueira-instituição. De fato, não lhe diz: “Ninguém jamais coma fruto de ti”. Jesus expressa assim o desejo veemente de que nenhuma pessoa, judia ou não, recorra ao seu alimento-vida à figueira-instituição ou dependa dela; quer que a humanidade repudie sua doutrina e seu exemplo; que ninguém busque ou aceite nada nela; que fique à margem da sociedade humana e termine assim seu papel histórico.

O juízo tão contundente de Jesus sobre o templo e os que o representam, como o protótipo do aborrecimento, se deve a que Jerusalém foi infiel à missão que Deus lhe havia designado, em dois aspectos diferentes que serão explicitados na perícope seguinte: no aspecto externo, traiu o universalismo que devia encarnar e, internamente, acabou convertendo o povo em instrumento de exploração.

Sendo a instituição judaica e o templo os únicos representantes na terra do verdadeiro Deus, deformam a sua imagem convertendo-o em um Deus particularista e legitimador da injustiça. Apagam assim o farol que devia iluminar a humanidade e cancelam todo o horizonte de esperança. É o juízo do Messias sobre as instituições de Israel. Constata o fracasso da antiga aliança e, por sua parte, declara o fim da missão de Israel na historia.

Como se vê, as palavras de Jesus somente terão efeito se as pessoas, seguindo seu desejo, renunciarem a buscar alimento na figueira, isto é, se deixarem de professar a ideologia que a instituição propõe ou as vantagens auferidas pela adesão a ela. O cumprimento dessas palavras depende do livre arbítrio das pessoas.

Frente ao povo que havia sido infiel a Deus ao longo da historia, Jesus funda um novo povo, uma comunidade humana nova, verdadeiro povo de Deus, cuja identidade vem da união com Jesus que comunica incessantemente o Espírito e o fruto de sua atividade depende dessa união.

A videira ou a vinha é o símbolo de Israel, povo de Deus (Sl 80,9; Is 5,1-7; Jr 2,21; Ez 19,10-12). A afirmação de Jesus se contrapõe a esses textos; não há mais povo de Deus (videira e ramos) senão a nova humanidade que se constrói a partir dele (a videira verdadeira, cf. 1,9: a luz verdadeira; 6,32: o verdadeiro pão do céu). Como no AT, é Deus, a quem Jesus chama de Pai, que plantou e cuida desta vinha.

Advertência severa de Jesus que define a missão da comunidade. Ele não criou um círculo fechado, mas um grupo em expansão: todo membro tem um crescimento para efetuar e uma missão para cumprir. O fruto é um homem novo que vai se realizando, em intensidade, em cada individuo e na comunidade (crescimento, amadurecimento) e, em extensão, pela propagação da mensagem para os de fora (novo nascimento). A atividade, expressão do dinamismo do Espírito, é a condição para que o homem novo exista.

O ramo não produz fruto quando não responde à vida que recebe e não a comunica a outros. O Pai, que cuida da vinha, o corta: é um ramo que não pertence à videira.

Na alegoria, a sentença toma o aspecto de poda. Porém, essa sentença não é mais que o referendo da que cada um assumiu para si: ao negar-se a amar e o fato de não se importar com o Filho, se coloca na situação de reprovação de Deus (3, 36). O ramo que não dá fruto é aquele que pertence à comunidade, porém não responde ao Espírito; o que come o pão, porém não assimila em si a Jesus.

Quem pratica o amor tem que seguir um processo ascendente, um desenvolvimento, tornado possível pela limpeza que o Pai realiza. Com ela elimina fatores de morte, fazendo com que o discípulo seja cada vez mais autêntico e mais livre e aumente assim sua capacidade de entrega e sua eficácia. Pretende acrescentar o fruto: no discípulo, fruto de maturidade; em outros, fruto de nova humanidade.

O ramo não tem vida própria e, portanto, não pode dar fruto por si mesmo; precisa da seiva, isto é, do Espírito comunicado por Jesus. Interromper a relação com ele significa ser cortado da fonte da vida e ser reduzido à esterilidade.

O fruto mencionado é especificado como muito fruto (cf. 12,24). Este vive em função da união com ele, do qual flui a vida. Sem estar unido a Jesus, o discípulo não pode comunicá-la (sem mim nada podeis fazer). O futuro daquele que se afasta da comunidade por falta de amor é “secar”, isto é, carecer de vida. O final é a destruição (ser lançado ao fogo e queimado).

A morte em vida acaba em morte definitiva. Bem o havia entendido João em sua carta quando sentencia: “E este é seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e que nos amemos uns aos outros como ele nos mandou”. O amor é o único que conduz à vida verdadeira e definitiva.

Nota: 
Não é recomendável comentar este evangelho prescindindo absolutamente do tema de sua historicidade, comentar estas palavras de Jesus como se fossem historicamente literais, como se Jesus tivesse pensado assim... “Até cem anos atrás se tinha como certo a crença em Jesus como Deus encarnado que se baseava, com toda certeza, no próprio ensinamento de Jesus... Dificilmente haverá um estudioso competente do Novo Testamento que esteja preparado para defender que as quatro vezes que aparece a frase “Eu sou” em João possam ser atribuídas historicamente a Jesus” (cf. John Hick), A metáfora de Deus encarnado).  Permitir que as pessoas continuem se mantendo em uma “ignorância vencível” sobre este ponto, significa realizar um desserviço para com o próprio povo.

Oração: 
Ó Deus, mistério incomensurável, presença “inata”, amor inexpressável, luz inefável. Ajuda-nos a compreender que a verdade está mais além de nossas formulações, que a vida és tu mesmo e que os caminhos que conduzem a ti são infinitos. Nós concretamente te pedimos, inspirados por Jesus, filho teu e irmão maior nosso. Amém.
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EU SOU A VIDEIRA VÓS SOIS OS RAMOS - Pe. Fernando Torres



Unidos à Videira/Vida Verdadeira
O evangelho deste domingo centra-se no tema da unidade que deve ser o fruto primeiro da comunidade cristã. A imagem da videira e os sarmentos (vara que a videira dá cada ano) nos colocam no caminho. É uma só planta. É uma unidade vital. Até poderíamos dizer que a divisão entre videira e sarmentos que faz Jesus é um pouco artificial. Naturalmente que os sarmentos não podem existir separados da vida. De onde lhes chegaria a seiva necessária para viver? Cortada essa relação com a vida, os sarmentos morrem e só servem para o fogo. Essa união é a única possibilidade para que os sarmentos dêem fruto

Devemos sublinhar esse detalhe, que não é banal: a videira não dá propriamente frutos. São os sarmentos os que dão frutos. Por suposto, graças à corrente vital que lhes chega da videira! Sem a seiva os sarmentos morrem. Mas sem os sarmentos a videira seria estéril. Até esse ponto chega essa necessária conexão entre a videira e os sarmentos. A unidade entre a vida e os sarmentos é fundamental.

Unidos à videira verdadeira

Para dar frutos têm que estar unidos a essa videira concretamente (“Eu sou a verdadeira videira”). Os sarmentos se podem enxertar em outras videiras, porém não dariam frutos para a vida do mundo na caridade, como nos pedia o Concilio Vaticano II (cf.
Optatam Totius, 16).

Essa união não se dirige a uma espécie de auto-contemplação na qual a videira e sarmentos se olham uns aos outros felizes de estarem unidos. Estão unidos porque a planta inteira tem como fim dar frutos. E passando do exemplo, da imagem, à realidade, a união do cristão, de cada cristão, de todo cristão, com Jesus se ordena a dar frutos para a vida do mundo. Deus enviou seu Filho ao mundo não para condená-lo senão para salvá-lo. Convém não
esquecer.

ém que voltemos o olhar para a nossa realidade. Levamos dois mil anos de história cristã. Não somos precisamente um modelo de unidade. A comunidade dos crentes está fragmentada em numerosas igrejas. Católicos, protestantes, ortodoxos são as grandes denominações mas há muitas mais. Uns grupos nem sempre olham os outros com um sentimento de fraternidade capaz de ir para além das próprias tradições. Uns grupos não querem compartilhar com os outros a
 Eucaristia, o sinal maior de unidade que nos deixou Jesus, a fonte da seiva que nos mantém vivos, unidos e capazes de dar fruto.

Porém, inclusive dentro de nossa Igreja Católica, há muitos grupos que se olham entre si com desconfiança. É como se cada um se sentisse possuidor da verdade, da autêntica interpretação do Evangelho de Jesus e suspeita dos outros. Não todos, é verdade, têm esta atitude, mas aí está e não se pode negar. Às vezes, até a hierarquia da Igreja não serve a unidade, já que ao invés de unir forças, faz com que se separe, afasta e condena o que pensa diferente dela. Tudo um espetáculo de unidade! Enquanto muitos proclamam: “Unam-se a mim que sou a verdadeira videira!”.

Muitos sarmentos, uma só videira/vida

O espetáculo é triste. Alguns de nos esquecemos do princípio básico:
 Jesus é a verdadeira videira. E não há mais videira que Jesus. Aí está o ponto nodal de unidade. Logo os sarmentos podem crescer de formas muito diversas. Uns mais para acima, outros mais para abaixo. Uns em linha reta e outros retorcidos. Nada disso é importante.

O verdadeiramente importante é que dêem frutos de vida, e que o amor de Deus chegue a todos. A unidade está marcada pelo ponto de união com a única videira:
 Jesus. A unidade não consiste no fato de que todos os sarmentos sejam iguais, sejam clones genéticos. A unidade não consiste na uniformidade. Os sarmentos são plurais, diferentes e isso precisamente é o que faz bela e formosa à vida. Essa diferença faz também que os frutos sejam mais abundante, mais variados, mais ricos.

Não há outra forma de trabalhar pela unidade do que se esforçar por estar unidos a Jesus, a verdadeira videira, e abraçar a diversidade de nossos irmãos e irmãs, os outros sarmentos, aceitando que eles não tenham que passar por nós para estar unidos a Jesus, que nós não somos a o ponto de conexão necessário. Sem excluir. Sem condenar. Basta crer no nome de Jesus e viver no amor, que é o único mandamento, para permanecer em Deus, como diz a segunda leitura, que não outra coisa é estar unidos à videira.

Assim seremos como aqueles discípulos de Jerusalém, sobretudo como Barnabé, que procura Paulo, o antigo perseguidor dos cristãos, convertido em pregador e se alegram disso. Porque enxergam os frutos de vida que está oferecendo ao mundo. E a igreja gozava de paz.

Hoje seguimos tendo pendente a tarefa da unidade. Ou, melhor dito, a tarefa de unir-nos à verdadeira vida. A do amor, a que nos une no Reino.
Fonte: Pe. Fernando Torres
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Eu sou a videira, vós sois os ramos - Elian


A videira para os judeus representa o povo de Israel. E era considerada a árvore da vida para os gregos e romanos. E sabendo do simbolismo e da importância da videira naquela época, no evangelho de hoje Jesus diz aos seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor... e vos os ramos”. Jesus se compara à videira, o Pai é o agricultor, e os ramos somos nós.
Se nós somos os ramos, como eu posso produzir bons frutos, para não tornar a videira improdutiva. Como colaboradores do projeto de Jesus, é importante e necessário estarmos em comunhão, em união com Ele, para produzir bons frutos para o Reino. E produzindo bons frutos, tenhamos certeza que o Pai cuidará, Ele nos limpará, fará tudo para que continuemos produzindo, cada vez mais, e melhores frutos. Quando cuidamos de uma planta, ela precisa de limpeza, nós chamamos essa limpeza de poda, é a retirada de galhos secos. Da mesma forma nós precisamos ser podados por Deus de vez em quando, essa poda pode ser dolorida, mas é necessária, para continuarmos crescendo em pureza, em espírito, e devemos aceitá-la com humildade, permanecendo sempre unidos Pai ao Filho e ao Espírito Santo, dando os frutos necessários para o Reino. E Jesus nos adverte, quanto à possibilidade de nos afastarmos. O que acontece quando nos distanciamos Dele? Deixamos de produzir frutos, secamos e Deus não contará mais com a nossa colaboração em seu projeto de salvação. E como ramos secos, seremos cortados.
Estar em comunhão com Jesus, é dar sentido a nossa vida, pois sem ele nada poderemos fazer. Acredito que no evangelho de hoje Jesus deixa muito claro, como o Pai está unido a Ele, e nós a Jesus. Enquanto estivermos ligados a Jesus, ao tronco, recebemos dele a seiva que vem do Pai, e temos vida, temos amor. Ao nos desligarmos dele, nos distanciamos de Jesus e do amor do Pai, em conseqüência a vida perde o sentido, seca e morre. Unidos a Ele glorificaremos ao Pai com nossas ações pelo Reino. E temos a garantia de Jesus, que permanecendo unidos a Ele, poderemos pedir o que quisermos e nos será dado. Como somos comprometidos e aderimos a Jesus, sabemos que devemos ter cuidados com o que pedimos. Deixemos de ser egoísta, é pensando no evangelho de ontem, peçamos a paz de Cristo, para nós, para o mundo. Peçamos força, coragem e perseverança, para continuarmos firmes em nossa caminhada em busca da justiça, do amor fraterno, para que permaneçamos sempre unidos a Cristo, e assim produzir frutos de amor, de vida. Peçamos pela união das famílias, para que exista a união entre os cristãos. Com certeza se cada um de nós fizer a sua parte, unidos a Jesus, poderemos sim transformar nossa comunidade, nossa família, ter uma sociedade sem corrupção, violência, injustiças... Onde predomine o amor e a valorização da vida.
Oração:
Espírito de adesão ao Senhor, une-me cada vez mais profundamente a Jesus, para que eu possa produzir os frutos que o Pai espera de mim.
Um abraço a todos.
Elian
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Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto- Padre Queiroz


Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola da videira e os ramos. "Eu sou a videira e vós os ramos".
"Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, separado da videira, assim também vós." A conexão direta e constante com Jesus é fundamental para produzirmos frutos.
"Sem mim nada podeis fazer." Isto aparece muito claro na comparação, pois um galho depende totalmente do tronco para viver. Da mesma forma, nós dependemos totalmente da graça de Deus para vivermos a vida cristã. "Ninguém pode dizer: 'Jesus Cristo é o senhor', a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3).
"Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado." Quem de nós não quer ser atendido nas orações? Para isso, precisamos permanecer bem conectados em Jesus, isto é, em suas palavras, como o galho no tronco. O compromisso acaba se tornando bilateral; se alguém se compromete com Cristo, ele também se compromete com a pessoa, em atender a tudo o que pede.
"Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos." Todos nós queremos glorificar a Deus, e aí está meio: produzir frutos, isto é, fazer boas obras, e nos tornarmos bons discípulos de Jesus. Não ser como aquela outra parábola, em que a vinha só produziu uva brava (Cf Is 5,2).
Precisamos usar e expandir ao máximo os dons e as qualidades que temos. Não nos contentarmos com a situação em que estamos, mas procurar sempre dar um passo a frente. "Jesus Cristo me deixou inquieto". Jesus, na cruz, ao dizer "tenho sede", manifestou o desejo de fazer algo mais por Deus e Pai e pelo povo.
"Todo ramo que não dá fruto, meu Pai o corta." Ramo que não dá fruto são os cristãos que, além de não fazer boas obras, praticam coisas erradas dando mau exemplo. Aí está a explicação por que muitos se afastam da Igreja Católica. Foi Deus Pai que cortou o galho que produzia fruto.
Se alguém pensa que Deus está dormindo, engana-se redondamente. A Providência divina está atenta. Nós que ainda participamos da Missa ou do Culto Dominical, isto é, nós que ainda estamos dentro da Igreja una, santa, católica e apostólica, devemos dar graças a Deus, porque, embora imerecidamente, ainda não fomos cortados da videira. A pessoa sempre dá uma explicação para o seu afastamento da Igreja Católica; mas o motivo real é este.
"Todo ramo que dá fruto, meu Pai o limpa, para que dê mais fruto ainda." O agricultor faz uma limpeza nos galhos bons, para que produzam mais frutos e frutos de melhor qualidade. Essa limpeza "dói" na planta; a planta até solta uma resina para cobrir o corte. Aquela resina representa as nossas lágrimas.
Deus permite aos que produzem frutos que enfrentem dificuldades, sofrimentos e situações desafiadoras, e permite porque os ama e deseja que produzam frutos cada vez melhores. "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28).
Finalmente vamos nos lembrar que não existe galho ligado ao tronco que não esteja também unido aos outros galhos. "Foi do agrado de Deus santificar e salvar os homens, não singularmente, sem conexão uns com os outros, mas unidos em Povo" (LG 9). No Antigo Testamento, o Povo de Deus se reunia na sinagoga. Hoje, a Igreja se reúne nas Paróquias e Comunidades. Deus não quer salvar ninguém que escolhe viver sozinho, isolado da Comunidade.
Certa vez, um avião estava atravessando a floresta amazônica e deu pane no motor. Felizmente o piloto era hábil, conseguiu encontrar uma clareira na mata e aterrissou sem machucar ninguém. Mas surgiu um problema: todos os aparelhos de comunicação se quebraram e, como naquele tempo ainda não havia celular, não foi possível comunicar-se com o mundo. Como eles tinham pouca água e não havia água por ali, todos morreram de sede.
Uma semana depois, as equipes de resgate conseguiram localizar o avião e os cadáveres. Mas faltava um senhor, que só foi encontrado dias depois. Ele se embrenhou pela mata a procura de água, e morto a poucos metros de uma fonte de águas cristalinas!
Nós temos bem perto de nós uma fonte de águas cristalinas, que é Jesus Cristo. Não vamos morrer de sede sem beber dessa fonte de Água Viva! Pelo contrário, vamos aproveitar todos os meios que temos para distribuir esta água a todos.
Maria Santíssima é o mais belo galho da grande videira que é o seu Filho. Como é bom estarmos junto com ela e termos o seu apoio de Mãe!
Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto.
Padre Queiroz
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A parábola da videira -Frei Carlos Mesters, O.Carm


* Os Capítulos 15 até 17 do Evangelho de João trazem vários ensinamentos de Jesus que o evangelista juntou e colocou aqui no contexto amigo e fraterno do último encontro de Jesus com seus discípulos:
Jo 15,1-17: Reflexões em torno da parábola da videira
Jo 15,18 a 16,4a: Conselhos sobre a maneira de como comportar-se quando forem perseguidos
Jo 16,4b-15: Promessa sobre a vinda do Espírito Santo
Jo 16,16-33: Reflexões sobre a despedida e o retorno de Jesus
Jo 17,1-26: O Testamento de Jesus em forma de oração
* Os Evangelhos de hoje e de amanhã trazem uma parte da reflexão de Jesus em torno da parábola da videira. Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.

* João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira
No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação. Ele diz: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!". A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.

* João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola
Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: "Eu sou a videira e vocês são os ramos!" Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. "Sem mim vocês não podem fazer nada!" Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!

* João 15,7-8: Permanecer no amor.
Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.


Para confronto pessoal

1. Quais as podas ou momentos difíceis, que já passei na minha vida e que me ajudaram a crescer? Quais as podas ou momentos difíceis, que passamos na nossa comunidade e nos ajudaram a crescer?
2) O que mantém a planta unida e viva, capaz de dar frutos, é a seiva que a percorre. Qual é a seiva que percorre nossa comunidade a mantém viva, capaz de produzir frutos?


Oração final

Cantai ao Senhor um canto novo,
Cantai ao Senhor em toda a terra.
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. (Sl 95, 1)


Amai-vos uns aos outros – José Salviano


“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 
 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.
 
 Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.”
Jesus está nos convidando a sermos seus amigos.  A sermos  amigos de verdade uns dos outros, a amar-nos uns aos outros. E é importante lembrar que amar uns aos outros não é apenas dar beijinhos e abraços. Trata-se de ser cristão. 
Mas afinal o que é ser um cristão? 
O cristão ama a Deus e a seu irmão. Ele, pela oração, se liga em Deus, acima dele, na VERTICAL,  assim como abraça seu irmão que está ao seu lado na HORIZONTAL, formando uma cruz. O Cristão é uma pessoa diferente, por que  tem um sorriso sincero, sua forma de agir e reagir é autêntica.  Sem exageros, sem bajulações, sem falsidade, sem nenhum interesse, sem medir esforço quando vai prestar uma ajuda, sempre correto nas suas considerações ou avaliações. O seu “NÃO” é sempre um “não”. E o se “SIM”  é sempre um “sim”, pois nunca promete o que não pode cumprir. Ou seja, é aquele verdadeiro amigo não apenas da hora da festa, mas também da hora do velório. Ele é parecido com os nossos pais. Ele observa nossos defeitos, nos alerta sobre os mesmos, mas em seguida nos perdoa, pois nos aceita como nós somos na realidade, mas não poupa esforço para nos ajudar a nos corrigir. O cristão é aquele que sempre deseja para o outro o mesmo que deseja para si, não se preocupando com lucro, ou glória pessoal. Ser cristão é tentar imitar a Cristo, seguindo seus ensinamentos.  Ser cristão é estar na amizade com Cristo. Mas sem querer guardar Cristo só para si. Pois o Cristão de verdade é aquele que leva Cristo até o seu irmão através de bons exemplos, através da explicação da mensagem de Jesus, através da correção fraterna, da mão estendida, e até mesmo através de abraços e beijinhos sinceros.
Sal


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